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(Licenciatura em Direito)
Universidade Rovuma
Extensão do Niassa
2022
Délcio Ricardo
(Licenciatura em Direito)
Universidade Rovuma
Extensão do Niassa
2022
Índice
Introdução ................................................................................................................................................. 3
1. Problemática da Pesquisa ...................................................................................................................... 4
2. Objectivos do projecto de pesquisa ....................................................................................................... 4
2.1. Objectivo Geral .................................................................................................................................. 4
2.2. Objectivos Específicos ....................................................................................................................... 4
3. Hipótese ................................................................................................................................................ 5
4. Justificativa ........................................................................................................................................... 5
5.Tema ...................................................................................................................................................... 6
5.1. Delimitação de estudo ........................................................................................................................ 6
5.1.2. Espacial ........................................................................................................................................... 6
6. Estrutura do Projecto de Pesquisa ......................................................................................................... 6
6.2. Resultados Esperados......................................................................................................................... 6
6.3. Antecedentes Históricos da Violência Domestica ............................................................................. 6
6.5. Formas de Violência .......................................................................................................................... 8
6.5.1. Formas de Violência Domestica ..................................................................................................... 8
6.5.2. Tipos de Violência Doméstica e Sua Tipificação Legal ................................................................. 9
6.6.3. Antecedentes Históricos da Violência Domestica .......................................................................... 9
7. Área Geográficas e Período de Estudo ............................................................................................... 10
8. Técnicas de Colectas de Dados ........................................................................................................... 10
9. Metodologia ........................................................................................................................................ 11
10.Cronologia das actividades ................................................................................................................ 12
11.Orçamento do projecto ....................................................................................................................... 12
Bibliografia ............................................................................................................................................. 13
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Introdução
Dentre os problemas que assolam a sociedade em Moçambique, um dos que merecem redobrada
atenção é a violência doméstica. Condenada à invisibilidade durante anos, a temática se insere
nos estudos académicos como umas das formas mais contundentes de violação de direitos
humanos, necessitando, assim, de intensa mobilização social.
A violência doméstica familiar e contra mulher a integridade biopsicossocial da vítima. São
diversas as sintomatologias e transtornos do desenvolvimento que podem se manifestar, tais
como: doenças nos sistemas circulatórios, dores e tensões musculares, depressão, ansiedade,
suicídio, além de lesões físicas.
No crime de violência doméstica, o interesse jurídico a defender não é apenas a integridade
física, mas mais do que isso, a liberdade e autodeterminação no contexto do lar e da intimidade,
onde a igualdade de direitos é essencial.
Neste contexto, será necessário que a observação da vítima em sede de Clínica Forense, se
debruce sobre todos os aspectos em torno da vítima, de forma a poder produzir um instrumento
de prova, que seja não só uma prova de crime, argumento de acusação de um prevaricador, mas
que sirva também como coadjuvante da protecção da vítima, como a Lei determina. Importa
conhecer, então, quais são as representações da violência doméstica para os peritos médicos que
realizam a avaliação das vítimas, bem como para os Magistrados que a utilizam nos processos
judiciais. Importa saber se a forma como se realiza a avaliação em Clínica Forense, bem como o
seu produto final que é o relatório pericial, estão adequados ao que é exigido na Lei e às
necessidades dos Magistrados para a produção da prova.
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1. Problemática da Pesquisa
Na abordagem dessa problemática, o acolhimento das mulheres em situação de violência
doméstica, nos serviços de medicina legal, ocorre de maneira fragmentada e pontual, pois os
profissionais podem não estar preparados para atender, de maneira integral, essa demanda.
Frente à prática clínica, em que esses actos tendem a se manter na invisibilidade, a conduta dos
profissionais de saúde é de não acolhimento às necessidades das mulheres, restringindo suas
acções a encaminhamentos por parte das estruturas judiciais, o que também nem sempre resulta
em resposta adequada às demandas das mulheres. Nesse sentido, buscar-se-á compreender como
as mulheres em situação de violência doméstica, que foram encaminhadas atendidas em serviços
médico-legal.
3. Hipótese
H1: À prática medica-legal, em que esses actos de violência doméstica devem ser examinados,
pode contribuir na conduta dos profissionais de saúde no acolhimento às necessidades das
mulheres, fortalecendo suas acções a encaminhamentos por parte das estruturas judiciais, o que
resulta em resposta adequada às demandas das mulheres vítimas de violência doméstica.
H2: Nem sempre à prática medica-legal, em que esses actos de violência doméstica deve ser
examinada, podem contribuir na conduta dos profissionais de saúde no acolhimento às
necessidades das mulheres, visto que, não poder ser considerado como denominador comum que
possa fortalecer as suas acções a encaminhamentos por parte das estruturas judicias, o que resulta
em resposta adequada às demandas das mulheres vítimas de violência doméstica.
4. Justificativa
O presente estudo se justifica pela insuficiência de respostas, na literatura especializada, sobre
quais são os factores que podem proteger as mulheres do ciclo da violência. Este estudo constitui
importante contribuição para a área da ciências jurídicas e criminais, em especial na medicina
legal, pois entende-se que compreender essa questão possibilita proporcionar cuidados mais
efectivos às mulheres e construir estratégias que incluam atendimento multidisciplinar, somado à
conjunção de sectores da sociedade, a fim de prestar o atendimento integral e humanizado, além
de promover estratégias para a prevenção e redução de ocorrência de episódios de agressão
E de salientar, que embora o Poder Público tenha dificuldade de intervir nestes conflitos, até
mesmo pelo seu aspecto singular de crime privativo (só as partes ou, no máximo, a família
tomam conhecimento), não há como desconsiderar que a postura, sobretudo do Poder Judiciário,
revela-se como medida repressiva ou até mesmo preventiva de máxima eficiência, uma vez que
não se pode permitir que as partes resolvam sozinhas, problemas culturais exteriorizados em
violência, que cabe ao Estado coibir.
Contudo, a santidade do lar não pode ser considerada desculpa para o baixo grau de condenação
dos agressores que faltam com as suas responsabilidades paternais, não podendo existir entidade
inviolável no que tange ao respeito e à dignidade da pessoa humana.
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5.Tema
Violência doméstica contra as mulheres e menores em Moçambique.
5.1.2. Espacial
O estudo em causa será explanado no período compreendido entre os meses de Julho e
Novembro de 2022, onde serão seleccionados a partir dos relatórios sobre o nível de ocorrência
de Casos de Violência Doméstica da Família e contra Mulher, no contexto do impacto dos passos
pericial médico-legal na decisão que serão disponibilizados nas esquadras por mim frequentados
nas capitais Provinciais concretamente no Gabinete de Atendimento de Mulheres e Crianças
Vitimas de Violência Domestica.
física ou o abuso de poder, contra outra pessoa, grupo ou comunidade, traz impactos e
consequências danosas à humanidade.
O impacto da violência não tem noção de fronteiras geográficas, raça, idade ou renda, atingindo
assim, crianças, jovens, mulheres e idosos. As evidências empíricas revelam que a violência
estrutural está presente nas sociedades, facilitando e oferecendo uma referência à violência do
comportamento, aplicando-se às estruturas organizadas e institucionalizadas e reflectindo-se na
formação dos sujeitos, em suas visões de mundo, crenças e expectativas. Para cada pessoa que
morre devido à violência, muitas outras são feridas ou sofrem devido a vários problemas físicos,
sexuais, reprodutivos e mentais. (SILVA, 2007, p.101)
A violência contra a mulher, de acordo com Cavalcanti (2005, p.90), é aquela causada pelo
homem contra a mulher, ou seja, é preciso existir a figura da diferença de sexo, sendo o homem
o sujeito activo. Os agressores utilizam diversos meios para executarem seus actos, dentre os
quais estão as agressões, que podem ser físicas e psicológicas, verbais, sociais ou patrimoniais
tanto no âmbito público quanto privado. Por tanto, a violência contra a mulher que ocorre no
âmbito familiar ou doméstico, entre quaisquer dos membros da família, é caracterizada como
violência doméstica, sendo perpetrada principalmente pelo parceiro íntimo: maridos, amásios,
amantes, namorados como prevê a nova a recente legislação penal, ou, até, ex-namorados ou ex-
cônjuges.
Também poderão ocorrer por outros membros da família, como filhos, netos, pais, que
transformam o lar, de um ambiente afável, num outro marcado pelo medo e pela angústia e,
muitas vezes, com danos físicos, patrimoniais e psicológicos.
6.4. Conceitos Básicos
Considera-se violência doméstica qualquer acto, conduta ou omissão que sirva para infligir,
reiteradamente e com intensidade, sofrimentos físicos, sexuais, mentais ou económicos, de modo
directo ou indirecto (por meio de ameaças, enganos, coacção ou qualquer outro meio) a qualquer
pessoa que habite no mesmo agregado doméstico privado (pessoas – crianças, jovens, mulheres
adultas, homens adultos ou idosos – a viver em alojamento comum) ou que, não habitando no
mesmo agregado doméstico privado que o agente da violência, seja cônjuge ou companheiro ou
ex-cônjuge ou ex-companheiro. (MACHADO E GONÇALVES, 2003, p.32)
Porém, a psicológica, em função de não envolver danos físicos ou ferimentos corporais, ainda se
mantém num canto escuro do armário, para onde poucos querem olhar. Apenas muito
recentemente, nota-se um movimento em direcção à conscientização e reacção por parte de
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algumas mulheres, confrontando esta modalidade sútil de violência perpetrada pelos homens
com a conivência da sociedade.
É fundamental destacar que todo ato de agressão física é precedida de um histórico de violência
psicológica que, por expressar-se de maneira menos perceptível, acaba não sendo facilmente
identificada pelas mulheres. Muitas vezes, inicia-se com uma pequena reclamação, mas,
repentinamente, esta é substituída por ofensas, xingamentos, atingindo seu pico com as agressões
físicas. (GOMES, 1981 p.9):
Como já havia referido anteriormente a violência doméstica é um dos mais graves problemas que
a sociedade contemporânea enfrenta. É uma forma de violência que não conhece fronteiras, nem
obedece a princípios ou leis. Ocorre diariamente em Moçambique e noutros países, apesar de
existir um quadro constitucional e legal que veio introduzir vários mecanismos de protecção dos
direitos humanos, em especial de protecção dos direitos da mulher e da criança.
Não obstante a Constituição da República ter consagrado como alguns dos princípios
fundamentais do Estado moçambicano (cfr. Artigos 3 e 11, alínea e) C.R.M.), “o respeito e
garantia dos direitos e liberdades fundamentais do Homem; a defesa e a promoção dos direitos
humanos e da igualdade dos cidadãos perante a lei e, como direito fundamental, a igualdade de
género”, ao plasmar no artigo 36, a igualdade do homem e da mulher perante a lei, em todos os
domínios da vida política, económica, social e cultural, o direito penal e o direito processual civil
ainda se preocupam, em grande medida, com o crime e com o agressor que não queira cumprir
com estabelecimento de uma pensão provisória de acordo com a capacidade financeira e com as
necessidades dos beneficiários; e proibir a celebração de contratos sobre bens móveis e imóveis e
suspender temporariamente o poder paternal sobre os filhos menores de 12 anos, deixando de
lado quem mais necessita de assistência e apoio: a vítima.
Regra geral, os crimes previstos no Código Penal ou em qualquer outro instrumento legal são
públicos, sendo excepção aqueles em que a respectiva previsão ou secção em que se encontrem
arrumados, estipule que o respectivo procedimento criminal depende da participação do ofendido
ou de acusação particular.
de violência sofrida; motivos que a mantiveram em uma relação violenta; exame médico-legal; e
consequências físicas, sócias e económicas desta situação.
9. Metodologia
O presente projecto de pesquisa, pretender-se-á, a partir de um estudo de carácter qualitativo, o
qual permite uma análise subjectiva dos depoimentos colhidos, investigar as principais
consequências tanto: psicológica, sócias e económicas trazidas às famílias e menores vítimas de
violência doméstica patrimonial, sob este prisma, o qual evidencia o principal objectivo deste
trabalho, desdobrou-se demais objectivos específicos, tais como, uma abordagem dos factores
históricos e sociais que a predispõem, a identificação do surgimento de novas formas de actuação
perante tal realidade e, sobretudo, a distinção de suas diferentes manifestações, e finalmente as
prováveis consequências que possam afectar os filhos.
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11.Orçamento do projecto
Material Quantidade V/Unitário Total
Lápis 4 15 60
Caneta 3 10 30
Afiador de lápis 2 10 20
Bloco de notas 2 200 400
Impressão 150 4 600
Envelope cor Branca 2 10 20
Encadernação 2 60 120
Livro 2 100 200
Papel 450 2 900
Transporte 8 150 1200
Total 5.550
Fonte: Autor (2022)
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Bibliografia
Legislações:
Doutrinas:
CAVALCANTI, S. V. S. F.A violência doméstica como violação dos direitos humanos. Jus
Navigandi. 2005.
GOMES, Orlando. Direito de família. Rio de Janeiro: Forense, 1981.
HERMANN, Leda Maria. Violência doméstica e familiar. Campinas: Servanda, 2007.
MACHADO, Carla e Gonçalves, Rui Abrunhosa, Violência e Vítimas de Crimes. Coimbra:
Quarteto. 2003
SAFFIOTI, Heleieth. Papéis sociais atribuídos às diferentes categorias de sexo. In: Heleieth
Saffioti. O poder do macho. São Paulo: Moderna, 1987. p. 8-20.
SILVA, L. L.; COELHO, E. B. S.; CAPONI, S. N. C. Violência silenciosa: violência psicológica
como condição da violência física doméstica. Interface. 2007.