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Ação de indenização por danos morais e materiais

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8 de Fevereiro de 2022

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Ação de indenização por danos morais e materiais

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Publicado por Weliton Moreira


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Golpe empréstimo

AO JUÍZO DO_____ JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE BELO HORIZONTE/MG

Peça: Petição Inicial

XXXXXXXXXXXXXX, brasileiro, casado, aposentado, portador da Identidade MG


154766XXXXXXXXXXXXX, inscrito no CPF XXXXXXXXXXXX, residente e domiciliado na
XXXXXXXXXXX, Bairro Grajaú, Belo Horizonte/MG, CEP 30.431-146, vem, respeitosamente por meio de seus
procuradores (procuração anexa), com endereço profissional no endereço completo, onde deverá receber as

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Ação de indenização por danos morais e materiais

notificações desta demanda, com fulcro nos art. 927 do Código Civil e 84 do Código de Defesa do Consumidor,
apresentar:

AÇAO DE RESTITUIÇÃO DE VALORES C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS, em face de

AYMORÉ CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO S.A., pessoa jurídica, inscrita no CNPJ:


07.707.650/0001-10, localizada à Rua Amador Bueno, 474, Bloco C, 1º andar, Santo Amaro –São Paulo/SP. pelas
razões de fato e de direito que seguem adiante.

Quadro resumo da ação

1. Contratação de empréstimo financeiro. 2.Requer ressarcimento de valores depositados. 3. Requer indenização por
danos morais.

Rito preferencial - idoso

Justiça gratuita

Valor da causa: R$ 26.427,49

Preliminarmente

Autor requer gratuidade de justiça

Inicialmente afirma, sob as penas da lei, ser pessoa juridicamente necessitada, sem condições financeiras para arcar
com o pagamento das custas processuais e honorários sucumbenciais sem prejuízo do sustento próprio ou de sua
família, razão pela qual requer o deferimento da gratuidade de justiça, nos termos do art. 98 do Código de
Processo.

Fatos

O requerente entrou em contato com a requerida em busca de empréstimo financeiro em meados de junho deste ano
no valor de R$10.000,00 (dez mil reais). Logo após este primeiro contato, o atendimento continuou através de
conversas pelo aplicativo Whatsapp, conforme documentos anexados.

Ato contínuo, o requerente recebeu o contrato, assinou e devolveu para a requerida. A partir deste ato, conforme
conteúdo das conversas, fora solicitado ao requerente diversos pagamentos com o intuito de liberar o crédito
solicitado, a título de pagamento de tarifas ou taxas bancárias, mas que seriam creditadas no valor do montante.

Como se observa, perfeitamente caracteriza-se um golpe, não tendo sido identificado no momento pelo requerente,
contudo, só veio à tona a partir do acesso do requerente ao site da requerida, onde notadamente demonstra não
possuir mecanismos de segurança adequados para prevenção desses atos.

Os depósitos realizados pelo requerente foram:

05/07/2021

R$ 840,90

Caixa Econômica Federal

05/07/2021

R$ 998,80

Banco Itaú

05/07/2021

R$ 386,00

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Caixa Econômica Federal

06/07/2021

R$1.000,00

Banco Itaú

06/07/2021

R$ 499,80

Caixa Econômica Federal

06/07/2021

R$ 500,00

Banco Itaú

07/07/2021

R$2.584,99

Banco Itaú

TOTAL:

R$ 6.427,49

Desta forma, o Requerente entrou em contato com a instituição bancária e a financeira, sendo informado por ambas
que não constava solicitação de empréstimo no sistema e que nem mesmo nenhuma negociação neste sentido,
concluindo assim que o requerente havia sido vítima de uma fraude.

Sendo ainda, informado que não era responsabilidade do banco, tampouco da financiadora, não sendo possível a
devolução do valor fraudado.

Diante de tamanho dano e constrangimento, o Requerentes dirigiu às autoridades policiais tomando as medidas
necessárias, com a realização do boletim de ocorrência, conforme anexo.

Resta informar que, inicialmente o requerente entrou em contato pelo site da requerida, e que, a partir daí já recebeu
uma mensagem pelo aplicativo, sendo que o fundo de tela aparecia a logomarca da financeira Aimoré, o que induziu
o requerente a erro.

Em síntese são os fatos.

Fundamentos

Da relação de consumo

Nos termos do artigo 3o, caput, do Código de Defesa do Consumidor, FORNECEDOR é toda pessoa física ou
jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como, os entes despersonalizados, que desenvolvem
atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou
comercialização de produtos ou prestação de serviços.

Nesse sentido, deve-se reconhecer que a Requerida é, reconhecidamente, umas das maiores empresas no ramo de
empréstimo financeiro, impondo-se o reconhecimento de que se trata de fornecedora, nos termos da legislação em
vigor.

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CONSUMIDOR, por outro lado, nos termos do artigo 2o do CDC, é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou
utiliza produto ou serviço como destinatário final. Evidente, in casu, que o Requerente adquiriu um produto
(empréstimo financeiro) como destinatário final, enquadrando-se, portanto, no conceito de consumidor.

De acordo com o artigo 3o do CDC, o produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial; enquanto
serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza
bancária, financeira, de crédito e securitária.

Assim, diante da comercialização de um serviço de natureza financeira, impõe-se o reconhecimento da relação de


consumo existente entre as partes.

Do dever de indenizar

Com o advento da Lei 8.078/90, Código de Defesa do Consumidor, é plenamente possível responsabilizar as
instituições financeiras por ato de terceiros, nos termos do artigo 14 da referida lei. In verbis:

Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos
causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes
ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.

Neste interim, ao contrário da responsabilidade subjetiva, na qual é essencial a demonstração da culpa, na


responsabilidade objetiva a culpa é presumida. Nesses casos, é a instituição financeira que deve provar alguns dos
excludentes de sua responsabilidade, caso contrário fatalmente será condenada a Indenizar a vítima.

Ainda que a fraude tenha sido praticada por terceiros, deve a instituição financeira possui um site mas não possui
segurança, ressaltando, responder de forma objetiva pelos danos causados ao consumidor, uma vez que é de sua
responsabilidade a garantia de bom funcionamento dos seus serviços e da segurança por eles oferecida, sendo que o
contato telefónico foi repassado pela atendente, certamente por de seus funcionários.

Portanto, a referida responsabilidade decorre do risco do empreendimento, sendo caracterizada como fortuito
interno. Logo, deve ser reconhecida sua responsabilidade.

Neste sentindo, destaca-se a Súmula 479 do Superior Tribunal de Justiça, a qual dispõe:

"As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por fortuito interno relativo a fraudes e
delitos praticados por terceiros no âmbito de operações financeiras"

Sendo assim, diante de todo o exposto, não resta dúvidas quanto a responsabilidade objetiva da instituição financeira
que não possui mecanismos de segurança como forma de blindar possíveis fraudes aos clientes, no valor de R$
6.427,49 (seis mil quatrocentos e vinte e sete reais e quarenta e nove centavos), conforme comprovantes de depósitos
anexos.

Dos danos morais sofridos

A Constituição Federal assegura o direito de indenizar à pessoa, conforme preconizam os incisos V e X, do art. 5 da
CF/88.

Em decorrência do fortuito ocorrido com o Requerente, sobreveio ao mesmo constrangimento angustiante que
jamais lhe ocorreu, causando-lhe abalos psicológicos, uma vez que a situação lhe causou grandes preocupações,
desconsolo e frustração.

Por todo o abalo sofrido pelo Requerente, impõe à Requerida a obrigação de indenizar pelos danos que o mesmo
vem sofrendo em decorrência de tal situação.

A responsabilidade por pagamento de indenizações decorrentes tem espaço quando verificados os elementos
previstos nos arts. 186, 187 e 927 do Código Civil. Vejamos:

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Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites
impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.

Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei,
ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os
direitos de outrem.

Portanto, é inegável que o Requerente suportou inúmeros prejuízos com a simples solicitação de um empréstimo,
ficando demonstrado todos os requisitos a indenização, ou seja, comprovada a responsabilidade objetiva dos agentes
causadores do dano e o nexo de causalidade entre a ação e o dano.

Destarte, diante de todo o exposto alhures, requer a condenação da Requerida a indenização a título de danos morais
no importe que entende o requerente ser justo e condizente ao caso o valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais),
acrescidos de juros e correção monetária a partir do evento danoso até que seja devidamente realizado o pagamento
da indenização.

Da Inversão Do Ônus Da Prova

Inequívoca a relação de consumo entre as partes, impõe fazer algumas ponderações. O art. 6º da legislação
consumerista prevê que é direito básico do consumidor a efetiva prevenção e reparação dos danos patrimoniais
e morais, individuais, coletivos e difusos.

O ordenamento prevê também a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da
prova a seu favor, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente,
segundo as regras ordinárias de experiências.

Nas palavras de Flávio Tartuce, “o conceito de hipossuficiência vai além do sentido literal das expressões pobre ou
sem recursos, aplicáveis nos casos de concessão dos benefícios da justiça gratuita, no campo processual. O conceito
de hipossuficiência consumerista é mais amplo, devendo ser apreciado pelo aplicador do direito caso a caso, no
sentido de reconhecer a disparidade técnica ou informacional, diante de uma situação de desconhecimento”.

No caso em apreço, o que se verifica é que o consumidor é hipossuficiente por se encontrar em disparidade
informacional em relação ao Requerido

Ademais, a verossimilhança das alegações se encontra evidente eis que, conforme muito bem pontuado, encontra
demonstrado a fragilidade do sistema da requerida.

Assim, considerando a hipossuficiência e a verossimilhança das alegações, requer desde já, a inversão do ônus da
prova a favor do requerente, que tem sido lesado graças à conduta da Requerida.

Pedidos e requerimentos

Ante o exposto, pugna o Requerente:

a) pela concessão dos benefícios da justiça gratuita, nos termos da declaração de hipossuficiência anexa;

b) a inversão do ônus da prova, tendo em vista a hipossuficiência da Requerente, e a verossimilhança das alegações;

c) seja designada uma audiência de tentativa de conciliação, para que as partes componham um acordo da forma
amigável e talvez um parcelamento do débito;

d) a citação da requerida para comparecer à mencionada audiência, advertindo-a sobre os efeitos da revelia,
conforme § 2º do mesmo artigo, bem como os procedimentos insertos nos art. 277, § 1º, 3º, 4º e 5º, art. 278, art. 279,
art. 280 e art. 281, todos do CPC, expedindo para tanto, citação pelos Correios;

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No mérito:

e) seja julgado procedente a presente ação, condenando a requerida a ressarcir os valores depositados decorrentes da
fragilidade do sistema interno;

f) seja condenada a requerida a indenizar o requerente por danos morais no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais);

g) seja a requerida condenada ao pagamento das custas, despesas processuais bem como os honorários advocatícios
sucumbenciais no importe de 20% sobre o valor total da condenação;

Por fim, protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente documental,
testemunhal e depoimento pessoal.

Dá-se à causa o valor de R$ 26.427,49 (vinte e seis mil quatrocentos e vinte e sete reais e quarenta e nove centavos),

Nestes termos,

Pede deferimento.

Belo Horizonte, 19 de julho de 2021.

XXXXXX

Weliton Moreira
Advogado
Formado em Direito pela FAMIG.
Pós graduado em Direito Tributário.
Assessor Jurídico Ápice
Advocacia 2020/2021
TRT3 2019/2020
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