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Tribunal de Justiça do Estado da Bahia


PODER JUDICIÁRIO
SANTO ESTEVAO
VARA DO SISTEMA DOS JUIZADOS - SANTO ESTEVÃO - PROJUDI

CASTRO ALVES, S/N, , CENTRO - SANTO ESTEVAO


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PROCESSO Nº: 0002641-66.2022.8.05.0230

AUTOR(es):
HUDSON DOS SANTOS SACRAMENTO

RÉU(s):
EMBASA

SENTENÇA DE EMBARGOS

Vistos, etc.

HUDSON DOS SANTOS SACRAMENTO, inconformado(a) com a sentença


constante no evento 10, que decidiu no sentido de extinguir o feito em razão da
coisa julgada nos autos do processo 0001884-09.2021.8.05.0230,
opôs EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, pretendendo a reforma da referida
decisão.

Em suas razões (evento nº 13), o(a) embargante afirmou que a decisão


impugnada incorreu em omissão, pois não considerou que a presente demanda
versa sobre execução provisória de sentença, e não sobre ação de
reconhecimento de abusividade de cobrança.
Assim, requereu a reforma da decisão para que sejam sanados os vícios
apontados.

DECIDO.

Os embargos de declaração devem atender aos seus requisitos, quais sejam,


suprir omissão, eliminar contradição, esclarecer obscuridade ou corrigir erro
material, nos termos do art. 1022 do CPC, ora aplicado por disposição
expressa do art. 48 da Lei n. 9099/95.

O recurso manejado observou os requisitos intrínsecos e extrínsecos, portanto


em juízo de admissibilidade deve ser conhecido.

Reexaminei os autos e a decisão embargada, e verifiquei que procedem, em


parte, as ponderações do embargante, haja vista ter detectado erro na
sentença aludida.

De fato, verifico que a sentença de coisa julgada não observou que o pedido
posto na lide diz respeito à suspensão no fornecimento em razão de faturas
discutidas nos autos de número 0001884-09.2021.8.05.0230, tratando-se
assim de autos de execução provisória de sentença, nos termos do art. 520 e
seguintes do CPC.

Assim, necessário o recebimento dos embargos com efeitos infringentes, posto


que a sentença de extinção incorreu em evidente erro in judicando, para
revogar a sentença e passar a análise do pedido constante na exordial:

DO MÉRITO
Compulsando os autos, verifico que o pedido esposado pela parte
autora na inicial esclarece que houve corte no fornecimento de água em razão
da alegada inadimplência dos meses de maio, junho, julho e agosto de 2021.
Prosseguindo, afirma que nos autos principais, houve depósitos
judiciais no evento 17 e 27 dos autos de número 0001884-09.2021.8.05.0230,
aptos a assegurar o pagamento em juízo das faturas, que, amparadas pela
decisão liminar ali proferida, impediam a suspensão no fornecimento do
serviço.
Em consulta detalhada àqueles autos, verifico que o depósitos aos
quais alude a autora perderam eficácia em razão da sentença de mérito
prolatada, evento 34, que reconheceu o direito ao refaturamento somente
quanto ao mês de maio de 2021. Tal decisão ainda não transitou em julgado,
contudo, em razão de não ter havido decretação de efeito suspensivo, afigura-
se apta a afastar a decisão de antecipação de tutela que vedava a suspensão
no fornecimento de água no imóvel da autora.
Verifico, ainda, que naqueles autos houve recurso inominado do
autor, julgado improvido, restando este pendente de julgamento de embargos
de declaração pela C. Turma Recursal.
Assim, reputo inexistente título executivo judicial válido, certo e
exigível a amparar o pedido da autora.
Não há como se reconhecer direito do promovente à execução
provisória, vez que inexistente qualquer título judicial a amparar o pedido e a
única decisão que amparava a manutenção do fornecimento de água, proferida
na decisão liminar do evento 14 do processo 0001884-09.2021.8.05.0230 já foi
revogada por força de sentença de mérito, cujo recurso não obteve efeito
suspensivo.
Assim, CONHEÇO E ACOLHO, em parte, OS PRESENTES
EMBARGOS, porquanto preenchidos seus requisitos apenas para indeferir a
petição inicial por ausência de título executivo a ser provisoriamente executado
e declarar EXTINTO O PROCESSO, sem resolução de mérito, em razão da
ausência de causa de pedir, nos termos do art. 485, I, do CPC, .
Sem custas e honorários (Lei n. 9.099/95, art. 55).
 

P.R.I.

Santo Estevão, 31 de Agosto de 2022 

LOUISE DE MELO CRUZ DIAMANTINO GOMES

Juíza de Direito

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