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AO JUÍZO DA XX VARA DO TRABALHO DE

FORTALEZA/CE

JOÃO, nacionalidade XXX, estado civil XXX, auxiliar administrativo, CPF XXX,
RG XXX, endereço XXX, vem, ao douto juízo, por intermédio de seu advogado
infra assinado anexo XXX, com escritório profissional no endereço XXX, onde
recebe intimação ou notificação, com fulcro no art. 840 da CLT, PROPOR:

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA, pelo rito ordinário

Em face de COMPANHIA DE ATLETISMO MOVIMENTANDO O BRASIL


LTDA, qualificação, endereço situado à rua XXX, pelos fatos e fundamentos a
seguir aduzidos.

I – MÉRITO

1. Do salário in natura

Em se tratando do salário in natura, insta salientar que o (a) reclamado(a)


guarnecia o reclamante, um automóvel Peugeot 207, para fins particulares, no
qual o aluguel se dava em aproximadamente R$ 600,00, VALORES ESSES
QUE NÃO FORAM CONSIDERADOS DO CÔMPUTO DOS DIREITOS
TRABALHISTAS.
Com fulcro no art. 458, caput, da CLT, de forma apensa ao pagamento em
dinheiro ora salário, as prestâncias e proficuidades fornecidas pelo empregador
ao empregado, possuem natureza salarial, devendo tais valores constar em
suas projeções de dispensa, bem como sua respectiva retificação com fulcro
no art. 29, § 1º, da CLT.
Ante o exposto, requere-se a integração dos valores referentes ao aluguel do
veículo no salário do reclamante para a devida retificação nos reflexos em
verbas contratuais e resilitórias, bem como a retificação da CTPS do
reclamante para constar o salário in natura.

2. Horas extras

No que tange às horas extras, insta salientar que o obreiro laborava de


segunda-feira à sexta-feira das 8h às 17h com 15 minutos de intervalo.
Com fulcro no arts. 7º XIII da CF e art. 58 da CLT, resta cristalino que a
jornada deve ser de no máximo 8 horas.
Ante o exposto, requere-se que a reclamada venha ser condenada ao
pagamento das horas extras prestadas pelo obreiro à reclamada e seus
devidos reflexos das verbas contratuais e resilitórias.
3. Intervalo intra-jornada

No que tange ao intervalo intra-jornada, insta salientar que o obreiro laborava


de segunda-feira à sexta-feira das 8h às 17h com 15 minutos de intervalo.
Com fulcro no art. 71, caput, da CLT, o labor que excede 6 horas diárias faz
com que o obreiro usufrua direito à intra-jornada de 1 hora, dos quais se
ressalta que a empresa não observava tal determinação como compreende a
CLT.
Ante o exposto, requere-se que a reclamada venha ser condenada ao
pagamento do período que compreende de 45 minutos diários, acrescidos de
50%, nos termos do art. 71, § 4º, da CLT.

4. Da substituição em virtude de férias

No que tange a substituição em virtude de férias, Insta salientar que o


reclamante fez a substituição da Sra. Márcia Atalaia, sua então supervisora
administrativa, tal substituição deu-se no período em que compreendia as
férias da Sra. Márcia Atalaia, frisa-se que tal substituição fora efetuada sem
qualquer soma ao reclamante.
Ressaltamos ainda que a Sra. Márcia Atalaia, (supervisora), percebia de um
adicional de 40% ao salário pela função de (gerência) que a mesma possuía.
Com entendimento basilar na Súmula 159 do TST, item I, o “substituto fará jus
ao salário contratual do substituído.”
Ante o exposto, requere-se que a reclamada venha ser condenada no tocante
as diferenças salariais correspondente à diferença salarial correspondente ao
mês em que compreende a substituição laboral.

5. Devolução do desconto

No que tange à devolução do desconto, frisa-se que o reclamante teve 05 dias


descontados de seus créditos salariais por motivo de falta, acontece que o
obreiro faltou esses 05 dias consecutivos em VIRTUDE DO NASCIMENTO DE
SEU FILHO.
Resta cristalino o constante em nossa CARTA MAGNA art. 7º, XIX, em se
tratando da licença paternidade e ainda pelo art. 10, § 1º, do ADCT,
Ante o exposto, requere-se que a reclamada venha ser condenada a devolução
dos 5 dias descontados do salário do reclamante.

6. Da transferência temporária

No que tange à transferência temporária, insta salientar que a reclamada abriu


uma filial em cidade diversa a do labor do obreiro, neste ínterim, o reclamado
transferiu o obreiro no período de 02 meses para a nova filial, com o intuito de
que o obreiro pudesse treinar os novos funcionários da empresa, ressalta-se
que no mencionado período o obreiro não recebeu nenhuma remuneração pelo
período compreendido.
Com fulcro no art. 469, § 3o, da CLT, em se tratando de transferência
provisória, o empregador fica incumbido de pagar adicional e que não seja
inferior a 25% do salário que o empregado recebia.
Ante o exposto, requere-se que a reclamada venha ser condenada ao
pagamento do adicional referente ao período em que perdurou a transferência.

7. Verbas rescisórias

O reclamante foi admitido em 02 de janeiro de 2018 e demitido no dia 12 de


junho de 2018 sem justa causa, tendo o seu aviso prévio indenizado, sem
receber qualquer rescisória.
Ante o exposto, requere-se que a reclamada venha ser condenada ao
pagamento de todas as verbas rescisórias da extinção do contrato de trabalho
sem justa causa, que compreendem: saldo de salário (12 dias), aviso prévio
(30 dias), 13o salário (6/12) e férias proporcionais acrescidas de 1/3 (6/12) e
multa de 40% do FGTS. Bem como requer a anotação da extinção na CTPS
para levantamento do FGTS e requerimento do seguro-desemprego
considerando o aviso prévio indenizado (art. 29, § 2o , “c”, da CLT e OJ 82 da
SDI-1 do TST).

8. Multa do art. 467

Do artigo 467(caput) da CLT, extrai-se que a partir do término do contrato


de trabalho, caso proposta demanda judicial para discuti-lo, ao
empregador é obrigatório o pagamento das verbas rescisórias cuja parte
é incontroversa, já na primeira audiência, e, caso não o faça, terá de pagá-la
em dobro.Deste modo, desde já, o reclamante requer o pagamento na
primeira audiência, das parcelas incontroversas, sob pena de incidência
da multa prevista no artigo 467 da CLT.

9. Multa do art. 477

Tendo em vista o atraso no pagamento da multa de 40% do FGTS, e sendo


esta típica verba rescisória, requer a aplicação da multa do art. 477, 8§, da
CLT:

ATRASO NO PAGAMENTO DA MULTA DE 40% DO FGTS.


MULTA DO ART. 477 §8º, DA CLT. INCIDÊNCIA DEVIDA. A multa
prevista no §8º do art. 477 da CLT deve incidir no caso de
irregularidades no recolhimento do FGTS, pois referida parcela
possui natureza de verba rescisória, nos termos da jurisprudência
do TST(TRT12 –TOT –0000662-63.2016.5.12.0027, Rel QUEZIA
DE ARAUJO DUARTE NIEVES GONZALES, 3ª Câmara, Data
de Assinatura: 23.05.2020).AGRAVO DE INSTRUMENTO EM
RECURSO DE REVISTA SOB A ÉGIDE DA LEI Nº 13.437/2017
–MULTA DO ART. 477, §8º, DA CLT –ATRASO NO PAGAMENTO
DA MULTA DE 40% (QUARENTA POR CENTO) DO FGTS. Nos
termos da jurisprudência desta Eg. Corte Superior, a multa do
FGTS possui natureza de verba rescisória, razão pela qual a
multa do art. 477, §8º da CLT deve ser aplicada no caso de
irregularidade no recolhimento da parcela.Julgados. Agravo
deInstrumento a que se nega provimento. (AIRR-827-
202017.5.20.0006, 8ª Turma, Relatora: Ministra Maria Cristina
Irigoyen Peduzzi, CEFT 22/11/2019).

Assim, requer-se a condenação da reclamada ao pagamento da multa do art.


477, §8º, equivalente ao salário do reclamado, na importância de R$
1.800,00.

10. Honorários advocatícios

Os honorários advocatícios de sucumbência são devidos de acordo com o


art. 791-A, ao que se preza da alteração legislativa no âmbito trabalhista
(Lei 13.467/2017), quando da procedência dos pleitos exordiais.Deste
modo, requer a condenação da reclamada no importe de
15%,observados os cumprimentos dos requisitos estabelecidos no art.
791-A, §2° e seus incisos.

II - PEDIDOS Diante do exposto, requer:

A) A integração dos valores referentes ao aluguel do veículo no salário do


reclamante para a devida retificação nos reflexos em verbas contratuais e
resilitórias, bem como a retificação da CTPS do reclamante para constar o
salário in natura;

B) requere-se que a reclamada venha ser condenada ao pagamento das horas


extras prestadas pelo obreiro à reclamada e seus devidos reflexos das verbas
contratuais e resilitórias no valor de R$ XXX;

C) requere-se que a reclamada venha ser condenada ao pagamento do


período que compreende de 45 minutos diários, acrescidos de 50%, nos
termos do art. 71, § 4º, da CLT no valor de R$ XXX;

D) requere-se que a reclamada venha ser condenada no tocante as diferenças


salariais correspondente à diferença salarial correspondente ao mês em que
compreende a substituição laboral no valor de R$ XXX;
E) requere-se que a reclamada venha ser condenada a devolução dos 5 dias
descontados do salário do reclamante no valor de R$ XXX;

F) requere-se que a reclamada venha ser condenada ao pagamento do


adicional referente ao período em que perdurou a transferência no valor de R$
XXX;

G) requere-se que a reclamada venha ser condenada ao pagamento de todas


as verbas rescisórias da extinção do contrato de trabalho sem justa causa, que
compreendem: saldo de salário (12 dias), aviso prévio (30 dias), 13o salário
(6/12) e férias proporcionais acrescidas de 1/3 (6/12) e multa de 40% do FGTS.
Bem como requer a anotação da extinção na CTPS para levantamento do
FGTS e requerimento do seguro-desemprego considerando o aviso prévio
indenizado (art. 29, § 2o , “c”, da CLT e OJ 82 da SDI-1 do TST) no valor de R$
XXX;

H) Requer a multa prevista no artigo 467 da CLT, no valor de R$ XXX;

I) Requer a multa do artigo 477 da CLT, no valor de R$ XXX.

Atribui-se à causa o valor de R$ XXXX

Nestes termos, pede deferimento.

Local e data.
Advogado (a)
OAB no

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