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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 1ª VARA

DO TRABALHO DE BELÉM/PA.

Processo nº xxxxxxxxxxxxx

EDUARDO MACEDO, já qualificada nos autos do processo acima descrito, por


seu advogado que esta subscreve, na Reclamação trabalhista proposta por
HELENA NUNES, inconformado com a decisão que negou seguimento ao
Recurso Ordináriosentença de fls. Xx, vem, tempestiva e respeitosamente à
presença de Vossa Excelência, interpor AGRAVO DE INSTRUMENTO, com
base no art. 897,B, da CLT, de acordo com as razões em anexo, as quais
requer que seja recebidas e remetidas ao Egrégio Tribunal Regional da 8ª
Região.

Em cumprimento ao disposto no §5º art. 897 da clt, anexa-se ao presente,


cópia dos seguintes documentos:

-Copia da decisão agravada,


-Da certidão da respectiva intimação,
-Das procurações outorgadas,
-Da petição inicial, da contestação, e decisão originária,
-Do deposito recursal referente ao recurso que se pretende destrancar,
-Da comprovação do recolhimento de custas,
-Do deposito recursal a que se refere o , § 7º do art. 899 de consolidação.

Por fim requer a reforma da decisção agravada, e apos o regular


processamento do feito, que a parte contraria seja intimada, e que o presente
recurso seja rematido ao Egregio tribunal Regional da 8ª Região.

Termos em que,
Pede deferimento.
Local e data.
ADVOGADO.
OAB Nº.
RAZÕES DO AGRAVO DE INSTRUMENTO.

Agravante: EDUARDO MACEDO


Agravado: HELENA NUNES
Processo n.º: xxxxxxxxxxxxxx
Origem: 1 ª VARA DO TRABALHO DE BELEM/PA

EGREGIO TRIBUNAL
COLENDA TURMA
NOBRE JULGADORES

DO PREPARO
Segue comprovante do recolhimento das custas e depósito recursal, que
corresponde a 50% do valor do deposito do recurso ao qual se pretende
destrancar, tudo isso com fulcro no art. 899, § 7º.

DA TEMPESTIVIDADE
O presente recurso é tempestivo visto que interposto até 03/06/2022.

FATOS
Na inicial, a reclamante postulou o reconhecimento do vínculo e de emprego e
seus consectários, além da multa do art. 477, da CLT, adicional de viagem e
indenização pela supressão parcial do intervalo intrajornada.
Ocorre que a sentença em relação a reclamação trabalhista foi omissa no que
tange à apreciação do pedido de condenação ao pagamento da multa,
conforme art. 477, do texto celetista. Nesse sentido o Juiz foi omisso quanto ao
pedido fulcro no art..897-A da CLT.
Foram apresentados embargos de declaração em virtude da omissão existente
na sentença. A decisão de primeiro grau não se manifestou sobre o pedido de
condenação do reclamado ao pagamento da multa prevista no art. 477, da
CLT.
Assim, foi proferida nova decisão de primeira instância de fls.xx, essa feita
julgando os embargos de declaração.
A sentença foi disponibilizada no Diário Eletrônico da Justiça do Trabalho no
dia 02/05/2022.
Helena Nunes, interpôs um recurso ordinário.
O reclamado Eduardo Macedo também interpôs recurso ordinário objetivando a
reforma de todas as condenações que lhe foram impostas. Já houve a
apresentação das contrarrazões e a reclamação trabalhista encontra-se na 1ª
Vara do Trabalho de Belém-PA para fins do exercício do primeiro juízo de
admissibilidade.
No dia 23/05/2022 foi disponibilizado no Diário Eletrônico da Justiça do
Trabalho despacho com o seguinte conteúdo:
“1. Recurso ordinário interposto pela recorrente Helena Nunes e pelo
recorrente Eduardo Macedo.
2. Recebo o recurso ordinário interposto pela reclamante, eis que preenchidos
todos os pressupostos processuais.
3. Deixo de receber o recurso ordinário interposto pelo reclamado, eis que
insuficiente o preparo. Em que pese o correto recolhimento das custas
processuais, o depósito recursal deveria ter sido feito no valor de R$ 10.986,80,
valor máximo previsto pelo TST para fins de recurso ordinário, uma vez que a
condenação foi superior ao referido montante. O reclamado fez o recolhimento
à metade, no importe de R$ 5.493,40, o que implica na deserção do seu
recurso ordinário.
4. Por fim, frisa-se que não deve ser concedido prazo para a complementação
do depósito recursal, eis que ausente previsão legal neste sentido.
5. Diante do exposto, remeto o recurso ordinário obreiro para o Egrégio
Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região e deixo de conhecer do apelo do
reclamado, por deserto.”
O recorrente indignado com a decisão, haja vista que entende que realizou o
depósito recursal de maneira correta, busca a via judicial como forma da mais
lídima justiça.

MERITO
DO DEPOSITO RECURSAL
O magistrado deixou de receber o recurso ordinário interposto pelo reclamado,
eis que entendeu insuficiente o preparo. Em que pese o correto recolhimento
das custas processuais, o depósito recursal deveria ter sido feito no valor de
R$ 10.986,80, valor máximo previsto pelo TST para fins de recurso ordinário,
uma vez que a condenação foi superior ao referido montante. O reclamado fez
o recolhimento à metade, no importe de R$ 5.493,40, o que implica na
deserção do seu recurso ordinário.
No entanto, com a devida vênia, o r. despacho merece reparo, tendo em vista
que o recorrente recolheu as custas de forma correta nos termos do que é
autorizado pelo art. 899, §9º,da CLT.
O fundamento que afasta a conclusão do magistrado de que o depósito
recursal foi feito a menor. Para tanto, é imprescindível a leitura do art. 899, da
CLT, com a redação dada pela Lei nº 13.467/17. Ela incluiu os parágrafos 9º e
10º, que assim dispõem:
Art. 899 - Os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito
meramente devolutivo, salvo as exceções previstas neste Título,
permitida a execução provisória até a penhora.
(...)
§ 9º O valor do depósito recursal será reduzido pela metade para
entidades sem fins lucrativos, empregadores domésticos,
microempreendedores individuais, microempresas e empresas de
pequeno porte.
§ 10º São isentos do depósito recursal os beneficiários da justiça gratuita, as
entidades filantrópicas e as empresas em recuperação judicial. (BRASIL, 2017,
[s.p.])
Portanto nota-se, em algumas situações o depósito recursal pode ser feito à
metade. Verifique se alguma das hipóteses elencadas na norma reproduzida se
encaixa na situação vivenciada pelo recorrente.

DO PRAZO PARA COMPLEMENTAÇÃO DO DEPÓSITO RECURSAL


Por fim, frisou o magistrado que não deve ser concedido prazo para a
complementação do depósito recursal, eis que ausente previsão legal neste
sentido.
No entanto, com a devida vênia, o r. despacho merece reparo:
Visto que ainda que se entenda por eventual irregularidade no depósito
recursal, o agravante deveria ter sido intimado para sua complementação, nos
termos do art. 1007, §2º, do CPC c/c Orientação Jurisprudencial n. 140, da
SBDI-I, do TST, vejamos:
DEPÓSITO RECURSAL E CUSTAS PROCESSUAIS.
RECOLHIMENTOINSUFICIENTE. DESERÇÃO. (nova redação em
decorrência do CPC de 2015) - Res. 217/2017 - DEJT divulgado em 20, 24
e 25.04.2017 Em caso de recolhimento insuficiente das custas processuais
ou do depósito recursal, somente haverá deserção do recurso se,
concedido o prazo de 5 (cinco) dias previsto no § 2º do art. 1.007 do CPC
de 2015, o recorrente não complementar e comprovar o valor devido.

Deste modo, caso se entenda pela insuficiência do depósito recursal, o


que se admite somente por respeito ao princípio da eventualidade, requer seja
o agravo de instrumento conhecido e provido, a fim de que seja concedido o
prazo para sua complementação.

PEDIDO
Diante das argumentações acima expostas, Requer ao Egrégio Tribunal
Regional do Trabalho da 8ª Região:
A reconsideração da decisão e o destrancamento do Recurso Ordinário. Para o
Tribunal é pedindo a reforma da decisão de primeiro grau e o destrancamento
do RO.

Local e data.
ADVOGADO
OAB Nº

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