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EXCECELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DO TRABALHO DA MERITISSIMA _ª VARA DO

TRABALHO DE __. 

"A", nacionalidade, estado civil, ajudante geral, residente e domiciliado à Rua, nº, bairro, cidade,
estado, CEP, portador do RG nº, órgão emissor, data de emissão, do CPF/MF nº, da CTPS nº e série,
do PIS nº, nascido em _/_/_, sendo sua mãe; por meio de seu procurador judicial que ao final
subscreve (com procuração em anexo), este com endereço à Rua, nº, bairro, cidade, estado, CEP,
onde deverá receber as futuras notificações, vem, perante Vossa Excelência, com o devido
respeito, propor a presente

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
A ser processada pelo rito sumaríssimo, com base nos artigos 840, parágrafo primeiro e 852-A e
seguintes da CLT em face de

"B", empresa devidamente inscrita no CNPJ/MF sob o nº , com endereço à rua, nº, bairro, cidade,
estado, CEP, por meio de seu representante, sr., pelos fundamentos de fato e direito que passa a
argüir. 

1- RESUMO DO CONTRATO DE EMPREGO.

O reclamante laborou para a empresa reclamada no período de 05.02.2006 a 05.05.2007, quando


foi imotivadamente dispensado. Ocorre que não recebeu quaisquer das verbas a que tem direito. 
2- DA COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA.
Tendo em vista ser o entendimento doutrinário e jurisprudencial majoritário que a submissão dos
conflitos trabalhistas à comissão de conciliação prévia, prevista na CLT em seus artigos 625-A e
seguintes, é uma faculdade do trabalhador, vem o reclamante a este juízo para buscar a solução de
seu conflito. 

3- DAS VERBAS RESCISÓRIAS DEVIDAS AO RECLAMANTE.


Conforme acima exposto, o reclamante foi dispensado pela reclamada sem justa causa, e, ao
contrário do que determina a lei, esta não lhe pagou as verbas devidas no prazo determinado
também pela lei. 
O contrato de trabalho é protegido pela própria Constituição Federal, que em seu artigo 7º, I,
determina ser devida indenização ao trabalhador quando imotivadamente dispensado. No inciso
XXI do mesmo artigo constitucional, foi também garantido ao trabalhador o período de no mínimo
30 dias de aviso prévio à demissão, sendo que a CLT, em seu artigo 487, parágrafo 1º, estabelece
que o empregado que for dispensado de trabalhar durante este período deverá receber o valor do
salário correspondente. 
A doutrina é pacífica quanto aos direitos do empregado dispensado sem justa causa, o que se pode
extrair da lição do doutrinador Sérgio Pinto Martins: "O empregador pode dispensar o empregado
sem justa causa, cessando assim, o contrato de trabalho. Para tanto, porém, deverá pagar as
reparações econômicas pertinentes." E assim prossegue, enumerando a quais verbas fazem jus tal
empregado: "Terá direito o empregado a aviso prévio, salário proporcional, férias vencidas e
proporcionais, saldo de salários, saque do FGTS, indenização de 40% e direito ao seguro
desemprego." (Direito do Trabalho, São Paulo: Altas, 2004, p. 639.)
Ressalta-se que o reclamante laborou até o dia 05.05.2007, não havendo saldo de salário a
receber. 
No tocante ao prazo para o pagamento do valor devido, a CLT estabelece em seu artigo 477,
parágrafo 6º, que as referidas verbas deverão ser pagas em até dez dias úteis quando dispensado o
cumprimento do aviso prévio, cominando, em seu parágrafo 8º, multa equivalente a um salário do
trabalhador em caso de descumprimento desta determinação. Ora, este é o caso do reclamante
que até a presente data não recebeu qualquer valor, pelo que também faz jus ao recebimento da
referida multa. 
Requer, portanto, seja julgada totalmente procedente a presente reclamação trabalhista, sendo a
reclamada condenada ao pagamento de todas as verbas a quem tem direito o reclamante,
conforme valores que abaixo se especificará em atendimento ao disposto no artigo 852-B da CLT. 

4- DOS PEDIDOS.
Ante o exposto, requer a procedência da reclamação com a condenação da reclamada ao
pagamento das seguintes verbas:
4.1 Aviso prévio...................................................................................................R$680,00
4.2 13º salário proporcional a 5/12......................................................................R$280,00
4.3 Férias vencidas com 1/3 constitucional.........................................................R$906,00
4.4 Férias proporcionais a 5/12 com 1/3 constitucional......................................R$373,00
4.5 FGTS depositado com multa de 40%.........................................................R$1.344,00
4.6 Multa do artigo 477, parágrafo 8º da CLT.....................................................R$680,00
4.7 Guias de Seguro Desemprego
4.8 TOTAL..................................................................................................R$4.263,00
5. DOS REQUERIMENTOS FINAIS.
Por fim, requer a notificação da reclamada para, querendo, apresentar suas respostas em
audiência, e, não o fazendo, seja declarada sua revelia e aplicada pena de confissão ficta. 
Requer também a condenação da reclamada ao pagamento das custas processuais. 
Protesta pela produção de todos os meios de prova admitidos, sobretudo testemunhal e
documental. 
Dá à causa o valor de R$4.268,00.

Nestes termos, 
Pede deferimento. 
Local, data.

Assinatura
Nome do Advogado
OAB nº
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO
TRABALHO DA____VARA DO TRABALHO DE JOÃO
PESSOA/PB
RECLAMANTE: PEDRO RODRIGUES DA SILVA
RECLAMADA: REPRESENTANTE LEGAL DO
SUPERMECADO ESPERANÇA LTDA
PEDRO RODRIGUES DA SILVA, brasileiro, casado,
empacotador, portador da cédula de identidade RG nº 8767543
SSP PB, CPF/MF nº 084.092.235-31, CTPS nº 2222222, série
222-2, João Pessoa/PB, nascido em 21/12/1984, filho de
Joaquim Rodrigues da Silva e Maria Silva Cabral, residente e
domiciliada na Rua Almirante Peixoto, nº 765, Geisel, CEP:
58033-330, João Pessoa/PB, vem, a presença de Vossa
Excelência, por seu procurador ao final subscrito, com
escritório na Rua Cassimiro de Abreu, nº 114, Jardim Luna,
CEP: 58300-00, João Pessoa/PB, propor a presente:
AÇÃO DE RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
pelo procedimento ordinário em face do: MERCADINHO
ESPERANÇA LTDA, pessoa jurídica de direito privado,
inscrita no CNPJ sob o n.º 68.379.551/0001-41, sediada à Rua
Miguel Couto, nº 1034, Centro, CEP: 58042-000, João
Pessoa/PB, na pessoa do seu representante legal, o que o faz
segundo os motivos de fato e de direito que a seguir passa a
expor:
PRELIMINARMENTE
Deixa-se de juntar a Ata de Conciliação Prévia, pois não há na
empresa ou no sindicato de Classe Comissão de Conciliação
Prévia, bem como não pode ser impedimento legal a falta desta
ata, pois este impedimento afrontaria o dispositivo
Constitucional em seu artigo 5º, inciso XXXV – ao direito de
ação assegurado a todo cidadão.

DO BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA


O Reclamante não possui condições financeiras de arcar com
custas processuais e honorários advocatícios, sem prejuízo ao
seu próprio sustento e de sua família, requerendo desde já os
benefícios da justiça gratuita, consoante o art. 790, parágrafo
3º da CLT, bem como nos termos do artigo 4º da Lei 1.060/50,
com redação introduzida pela Lei 7.510/86, que versa:
“Art. 4º A parte gozará dos benefícios da assistência judiciária,
mediante simples afirmação, na própria petição inicial, de que
não está em condições de pagar as custas do processo e os
honorários de advogado, sem prejuízo próprio ou de sua
família.”

I - DOS FATOS
O reclamante foi admitido para exercer a função de
empacotador no estabelecimento empresarial da reclamada em
07/02/2011 e demitido injustamente na data de 07/02/2016,
quando percebia salário mensal de R$ 510,00 (Quinhentos e
dez reais). Até a presente data o reclamada não efetuou o
pagamento das verbas rescisórias.

O reclamante exercia sua atividade laboral das 08h00min às


17h00min, com 1h (uma hora) de almoço, de segundas às
sextas-feiras e nos sábados das 08h00min às 12h00min (carga
horária semanal de 44 horas).

Ademais, além da carga horária contratual e de forma habitual


trabalhava uma média de 3 horas extras diárias (de segunda a
sábado), que nunca foram adimplidas pela reclamada.

II – DOS DIREITOS
DAS HORAS EXTRAS
O Reclamante sempre excedeu a jornada de 44 horas semanais,
laborando, todos os dias, 3 horas além da jornada acordada
quando da admissão, devendo assim as horas extras serem
integradas ao salário do trabalhador com reflexo nas demais
verbas.

Quanto à habitualidade do serviço suplementar, nos traz a


Súmula 76 do TST:

"O valor das horas suplementares prestadas habitualmente


por mais de 2 anos, ou durante todo o contrato de trabalho,
se suprimidas, integra-se no salário para todos os efeitos
legais."
Reclama-se as horas extraordinárias pelo período de 65 meses,
com acréscimo de 50% do valor da hora normal, incidindo
também sobre o repouso semanal remunerado.

Memorial de cálculos:

Salário (à época da rescisão contratual): R$ 1.540,00 / 220


(horas mensais laboradas) = R$ 7 por hora normal + 50% = R$
10,50 por hora extra

Considerando o mês legal de 30 dias e a habitualidade das


horas extras, corresponde a 90 horas extras por mês.

90 HE x R$ 10,50 = R$ 945,00 x 65 meses (período


reclamado) = R$ 61.425,00

DO AVISO PRÉVIO INDENIZADO


Tendo em vista a inexistência de justa causa para a rescisão do
contrato de trabalho, surge para a Reclamante o direito ao
Aviso Prévio indenizado, prorrogado o término do contrato
para o mês de março de 2016, uma vez que o § 1ºdo art. 487,
da CLT, estabelece que a não concessão de aviso prévio pelo
empregador dá direito ao pagamento dos salários do respectivo
período, integrando-se ao seu tempo de serviço para todos os
fins legais.
Dessa forma, o período de aviso prévio indenizado,
corresponde a 45 dias de tempo de serviço (consoante art. 10,
§ 1º da Lei 12506/11) contados a partir de 07 de fevereiro de
2016.
A reclamante faz jus, portanto, ao recebimento do Aviso Prévio
indenizado.

Seguem os cálculos:

Salário total: R$ 2.485,00 / 30 (dias) = R$ 82,83

R$ 82,83 x 45 (dias) = R$ 3.727,50


DO SALDO DE SALÁRIO
Memorial de Cálculo:

Salário + horas extras integradas = R$ 2.485,00

Total: 2.485,00 / 30 (dias) = R$ 82,83 por dia

Saldo de salário = R$ 579,81 (quinhentos e setenta e nove reais


e oitenta e um centavos).

DAS FÉRIAS VENCIDAS EM DOBRO


De acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho - CLT o
empregador que não conceder as férias para o empregado ou
que o fizer fora do período concessivo, é obrigado a pagar o
valor equivalente em dobro, conforme o disposto nos
artigos 134 e 137, podendo ainda sofrer sanções
administrativas impostas pelo Ministério do Trabalho quando
da fiscalização.
Art. 134. As férias serão concedidas por ato do empregador,
em um só período, nos 12 (doze) meses subsequentes à data
em que o empregado tiver adquirido o direito.
Art. 137. Sempre que as férias forem concedidas após o prazo
de que trata o artigo 134, o empregador pagará em dobro a
respectiva remuneração.
Portanto, para efeito do pagamento em dobro, todos os valores
a que o empregado tem direito como o salário, as médias de
variáveis, os adicionais previstos na legislação (noturno,
insalubridade, periculosidade e etc.) e o 1/3 constitucional,
devem ser considerados.
A seguir, valor devido:

Salário total: R$ 2.485,00 + 1/3 constitucional = R$ 828,33

Total: R$ 3.313,33 x 2 = R$ 6.626,66

DAS FÉRIAS INTEGRAIS


Analisemos:
Salário total: R$ 2.485,00 + 1/3 constitucional = R$ 828,33

Total: R$ 3.313,33

DAS FÉRIAS PROPORCIONAIS


O inciso XVII do art. 7º da Constituição Federal/88 assegura o
direito a férias aos trabalhadores urbanos e rurais.
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) regula a matéria
nos arts. 129 a 153.
As férias proporcionais são devidas nas hipóteses de dis-pensa
sem justa causa, término de contrato a prazo e quando de
rescisão motivada pelo empregado no pedido de demissão,
inclusive quando o empregado possuir menos de um ano de
serviço na mesma empresa, conforme determina a Súmula 261
do TST.

Valor a ser pago:

Salário total: R$ 2.485,00 / 12 (meses) = R$ 207,08 x 2 (meses


a receber) = R$ 414,16

Incidindo terço constitucional: R$ 414,16 + 1/3 constitucional


= 138,05

Total= R$ 552,21

DO 13º SALÁRIO INTEGRAL


Valor devido:

Valor correspondente a um salário total: R$ 2.485,00

DO 13º SALÁRIO PROPORCIONAL


Discriminação dos cálculos:

Salário Total: 2.485,00/ 12 (meses) = R$ 207,08 x 3 (meses


trabalhados) = R$ 621,24
DA LIBERAÇÃO DO FGTS E MULTA DO ART. 18 DA
LEI Nº 8.036, DE 11 DE MAIO DE 1990
Diz o art. 15 da lei 8036/90 que todo empregador deverá
depositar até o dia 7 de cada mês na conta vinculada do
empregado a importância correspondente a 8% de sua
remuneração devida no mês anterior.
Sendo assim, Vossa Exa. Deverá condenar a Reclamada a
efetuar o complemento dos depósitos correspondentes a todo o
período da relação de emprego, tendo em vista que não foram
recolhidos, levando em consideração também o serviço
extraordinário.

Além disso, por conta da rescisão injusta do contrato de


trabalho, deverá ser paga uma multa de 40% sobre o valor total
a ser depositado a título de FGTS, de acordo com § 1º do
art. 18 da lei 8036/90 c/c art. 7º, I, CF/88.
MULTA DO ART. 477, § 8º DA CLT
Quando ocorre a rescisão do contrato de trabalho, tanto o
empregador quanto o empregado devem estar atentos aos
prazos determinados para pagamento e quitação das verbas
rescisórias, e homologação do termo de rescisão do contrato de
trabalho, pois a desobediência a tais prazos, pelo empregador,
incidirá em multa a favor do empregado.

Art. 477 – “É assegurado a todo empregado, não existindo


prazo estipulado para a terminação do respectivo contrato, e
quando não haja ele dado motivo para cessação das relações
de trabalho, o direto de haver do empregador uma
indenização, paga na base da maior remuneração que tenha
percebido na mesma empresa. (“Caput” com redação dada
pela Lei nº 5.584, de 26.6.1970).”.
LIBERAÇÃO DA GUIA DO SEGURO DESEMPREGO
OU INDENIZAÇÃO CORRESPONDENTE
O benefício do seguro desemprego é de suma importância para
o trabalhador que foi dispensado sem justa causa, pois garante
a subsistência dele e de sua família pelo período em que ele
permanece fora do mercado de trabalho, sem exercer nova
atividade remunerada. Quando o trabalhador deixa de receber
o benefício por culpa exclusiva do empregador, este pode ter de
arcar com uma indenização substitutiva, motivo pelo qual
passa a requerer tal liberação.

DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS


O artigo 133 da Constituição Federal, norma cogente, de
interesse público, das partes e jurisdicional, tornou o advogado
indispensável à administração da Justiça, revogando o "JUS
POSTULANDI" das partes.
Sendo necessária a presença do profissional em Juízo, nada
mais justo e coerente do que o deferimento de honorários
advocatícios, inclusive ao advogado particular, por força do
princípio da sucumbência (artigos 769 da CLT e 85 do CPC).
III - DOS PEDIDOS
Diante das considerações expostas, requer:

1. Que seja deferido o benefício da assistência judiciária


gratuita, devido à difícil situação econômica do Reclamante,
que não possui condições de custear o processo, sem prejuízo
próprio.

2. A notificação da Reclamada para comparecer a audiência a


ser designada para querendo apresentar defesa a presente
reclamação e acompanha-la em todos os seus termos, sob as
penas da lei.

3. Julgar ao final TOTALMENTE PROCEDENTE a presente


Reclamação, declarando o vínculo empregatício existente entre
as partes, condenando a empresa Reclamada a:

a) Pagar:

Horas extras
__________________________________________
R$ 61.425,00

Aviso prévio indenizado


_________________________________ R$ 3.727,50
Saldo de salário
________________________________________ R$
579,81

Férias vencidas em dobro


________________________________ R$ 6.626,66

Férias integrais
________________________________________ R$
3.313,33

Férias proporcionais
____________________________________ R$ 552,21

13º salário integral


______________________________________ R$
2.485,00

13º salário proporcional


__________________________________ R$ 621,24

b) liberar o FGTS e multa do art. 18 da lei nº 8.036, de 11 de


maio de 1990
c) diferenças de recolhimento de FGTS e INSS

d; ) Liberar as guias do seguro-desemprego ou indenização


correspondente

e) Pagar honorários advocatícios no patamar de 15% sobre a


condenação;

4. Além disso, condenar a Reclamada ao pagamento da multa


prevista no § 8º, do art. 477 da CLT, e, em não sendo pagas as
parcelas incontroversas na primeira audiência, seja aplicada
multa do art. 467 da CLT, tudo acrescido de correção
monetária e juros moratórios.
5. Requer, ainda, seja a Reclamada condenada ao pagamento
das contribuições previdenciárias devido em face das verbas
acima requeridas, visto que caso tiverem sido pagas na época
oportuna, não acarretariam a incidência da contribuição
previdenciária.

6. Protesta provar o alegado por todos os meios no Direito


permitidos, notadamente oitiva de testemunhas e depoimento
pessoal.

Dá-se à causa o valor de R$ 100.000,00 para efeitos fiscais.

Nestes Termos,

Pede deferimento

João Pessoa/PB, 20 de outubro de 2016.

DIEGO CLAUDINO DOS SANTOS


OAB/PB Nº 0000000
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA xxª
VARA DO TRABALHO DE SÃO PAULO – SP.

Processo n.º xxxxxxxxxxxxxxxxxxx


QUALIFICAÇÃO, nos autos da Reclamação Trabalhista em
epígrafe que lhe move XXXXXXXXXXXXXXXXXX, por
sua advogada regularmente constituída do incluso instrumento
de mandato, vem, respeitosamente, à presença de Vossa
Excelência, apresentar sua CONTESTAÇÃO, pelos fatos e
fundamentos de direito a seguir expostos:
SÍNTESE DA INICIAL
Alegou o Reclamante, em apertada síntese, que foi admitido
aos préstimos da Reclamada em 01.06.2014, para exercer a
função de “Soldador Industrial”, percebendo por último o
salário de R$ 1.296,00 (mil duzentos e noventa e seis reais),
sendo dispensado sem justa causa em 19.11.2014.

Declinou jornada de trabalho de segunda à sexta-feira, das


07h30min às 17h30min, e aos sábados das 08h00 às 16h30,
com 01 hora de intervalo para refeição e descanso.

Aduziu que durante o labor estava exposto a agentes insalubres


e periculosos, requerendo a realização de perícia e, ao final
optará pelo adicional que lhe for deferido ou o mais benéfico,
ante a não cumulação dos mesmos.

Alegou ainda, que sempre foi tratado de maneira grosseira pelo


Sr. Gabriel Neves Leão, relatando que no dia 31.07.2014 sofreu
ameaças verbais, recebendo um soco pelas costas, sem
qualquer explicação. Foi lavrado Boletim de Ocorrência, o qual
foi acostado à Reclamatória.
Isto posto, pleiteia: pagamento de horas extras, adicional de
insalubridade e/ou periculosidade e seus reflexos, diferenças
de verbas rescisórias, multa do artigo 477 da CLT, danos
morais e diferenças de FGTS + 40%, justiça gratuita,
honorários advocatícios, atribuindo à causa o valor de R$
45.000,00 (quarenta e cinco mil reais).
Manifesta é a improcedência da presente
reclamatória, que dessa forma deverá ser julgada,
com a condenação da Reclamante no pagamento das
custas processuais e demais consectários legais.
Senão vejamos:
NO MÉRITO
DO CONTRATO DE TRABALHO
De fato, o Reclamante trabalhou nas dependências da
Reclamada, no período compreendido entre 01.06.2014 à
19.11.2014, ocasião em que foi dispensado sem justa causa,
recebendo todos seus consectários legais, guia para
levantamento do FGTS e TRCT.

Contudo, ao contrário do que aduziu, a jornada de trabalho do


reclamante sempre foi de segunda à quinta-feira, das 07h30 às
17h30, e às sextas-feiras, das 07h30 às 16h30, com 01 hora
para intervalo e descanso, sendo que JAMAIS trabalhou aos
sábados, mesmo porque, a Reclamada não trabalha aos finais
de semana.

“Ad Cautelam” a Reclamada impugna todas as alegações da


inicial por serem decorrentes de entendimento equivocado,
como se demonstrará abaixo.
DA JORNADA DE TRABALHO
DA INEXISTÊNCIA DE HORAS EXTRAS NÃO
REMUNERADAS E REFLEXOS
Aduz o Reclamante que, laborava habitualmente em jornada
extraordinária, contudo, não recebeu corretamente pelas horas
laboradas, alegações estas que não podem ser aceitas por V.
Exa., senão vejamos:

Conforme já elucidado, diferentemente das afirmações


constantes da inicial, cumpriu o Reclamante jornada de
trabalho de segunda à quinta-feira, nos horários das 07h30 às
17h30, e às sextas-feiras, das 07h30 às 16h30, com 01 hora
para intervalo e descanso, conforme comprovam os cartões de
ponto acostados.

Ademais, importante frisar que a Reclamada não exerce


qualquer atividade aos finais de semana e não há serviços
inadiáveis que demandem a sobrejornada.

Outrossim, esclarece a Reclamada que os cartões de ponto


eram mecânicos, sendo registrados pelos próprios empregados,
refletindo a jornada real realizada diariamente.

Ademais, cumpre esclarecer que não há obrigatoriedade da


implantação dos cartões de ponto na Reclamada, tendo em
vista que mantém menos de 10 empregados no local. Mas, por
precaução e cautela sempre manteve os registros de ponto que
são fiéis a jornada realizada.

Desta feita, não há que se falar no pagamento de horas extras,


uma vez que, não há irregularidades quanto a jornada laboral,
uma vez que sua jornada jamais ultrapassou o permitido por
lei, ou seja, 44 horas semanais.

Ante o exposto, o pedido de pagamento das horas extras


merece ser julgado integralmente improcedente, bem como, as
integrações e reflexos nos consectários de direito, posto que,
em não havendo a condenação no pagamento do principal, não
há que se cogitar no pagamento do acessório; assim, da mesma
forma deverá ser julgada o pleito quanto à incidência dos
reflexos em DSR's, 13º salários proporcionais, férias
proporcionais + 1/3, FGTS + 40%, e demais consectários.

Diante do exposto, o ônus da prova compete aquele que alega,


cabendo ao reclamante, comprovar a realização de horas
extras, tudo na forma do artigo 818 da CLT e art. 333, inciso I,
do Código de Processo Civil .
Neste sentido:
“HORAS EXTRAS. ÔNUS DA PROVA. O ônus da prova
quanto às horas extraordinárias é do autor, por se
tratar de fato constitutivo de seu direito (inciso I do
artigo  333  do  CPC  e artigo  818  da  CLT). Os registros
de horários trazidos pela reclamada, devidamente
assinados pelo obreiro, merecem credibilidade,
quando não infirmados por prova em contrário.
Recurso a que se nega provimento. (TRT/SP -
00971200700202006 - RO - Ac. 8ªT 20090904332 -
Rel. SILVIA ALMEIDA PRADO - DOE 23/10/2009)
Outrossim, apenas por argumentar, na remota hipótese de
serem deferidas horas extras, requer a Reclamada seja
observada a efetiva remuneração da Reclamante, bem como, os
respectivos adicionais de 50% (cinquenta por cento) de acordo
com a carta Magna de 1988, observando ainda a compensação
das horas extras quitadas.
DA INEXISTÊNCIA DE ADICIONAL DE
INSALUBRIDADE
Assevera o Reclamante que durante o contrato de trabalho,
desempenhava suas atividades em contato com agentes
insalubres indicados na sua inicial.

Em que pesem as informações trazidas pelo Reclamante, estas


não condizem com a realidade vivenciada no desempenho de
suas atividades.

Insta consignar que o Reclamante desenvolveu a atividade de


“Soldador”, porém, realizava pequenas soldas de forma
esporádica, sendo que não havia contato com qualquer agente
que fizesse jus ao recebimento de adicional de insalubridade.

Ademais, as atividades que são consideradas insalubres são


aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de
trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à
saúde, acima dos limites de tolerância, fixados em
razão da natureza e da intensidade do agente nocivo e
do tempo de exposição aos seus efeitos (Art. 189 da
CLT Consolidação das Leis Trabalhistas).
Cumpre ressaltar ainda que os especialistas timbram em
acentuar que a insalubridade só se configura quando o agente
nocivo agride o trabalhador, acima dos LIMITES DE
TOLERÂNCIA OU CONCENTRAÇÕES MÁXIMAS
PERMISSÍVEIS.
Importante salientar que os trabalhadores sempre estão
devidamente munidos de todos os equipamentos de proteção
individuais, e que no ato da contratação, todos são informados
quanto a obrigatoriedade do uso, bem como, orientação sobre
os Equipamentos de Proteção Individual e Responsabilidade
de Uso e Guarda, sendo os mesmos plenamente eficazes para
proporcionar condições de conforto térmico adequadas.

Cumpre ressaltar que as rotinas dos trabalhadores nos postos


de trabalho não ocasionam envolvimentos com agentes de risco
em condições de insalubridade, concluindo que as vestimentas
e proteções aliadas ao clima e temperaturas do local de
trabalho se mostram dentro dos limites de tolerância
estabelecidos pelas normas de proteção aos trabalhadores,
restando clara a ausência de condições insalubres nos locais de
trabalho, conforme legislação vigente e Normas
Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego.

Importante salientar ainda que o Reclamante recebeu


no ato de sua contratação, ou seja, dia 01/06/2014, os
seguintes equipamentos de proteção:
capacete, protetor auricular, máscara para soldador,
máscara respiratória, óculos de proteção, luvas de
raspa de couro, botas de segurança, perneiras,
protetores de tronco e creme protetor.
Ocorre que, o mesmo e recusou a assinar o Controle de
recebimento dos Referidos Equipamentos, razão pela qual a
sua ficha de EPI’s foi assinada por testemunhas, sendo que esta
regularidade será confirmada na pericia.

Ademais, tem-se elidida a insalubridade, vez que, eventual


exposição é neutralizada com o fornecimento dos
equipamentos de proteção individual adequados, os quais
foram devidamente entregues ao reclamante, conforme
exposto linhas acima.

Com efeito, a Reclamada efetua diariamente rígida fiscalização


quanto a utilização dos citados EPI´s, bem como da sua
preservação e necessidade de troca, portanto, as atividades
desenvolvidas pelos trabalhadores encontram-se dentro dos
limites de tolerância previstos na legislação vigente.

Neste sentido tem se manifestado nossa Jurisprudência:

“EMENTA: ADICIONAL DE INSALUBRIDADE.


Comprovado o fornecimento, uso e efetiva
fiscalização de EPIs, contendo Certificados de
Aprovação, tem-se por elidida a insalubridade
constatada pela perícia nas atividades do autor.”
(TRT4 – Proc,:  Processo 0131500-45.2008.5.04.0012
(RO)  - Rel.: CARMEN GONZALEZ - Data: 05/08/2010
Origem: 12ª Vara do Trabalho de Porto Alegre)
“EMENTA: INSALUBRIDADE - EPI. O fornecimento e
uso de EPI neutraliza a nocividade que o agente
insalubre causaria ao trabalhador e exclui o
adicional de insalubridade. O EPI é sempre eficaz e
sua aprovação só ocorre quando inúmeros testes
tenham sido realizados e indiquem a sua adequação
à finalidade protetiva. Perito algum pode,
validamente, falar em não ter eficácia um EPI
aprovado. Só passa a ter valor uma tal afirmação se
for comprovada a insubsistência do equipamento
mediante testes específicos que incluam laudo de
ensaio. Ref.:Art. 4º, Art. 830,
Art.  899,  CLT  Lei  8177/91 En. 90/TST” (TRT3 –
Proc.:  Processo:  RO -16280/91 – Rel.: Antônio
Fernando Guimarães – Fonte: 1992-10-31 – DJMG)
“EMENTA: ADICIONAL DE INSALUBRIDADE.
CONFISSÃO DO USO DE EPIs. UTILIZAÇÃO PELO
JUÍZO DA PRERROGATIVA INSCRITA NO
ART.  436  DO  CPC. INDEFERIMENTO. Confessado
pelo reclamante a utilização dos EPIs alusivos a
luvas, óculos, máscara para proteção do rosto e
creme protetor para as mãos, o que infirma a
assertiva pericial de que a reclamada não fornecia a
integralidade dos EPIs necessários à neutralização
dos efeitos dos vapores orgânicos exalados pelos
hidrocarbonetos aromáticos presentes no local de
trabalho, e inexistindo na NR-6 da Portaria 3.214/78
do Ministério do Trabalho especificação para a
proteção contra esse agente deletério, havendo
somente previsão dos EPIs necessários para a
proteção contra agentes químicos em geral, tais
como cremes, luvas, protetores faciais, óculos,
dentre outros, mostra-se correto o juízo, que,
utilizando-se da prerrogativa inscrita no
art.  436  do  CPC, indeferiu o pagamento do adicional
de insalubridade.” (TRT3 – Proc.:  0024900-
11.2009.5.03.0103 RO  – Rel.: José Murilo de Morais –
Data de Publicação: 01/02/2010)
Desta feita, resta completamente descabido o pleito de
condenação da Ré na integração do adicional de insalubridade
e integração nas demais verbas, nos termos da legislação
vigente e da Súmula 80 e 289 do C. TST.

“Ad cautelam”, caso seja deferido ao Reclamante qualquer


verba a esse título, desde já requer seja considerado o
percentual do adicional de insalubridade sobre o salário
mínimo, conforme determinação expressa contida no
artigo 192 da CLT, e não sobre o salário mensal, fixado de
acordo com o grau de exposição aos agentes nocivos, uma vez
que o cálculo do adicional de insalubridade sobre o salário
base, utilizando-se como parâmetro a Súmula 228 do E. TST
revela-se aplicação indevida, conforme liminar deferida nos
autos da Reclamação nº 6266, que tramita perante o E. STF,
ação esta distribuída pela Confederação Nacional da Indústria,
conforme abaixo transcrito:
“... À primeira vista, a nova redação estabelecida
para Súmula nº 228/TST revela aplicação indevida
da Súmula Vinculante nº 4, porquanto permite a
substituição do salário mínimo pelo salário básico
no cálculo adicional de insalubridade sem base
normativa". (publicação 15/07/2008)”
De qualquer forma, em compasso com as considerações supra,
caso este Juízo entenda por pagamento de algum valor a título
de adicional de insalubridade, requer desde já, que o indexador
do adicional de insalubridade seja o salário mínimo, em
conformidade com a decisão proferida na liminar
supra transcrita.
“Adicional de Insalubridade. Base de
Cálculo.  Adicional de insalubridade, conforme disposto no
art. 192 consolidado, não revogado pela disposição do
artigo 7º, item XXIII, da CF/88, incide sobre o salário
mínimo de que cogita o art. 76, do mesmo diploma
legal (Inteligência da Súmula 228, do TST).” (gn)
(Publicação 14/03/2008 Processo TRT/SP N.º
00845.2005.211.02.00-7)
Imperioso observar, ainda, que após o advento das referidas
Súmulas, o C. TST procedeu ao julgamento de inúmeros casos
que dizem respeito à base de cálculo do adicional de
insalubridade, e o entendimento majoritário demonstrado vem
sendo reiteradamente demonstrado pelos Ministros deste
Tribunal, conforme se infere dos seguintes julgados:

EMENTA “RECURSO DE REVISTA. BASE DE


CÁLCULO DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE.
Após a edição da Súmula Vinculante 4 do STF, até
que sobrevenha nova lei dispondo sobre a base de
cálculo do adicional de insalubridade, e não havendo
previsão normativa nesse sentido, tal parcela deverá
continuar sendo calculada sobre o salário-mínimo
nacional. Recurso de revista conhecido e provido”.
RR 49005620075150125, Relator: Augusto César leite
de Carvalho, Julgamento: 05/11/2014, Órgão
Julgador: 6ª Turma, Publicação: 07/11/2014
“ADICIONAL DE INSALUBRIDADE - BASE DE
CÁLCULO - SALÁRIO MÍNIMO (CLT, ART.  192)
DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE SEM
PRONÚNCIA DE NULIDADE SÚMULA 17 DO TST E
SÚMULA VINCULANTE 4 DO STF. 1. O STF, ao
apreciar o RE-565.714-SP, sob o pálio da repercussão
geral da questão constitucional referente à base de
cálculo do adicional de insalubridade, editou a
Súmula Vinculante 4, reconhecendo a
inconstitucional idade da utilização do salário
mínimo, mas vedando a substituição desse
parâmetro por decisão judicial. Rejeitou-se,
inclusive, a tese da conversão do salário mínimo em
sua expressão monetária e aplicação posterior dos
índices de correção dos salários, uma vez que, sendo
o reajuste do salário mínimo mais elevado do que a
inflação do período, restariam os servidores e
empregados postulantes de uma base de cálculo mais
ampla prejudicados ao receberem como prestação
jurisdicional a redução da vantagem postulada. 3.
Nesse contexto, ainda que reconhecida a
inconstitucionalidade do art.  192  da  CLT  e, por
conseguinte, da própria Súmula 228 do TST, tem-se
que a parte final da Súmula Vinculante 4 do STF não
permite criar critério novo por decisão judicial,
razão pela qual, até que se edite norma legal ou
convencional estabelecendo base de cálculo distinta
do salário mínimo para o adicional de insalubridade,
continuará a ser aplicado esse critério para o cálculo
do referido adicional, salvo a hipótese da Súmula 17
do TST, que prevê o piso salarial da categoria, para
aquelas categorias que o possuam (já que o piso
salarial é o salário mínimo da categoria). Recurso de
revista não conhecido.” (TST - RR - 1118/2004-005-17-00
– Rel. Min. IVES GANDRA MARTINS FILHO – Publ. Em
23/05/2008)
Por fim, cabe ressaltar que compete ao Reclamante o ônus da
prova quanto ao requerimento de diferenças remanescentes,
conforme entendimento abaixo:

”Ementa:  ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. PROVA


PERICIAL. AUSÊNCIA. INDEFERIMENTO. Cabe ao
autor providenciar a realização de perícia para a constatação
de insalubridade no ambiente de trabalho, porquanto se trata
de prova tarifada, a teor do art. 195, § 2º da CLT, e por ter o
ônus de comprovar o fato constitutivo do seu direito,
conforme arts. 818 da CLT e 333, I, do CPC, sob pena de
indeferimento do pleito formulado sob esse título. (TRT 05 -
Processo 0089800-58.2009.5.05.0196 RecOrd, ac. Nº
030103/2010, Relator Desembargador CLÁUDIO BRANDÃO,
2ª. TURMA, DJ 27/09/2010).”
“Ementa:  ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. ÔNUS
DA PROVA. Compete ao Reclamante o ônus de provar que
laborava em atividade insalubre, fato constitutivo do seu
direito, na forma do quanto disposto no inciso I do
art. 333 do CPC, de aplicação subsidiária. (TRT 05 - Processo
0110700-81.2009.5.05.0222 RecOrd, ac. Nº 026763/2010,
Relatora Desembargadora DÉBORA MACHADO, 2ª.
TURMA, DJ 30/08/2010.)”
Convém ainda ressaltar em caráter cautelar, que não são
devidos reflexos do aludido adicional sobre os DSR´s, eis que o
adicional de insalubridade é calculado sobre o salário mínimo,
nos qual já estão embutidos os DSRS.

Desta forma, pugna a Reclamada pela improcedência do


pedido de adicional de insalubridade e reflexos em verbas,
devendo ser julgado inteiramente improcedente.

Por fim, roga a Reclamada seja realizada perícia, e desde já,


requer, pela aplicação do disposto no art. 790-B da CLT,
devendo a parte sucumbente ser responsabilizada pelos
honorários periciais.
DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
Alega o Reclamante em sua exordial que durante o período de
prestação de serviço, manteve contato com agentes perigosos
não especificando quais agentes seriam, sem receber o
respectivo adicional.

Inicialmente, cumpre asseverar, que durante o contrato de


trabalho do Reclamante, não estava exposto a agentes
perigosos, nem de forma habitual e tampouco intermitente,
pois conforme acima aduzido, sua função era de “soldador”,
ambiente totalmente adequado e seguro para o desempenho
das atividades dos empregados da Contestante.
Em seu ambiente de trabalho, durante todo o pacto laboral,
não existiam agentes agressivos conforme alega o Reclamante,
nem mesmo perigosos.

O Reclamante nunca trabalhou em área de risco, nem exposto


e/ou com contato permanente com produtos químicos
inflamáveis, radiações e equipamentos energizados e/ou
energizáveis.

Com efeito, insta consignar que o Reclamante sempre


atuou devidamente munido de todos os equipamentos
de proteção individuais, conforme documentos acostados
na defesa, os quais, quando não neutralizavam eventuais
agentes nocivos à sua saúde, os reduziam aos níveis permitidos
por lei, não ensejando percepção de qualquer adicional,
inclusive o de periculosidade.
Importante frisar que a Reclamada acosta à sua
defesa, ficha de controle de fornecimento de EPI’s, o
que demonstra o fornecimento de equipamentos de
proteção, capazes de inibir os agentes e
proporcionando aos empregados uma melhor
qualidade de vida dentro da empresa, contrariando as
falsas alegações de não fornecimento de EPI’s em
exordial.
Neste mister, é certo que tanto o Reclamante, quanto os
demais empregados laboraram em ambiente adequado às
normas de higiene e segurança do trabalho.
Neste diapasão, impende salientar que o Reclamante sempre
recebeu os equipamentos de proteção individual, frise-se, em
conformidade com as Normas Regulamentadoras,
sendo instruída a usá-los sempre que necessário,
havendo, ainda, uma rígida fiscalização por parte dos
prepostos desta empresa-ré, através dos seus superiores
hierárquicos diretos.
Ademais, é certo que esta Contestante sempre respeitou os
limites de tolerância a agentes nocivos pertinentes a sua
atividade, sem contar a adoção de outros procedimentos
exigidos em lei visando à integridade física e mental de seus
empregados, evitando qualquer risco à saúde ou à integridade
física de seus colaboradores. Portanto, a Empresa jamais
incorreu em atos ilícitos que resultassem qualquer problema de
saúde ou de risco ao trabalhador, ao contrário do que alega o
Reclamante.

A Reclamada assevera igualmente, que, em caso de


determinação de realização de perícia, a parte sucumbente
arque com os respectivos honorários, nos termos do art. 790-
B da CLT.
“Ad Cautelam” em sendo deferido o adicional de
periculosidade que este tome como base de cálculo o salário
base do Reclamante e sua consequente evolução demonstrada
em ficha de registro e holerites.
DA NÃO CUMULATIVIDADE DO ADICIONAL DE
INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE
Logo, ante a inexistência de exposição à agentes periculosos
bem como pela impossibilidade de se acumular dois adicionais,
não merece ser acolhido a pretensão do Autor, conforme
entendimento da nossa jurisprudência, in verbis:

“EMENTA: CUMULAÇÃO DE
ADICIONAIS DE INSALUBRIDADE E
PERICULOSIDADE -
IMPOSSIBILIDADE. Os adicionais de
insalubridade e periculosidade não
podem ser cumulados, ante a existência
de expressa vedação legal
(artigos 7º, XXIII, da CR/88 e 193, § 2º,
da CLT), cabendo o pagamento daquele
mais benéfico ao empregado (art. 192, §
2º, da CLT)”. TRT-3 - RECURSO
ORDINARIO TRABALHISTA RO
00217201509603001 0000217-
18.2015.5.03.0096 (TRT-3). Data de
publicação: 13/07/2015
“EMENTA: ADICIONAL DE PERICULOSIDADE E
INSALUBRIDADE. CUMULAÇÃO.  É vedada a cumulação
do adicional de insalubridade e de periculosidade.
Inteligência do parágrafo 2º do artigo 193 da Consolidação
das Leis do Trabalho, que faculta ao empregado optar pelo
adicional de insalubridade ou de periculosidade. Recurso
provido. (Acórdão do processo 0080400-51.2008.5.04.0012
(RO) Redator: LEONARDO MEURER BRASIL Participam:
REJANE SOUZA PEDRA, BERENICE MESSIAS CORRÊA
Data: 12/11/2009 Origem: 12ª Vara do Trabalho de Porto
Alegre)”.
Não obstante, cumpre ressaltar que o Reclamante
deverá optar por um dos adicionais pretendidos logo
em primeira audiência, diante da impossibilidade de
cumulação dos dois (art. 194 da CLT).
DAS DIFERENÇAS DE VERBAS RESCIÓRIAS,
FÉRIAS, 13º, FGTS E RECOLHIMENTOS
PREVIDENCIÁRIOS
A teor do que dispõe o artigo 92 do CC/02, ante a total
inexistência de valore devidos, tais como horas extras,
adicional de periculosidade ou insalubridade, não há que se
falar em integrações nas verbas salariais e rescisórias por
serem totalmente indevidas.
MULTAS DO ARTIGO 477 DA CLT
Improcede o pleito da multa do artigo 477 da CLT, posto que,
não houve atraso na apuração das verbas rescisórias do
Reclamante, não merecendo a procedência do pedido.
Insta consignar que, tampouco se pode alegar que o
deferimento de qualquer importe através da presente
Reclamação, faria incidir a multa em questão, uma vez que,
apuradas as verbas rescisórias dentro do prazo legal, o
deferimento de qualquer diferença não importa no pagamento
da referida multa.

Ademais, mencionado artigo celetista não prevê qualquer


pagamento quando alguém alega controvérsia quanto às verbas
que lhe são devidas perante a Justiça do Trabalho, restando
ilegal a pretensão contida na inicial.

Nesse sentido, a jurisprudência que segue:

EMENTA:... Da multa do art. 477. A documentação


colacionada aos autos demonstra pontualidade no
pagamento das verbas rescisórias. As diferenças
reconhecidas apenas em juízo não ensejam o
pagamento da multa... TIPO: RECURSO ORDINÁRIO -
DATA DE JULGAMENTO: 26/10/2010 - RELATOR
(A): MARTA CASADEI MOMEZZO - ACÓRDÃO
Nº: 20101187160  - PROCESSO Nº: 00839-2009-081-02-00-8
- ANO: 2010 - TURMA: 10ª - DATA DE PUBLICAÇÃO:
22/11/2010
Isto posto, fica impugnado o pedido de pagamento da multa do
artigo 477 da CLT.
DO DANO MORAL - INEXISTÊNCIA
Aduziu o Reclamante que o Sr. Gabriel Neves Leão, sempre o
tratou de maneira ríspida e grosseira, chamando-lhe atenção
sem qualquer razão.

Relatou que no dia 31.07.2014, o Sr. Gabriel sem qualquer


motivo, o xingou, auferindo-lhe ainda, um soco pelas costas.

A polícia foi acionada, encaminhando os envolvidos à


Delegacia de Policia para registrar Boletim de Ocorrência.

Ocorre que as alegações não devem prosperar, pois o mesmo


distorce a realidade dos fatos, conforme veremos a seguir:

Inicialmente, importante esclarecer que o Sr. Gabriel Leão é


funcionário devidamente registrado e não participa do quadro
societário da Reclamada, conforme verifica-se nos Atos
Constitutivos da empresa, sendo irmão do sócio, Sr. Aurélio
Neves Leão.
Diferente do que alegou o reclamante, este jamais fora tratado
de maneira ríspida ou grosseira.

O reclamante tentar distorcer a realidade, pois pretende


enriquecer ilicitamente as custas da Reclamada, fato este que
deve ser repudiado por este D. Juízo.

A verdade é que, no dia do ocorrido, o Sr. Gabriel solicitou ao


Reclamante um serviço de solda, tendo o Reclamante se
recusado em fazê-lo, sem qualquer justificativa proferiu a
seguinte frase: “faz você seu viadinho”, ofendendo assim o
Sr. Gabriel, o qual retrucou, iniciando-se assim uma discussão
bilateral e empurrões sem qualquer gravidade, tendo o
reclamante registrado Boletim de Ocorrência, acostando-o à
Exordial.
Ao contrário do que aduziu o Reclamante, este jamais fora
agredido fisicamente.

Tanto é verdade que o Reclamante sequer foi submetido ao


exame de corpo de delito, tampouco abriu Representação
Criminal para investigação, conforme orientado pelo Delegado
de Polícia.

Importante frisar quer a Reclamada advertiu as partes


envolvidas, porém, o Reclamante recusou-se em assiná-la.

Destarte, a Reclamada impugna o Boletim de Ocorrência ora


acostado, por tratar-se de prova unilateral, sem valia, pois
NÃO CONSUBSTANCIA PROVA SUFICIENTE PARA
CORROBORAR A VERSÃO INICIAL.

Ora, o mero Boletim de ocorrência não tem o condão de fazer


prova dos fatos narrados, uma vez que não goza de presunção
de veracidade.

Ademais, ao contrário do tenta fazer crer o reclamante, este


sempre foi tratado de maneira acolhedora pela Reclamada,
sendo que jamais fora humilhado, maltratado ou xingado.
Nossos Tribunais são pacíficos nesse sentido:

Ementa:  DANO MORAL - INEXISTÊNCIA - DISCUSSAO


BILATERAL - OFENSAS MÚTUAS E RECÍPROCAS SEM
EXCESSOS QUE NAO EXORBITAM DO LIMITE DO
RAZOÁVEL. Não configura dano moral a ocorrência de
discussão bilateral, iniciada pelo próprio empregado, com
desavenças mútuas e recíprocas, sem excessos que exorbitem
o limite do aceitável. Não sendo comprovada a existência de
abuso, nem que o ambiente de trabalho tenha se tornado
inaceitável, sem culpa do empregado, não se evidencia a
necessária gravosidade que deve embasar a condenação na
indenização por danos morais. (TRT-2 - RECURSO
ORDINÁRIO RO 516200707102005 SP 00516-2007-071-02-
00-5 , Data de publicação: 15/05/2009).

Ementa: DANO MORAL. REGISTRO


DE BOLETIM DE OCORRÊNCIA. A
mera comunicação da irregularidade
verificada à autoridade policial,
lavrando-se o Boletim de Ocorrência, por
si só, não constitui ato ilícito, porquanto é
direito da vítima ver apurado a autoria
de fato tipificado como crime. Portanto,
não tendo o empregado comprovado
qualquer ato ofensivo a sua honra,
intimidade e imagem que pudesse ensejar
dano de caráter extrapatrimonial, a
reparação pretendida é indevida.
Recurso a que se nega provimento. TRT-
23 - RECURSO ORDINARIO
TRABALHISTA RO 1370200902123006
MT 01370.2009.021.23.00-6 (TRT-
23) Data de publicação: 29/10/2010.
Para que haja o dever de reparar há que estar presente a
conduta culposa do agente pela prática de um ato ilícito, o
dano suportado pela vítima e o nexo causal.

No caso concreto, inexiste qualquer ato culposo da Reclamada,


descabida, desta forma, pretensão de auferir danos morais,
restando assim, evidente que sua intenção era perquirir
enriquecimento ilícito em detrimento de outrem.

Para ensejar o Dano Moral, imprescindível sua comprovação, o


nexo causal entre o ato ilícito do Reclamado em desfavor do
Reclamante, colacionando neste sentido jurisprudência
majoritária em que, inexistindo um dos fatores referido,
descaracterizado resta o Dano Moral, se não vejamos:

Ementa:[...] DANO MORAL. Para averiguação do dano


moral, é preciso observar que deve estar fundamentado na
firme comprovação de danos aos direitos relacionados à
intimidade, à vida privada, a honra e a imagem da obreira,
ser irrefutável a relação de causalidade entre o eventus
damni e a conduta do empregador, que agiu de maneira
intencional, ou que, agindo com negligência ou imprudência,
deu causa ao dano suportado pelo empregado. Assim,
descabido o dano moral ante a insuficiência de comprovação
de sua ocorrência, qual seja demonstrar devidamente o nexo
causal e o dano efetivamente sofrido. HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS. Não satisfeitos os requisitos das Súmulas
219 e 329 do TST, é incabível a condenação em honorários
advocatícios. Recurso conhecido e parcialmente provido.
(TRT-16 714200900716001 MA 00714-2009-007-16-00-1,
Relator: JAMES MAGNO ARAÚJO FARIAS, Data de
Julgamento: 18/05/2010, Data de Publicação: 31/05/2010)
Pelo exposto, resta demonstrado que a indenização pretendida
não é devida, haja vista a Reclamada não ter dado causa a
nenhum constrangimento, humilhações entre outras situações
que poderiam ensejar a indenização.

ARBITRAMENTO DO QUANTUM
Apenas por amor a argumentação, caso alguma verba
indenizatória seja deferida ao Reclamante, a fixação do valor
deve se pautar pelo princípio da razoabilidade e
proporcionalidade, conforme o disposto no
artigo 944 do Código Civil, subsidiariamente utilizado por Esta
Justiça Especializada.
O valor da indenização deve levar em consideração a gravidade
da conduta, a extensão do dano, o sofrimento suportado e as
repercussões pessoais, familiares e sociais, isto porque, a
indenização tem natureza compensatória, uma vez que o dano
moral é de difícil mensuração.

DOS JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA SOBRE


DANOS MORAIS
Ainda, no tocante a correção monetária e aos juros aplicados,
por certo, havendo condenação ao pagamento de indenização
por danos morais, deve-se aplicar a data da prolação da
sentença como meio correto e regular para a atualização dos
valores devidos.

O entendimento consolidado é de que tratando-se de danos


morais, os juros de mora e a correção monetária deverão
incidir a partir da sentença, tendo em vista que na época do
ajuizamento não existia valor determinado sobre o qual se
poderia incidir juros e correção monetária, nem lei expressa
determinando a partir de qual seriam computados, conforme
se depreende dos recentes julgados:

“DANO MORAL. JUROS E CORREÇAO MONETÁRIA.


MARCO INICIAL PARA APLICAÇAO. A jurisprudência
moderna vem se consolidando no sentido de que a
indenização por dano moral deve ser atualizada a partir da
data em que for fixada, eis que antes disso inexistem
parâmetros para quantificação do direito pretendido. (TRT-
13 - Ação de Cumprimento: ACUMP 111978 PB
00913.2006.001.13.00-5 - Relator (a): ANA MARIA
FERREIRA MADRUGA - Julgamento: Thu Nov 12
04:00:00 BRST 2009 - Órgão Julgador: Primeira Turma
- Publicação: 26/01/2010)” (grifo nosso)
“Dano moral. Correção monetária e juros. Tendo em
vista que a fixação da indenização por dano moral já
considera a expressão de tempo decorrida entre a data da
lesão, e a condenação, sua atualização monetária e o cálculo
de juros passam a ser contados da data da decisão judicial.
(TRT/SP - 00032200700102005 - RO – Acórdão nº.: 6ªT
20090815984 - Rel.: Rafael Edson Pugliese Ribeiro - DOE
06/10/2009)” (grifo nosso)
Outrossim, tem-se a Sumula 362 do C. STJ quanto a incidência
da correção monetária sobre danos morais, “in verbis”:
“Súmula 362, STJ - A correção monetária do valor da
indenização do dano moral incide desde a data do
arbitramento.”
Diante do exposto, requer a Reclamada a observâncias dos
parâmetros expostos.

DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS


(Perdas e Danos e Sucumbência)
A Reclamada desde já impugna o pedido da Reclamante
concernente ao pagamento de honorários advocatícios
sucumbenciais.

Ao que parece, o Reclamante tenta impor à Reclamada o


pagamento dos honorários advocatícios de seu patrono, que no
processo do trabalho é descabido, conforme
artigo 791 da CLT e Súmula nº 329 do TST, exceto no caso de
entidade sindical, quando são devidos honorários advocatícios
na Justiça do Trabalho.
Ademais, a Reclamada não cometeu qualquer ato que desse
ensejo à referida reparação, tratando a escolha do patrono de
livre vontade do Reclamante já que podia-se valer do Sindicato
ou até da reclamação verbal.
Nesse sentido, em recentes julgados, o nosso Tribunal têm o
seguinte entendimento quanto a questão de honorários
advocatícios a título de perdas e danos:

EMENTA: INDENIZAÇÃO POR PERDAS E DANOS.


ART.  389  DO  CÓDIGO CIVIL. HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS. LEI  5.584/70. SÚMULA 219 DO C.
TST. Por existir legislação específica e prioritariamente
aplicável ao Processo do Trabalho, mais especificamente a
Lei 5.584/70, que trata da questão dos honorários
advocatícios, e que condiciona sua condenação à assistência
ao empregado, na ação trabalhista, por sindicato de classe e
ao estado de miserabilidade, na acepção jurídica do
termo, resta inaplicável o teor do art.  389  do  Código
Civil  para sustentar condenação da Reclamada em
pagamento de indenização por perdas e danos
referentes aos honorários de advogado, sendo
aplicável ao caso, ainda, o teor do item I da Súmula
nº 219 do C. TST, que cristaliza o entendimento
jurisprudencial iterativo, notório e atual daquela
Corte, a respeito. Recurso Ordinário a que se dá provimento,
no aspecto. TRT/SP - 01630200607302004 - RO - Ac. 5ªT
20080473649 - Rel. ANELIA LI CHUM -
DOE 20/06/2008. (negrito e Grifo nosso)
EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO. HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS. INDENIZAÇÃO POR PERDAS E
DANOS.  Na Justiça do Trabalho a Lei 5.584/70 é que
estabelece o cabimento de honorários advocatícios, uma vez
não preenchidos os requisitos ali estabelecidos, que é o caso
dos autos, indevida a verba honorária. Ressalta-se que o
artigo 133 da Constituição Federal de 1988 não teve o
condão de afastar o jus postulandi na Justiça do Trabalho.
Súmula nº 219 do C. TST. Se a parte não faz jus à verba
honorária por não estar assistida pela entidade sindical, por
óbvio não pode obter a condenação do ex adverso ao
pagamento dessa verba sob o disfarce de indenização
por perdas e danos com base no art.  404  do  Código
Civil. TRT/SP - 00624200605502008 - RO - Ac. 12ªT
20080550686 - Rel. MARCELO FREIRE GONÇALVES - DOE
04/07/2008. (Negrito nosso)
Cumpre ressaltar que o art. 133 da Carta Magna não eliminou
o jus postulandi das partes no processo do trabalho, devendo-
se aplicar o disposto nas Leis nas: 5.584/70 e 1.060/50, esta
última com alteração introduzida pela Lei n.º 7.510/86.
Assim, são indevidos honorários advocatícios na Justiça do
Trabalho, vez que não preenchidos os requisitos das Leis acima
citadas, conforme se dessume a jurisprudência abaixo
mencionada:

“EMENTA:  HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.


INDEFERIMENTO NA JUSTIÇA DO TRABALHO. A
despeito de ter a Reclamante firmado declaração de
pobreza, não estando assistido pelo sindicato de
classe restam indevidos os honorários advocatícios
pela reclamada sucumbente. Incidência da Súmula
nº 219 do C. TST.  TIPO:  RECURSO ORDINÁRIO -
DATA DE JULGAMENTO: 12/05/2009 - RELATOR (A):
RICARDO ARTUR COSTA E TRIGUEIROS - ACÓRDÃO
Nº:  20090363684  -  PROCESSO Nº:  00937-2008-006-
02-00-8 - ANO: 2009 - TURMA: 4ª - DATA DE
PUBLICAÇÃO: 22/05/2009
EMENTA:  HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.
CABIMENTO. Verba honorária é incabível: a) não há
os requisitos da Lei  5.584/70, nos artigos  14  e
seguintes (Súmulas 219, 329 e OJ 304 e 305); b) o
art.  133  da  CF  não é auto-aplicável e não derrogou o
teor do art.  791  da  CLT. A verba honorária pela
sucumbência é indevida, já que as partes no processo
do trabalho possuem a capacidade postulatória. A
princípio, por outro fundamento, ou seja, pela
aplicação da responsabilidade civil e pelo princípio
da restituição integral, a parte que tem despesas com
honorários advocatícios tem o pleno direito de ser
ressarcida de acordo com os
artigos  389  e  404  do  Código Civil. Este é o
entendimento pessoal deste Juiz Relator. Contudo,
em atendimento à posição dominante da Turma,
rejeita-se o pedido de indenização pelos honorários
advocatícios contratuais ante os parágrafos iniciais
deste tópico.  TIPO:  RECURSO ORDINÁRIO - DATA
DE JULGAMENTO: 18/11/2010 - RELATOR (A):
EDILSON SOARES DE LIMA - ACÓRDÃO
Nº:  20101201472   -  PROCESSO Nº:  02242-2006-201-
02-00-3 - ANO: 2008 - TURMA: 12ª - DATA DE
PUBLICAÇÃO: 26/11/2010
Ressalte-se, ainda, que o pedido de honorários advocatícios
encontra óbice, ainda, na Súmula 219 do C. TST, que prevê o
pagamento de citada verba apenas para os casos em que a
Reclamante esteja assistido em Juízo por Sindicato de Classe e
perceba salário inferior ao dobro do mínimo legal e, ainda,
comprove não ter condições econômicas de arcar com os ônus
do processo, sendo certo que a Reclamante não se enquadra
em nenhum dos referidos requisitos, na medida em que,
contratou advogado particular e percebia salário superior ao
dobro do mínimo legal.

Outrossim, incabível a indenização pleiteada, na medida em


que a CLT, diploma legal aplicável nesta Justiça Especializada,
possui dispositivos aplicáveis específicos para o tema.
Neste sentido, colaciona a Ré recente jurisprudência:

EMENTA:  Honorários advocatícios. Indevidos. Não


configurada a hipótese preconizada pela
Lei  5.584/70, que dispõe acerca das hipóteses de
cabimento dos honorários advocatícios nesta Justiça
Especializada, ainda em vista do disposto no
artigo  133, da  Constituição Federal. Súmulas n. 219 e
329, do C. TST.  TIPO:  RECURSO ORDINÁRIO - DATA
DE JULGAMENTO: 16/11/2010 - RELATOR (A):
SILVIA REGINA PONDÉ GALVÃO DEVONALD -
ACÓRDÃO Nº:  20101202894  -  PROCESSO Nº:  01653-
2007-003-02-00-9 - ANO: 2009 - TURMA: 3ª - DATA
DE PUBLICAÇÃO: 26/11/2010
EMENTA:  HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. Os
honorários de advogado, na Justiça do Trabalho, são
devidos, apenas, quando o autor estiver assistido por
advogado de seu sindicato de classe, nos termos das
Súmulas 219 e 329, do C. TST.  TIPO:  RECURSO
ORDINÁRIO - DATA DE JULGAMENTO: 16/11/2010
-  RELATOR (A):  MERCIA TOMAZINHO - ACÓRDÃO
Nº:  20101203165  - PROCESSO Nº: 00646-2008-444-
02-00-9 - ANO: 2009 - TURMA: 3ª - DATA DE
PUBLICAÇÃO: 26/11/2010
EMENTA:  "Honorários Advocatícios - A Súmula 329,
o E. TST, manteve o entendimento de que, nesta
Justiça Especializada, o deferimento de honorários
advocatícios não depende de sucumbência, e, para
tanto a parte deve estar assistida por seu sindicato
profissional e, cumulativamente, perceber menos que
dois salários mínimos."TIPO:  RECURSO ORDINÁRIO
- DATA DE JULGAMENTO: 09/11/2010 - RELATOR
(A): ANA MARIA CONTRUCCI BRITO SILVA -
ACÓRDÃO Nº:  20101173568  -  PROCESSO Nº:  00448-
2008-011-02-00-1 - ANO: 2009 - TURMA: 3ª -DATA
DE PUBLICAÇÃO: 19/11/2010
Desta forma, resta especificamente impugnado o pleito
declinado no rol de pedidos que integra a exordial, devendo ser
declarada a IMPROCEDÊNCIA do pedido de condenação da
empresa ao pagamento de honorários advocatícios.
DO PEDIDO DE GRATUIDADE
A Reclamante pleiteia os benefícios da justiça gratuita sem
atender às exigências e formalidades previstas em lei, razão
pela qual deve ser-lhe negado o benefício.

Conforme ensina a doutrina e jurisprudências mais balizadas, a


justiça gratuita é forma de garantir o livre acesso ao Poder
Judiciário aos efetivamente necessitados, e não pode ser
utilizada como meio para a parte furtar-se ao pagamento de
custas e despesas processuais, prodigalizando um instituto de
direito processual tão importante à democracia.

Tanto esta assertiva é verdadeira, que a assistência judiciária


gratuita é destinada apenas e tão-somente àqueles que
COMPROVAREM real insuficiência material, conforme dispõe
o artigo 5º, inciso LXXIV da Constituição Federal, e o
artigo 2º da Lei número 1060/50, in verbis:
“Art. 5º. (...)
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e
gratuita aos que comprovarem insuficiência de fundos;”
(Grifo Nosso)
“Art. 2º Gozarão dos benefícios desta lei os nacionais e
estrangeiros residente no país, que necessitem recorrer à
Justiça penal, civil, militar ou do trabalho.
Parágrafo único. Considera-se necessitado, para os fins
legais, todo aquele cuja SITUAÇÃO ECONÔMICA não lhe
permita pagar as custas do processo e os honorários de
advogado, sem prejuízo do sustento próprio ou da família.”
(Grifo Nosso)
Se o constituinte condicionou a favor da gratuidade a prova de
insuficiência econômica (medida de proteção ao patrimônio
público), não cabe ao legislador ordinário dispensá-la (JTJ
196/239 e 240). Neste sentido:

“Assistência judiciária - parte que contratando advogado,


pede justiça gratuita tendo em vista não possuir condições
econômicas de pagar as custas do processo, sem prejuízo do
sustento próprio e de sua família - indeferimento em 1º grau,
lançado nos autos principais, que se mantém, improvido o
agravo de instrumento, superada a falta de preparo do
recurso ante a peculiaridade de voltar-se contra o
indeferimento da assistência judiciária. A própria agravante
limita-se a alegar a impossibilidade do pagamento de custas,
mas não da honorária advocatícia, tendo contratado
patronato.”Agravo de instrumento nº 340.508-4/3, Relator
Des. Marcos César, j. 2 de março de 2004." (Grifo Nosso)
“BENEFÍCIOS DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA. JUSTIÇA DO
TRABALHO. INDISPENSABILIDADE DA ASSISTÊNCIA
SINDICAL. A representatividade processual pelo sindicato da
categoria profissional é delimitadora da possibilidade de
concessão da benesse insculpida na Lei nº 1.060/50, no
âmbito do Judiciário Trabalhista. Exegese da regra do
artigo 5º, LXXIV, da Constituição Federal, que prevê a
assistência jurídica integral, pelo Estado, àqueles aptos a
usufruir dos benefícios da gratuidade da justiça, e do disposto
no artigo 14 da Lei nº 5.584/70. Ao exercer livremente a
opção de contratar advogado particular, despe-se, o
necessitado, da prerrogativa que lhe garante a legislação
comentada, não podendo mais valer-se desta condição, ainda
que eventualmente forneça declaração comprobatória de
fragilidade econômica.” Recurso Ordinário em Rito
Sumaríssimo - Data de Julgamento: 12/06/2003 - Relator
(a): Mariangela de Campos Argento Muraro - Acórdão
nº: 20030294473 - Processo nº: 00964-2002-063-02-00-0 -
Ano: 2003 - Turma: 2ª - Data de Publicação: 01/07/2003 -
Recorrente: Francisca Lourenço Fernandes - Recorrido (S):
Clean Mall Serviços S/C Ltda. (Grifo Nosso)
“Gratuidade judiciária trabalhista - Seja na forma do
Decreto-lei nº 229, de 28.02.1967 (revogado parágrafo 9º do
art. 789 da CLT), ou naquela prevista pela atual redação do
art. 790, parágrafo 3º, consolidado (Lei nº 10.537, de
27.08.2002, DOU de 28.08.2002, em vigor trinta dias após
sua publicação oficial), o benefício da justiça gratuita
trabalhista é faculdade que só pode ser exercida pela
autoridade jurisdicional quando o reclamante atender nos
autos os pressupostos fáticos e legais para tal gratuidade, sob
pena de estar-se abrindo mão de algo que pertence ao Estado,
do qual o Juiz é agente.” Recurso Ordinário - Data de
Julgamento: 10/06/2003 - Relator: Ricardo Verta Luduvice -
Revisor (a): Tânia Bizarro Quirino de Morais - Acórdão
Nº: 20030284109 - Processo nº: 51281-2002-902-02-00-4 -
Ano: 2002 - Turma: 5ª - Data de Publicação: 04/07/2003 -
Recorrente: Daniel Carvalho Da Silva - Recorrido (S): Orion
Transportes Ltda (Grifo Nosso)
“Inexiste arrimo legal para julgador de primeira instância
declarar beneficiário de gratuidade judiciária o reclamante
que não atende aos requisitos erigidos para tanto, contidos
nas Leis nº 1.060/50 (art. 4º) e 5.584/70 (art. 14).” Recurso
Ordinário em Rito Sumaríssimo - Data de Julgamento:
19/03/2002 - Relator: Ricardo Verta Luduvice - Acórdão
Nº: 20020176664 - Processo nº: 02871-2002-902-02-00-3 -
Ano: 2002 - Turma: 4ª - Ata De Publicação: 05/04/2002 -
Recorrente: Dolores Barbosa Malaquias - Recorrido (s): São
Paulo Transporte S/A E M Falida De Masterbus Transportes
Ltda (Grifo Nosso)
Ora, já não é sem tempo dessa D. Justiça Especializada, a
exemplo do que já vem ocorrendo com as Justiças Comum e
Federal, exigir do solicitante a efetiva comprovação da alegada
incapacidade econômica para efetuar o pagamento das custas
judiciais sem prejuízo do próprio sustento e de sua família.
A Lei nº 1.060/50, quando garante à parte o direito ao
benefício da assistência judiciária gratuita, pressupõe sua
assistência por advogado dativo, figura inexistente na Justiça
do Trabalho, que deve fazer representado conforme pelo
advogado do Sindicato Profissional, conforme artigo 14 da Lei
nº 5.584/70.
O próprio § 10 do artigo 789, da CLT, disciplina que “§ 10 - O
sindicato da categoria profissional prestará assistência
judiciária gratuita ao trabalhador desempregado ou que
perceber salário inferior a cinco salários mínimos ou que
declare, sob responsabilidade, não possuir, em razão dos
encargos próprios e familiares, condições econômicas de
prover à demanda”.
Por tais fundamentos, considerando-se que estão ausentes os
requisitos legais para a concessão dos benefícios da assistência
judiciária gratuita, mormente a falta de patrocínio da causa
pelo Sindicato da Categoria, deve ser INDEFERIDO o pedido
de gratuidade.

Todavia, caso concedida a gratuidade, requer, com fulcro


no parágrafo 1º do artigo 5º da Lei 1060/50, que Vossa
Excelência notifique o serviço de assistência judiciária para que
indique, no prazo de 2 (dois) dias úteis, o advogado que
patrocinará a causa do necessitado.
EXPEDIÇÃO DE OFÍCIOS
A Reclamada esclarece que por não ter dado ensejo a qualquer
irregularidade, resta especificamente contestado o pedido de
expedição de ofícios aos órgãos fiscalizadores.

Ademais, esta Especializada é órgão julgador, não fiscalizador


bem como, improcede de expedição de ofícios ao DRT, INSS,
CEF e Policia Federal, uma vez que trata-se desta justiça
especializada julgadora e não fiscalizadora e apenas “ ad
argumentandum” eventual infração à legislação trabalhista por
até equivocada interpretação ou omissão passível de integral
suprimento por decisão judicial não ensejam expedição de
ofícios a autoridades administrativas, para o fim de aplicação
de sanções cabíveis.
DA COMPENSAÇÃO
A Reclamada, ad cautelam, e sem prejuízo de todo o alegado,
requer a compensação dos valores pagos ao Reclamante,
devidamente corrigidos, nos termos do artigo 767 da CLT e do
enunciado 85 do TST.
DOS JUROS E DA CORREÇÃO MONETÁRIA
Em havendo condenação de títulos em favor do Reclamante,
requer seja computada a correção monetária a partir do sexto
dia útil do mês subseqüente ao laborado, tratando-se de
parcelas de natureza salarial, em conformidade com o
entendimento preponderante do Colendo Superior Tribunal:

“I- CORREÇÃO MONETÁRIA. ÉPOCA PRÓPRIA. A


Atualização monetária é devida imediatamente após o 5º dia
útil do mês subseqüente ao mês de trabalho. II- Imposto de
Renda (...)” RR nº 583958. Ano: 2000. TST. 5ªT. DJ de
26/05/2000, pág. 536. (Grifo Nosso)
“1- Imposto de Renda (...) 2- CORREÇÃO MONETÁRIA. A
jurisprudência desta Corte entende que a correção monetária
relativa a créditos trabalhistas flui a partir do sexto dia útil
subseqüente ao do vencimento da obrigação de pagar o
salário”. RR nº 462903. TST. 1ªT. DJ de 18/02/2000, pág.
86. (Grifo Nosso)
Com relação às verbas rescisórias, requer seja a correção
monetária aplicada a partir do décimo dia após a dispensa, nos
termos do art. 477, § 6º, da Consolidação das Leis Trabalhistas .
Caso alguma verba seja deferida, requer a Reclamada sejam os
juros contados a partir da data de ajuizamento da ação,
conforme disposto pelo art. 883 da Consolidação das Leis
Trabalhistas e Enunciado 200, do C. TST.
DO CRITÉRIO DE CÁLCULOS, CORREÇÃO
MONETÁRIA E DOS DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS
E FISCAIS
Inobstante ao pleito da Reclamante de levantamento do valor
total bruto oriundo de uma suposta condenação, sem que a
Reclamada efetue os devidos recolhimentos fiscais e
previdenciários e Imposto de Renda. Ocorre que a referida
pretensão é uma afronta à legislação positivada, não havendo
nenhuma sustentação legal para tanto, devendo ser julgado
absolutamente improcedente referido pleito.
Ademais, caso sejam deferidas eventuais verbas a Reclamante,
o cálculo deverá limitar-se aos seguintes critérios:

O valor dado à causa é inverossímil e, por isso, não deve ser


considerado, mesmo porque que não há qualquer
demonstração dos critérios por ele utilizados, o que inviabiliza
a defesa.

Por cautela, a Reclamada espera que, no cálculo de eventual


condenação, o que se admite em atenção ao princípio da
eventualidade, deverá limitar-se ao período imprescrito e aos
seguintes critérios:

- todos os valores deverão ser apurados em execução de


sentença, com a observância, mês a mês, da correta evolução
salarial da Reclamante;

- exclusão das parcelas não integrativas do salário;

- exclusão dos dias em que não houve efetiva prestação de


serviço, tais como, faltas, férias, feriados, licenças;

- aplicação da Súmula nº 147 do Colendo TST, no que


couberem;

- aplicação do contido na OJ nº 23 do Colendo TST, no caso de


condenação de horas extras;

- deve ser considerado o módulo semanal e não o número de


horas diárias trabalhadas para apuração de horas extras, sob
pena de bis in idem;
- os juros deverão ser aplicados na forma da legislação em
vigor a cada época do período não prescrito;

- das verbas condenatórias, deverão ser feitos os descontos


previdenciários, nos termos do art. 1º, da Lei nº 8.620, de
5.1.93 e, item 4.10 da Ordem de Serviço nº 73, de 7.4.93, do
INSS, bem como a retenção do Imposto de Renda, em
conformidade com o art. 46 da Lei nº 8.541, de 23.12.92,
observando-se, ainda, os provimentos 2/93 e 1/96, da
Corregedoria Geral da Justiça do Trabalho, descontos esses
que deverão ser efetuados do crédito total da Reclamante,
devidamente atualizado, com juros e correção monetária;
- seja aplicado o contido da Súmula 340, do TST, isto é, seja
considerado apenas o adicional das horas extras calculado
sobre o valor das comissões;

- em caso de procedência parcial, a condenação proporcional


nas custas, na proporção em que for vencida, dando-se assim a
correta interpretação ao art. 789, §§ 3º e 4º, da CLT;
- se for designada perícia, ainda que seja designada no curso do
processo, requer-se que sejam fixados, os honorários com base
no zelo, complexidade e tempo gasto, bem como o seu
pagamento nos termos do artigo 33, do CPC e Súmula 236, do
TST;
- retenção na fonte das parcelas devidas pelo empregado ao
INSS e IR calculadas sobre o calor bruto da condenação, para o
recolhimento ao órgão competente, a teor na Lei nº 8541/92 e
na Lei nº 8.620/93 e dos Provimentos nºs. 1 e 2, de 1993 e de
1996 da Corregedoria Geral da Justiça do Trabalho;
- correção e juros nos termos da Lei nº 8177/91, art. 39;
- descontos dos dias efetivamente não trabalhados;

- observação dos prazos prescricionais;

- remuneração fixada de acordo com a média dos recibos de


produção mensal.

- os juros e correção monetária devidos pelo deferimento de


eventual indenização por danos materiais por lucros cessantes
e emergentes, somente poderão ser aplicados a partir da data
da prolação da r. Sentença, uma vez que somente a partir desta
data serão reconhecidos.

Em caso de impugnação, pelo Reclamante, de qualquer


documento juntado à presente em cópia reprográfica, requer
seja deferido à Reclamada o benefício do artigo 830, in fine, da
Consolidação da Leis Trabalho.
Importante consignar que a não juntada de alguns documentos
com a defesa não gera presunção de veracidade quanto às
alegações da Reclamante, eis que, como é sabido, a prova
documental não é a única apta a comprovar a veracidade dos
fatos.

Mais a mais, é do Reclamante o ônus da prova de suas


alegações, a teor do disposto no artigo 818 da CLT c/c o artigo
333 do diploma processual civil, sendo consequentemente
necessário que a mesma prove, de forma insofismável, o
alegado na peça vestibular.
DA IMPUGNAÇÃO DOS PEDIDOS
Impugna-se TODOS os pedidos do Reclamante eis que
manifestamente improcedentes não merecendo guarida
inclusive o pedido de Dano moral.
REQUERIMENTO FINAL
Provará o alegado, por todos os meios de provas em direito
admitidos, especialmente pela juntada de documentos,
depoimento pessoal das partes, oitiva de testemunhas e todos
os outros que se fizerem necessários a perfeita instrução do
feito.

Por todo o exposto, protestando por todos os meios de prova


admitidas em direito, em especial, depoimento pessoal da
Reclamante sob pena de confessa e juntada de novos
documentos, requer a Reclamada seja apreciada a preliminar
acima arguida e no mérito seja a demanda
julgada INTEIRAMENTE IMPROCEDENTE, pois os
pedidos são impertinentes e descabidos e, ao final, seja o
reclamante condenado como LITIGANTE DE MÁ FÉ, com a
condenação da Reclamante em todos os consectários legais,
como medida da mais lídima JUSTIÇA!
Nestes termos,

Pede deferimento.

São Paulo, xx de xxxxxxxxxxxxx de 2016.


Lei nº 13.105 de 16 de Março de 2015
Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as
despesas processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei.
§ 1o A gratuidade da justiça compreende:
I - as taxas ou as custas judiciais;
II - os selos postais;
III - as despesas com publicação na imprensa oficial, dispensando-se a publicação em outros meios;
IV - a indenização devida à testemunha que, quando empregada, receberá do empregador salário integral, como se
em serviço estivesse;
V - as despesas com a realização de exame de código genético - DNA e de outros exames considerados essenciais;
VI - os honorários do advogado e do perito e a remuneração do intérprete ou do tradutor nomeado para apresentação
de versão em português de documento redigido em língua estrangeira;
VII - o custo com a elaboração de memória de cálculo, quando exigida para instauração da execução;
VIII - os depósitos previstos em lei para interposição de recurso, para propositura de ação e para a prática de outros
atos processuais inerentes ao exercício da ampla defesa e do contraditório;
IX - os emolumentos devidos a notários ou registradores em decorrência da prática de registro, averbação ou
qualquer outro ato notarial necessário à efetivação de decisão judicial ou à continuidade de processo judicial no qual
o benefício tenha sido concedido.
§ 2o A concessão de gratuidade não afasta a responsabilidade do beneficiário pelas despesas processuais e pelos
honorários advocatícios decorrentes de sua sucumbência.
§ 3o Vencido o beneficiário, as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de
exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos 5 (cinco) anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão
que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a
concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário.
§ 4o A concessão de gratuidade não afasta o dever de o beneficiário pagar, ao final, as multas processuais que lhe
sejam impostas.
§ 5o A gratuidade poderá ser concedida em relação a algum ou a todos os atos processuais, ou consistir na redução
percentual de despesas processuais que o beneficiário tiver de adiantar no curso do procedimento.
§ 6o Conforme o caso, o juiz poderá conceder direito ao parcelamento de despesas processuais que o beneficiário
tiver de adiantar no curso do procedimento.
§ 7o Aplica-se o disposto no art. 95, §§ 3o a 5o, ao custeio dos emolumentos previstos no § 1o, inciso IX, do presente
artigo, observada a tabela e as condições da lei estadual ou distrital respectiva.
§ 8o Na hipótese do § 1o, inciso IX, havendo dúvida fundada quanto ao preenchimento atual dos pressupostos para a
concessão de gratuidade, o notário ou registrador, após praticar o ato, pode requerer, ao juízo competente para decidir
questões notariais ou registrais, a revogação total ou parcial do benefício ou a sua substituição pelo parcelamento de
que trata o § 6o deste artigo, caso em que o beneficiário será citado para, em 15 (quinze) dias, manifestar-se sobre
esse requerimento.
Rescisão de contrato de trabalho
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO
DA ____ª VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE…

FULANA, brasileira, auxiliar de serviços gerais, portadora da


carteira de identidade de nº MG – xxx, com o CPF/MF nºxxx,
CTPS nº xxx e série xxx, PIS nºxxx, residente e domiciliado à
Rua xxx, nº, Bairro São Lucas, cidade/xx, vem respeitosamente
perante a Vossa Excelência propor:

AÇÃO DE RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

Em face de TAL, pessoa jurídica de direito privado, CNPJ de nº


xxx, situada na Rua xxx, nº, SL xx, Bairro xx, cidade/xx, CEP
xxx, o que faz de acordo com os fundamentos fáticos e
jurídicos a seguir expostos:

I.DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

Cumpre salientar que o Requerente não possui condições


financeiras de arcar com custas processuais e honorários
advocatícios, sem prejuízo ao seu próprio sustento e de sua
família, requerendo desde já os benefícios da justiça gratuita,
nos termos do artigo 4º da Lei 1.060/50, com redação
introduzida pela Lei7.510/86.

II.DOS FATOS

A Reclamante foi admitida pela Reclamada no mês de abril de


2013, para exercer Serviço de limpeza, percebendo o salário
mensal de R$ 400,00 + passagem totalizando o valor de
537,80 (quinhentos e trinta e sete reais e oitenta centavos).

A Reclamante cumpria uma jornada de 4 horas de segunda à


sexta, das 08h00min às 11h00min e aos sábados das
09h00min às 12h00min.
Ocorre que, apesar da relação de emprego ser inegável como
será demonstrado adiante, a Reclamada jamais assinou a
CTPS da Reclamante, bem como não efetuou os depósitos a
titulo de FGTS relativo ao período trabalhado.

No mês de abril de 2014, a Reclamante foi dispensada sem


justa causa, sem receber, contudo, nenhuma verba rescisória a
que possui direito de acordo com a legislação laboral pátria.

Tendo em vista os argumentos jurídicos a seguir apresentados,


interpõe-se a presente Reclamação Trabalhista no intuito de
serem satisfeitos todos os direitos da Reclamante.

III.DO DIREITO

1.DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO

A Reclamante não foi registrada pela Reclamada para exercer


a função de serviço de limpeza que foi admitida desde abril de
2013, permanecendo nessa função até o mês de abril de 2014,
quando foi dispensada injustamente.

Destaque-se que a Reclamante jamais teve sua CTPS


assinada pela Reclamada.

No art. 3º da CLT, o legislador trouxe o conceito de empregado


estabelecendo todos os requisitos necessários para que um
individuo seja reconhecido como empregado:

“Art. 3º – Considera-se empregado toda pessoa física que


prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a
dependência deste e mediante salário”.

Dessa forma, para ser considerado, é necessário que todos os


requisitos trazidos pela legislação estejam preenchidos
cumulativamente.

Durante todo o período em que a Reclamante prestou serviços


para a Reclamada, estiveram presentes todas as
características do vínculo de emprego, quais seja a
pessoalidade, onerosidade, subordinação e não eventualidade.
A Reclamante cumpria jornada de trabalho delimitada pelo
empregador, além do que trabalhava diariamente,
exclusivamente para a Reclamada, não podendo ser
substituída, e mediante ânimo subjetivo de perceber uma
contraprestação mensal.

Conforme se pode observar pelos documentos anexados à


presente inicial, o vínculo empregatício existente entre a
Reclamada e a Reclamante é inegável, tendo em vista que
esta laborava de forma subordinada, pessoal, onerosa e não
eventual.

Dessa forma, requer que seja reconhecido o vínculo


empregatício, para que a reclamada proceda à anotação da
CTPS da reclamante, surtindo todos os efeitos legais, como
pagamento referente a todas as verbas rescisórias e
indenizatórias, advindas da rescisão do contrato de trabalho
sem justa causa, bem como a liberação das guias de seguro
desemprego ou pagamento de indenização correspondente.

2.DO SALDO DE SALÁRIO

A Reclamante trabalhou no mês de abril de 2014, mês que foi


dispensada sem justa causa, nada recebendo a título de saldo
de salários.

De acordo com o art. 4º da CLT, considera-se como tempo de


serviço o tempo efetivamente trabalhado pelo empregado,
integrando-se os dias trabalhados antes de sua dispensa
injusta a seu patrimônio jurídico, consubstanciando-se direito
adquirido de acordo com o inciso IV do art. 7º e inciso XXXVI
do art. 5º, ambos da CF/88, de modo que faz a Reclamante jus
ao saldo salarial… Dias relativo ao período trabalhado no mês
da dispensa.

3.DO AVISO PRÉVIO INDENIZADO

Tendo em vista a inexistência de justa causa para a rescisão


do contrato de trabalho, surge para a Reclamante o direito ao
Aviso Prévio indenizado, prorrogado o término do contrato para
o mês de maio de 2014, uma vez que o § 1ºdo art. 487,
da CLT, estabelece que a não concessão de aviso prévio pelo
empregador dá direito ao pagamento dos salários do respectivo
período, integrando-se ao seu tempo de serviço para todos os
fins legais.

Dessa forma, o período de aviso prévio indenizado,


corresponde a mais 30 dias de tempo de serviço para efeitos
de cálculo do 13º salário, férias + 40%.

A reclamante faz jus, portanto, ao recebimento do Aviso Prévio


indenizado.

4.DAS FÉRIAS PROPORCIONAIS + 1/3

A reclamante tem direito a receber o período incompleto de


férias, acrescido do terço constitucional, em conformidade com
o art. 146,parágrafo único da CLT e art. 7º, XVII da CF/88.

O parágrafo único do art. 146 da CLT, prevê o direito do


empregado ao período de férias na proporção de 1/12 por mês
trabalhado ou fração superior a 14 dias.

Sendo assim, tendo o contrato iniciado no mês de abril de 2013


e terminado no mês de abril de 2014, a reclamante faz jus as
férias proporcionais acrescidas do terço constitucional.

5.DO 13º SALÁRIO PROPORCIONAL

As leis 4090/62 e 4749/65 preceituam que o décimo terceiro


salário será pago até o dia 20 de dezembro de cada ano,
sendo ainda certo que a fração igual ou superior a 15 dias de
trabalho será havida como mês integral para efeitos do cálculo
do 13% salário.

Assim, tendo iniciado o contrato da reclamante no mês de abril


de 2013 com o término em abril de 2014, deverá ser paga a
quantia de 12/12 em relação à remuneração percebida.

6.DO FGTS + MULTA DE 40%

Diz o art. 15 da lei 8036/90 que todo empregador deverá


depositar até o dia 7 de cada mês na conta vinculada do
empregado a importância correspondente a 8% de sua
remuneração devida no mês anterior.

Sendo assim, Vossa Exa. Deverá condenar a Reclamada a


efetuar os depósitos correspondentes todo o período da
relação de emprego, tendo em vista que a CTPS da
Reclamante não foi sequer assinada.

Além disso, por conta da rescisão injusta do contrato de


trabalho, deverá ser paga uma multa de 40% sobre o valor total
a ser depositado a título de FGTS, de acordo com § 1º do
art. 18 da lei8036/90 c/c art. 7º, I, CF/88.

IV.MULTA DO ART. 477 DA CLT

No prazo estabelecido no art. 477, § 6º, da CLT, nada foi pago


a Reclamante pelo que se impõe o pagamento de uma multa
equivalente a um mês de salário revertida em favor da
Reclamante, conforme § 8º do mesmo art.

V.MULTA DO ART. 467 DA CLT

A Reclamada deverá pagar a Reclamante, no ato da audiência,


todas as verbas incontroversas, sob pena de acréscimo de
50%, conforme art. 467 da CLT, transcrito a seguir:

“Art. 467. Em caso de rescisão de contrato de trabalho,


havendo controvérsia sobre o montante das verbas rescisórias,
o empregador é obrigado a pagar ao trabalhador, à data do
comparecimento a Justiça do Trabalho, a parte incontroversa
dessas verbas, sob pena de pagá-las acrescidas de cinquenta
por cento. ”

Dessa forma, protesta a Reclamante pelo pagamento de todas


as parcelas incontroversas na primeira audiência.

VI.DOS PEDIDOS

Diante das considerações expostas, requer:


1. Que seja deferido o benefício da assistência judiciária
gratuita, devido à difícil situação econômica da autora, que não
possui condições de custear o processo, sem prejuízo próprio.

2. A notificação da Reclamada para comparecer a audiência a


ser designada para querendo apresentar defesa a presente
reclamação e acompanha-la em todos os seus termos, sob as
penas da lei.

3. Julgar ao final TOTALMENTE PROCEDENTE a presente


Reclamação, declarando o vínculo empregatício existente entre
as partes, condenando a empresa Reclamada a:

a) Reconhecer o vínculo empregatício anotando a CTPS da


Reclamante no período de abril de 2013 a abril de 2014 na
função de Serviço de limpeza;

b) Pagar o Aviso Prévio indenizado, saldo de salário, 13º


salário proporcional, férias proporcionais + 1/3, os depósitos de
FGTS de todo o período acrescido de multa de 40% àtítulo de
indenização;

c) Liberar as guias do seguro-desemprego ou indenização


correspondente;

d) Pagar honorários advocatícios no patamar de 15% sobre a


condenação;

Além disso, condenar a Reclamada ao pagamento da multa


prevista no § 8º, do art. 477 da CLT, e, em não sendo pagas as
parcelas incontroversas na primeira audiência, seja aplicada
multa do art.467 da CLT, tudo acrescido de correção monetária
e juros moratórios.

Requer, ainda, seja a Reclamada condenada ao pagamento


das contribuições previdenciárias devido em face das verbas
acima requeridas, visto que caso tiverem sido pagas na época
oportuna, não acarretariam a incidência da contribuição
previdenciária.
Protesta provar o alegado por todos os meios no Direito
permitidos, notadamente oitiva de testemunhas e depoimento
pessoal.

Dá-se à causa o valor de R$… (…) para efeitos fiscais.

Nestes termos, pede e espera deferimento.

cidade, data

Advogado

OAB

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