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CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 1
CURSO PRIME PARANGABA – Av. Augusto dos Anjos, 1915 (Instalações do Colégio Jim Wilson)
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE PARA CONCURSOS
| Módulo 1 | Prof. Gabriel Santos
OS: 0018/9/21-Gil
A violência física é entendida como qualquer conduta que ofenda a integridade ou saúde corporal.
Violência psicológica é aquela que causa dano emocional e diminuição da auto-estima ou que prejudique e perturbe o
pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar as ações, comportamentos, crenças e decisões da vítima.
Violência sexual é qualquer conduta que constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada.
Violência patrimonial é aquela que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos,
instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos.
Violência moral é a conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.
Assistência à mulher em situação de violência
A partir do art. 8º, vamos analisar regras voltadas para as vítimas de violência doméstica. Define a lei:
integração entre as esferas (Judiciário, MP e Defensoria com segurança pública, assistência social,
saúde, educação, trabalho e habitação);
atendimento policial especializado;
campanhas educativas e de prevenção da violência doméstica e familiar; e
capacitação permanente da rede de atuação.
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O acesso a esses serviços será determinado pelo juiz, por prazo por ele determinado assegurando-se:
acesso prioritário à remoção, caso a vítima seja servidora pública; e
manutenção do vínculo de trabalho por até seis meses, se necessário o afastamento.
Analisadas as medidas protetivas e assistenciais, vejamos as regras relativas ao atendimento policial, que foram modificadas
pela Lei 13.505/2017.
Atendimento Policial
A pretensão do legislador com a Lei 13.505/2017, que alterou a Lei Maria da Penha, foi estabelecer atendimento
especializado à vítima de violência doméstica. Por se tratar de uma mazela recorrente, notadamente em áreas rurais, busca-
se criar um atendimento especializado, ininterrupto e prestado por policiais e delegadas capacitadas.
São três as diretrizes relativas ao atendimento policial:
salvaguarda da integridade física;
não contato com investigados e suspeitos; e
evitar a revitimização.
Quanto à revitimização, cumpre acrescentar algumas observações.
Primeiramente, devemos compreender o significado da palavra. A revitimização implica em tornar vítima novamente quem
já é vítima de violação de direitos. No caso da violência doméstica, por se tratar crime sensível, intrinsicamente relacionado
com a intimidade da pessoa, a necessidade de declinar os fatos para as autoridades policiais implica em reviver as violações,
vitimizando-a novamente.
Desse modo, algumas cautelas devem ser tomadas com a finalidade de evitar a revitimização:
inquirição em recinto especialmente criado para esse fim;
quando necessário, acompanhamento por profissionais especializados em violência doméstica e familiar; e
registro eletrônico ou magnético do depoimento.
A partir dessas orientações gerais, a Lei contém regras que se aplicam à autoridade policial no atendimento à mulher em
situação de violência e no procedimento policial respectivo.
No que diz respeito ao atendimento à mulher em situação de violência, prevê o art. 11 da Lei as seguintes ações:
garantia de proteção policial;
encaminhamento para atendimento médico;
fornecimento de transporte, estendendo o benefício a dependentes da vítima de violência;
garantir apoio policial para a vítima buscar pertences do local da ocorrência ou do domicílio; e
informação quanto aos direitos.
Em relação ao procedimento inquisitorial, a autoridade policial deverá adotar uma série de procedimentos. Embora se
refiram a condutas condizentes com a condução do Processo Penal, vamos, listar de forma resumidas as ações a serem
adotadas:
ouvir a ofendida;
lavrar boletim de ocorrência;
tomar a representação a termo;
colher provas (inclusive, oitiva de testemunhas);
remeter os autos ao juiz no prazo de 48 horas para adoção de medidas protetivas de urgência requeridas pela vítima;
determinar exames periciais e corpo de delito;
ouvir agressor (que deverá ser identificado e juntado aos autos a folha de antecedentes); e
remeter o inquérito ao juiz e Ministério Público no prazo legal.
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Seguindo com o estudo da Lei, vamos analisar os dispositivos que reportam-se aos procedimentos judiciais.
A lei Maria da Penha veda aplicação de sanções penais consistentes em prestação de cesta básica ou apenas pecuniárias ou
substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa.
Medidas Protetivas
Na sequência nos deparamos com o art. 18, que arrola as medidas protetivas de urgência que podem ser aplicadas por
ordem judicial. Essas medidas são adotadas judicialmente a pedido da vítima ou do Ministério Público. Cabe ao juiz decidi-
las no prazo de 48 horas a contar do requerimento formulado.
Além disso, são medidas provisórias, vale dizer, podem ser alteradas ou revogadas a qualquer tempo durante o curso do
inquérito ou do processo penal.
QUESTÕES POTENCIAIS DE PROVA b) A ação penal nos crimes de lesão corporal leve
cometidos em detrimento da mulher, no âmbito
doméstico e familiar, é pública incondicionada.
01. Considerando o diploma legal conhecido como Lei
c) É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica
Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006) e a
e familiar contra a mulher, de penas de cesta básica ou
jurisprudência dos Tribunais Superiores sobre a
outras de prestação pecuniária, bem como a
violência doméstica e familiar contra a mulher é
substituição de pena que implique o pagamento
possível afirmar que:
isolado de multa.
d) Nas ações penais públicas condicionadas à
a) Os crimes praticados com violência doméstica e
representação da ofendida de que trata essa Lei, só
familiar contra a mulher não admitem transação
será admitida a renúncia à representação perante o
penal, mesmo que a pena máxima cominada não
juiz, em audiência especialmente designada com tal
ultrapasse os dois anos.
finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido
b) Em qualquer hipótese, é vedada a substituição da
o Ministério Público.
pena privativa de liberdade por restritiva de direitos,
e) À ofendida é facultada a opção de propor ação de
nos casos de violência doméstica e familiar contra a
divórcio e de partilha de bens no Juizado de Violência
mulher.
Doméstica e Familiar contra a Mulher.
c) A caracterização da violência doméstica e familiar
contra a mulher exige que agressor e vítima coabitem
03. Com relação à Lei Maria da Penha (Lei nº
ou ao menos tenham coabitado.
11.340/2016), marque a assertiva CORRETA:
d) A suspensão condicional do processo, por não ser
aplicável somente às infrações de menor potencial
a) O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos
ofensivo, aplica-se aos casos de violência doméstica e
Territórios admite a mulher trans como vítima de
familiar contra a mulher, nada obstante a vedação
violência doméstica.
estabelecida pela Lei Maria da Penha.
b) Para aplicação da Lei nº 11.340/2016 há a necessidade
e) O crime de lesão corporal leve praticado contra
de coabitação entre autor e vítima.
mulher no âmbito doméstico e familiar enseja a
c) Não é possível a aplicação da Lei Maria da Penha nas
propositura de ação penal pública condicionada à
relações entre mãe e filha, desde que esteja presente
representação.
o estado de vulnerabilidade caracterizado por uma
relação de poder e submissão.
02. Conforme a Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006),
d) Não cabe a fixação de valor indenizatório a título de
assinale a alternativa INCORRETA.
dano moral nos casos de violência doméstica contra a
mulher.
a) Aos crimes praticados com violência doméstica e
e) A mulher vítima de violência doméstica tem o direito
familiar contra a mulher, independentemente da pena
da manutenção do vínculo trabalhista por até seis
prevista, não se aplica a Lei dos Juizados (Lei nº
9.099/1995).
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meses, devendo o Juiz do Trabalho apreciar a familiar amparadas por medidas protetivas terão seus
imposição da referida medida. custos ressarcidos pelo agressor.
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sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou sexualidade, que a impeça de usar qualquer método
patrimonial: (Vide Lei complementar nº 150, de contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao
2015) aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem,
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício
como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou de seus direitos sexuais e reprodutivos;
sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente IV - a violência patrimonial, entendida como
agregadas; qualquer conduta que configure retenção, subtração,
II - no âmbito da família, compreendida como a destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de
comunidade formada por indivíduos que são ou se trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou
consideram aparentados, unidos por laços naturais, por recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer
afinidade ou por vontade expressa; suas necessidades;
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o V - a violência moral, entendida como qualquer
agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.
independentemente de coabitação. TÍTULO III
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE
neste artigo independem de orientação sexual. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR
Art. 6º A violência doméstica e familiar contra a CAPÍTULO I
mulher constitui uma das formas de violação dos direitos DAS MEDIDAS INTEGRADAS DE PREVENÇÃO
humanos.
Art. 8º A política pública que visa coibir a violência
CAPÍTULO II doméstica e familiar contra a mulher far-se-á por meio de
DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E um conjunto articulado de ações da União, dos Estados, do
FAMILIAR CONTRA A MULHER Distrito Federal e dos Municípios e de ações não-
Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar governamentais, tendo por diretrizes:
contra a mulher, entre outras: I - a integração operacional do Poder Judiciário, do
I - a violência física, entendida como qualquer Ministério Público e da Defensoria Pública com as áreas de
conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal; segurança pública, assistência social, saúde, educação,
trabalho e habitação;
II - a violência psicológica, entendida como qualquer
conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da II - a promoção de estudos e pesquisas, estatísticas e
auto-estima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno outras informações relevantes, com a perspectiva de
desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas gênero e de raça ou etnia, concernentes às causas, às
ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante conseqüências e à freqüência da violência doméstica e
ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, familiar contra a mulher, para a sistematização de dados, a
isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, serem unificados nacionalmente, e a avaliação periódica
insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação dos resultados das medidas adotadas;
do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause III - o respeito, nos meios de comunicação social, dos
prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação; valores éticos e sociais da pessoa e da família, de forma a
II - a violência psicológica, entendida como qualquer coibir os papéis estereotipados que legitimem ou
conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da exacerbem a violência doméstica e familiar, de acordo com
autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno o estabelecido no inciso III do art. 1º , no inciso IV do art.
desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas 3º e no inciso IV do art. 221 da Constituição Federal ;
ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante IV - a implementação de atendimento policial
ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, especializado para as mulheres, em particular nas
isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, Delegacias de Atendimento à Mulher;
insulto, chantagem, violação de sua intimidade, V - a promoção e a realização de campanhas
ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir educativas de prevenção da violência doméstica e familiar
ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde contra a mulher, voltadas ao público escolar e à sociedade
psicológica e à autodeterminação; (Redação dada em geral, e a difusão desta Lei e dos instrumentos de
pela Lei nº 13.772, de 2018) proteção aos direitos humanos das mulheres;
III - a violência sexual, entendida como qualquer VI - a celebração de convênios, protocolos, ajustes,
conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a termos ou outros instrumentos de promoção de parceria
participar de relação sexual não desejada, mediante entre órgãos governamentais ou entre estes e entidades
intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza não-governamentais, tendo por objetivo a implementação
a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua
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de programas de erradicação da violência doméstica e danos causados, inclusive ressarcir ao Sistema Único de
familiar contra a mulher; Saúde (SUS), de acordo com a tabela SUS, os custos
VII - a capacitação permanente das Polícias Civil e relativos aos serviços de saúde prestados para o total
Militar, da Guarda Municipal, do Corpo de Bombeiros e dos tratamento das vítimas em situação de violência doméstica
profissionais pertencentes aos órgãos e às áreas enunciados e familiar, recolhidos os recursos assim arrecadados ao
no inciso I quanto às questões de gênero e de raça ou etnia; Fundo de Saúde do ente federado responsável pelas
unidades de saúde que prestarem os serviços. (Vide Lei
VIII - a promoção de programas educacionais que nº 13.871, de 2019) (Vigência)
disseminem valores éticos de irrestrito respeito à dignidade
da pessoa humana com a perspectiva de gênero e de raça § 5º Os dispositivos de segurança destinados ao uso
ou etnia; em caso de perigo iminente e disponibilizados para o
monitoramento das vítimas de violência doméstica ou
IX - o destaque, nos currículos escolares de todos os familiar amparadas por medidas protetivas terão seus
níveis de ensino, para os conteúdos relativos aos direitos custos ressarcidos pelo agressor. (Vide Lei nº 13.871,
humanos, à eqüidade de gênero e de raça ou etnia e ao de 2019) (Vigência)
problema da violência doméstica e familiar contra a mulher.
§ 6º O ressarcimento de que tratam os §§ 4º e
CAPÍTULO II 5º deste artigo não poderá importar ônus de qualquer
DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE natureza ao patrimônio da mulher e dos seus dependentes,
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR nem configurar atenuante ou ensejar possibilidade de
Art. 9º A assistência à mulher em situação de substituição da pena aplicada. (Vide Lei nº 13.871, de
violência doméstica e familiar será prestada de forma 2019) (Vigência)
articulada e conforme os princípios e as diretrizes previstos § 7º A mulher em situação de violência doméstica e
na Lei Orgânica da Assistência Social, no Sistema Único de familiar tem prioridade para matricular seus dependentes
Saúde, no Sistema Único de Segurança Pública, entre outras em instituição de educação básica mais próxima de seu
normas e políticas públicas de proteção, e domicílio, ou transferi-los para essa instituição, mediante a
emergencialmente quando for o caso. apresentação dos documentos comprobatórios do registro
§ 1º O juiz determinará, por prazo certo, a inclusão da ocorrência policial ou do processo de violência
da mulher em situação de violência doméstica e familiar no doméstica e familiar em curso. (Incluído pela Lei nº
cadastro de programas assistenciais do governo federal, 13.882, de 2019)
estadual e municipal. § 8º Serão sigilosos os dados da ofendida e de seus
§ 2º O juiz assegurará à mulher em situação de dependentes matriculados ou transferidos conforme o
violência doméstica e familiar, para preservar sua disposto no § 7º deste artigo, e o acesso às informações
integridade física e psicológica: será reservado ao juiz, ao Ministério Público e aos órgãos
competentes do poder público. (Incluído pela Lei nº
I - acesso prioritário à remoção quando servidora 13.882, de 2019)
pública, integrante da administração direta ou indireta;
CAPÍTULO III
II - manutenção do vínculo trabalhista, quando
necessário o afastamento do local de trabalho, por até seis DO ATENDIMENTO PELA AUTORIDADE POLICIAL
meses. Art. 10. Na hipótese da iminência ou da prática de
III - encaminhamento à assistência judiciária, quando violência doméstica e familiar contra a mulher, a autoridade
for o caso, inclusive para eventual ajuizamento da ação de policial que tomar conhecimento da ocorrência adotará, de
separação judicial, de divórcio, de anulação de casamento ou imediato, as providências legais cabíveis.
de dissolução de união estável perante o juízo Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput deste
competente. (Incluído pela Lei nº 13.894, de 2019) artigo ao descumprimento de medida protetiva de urgência
§ 3º A assistência à mulher em situação de violência deferida.
doméstica e familiar compreenderá o acesso aos benefícios Art. 10-A. É direito da mulher em situação de
decorrentes do desenvolvimento científico e tecnológico, violência doméstica e familiar o atendimento policial e
incluindo os serviços de contracepção de emergência, a pericial especializado, ininterrupto e prestado por
profilaxia das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e servidores - preferencialmente do sexo feminino -
da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e outros previamente capacitados. (Incluído pela Lei nº 13.505,
procedimentos médicos necessários e cabíveis nos casos de de 2017)
violência sexual. § 1º A inquirição de mulher em situação de violência
§ 4º Aquele que, por ação ou omissão, causar lesão, doméstica e familiar ou de testemunha de violência
violência física, sexual ou psicológica e dano moral ou doméstica, quando se tratar de crime contra a mulher,
patrimonial a mulher fica obrigado a ressarcir todos os
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obedecerá às seguintes diretrizes: (Incluído pela Lei nº V - informar à ofendida os direitos a ela conferidos
13.505, de 2017) nesta Lei e os serviços disponíveis, inclusive os de
I - salvaguarda da integridade física, psíquica e assistência judiciária para o eventual ajuizamento perante o
emocional da depoente, considerada a sua condição juízo competente da ação de separação judicial, de divórcio,
peculiar de pessoa em situação de violência doméstica e de anulação de casamento ou de dissolução de união
familiar; (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017) estável. (Redação dada pela Lei nº 13.894, de 2019)
II - garantia de que, em nenhuma hipótese, a mulher Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e
em situação de violência doméstica e familiar, familiares e familiar contra a mulher, feito o registro da ocorrência,
testemunhas terão contato direto com investigados ou deverá a autoridade policial adotar, de imediato, os
suspeitos e pessoas a eles relacionadas; (Incluído pela seguintes procedimentos, sem prejuízo daqueles previstos
Lei nº 13.505, de 2017) no Código de Processo Penal:
III - não revitimização da depoente, evitando I - ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e
sucessivas inquirições sobre o mesmo fato nos âmbitos tomar a representação a termo, se apresentada;
criminal, cível e administrativo, bem como II - colher todas as provas que servirem para o
questionamentos sobre a vida privada. (Incluído pela esclarecimento do fato e de suas circunstâncias;
Lei nº 13.505, de 2017) III - remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas,
§ 2º Na inquirição de mulher em situação de expediente apartado ao juiz com o pedido da ofendida,
violência doméstica e familiar ou de testemunha de delitos para a concessão de medidas protetivas de urgência;
de que trata esta Lei, adotar-se-á, preferencialmente, o IV - determinar que se proceda ao exame de corpo
seguinte procedimento: (Incluído pela Lei nº 13.505, de de delito da ofendida e requisitar outros exames periciais
2017) necessários;
I - a inquirição será feita em recinto especialmente V - ouvir o agressor e as testemunhas;
projetado para esse fim, o qual conterá os equipamentos
próprios e adequados à idade da mulher em situação de VI - ordenar a identificação do agressor e fazer juntar
violência doméstica e familiar ou testemunha e ao tipo e à aos autos sua folha de antecedentes criminais, indicando a
gravidade da violência sofrida; (Incluído pela Lei nº existência de mandado de prisão ou registro de outras
13.505, de 2017) ocorrências policiais contra ele;
II - quando for o caso, a inquirição será intermediada VI-A - verificar se o agressor possui registro de porte
por profissional especializado em violência doméstica e ou posse de arma de fogo e, na hipótese de existência,
familiar designado pela autoridade judiciária ou juntar aos autos essa informação, bem como notificar a
policial; (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017) ocorrência à instituição responsável pela concessão do
registro ou da emissão do porte, nos termos da Lei nº
III - o depoimento será registrado em meio 10.826, de 22 de dezembro de 2003 (Estatuto do
eletrônico ou magnético, devendo a degravação e a mídia Desarmamento); (Incluído pela Lei nº 13.880, de
integrar o inquérito. (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2019)
2017)
VII - remeter, no prazo legal, os autos do inquérito
Art. 11. No atendimento à mulher em situação de policial ao juiz e ao Ministério Público.
violência doméstica e familiar, a autoridade policial deverá,
entre outras providências: § 1º O pedido da ofendida será tomado a termo pela
autoridade policial e deverá conter:
I - garantir proteção policial, quando necessário,
comunicando de imediato ao Ministério Público e ao Poder I - qualificação da ofendida e do agressor;
Judiciário; II - nome e idade dos dependentes;
II - encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de III - descrição sucinta do fato e das medidas
saúde e ao Instituto Médico Legal; protetivas solicitadas pela ofendida.
III - fornecer transporte para a ofendida e seus IV - informação sobre a condição de a ofendida ser
dependentes para abrigo ou local seguro, quando houver pessoa com deficiência e se da violência sofrida resultou
risco de vida; deficiência ou agravamento de deficiência
IV - se necessário, acompanhar a ofendida para preexistente. (Incluído pela Lei nº 13.836, de 2019)
assegurar a retirada de seus pertences do local da § 2º A autoridade policial deverá anexar ao
ocorrência ou do domicílio familiar; documento referido no § 1º o boletim de ocorrência e cópia
V - informar à ofendida os direitos a ela conferidos de todos os documentos disponíveis em posse da ofendida.
nesta Lei e os serviços disponíveis.
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I - pela autoridade judicial; (Incluído pela Lei nº Art. 15. É competente, por opção da ofendida, para
13.827, de 2019) os processos cíveis regidos por esta Lei, o Juizado:
II - pelo delegado de polícia, quando o Município não I - do seu domicílio ou de sua residência;
for sede de comarca; ou (Incluído pela Lei nº 13.827, de II - do lugar do fato em que se baseou a demanda;
2019) III - do domicílio do agressor.
III - pelo policial, quando o Município não for sede de Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à
comarca e não houver delegado disponível no momento da representação da ofendida de que trata esta Lei, só será
denúncia. (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019) admitida a renúncia à representação perante o juiz, em
§ 1º Nas hipóteses dos incisos II e III do caput deste audiência especialmente designada com tal finalidade,
artigo, o juiz será comunicado no prazo máximo de 24 antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério
(vinte e quatro) horas e decidirá, em igual prazo, sobre a Público.
manutenção ou a revogação da medida aplicada, devendo Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência
dar ciência ao Ministério Público doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta
concomitantemente. (Incluído pela Lei nº 13.827, de básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a
2019) substituição de pena que implique o pagamento isolado de
§ 2º Nos casos de risco à integridade física da multa.
ofendida ou à efetividade da medida protetiva de urgência,
não será concedida liberdade provisória ao
preso. (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)
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Seção I Seção II
III - comunicar ao Ministério Público para que adote a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das
as providências cabíveis. testemunhas, fixando o limite mínimo de distância entre
estes e o agressor;
IV - determinar a apreensão imediata de arma de
fogo sob a posse do agressor. (Incluído pela Lei nº b) contato com a ofendida, seus familiares e
13.880, de 2019) testemunhas por qualquer meio de comunicação;
Art. 19. As medidas protetivas de urgência poderão c) freqüentação de determinados lugares a fim de
ser concedidas pelo juiz, a requerimento do Ministério preservar a integridade física e psicológica da ofendida;
Público ou a pedido da ofendida. IV - restrição ou suspensão de visitas aos
§ 1º As medidas protetivas de urgência poderão ser dependentes menores, ouvida a equipe de atendimento
concedidas de imediato, independentemente de audiência multidisciplinar ou serviço similar;
das partes e de manifestação do Ministério Público, V - prestação de alimentos provisionais ou
devendo este ser prontamente comunicado. provisórios.
§ 2º As medidas protetivas de urgência serão VI – comparecimento do agressor a programas de
aplicadas isolada ou cumulativamente, e poderão ser recuperação e reeducação; e (Incluído pela Lei nº
substituídas a qualquer tempo por outras de maior eficácia, 13.984, de 2020)
sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem VII – acompanhamento psicossocial do agressor, por
ameaçados ou violados. meio de atendimento individual e/ou em grupo de
§ 3º Poderá o juiz, a requerimento do Ministério apoio. (Incluído pela Lei nº 13.984, de 2020)
Público ou a pedido da ofendida, conceder novas medidas § 1º As medidas referidas neste artigo não impedem
protetivas de urgência ou rever aquelas já concedidas, se a aplicação de outras previstas na legislação em vigor,
entender necessário à proteção da ofendida, de seus sempre que a segurança da ofendida ou as circunstâncias o
familiares e de seu patrimônio, ouvido o Ministério Público. exigirem, devendo a providência ser comunicada ao
Art. 20. Em qualquer fase do inquérito policial ou da Ministério Público.
instrução criminal, caberá a prisão preventiva do agressor, § 2º Na hipótese de aplicação do inciso I,
decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério encontrando-se o agressor nas condições mencionadas
Público ou mediante representação da autoridade policial. no caput e incisos do art. 6º da Lei nº 10.826, de 22 de
Parágrafo único. O juiz poderá revogar a prisão dezembro de 2003, o juiz comunicará ao respectivo órgão,
preventiva se, no curso do processo, verificar a falta de corporação ou instituição as medidas protetivas de urgência
motivo para que subsista, bem como de novo decretá-la, se concedidas e determinará a restrição do porte de armas,
sobrevierem razões que a justifiquem. ficando o superior imediato do agressor responsável pelo
Art. 21. A ofendida deverá ser notificada dos atos cumprimento da determinação judicial, sob pena de
processuais relativos ao agressor, especialmente dos incorrer nos crimes de prevaricação ou de desobediência,
pertinentes ao ingresso e à saída da prisão, sem prejuízo da conforme o caso.
intimação do advogado constituído ou do defensor público.
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LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE PARA CONCURSOS
| Módulo 1 | Prof. Gabriel Santos
OS: 0018/9/21-Gil
§ 3º Para garantir a efetividade das medidas Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos.
protetivas de urgência, poderá o juiz requisitar, a qualquer (Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)
momento, auxílio da força policial. § 1º A configuração do crime independe da
§ 4º Aplica-se às hipóteses previstas neste artigo, no competência civil ou criminal do juiz que deferiu as
que couber, o disposto no caput e nos §§ 5º e 6º do art. 461 medidas. (Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)
da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de § 2º Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a
Processo Civil). autoridade judicial poderá conceder fiança. (Incluído
Seção III pela Lei nº 13.641, de 2018)
Das Medidas Protetivas de Urgência à Ofendida § 3º O disposto neste artigo não exclui a aplicação de
Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem outras sanções cabíveis. (Incluído pela Lei nº 13.641, de
prejuízo de outras medidas: 2018)
mediante laudos ou verbalmente em audiência, e Art. 36. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
desenvolver trabalhos de orientação, encaminhamento, Municípios promoverão a adaptação de seus órgãos e de
prevenção e outras medidas, voltados para a ofendida, o seus programas às diretrizes e aos princípios desta Lei.
agressor e os familiares, com especial atenção às crianças e Art. 37. A defesa dos interesses e direitos
aos adolescentes. transindividuais previstos nesta Lei poderá ser exercida,
Art. 31. Quando a complexidade do caso exigir concorrentemente, pelo Ministério Público e por associação
avaliação mais aprofundada, o juiz poderá determinar a de atuação na área, regularmente constituída há pelo
manifestação de profissional especializado, mediante a menos um ano, nos termos da legislação civil.
indicação da equipe de atendimento multidisciplinar. Parágrafo único. O requisito da pré-constituição
Art. 32. O Poder Judiciário, na elaboração de sua poderá ser dispensado pelo juiz quando entender que não
proposta orçamentária, poderá prever recursos para a há outra entidade com representatividade adequada para o
criação e manutenção da equipe de atendimento ajuizamento da demanda coletiva.
multidisciplinar, nos termos da Lei de Diretrizes Art. 38. As estatísticas sobre a violência doméstica e
Orçamentárias. familiar contra a mulher serão incluídas nas bases de dados
TÍTULO VI dos órgãos oficiais do Sistema de Justiça e Segurança a fim
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS de subsidiar o sistema nacional de dados e informações
relativo às mulheres.
Art. 33. Enquanto não estruturados os Juizados de
Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, as varas Parágrafo único. As Secretarias de Segurança Pública
criminais acumularão as competências cível e criminal para dos Estados e do Distrito Federal poderão remeter suas
conhecer e julgar as causas decorrentes da prática de informações criminais para a base de dados do Ministério
violência doméstica e familiar contra a mulher, observadas da Justiça.
as previsões do Título IV desta Lei, subsidiada pela Art. 38-A. O juiz competente providenciará o registro
legislação processual pertinente. da medida protetiva de urgência. (Incluído pela Lei nº
Parágrafo único. Será garantido o direito de 13.827, de 2019)
preferência, nas varas criminais, para o processo e o Parágrafo único. As medidas protetivas de urgência
julgamento das causas referidas no caput. serão registradas em banco de dados mantido e
TÍTULO VII regulamentado pelo Conselho Nacional de Justiça,
garantido o acesso do Ministério Público, da Defensoria
DISPOSIÇÕES FINAIS Pública e dos órgãos de segurança pública e de assistência
Art. 34. A instituição dos Juizados de Violência social, com vistas à fiscalização e à efetividade das medidas
Doméstica e Familiar contra a Mulher poderá ser protetivas. (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)
acompanhada pela implantação das curadorias necessárias Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
e do serviço de assistência judiciária. Municípios, no limite de suas competências e nos termos
Art. 35. A União, o Distrito Federal, os Estados e os das respectivas leis de diretrizes orçamentárias, poderão
Municípios poderão criar e promover, no limite das estabelecer dotações orçamentárias específicas, em cada
respectivas competências: exercício financeiro, para a implementação das medidas
I - centros de atendimento integral e multidisciplinar estabelecidas nesta Lei.
para mulheres e respectivos dependentes em situação de Art. 40. As obrigações previstas nesta Lei não
violência doméstica e familiar; excluem outras decorrentes dos princípios por ela
II - casas-abrigos para mulheres e respectivos adotados.
dependentes menores em situação de violência doméstica _______________________________________________
e familiar; _________________________________________________
III - delegacias, núcleos de defensoria pública, _________________________________________________
serviços de saúde e centros de perícia médico-legal _________________________________________________
especializados no atendimento à mulher em situação de _________________________________________________
violência doméstica e familiar; _________________________________________________
_________________________________________________
IV - programas e campanhas de enfrentamento da _________________________________________________
violência doméstica e familiar; _________________________________________________
V - centros de educação e de reabilitação para os _________________________________________________
agressores. _________________________________________________
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