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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DO TRABALHO DA.....


VARA DO TRABALHO DE SANTARÉM/PARÁ.

MARIA JOSÉ, brasileira, solteira, portadora da RG nº 970.970


SSP/PA e do CPF nº 479.479.479-34, residente e domiciliada nesta cidade
na Rua Xingú, 123, CEP 68.100-000, por sua advogada infra-assinada,
vem respeitosamente perante V. Excelência, propor a presente
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA contra, JOSÉ MARIA, brasileiro, casado,
comerciante, portador do RG nº321.123 SSP/PA e do CPF nº 321.321.321-10
residente e domiciliado nesta cidade na Av. Cânfora, 250, CEP: 68050-050, pelos
motivos de fato e de direito que passa a expor:

1- DADOS FUNCIONAIS:

Admissão: 01/04/2020 sem registro na CTPS.

Demissão: 10/03/2021 sem aviso prévio, sem justa causa e sem


nada receber de suas verbas rescisórias.

Função: Comerciária.

Salário: salário mínimo legal.

2- DA JUSTIÇA GRATUITA

A Reclamante Requer a concessão da justiça gratuita, nos termos do art.


5º, Inciso LXXIV da CF, art. 790 § 3º da CLT e nos termos do art. 4º da
Lei
1.060/50, por estar inserido nas leis antes citadas e desempregada, não podendo
dispor de recursos para demandar em juízo, sem prejuízo do sustento próprio e da
sua família. Para comprovação junta Declaração de Hipossuficiente, assinado pela
própria Reclamante.

3- DO CONTRATO DE TRABALHO E SUA JORNADA

A Reclamante foi contratada pelo próprio Reclamado para trabalhar em


seu estabelecimento no dia 01/09/2020, onde exercia a função de
comerciária, tendo a jornada de trabalho de 44 horas semanais, com salário
mensal de R$1.500,00 (um mil e quinhentos reais). Até que na data de
10/03/2021, a reclamante foi dispensada, sem justa causa, importante
ressaltar
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que a mesma ainda não havia recebido o salário referente ao mês de fevereiro de
2021 e mais 10 dias trabalhado no mês de março de 2021.

4- DO RECONHECIMENTO DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO

Muito embora sempre tenha laborado com pessoalidade, habitualidade,


subordinação e onerosidade, cumprindo, assim, todas as exigências do art. 3º da
CLT, jamais a Reclamante obteve o registro em sua CTPS. Assim agindo,
descumpriu o Reclamado às exigências trazidas pelo art. 29 do Diploma
Legal Consolidado.

Logo, requer o reconhecimento do vínculo de emprego entre as


partes, com as consequentes anotações em sua CTPS e dos registros funcionais;
saldo de salário; aviso prévio trabalhado; 13º salário proporcionais 2020 e 2021;
férias proporcionais 2020/2021; acréscimos constitucional sobre as férias;
multa do artigo 477 da CLT; multa do art. 467 da CLT no valor de R$-1.375,00;
FGTS do período trabalhado no valor de R$-600,00; FGTS da rescisão no
valor de R$-220,00 e multa de 40% sobre o FGTS.

5- DAS VERBAS RESCISÓRIAS E TRABALHISTAS

Durante o pacto laboral, a Reclamante apenas recebeu o seu salário fixo


mensal, em 01 (um) salário mínimo legal e ao ser demitido imotivadamente, não
recebeu o aviso prévio indenizado, os 13ºs salários proporcionais 2020 e
2021 devidos, as férias proporcionais acrescidas de 1/3 constitucional e o FGTS
com multa de 40% por demissão imotivada.

Também durante o pacto laboral o Reclamado não efetuou o pagamento


das horas extras trabalhadas habitualmente, no total de 17,12 mensais, com
acréscimo de 50% da hora normal e os reflexos dessas verbas no aviso prévio,
13º salários, férias com 1/3, RSR e FGTS com 40%.

Como não houve o pagamento das verbas rescisórias do obreiro no prazo


legal, é devido a multa do artigo 477 da CLT, no valor da maior
remuneração mensal do Reclamante, em consonância com a OJ 351 da SBDI – 1
do TST.

Por último, o Reclamado deve efetuar o pagamento das verbas rescisórias


incontroversas, na primeira audiência, sob pena de pagá-las com acréscimo
de
50%, nos termos do artigo 467 da CLT.

6- DOS RECOLHIMENTOS PREVIDENCIÁRIOS E MULTA DO ART. 47


DA CLT
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Requer que seja informado aos órgãos competentes, o não pagamento das
verbas previdenciárias pelo Reclamado para que seja condenado a efetuar
os recolhimentos previdenciários da Reclamante, levando em conta que
nenhum recolhimento foi efetuado. Também requer seja informado à Delegacia
Regional do Trabalho sobre a infringência do art. 41 da CLT, para a cobrança da
multa do art. 47 da CLT.

7- DOS PEDIDOS

Pelos motivos acima discorridos, requer a TOTAL PROCEDÊNCIA da


presente demanda com a condenação do RECLAMADO ao pagamento dos
pedidos abaixo, com fulcro na Constituição Federal, CLT e demais
disposições legais pertinentes ao caso:
Requer:
a) Que seja acolhido o pedido da justiça gratuita, diante do previsto no art.
4º, da Lei n° 1060/1950 e art. 790, §3º, da CLT;
b) Que sejam realizadas as devidas anotações na CTPS, da reclamante,
abrangendo a data de admissão e dispensa, sob pena de multa diária;
c) A condenação do reclamado para que seja realizado o pagamento das
verbas que seguir serão expostas:

Descrição do Bruto Devido ao Reclamante Valores em Reais


SALDO DO SALÁRIO (R$1.500,00/30x10 dias) R$-500,00
AVISO PRÉVIO R$-1500,00
13ª SALÁRIO 2020 EM 04/12 (R$1.500,00/12 meses x 4) R$-500,00
13º SALÁRIO 2021 EM 02/12 (R$1.500,00/12 meses x 2) R$-250,00
FÉRIAS PROPORCIONAIS 2020 E 2021 EM 6/12 (R$125,00X6) R$-750,00
1/3 SOBRE AS FÉRIAS (R$750,000/3) R$-250,00
FGTS DO PERÍODO TRABALHADO R$-600,00
FGTS DA RESCISÃO R$-220,00
MULTA DO ARTIGO 467 DA CLT SOBRE O 13º SALÁRIO R$-1.375,00
MULTA DO ARTIGO 477 DA CLT (SALÁRIO) R$-1.500,00
MULTA SOBRE FGTS 40% (R$600,00+R$220,00=R$820X40%) R$-328,00
Total R$-7.773,00

Desta feita, protesta o alegado por todos os meios de provas aceitas em


direito, principalmente prova documental e testemunhal.

Dá-se a causa o valor de R$7.773,00 (sete mil e setecentos e setenta e


três reais)

8- DOS REQUERIMENTOS
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Do exposto, requer a notificação do RECLAMADO para apresentar a


defesa que entender conveniente, em audiência a ser designada por essa MM.
Vara do Trabalho, sob pena de aplicação dos efeitos da revelia e
confissão, devendo ao final, o RECLAMADO ser condenado ao pagamento
do principal acrescido de atualização monetária, de juros legais e demais
cominações de praxe.

Requer a aplicação do ônus da sucumbência no percentual de 15%


do valor atualizado da condenação, com fulcro no art. 791-A da CLT.

Requer provar o alegado por todos os meios de provas em direito


admitidas, especialmente pelo depoimento pessoal do RECLAMADO, oitiva
de testemunhas, juntada de documentos, expedição de ofícios e precatórias,
perícia e demais provas pertinentes.

Fica desde já, consignado o requerimento de que seja efetivada a


execução da sentença, após o trânsito em julgado da mesma, estando
cumprida a exigência do art. 878 da CLT.

Requer, conforme preceitua o §1º do artigo 832 da CLT:

“Quando a decisão concluir pela procedência do pedido, determinará


o prazo e as condições para o seu cumprimento.”

Deste modo, considera-se dever legal do juízo o cumprimento do princípio


constitucional da Razoável Duração do Processo de acordo com o artigo
5º, LXXVIII, da nossa Carta Magna, impor multa diária que dê força a sentença em
execução, promovendo assim, a celeridade e a efetividade do processo.

Por outro lado, robustecendo a aplicabilidade do referido princípio


acima mencionado, nosso Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 8ª
Região já pacificou o entendimento de aplicação da multa de 10% a luz do §1º do
artigo 832 da CLT, sendo que publicou a Súmula 31 que tem a seguinte redação:

“CONDIÇÕES PARA CUMPRIMENTO DA SENTENÇA. Compete ao Juiz


do Trabalho estabelecer prazo e condições para cumprimento da sentença,
inclusive fixação de multas e demais penalidades (Artigos 652, d; 832, § 1º, e 835,
todos da CLT)”. (Aprovada por meio da Resolução Nº 41/2015, em sessão do dia
6 de julho de 2015)

Conforme o apresentado e a sentença proferida e liquidada pelo


juízo, requer a Reclamante, que condene o Reclamado em multa diária de 10% do
valor
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que for condenada caso não efetue o pagamento em 48 horas após o


trânsito julgado da decisão, independentemente de citação.

Nestes termos, pede deferimento.

Santarém, 15 de setembro de 2021.

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ÉLIDA FERREIRA DE OLIVEIRA
SILVA
OAB/PAXXXX

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