EXCELENTÍSSIMO SR. DR. JUÍZ DE DIREITO DA __VARA CÍVEL DO FORO ________.

Autos nº 0000000000000-00000

José da Silva, nacionalidade, estado civil, profissão, inscrita no cadastro de pessoa física sob o
nº xxxxxxx.xxxx e portadora da cédula de identidade RG nº xx.xxxxxx residente e domiciliada à
Rua de Cima, 100, Bairro Saudade, Cidade São Paulo- Estado São Paulo, vem a presença de V.
Excelência, apresentar a presente CONTESTAÇÃO à ação de reparação por danos morais e
materiais c/c pedido de Tutela Provisória de Urgência proposta COMPANHIA SEGURA DE
SEGUROS, já qualificado, com base nos fatos e fundamentos a seguir apresentados.

I - DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA

O requerido informa ser a assalariado e que colabora para o sustento de sua família, bem
como o de sua mãe, idosa de 65 anos por quem se responsabiliza, efetua pagamento de
convênio médico, arcando atualmente, inclusive, com custos de exames e consultas médicas
em virtude de procedimento cirúrgico ao qual foi submetido recentemente, e que não
apresenta condições de solver as custas do processo sem prejuízo próprio ou de sua família e
sua mãe, de modo que requer, nos termos do artigo 98 do Código de Processo Civil e da Lei
1060/50, sejam-lhe concedidos os benefícios da gratuidade da justiça.

II - DA IMPUGNAÇÃO DA JUSTIÇA GRATUITA

Alega o requerente colaborar com o sustento de sua mãe, motivo pelo qual não é capaz de
arcar com as custas do processo sem que haja algum prejuízo para sua pessoa. Contudo,
conforme documento anexo pode-se perceber que o requerente percebe remuneração
mensal no valor de R$ 2.500,00

Ora, o valor de um salário mínio, montante considerado suficiente para que uma pessoa
sozinha possa se sustentar e viver com dignidade, é R$ 1215,00 atualmente. Assim, temos que
o requerente percebe valor aproximado à 02 salários mínimos, o que se mostra suficiente para
sustento de duas pessoas e ainda lhes garantir mais do que o necessário, de modo que pode
este, muito bem, arcar com as custas deste processo sem que seja, de alguma forma,
prejudicado.
Dessa forma, a luz do artigo 321 do Código de Processo Civil, requer a juntada do Imposto de
Renda do requerente a fim de que seja comprovada a hipossuficiência deste.

III - DA SUSPENSÃO DO PROCESSO

Informa a requerida que é ré em processo nº0000.000000000 ajuizado pelo requerente na

data de 22.09.2022 .

Dessa forma, com fulcro no artigo 315 do Código de Processo Civil, postula a requerida pela
suspensão deste processo nos termos do artigo acima mencionado.

IV - DA SÍNTESE DA INICIAL

Trata-se de ação de indenização por danos materiais proposta por José da Silva em face da
contestante COMPANHIA SEGURA DE SEGUROS.

Face o ocorrido, postula pela condenação da requerida ao pagamento de indenização por

danos morais no valor de R$ 60.000,00.

V - DOS FATOS

José da Silva José da Silva foi vítima de acidente de trânsito ocorrido em 09/01/2021, sendo
encaminhado ao pronto- atendimento do Hospital Geral de Pirajussara, com múltiplas

fraturas no ante-braço esquerdo, apresentando quadro de fratura exposta e severa

hemorragia, sendo submetido a quatro cirurgias para tentativa de reconstituição óssea e
ligamentar, resultando na necessidade de amputação do membro na altura do cotovelo
esquerda. CID 10 - S58.0.

VI - DO DIREITO

a) Da indenização

Entende-se o dano como prejuízo resultante de lesão a bem ou direito, ou seja, é a perda de
patrimônio material ou a lesão corporal em decorrência do acidente, de modo a gerar ao
lesado o direito de ser ressarcido.
Conforme definição do art. 186 do Código Civil, comete ato ilícito “aquele que por ação ou
omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem”.

“A queixa foi rejeitada na decisão por ausência Art. 300. A tutela de urgência será concedida
quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o
risco ao resultado útil do processo.

b) Do montante da indenização

Em se tratando do valor de indenização sugerido pelo requerente ao M.M. Juíz, no montante

de R$ 60.000,00 , traz a requerida a redação do artigo 953 do Código Civil, que determina:

Nesse sentido, tem-se o disposto pelo artigo 944 do Código Civil, que traz a seguinte redação:

“Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.

Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano,

poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização.”

Chama a requerida a atenção para os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, os

quais não foram considerados pelo requerente ao propor tão alto valor para a indenização.
Ademais, com tal montante, estará o requerente enriquecendo-se indevidamente às custas da
requerida.

Dessa forma, entende-se que o requerente, ao pedir enorme montante como indenização, visa
enriquecer-se as custas da requerente, uma vez que este não sofreu prejuízos materiais e nem
mesmo em suas relações de trabalho, tendo em vista que a requerida comunicou de sua
decisão tão somente àqueles envolvidos.

Ainda, ignora o requerente os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, tendo em

vista que, como mencionado anteriormente, ambos servidores percebem remuneração
equivalente, recebendo o requerente até mesmo um pouco acima da requerida, e ainda assim,
este reclama alto valor indenizatório.

VII - DA CONCLUSÃO
Ante o exposto, postula a requerida:

a) seja-lhe concedida a gratuidade da justiça;

b) seja indeferido o benefício da justiça gratuita ao autor;

c) seja deferida a juntada do Imposto de Renda do autor;

d) seja suspenso o andamento deste processo, nos termos do artigo 315 do CPC;

e) seja o requerente condenado ao ônus da sucumbência e honorários advocatícios da parte

contrária;

g) seja a requerida citada na pessoa de sua advogada, no endereço constante da procuração

anexa;

Termos em que

pede e espera deferimento.

Local, 01 de novembro de 2022_.

Vilma Aparecida Rosa

RA.19536