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Aluna: Nayanne Beatriz Dato de Lima

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DA


VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE PORTO VELHO/RO.

JOÃO ALFREDO DA SILVA COSTA, brasileiro, solteiro,


desempregado, inscrito no CPF n° 018-997.097-40, e no Registro
Geral (RG), n° 133.667 SSP/RO, residente e domiciliado na avenida
Lauro Sodré, n° 8009, bairro: São João Bosco, com endereço de e-
mail: joaocosta@gmail.com, celular n° 69 98423-0870, representado
por seu advogado [Nome do Advogado], OAB/UF [Número da OAB],
com escritório à Avenida Rio Madeira, n° 9987, bairro: Lagoa, onde
receberá as comunicações dos atos processuais, vem, com fulcro nos
arts. 477, 478 e 791 da Consolidação das Leis do Trabalho, perante a
presença de Vossa Excelência, propor:

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

pelo procedimento sumaríssimo, com base nos artigos 840, parágrafo


primeiro, e 852-A e seguintes da Consolidação das Leis do Trabalho
(CLT), combinado com o art. 282 do Código de Processo Civil,
aplicado subsidiariamente ao Processo do Trabalho por força do artigo
769 da CLT, em face de CAPITALISTA S/A, pessoa jurídica de direito
privado, CNPJ no 03.867.469/0001-78, com sede na Avenida Santos
Drumond, 5487, Centro em Porto Velho/RO, pelos motivos de fato e
de direito a seguir explanados:

I - DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

Cumpre salientar que o Reclamante é hipossuficiente, no sentido


jurídico do termo, conforme declaração anexa. Portanto, requer os
benefícios da Justiça Gratuita, de acordo com a Lei 7.115/83, art. 4o
da Lei 1.060/50, considerando também o art. 790 da CLT.

II - DOS FATOS
II.I - DA ADMISSÃO E DEMISSÃO

O Reclamante foi contratado pela Reclamada na data do dia


01/02/2023, para exercer a atividade laborativa de chefe de
fiscalização, percebia o salário de R$ 3.000,00 mensal.

Na data do dia 10/10/2023, teve seu contrato de trabalho rescindido


sem justa causa pelo empregador, no qual até o presente momento não
houve o pagamento das verbas rescisórias e do aviso prévio
indenizado. Por fim, não recebeu a entrega das guias para recebimento
saldo FGTS.

III - DO DIREITO

III.I - DO FGTS E DA INDENIZAÇÃO DE 40%

O reclamante não teve seu FGTS recolhido e nem depositado no ato


da sua demissão. Reclama a juntada, já na primeira audiência, sob
pena de confissão, do comprovante de recolhimento e depósito de
FGTS mais 40% do vínculo, de acordo com o art. 818 da CLT
cumulado com o art. 333, inciso II, do CPC. Requer a indenização do
período não depositado com a devida liberação, acrescido da multa
pelo atraso no recolhimento, juros e correção monetária, mais multa
de 40%, inclusive para fins de cálculo e pagamento das diferenças de
férias mais 1/3, 13o salário, parcelas rescisórias, pagamento de multa
conforme art. 477 da CLT e diferenças postuladas nesta ação. Perante
aos documentos encartados aos autos, observar-se que o Fundo de
Garantia por Tempo de Serviço não estava sendo depositado conforme
comando normativo. Nesse sentido, requer-se a condenação das
Reclamadas ao pagamento das diferenças pagas de forma errônea
junto à conta vinculada do Reclamante.

IV - DO DANO MORAL

Excelência, não se pode olvidar a conduta da Reclamada em face do


desprezo para com o Reclamante. Como ficará devidamente
caracterizado em fase processual oportuna, a Reclamada agiu de modo
contrário aos ensinamentos legais vigentes, pois não cumpriram com
suas obrigações primárias quais seja, recolhimento de 8% FGTS do
Reclamante. Isso pode ser facilmente comprovado através dos extratos
analíticos juntados aos autos, onde demonstram claramente a falta de
preparo para assumir uma obrigação tão grandiosa sem a mínima
competência que se espera de uma empresa que presta serviço. Assim
sendo, o não recolhimento do FGTS além de gerar um prejuízo
considerável, propicia um imenso abalo psicológico, haja vista que
não conseguirá arcar com suas obrigações no prazo acordado com
seus credores. Desse modo, em decorrência lógica do atraso em seus
vencimentos, gera, automaticamente, a incidência de juros e multas
face ao não cumprimento no prazo estipulado. Defronte disso, não foi
coincidência que nosso Legislador Constituinte erigiu o salário como
um direito fundamental do trabalhador, protegendo em todos os níveis
quaisquer lesões a esse direito digno do obreiro. Nesse sentido, quem
melhor explicita esse sentido é o artigo 7o e seus incisos da CRFB de
1988, dando um enfoque maior ao inciso X, cujo protege como um
bem necessário à subsistência do ser humano, razão pela qual tutelou,
segundo as regras penais, quem o lesionasse, vejamos:

Art. 7o São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros


que visem à melhoria de sua condição social:

I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem


justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização
compensatória, dentre outros direitos;
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
III - fundo de garantia do tempo de serviço;
IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de
atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com
moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene,
transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe
preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para
qualquer fim;
V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do
trabalho;
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou
acordo coletivo;
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que
percebem remuneração variável;
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no
valor da aposentadoria;
IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua
retenção dolosa; (grifos nossos).

Desse modo, qualquer que seja a conduta da Reclamada em ferir um


direito do Reclamante, ainda mais fundamental, é ensejador de
merecer reparo, caracterizando, assim, uma conduta ilícita. Os atrasos
demonstrados no extrato analítico comprova a exposição do
trabalhador frente à sociedade, a justificar, portanto, a condenação ao
pagamento da indenização respectiva.

V - DOS PEDIDOS

Isto posto, reclama a tutela jurisdicional no sentido de conhecer dos


pedidos, condenando a Reclamada ao pagamento das verbas conforme
segue:

1. Depósito e Pagamento do FGTS + multa de 40% do FGTS;


2. Pagamento do saldo de salário 10/30;
3. Pagamento do aviso prévio;
4. Férias proporcionais (08/12 avos) + 1/3 sobre férias proporcionais;
5. Férias indenizadas (1/12 avos) + 1/3 sobre férias indenizadas;
6. Décimo terceiro proporcional 8/12 avos + Décimo terceiro
indenizado (1/12);
7. Multa do 467 e do § 8º do art. 477, ambos da CLT;
8. Pagamento dos honorários advocatícios na razão de 20% sobre o
valor líquido da condenação;
9. Pagamento dos honorários sucumbência no percentual de 10%
sobre o valor líquido da condenação;
10. Dano moral no valor de 6.000,00.

EX-POSITIS, requer a notificação da Reclamada para comparecer à


audiência de instrução e julgamento, prestar depoimento pessoal, sob
os efeitos da revelia e confissão quanto à matéria de fato, e, no final, a
condenação da reclamada no principal acrescido de correção
monetária, juros de mora e honorários advocatícios no percentual de
20% da condenação. Protesta por todos os meios de prova em direito
admitidos, especialmente pelo depoimento pessoal, oitiva de
testemunhas, juntada de documentos supervenientes, entre outros.

VI - DA DEDUÇÃO

Em nome da lealdade e da boa-fé processual, requer desde já, sejam


deduzidas verbas reclamadas que porventura ficar provado de forma
idônea a sua quitação.

VII - DA REPRESENTAÇÃO

Requer seja a reclamada intimada a cumprir o dispositivo do artigo 12,


VI do CPC e Provimento 12/92, juntando seus atos constitutivos.

VIII - DOS REQUERIMENTOS

Requer, que sejam expedidos ofícios aos órgãos competentes (DRT,


INSS, CEF e Receita Federal, comunicando as irregularidades supra
apontadas).

IX - DAS PROVAS

O Reclamante pretende produzir prova documental, testemunhal e as


demais permitidas em direito, inclusive o depoimento pessoal da
reclamada, sob o efeito da confissão.
Dá-se a causa o valor de R$ 17.390,26 (Dezessete mil trezentos e
noventa reais e vinte e seis centavos).

Porto Velho, 20 de outubro de 2023.

Nestes termos,

Pede deferimento

[Assinatura do Advogado]
OAB/UF [Número da OAB]

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