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BAURU
2022
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BAURU
Mantido pela Instituição Toledo de Ensino
CURSO DE DIRIETO
BAURU
2022
MARINEDUE RODRIGUES SILVA
Banca Examinadora
____/____/______
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................x
2. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DOS DIREITOS DA MULHER E OS AVANÇOS NO
DIREITO ATUAL...............................................................................................xx
3. MULHER E SOCIEDADE..................................................................................xx
3.1. A mulher como Sujeito do direito........................................................xx
3.2. Conceito de gênero...............................................................................xx
3.3. Gênero e Direito Penal.........................................................................xx
4. A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA COMO VIOLAÇÃO DOS DIREITOS DA
MULHER...........................................................................................................xx
4.1. Violência Doméstica contra a mulher.................................................xx
4.2. Formas de Violência Doméstica..........................................................xx
5. LEGISLAÇÃO DO DIREITO DA MULHER EM SOCIEDADE – LEIS
GERAIS.............................................................................................................xx
5.1. A Constituição Federal e o Princípio da Igualdade...........................xx
5.2. Código Civil – Questão do casamento...............................................xx
5.3. Lei nº 14.132/2021 – stalking................................................................xx
5.4. Lei Nº 12.737/2012 - Carolina Dieckmann...........................................xx
5.5. Lei nº 11.340/2006 – lei Maria da penha como ferramenta de
coibição à violência doméstica.........................................................xx
5.6. Mecanismo Legais de Proteção à Mulher...........................................xx
5.7. Princípios da Dignidade da Pessoa Humana.....................................xx
5.8. Princípios da Igualdade........................................................................xx
5.9. Importância do apoio a Vítima de Violência.......................................xx
6. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E A (IN)EFICÁCIA DAS MEDIDAS
PROTETIVAS....................................................................................................xx
6.1. Medidas Protetivas...............................................................................xx
7. DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA QUE OBRIGAM O
AGRESSOR......................................................................................................xx
7.1. Afastamento do domicilio ou local de Convivência com a
Ofendida................................................................................................xx
7.1.1. Vedação de Conduta........................................................................xx
7.1.2. Suspensão da Posse ou Restrição ao porte de Armas.....................xx
7.1.3. Restrição ou Suspensão de Visitas...................................................xx
7.1.4. Fixação de Alimentos Provisionais ou Provisórios............................xx
8. DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA À
OFENDIDA........................................................................................................xx
8.1. Encaminhar a Ofendida e seus Dependentes a Programa de
Proteção e Atendimento.......................................................................xx
8.2. Recondução ao Domicílio após afastamento do agressor...............xx
8.3. Afastamento do lar...............................................................................xx
8.4. Separação de corpo..............................................................................xx
8.5. Medidas de Ordem Patrimonial...........................................................xx
9. CONCLUSÃO....................................................................................................xx
REFERÊNCIAS ...............................................................................................xx
RESUMO
ABSTRACT
1. INTRODUÇÃO
Falar sobre violência doméstica nos leva a refletir em um problema relacionado à
classe, etnia, gênero e poder. A figura masculina sempre foi vista como modelo patriarcal,
onde o homem era considerado o alicerce da sociedade contemporânea, uma autoridade com
imposição onde imperava o machismo. Já a mulher, tinha o papel inferior ao homem, seja de
maneira econômica, profissional, física ou emocionalmente.
Este tema tem grande visibilidade e repercussão nas redes de mídia e comunicação e
vem sido muito debatido na sociedade, onde as vítimas ao buscar apoio à justiça e aos
membros que a compõe solicitando medidas protetivas passam a sofrer ainda mais, e em
alguns casos danos fatais. É um tema bastante primitivo, mas com muita força de repercussão
nos dias atuais, onde vemos muitos e muitos casos de violência contra mulheres, que mesmo
com a criação de lei específica que assegura mulheres de violência doméstica e familiar o
número de casos de violência só cresce.
Froster e Buralde, 2018 descrevem que ao longo dos séculos a sociedade vem
reproduzindo a subordinação da mulher perante o sexo masculino através da tradição e dos
costumes, e desse modo, banaliza e naturaliza a opressão sofrida e que até hoje se reflete na
sociedade.
Froster e Buralde, 2018 relatam ainda que a violência contra a mulher guarda estreita
relação de poder com as categorias de gênero, classe e raça e, a medida dessa relação se dá
através de uma ordem patriarcal proeminente na sociedade brasileira, a qual atribui aos
homens o direito a dominar e controlar as mulheres, podendo, inclusive, atingir os limites da
violência (Froster e Buralde, 2018).
Segundo o Senando, 2022, mesmo perante o cenário existente no Brasil, em que uma a
cada cinco mulheres, independentemente da idade e do nível de escolaridade, refere já ter sido
espancada pelo cônjuge, companheiro, namorado ou excompanheiros, a violência doméstica e
familiar contra a mulher é um fenômeno velado estimando-se que, em cada cinco mulheres
agredidas, uma não tenha tomado nenhuma atitude perante o ocorrido, o que remete à
subnotificação e dificulta o conhecimento da real dimensão do problema.
Uma vez que o sistema jurídico não proporcionava direitos iguais aos do
homem, as mulheres aos poucos se colocavam a luz do sol e saiam de suas casas,
mesmo que para realizar trabalhos voluntários e com pouca ou nenhuma
representatividade social, no entanto, era um começo.
3. MULHER E SOCIEDADE
Quando se procura entender o papel da mulher na sociedade, há de se voltar
o olhar para os primórdios da existência de nossa sociedade, dando ênfase à
formação do sujeito, seus grupos e classes sociais.
Segundo Cunha (2014), gênero é uma categoria criada para demonstrar que
a grande maioria das diferenças entre os sexos são construídas social e
culturalmente a partir de papéis sociais diferenciados que, na ordem patriarcal, criam
polos de dominação e submissão.
A mulher sendo vista como um ser inferior ao homem, ou seja, mais uma
construção que acabou por se naturalizar: todo ser que nasce com características
femininas necessariamente será inferior àquele que nasce com características
masculinas, em qualquer âmbito da vida social (SILVA, 2015)
A violência contra a mulher por parceiro pode ser prevenida quando abordado
sob a ótica das relações sociais de gênero ( Machado DF et al, 2021) isto acontece
devido às relações de poder e dominação própria do patriarcado estão presentes na
forma com que os indivíduos são socializados, e desde o nascimento a socialização
já está voltada para que assumam papéis e estereótipos próprios de cada sexo.
Nesse sentido, a socialização de gênero é entendida como um processo que
determina o que se espera de uma mulher e de um homem antes mesmo do
nascimento. São regras sociais e expectativas reproduzidas por família, escola,
igreja, entre outros, norteadas pelo sexo biológico.
Essa cultura machista que perdura até os dias atuais também faz mal para o
gênero masculino. Entretanto ela não mata o gênero masculino, mas mata o gênero
feminino quando os danos são causados pela violência, humilhação, discriminação,
preconceito para ambos os gêneros.
É uma cultura que vem estruturada em valores postulados que sempre coloca
a mulher em condição de inferioridade, de subalternidade. E quando colocada nessa
condição tem a ver com dizer que ela é responsável por tudo. A condição de
subalternidade da mulher é uma construção social que determina os papeis sociais a
serem desempenhados por homens e mulheres. “Num sentido amplo, toda violação
dos direitos humanos das mulheres deve ser entendida como violência de gênero
resultado da construção de papéis social” (SALES, 2018, p. 1191).
Por tanto não há justificativas para a agressão contra as mulheres, seja ela
física, psicológica, moral, sexual ou patrimonial. Infelizmente, a cultura machista
ainda faz com que as mulheres se sintam culpadas pelas agressões sofridas. Esse é
um assunto que precisa ser observado como um problema de saúde pública e
social, apesar de muitas pessoas pensarem que a violência doméstica não é um
problema delas.
Entretanto, todos precisam estar envolvidos para que a sociedade seja mais
justa e igualitária. E em defesa da integridade de muitas mulheres vítimas em
potencial, não cabe mais a frase “em briga de marido e mulher, ninguém mete a
colher” a mesma deve ser ignorada, porque em briga de marido e mulher todos
devem sim meter a colher e assim reduzir as estáticas de violência contra a mulher.
A violência psicológica não afeta somente a vítima de forma direta. Ela atinge
a todos que presenciam ou convivem com a situação de violência, a exemplo, os
filhos que testemunham a violência psicológica entre os pais e podem passar a
reproduzi-la por identificação ou mimetismo (AZEVEDO, GUERRA, 2001;
GEOCITIES, 2005).
Nessa convenção foi proposto o direito de toda mulher a ser livre de violência,
onde abrange:
De acordo com Silva, 2007, a Constituição Federal, vigente até o momento ela
é o ato de constituir, estabelecer, firmar ou ainda, o modo pelo qual se constituí uma
coisa, um ser vivo, um grupo de pessoas; organização, formação. A Constituição por
definição é uma técnica ou conjunto de técnicas que submete o governo a limites,
resultado muito menos prováveis a ocorrência de atos de violência arbitrária e
tirânica em um governo constitucional. Além disso, uma Constituição bem elaborada
adotará as oportunas medidas para sua alteração de modo que evite, enquanto for
humanamente possível, o movimento revolucionário. O princípio da igualdade vem
expresso no Caput do art. 5º, inciso I, apropriados ao título de “direitos e garantias
fundamentais” entre os cidadãos brasileiros, figurando em seu texto as figuras do
gênero “homens e mulheres” equiparados em direitos e obrigações.
Cabette, 2021, relata que o crime é comum, podendo ser praticado por
qualquer pessoa, independentemente de alguma especial qualidade. Como já
destacado, o delito pode ser perpetrado tanto por homens como por mulheres. Não
obstante, estatisticamente é mais comum sua prática por homens contra mulheres,
envolvendo assim, muitas vezes, questões atinentes à violência doméstica e familiar
contra a mulher. Observe-se, porém, que homens também podem ser vítimas de
perseguição, seja por outros homens ou por mulheres. O crime em estudo, como já
dito, é comum.
Segundo Lima 2021, A lei contra Stalking foi publicada na Lei n°14.132, em
01 de abril de 2021, acrescentou o artigo 147-A ao Código Penal, estabelecendo
como crime a perseguição reiterada e ameaçadora a outra pessoa (assédio por
usurpação), conhecida como “stalking”. A palavra “stalking” é traduzida como
perseguição do inglês, e é popularmente atribuída a que, utiliza mecanismos digitais
para perseguir alguém, podendo ser praticado por qualquer pessoa.
Essa agressividade entre quatro paredes faz com que a mulher se cale para
os seus familiares e para o mundo. Em muitos casos de agressão, os familiares das
vítimas só têm conhecimento quando a mulher denuncia o agressor ou quando a
vítima sofre lesões mais grave que a leva a morte.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
Como salienta Moraes, (2002) o legislador não poderá editar normas que se
afastem do princípio da igualdade, sob pena de flagrante inconstitucionalidade. O
intérprete e a autoridade política não podem aplicar as leis e atos normativos aos
casos concretos de forma a criar ou aumentar desigualdades.
Apesar da lei 11.340/06, ter buscado aplicar suas medidas de uma forma
célere e informal, “De uma forma geral, o processo protetivo conferiu informalidade e
agilidade à proteção e reparação da violência à mulher”, (FERNANDES, 2015,
p.185), a mesma possui na grande maioria das vezes quando acionada, a ineficácia
no caso prático, podemos observar esse aspecto quando a partir de alguns
pressupostos observamos lacunas enormes entre a lei e a “vida real”:
[...] Não menciona a Lei Maria da Penha o ̃ s requisitos para o
deferimento das medidas protetivas, nem exige que a
autoridade policial instrua pedido da ví tima com as
testemunhas do fato porventura existentes (art. 12, § 1o, da Lei
n. 11.340/2006), o que pode conduzir ao indeferimento de
medidas de proteção por ausência de provas. (FERNANDES,
2015, p.185).
Mas mesmo com essas mudanças, não se pode falar que as medidas
protetivas se tornaram eficazes, muito embora tenha havido avanços. Mesmo após
os avanços na legislação brasileira nas últimas décadas, as mulheres são
espancadas de forma quase que naturalizada na sociedade (LANGLEY e LEVY,
1980).
Dias, 2008 relata que caso o agressor possua posse devidamente registrada
na Polícia Federal, o desarmamento só pode ocorrer caso haja pedido de medida
protetiva feita pela vítima, porém caso o uso ou a posse não sejam legais e haja
violação dos dispositivos legais, é a autoridade policial a responsável pelas
providencias a serem tomadas.
Como descreve a desembargadora Dias, 2008:
Porto, 2007, relata que se apenas um dos dependentes for vitima da violência
doméstica, as medidas podem ser estendidas aos outros, pois também estão
sujeitos ao risco. Caso haja apenas violência contra a mãe, entende-se que não há
razões para que as visitas sejam suspensas, portanto podem ser restringidas quanto
ao local e horário das visitas, além de ser proibida visitação, quando o agressor
encontra-se em estado de alcoolismo ou após o uso de substancias entorpecente,
além de frequentar determinados lugares não recomendados.
Descreve ainda Porto, 2007 que se a mulher e seus filhos forem removidos
para um abrigo ou até mesmo para a casa de seus familiares, essa restrição será
mais rígida, pois este lugar deve ser mantido em sigilo, e até mesmo não deve ser
mencionado no processo, justamente para que o sujeito ativo não tome
conhecimento. Em relação às visitas aos dependentes, não serão proibidas, porém
para que isto ocorra deverá ter um local previamente indicado pela autoridade.
9. CONCLUSÃO
TRINDADE, Vitória Etges Becker. Lei Maria Da Penha: violência doméstica e familiar
contra a mulher no âmbito da polícia judiciária. Anais... XII Seminário Internacional
Demandas Sociais e Políticas Públicas na Sociedade Contemporânea, Santa Cruz
do Sul, p. 1-19, 2016. ISSN: 2447-8229.
Mary Wollstonecraft
Quais são os argumentos de Mary Wollstonecraft contra a visão de gênero defendida por
Rousseau?
Wollstonecraft rebate as assertivas de Jean-Jacques Rousseau na obra já
analisada por discordar sobre a consideração da fraqueza moral das mulheres que
justifica a submissão feminina às faculdades dos homens que são superiores à
delas, bem como reduzir à mulher, com o casamento, à condição de escravas por
conveniência.