Você está na página 1de 8

AO DOUTO JUÍZO DE UMA DAS VARAS DE RELAÇÃO DE CONSUMO COMARCA DE

SALVADOR – BAHIA.

PRIORIDADE PROCESSUAL: MAIOR DE 81 ANOS

JOSÉ AUGUSTO DA SILVA, brasileiro, casado, aposentado, portador da cédula de


identidade RG nº. 05.044.556-13 SSP/BA, inscrito no CPF sob nº. 01879863553, residente e
domiciliado na rua Raposo Tavares, nº 44 E, Bairro Dom Avelar, Salvador- Bahia, CEP 41315-
120, CEP 41.181-050, por seus subscritos procuradores, constituído mediante instrumento de
procuração anexa, com escritório profissional, na Av. Tancredo Neves, nº 274, Centro
Empresarial Iguatemi, Bl. A, sala 809, Caminho das Árvores, Salvador–BA. CEP 41.820-907,
para onde deverão ser remetidas todas as intimações e demais comunicações sobre o feito e
demais notificações de estilo, lastreado no Art. 5º Caput, XXV, da CRFB/88, vem, perante esse
M.M juízo, propor:

AÇÃO INDENIZATÓRIA COM OBRIGAÇÃO DE FAZER C/ C DANOS


MATERIAIS E MORAIS.

Com base nas normas aplicáveis à espécie, contra BANCO BMG S.A, inscrita no
CNPJ sob nº. 61186680000174 com sede à Av. Brigadeiro Faria Lima, 3477, Bloco B, 9 Andar,
ITAIM BIBI – SP, CEP: 04.538-133, E-mail: Fiscal@bancobmg.com.br, Telefone: (11) 2847-
7400, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.

2 - PRIORIDADE PROCESSUAL.

Cristalizado nos ditames da Lei 10.741/031, requer o garantismo do Art. 71 do citado


diploma legal, prioridade processual, tendo em vista que o Acionante possui mais de 60
(sessenta) anos, enquadrando-se no conceito de idoso.
Av. Tancredo Neves, 274 - Centro Emp. Iguatemi, Bloco A, Sala 809, Caminho das Árvores - Salvador- BA. CEP 41.820-
907 1/9
Teles: (+55-71) 3450-8912 / 3012-5813 - E-mail: contato@antoniobrito.adv.br
3 - DAS NOTIFICAÇÕES

Inicialmente, requer o CADASTRO DOS DOIS ADVOGADOS, nos autos para fins
de publicação, para que todas as intimações e comunicações dos atos processuais oriundas
deste Juízo, atinentes a este processo eletrônico, sejam publicadas no nome dos advogados
ANTÔNIO SOUSA BRITO OAB/BA 13.064 ,e MARIA VANUSA REIS OAB/BA 58.883, sob
pena de nulidade do ato processual, nos termos do Art. 272, §§ 2º e 5º do Código de Processo
Civil.

4 - DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA

O Autor pleiteia a Justiça Gratuita, uma vez que se encontra em situação


econômica que não permite suportar custas processuais, taxas, emolumentos e honorários,
sem prejuízo de seu próprio sustento e de sua família, conforme faz prova Declaração anexa,
portanto, inserida nos fundamentos jurídicos autorizadores do Art. 5º Caput, inciso XXXIV e
XXXV, da Constituição Federal da República de 1988, e Lei 13.105/2015, disposto no caput
do Art. 98 e 99, § 3º e § 4º do CPC, e por isso, registra-se desde logo a extrema
necessidade da concessão das benesses da gratuidade da justiça.

5. DOS FATOS:

Confiante na Tutela Jurisdicional, o Acionante, ingressou com Ação Indenizatória por


danos morais e materiais contra a Acionada, visando à reparação pelos danos sofridos.

Declara o Acionante, que é Beneficiário da Previdência Social, nunca adquiriu,


perante o Acionado, empréstimos na modalidade consignados.

Entretanto, desde 01 de setembro de 2015, o Acionante sofrera descontos


indevidos em seu benefício previdenciário.

Sendo assim, procurou á agência local da Previdência Social, a fim de investigar os


motivos de tal infortúnio.

Descobriu a existência de 02 (dois) empréstimos consignado em seu nome, junto a


financeiro BANCO BMG S.A, através dos Contratos sob nº 6996093 e 8545975, no valor de
R$ 1.576,00 (um mil quinhentos e setenta e seis reais), tendo contrato vigente desde o dia
01/09/2015, sem a anuência do Acionante.

Av. Tancredo Neves, 274 - Centro Emp. Iguatemi, Bloco A, Sala 809, Caminho das Árvores - Salvador- BA. CEP 41.820-
907 2/9
Teles: (+55-71) 3450-8912 / 3012-5813 - E-mail: contato@antoniobrito.adv.br
Contextualiza os valores descontadas a seguir do benefício mensalmente:
1) R$ 39,00 (trinta e nove reais) mais R$ 43,56 ( quarenta e três reais e cinquenta e
seis centavos), conforme planilha anexa.

De logo, ao tomar conhecimento da fraude contra si perpetrada, o Acionante


imediatamente entrou em contato com a financeira Acionada a fim de cancelar a contratação
fraudulenta em seu nome, entretanto, seu pleito fora ignorado.

Diante dos transtornos aqui relatados, e sem a solução pacifica do problema, o


Acionante não teve alternativa a não ser buscar este M.M Juízo para ver seu direito tutelado.

5. DO MÉRITO:

5.1. DA GARANTIA CONSTITUCIONAL DA RELAÇÃO DE CONSUMO.

Sobre os direitos do Acionante cabem tecer as seguintes considerações:


confere-se à reparação de danos contra o patrimônio, intimidade e honra, hierarquia normativa
superior, a Constituição Federal de 1988, máxima expressão da democracia do Art. 5º Caput,
incisos V, X, elenca-os como garantias e direitos individuais, que constituem cláusula pétrea,
oponíveis de imediato contra quem os tenha violado, tal como no presente caso.

Sob outro aspecto, verifica-se que há a existência de relação de consumo entre as


partes, colocando-se de um lado, o Acionante como consumidor, e de outro o Acionado,
como fornecedor de produtos e serviços.

Assim, deve-se observar o estipulado pelo Código de Defesa do Consumidor para


casos desta espécie, que presume contra o fornecedor a culpa pelos vícios do produto. É a
chamada responsabilidade objetiva, segundo a qual basta a comprovação do dano e da
conduta danosa, bem como do nexo de causalidade entre eles, para a responsabilização da
empresa fornecedora de produtos e serviços.

Diante o exposto, é nítida a violação a um direito fundamental cláusula pétrea,


ademais todos tem direito de resposta, proporcional ao agravo sofrido. Diante da inercia da
acionada, fica configurado a indenização por danos morais e materiais, conforme ditames do
Art. 5º in verbis;

Av. Tancredo Neves, 274 - Centro Emp. Iguatemi, Bloco A, Sala 809, Caminho das Árvores - Salvador- BA. CEP 41.820-
907 3/9
Teles: (+55-71) 3450-8912 / 3012-5813 - E-mail: contato@antoniobrito.adv.br
‘’Art. 5º caput, V,CRFB/88, é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo,
além da indenização por dano material, moral ou a imagem”.

No caso em tela, a situação do Acionante é insuportável face aos descontos


indevidos em seu benefício previdenciário, que o levam a perceber mensalmente quantia
inferior a um salário-mínimo, situação esta que não pode perdurar, sob pena de ofensa ao
princípio da dignidade da pessoa humana.

6. DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA PELOS DANOS CAUSADOS AO


CONSUMIDOR.
Há de se reconhecer, no caso em tela, a inobservância das normas consumerista,
posto que; a instituição credora não tomou as devidas precauções no sentido de atestar a
veracidade dos documentos e da assinatura do cliente no momento da contratação de
empréstimo consignado.

Tendo em vista, o negócio jurídico fraudulento, a falha na segurança do seu “modo


de fornecimento”, posto que não verificada de forma correta a possível documentação
acostada ao instrumento contratual e a legitimidade da assinatura que supostamente seria do
cliente.

Insta ressaltar, que o fornecedor é proibido de fornecer qualquer serviço sem que o
consumidor o requeira, configurando esta atitude prática abusiva, nos termos do Art. 39 do
CDC, in verbis:

Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras


práticas abusivas:
[...]
II - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer
produto, ou fornecer qualquer serviço; (grifos aditados)

Além disso, é condição indispensável para a efetividade do contrato, a prévia análise


e entendimento do consumidor a respeito de seu conteúdo, sendo dever do fornecedor o
cumprimento deste preceito.

Por inobservância descrita acima, assim, há que ser declarada a nulidade dos
referidos contratos de empréstimo consignado, bem como a inexistência de débitos em nome
do Acionante que deles decorram.

Av. Tancredo Neves, 274 - Centro Emp. Iguatemi, Bloco A, Sala 809, Caminho das Árvores - Salvador- BA. CEP 41.820-
907 4/9
Teles: (+55-71) 3450-8912 / 3012-5813 - E-mail: contato@antoniobrito.adv.br
7. DA REPETIÇÃO DE INDÉBITO.

Por certo, sabendo da vulnerabilidade das transações que envolvem empréstimo


consignado em benefício de aposentadoria, evidenciada pelas inúmeras ocorrências de
fraudes em todo o país, a instituição financeira assume os riscos do negócio, devendo,
portanto, restituir em dobro ao Acionante os valores descontados indevidamente em seu
benefício previdenciário, nos termos do parágrafo único do art. 42 do CDC, abaixo transcrito:

Assim, preleciona Art. 42, do CDC

Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à


repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso,
acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano
justificável. (grifos aditados)

Exatamente neste sentido, vem decidindo o Tribunal de Justiça do Estado da Bahia,


conforme se vê dos arestos abaixo transcritos:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO ORDINÁRIA DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS.

E ainda:

DIREITO DO CONSUMIDOR. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. PRELIMINAR


DE DESERÇÃO PREJUDICADA. COMPLEMENTAÇÃO DAS CUSTAS. EMPRÉSTIMO
CONSIGNADO. FRAUDE DE TERCEIRO. DOCUMENTOS FALSIFICADOS.
RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO BANCO. RISCO DO EMPREENDIMENTO. JULGADO
UNIFORMIZADOR DO STJ SOBRE A MATÉRIA. DANO E NEXO DE CAUSALIDADE
EVIDENCIADOS. REPARAÇÃO MORAL NECESSÁRIA. VALOR ADEQUADO DA
CONDENAÇÃO. DEVOLUÇÃO EM DOBRO DA QUANTIA DESCONTADA EM FOLHA. ART.
42 DA LEGISLAÇÃO CONSUMERISTA. SENTENÇA MANTIDA.

1) A prefacial almejada pelo apelado resta prejudicada, uma vez que o


banco apelante logrou complementar as custas processuais, em atenção
ao comando do anterior relator, lastreado no art. 511, caput e § 3º da
legislação adjetiva.
2) Do confronto entre as assinaturas constantes nos documentos do
recorrido e aquelas apresentadas na documentação trazida pela

No mesmo sentido, pode-se destacar o entendimento do Superior Tribunal de


Justiça, por meio da decisão monocrática proferida pelo Ministro Raul Araújo, relator do Agravo
em Recurso Especial nº. 15538-PB (2011/0134475-0), em 17/06/2011, cujo trecho se
transcreve a seguir:

Av. Tancredo Neves, 274 - Centro Emp. Iguatemi, Bloco A, Sala 809, Caminho das Árvores - Salvador- BA. CEP 41.820-
907 5/9
Teles: (+55-71) 3450-8912 / 3012-5813 - E-mail: contato@antoniobrito.adv.br
8. DO DANO MATERIAL E MORAL

De logo, considerando o contrato fraudulento na contratação do empréstimo


consignado, é nítido a obrigação do Acionado a arcar com todos prejuízos, suportado pelo
Acionante.
Ademais o acionado além de violar os Princípios da Transparência, da Boa-fé
objetiva e da Informação, praticou ato em desacordo com a norma jurídica , portanto,
cometeu ato ilícito, criando o dever de reparar tal lesão, nos termos dos ditames da Carta
Magna Brasileira de 1988, do Código Civil e Código de Defesa do Consumidor.

O dano, ou seja, a lesão à moral, não necessita ser demonstrada, apesar de no


presente caso ser notório, tendo em vista que a jurisprudência caminha no sentido de que
basta a existência do ato ilícito potencialmente capaz de causar um sofrimento íntimo.
O artigo 6º da Lei nº 8.078/90, inciso VI, apontado como direito básico do
consumidor “a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais,
coletivos e difusos”.

Desta forma, presentes todos os pressupostos exigidos por lei para que exista a
responsabilidade civil do dano Moral e a indenização por dano Material, ou seja, o dano, a
culpa do Réu que causou o dano e a relação de causalidade entre o fato culposo e o dano. 

No que tange ao valor a ser pago a título de compensação pelo dano sofrido, deve-
se levar em conta, na esteira do entendimento pretoriano, a conduta das partes, a situação
econômica do ofensor e, mormente, o grau de culpa e a gravidade do dano.
Por isso requer, digne-se este Douto Juízo a reconhecer a abusividade do Acionado
e condenar a indenizar o Acionante num quantum indenizatório no valor justo de:
R$ R$ 5.734,72 (cinco mil setecentos e trinta e quatro reais e stenta e dois
centavos), devidamente corrigido, a título de DANO MATERIAL e;

R$ 10.000,00 (dez mil reais) a título de DANOS MORAIS, a fim de punir, educar e
coibir o Réu a parar com as práticas abusivas, como os sofridos pelo Acionante.

Sendo assim, a indenização do dano moral tem a finalidade de compensar a


sensação de dor da vítima e, ao mesmo tempo, produzir no causador do mau impacto bastante
para dissuadi-lo de igual e novo atentado. Além disso, deve representar exemplo social, de

Av. Tancredo Neves, 274 - Centro Emp. Iguatemi, Bloco A, Sala 809, Caminho das Árvores - Salvador- BA. CEP 41.820-
907 6/9
Teles: (+55-71) 3450-8912 / 3012-5813 - E-mail: contato@antoniobrito.adv.br
modo a dissuadir terceiros em relação à prática de violação de direitos causadora de dano
moral.
Portanto, o Acionante deve ser indenizado pelos danos patrimoniais e morais, que
sofreu no quantum a ser arbitrado por este Douto Juízo, levando-se em conta o caráter
Pedagógico – Punitivo da condenação, para que o sofrimento do Acionante seja atenuado e
tenha por sua vez o condão de reprimir a conduta irresponsável do Acionado.

Deste modo, é com ânimo na legislação e na melhor jurisprudência assente que o


Acionante, procura abrigo no Poder Judiciário para compensar os danos material e moral
sofridos.

6. DOS PEDIDOS

Lastreado no exposto acima, requer:

a) Citação do Acionado para comparecer à audiência de conciliação a ser


designada e querendo, contestar a presente ação, sob pena de não o fazendo, ser-lhe-á
aplicada a pena de confesso quanto à matéria de fato articulada na inicial, com o consequente
reconhecimento da revelia;

b) Requer seja observada a preferência na tramitação do processo em


atendimento a Lei 10.741/031, do Art. 71 por ser o Acionante idoso;

c) Antecipação dos Efeitos da Tutela, oficiando-se o INSS para determinar a


suspensão imediata dos descontos ilegais dos contratos de consignações sob nº.
6996093 e 8545975 no benefício do Acionante;

d) Requer seja declarada a nulidade e extinção dos contratos de empréstimo


consignado sob nº 6996093 e 8545975, decorrente do mencionado negócio jurídico;

e) Desde já, registra-se a necessidade à concessão da gratuidade da justiça, no


caso de manejo de eventual Recurso, tendo em vista a condição de hipossuficiente do
Acionante.

f) Requer a inversão do ônus da prova, com base no Art. 6º, VIII do CDC;

Av. Tancredo Neves, 274 - Centro Emp. Iguatemi, Bloco A, Sala 809, Caminho das Árvores - Salvador- BA. CEP 41.820-
907 7/9
Teles: (+55-71) 3450-8912 / 3012-5813 - E-mail: contato@antoniobrito.adv.br
g) Condenação do Acionado à restituição, em dobro, dos valores indevidamente
descontados do benefício do Acionante, com os devidos juros e correção monetária até a data
do efetivo pagamento;

h) Julgar TOTALMENTE PROCEDENTE a presente ação, condenando o Acionado


à:
h.1) Devolver o valor pago de R$ 5.734,72 (cinco mil setecentos e trinta e quatro
reais e setenta e dois centavos), dobrado e devidamente corrigido, a título de DANO
MATERIAL;

h.2) seja também condenado a indenizar o Acionante na importância de R$


10.000,00 (dez mil reais), a título de DANOS MORAIS;

i) Caso haja o manejo de recurso, que seja a o Acionado condenado ao pagamento


de honorários de sucumbência em 20% nos ditames do Art. 85 CPC;

j) Protesta provar o alegado por todos os meios de provas admitidos em direito.


Atribui ao pleito o valor de R$ 15.734,72 (quinze mil setecentos e trinta e quatro
reais e setenta e dois centavos).

Confiante na Tutela Jurisdicional,

pede deferimento.

Salvador-BA., 21 de fevereiro de 2019.

Antônio Sousa Brito Maria Vanusa Reis


OAB/BA nº 13.064 OAB/BA 58.883

Av. Tancredo Neves, 274 - Centro Emp. Iguatemi, Bloco A, Sala 809, Caminho das Árvores - Salvador- BA. CEP 41.820-
907 8/9
Teles: (+55-71) 3450-8912 / 3012-5813 - E-mail: contato@antoniobrito.adv.br

Você também pode gostar