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EXCELENTÍSSIMO(A) JUIZ(A) DA ______ VARA DO TRABALHO DE

BELÉM-PA

HELENA NUNES, divorciada, inscrita no CPF sob o n. 111.222.333-00,


residente e domiciliada na Rua Nazaré, nº 350, Centro, Belém-PA, CEP
500550-050, identificada como reclamante, por meio de seu advogado
regularmente constituído, cujos dados constam na procuração anexa, vem
ajuizar

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

em face de EDUARDO MACEDO, inscrito no CPF sob n. 111.222.333-00,


residente e domiciliado estabelecido na Avenida das Docas, nº 3.000, bairro
Curuzu, Belém-PA, CEP 500520-020, identificado como reclamado, pelos
seguintes fatos e fundamentos a seguir:

1 – DO ENQUADRAMENTO JURÍDICO E DO VÍNCULO DE EMPREGO

A reclamante foi contratada inicialmente para laborar como babá do filho do


reclamado, durante dois dias da semana, sem assinatura da CTPS (Carteira de
Trabalho e Previdência Social) com pagamento de diária de R$ 150,00 reais.
Essa situação perdurou entre 04/10/2021 até 16/03/2022.

Ocorre que embora esse tenha sido o ajustado entre as partes, durante todo o
citado interregno a obreira trabalhou às terças e quintas, de 08h00min às
16h30min, assim como às sextas-feiras, no mesmo horário.

No caso em tela não resta dúvida de que a reclamante exerceu atividades no


âmbito doméstico “de forma contínua, subordinada, onerosa e pessoal e de
finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas, por
mais de 2 (dois) dias por semana” (art. 1º, da Lei Complementar nº 150/15).

Uma vez preenchidos os requisitos legais, é imperioso o reconhecimento do


vínculo empregatício doméstico no período de 04/10/2021 até 16/03/2022.

2 – DAS VERBAS RESCISÓRIAS


Conforme exposto no tópico anterior, a reclamante foi contratada pelo
reclamado em 04/10/2021, tendo sido dispensada em 16/02/2022.

Diante do exposto, a trabalhadora tem direito ao recebimento de 30 dias de


aviso prévio indenizado, nos termos do art. 1º, da Lei n. 12.506/11, assim como
do disposto no art. 487, da CLT.

Além disso, faz jus aos dias que foram trabalhados e que foram pagos
compreendidos entre 01/03/2022 e 16/03/2022, nos termos dos arts. 457, 458 e
459, da CLT.

Ela tem direito também ao recebimento de 6/12 de férias proporcionais + 1/3


(arts. 146 e 147 da CLT e art. 7º, XVII, da CF/88), 4/12 de décimo terceiro
salário (artigo 7º, inciso VIII, da CF/88 e art. 1º da Lei n º 4.090/62) e multa de
40% do FGTS (art. 18, da Lei nº 8036/90 e art. 7º, inciso I, da CF/88).

3 – DA ANOTAÇÃO DA CTPS E DA ENTREGA DE DOCUMENTOS

Diante do reconhecimento do vínculo de emprego, requer seja devidamente


anotada a CTPS obreira, constando o dia 04/10/2021 como admissão e o dia
15/04/2022 como data de saída, nos termos da Orientação Jurisprudencial nº
82, da SBDI-I, do TST.

Pugna, também, pela entrega das guias necessárias para o recebimento do


seguro desemprego e para saque do FGTS.

4 – DA MULTA PREVISTA DO ART. 477, DA CLT

Diante do reconhecimento judicial do vínculo de emprego, a trabalhadora


requer a condenação do reclamado ao pagamento da multa prevista no art.
477, da CLT, nos termos da Súmula nº 462, do TST.

5 – DO ADICIONAL DE VIAGEM

Durante o pacto laboral a reclamante acompanhou o reclamado em viagem


realizada entre os dias 10/01/2022 e 14/01/2022, dias em que laborou nos
mesmos horários, tendo auferido corretamente a sua remuneração.

Entretanto, não lhe foi pago o adicional de 25% sobre a hora trabalhada,
previsto no art. 11, da Lei Complementar nº 150/15, o que ora se requer em
relação aos dias de viagem.

6 – DO INTERVALO INTRAJORNADA
Durante os dias laborados a reclamante jamais usufruiu de uma hora de
intervalo, o que lhe era de direito, nos termos do art. 13, da Lei Complementar
nº 150/15. Fazia somente 30 minutos de pausa para refeição, que era
justamente o período em que seu patrão ficava com seu filho quando ia para
casa almoçar.

Diante do exposto, requer a condenação do reclamado ao pagamento de 30


minutos por dia de trabalho acrescido do adicional de 50%, nos termos do art.
71, §4º, da CLT, aplicável ao caso por força do art. 19, da Lei Complementar nº
150/15.

7 – JUSTIÇA GRATUITA

A reclamante encontra-se desempregada, o que, por si só, é suficiente para lhe


dar direito à gratuidade judiciária, pois o art. 790, §4º, da CLT, dispõe que o
“benefício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar
insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo”
(BRASIL, .1943, [s. p.]).

Além disso, durante o pacto laboral sua remuneração era de R$ 150,00 por
cada um dos 3 dias trabalhados na semana, o que perfaz média mensal de R$
1.800,00 (mil e oitocentos reais). O referido montante não ultrapassa os 40%
(quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de
Previdência Social. Neste contexto, preenche o requisito do art. 790, §3º, da
CLT.

Diante do exposto, nos termos do art. 790, §3º e §4º, da CLT, requer lhe seja
deferida a gratuidade judiciária.

8 – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

Nos termos do art. 791-A, o advogado da reclamante faz jus ao recebimento de


honorários de sucumbência, que requer sejam fixados em 15% do valor que
resultar da liquidação da sentença.

9 – PEDIDOS

Diante do exposto, a reclamante requer:

a) A citação do reclamado para, querendo, comparecer à audiência e


responder a presente, sob pena de revelia e consequente aplicação dos efeitos
da confissão, presumida, quanto à matéria fática (art. 844, caput, CLT).

b) A declaração do vínculo de emprego no período de 04/10/2021 a


15/04/2022.
c) A condenação do reclamado ao pagamento das seguintes verbas
rescisórias:

c.1) Pagamento de aviso prévio de 30


dias ................................................................R$ XXXX

c.2) Dias que foram trabalhados e que foram pagos compreendidos entre
01/03/2022 e
16/03/2022.............................................................................................................
.....R$ XXXX

c.3) Pagamento de 4/12 de décimo terceiro


salário .....................................................R$ XXXX

c.4) Pagamento de 6/12 de férias + 1/3


constitucional ................................................ R$ XXXX

c.5) Pagamento da multa de 40% do


FGTS .................................................................R$ XXXX

d) A condenação do reclamado ao pagamento da multa do art. 477, da


CLT..........................R$ XXXX

e) A condenação do reclamado ao pagamento do adicional de viagem de 25%


sobre a hora trabalhada, nos dias 10/01/2022 e
14/01/2022......................................................................R$ XXXX

f) A condenação ao pagamento de trinta minutos por dia de trabalho acrescido


do adicional de 50%, pela supressão parcial do intervalo
intrajornada.............................................................R$ XXXX

g) Requer seja condenado a entregar as guias para saque do FGTS e para


recebimento do seguro desemprego.

10 – REQUERIMENTOS

Requer a total procedência da presente reclamação trabalhista, assim como o


deferimento da justiça gratuita à reclamante.

A obreira pugna pela produção e todas as provas legalmente admitidas, em


especial, o depoimento pessoal do reclamado, assim como a oitiva de
testemunhas.

Requer que todos os valores apurados sejam atualizados monetariamente e


que incidam juros desde a citação.

Dá-se à presente reclamação trabalhista o valor de (R$).

Termos em que pede deferimento.


Local, dia/mês/ano.

Nome, assinatura e nº da OAB do advogado.

Endereço profissional.

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