Você está na página 1de 5

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ___ VARA DO

TRABALHO DE SETE LAGOAS/MG.

Nelson Aviz, _____, _____, auxiliar de serviços gerais, nascido em __/__/__,


filho de ____, portador do RG nº ____, CPF nº_____, CTPS nº_____, série
_____, PIS nº ______, residente e domiciliado à ______, CEP _____, e
endereço eletrônico ______, vem a Vossa Excelência, por intermédio de seu
advogado, inscrito na OAB/UF, sob n. ___, cujo escritório estabelecido à
______, CEP _____, e-mail _____, conforme Procuração anexa, com fulcro no
artigo 840, § 1º da Consolidação das Leis do Trabalho, combinado com artigo
319 do Código de Processo Civil, aplicado supletiva e subsidiariamente por
força do artigo 769 da CLT e artigo 15 do CPC, propor a presente

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

Pelo rito sumaríssimo, em face de Alfa Ltda, pessoa jurídica de direito privado,
inscrita no CNPJ nº ____, representada por ____, estabelecida em ________
Sete Lagoas/MG, CEP ____, conforme fatos e fundamentos de direito a seguir
expostos:

1 – DOS FATOS

O reclamante fora admitido, pela reclamada, em 17/12/2017 para cumprir


jornada das 20h às 5h como auxiliar de serviços gerais de segunda-feira a
sábado, recebendo como salário R$1.200,00 (mil e duzentos reais), porém
desempenhara função de técnico de informática até 28/04/2018, data de sua
demissão por justa causa em razão de conduta inadequada. O reclamante
afirma nada ter feito para motivar a justa causa, que contava com apenas 20
minutos para refeição, que o local de trabalho era de difícil acesso e o
transporte fornecido pela reclamada lhe custava 2 horas de viagem para ir e
voltar do local de trabalho, que nunca recebera a cota correspondente ao
salário-família e que, em razão da demissão, não teria recebido qualquer
indenização, apenas o saldo salarial do último mês.

2 – DOS DIREITOS

2.1 – DA INEXISTÊNCIA DA JUSTA CAUSA:

O reclamante fora demitido de sua função por alegada justa causa por conduta
inadequada em 28/04/2018 sem que houvesse a clara e evidente observância
dos incidentes taxados no rol do art. 482 da Consolidação das Leis
Trabalhistas, o que também não conforma com o art. 818, II da CLT e 373, II do
CPC e, por consequência, confere ao reclamante o direito ao recebimento das
verbas rescisórias típicas, à saber Aviso Prévio; 13º salário proporcional; Férias
proporcionais acrescidas de ⅓; Guia para saque do FGTS; Indenização de
40% sobre o FGTS e formulário para pagamento do seguro desemprego.

2.2 - DAS HORAS EXTRAS:

O reclamante, enquanto funcionário contratado da reclamada, trabalhara em


jornada de 20 h às 5 h, desfrutando de apenas de 20 minutos de intervalo para
refeição o que totalizara 8 horas e 40 minutos de jornada de trabalho e,
notadamente, extrapola os limites para a jornada de trabalho estabelecidos
pelo art. 7°, XIII da Constituição Federal (CF) e art. 58 da CLT, que expressam
que a jornada de trabalho compreenderá no máximo, 8 horas diárias e 44 horas
semanais, devendo a remuneração do serviço excedente ser paga a título de
horas extras e superior, no mínimo, em 50% à do normal, conforme art. 7°, XVI
da CF.

Logo, demonstra-se que Nelson trabalhara exaustivamente e com pouquíssimo


tempo para descanso e/ou alimentação, sem que fora corretamente
remunerado pelo tempo excedente em sua jornada de trabalho, o que justifica
o pagamento de 0,40 horas extras diárias calculadas a 50% referente ao
período trabalhado e seus reflexos nas demais verbas rescisórias afetadas.

2.3 - DA SUPRESSÃO DO INTERVALO INTRAJORNADA:


Tendo o reclamante, durante todo o período referente ao seu contrato de
trabalho, trabalhado por período superior a 6 horas diárias, a empresa
reclamada ficara incumbida de concedê-lo, no mínimo, 1 hora de intervalo
intrajornada para refeição e/ou descanso, conforme expressa o caput do art. 71
da CLT, o que os fatos demonstram que não ocorrera.

Desta forma, considerando o disposto no art. 71, § 4°, da CLT, faz jus a
reclamada ao pagamento do tempo referente ao intervalo intrajornada
subtraído de 20 minutos relativos a todo o período do contrato de trabalho
acrescido de 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho.

2.4 - DO ADICIONAL NOTURNO:

Consonante com o disposto no art. 73 da CLT, é direito do empregado que


labuta durante o período noturno a remuneração superior a do período diurno
em, no mínimo, 20% e o § 2° do mesmo artigo esclarece que é considerado
noturno o trabalho executado entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia
seguinte.

No caso em apreço, como os fatos expressam que a jornada de trabalho do


reclamante se estendia das 20 h ás 5h, é nítido que o reclamante preenche o
requisito disposto em lei para que perceba o pagamento dos 20% referentes ao
adicional noturno das horas trabalhadas entre as 22h e 5h, assim como
determina o § 4° do supracitado artigo.

No entanto, a reclamada nunca considerara tal preceito legal e,


consequentemente, o reclamante nunca percebera tal acréscimo em seu
salário.

2.5 - DA RETIFICAÇÃO DA CARTEIRA DE TRABALHO:

O reclamante teve sua carteira de trabalho registrada como auxiliar de serviços


gerais pela reclamada, porém, durante toda a vigência de seu contrato de
trabalho, desempenhara função de técnico em informática, de remuneração
muito superior à do registro, sendo o piso salarial da categoria de serviços
gerais de R$ 1.200,00 e da categoria técnica em informática de R$ 1.800,00,
onde resta claro o desvio de função no contrato de trabalho em análise.
Sendo assim, deve a reclamada retificar o registro na carteira de trabalho do
reclamante, observando a função efetivamente exercida pelo então
empregado, de acordo com a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) e
sua respectiva remuneração, adequando assim o registro aos padrões
impostos pelo art. 29 da CLT, o Precedente Normativo 105 do TST e o previsto
nas categorias da técnica em informática e do auxílio em serviços gerais.

2.6 - DA DEVOLUÇÃO DO DESCONTO DO FGTS:

Conforme demonstrado nos documentos anexados, a reclamada efetuara


descontos indevidos de FGTS do contrato de trabalho com o reclamante
durante o período trabalhado.

Todavia, o depósito do valor referente ao FGTS é de responsabilidade


exclusiva do empregador, devendo este ser realizado sem que haja nenhum
tipo de onerosidade ao empregado, como corrobora os arts. 15 da Lei
8.036/90, 27 do Decreto 99684/90 e 7º,III da CF, devendo então a reclamada
efetuar a devolução do valor descontado durante toda a vigência do contrato de
trabalho ao reclamante.

2.7 - DO DANO MORAL:

Observada a inobservância/violação de todos os direitos supracitados e a


prática da realização de anotações desabonadoras na CTPS do reclamante, é
cabível indenização por dano moral, acordando com os arts. 29, § 4º e 223-C
da CLT e 8º da Portaria 41 do Ministério do Trabalho.

3 – DOS PEDIDOS:

Diante dos fatos e direitos arguidos, requer-se a procedência dos pedidos, a


condenação da reclamada ao pagamento dos honorários advocatícios de
sucumbência em 15% sobre a liquidação da sentença, como determina o art.
791-A da CLT, na forma de seu § 2º, considerando os seguintes termos:

a) Que seja anulada a justa causa da demissão;

b) A condenação da reclamada ao pagamento do aviso prévio indenizado de


30 dias com a integração desse período como tempo trabalhado e os devidos
reflexos nas verbas contratuais e resilitórias, na importância de R$ ____,
conforme art. 487 da CLT;
c) Ao pagamento das férias proporcionais de 5/1 e o terço constitucional, no
importe de R$ ____, conforme art. 7º XVII da CF e súmulas 171 e 328 do TST.

d) Ao pagamento do décimo terceiro proporcional de 4/12 (quatro doze avos)


conforme art. 3º da Lei nº 4.090/1961, calculados em R$ _____;

e) Ao pagamento de R$ ____ a titulo de multa do FGTS de 40 %, conforme art.


18 da Lei nº 8.036/90;

f) As horas extras devidas com adicional de 50% superior da hora normal,


conforme arts. 59, § 1º e 58 da CLT e art. 7º, XIII da CF, na importância de R$
____;

g) A condenação da reclamada ao pagamento de indenização do período


suprimido do intervalo intrajornada acrescido de 50% sobre o valor da
remuneração hora normal do trabalho, totalizados em R$ ____;

h) O reconhecimento do adicional noturno referente ao período trabalhado em


jornada noturna, com o adicional de 20 % superiores às horas diurnas, firmaos
em R$ ___, conforme arts. 7º, IX da CF e 73, § 2º da CLT;

i) A quitação da diferença de R$ ___ observada nos pisos salariais durante o


período trabalhado na função de técnico de informática e a retificação da CTPS
para que conste a real remuneração e função desempenhada pelo reclamante,
conforme art. 29 da CLT;

j) A condenação da reclamada ao pagamento de R$ ____ à titulo de


indenização por dano moral referente a anotação desabonadora, conforme art.
223-C da CLT;

k) A devolução do valor de R$ ____ referente ao desconto idevido do FGTS;

l) O pagamento dos honorários sucumbenciais entre 5 e 15%, conforme art.


791 A da CLT;

m) A produção de todos os meios de provas em direito admitidos,


especialmente a prova documental e testemunhal.

Você também pode gostar