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INSTITUTO ANDRADE BUENO

CURSO SEQUENCIAL EM SEGURANÇA PÚBLICA

Ramon Alves Pereira

LEI Nº 11.340: Violência Doméstica Contra as Mulheres

Goiânia - GO
Agosto, 2015
Ramon Alves Pereira

LEI Nº 11.340: Violência Doméstica Contra as Mulheres

Trabalho de conclusão do curso Sequencial


apresentado ao Instituto Andrade Bueno como
requisito parcial para a obtenção do Certificado em
Gestão em Segurança Pública.

Orientador: Prof. Esp. Jaques A. Mees

Goiânia
Agosto, 2015
Ramon Alves Pereira

LEI Nº 11.340: Violência Doméstica Contra as Mulheres

Trabalho de conclusão do curso Sequencial apresentado ao Instituto Andrade Bueno como


requisito parcial para a obtenção do Certificado em Gestão em Segurança Pública

Aprovado em: ____ de _______ de _____.

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________
Prof. Esp. Jaques A. Mees – Instituto Andrade Bueno - Orientador

__________________________________________
Prof. Esp. Coord. Pedro Luiz – Instituto Andrade Bueno
Resumo
Este artigo tem como finalidade apresentar um breve estudo sobre a lei LEI Nº 11.340, DE 7 DE
AGOSTO DE 2006 que aborda a proteção doméstica familiar contra as mulheres . Serão abordados e
analisados alguns aspectos como: mecanismos que coíbem essa pratica , Prevenção , dentre outros.
O objetivo é demonstrar que essa lei chamada de ‘Maria da Penha’ , realmente protege, as mulheres
brasileiras.

Palavras-chave: LEI Nº 11.340, Maria da Penha, Violência Doméstica.


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Abstract
This article aims to present a brief study of the law Law No. 11,340, 2006 AUGUST 7 that addresses
the family home protection against women. They will be discussed and analyzed some aspects such
as mechanisms to shy away this practice, Prevention, among others. The goal is to demonstrate that
this law called 'Maria da Penha', actually protects, Brazilian women.

Keywords: Law No. 11.340, Maria da Penha, Domestic Violence


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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................8
1.1 Justificativa .......................................................................................................................9
1.2 Objetivos ...........................................................................................................................10
1.2.1 Objetivo Geral.................................................................................................................10
1.2.2 Objetivo Específico..........................................................................................................10
2 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A MULHER...................................................11
2.1 BREVE HISTÓRICO DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER...................................12
2.2 Conceituando a Violência..................................................................................................14
2.3 Violências Domésticas.......................................................................................................15
2.4 Formas de Violência Contra a Mulher...............................................................................16
2.5 Causas ou fatores de risco da violência doméstica............................................................19
2.6 Consequências da Violência Doméstica.............................................................................20
3.0 Lei Maria da Penha .........................................................................................................22
3.1 Algumas inovações trazidas pela Lei 11.340/06.................................................................24
3.2 DA EFETIVIDADE DA LEI MARIA DA PENHA..........................................................25
4 Conclusão.............................................................................................................................26
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................27
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INTRODUÇÃO

Segundo o site direitonet.com (2015), A violência contra a mulher é um tema


que tem sido objeto de muitas discussões. A violência doméstica contra as mulheres
ocorre em todo o mundo e perpassam as classes sociais, as diferentes etnias e
independe do grau de escolaridade. Cada vez mais, a violência de gênero é vista
como um sério problema da saúde pública, além de constituir violação dos direitos
humanos. Em todo o mundo, pelo menos uma em cada três mulheres já foi
espancada, coagida ao sexo ou sofreu alguma outra forma de abuso durante a vida.
O agressor é, geralmente, um membro de sua própria família.
A Lei Federal 11.340/2006 de Combate à Violência Doméstica e Familiar,
sancionada pelo presidente Lula, em agosto de 2006, foi batizada como Lei Maria da
Penha, em homenagem à professora universitária cearense Maria da Penha Maia
que ficou paraplégica por conta do marido ter tentado assassiná-la.
(DIREITONET.COM, 2015).
A Lei Maria da Penha criou mecanismos para coibir a violência doméstica e
familiar contra a mulher, nos termos do art. 226 da Constituição Federal, da
Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as
Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e a Violência contra a
Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar
contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de
Execução Penal; e dá outras providências. (DIREITONET.COM, 2015).
Desta forma, no decorrer deste trabalho, procura-se responder aos
questionamentos, tais como: quais os potencializa dores ou fatores de risco? Quais
as consequências provocadas nas mulheres? Quais as principais modificações
ocorridas na legislação brasileira com o advento da Lei 11.340/06 no combate à
violência doméstica?
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1.1 JUSTIFICATIVA

Sabe-se que antes da Lei Maria da Penha, as mulheres recebiam tratamento


negligente e descompromissado por parte do Estado, para dizer o mínimo. Com a
vigência da Lei Maria da Penha, surgiram divergências acerca da sua
constitucionalidade.
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1.2 OBJETIVOS

1.2.1 GERAL
O objetivo geral é analisar a problemática da violência doméstica contra a
mulher nos seus aspectos sociais e jurídicos, contextualizando-o com a relevante
aplicação da Lei 11.340/06.

1.2.2 ESPECÍFICOS
Como objetivo específico tentará analisar os avanços trazidos e ainda fazer
uma breve análise da efetiva aplicação da Lei.
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2 - VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A MULHER


Segundo o site portais (2015), falar em violência doméstica é falar de um
problema que atinge mulheres, crianças, adolescentes e idosas em todo o mundo.
Decorre principalmente da desigualdade existente nas relações de poder entre
homens e mulheres, bem como da discriminação de gênero ainda presente tanto na
sociedade como no seio da família.
Atualmente, a violência doméstica constitui uma ameaça que acompanha
centenas de milhares de mulheres por toda a vida, de todas as idades, graus de
instrução, classes sociais, raças, etnias e orientação sexual. É um fenômeno que
vem abreviando e prejudicando a vida de muitas pessoas em todo o mundo. A
violência não conhece fronteiras geográficas, raça, idade ou renda. É uma realidade
experimentada em várias partes do planeta, em países desenvolvidos e
subdesenvolvidos, no meio urbano ou rural, em grandes e pequenas cidades
(PORTAIS.TJCE.JUS.BR, 2015).
Existem casos de violência doméstica em todos os grupos sociais, entretanto,
a maioria dos casos que chegam às Delegacias ocorre nas camadas sociais mais
baixas, vez que os mais pobres estão muito mais expostos à violência, e talvez se
evidencie mais pelo fato de que as mulheres pobres não tenham muito o que
esconder, não havendo qualquer receio em expor seus problemas, ou até mesmo
por que a única solução viável seja buscar apoio e proteção policial. Já nas classes
mais altas as vítimas não querem expor seus problemas, preferindo silenciar todo e
qualquer tipo de violência sofrida, resguardando assim o nome da família
(PORTAIS.TJCE.JUS.BR, 2015).
12

2.1Breve histórico da violência contra a mulher


De acordo com portais (2015), as mulheres, na antiguidade, eram
consideradas parte do patrimônio da família, assim como os escravos, os móveis e
os imóveis. No Brasil Colonial havia um dispositivo legal que permitia ao marido
castigar a mulher com o uso de chibatas.
As agressões físicas contra as mulheres fazem parte de nossas raízes
culturais, trazidas pelos colonizadores europeus. Até a década de 70, já em plena
modernidade, embora a legislação brasileira não contivesse autorização legal a que
maridos traídos ou supostamente traídos matassem suas mulheres, a justiça
brasileira e a sociedade assistiam a homicídios praticados contra as mulheres, e
praticamente todos os homens eram absolvidos alegando legítima defesa da honra,
mesmo que para isso tivessem que denegrir a imagem da suas próprias mulheres,
pessoas que eram 9 muitas vezes acusadas de sedução, infidelidade, luxúria e de
serem elas mesmas responsáveis pelo desequilíbrio emocional de seus parceiros
(PORTAIS.TJCE.JUS.BR, 2015).
No Brasil, a violência contra a mulher cresceu assustadoramente, tomando
gigantescas proporções e apresenta um cenário que merece ser enfrentado de
forma emergencial, já que provoca sérias consequências de agravos à saúde física,
reprodutiva e mental dessas mulheres, quando não as leva ao óbito
(PORTAIS.TJCE.JUS.BR, 2015).
A violência contra a mulher constitui uma manifestação das relações de poder
historicamente desiguais entre homens e mulheres, que levam à dominação e à
discriminação por parte do homem, impedindo o avanço pleno da mulher e lhe
atribuindo um papel secundário. A essa violência, que nasce da superioridade
imposta por um sexo ao outro – dos homens sobre as mulheres – e afeta toda a
organização social, convencionou-se chamar violência de gênero, que é a violência
sofrida pelo simples fato de ser mulher, sem distinção de raça, classe social, religião,
idade ou qualquer outra condição, produto de um sistema social que subordina o
sexo feminino (PORTAIS.TJCE.JUS.BR, 2015).
Contudo, analisando com um olhar instigante a violência contra a mulher,
chama-nos a atenção o fato de a mulher internalizar e reproduzir a agressão,
contribuindo para que as estruturas que a transformam em vítima sejam mantidas.
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Nesse cenário, destacam-se os casos de mães que colaboram ativamente no


“endurecimento” de seus filhos, transformando-os em machos agressivos, porque a
mulher que apanha é a mesma que se responsabiliza pela educação dos filhos,
exercendo sobre eles seu pequeno poder. E, sendo ela agredida haverá uma forte
tendência em transferir a violência sofrida para os filhos menores que não têm
qualquer meio de defesa (PORTAIS.TJCE.JUS.BR, 2015).
Ainda o site portais (2015), é em casa e em família que se aprende a justiça e
o respeito pelos direitos humanos e os outros valores sociais. Há que se encarar
com seriedade a necessidade de combater esse mal que assola nossa sociedade.
Constata-se, entre outras coisas, que os filhos que veem os pais espancarem as
suas mães e que também são espancados são aqueles que também irão espancar
suas esposas mais tarde. Temos assim um ciclo vicioso da violência.
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2.2 Conceituando a Violência


De acordo com o site significados.com (2015), violência significa usar a
agressividade de forma intencional e excessiva para ameaçar ou cometer algum ato
que resulte em acidente, morte ou trauma psicológico.
A violência se manifesta de diversas maneiras, em guerras, torturas, conflitos
étnico-religiosos, preconceito, assassinato, fome, etc. Pode ser identificada como
violência contra a mulher, a criança e o idoso, violência sexual, violência urbana, etc.
Existe também a violência verbal, que causa danos morais, que muitas vezes são
mais difíceis de esquecer do que os danos físicos (SIGNIFICADOS.COM, 2015).
A palavra violência deriva do Latim “violentia”, que significa “veemência,
impetuosidade”. Mas na sua origem está relacionada com o termo “violação”
(violare) (SIGNIFICADOS.COM, 2015).
Quando se trata de direitos humanos, a violência abrange todos os atos de
violação dos direitos: civis (liberdade, privacidade, proteção igualitária); sociais
(saúde, educação, segurança, habitação); econômicos (emprego e salário); culturais
(manifestação da própria cultura) e políticos (participação política, voto)
(SIGNIFICADOS.COM, 2015).
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2.3 Violências domésticas


Violência doméstica é um tipo de violência que é praticada no contexto
familiar. Pode acontecer entre pessoas com laços de sangue, como pais e filhos, ou
pessoas unidas de forma civil, como marido e esposa ou genro e sogra.
(SIGNIFICADOS.COM, 2015).

Apesar do nome, este ato de violência nem sempre ocorre dentro de casa. A
violência doméstica pode ser subdividida em violência física, psicológica, sexual,
patrimonial e moral. Também é considerada violência doméstica o abuso sexual de
uma criança e maus tratos em relação a idosos. (SIGNIFICADOS.COM, 2015).
Toda violência doméstica é repudiável, mas os casos mais sensíveis são a
violência doméstica infantil, porque as crianças são mais vulneráveis e não têm
meios de defesa. Mesmo quando a violência doméstica não é dirigida diretamente à
criança, ela pode ficar com traumas psicológicos. (SIGNIFICADOS.COM, 2015).
Muitos casos de violência doméstica ocorrem devido ao consumo de álcool e
drogas, mas também podem ser motivados por ataques de ciúmes. A maioria dos
casos verificados é de violência doméstica contra a mulher, mas também há casos
de violência doméstica contra o homem. Todos os dias, a polícia recebe
aproximadamente 2 mil queixas de pessoas que alegam ter sofrido violência
doméstica. (SIGNIFICADOS.COM, 2015).
Como em muitos problemas na nossa sociedade, a prevenção é muitas vezes
a melhor solução. Muitos especialistas indicam que no caso da violência doméstica,
o acompanhamento dos casais antes que o problema aconteça é crucial. Além
disso, é importante que haja uma atuação imediata por parte de várias entidades
quando aparecem os primeiros sinais de violência doméstica.
(SIGNIFICADOS.COM, 2015).
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2.4 Formas de Violência Contra a Mulher


A violência contra mulheres constitui-se em uma das principais formas de
violação dos seus direitos humanos, atingindo-as em seus direitos à vida, à saúde e
à integridade física. Ela é estruturante da desigualdade de gênero
(OBSERVATORIODEGENERO.COM, 2015).
A violência contra as mulheres se manifesta de diversas formas. De fato, o
próprio conceito definido na Convenção de Belém do Pará (1994) aponta para esta
amplitude, definindo violência contra as mulheres como “qualquer ação ou conduta,
baseada no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou
psicológico à mulher, tanto no âmbito público como no privado” (Art. 1°). Além das
violações aos direitos das mulheres e a sua integridade física e psicológica, a
violência impacta também no desenvolvimento social e econômico de um país.
(OBSERVATORIODEGENERO.COM, 2015).
A violência atinge mulheres e homens de formas distintas. Grande parte das
violências cometidas contra as mulheres é praticada no âmbito privado, enquanto
que as que atingem homens ocorrem, em sua maioria, nas ruas. Um dos principais
tipos de violência empregados contra a mulher ocorre dentro do lar, sendo esta
praticada por pessoas próximas à sua convivência, como maridos/esposas ou
companheiros/as, sendo também praticada de diversas maneiras, desde agressões
físicas até psicológicas e verbais. Onde deveria existir uma relação de afeto e
respeito, existe uma relação de violência, que muitas vezes é invisibilizada por estar
atrelada a papéis que são culturalmente atribuídos para homens e mulheres. Tal
situação torna difícil a denúncia e o relato, pois torna a mulher agredida ainda mais
vulnerável à violência. Pesquisa revela que, segundo dados de 2006 a 2010 da
Organização Mundial de Saúde, o Brasil está entre os dez países com maior número
de homicídios femininos. Esse dado é ainda mais alarmante quando se verifica que,
em mais de 90% dos casos, o homicídio contra as mulheres é cometido por homens
com quem a vítima possuía uma relação afetiva, com frequência na própria
residência das mulheres (OBSERVATORIODEGENERO.COM, 2015).
Um dos instrumentos mais importantes para o enfrentamento da violência
doméstica e familiar contra as mulheres é a Lei Maria da Penha - Lei nº
11.340/2006. Esta lei, além de definir e tipificar as formas de violência contra as
mulheres (física, psicológica, sexual, patrimonial e moral), também prevê a criação
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de serviços especializados, como os que integram a Rede de Enfrentamento à


Violência contra a Mulher, compostos por instituições de segurança pública, justiça,
saúde, e da assistência social (OBSERVATORIODEGENERO.COM, 2015).
A Lei Maria da Penha também teve uma importante vitória em fevereiro de
2012, em decisão do STF, quando foi estabelecido que qualquer pessoa poderia
registrar formalmente uma denúncia de violência contra a mulher, e não apenas
quem está sob essa violência (OBSERVATORIODEGENERO.COM, 2015).
Não é apenas no âmbito doméstico que as mulheres são expostas à situação
de violência. Esta pode atingi-las em diferentes espaços, como a violência
institucional, que se dá quando um servidor do Estado a pratica, podendo ser
caracterizada desde a omissão no atendimento até casos que envolvem maus tratos
e preconceitos. Esse tipo de violência também pode revelar outras práticas que
atentam contra os direitos das mulheres, como a discriminação racial
(OBSERVATORIODEGENERO.COM, 2015).

O assédio também é uma violência que pode ocorrer no ambiente de


trabalho, em que a mulher se sente muitas vezes intimidada, devido a este tipo de
prática ser exercida principalmente por pessoas que ocupam posições hierárquicas
superiores as mesmas (OBSERVATORIODEGENERO.COM, 2015).
Mulheres lésbicas e bissexuais podem sofrer diversos tipos de violência em
função de sua orientação sexual, desde agressões físicas, verbais e psicológicas,
até estupros corretivos (que pretendem modificar a orientação sexual da mulher).
Mulheres transexuais também se tornam alvos de preconceitos e agressões
múltiplas, e ainda lidam com violências dentro de instituições, como as que ocorrem
no ambiente de trabalho e nos serviços de
saúde(OBSERVATORIODEGENERO.COM, 2015).
O tráfico e a exploração sexual de mulheres, meninas e jovens também é
uma prática relevante no que diz respeito às violências de gênero. O tráfico de
mulheres, que tenha como finalidade a exploração sexual, o trabalho ou serviços
forçados, a escravatura, a servidão, a remoção de órgãos ou o casamento servil,
envolve uma ampla rede de atores e ocorre tanto localmente quanto globalmente, e
consiste em violação dos direitos humanos das mulheres
(OBSERVATORIODEGENERO.COM, 2015).
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O enfrentamento às múltiplas formas de violência contra as mulheres é uma


importante demanda no que diz respeito a condições mais dignas e justas para as
mulheres. A mulher deve possuir o direito de não sofrer agressões no espaço
público ou privado, a ser respeitada em suas especificidades e a ter garantia de
acesso aos serviços da rede de enfrentamento à violência contra a mulher, quando
passar por situação em que sofreu algum tipo de agressão, seja ela física, moral,
psicológica ou verbal. É dever do Estado e uma demanda da sociedade enfrentar
todas as formas de violência contra as mulheres. Coibir, punir e erradicar todas as
formas de violência devem ser preceitos fundamentais de um país que preze por
uma sociedade justa e igualitária entre mulheres e homens
(OBSERVATORIODEGENERO.COM, 2015).
19

2.5 Causas ou fatores de risco da violência doméstica


Segundo o site ongmarias.blogspot.com.br (2015) a violência doméstica é um
problema muito grave. A média nacional estimada é que a cada 15 segundos uma
mulher é agredida por marido ou companheiro, em geral em seu lar. Uma em cada
três mulheres no mundo é ou já foi vítima de agressão. Uma em cada cinco
brasileiras declara ter sofrido algum tipo de violência por parte de um homem e para
28% destas a violência se repete.
Veja quais são as causas deste problema:
- problemas conjugais;
- alcoolismo;
- traição;
- machismo;
- ciúmes (dos filhos, dos amigos);
- submissão ("mulheres não cumpriram atividades domésticas");
- drogas;
- possessividade;
- problemas financeiros;
- passividade;
- falta de instrução (baixa escolaridade).
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2.6 Consequências da Violência Doméstica


As estatísticas revelam que mais de três milhões de crianças presenciam por
ano, violência no seu lar.
Segundo ao site gaf. pt (2014), desta forma, as crianças aprendem, através
dos modelos de referência, que a violência é aceitável e aprendem a guardar para si
as suas emoções - a violência doméstica também é secreta para eles.
Emocionais
- Baixa auto-estima;
- Insegurança;
- Desconfiança;
- Culpa, vergonha, embaraço;
- Dificuldade na expressão das emoções;
- Confusão acerca do conflito entre os pais;
- Medo de abandono;
- Raiva;
- Sentimentos depressivos;
- Agressividade;
- Sentimento de estar a ser disputada(o) pelos pais;
Comportamentais:
- Externalização ou internalização;;
- Agressividade ou passividade;
- Recusa em ir à escola;
- Comportamento desafiante;
- Cuidar da mãe, agir como "homem" substituto;;
- Mentir para evitar eventuais conflitos;
- Procura de atenção;
- Enurese ou pesadelos;
- Comportamento fora de controlo;
- Manipulação, dependência;

Sociais
- Isolamento de amigos e familiares próximos;
- Relações tempestuosas;
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- Dificuldade em confiar, principalmente nos adultos;


- Baixa capacidade de resolver problemas;
- Excessivo envolvimento social para evitar o lar;
- Passividade com os pares ou bullying;
- Envolvimento em relações exploratórias como perpetrador ou
vítima;
- Estigmatização;
- Baixo rendimento escolar

Físicos
- Queixas somáticas, dores de cabeça e de estômago;
- Sinais de ansiedade;
- Fadiga;
- Doenças frequentes;
- Pouco cuidado com a higiene pessoal;
- Regressão no desenvolvimento;
- Insónia;
- Hiperatividade;
- Dificuldades na alimentação;
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3.0 Lei Maria da Penha


A Lei 11.340/06, conhecida com Lei Maria da Penha, ganhou este nome em
homenagem à Maria da Penha Maia Fernandes, que por vinte anos lutou para ver
seu agressor preso.
Maria da Penha é bi farmacêutica cearense, e foi casada com o professor
universitário Marco Antônio Herredia Viveros. Em 1983 ela sofreu a primeira
tentativa de assassinato, quando levou um tiro nas costas enquanto dormia. Viveros
foi encontrado na cozinha, gritando por socorro, alegando que tinham sido atacados
por assaltantes. Desta primeira tentativa, Maria da Penha saiu paraplégica A
segunda tentativa de homicídio aconteceu meses depois, quando Viveros empurrou
Maria da Penha da cadeira de rodas e tentou eletrocuta-la no chuveiro.
Apesar da investigação ter começado em junho do mesmo ano, a denúncia só
foi apresentada ao Ministério Público Estadual em setembro do ano seguinte e o
primeiro julgamento só aconteceu 8 anos após os crimes. Em 1991, os advogados
de Viveros conseguiram anular o julgamento. Já em 1996, Viveros foi julgado
culpado e condenado há dez anos de reclusão mas conseguiu recorrer.
Mesmo após 15 anos de luta e pressões internacionais, a justiça brasileira
ainda não havia dado decisão ao caso, nem justificativa para a demora. Com a ajuda
de ONGs, Maria da Penha conseguiu enviar o caso para a Comissão Interamericana
de Direitos Humanos (OEA), que, pela primeira vez, acatou uma denúncia de
violência doméstica. Viveiro só foi preso em 2002, para cumprir apenas dois anos de
prisão.
O processo da OEA também condenou o Brasil por negligência e omissão em
relação à violência doméstica. Uma das punições foi a recomendações para que
fosse criada uma legislação adequada a esse tipo de violência. E esta foi a
sementinha para a criação da lei. Um conjunto de entidades então reuniu-se para
definir um anteprojeto de lei definindo formas de violência doméstica e familiar
contra as mulheres e estabelecendo mecanismos para prevenir e reduzir este tipo
de violência, como também prestar assistência às vítimas.
Em setembro de 2006 a lei 11.340/06 finalmente entra em vigor, fazendo com
que a violência contra a mulher deixe de ser tratado com um crime de menos
potencial ofensivo. A lei também acaba com as penas pagas em cestas básicas ou
23

multas, além de englobar, além da violência física e sexual, também a violência


psicológica, a violência patrimonial e o assédio moral.
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3.1 Algumas inovações trazidas pela Lei 11.340/06


Tipifica e define a violência doméstica e familiar contra a mulher.
(DOURADOSAGORA.COM. BR, 2015)
Estabelece as formas da violência doméstica contra a mulher como física,
psicológica, sexual, patrimonial e moral. (DOURADOSAGORA.COM. BR, 2015)
Determina que a violência doméstica contra a mulher independe de sua
orientação sexual. (DOURADOSAGORA.COM. BR, 2015)
Determina que a mulher somente poderá renunciar à denúncia perante o juiz.
Ficam proibidas as penas pecuniárias (pagamento de multas ou cestas
básicas). (DOURADOSAGORA.COM. BR, 2015)
Retira dos juizados especiais criminais (Lei 9.099/95) a competência para
julgar os crimes de violência doméstica contra a mulher. (DOURADOSAGORA.COM.
BR, 2015)
Altera o Código de Processo Penal para possibilitar ao juiz a decretação da
prisão preventiva quando houver riscos à integridade física ou psicológica da mulher.
(DOURADOSAGORA.COM. BR, 2015)
Altera a lei de execuções penais para permitir ao juiz que determine o
comparecimento obrigatório do agressor a programas de recuperação e reeducação.
(DOURADOSAGORA.COM. BR, 2015)
Determina a criação de juizados especiais de violência doméstica e familiar
contra a mulher com competência cível e criminal para abranger as questões de
família decorrentes da violência contra a mulher. (DOURADOSAGORA.COM. BR,
2015)
Caso a violência doméstica seja cometida contra mulher com deficiência, a
pena será aumentada em um terço. (DOURADOSAGORA.COM. BR, 2015).
25

3.2 DA EFETIVIDADE DA LEI MARIA DA PENHA


Com dois anos de existência, completados em 22 de setembro de 2008, a Lei
Maria da Penha tem provocado consideráveis mudanças no cenário nacional,
apesar das duras críticas sofridas, a lei tem produzido uma verdadeira revolução na
forma de coibir a violência doméstica. (PORTAIS.TJCE.JUS.BR, 2015).
A lei foi recebida com desdém e muita desconfiança, muitas vezes chamada
de indevida, inconveniente e até mesmo de “conjunto de regras diabólicas” e
“mostrengo tinhoso”, como a denominou o Juiz Mineiro, Edilson Rumbelsperger
Rodrigues, em uma decisão que ficou conhecida no Brasil, chegando inclusive ao
conhecimento do Conselho Nacional de Justiça. (PORTAIS.TJCE.JUS.BR, 2015).
Há atualmente inúmeros estudos suscitando dúvidas, apontando erros,
identificando imprecisões e até mesmo proclamando-a de inconstitucional. Todos
esses ataques são motivos para tentar torná-la inviável, ao mesmo tempo em que
tentam impedir sua efetividade. (PORTAIS.TJCE.JUS.BR, 2015).
Stela Valéria Soares Farias, em seus estudos sobre a Violência Doméstica
(2007, p.176) afirma que não há dúvida de que o texto aprovado constitui um avanço
para a sociedade brasileira, representando um marco considerável na história da
proteção legal conferida às mulheres. Entretanto, não deixa de conter alguns
aspectos que podem gerar dúvidas na aplicação e, até mesmo, opções que revelam
uma formulação legal afastada da melhor técnica e das mais recentes orientações
criminológicas e de política criminal, daí a necessidade de analisá-la na melhor
perspectiva para as vítimas, bem como discutir a melhor maneira de implementar
todos os seus preceitos. (PORTAIS.TJCE.JUS.BR, 2015).
26

4 CONCLUSÕES
Conclui-se que a LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006 diminui e auxilia em
relação a toda violência doméstica e urbana contra as mulheres.
Tendo essa informação disponível para todas as mulheres do país, elas
podem sim viver com dignidade sabendo que a lei as protege e combate contra os
mau feitores.
De acordo com tudo que foi exposto neste trabalho, que a Lei Maria da
Penha, com todas as suas inovações trazidas ao ordenamento jurídico brasileiro,
uma vez aplicado corretamente, pode ser capaz de promover a adequação entre as
sanções estatais e a gravidade dos crimes de violência doméstica e familiar contra a
mulher, mudando radicalmente o modo de encarar a questão da violência de gênero
e promovendo a diminuição do número alarmante de casos desse tipo de violência.
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REFERÊNCIAS

ABNT , Associação Brasileira de Normas Técnicas.


http://www.abnt.org.br/

DIREITONET, A eficácia da Lei Maria da Penha.


< http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/8757/A-eficacia-da-Lei-Maria-da-Penha >
Acessado em 06 de Agosto de 2015.

DOURADOSAGORA, Principais inovações da Lei Maria da Penha Os mecanismos da Lei:


<http://www.douradosagora.com.br/noticias/brasil/principais-inovacoes-da-lei-maria-da-
penha> Acessado em 06 de Agosto de 2015.

GAF, Consequências da violência


<http://www.gaf.pt/intervencao/prevencaoeintervencaonaviolenciadomestica/informacoes/
consequenciasviolenciadomestica.php> Acessado em 06 de Agosto de 2015.

OBSERVATORIODEGENERO, Enfrentamento de todas as formas de violência contra as


mulheres .<http://www.observatoriodegenero.gov.br/menu/areas-tematicas/violencia>

Acessado em 06 de Agosto de 2015.

OBSERVE, Lei Maria da Penha


<http://www.observe.ufba.br/lei_mariadapenha> Acessado em 06 de Agosto de 2015.

ONGMARIAS, Causas e conseqüências da violência doméstica


<http://ongmarias.blogspot.com.br/2009/10/causas-e-consequencias-da-violencia.html>
Acessado em 06 de Agosto de 2015.

PORTAIS, A lei Maria da Penha e suas efetividades.

< http://portais.tjce.jus.br/esmec/wp-content/uploads/2014/12/Ant%C3%B4nia-Alessandra-
Sousa-Campos.pdf > Acessado em 06 de Agosto de 2015.

SIGNIFICADOS, O que e Violência.


<http://www.significados.com.br/violencia/> Acessado em 06 de Agosto de 2015.

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