Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
TEMA: Mandato
Universidade Rovuma
Extensão de Niassa
2022
3º Grupo
Anara Vicente Chipirone
António Jorge
Issufo Abudo Raul
TEMA: Mandato
(Licenciatura em Direito)
Universidade Rovuma
Extensão de Niassa
2022
Índice
1.Introdução ...................................................................................................................... 3
2.Objectivos. ..................................................................................................................... 3
3.Metodologia ................................................................................................................... 3
4. DEFINIÇÃO................................................................................................................. 4
4.1.5. Mandato especial e geral, e mandato em termos gerais e com poderes .......... 6
Conclusão ....................................................................................................................... 16
1.Introdução
O mandato é uma das modalidades contratuais mais comuns do quotidiano das relações
sociais em razão de sua significativa utilidade prática. As pessoas utilizam este
instrumento invariavelmente, desde situações mais simples, como para realizar a
inscrição num concurso público ou para uma matrícula em escola, até casos de maior
complexidade, como a compra e venda de um imóvel ou, até, o próprio casamento. Esta
modalidade contratual está disciplinada nos artigos 1157 a 1184 do Código Civil (CC).
Em regra todos os actos podem ser praticados por meio de procurador, desde que o
negócio diga respeito a algo que não seja ilícito e não ofenda aos bons costumes.
Também não poderá envolver actos personalíssimos, em que a lei exija a intervenção
pessoal do respectivo titular, não permitindo que sejam realizados por representante.
Assim, fazer um testamento ou revogá-lo, bem como exercer cargo público, prestar
serviço militar, não permitem a utilização de procuração.
2.Objectivos.
2.1.Objectivo Geral:
Tecer considerações concernentes ao mandato nos termos dos artigos 1157 a
1184 do Código Civil (CC).
2.2.Objectivos Específicos
Conceituar o Mandato;
3.Metodologia
Em torno da metodologia ,usamos o metodo analitico ,visto que o trabalho em si só, dá
por analizar aspectos relacionados ao Mandato, para a concretização do trabalho
usamos a legislação, algumas teses cientificas, doutrinas encontradas na Biblioteca e
alguns sites da internet,vide na referência Bibliografica e nela foram usadas as normas
APA’S.
4
4. DEFINIÇÃO
4.1. Conceito:
Art. 1157 – “Mandato é o contrato pelo qual uma das partes se obriga a praticar um ou
mais actos jurídicos por conta da outra.”
Nos termos do art. 1157, nos faz entender que quando se fala de mandato refere-se de
um contrato pelo qual alguém (mandatário ou procurador) recebe de outrem (mandante)
poderes para, em seu nome (no nome do mandante), praticar actos ou administrar
interesses. Deste modo, o mandato é o contrato pelo qual uma pessoa confere à outra
poderes para representá-la.
Nesse contrato o mandatário, por ser o representante do mandante, fala e age em seu
nome e por conta deste. Logo, é o mandante quem contrai as obrigações e adquire os
direitos como se tivesse tomado parte pessoalmente no negócio jurídico (Monteiro,
2003).
Em termos gerais, o mandato tem por objeto a prática de actos ou negócios jurídicos em
favor do mandante, nos quais o mandatário atua por conta e ordem do representado
(Venosa, 2009).
5
Assim, não resta dúvida de que a representação se encontra presente na grande maioria
dos casos, “mas não é essencial à configuração do mandato, havendo hipóteses em que
este subsiste sem aquela; e outras ainda em que a mesma ideia existe, porém em
contratos de natureza diversa” (Gonçalves, 2004, p. 385).
4.1.2. Etimologia:
A etimologia da palavra mandato vem do latim mandatum, que deriva de mandare, que
significa mandar, ordenar, oferece uma noção do conteúdo do negócio: mandare, no
sentido de mandar ou ordenar, ou manum dare, dar as mãos, como até hoje são
finalizados alguns negócios e acordos, principalmente aqueles que não apresentam
cunho jurídico (Venosa, 2009). Outros autores ainda referem que a denominação deriva
de manu datum, porque as partes se davam as mãos, simbolizando a aceitação do
encargo e a promessa de fidelidade no cumprimento da incumbência; ao passo que o
vocábulo mandato significa ora o poder conferido pelo outorgante, ora o negócio
estipulado, ora o título deste contrato, de que é sinônimo a procuração (Gonçalves,
2004).
Também tem ligação de descendência da palavra manus dare, que significa “dar as
mãos”, até os dias de hoje, sinal de confiança e compromisso ao se formalizar um
negócio.
“Se o mandato for oneroso, a medida da retribuição, não havendo ajuste entre as partes,
é determinada pelas tarifas profissionais; na falta destas, pelos usos; e, na falta de umas
e outros, por juízos de equidade.”
Tais modalidades não se confundem com os mandatos em termos gerais e com poderes
especiais.
1º - “Para alienar, hipotecar, transigir, ou praticar outros quaisquer actos que exorbitem
da administração ordinária, depende a procuração de poderes especiais e expressos.”
alguns poderes implica a de outros, que lhe são conexos: o de receber envolve o de dar
quitação; o de vender imóvel, o de assinar escritura; por exemplo.
4.1.7. Representação:
O mandato é espécie de representação. Haverá representação sempre que uma pessoa é
incumbida de realizar declaração de vontade de outra em seu lugar. Há três espécies de
representação:
8
a) Representação legal (decorrente de lei, que ocorre em relação aos pais, tutor e
curador, que representam seus filhos incapazes, seu pupilo e curatelado por força de
lei);
A maioria dos actos pode ser praticada por meio de procurador (representante
convencional), não se limitando o objeto do mandato aos atos patrimoniais. Como
exemplo, até mesmo a adoção, o reconhecimento de filho natural e o casamento (um dos
atos mais solenes do Código Civil e de grande importância para a vida das pessoas)
podem ser praticados mediante procuração.
São exceções à possibilidade de serem praticados por meio do mandato alguns atos
personalíssimos, como o testamento, a prestação de concurso público, o serviço militar,
o mandato eletivo, o exercício do poder familiar.
5.CARACTERES JURÍDICOS
O contrato de mandato comporta classificação consoante diversos critérios, variando
conforme o autor.
É bilateral porque gera obrigações tanto para o mandatário (art. 1161) quanto para o
mandante (art. 1167).
9
E, por fim, a revogabilidade, comporta resilição unilateral por parte de qualquer dos
contraentes, sendo revogação por parte do mandante, salvo nos casos dos arts. 1170,
1172.
Complementa FIUZA, que por suas características, pode-se dizer que além de bilateral,
gratuito ou oneroso, intuitu personae, preparatório e consensual, o mandato é ainda
contrato típico (por se achar tipificado no Código Civil, nos arts. 653 a 692), puro (visto
que não é fruto da mistura de dois ou mais outros contratos), pré-estimado (por serem
seus efeitos previsíveis desde o início) ou aleatório (quando sua execução depende de
evento futuro e incerto, como, por exemplo, encarregar uma pessoa de vender seu carro,
sendo os resultados da venda imprevisíveis), de execução futura (uma vez que é
celebrado num momento e executado em outro, não sendo, por exemplo, como a
compra e venda à vista, que se celebra e se executa imediatamente), individual (por
somente obrigar as partes contratantes), negociável (uma vez que, de regra, é fruto de
conversações entre as partes, uma não impondo sua vontade à outra; o que poderia
relacionar-se com a característica da consensualidade), e acessório (pois tem sua
existência subordinada a outro ato, já que ninguém outorga poderes à outra pessoa para
que não faça nada; o que pode se relacionar a característica preparatória do contrato de
mandato).
Todas estas características listadas por Fiuza, Maria Helena Diniz elencaria na
característica da contratualidade.
b) A pagar-lhe a retribuição que ao caso competir, e fazer-lhe provisão por conta dela
segundo os usos;
7.EXTINÇÃO DO MANDATO
O art. 1170 apresenta as hipóteses em que se extingue o contrato de mandato. São
causas de três ordens: vontade das partes, facto jurídico natural e facto jurídico não
natural.
1. O mandato é livremente revogável por qualquer das partes, não obstante convenção
em contrário ou renúncia ao direito de revogação.
Revogação é acto do mandante pondo fim ao mandato. Pode se dar a qualquer tempo,
sem que seja necessário ao mandante explicar seus motivos. Por isso, diz-se que é acto
praticado ad nutum, ou seja, pela simples vontade. O mandante deve avisar ao
mandatário e aos terceiros. É, portanto, aconselhável que, dependendo do tipo de
mandato, se for daqueles que envolvam altos valores, a revogação se faça por
notificação via cartório ou judicial, sendo ademais prudente que se a faça publicar nos
jornais de maior circulação local. Se o mandante deixar de avisar ao mandatário ou aos
terceiros, os atos realizados por eles, intra vires e de boa-fé, serão tidos como válidos.
Pode ser expressa a revogação ou tácito artigo 1171. Será tácita quando o mandante
assumir os negócios que estavam a cargo do mandatário ou quando nomear outro
mandatário.
As partes podem, contudo, convencionar que o mandato seja irrevogável. Neste caso, se
o mandante assim mesmo o revogar, responderá por perdas e danos.
a) Procuração em causa própria, que ocorre quando pelo mandato dá-se cessão de
crédito. A transfere a B seu crédito contra C, outorgando-lhe mandato para que
possa efetuar a cobrança. Neste caso, não há falar em prestação de contas e nem em
revogação. Como é cessão de crédito, os herdeiros do mandatário, caso este faleça, sub-
rogam-se no crédito.
Art. 1174 – “Cessa o mandato:” II – “pela morte ou interdição de uma das partes;”
Fato natural é a morte. Com ela, cessa o mandato, por ser intuitu personae. Se é a morte
do mandante, os atos serão válidos em relação a terceiros de boa-fé, enquanto a ignorar
o mandatário. Se o mandatário, de má-fé, contrair obrigações com terceiros de boa-fé,
responderá perante os herdeiros do mandante, pois aplica-se ao caso a teoria da
aparência. Em outras palavras, os terceiros de boa-fé não serão prejudicados. Se a morte
for do mandatário, cessa o mandato, ainda que os herdeiros tenham habilitação para
cumpri-lo. Terão eles que avisar ao comitente e realizar os atos inadiáveis, sob pena de
responderem por perdas e danos.
Art. 1174 – “Cessa o mandato:” II – “pela morte ou interdição de uma das partes;”
Art. 1176 – “Tanto que for comunicada ao mandatário a nomeação de outro, para o
mesmo negócio, considerar-se-á revogado o mandato anterior.”
De acordo com o art.1176, cada herdeiro do outorgado deve: (I) avisar o mandante da
morte; (II) providenciar os actos devidos, a bem do mandante, “como as circunstâncias
exigirem”.
De acordo com Assis, os herdeiros que não se desincumbirem, a contento, dos deveres
impostos pelo referido artigo, respondem perante o mandante pelo dano a ele provocado
culposamente.
O mandato é irrevogável quando for conferido com a cláusula “em causa própria”.
A procuração in rem suam não se extingue com a morte do outorgante, nem tolera
revogação. No caso de morte, o outorgado obrará em nome dos sucessores do
outorgante. Decidiu a 4ª Turma do curso de Direito: “Ao transferir os direitos, o
mandante se desvincula do negócio, não tendo mais relação com a coisa alienada, pelo
que não há que se falar em extinção do contrato pela morte do mandante”. E, no
concernente à possibilidade de revogação, “a sua revogação não terá eficácia”, e,
sujeitará o outorgante a indenizar.
Conclusão
O mandato é uma espécie de contrato por meio do qual alguém nomeia outrem para
representá-lo na prática de actos jurídicos ou na administração de interesses, delegando-
lhe poderes para a execução de determinados negócios.
Embora na maioria dos casos de mandato não seja necessária a confissão de uma
procuração lavrada em registo e notariado, com certeza a sua utilização torna o negócio
mais seguro juridicamente. E até mesmo a procuração, para gerar uma garantia aos
envolvidos, requer alguns cuidados, como o estabelecimento de prazo de duração e
poderes específicos.
17
Referência Bibliográfica
Legislação:
Doutrinas:
Diniz, M. H. (2007). Curso de Direito Civil Brasileiro. 23. ed. São Paulo: Saraiva,. Vol.
3.
Monteiro, W. de B.(2003).Curso de direito civil. 34. ed. São Paulo: Saraiva,. Vol. 5.
Rodrigues, Silvio. (2002). Direito Civil. 28. ed. São Paulo: Saraiva, Vol. 3.