Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
HISTÓRIA DO DIREITO
O ser humano é um ser essencialmente histórico.1 Nesse contexto, o direito pode representar o
modo como se organiza uma sociedade para manter a ordem social. Assim, a História do Direito
é o ramo da história social que se ocupa da análise, da crítica e da desmistificação dos institutos,
normas, pensamentos e saberes jurídicos do passado.2 3
Índice [esconder]
1 A disciplina
3 Direito na Antiguidade
5 História da Codificação
7 Ver também
A história do direito é componente obrigatório nos cursos de Direito no Brasil e possui uma
autonomia disciplinar. 4
A rigor, não há que se falar em história do Direito, com um caráter universalizante em uma
progressão temporal linear. Adotando-se uma perspectiva sócio-antropológica e mesmo
historiográfica, o que encontramos são tradições culturais particulares que informam práticas
rituais de resolução de conflitos - sejam estas formais ou informais, codificadas ou não, escritas
ou não.5 6
Sabe-se, por exemplo, que segundo a tradição europeia continental, a história do Direito Romano
e de suas instituições tem grande importância — menor na tradição anglo-americana e quase
nenhuma para os povos de tradição islâmica.
A história do direito é de suma importância para o estudo da ciência jurídica, pois, visa
compreender o processo de evolução e constante transformação das civilizações humanas no
decorrer da história dos diversos povos e consequentemente das diversas culturas, do ponto de
vista jurídico, sendo assim o direito a ciência do conviver.
Fontes da História do Direito[editar | editar código-fonte]
Segundo John Gilissen7 , há três perspectivas sobre as fontes pelo qual o direito se materializa, a
saber, fontes históricas, reais e formais. As fontes históricas do Direito seriam todos os
documentos prévios que influenciaram a formação de um dado diploma legal. As fontes reais são
as concepções filosóficas, doutrinárias e até mesmo religiosas que justificam o direito posto em
qualquer época. Já as fontes formais do Direito refletem os meios de elaboração e sistematização
das normas jurídicas e do direito em um determinado grupo sociopolítico, pode se referir,
também, às formas de expressão do Direito.
Assim, antes de se fazer um estudo da História do Direito é necessário que se faça, primeiro, uma
identificação de qual sistema jurídico - ou família do direito - que se estar a analisar. Nesse
sentido, Albergaria aduz que os grandes Sistemas Jurídicos atuais são: a) família romano-
germânico ou Civil Law; b) família do Common Law; c) família dos direitos socialistas; d)
família dos direitos teocráticos; e) família dos povos tribais (africanas, sul-americanos, etc); f)
família do Extremo Oriente; g) família do sistema Hindu1 .
Sistema Romano Leis, editos, costumes, jurisprudência fas Corpus iuris civilis
Há um lugar no mundo onde quase tudo que consideramos "civilizado" nasceu: o Crescente
Fértil, onde hoje está o Iraque, uma parte do Irã e parte de seus vizinhos. A mais grandiosa
invenção dessa gente da Mesopotâmia, foi passar para uma superfície símbolos que expressavam
as ideias, a isso chamamos de escrita. O tipo de escrita foi a cuneiforme e serviu para línguas de
diversas famílias linguísticas de vários povos da região: Sumérios, Elamitas, Semitas
(Acadianos, Babilônios, Caldeus, Assírios), Indo-Europeus (Hititas, Persas).
Nesse ambiente, surgiram cidades-estados, e depois, reinos e impérios. Como se era de se esperar
de uma sociedade complexa como essa, desenvolveram-se um sistema jurídico amplo,
representado principalmente pelos códigos8 :
Código de Urukagina (2.380-2,360 a.C.)
O Código de Urukagina é conhecido somente por citações, mas corpo de lei extante mais antigo
é o de Ur-Nammu (fundador da terceira dinastia de Ur, 2111-2094 a.C.) do qual chegou até nós
somente dois fragmentos de um tablete de argila. Em 1948 outras leis foram identificadas
também na mesma região, são as leis de Eshunna.
Tanto Ur-Nammu quanto Eshunna foram reis de Cidades Estado no Crescente Fértil e dão nome
as primeiras leis escritas que conhecemos, a influência que Ur-Nammu exerceu sobre as leis de
Eshunna são tão grandes quanto a que estas duas legislações provocaram no Código de
Hammurabi.
No final de 1901 d.C. uma expedição arqueológica francesa encontrou uma estela (ou pedra) de
diorito negro de 2,25 m de altura contendo um conjunto de leis com 282 artigos, postos de uma
maneira organizada, ao qual chamamos hoje de Código de Hammurabi por ter sido feita a mando
do Rei Hammurabi que reinou na Babilônia entre 1792 e 1750 a.C.. As leis penais, contidas nele,
utilizavam o Princípio da Pena de Talião (olho por olho, dente por dente) ou eram substituídas
por multas/indenizações legais.
Código de Hammurabi
O Corpus Iuris Civilis não era conhecido no Ocidente nesse período. A burocracia e a
organização administrativa e financeira dos povos nascentes receberam sua estrutura básica do
Império Romano que se extinguira. Além disso, foi com os romanos que eles aprenderam que o
Direito pode ser também uma criação do poder do Estado e uma tradição cultural.
Com o fim do Império,a Igreja Romana surgiu como eficaz substituto de sua administração,
autoridade, cultura e jurisdição, assumindo também, antigas funções das autoridades seculares,
como as de documentação. A organização pedagógica e escolar da Antiguidade continuou
moldando o ensino, mesmo após as invasões, baseada no estudo do trivium: gramática, dialética
e retórica.
Por volta de 1100, o Ocidente redescobriu o Corpus Iuris Civilis e o Direito Romano foi
gradativamente se tornando base da ciência jurídica em toda a Europa, somado a elementos de
Direito Canônico (igreja), formou um Direito Comum para todo o Ocidente que, por esse
motivo, recebeu o nome de Ius Commune. Ao lado do Direito Comum, existia o Ius Proprium,
constituído basicamente por costumes germânicos.
Alguns motivos apontados para a grande utilização do Direito Romano na Idade Média são: o
direito consuetudinário era bastante primitivo; o apoio da Igreja Romana que baseava a educação
de seus juristas no Corpus Iuris Civilis; o apoio dos imperadores que estavam desejosos de se
libertar dos entraves feudais. Além das escolas que sucederam no estudo do Direito Romano, a
Escola dos Glosadores cujo o principal objetivo era compreender o texto romano; a Escola dos
Comentadores, que comentavam sobre o Corpus Iuris; e a Escola dos Pós-Glosadores que tinha
como principal característica a atenção dada à realidade social.
Nos últimos anos do século XVIII, a Europa assistiu o despertar de um movimento que marcaria
profundamente a história do Direito. É o movimento de codificação. As idéias iluministas e as
construções jusracionalistas haviam preparado um novo conteúdo jurídico. Os primeiros códigos
foram obra do despotismo esclarecido. São eles o Código da Prússia(considerado o primeiro
código moderno), de 1794, e o Código da Áustria, que teve sua primeira parte promulgada em
1786. O Código austríaco é mais conciso e conceitualmente mais rigoroso do que o prussiano.
Ambos são bastante longevos, sendo que o Código da Prússia só foi substituído em 1900 pelo
Código Civil alemão e o Código austríaco permanece em vigor, com algumas alterações.
Os civilistas franceses dividem a história do Direito em seu país em três períodos. O primeiro é o
Direito antigo (até o início da Revolução Francesa, em 1789). O segundo é o do Direito
intermediário, e abrange todo o período revolucionário. O terceiro é o Direito moderno que
começa com a grande codificação napoleônica, em 1804 e dura até os nossos dias. A Revolução
havia abolido antigos privilégios e estabelecido a igualdade de todos perante a Lei. Napoleão, em
menos de quatro anos de trabalho, dá à França seu Código Civil, elaborado por quatro
advogados. Suas fontes são os costumes, o Direito Romano e as leis da Revolução. Possui
linguagem clara, precisa e direta; moderação (equilíbrio) porém autoridade excessiva para
marido/pai; praticidade (sem preocupações filosóficas); individualismo (interesse dos
proprietários). O que chamam de 'exegese' proibia a interpretação do Code Civil. Esse código foi
modelo para diversos outros do século XIX, como: códigos holandês (1865), romeno (1865),
italiano (1865), português (1867) e espanhol (1889); além dos latino-americanos, também
influenciados pela experiência francesa, como o: boliviano (1845), o peruano (1852), o chileno
(1857), o argentino (1869), o uruguaio (1869), o mexicano (1871), o venezuelano (1873), o
colombiano (1873), o guatemalteco (1877), o hondurenho (1880), o salvadorenho (1880) e o
costarriquenho (1888).
Napoleão Bonaparte
Na Alemanha, existiam diversos estados independentes regidos por próprias legislações. Savigny
afirmava que devido a intensidade da importância dos costumes para essa sociedade, a
elaboração de um código seria uma forma artificial de impor regras jurídicas. Sem contar que a
Prússia e a Áustria já tinham seus próprios códigos. Devido a esses motivos, ele achava que a
época não era propícia para um código e decidiu criar a Escola Histórica, baseado no "espírito do
povo" , que seria "o conjunto de institutos jurídicos que habita a consciência do povo, só
perceptível através da intuição do jurídico, oriundo de práticas culturais". Com a unificação do
Império Alemão, realizada em 1871, a unificação política era um pressuposto para o surgimento
do código. Em 1874, foi nomeada a comissão prévia para a elaborar uma proposta sobre o plano
e o método que deveriam ser seguidos no preparo do projeto, tendo no mesmo ano, o primeiro
projeto. Em 1890, a segunda comissão foi nomeada e o segundo projeto, que recebeu boa
acolhida pela crítica, foi aprovado e entrou em vigor em 1900. Também conhecido como BGB, o
Código Civil Alemão possui parte geral, Direito das Relações Obrigacionais, Direito das Coisas,
Direito da Família e Direito das Sucessões. Ele serviu de modelo para o código civil japonês e
suíço, para a segunda codificação da Itália e Portugal e para o Código Civil brasileiro de 1916.
Referências
↑ Ir para: a b Albergaria, Bruno. Histórias do Direito: evolução das leis, fatos e pensamentos.
[S.l.: s.n.], 2012. ISBN 978-85-224-7003-7
ALBERGARIA, Bruno.Histórias do Direito: evolução das leis, fatos e pensamentos, São Paulo:
Atlas, 2ª ed., 2012.
CASTRO, Flávia. História do Direito Geral e Brasil. 5ª edição. Rio de Janeiro: Lumen Juris,
2007.
Portal do Direito
Portal de História
Antropologia do direito
Sociologia do direito
[Expandir]
v•e
Direito
Menu de navegação
Página principal
Conteúdo destacado
Eventos atuais
Esplanada
Página aleatória
Portais
Informar um erro
Colaboração
Boas-vindas
Ajuda
Página de testes
Portal comunitário
Mudanças recentes
Manutenção
Criar página
Páginas novas
Contato
Donativos
Imprimir/exportar
Criar um livro
Noutros projectos
Wikilivros
Ferramentas
Páginas afluentes
Alterações relacionadas
Carregar ficheiro
Páginas especiais
Ligação permanente
Informações da página
Item no Wikidata
Noutros idiomas
العربية
Български
Català
Čeština
Dansk
Deutsch
English
Esperanto
Español
Suomi
Français
हिन्दी
Հայերեն
日本語
한국어
Lietuvių
Nederlands
Norsk bokmål
Polski
Русский
Svenska
ไทย
Українська
中文
Editar ligações
Esta página foi modificada pela última vez à(s) 12h08min de 23 de abril de 2015.
Este texto é disponibilizado nos termos da licença Creative Commons - Atribuição - Compartilha
Igual 3.0 Não Adaptada (CC BY-SA 3.0); pode estar sujeito a condições adicionais. Para mais
detalhes, consulte as Condições de U