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EXMO. SR. DR.

JUIZ DA VARA DO TRABALHO DA CIDADE

PEDRO DOS SANTOS, solteiro, residente e domiciliado na Av. X, nº. 0000, em


Cidade XXXX– CEP nº. 00000-000, inscrito no CPF(MF) sob o nº. 444.333.222-11,
com endereço eletrônico ficto@ficticio.com.br, ora intermediado por seu mandatário ao
final firmado – instrumento procuratório acostado –, esse com endereço eletrônico e
profissional inserto na referida procuração, o qual, em obediência à diretriz fixada no
art. 287, caput, do Código de Processo Civil, indica-o para as intimações que se
fizerem necessárias, vem, com o devido respeito à presença de Vossa Excelência, sob
o Rito Comum, com supedâneo nos arts. 9º c/c 840, § 1º, da CLT, para ajuizar a
apresente 

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

contra TAF LTDA, pessoa jurídica de direito privado, estabelecida na Rua ZzZ, nº.
0000, nesta Capital – CEP nº. 55444-33, inscrita no CNPJ(MF) sob o nº.
00.111.222/0001-33, endereço eletrônico xista@xista.com.br, em razão das
justificativas de ordem fática e de direito, tudo abaixo delineado.

( a ) Benefícios da justiça gratuita


O Reclamante, máxime alicerçado nos documentos ora carreados, assevera sua
insuficiência financeira.
Diante disso, abrigado no que rege o § 3º, do art. 790, da CLT, requer o benefício da
justiça gratuita. Ressalva, ainda, para isso, que seu patrono detém essa prerrogativa,
a qual se encontra inserta no instrumento procuratório acostado. (CPC, art. 99, § 4º c/c
105, in fine).

1. DOS FATOS

2. NO MÉRITO

2.1. Direitos trabalhistas devidos do vínculo empregatício


 
                                               Ante o que fora exposto, impõe-se a conclusão de que o
Reclamante laborou, em verdade, na condição de empregado, sendo remunerado na
forma de salário fixo mais comissões originárias das receitas obtidas na cobrança de
devedores. Considerando, pois, o reconhecimento do vínculo empregatício e a
inexistência de comprovante de quitação das parcelas salariais e rescisórias, a
Reclamada deve ser condenada nas parcelas abaixo requeridas.

2.1.1 Aviso prévio indenizado

O Reclamante fora dispensado, sem justa causa, no dia 00 de setembro de 0000,


contudo sem o pagamento do aviso prévio indenizado. (CLT, art. 487, § 1º c/c CF, art.
7º, inc. XXI )
Urge estipular que a data do término do aviso prévio indenizado deve corresponder à
data da baixa da CTPS. (OJ nº 82 da SDI – I do TST)
Ressalte-se, mais, que o aviso prévio indenizado deve compor o cálculo do FGTS
(Súmula 305, do TST), assim como a sua projeção de proporcionalidade de férias e do
décimo terceiro salário.

2.1.2 Décimo Terceiro salário

Uma vez que o Reclamante foi demitido sem justa causa, o mesmo faz jus ao décimo
terceiro salário, na forma integral e proporcional (CF, art. 7º, inc. VIII c/c Lei nº
4090/62, art. 3º).                      
Deverão ser tomadas como base de cálculo as comissões (salário variável) mais horas
extras (Súmula 45, do TST), devidamente atualizadas (OJ nº 181 da SDI – I do TST e
Súmula 376, inc. II, do TST), apurado na forma do que dispõe o Regulamento da
Gratificação Natalina. (Decreto 57.155/65, art. 2º).

2.1.3 Férias

O reclamante relata que nunca gozou o descanso, muito menos recebeu os valores
referentes às férias durante todo o pacto laboral, embora algumas vezes tenha sido
chamado ao escritório da empresa reclamada para que assinasse papéis
relacionados a este fim, momento em que o empregador se valendo da
vulnerabilidade deste empregado, coagiu o mesmo a assinar ainda que não
recebesse o valor devido nem gozasse do período de descanso assegurado por lei,
o que o fez com que a relação trabalhista entre as partes fosse completamente
prejudicada, afinal foram xxx anos de trabalho sem o descanso anual legal, justo e
merecido, assim, o trabalhador, sentindo-se lesado, decidiu, neste momento buscar
o respaldo jurídico para obter seu direito.
Nesse sentido, o art. 130 da CLT dispõe que o reclamante tem direito a um período
de férias correspondente a cada doze meses trabalhados, já o
art. 137 da CLT dispõe que as férias que não forem gozadas ou pagas dentro do
período concessivo, previsto no art. 134 da CLT, serão pagas em dobro sobre o
valor da respectiva remuneração.

Como é de notório conhecimento jurídico, no caso de cessação do contrato laboral, o


empregado, dependendo da modalidade de rescisão contratual, qualquer que seja a
causa, perceberá proporcionalmente os valores inerentes as suas férias, vejamos:

 Art. 146 - Na cessação do contrato de trabalho, qualquer que seja a sua causa, será
devida ao empregado a remuneração simples ou em dobro, conforme o caso,
correspondente ao período de férias cujo direito tenha adquirido.

Parágrafo único - Na cessação do contrato de trabalho, após 12 (doze) meses de


serviço, o empregado, desde que não haja sido demitido por justa causa, terá direito
à remuneração relativa ao período incompleto de férias, de acordo com o art. 130, na
proporção de 1/12 (um doze avos) por mês de serviço ou fração superior a 14
(quatorze) dias.

 Sendo assim, em virtude da rescisão indireta do contrato de trabalho, são devidos


os valores inerentes aos períodos de férias adquiridos, por parte do ora reclamado,
pelos períodos de 2022 a 2023, estas vencidas e em dobro, devendo o reclamado,
ser condenado ao pagamento das férias vencidas em dobro e igualmente ao valor do
período de férias simples proporcional ao ano de 2022, resultando no valor de R$
xxxxx c/ multa do art. 467 da CLT- R$ xxxxx

2.1.4 Depósito e Saque do FGTS


 
Do quadro fático delimitado, verifica-se que o Reclamante fora demitido, sem justa
causa. Nesse diapasão, reconhecido o vínculo de trabalho em debate, o Reclamante
merece o pagamento do FGTS do período trabalhado, acrescido da multa de 40%
(quarenta por cento). (CF, art. 7º, inc. III c/c Lei 8.036/90, art. 18, § 1º)
 Essa deverá incidir sobre todas as parcelas de caráter remuneratório, inclusive o
adicional de horas extras e aviso prévio indenizado. (CLT, art. 457, § 1º; c/c Súmulas
63 305, do TST)
 Levando-se em conta que os valores do FGTS decorrerão de condenação judicial,
não incidirá, na hipótese, a correção (administrativa) nos moldes previstos no art. 13,
da Lei nº. 8036/90. Assim sendo, haja vista que a sentença judicial tem caráter
trabalhista, os valores em liça serão atualizados pela forma prevista na Lei nº.
8.177/91(art. 39), ou seja, Taxa de Referência (TR) mais 1%(um por cento) de juros ao
mês.

O caso em análise é daqueles onde a Lei do FGTS permite o saque pelo empregado,
no caso demissão sem justa causa. (Lei nº. 8036/90, art. 20). Deste modo, o
Reclamante pede a condenação da Reclamada a pagar diretamente àquele as
quantias devidas pelo período que deixou de depositar o FGTS, com os acréscimos
legais antes ventilados.

2.2. DAS VERBAS RECISÓRIAS

No momento da recisão contratual, o reclamante não percebeu as verbas recisórias


inerentes à demissão sem justa causa, fazendo jus portanto, ao pagamento de aviso
prévio, férias vencidas acrescidas de 1/3 , 13° salário proporcional (6/12), multa
rescisória (FGTS 40%), saldo de salário (20 DIAS), e demais verbas rescisórias.

2.2.1 DA MULTA DO ARTIGO 477 DA CLT

Não pagando as verbas rescisórias no prazo da lei, tem o reclamante direito de


receber a multa que trata o parágrafo 8 ° do Artigo 477 da CLT.

3. DOS PEDIDOS:

 Em face dos fatos acima elencados, o RECLAMANTE postula a procedência total da
ação, com acolhimento dos pedidos abaixo:

·                    que seja declarada, liminarmente, a Rescisão indireta do contrato de


trabalho, com fulcro na alínea d e § 3° do artigo 483 da CLT - R$ inestimável; e

·                    se realize a baixa na CTPS com as devidas anotações (atualização de


função e remuneração) e sua devolução ao obreiro – R$ inestimável;

·                    seja a RECLAMADA condenada ao pagamento das verbas contratuais


e rescisórias em audiência, quais sejam:

      a) do aviso prévio indenizado R$ xxxx  c/ multa do art. 467 da CLT- R$ xxx;
      b)  do 13º salário retroativos em atraso e 13º proporcional - R$xxxx c/ multa do
art. 467 da CLT- R$ xxxx ;

   

Além disso, deverá comprovar nos autos os recolhimentos previdenciários referentes


a todas as verbas, o que se requer;

·                    Seja a RECLAMADA condenada ao pagamento da multa prevista no


art. 477 da CLT, pelo não pagamento das verbas do tempo legal – R$ xxxx;

·                    Apresentar o TRCT (Termo de Rescisão de Contrato de Trabalho)


devidamente preenchido e acompanhado das guias de seguro-desemprego ou em
sua falta ou recusa seja compelida a arcar com o valor indenizatório correspondente
as parcelas devidas - R$ xxxxx

·                    A arcar com o pagamento dos valores correspondentes a IR e INSS


que serão descontados dos créditos deferidos ao Reclamante, visto que deixou de
adimplir as mesmas em tempo oportuno – R$ xxxxx;

·                    Seja a RECLAMADA condenada ao pagamento de custas e demais


despesas processuais, inclusive em honorários advocatícios, estes arbitrados em
15% (quinze por cento), a teor do Art. 791-A da CLT – R$ xxxx;

·                    Seja a Ré condenada ao pagamento de indenização por danos morais


(extrapatrimoniais) em decorrência da retenção da CTPS do obreiro por prazo além
do autorizado por lei cuja, quantificação é encargo do Juízo, a luz do que disciplina o
artigo 223-G da CLT. R$ xxxxx;

Requer ainda que:

·                    Seja a RECLAMADA condenada ao pagamento da atualização


monetária e juros de mora sobre os créditos deferidos o RECLAMANTE, na forma
estipulada em Lei – R$ a apurar;

·                    A notificação da RECLAMADA, nas pessoas de seus representantes


legais, para comparecerem em audiência e apresentarem defesa, sob pena de
revelia e confissão quanto a matéria de fato;
·                    A produção de todos os demais meios de prova em direito admitidos,
em especial a documental e testemunhal, e outras que forem necessárias, além dos
depoimentos pessoais dos representantes legais da reclamada;

·                    Determinar, por fim, que as publicações, intimações e/ou notificações


se façam exclusivamente em nome dos advogados, sob pena de nulidade.

Dá à causa o valor de R$ xxxx para os efeitos de lei.

Nestes termos,

Pede e espera justo deferimento.

LOCAL, DATA

Advogada OAB/XX n°XXXXX

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