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CO O R D E N A D O R I A E STA D UA L DA M U L H E R E M

S I T UA Ç ÃO D E V I O L Ê N C I A D O M É ST I C A E
FA M I L I A R

MARCOS ANTONIO DA CUNHA ARAUJO


Juiz de Direito e Vice-Coordenador da CEVID/PR
HISTÓRICO
ASPECTOS PRINCIPAIS
DIREITOS E GARANTIAS.
1.HISTÓRICO: marco legal
Constituição Federal
Tratados Internacionais
Lei Maria da Penha
→ FUNDAMENTOS:
DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA

→ OBJETIVOS:
Promover o bem de todos, sem
preconceitos de origem, raça,
SEXO, cor, idade e quaisquer
outras formas de
discriminação.
→ DIREITOS E GARANTIAS

- HOMENS E MULHERES SÃO


IGUAIS EM DIREITOS E
OBRIGAÇÕES, NOS
TERMOS DESTA
CONSTITUIÇÃO;

- A LEI PUNIRÁ QUALQUER


DISCRIMINAÇÃO
ATENTATÓRIA DOS
DIREITOS E LIBERDADES
FUNDAMENTAIS;
→ DIREITOS E GARANTIAS

- § 2º Os direitos e garantias
expressos nesta constituição
não excluem outros
decorrentes do regime e dos
princípios por ela adotados,
ou dos TRATADOS
INTERNACIONAIS em que a
república federativa do brasil
seja parte.
→ FAMÍLIA – Artigo 226, §8º, CF

- “O Estado assegurará a
assistência à família na pessoa
de cada um dos que a
integram, criando
mecanismos para COIBIR A
VIOLÊNCIA no âmbito de
suas relações.
1984
20 de março: Decreto nº 89.460:
promulgou a Convenção CEDAW
A Convenção sobre a Eliminação de
Todas as Formas de Discriminação
contra a Mulher, de 1979, também
chamada CEDAW (da sigla em inglês)
ou Convenção da Mulher, é o primeiro
tratado internacional que dispõe
amplamente sobre os direitos humanos
das mulheres.
1984

→Promover os direitos da mulher


na busca da igualdade de
gênero;
→Reprimir quaisquer
discriminações contra as
mulheres nos Estados-parte.
1993
Convenção de Direitos Humanos de
Viena, as Nações Unidas nomearam
os DIREITOS DAS MULHERES
COMO DIREITOS HUMANOS, o que
permitiu que a violência às mulheres
fosse tratado como violação a direitos
humanos!
1996

Convenção de Belém do Pará (1994)


A Convenção Interamericana para
Prevenir, Punir e Erradicar a Violência
contra Mulher - conceitua a violência
contra as mulheres como qualquer ato ou
conduta baseada no gênero, que cause
morte, dano ou sofrimento físico, sexual
ou psicológico à mulher, tanto na esfera
pública como na esfera privada.
2001

CONDENAÇÃO DO BRASIL NA CORTE


DE DIREITOS HUMANOS DA OEA

CASO MARIA DA PENHA


2001- OEA
- CONSEQUÊNCIAS:

- CONCLUIR O JULGAMENTO

- APURAR RESPONSABILIDADES

- INDENIZAÇÃO SIMBÓLICA DA
VÍTIMA PELA MOROSIDADE NA
CONCLUSÃO
2001- OEA
- Medidas de capacitação e
sensibilização sobre VD;
- Simplificar os procedimentos judiciais
penais;
- Multiplicar o número de delegacias
policiais especiais para a defesa dos
direitos da mulher;
- Incluir em seus planos pedagógicos
unidades curriculares destinadas à
compreensão da importância -VD
Lei n. 11.340/2006
2. ASPECTOS PRINCIPAIS - LEI MARIA DA PENHA
• OBJETIVO:

Art. 1º Esta Lei cria mecanismos para COIBIR E


PREVENIR a violência doméstica e familiar contra a
mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da
Constituição Federal, da Convenção sobre a
Eliminação de Todas as Formas de Violência contra
a Mulher, da Convenção Interamericana para
Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a
Mulher e de outros tratados internacionais ratificados
pela República Federativa do Brasil; dispõe sobre a
criação dos Juizados de Violência Doméstica e
Familiar contra a Mulher; e estabelece medidas de
assistência e proteção às MULHERES EM
SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA doméstica e familiar.
2. ASPECTOS PRINCIPAIS - LEI MARIA DA PENHA
Natureza jurídica: Lei manifestamente protetiva
• Não cria tipos penais: (exceção art.24-A - 2018)
• Aumenta a pena MÁXIMA da lesão corporal na
violência doméstica – artigo 129, § 9o CP:
• Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano (antes).
• Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos (atual).

• Permite Prisão preventiva para crimes menos


graves (artigo 313, inciso III, do Código Processo
Penal)
• Encaminhamento para Recuperação e
Reeducação (LEP – art. 152).
• Agravante artigo 61, II, alínea ‘f’, do CP.
2. ASPECTOS PRINCIPAIS - LEI MARIA DA PENHA

• Retratação da representação somente perante o


juiz – artigo 16, LMP
• Não se aplica a Lei 9.099/95 (JECRIM) – artigo 41
LMP – ADI 4424/2012. Ação penal
incondicionada.
• Não se aplica penas pecuniária e de cestas
básicas – artigo 17 LMP
LEI 11.340/2006 – LEI MARIA DA PENHA

ADC 19/2012 - Supremo Tribunal Federal -


09/02/2012– DECLAROU: a Lei n. 11.340/2006 é
constitucional.

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA – LEI Nº 11.340/06 –


GÊNEROS MASCULINO E FEMININO –
TRATAMENTO DIFERENCIADO. O artigo 1º da Lei
nº 11.340/06 surge, sob o ângulo do tratamento
diferenciado entre os gêneros – mulher e homem
–, harmônica com a Constituição Federal, no que
necessária a proteção ante as peculiaridades
física e moral da mulher e a cultura brasileira.
LEI 11.340/2006 – LEI MARIA DA PENHA

ADI 4424/2012 - Supremo Tribunal Federal

AÇÃO PENAL – VIOLÊNCIA DOMÉSTICA


CONTRA A MULHER – LESÃO CORPORAL –
NATUREZA. A ação penal relativa a lesão
corporal resultante de violência doméstica contra
a mulher é pública incondicionada
3. DIREITOS E GARANTIAS - LEI MARIA DA
PENHA

Art. 2º TODA MULHER, independentemente de


classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura,
nível educacional, idade e religião, GOZA DOS
DIREITOS FUNDAMENTAIS INERENTES À
PESSOA HUMANA, sendo-lhe asseguradas as
oportunidades e facilidades para VIVER SEM
VIOLÊNCIA, preservar sua saúde física e mental e
seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social.

MULHER – DIREITOS HUMANOS – VIDA SEM


VIOLÊNCIA
LEI 11.340/2006

• Art. 3º Serão asseguradas às mulheres


as condições para o exercício efetivo
dos direitos à vida, à segurança, à saúde,
à alimentação, à educação, à cultura, à
moradia, ao acesso à justiça, ao esporte,
ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à
liberdade, à dignidade, ao respeito e à
convivência familiar e comunitária.
LEI 11.340/2006
• RESPONSABILIDADES (ARTIGO 3o):
→ PODER PÚBLICO – POLÍTICA PÚBLICA PARA
RESGUARDAR A MULHER DE TODA NEGLIGÊNCIA,
DISCRIMINAÇÃO, EXPLORAÇÃO, VIOLÊNCIA,
CRUELDADE E OPRESSÃO.
- Adotar medidas, incluindo programas de conscientização e
capacitação a todos os agentes do sistema de justiça e
estudantes de direito, para eliminar os estereótipos de gênero
e incorporar a perspectiva de gênero em todos os aspectos
do sistema de justiça – Recomendação 33 - CEDAW
- Art. 8º - VII - LMP - a capacitação permanente das Polícias
Civil e Militar, da Guarda Municipal, do Corpo de Bombeiros
quanto às questões de gênero e de raça ou etnia;
→ FAMÍLIA E SOCIEDADE - GARANTIR CONDIÇÕES
PARA O EXERCÍCIO DOS DIREITOS DA MULHER
LEI 11.340/2006
• INTERPRETAÇÃO (ARTIGO 4o):

→FINS A QUE SE DESTINA

→ Na interpretação desta Lei, serão considerados os


fins sociais a que ela se destina e, especialmente,
as condições peculiares das mulheres em
situação de violência doméstica e familiar.
LEI 11.340/2006

• FINS A QUE SE DESTINA: norma de tutela


dos vulneráveis voltada a garantir proteção e
isonomia entre os integrantes das unidades
familiares e afetivas, ante a histórica e notória
violência sofrida pelas mulheres decorrente do
caráter patriarcal da sociedade brasileira. A
subordinação econômica e social da mulher
em relação ao pai, marido e posteriormente
até mesmo em relação aos filhos culminou
com a construção de um estereotipo de
inferioridade do papel feminino.
LEI 11.340/2006
• INTERPRETAÇÃO (ARTIGO 4o):

→CONDIÇÃO DE MULHER EM “SITUAÇÃO


DE VIOLÊNCIA” (sujeito) X VÍTIMA
(objeto).
LEI 11.340/2006
• (ARTIGO 5o): CONCEITO: VIOLÊNCIA
DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA MULHER
→ QUALQUER AÇÃO OU OMISSÃO
→ BASEADA NO GÊNERO
→ CAUSE:
- MORTE
- LESÃO
- SOFRIMENTO FÍSICO, SEXUAL OU
PSICOLÓGICO
- DANO MORAL OU PATRIMONIAL
LEI 11.340/2006
LEI 11.340/2006
• (ARTIGO 5o): CONCEITO: VIOLÊNCIA
DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA MULHER

- SUJEITO PASSIVO: MULHER (gênero)


- SUJEITO ATIVO: QUALQUER PESSOA

• ORIENTAÇÃO SEXUAL – LEI NÃO DISCRIMINA


QUALQUER ORIENTAÇÃO SEXUAL.
LEI 11.340/2006

• ENUNCIADO 24 DO FONAVID: “A competência


do Juizado de Violência Doméstica e Familiar
contra a Mulher restringe-se aos delitos
cometidos em razão do gênero, na forma dos
artigos 5° e 7° da Lei Maria da Penha, não sendo
suficiente que a vítima seja do sexo feminino.”
• ENUNCIADO 46 DO FONAVID: “A Lei Maria da
Penha se aplica às mulheres trans, independente
de alteração registral do nome e de cirurgia de
redesignação sexual, sempre que configuradas
as hipóteses do art. 5°, da Lei 11.340/06.
LEI 11.340/2006
LEI 11.340/2006
• (ARTIGO 7o):
FORMA DE VIOLÊNCIA:

- VIOLÊNCIA FÍSICA - entendida como


qualquer conduta que ofenda sua
integridade ou saúde corporal;
- Artigo 129, parágrafo 9º, do CP
- Artigo 21, da Lei Contravenções Penais –
Vias de fato

E A OFENSA À VIDA DA MULHER?


Lei 13.104/2015
■ Incluiu o FEMINICÍDIO no rol dos Crimes Hediondos:
■ MATAR a mulher por razões da condição de sexo feminino:
■ Considera-se que há razões de condição de sexo feminino
quando o crime envolve:
■ I - violência doméstica e familiar;
■ II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
■ Aumento de pena:
■ § 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a
metade se o crime for praticado:
■ I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao
parto;
■ II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60
(sessenta) anos ou com deficiência;
■ III - na presença de descendente ou de ascendente da vítima.”
(NR)
LEI 11.340/2006
• (ARTIGO 7o):
FORMA DE VIOLÊNCIA:

VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA - entendida como


qualquer conduta que lhe cause dano emocional e
diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e
perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise
degradar ou controlar suas ações, comportamentos,
crenças e decisões, mediante ameaça,
constrangimento, humilhação, manipulação,
isolamento, vigilância constante, perseguição
contumaz, insulto, chantagem, ridicularização,
exploração e limitação do direito de ir e vir ou
qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde
psicológica e à autodeterminação;
VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA
LEI 11.340/2006
• (ARTIGO 7o):
VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA
Art. 147-A. Perseguir alguém, reiteradamente e por qualquer meio,
ameaçando-lhe a integridade física ou psicológica, restringindo-lhe a
capacidade de locomoção ou, de qualquer forma, invadindo ou
perturbando sua esfera de liberdade ou privacidade. (Incluído pela Lei
nº 14.132, de 2021)

Art. 147-B. Causar DANO EMOCIONAL à mulher que a prejudique e


perturbe seu pleno desenvolvimento ou que vise a degradar ou a controlar
suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça,
constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, chantagem,
ridicularização, limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que
cause prejuízo à sua saúde psicológica e autodeterminação: (Incluído
pela Lei nº 14.188, de 2021)
LEI 11.340/2006
• (ARTIGO 7o):
FORMA DE VIOLÊNCIA:

VIOLÊNCIA SEXUAL - entendida como qualquer


conduta que a constranja a presenciar, a manter ou
a participar de relação sexual não desejada,
mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da
força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de
qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de
usar qualquer método contraceptivo ou que a force
ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à
prostituição, mediante coação, chantagem, suborno
ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício
de seus direitos sexuais e reprodutivos;
LEI 11.340/2006
• (ARTIGO 7o):
FORMA DE VIOLÊNCIA:

VIOLÊNCIA PATRIMONIAL - entendida como


qualquer conduta que configure retenção,
subtração, destruição parcial ou total de seus
objetos, instrumentos de trabalho,
documentos pessoais, bens, valores e direitos
ou recursos econômicos, incluindo os
destinados a satisfazer suas necessidades;
LEI 11.340/2006
• (ARTIGO 7o):
FORMA DE VIOLÊNCIA:

VIOLÊNCIA MORAL - entendida como


qualquer conduta que configure calúnia,
difamação ou injúria.

Combinação do artigo 5º e 7º Lei n.


11.340/2006.
LEI 11.340/2006

DO ATENDIMENTO PELA AUTORIDADE POLICIAL (PM tb)


Art. 10-A. É direito da mulher em situação de violência
doméstica e familiar o atendimento policial e pericial
especializado, ininterrupto e prestado por servidores -
preferencialmente do sexo feminino - previamente
capacitados.
§ 1º A INQUIRIÇÃO DE MULHER em situação de violência
doméstica e familiar ou de testemunha de violência doméstica,
quando se tratar de crime contra a mulher, obedecerá às
seguintes diretrizes:
I - SALVAGUARDA DA INTEGRIDADE FÍSICA, PSÍQUICA
E EMOCIONAL DA DEPOENTE, considerada a sua condição
peculiar de pessoa em situação de violência doméstica e
familiar;
LEI 11.340/2006

DO ATENDIMENTO À VÍTIMA

II - garantia de que, em nenhuma hipótese, a


mulher em situação de violência doméstica e familiar,
familiares e testemunhas terão contato direto com
investigados ou suspeitos e pessoas a eles
relacionadas;

III - não revitimização da depoente, evitando


sucessivas inquirições sobre o mesmo fato no
âmbito criminal, bem como questionamentos sobre a
vida privada.
LEI 11.340/2006
DO ATENDIMENTO À VÍTIMA
Art. 11. No atendimento à mulher em situação de violência
doméstica e familiar, a autoridade policial (também pela PM)
deverá, entre outras providências:
I - garantir proteção policial, quando necessário,
comunicando de imediato ao Ministério Público e ao Poder
Judiciário;
II - encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de saúde e
ao Instituto Médico Legal;
III - fornecer transporte para a ofendida e seus
dependentes para abrigo ou local seguro, quando houver
risco de vida;
IV - se necessário, acompanhar a ofendida para
assegurar a retirada de seus pertences do local da
ocorrência ou do domicílio familiar;
V - informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta
Lei e os serviços disponíveis (assistência judiciária).
LEI 11.340/2006

DO ATENDIMENTO À VÍTIMA

- FORMULÁRIO NACIONAL DE AVALIAÇÃO DE RISCO –


FNAR- Lei n. 14.149/2021.

§ 1º O Formulário Nacional de Avaliação de Risco tem por objetivo identificar


os fatores que indicam o risco de a mulher vir a sofrer qualquer forma de
violência no âmbito das relações domésticas, para subsidiar a atuação dos
órgãos de segurança pública, do Ministério Público, do Poder Judiciário e dos
órgãos e das entidades da rede de proteção na gestão do risco identificado,
devendo ser preservado, em qualquer hipótese, o sigilo das informações.

§ 3º É facultada a utilização do modelo de Formulário Nacional de Avaliação de


Risco por outros órgãos e entidades públicas ou privadas que atuem na área de
prevenção e de enfrentamento da violência doméstica e familiar contra a mulher.
LEI 11.340/2006
• (ARTIGO 12-C):
DA PROTEÇÃO IMEDIATA
Art. 12-C. Verificada a existência de RISCO ATUAL OU IMINENTE À VIDA OU À
INTEGRIDADE FÍSICA OU PSICOLÓGICA da mulher em situação de violência
doméstica e familiar, ou de seus dependentes, o agressor será imediatamente
afastado do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida:
I - pela autoridade judicial;
II - pelo delegado de polícia, quando o Município não for sede
de comarca;
III - pelo policial, quando o Município não for sede de comarca
e não houver delegado disponível no momento da
denúncia.
§ 1º Nas hipóteses dos incisos II e III do caput deste artigo, o juiz será
comunicado no prazo máximo de 24 (vinte e quatro) horas e decidirá, em igual
prazo, sobre a manutenção ou a revogação da medida aplicada, devendo dar
ciência ao Ministério Público concomitantemente.
LEI 11.340/2006
• (ARTIGO 12-C):
DA PROTEÇÃO IMEDIATA
III - pelo policial, quando o Município não for sede de comarca e não houver
delegado disponível no momento da denúncia.

Se afastado do lar o agressor pela Policial Militar e


aquele retornar logo após a saída da equipe policial,
temos a figura do crime do artigo 24-A, da Lei Maria
da Penha? Haveria flagrante delito?
LEI 11.340/2006

VIOLÊNCIA SEM PROVAS:

COERÊNCIA E HARMONIA na palavra da vítima


em conjunto com as demais provas.

Geralmente a oitiva dos policiais militares é a


única prova colhida nos autos:
- registro do estado de ânimo dos envolvidos,
do ambiente e de eventuais lesões
corporais.
- BO detalhado com indicação de eventuais
testemunhas presenciais. Versão das partes
ATENDIMENTO HUMANIZADO
Atendimento acolhedor: não invalidar a fala da
mulher, não desacreditar, não-culpabilizar.

Não Revitimizar: vivência repetida da violência;


repetição do relato da violência sofrida (exemplo
comum acontece na violência sexual).

Reconhecer seus preconceitos – se o caso lhe


parece estranho e inverossímil, considere os riscos
de eventuais erros de avaliação! E se for verdade, o
que ocorrerá quando a equipe sair daqui?
ATENDIMENTO HUMANIZADO
Multivitimização: é uma violência continuada, não
é uma evento isolado na vida da mulher e,
normalmente, tem como consequência a aceitação
da violência e sua normalização, não conseguindo
romper com o relacionamento abusivo. Enquanto a
vítima estiver no relacionamento ou vinculada
emocionalmente ao agressor, dificilmente poderá
contribuir com o processo penal e frequentemente
pede revogação da medida protetiva.
ATENDIMENTO HUMANIZADO
Multivitimização: Essas mulheres agem dessa
forma, geralmente, por vários motivos, entre eles:
• Medo, culpa e vergonha;
• Ambiguidade de sentimentos;
• Dependência emocional;
• Dependência financeira;
• Preocupação com os filhos;
• Esperança que o companheiro/agressor mude de
comportamento;
• Isolamento de sua rede de apoio;
• Negação social
CONTATO:
(41)3200-3556
(41)3200-3558
TJPR
cevid@tjpr.jus.br
POLÍCIA MILITAR DO PARANÁ
Sua proteção é o nosso compromisso!

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