Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Rio de Janeiro
2023
2023
Prof. _____________________________________
Orientador: JOSÉ MATHEUS ANTUNES RIBEIRO DE OLIVEIRA
Prof. _____________________________________
Prof. _____________________________________
RESUMO
A violência doméstica e familiar contra a mulher é uma questão grave, que vem
tentando ser erradicada através de legislações específicas pela maioria dos países.
O objetivo geral deste artigo é analisar as medidas de proteção às mulheres em 3
diferentes países comparando-as com as medidas de proteção brasileiras e
consequentemente com a Lei Maria da Penha. Sendo a metodologia utilizada de caráter
exploratório através de pesquisas bibliográficas, artigos e dados quantitativos.
Será abordado as diversas formas de violência doméstica, a importância das medidas
cautelares e suas efetivas aplicabilidades para que sejam realmente eficazes, erradicando
a violência contra a mulher no Brasil e também, em todo contexto internacional.
ABSTRACT
Domestic and family violence against women is a serious issue that most countries have
been trying to eradicate through specific legislation.
The general aim of this article is to analyze women’s protection measures in three
different countries, comparing them with Brazilian protection measures and,
consequently, with the Maria da Penha Law. The methodology used is exploratory,
using bibliographical research, articles and quantitative data.
The various forms of domestic violence will be addressed, as well as the importance of
precautionary measures and their effectiveness in eradicating violence against women in
Brazil and internationally.
INTRODUÇÃO
urgência; das punições aos agressores; das alterações feitas na referida lei, com a
consequente efetividade para a sociedade brasileira.
Este estudo tem como objetivo analisar a efetividade da Lei Maria da Penha não
só como uma questão jurídica, mas também social e humanitária. É um tema complexo
que envolve não apenas a análise de estatísticas e a avaliação de casos jurídicos, mas
também a compreensão da dinâmica de poder, das atitudes culturais e das barreiras que
impactam aqueles que sofrem em silêncio. Neste estudo, buscaremos uma perspectiva
abrangente que considere todos esses aspectos.
Unidas em 2000; E por fim, de maneira mais objetiva a Lei de proteção das mulheres
contra a violência doméstica, criada em 2005.
A partir da criação da lei de proteção das mulheres contra a violência doméstica,
foi oferecida a possibilidade de implementar medidas mais rígidas em relação aos
agressores, que por motivos patriarcais, culturais e religiosos fazem cada vez mais
vítimas na índia.
A referida lei, foi objetiva ao definir violência doméstica como qualquer
ato/conduta que causar abuso físico, verbal, sexual, emocional, econômico ou pôr em
perigo a mulher para atender a qualquer demanda ilegal de qualquer dote ou garantia
valiosa; E foi ampla ao definir como relação doméstica, o convívio entre pessoas em
uma residência compartilhada, não só relacionadas pelo casamento, mas também pela
consanguinidade, adoção ou qualquer outro laço familiar.
Esta legislação obriga o governo indiano a garantir a eficácia da lei, por meio de
uma coordenação eficaz, ampla publicidade, treinamento periódico de funcionários para
abordarem as vítimas corretamente e implementação de protocolo nos tribunais para
prestações de serviços as mulheres.
Nesta perspectiva foram implementadas diversas medidas de proteção, como:
disponibilização de casa-abrigo; recebimento de assistência médica e jurídica gratuitas;
requerimento de tutela para expedir medidas cautelares de aproximação; direito a
permanência no domicílio da família, independentemente de ter título ou benefício
sobre o mesmo; compensação monetária em relação as despesas médicas
extraordinárias, as perdas de rendimentos e aos danos causados; assistência financeira
através do pagamento de alimentos do agressor para a vítima e os filhos, caso os tenha e
seja necessário; E prisão pelo período de até um ano e/ou multa de vinte mil rúpias, caso
o agressor viole as medidas descritas acima, proferidas pelo magistrado.
Mesmo com a elaboração de convenções internacionais e leis específicas para
proteger as mulheres, a índia segue com grande dificuldade para enfrentar a questão de
violência de gênero, visto que a cultura patriarcal indiana limita o papel da mulher
dentro da sociedade, causando a continuidade às violências estruturais que passam de
uma geração para outra.
Portugal criou a Lei da Igualdade de Gênero (Lei n.º 59/2008), que embora não seja
exclusivamente sobre violência doméstica, eliminou a discriminação em razão do sexo,
assumiu o compromisso internacional com a agenda da igualdade e com as políticas de
ação positiva de gênero, promovendo a igualdade entre mulheres e homens.
E enfim, foi criada a Lei de Violência Doméstica (Lei n.º 112/2009), com o
objetivo de estabelecer medidas de proteção as vítimas e punições especificas para os
agressores. Deste modo, logo após a denúncia é gerada uma espécie de protocolo,
composto de medidas de proteção e de direitos que a vítima passa a ter, onde as
autoridades competentes entregam para a vítima documentos contendo a cópia dos autos
e uma cartilha com seus direitos, tais como: o patrocínio psicológico e jurídico a vítima,
não podendo ser limitado por razões financeiras da mesma, seminários e conferencias,
medidas cautelares que garantem a proteção da vítima para que não ocorra a
revitimização, através da teleassistência e estruturas de casas-abrigo, restituição dos
bens que lhe pertencem e indenização de até um salário mínimo concedida pelo governo
de Portugal, após avaliação da Comissão Nacional de Apoio às Vítimas de Crimes
(CNAVC), em casos de grave insuficiência econômica.
Nos últimos anos, houveram alterações feitas pela Lei n.°57/2021, que passou a:
considerar a vítima como pessoa que sofreu atentado a sua integridade psíquica, física,
sexual ou dano material, também sendo incluídas crianças e jovens de até 18 anos que
sofram maus tratos no âmbito doméstico, obrigar o governo a criar um plano nacional
contra a violência doméstica, apoiado pelas áreas de saúde e de trabalho, instituir
proteção policial individualizada para a vítima no âmbito judicial ou fora dele, restringir
o agressor de se aproximar da vítima e de sua família e de frequentar certos lugares,
proibir o agressor a usar ou portar armas e obriga-lo a frequentar programas
psicoeducacionais de prevenção a violência doméstica, com o objetivo de prevenir a
reincidência.
A lei 1.257/2008 estabelece que violência doméstica poderá ser qualquer ação
ou omissão que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual, psicológico, econômico
ou patrimonial devido à sua condição de mulher, bem como ameaças de tais atos,
coerção ou privação arbitrária de direitos, podendo consolidar-se nas relações conjugais,
familiares ou laborais.
Entre esses dois anos, o caso de duas mulheres tomou grande notoriedade no
país: O primeiro foi de Rosa Elvira Cely, que aos seus 35 anos foi estuprada e
brutalmente assassinada no parque nacional de Bogotá por seu ex colega de turma (que
já havia sido condenado por matar uma mulher e também havia mandado de prisão por
abusar sexualmente de suas enteadas),a vítima chegou a ligar duas vezes para a
emergência, que demorou mais de 2 horas para chegar e localiza-la com sinais de
estrangulamento e com outros ferimentos, Rosa passou 4 dias na Unidade de Terapia
Intensiva e depois veio a falecer.
O segundo caso foi de Natalia Ponce de León, que tinha 34 anos quando teve o
seu rosto e parte do corpo atingidos por ácido sulfúrico que foi jogado por um homem
que possuía obsessão por ela, causando queimaduras de segundo e terceiro graus e a
realização de mais de 15 cirurgias, responsáveis por sua recuperação.
E a Lei 1.773 de 2016 ou Lei Natalia Ponce de León, promoveu a eficácia das
sanções e a tipificação do ato como delito autônomo, aumentando as penas privativas de
liberdade, que podem chegar a 50 anos de prisão para pessoas que agridam a outras com
ácido ou outros agentes químicos e proibindo benefícios judiciais ou administrativos
para os agressores, como a suspensão condicional da execução da pena e prisão
domiciliar.
agente não resultou em sua morte, vindo ela, porém, a ficar em estado de paraplegia
irreversível. Após esse evento, o marido ainda a eletrocutou durante um banho.
A lei Maria da Penha estipulou cinco tipos de violência doméstica. São elas:
Física: entendida como qualquer conduta que ofenda a integridade ou saúde corporal.
Suas formas mais comuns são agressões e lesões corporais; Psicológica: entendida
como qualquer conduta que cause dano emocional e diminuição da autoestima ou que
vise degradar ou controlar ações, comportamentos, crenças e decisões. As formas mais
comuns são ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância
14
A medida protetiva tem por finalidade resguardar os direitos da vítima caso esta
opte por sair do lar. Isto porque, nos termos do artigo 1.573, IV, do Código Civil, a
separação pode ser fundamentada no “abandono voluntário do lar conjugal, durante um
ano contínuo”.
Com o passar dos anos a lei sofreu alterações, para tornar mais efetiva a proteção
das vítimas e impor penalidades mais severas aos agressores
18
Ademais, até o presente momento de 2023 foram implementadas mais duas leis:
Lei 14.674 Alterou o artigo 23 da Lei Maria da Penha, para dispor sobre
auxílio-aluguel a ser concedido pelo juiz em decorrência de situação de vulnerabilidade
social e econômica da ofendida afastada do lar, para protege-la junto com seus
descendentes das agressões ou mesmo para retirá-la do ambiente das agressões, isso
19
porque alguma vítimas não possuem renda própria ou mesmo uma renda que seja
satisfatória para se manterem sozinhas ou com seus dependentes.
CONCLUSÃO
Conclui-se que a Lei Maria da Penha teve um impacto significativo no
enfrentamento e no combate à violência contra a mulher no Brasil ao longo de sua
existência. As suas conquistas são notáveis, destacando-se a sensibilização da sociedade
para a questão da violência baseada no género, o fortalecimento da rede de apoio às
vítimas e a imposição de penas mais rigorosas aos agressores.
No que diz respeito ao acesso à justiça, a Lei Maria da Penha distribuiu medidas
protetivas que permitem às vítimas buscar ajuda legal e policial de forma mais eficaz.
Além disso, a criação das Delegacias da Mulher e dos Juizados Especiais de Violência
22
No entanto, este estudo também destaca que a eficácia da Lei Maria da Penha
não é uniforme em todo o país e enfrenta desafios significativos. Estas incluem a falta
de recursos para a plena implementação, a lentidão do sistema judicial, a necessidade de
melhorar a formação dos profissionais envolvidos e a persistência de uma cultura de
género que perpetua estereótipos e preconceitos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
OLIVEIRA, Cristiane Rocha et al. A Lei Modelo Interamericana para prevenir, punir e
erradicar a morte violenta de mulheres (femicídio/feminicídio) e a difusão de normas de
combate à violência de gênero na América Latina. 2022.
script=sci_arttext&pid=S0123-885X2004000100003&lng=en&nrm=iso. Access on 02
Nov. 2023.
Soto, Martha Elvira. El renacimiento de Natalia Ponce de León : itinerario de uma vida
que venció a la barbarie. Bogotá: Intermedio Editores, 2015.
TOBAR SALAZAR, Sara et al. Uma aproximación a los criterios de racionalidad penal
a partir del análisis de la Ley 1773 de 2016 “Natalia Ponce de León”. 2016. Trabalho de
Conclusão de Curso. Universidad EAFIT.
Gran cursos online. Lei Maria da Penha principais pontos e mudanças.2023. Disponível
em: ARES, Graziela. AS VIOLÊNCIAS DA LINGUAGEM E OS DIREITOS DAS
MINORIAS LINGUÍSTICAS NA ÍNDIA. Anais de Artigos Completos do VI
CIDHCoimbra 2021, v. 8, p. 71-83, 2022.
Fernandes, Valéria Diez Scarance. Maria da Penha Law: the prosecution in the way of
effectiveness. 2013. 292 f. Tese (Doutorado em Direito) – Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo, São Paulo, 2013.
Fernandes, Valéria Diez Scarance. Maria da Penha Law: the prosecution in the way of
effectiveness. 2013. 292 f. Tese (Doutorado em Direito) – Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo, São Paulo, 2013.