Caderno de Jurisprudência. Federal Preparacao Extensiva 42 Semanas Dedicacao Delta Caderno de Jurisprudencia Semana 01

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CICLO I - SEMANA 01
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CADERNO DE JURISPRUDÊNCIA
Z UR
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EV
IC
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07
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IC
PREPARAÇÃO EXTENSIVA
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DELEGADO FEDERAL
KI
UR
CADERNO DE JURISPRUDÊNCIAS
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CICLO I – SEMANA 01/42
MA
COMO UTILIZAR O MATERIAL
I RA
RE
MO
Este material de apoio deve ser lido semanalmente aos sábados. A ideia é que, por meio da leitura
NN
recorrente, o aluno fixe os principais entendimentos do STF e STJ. Em caso de dúvida sobre o teor do
MA
julgado, recomendamos que o aluno recorra ao site Dizer o Direito e estude o informativo na íntegra, já
que nosso objetivo é somente trazer os principais pontos de forma a facilitar os estudos e revisão.
LIS
Observação: foram inseridos também os julgados considerados MAIS IMPORTANTES com data anterior ao
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52989
ano de 2018.
93
78
Sumário
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75
Sumário...............................................................................................................................................................2
07
SEMANA 01 .........................................................................................................................................................4
CZ
DIREITO PENAL ...................................................................................................................................................4
VI
IE
1. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA .....................................................................................................................4
RK
1.1 APONTAMENTOS e DIVERGÊNCIAS ............................................................................................................................... 4

ZU
1.2 RECONHECE-SE a aplicação do princípio da insignificância ......................................................................................... 7

MA
do princípio da insignificância ............................................ 8

1.3 Crimes nos quais a Jurisprudência REJEITA a aplicação52989
A
IR
RE
2. DOSIMETRIA DA PENA ....................................................................................................................................9

MO
2.1 Pena de Multa ............................................................................................................................................................... 18

NN
3. CONCURSO FORMAL E CRIME CONTINUADO ..............................................................................................20

MA
3.1 Crime Continuado ......................................................................................................................................................... 20

LIS
4. INDULTO .......................................................................................................................................................21
2K
5. FIXAÇÃO DO REGIME PRISIONAL ..................................................................................................................23

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78
6. PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS .................................................................................................................23

25
7. PRESCRIÇÃO ..................................................................................................................................................25
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07
8. OUTROS TEMAS DA PARTE GERAL ...............................................................................................................26

CZ
8.1 Medida de Segurança ................................................................................................................................................... 26

VI
IE
8.2 Livramento Condicional ................................................................................................................................................ 27

RK
8.3 Imputabilidade .............................................................................................................................................................. 27

ZU
8.4 Arrependimento Posterior ........................................................................................................................................... 27

MA
8.5 Reincidência ................................................................................................................................................................... 27

A
IR
8.6 Teoria do Domínio Final do Fato .................................................................................................................................. 28

RE
8.7 Perda do Cargo .............................................................................................................................................................. 28

MO
2
NN
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DELEGADO FEDERAL
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MA
8.8 Causa de aumento de pena .......................................................................................................................................... 28
I RA
8.9 Responsabilidade Penal da Pessoa Jurídica................................................................................................................. 28
RE
8.10 Nexo de causalidade ................................................................................................................................................... 29
MO
8.11 Extinção da punibilidade............................................................................................................................................. 29
NN
8.12 Anistia .......................................................................................................................................................................... 30
MA
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LIS
9. CRIME CONTRA A PESSOA ............................................................................................................................30
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9.1 Homicídio ....................................................................................................................................................................... 30
93
9.2 Outros ............................................................................................................................................................................ 32
78
25
10. CRIMES CONTRA A HONRA .........................................................................................................................33
75
11. CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL ..............................................................................................35
07
CZ
12. CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO ...............................................................................................................36
VI
13. CRIME DE VIOLAÇÃO DE DIREITO AUTORAL ..............................................................................................44
IE
RK
14. CRIME CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL .......................................................................................................44

ZU
15. CRIMES CONTRA A SAÚDE PÚBLICA ...........................................................................................................49

MA
16. CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA ..................................................................................................................50

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A
IR
17. CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ..........................................................................................51

RE
17.1 Crimes Diversos ........................................................................................................................................................... 52

MO
17.2 Descaminho ................................................................................................................................................................. 53

NN
17.3 Contrabando ................................................................................................................................................................ 54

MA
17.4 Denunciação Caluniosa ............................................................................................................................................... 55

LIS
17.5 Corrupção .................................................................................................................................................................... 55

2K
17.6 Peculato ....................................................................................................................................................................... 56

93
78
17.7 Conceito de Funcionário Público e Causa de Aumento do Art. 327, §2º do CP ..................................................... 57
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DELEGADO FEDERAL
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SEMANA 01
I RA
RE
DIREITO PENAL
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1. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA
MA
1.1 APONTAMENTOS e DIVERGÊNCIAS
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No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma:
93
A restituição imediata e integral do bem furtado não constitui, por si só, motivo suficiente para a incidência
78
do princípio da insignificância.
25
75
STJ. RMS 68.504-SC, Rel. Ministra Regina Helena Costa, Primeira Turma, por unanimidade, julgado em 10/10/2023, DJe 16/10/2023. (Tema 1208)
(Info 792)
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CZ
VI
O princípio da insignificância é aplicável ao crime de contrabando de cigarros quando a quantidade
IE
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apreendida não ultrapassar 1.000 (mil) maços, seja pela diminuta reprovabilidade da conduta, seja pela
ZU
necessidade de se dar efetividade à repressão a o contrabando de vulto, excetuada a hipótese de

MA
reiteração da conduta, circunstância apta a indicar maior reprovabilidade e periculosidade social da ação.
STJ. REsp 1.977.652-SP, Rel. Ministro Joel Ilan Paciornik, Rel. para acórdão Ministro Sebastião Reis Junior, Terceira Seção, por maioria, julgado em
52989
A
13/9/2023, DJe 19/9/2023 Tema 1143. (Info 787)

IR
RE

MO
Admite-se reconhecer a não punibilidade de um furto de coisa com valor insignificante, ainda que
NN
presentes antecedentes penais do agente, se NÃO denotarem estes tratar-se de alguém que se dedica,
MA
com habitualidade, a cometer crimes patrimoniais.

LIS
STJ. AgRg no REsp 1.986.729-MG, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 28/06/2022, DJe 30/06/2022. (Info
744)
2K
93

78
Admite-se, EXCEPCIONALMENTE, a aplicação do princípio da insignificância a crime praticado em prejuízo

25
da administração pública quando for ÍNFIMA a lesão ao bem jurídico tutelado.

75
STJ. RHC 153.480-SP, Rel. Min. Laurita Vaz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 24/05/2022, DJe 31/05/2022.
07
CZ

VI
EXCEPCIONALMENTE, admite-se o princípio da insignificância nos crimes contra a fé pública (USO DE

IE
RK
ATESTADO FALSO) em casos que o dolo do réu revela, de plano, "a mínima ofensividade da conduta do
ZU
agente, a nenhuma periculosidade social da ação, o reduzidíssimo grau de reprovabilidade do

MA
comportamento e a inexpressividade da lesão jurídica provocada", a demonstrar a atipicidade material da

conduta e afastar a incidência do Direito Penal, sendo suficientes as sanções previstas na Lei trabalhista.
A
IR
⇾ PARA FIXAR:
RE
Admite-se, EXCEPCIONALMENTE, o princípio da insignificância nos crimes contra a fé pública se:

MO
↳ O dolo do réu revelar:

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NN
MA
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EV
DELEGADO FEDERAL
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MA
• mínima ofensividade da conduta do agente;
RA
• nenhuma periculosidade social da ação;
I
RE
• reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento; e
MO
• inexpressividade da lesão jurídica provocada.
Nota:
NN
⚠ CUIDADO! Há DIVERGÊNCIA: a jurisprudência do STF e do STJ é no sentido da INAPLICABILIDADE do
MA
princípio da insignificância na hipótese de crimes praticados contra a fé pública (ex: uso de atestado médico
LIS
falso; introdução de moedas falsas), em função do bem jurídico tutelado pela norma, que, no caso, a fé
2K
pública representa caráter supraindividual.
93
STF. 2ª Turma. HC 117638, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 11/03/2014. STF. 1ª Turma. HC 187269, Rel. Min Roberto Barroso, decisão
78
monocrática em 18/06/2020. STJ. 6ª Turma. AgRg-AREsp 1.963.955, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 08/02/2022. STJ. 5ª Turma. AgRg-RHC
25
155.201, Rel. Min. Jesuíno Rissato, julgado em 12/12/2021.
⚠ Portanto, o julgado acima é uma EXCEÇÃO!
75
07
STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 1816993/B1, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 16/11/2021.
CZ
52989

VI
IE
Se a pessoa for encontrada com alguns poucos gramas de droga para consumo próprio é possível aplicar o
RK
princípio da insignificância.
ZU
Nota: O julgado acima foi decidido por EMPATE (2x), razão pela qual foi concedido o HC.
MA
⚠ CUIDADO! Há DIVERGÊNCIA:
52989
A
• STJ: NÃO é possível aplicar o princípio da insignificância.

IR
A jurisprudência de ambas as turmas do STJ firmou entendimento de que o crime de posse de drogas para
RE
consumo pessoal (art. 28 da Lei nº 11.343/06) é de perigo presumido ou abstrato e a pequena quantidade
MO
de droga faz parte da própria essência do delito em questão, não lhe sendo aplicável o princípio da
NN
insignificância.
MA
STJ. 6ª Turma. RHC 35920 -DF, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 20/5/2014. Info 541. STJ. 5ª Turma. HC 377.737, Rel. Min. Felix Fischer,
julgado em 16/03/2017. STJ. 6ª Turma. AgRg-RHC 147.158, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 25/5/2021. STF: Há um precedente da 1ª
LIS
Turma, aplicando o princípio STF. 1ª Turma. HC 110475, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 14/02/2012.
2K
STF. 2ª Turma. HC 202883 AgR, Relator(a) p/ Acórdão Min. Gilmar Mendes, julgado em 15/09/2021.
Mesmo sentido: STF. 1ª Turma. HC 110475, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 14/02/2012.
93
78

25
NÃO pode ser aplicado para fins de incidência do princípio da insignificância nos crimes tributários
75
07
ESTADUAIS o parâmetro de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), estabelecido no art. 20 da Lei nº 10.522/2002,
devendo ser observada a lei estadual vigente em razão da autonomia do ente federativo.
CZ
STJ. 5ª Turma. AgRg-HC 549.428-PA. Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 19/05/2020.
VI
IE
RK

ZU
NÃO é possível a aplicação do princípio da insignificância aos crimes tributários de acordo com o montante
MA
definido em parâmetro estabelecido para a propositura judicial de execução fiscal.

Nota:
A
IR
⚠ DIVERGÊNCIA.
RE
MO
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NN
MA
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DELEGADO FEDERAL
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MA
SIM. É possível a aplicação do princípio da insignificância aos crimes tributários e de descaminho quando
RA
o débito tributário verificado NÃO ultrapassar o limite de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), a teor do disposto
I
RE
no art. 20 da Lei nº 10.522/2002, com as atualizações efetivadas pelas Portarias n. 75 e 130, ambas do
MO
Ministério da Fazenda.
NN
STF. 2ª Turma. HC-AgR 160.239-SP, Rel. Min. Gilmar Mendes; Julg. 22/05/2020. STF. 2ª Turma. HC-AgR 174.329-SC, Rel. Min. Ricardo Lewandowski;
Julg. 05/11/2019; DJE 18/11/2019. STJ. 3ª Seção. HC 535.063-SP. Rel. Min. Sebastião Reis Júnior; Julg. 10/06/2020; DJE 25/08/2020.
MA
STF. 1ª Turma. HC-AgR 144.193-SP, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 15/04/2020.
LIS
2K
É POSSÍVEL aplicar o princípio da insignificância para furto de bem avaliado em R$ 20,00 mesmo que o
93
agente tenha antecedentes criminais por crimes patrimoniais.
78
25
Nota: A existência de antecedentes criminais (habitualidade criminosa) pode servir como argumento do
75
juiz para afastar a aplicação do princípio da insignificância.
07
No entanto, NÃO se trata de uma vedação absoluta, podendo ser, EXCEPCIONALMENTE, aplicado o
CZ
princípio, COM BASE NAS CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO CONCRETO.
VI
Nesse sentido: STF. 2ª Turma. HC 141440 AgR/MG, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 14/8/2018 (Info 911), STF. 2ª Turma. HC 159435 AgR, Rel.
IE
Min. Edson Fachin, julgado em 28/06/2019, STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 1517800/TO, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 20/02/2020.
RK
Ainda vale o conhecimento da jurisprudência em Teses do STJ (ed. 47):

ZU
Tese 7: O princípio da insignificância deve ser afastado nos casos em que o réu
MA
faz do crime o seu MEIO DE VIDA, ainda que a coisa furtada seja de pequeno
52989
A
valor.
IR
STF. 1ª Turma. RHC 174784/MS, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 11/2/2020. (Info 966)
RE
Mesmo sentido: STF. Plenário. HC 123108/MG, HC 123533/SP, HC 123734/MG, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em 3/8/2015 (Info 793) e STF.
MO
2ª Turma. HC 181389 AgR/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 14/4/2020. (Info 973)
NN

MA
É possível aplicar o princípio da insignificância para a conduta de transmitir sinal de internet como
LIS
provedor SEM autorização da ANATEL (art. 183 da Lei nº 9.472/97)?

2K
Art. 183, Lei nº 9.472/1997. Desenvolver clandestinamente atividades de telecomunicação:

Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, aumentada da metade se houver dano a terceiro, e multa de R$ 10.000,00 (dez mil
93
reais).
78
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, direta ou indiretamente, concorrer para o crime.
25
• No STJ: é pacífico que NÃO:

75
↳ Súmula nº 606, STJ: NÃO SE APLICA o princípio da insignificância a CASOS DE TRANSMISSÃO

07
CLANDESTINA DE SINAL DE INTERNET VIA RADIOFREQUÊNCIA, que caracteriza o fato típico previsto no art.
CZ
183 da Lei nº 9.472/1997. STJ. 3ª Seção. Aprovada em 11/04/2018, DJe 17/04/2018. (Info 622)
VI
IE
• No STF: prevalece que não. 52989

RK
Assim, é inaplicável o princípio da insignificância no crime de transmissão clandestina de sinal de internet,

ZU
por configurar o delito previsto no art. 183 da Lei nº 9.472/97, que é crime formal, e, como tal, prescinde de
MA
comprovação de prejuízo para sua consumação (STF. 1ª Turma. HC 124795 AgR, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 23/08/2019).
Para o STF é possível, em situações excepcionais, o reconhecimento do princípio da insignificância desde
A
IR
que a rádio clandestina opere em baixa frequência, em localidades afastadas dos grandes centros e em
RE
situações nas quais ficou demonstrada a inexistência de lesividade.

MO
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NN
MA
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DELEGADO FEDERAL
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MA
STF. 2ª Turma. HC 138134/BA, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 7/2/2017 (Info 853). STF. 2ª Turma. HC 142738 AgR, Rel. Min. Gilmar
RA
Mendes, julgado em 04/04/2018.
I
RE
STF. 2ª Turma. HC 157014 AgR/SE, rel. orig. Min. Cármen Lúcia, red. p/ o ac. Min Ricardo Lewandowski, julgado em 17/9/2019. (Info 952)
MO
NN
O STF concedeu ordem de habeas corpus para fixar o regime inicial aberto em favor de condenado pelo
MA
furto de duas peças de roupa avaliadas em R$ 130,00.
LIS
Nota: neste caso, não se absolveu o réu, mas utilizou a insignificância como exceção jurisprudencial à regra
do art. 33, § 2º, do CP (base na proporcionalidade).
2K
STF. C 135164/MT, rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ ac. Min. Alexandre de Moraes, julgamento em 23.4.2019. (Info 938)
93
78
25
O princípio da bagatela NÃO SE APLICA ao crime previsto no art. 34, caput c/c parágrafo único, II, da Lei nº
75
07
9.605/98.
CZ
Nota:
Art. 34 da Lei nº 9.605/98: “Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares interditados por órgão competente:
VI
IE
Pena - detenção de 1 (um) ano a 3 (três) anos ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.
RK
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem: [...]

II - pesca quantidades superiores às permitidas, ou mediante a utilização de aparelhos, petrechos, técnicas e métodos não
ZU
permitidos;”
MA
Obs.: apesar de a redação utilizada no informativo original ter sido bem incisiva (“O princípio da bagatela não
52989
A
se aplica ao crime previsto no art. 34, caput c/c parágrafo único, II, da Lei 9.605/98”), existem julgados tanto
IR
do STF como do STJ aplicando, excepcionalmente, o princípio da insignificância para o delito de pesca
RE
ilegal.
MO
⚠ CUIDADO! Há DIVERGÊNCIA: Não se configura o crime previsto no art. 34 da Lei nº 9.605/98 na hipótese
NN
em há a devolução do único peixe – ainda vivo – ao rio em que foi pescado.

MA
STJ. 6ª Turma. REsp 1.409.051-SC, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 20/4/2017 (Info 602).
LIS
STF. 1ª Turma. HC 122560/SC, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 08/05/2018. (Info 901)
2K
1.2 RECONHECE-SE a aplicação do princípio da insignificância

93
78

25
75
É possível aplicar o princípio da insignificância para o furto de mercadorias avaliadas em R$ 29,15, mesmo
07
que a subtração tenha ocorrido durante o período de repouso noturno e mesmo que o agente seja
CZ
reincidente.
VI
STF. 2ª Turma. HC 181389 AgR/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 14/4/2020. (Info 973)
IE
RK

ZU
O STF reconheceu o princípio da insignificância, mas, como o réu era reincidente, em vez de absolvê-lo, o
MA
Tribunal utilizou esse52989

reconhecimento para conceder a pena restritiva de direitos, afastando o óbice do
A
art. 44, II, do CP.

IR
STF. 1ª Turma. HC 137217/MG, Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 28/8/2018. (Info 913)
RE
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DELEGADO FEDERAL
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MA
RA
Em regra, a habitualidade delitiva específica (ou seja, o fato de o réu já responder a outra ação penal pelo
I
RE
mesmo delito) é um parâmetro (critério) que afasta o princípio da insignificância mesmo em se tratando
MO
de bem de reduzido valor.
NN
EXCEPCIONALMENTE, no entanto, as peculiaridades do caso concreto podem justificar o afastamento
MA
dessa regra e a aplicação do princípio, com base na ideia da PROPORCIONALIDADE.
É o caso, por exemplo, do furto de um galo, quatro galinhas caipiras, uma galinha garnizé e três quilos de
LIS
feijão, bens avaliados em pouco mais de cem reais. O valor dos bens é inexpressivo e não houve emprego de
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violência. Enfim, é caso de mínima ofensividade, ausência de periculosidade social, reduzido grau de
93
reprovabilidade e inexpressividade da lesão jurídica. Mesmo que conste em desfavor do réu outra ação penal
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instaurada por igual conduta, ainda em trâmite, a hipótese é de típico crime famélico.
25
75
A excepcionalidade também se justifica por se tratar de hipossuficiente. Não é razoável que o Direito Penal
07
e todo o aparelho do Estado-polícia e do Estado-juiz movimente-se no sentido de atribuir relevância a estas
CZ
situações.
VI
STF. 2ª Turma. HC 141440 AgR/MG, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 14/08/2018. (Info 911)
IE
RK
1.3 Crimes nos quais a Jurisprudência REJEITA a aplicação do princípio da insignificância

ZU
MA

52989
A MULTIRREINCIDÊNCIA específica somada ao fato de o acusado estar em prisão domiciliar durante as
A
IR
reiterações criminosas são circunstâncias que INVIABILIZAM a aplicação do princípio da insignificância.

RE
STJ. 6ª Turma. REsp 1.957.218-MG, Rel. Min. Olindo Menezes (Desembargador convocado do TRF 1ª Região), Sexta Turma, por maioria, julgado
MO
em 23/08/2022. (Info 746)

NN

MA
NÃO SE APLICA o princípio da insignificância para o CRIME DE CONTRABANDO.

LIS
Nota:
2K
Exceção: No STJ, há um precedente ISOLADO em sentido contrário, admitindo a aplicação do princípio da

93
insignificância ao crime de contrabando de52989 pequena quantidade de medicamento destinada a uso próprio.
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Trata-se de um caso extremamente específico em que o STJ reconheceu a mínima ofensividade da conduta
25
do agente, ausência periculosidade da ação, reduzido grau de reprovabilidade do comportamento e

75
inexpressividade da lesão jurídica provocada, autorizando excepcionalmente a aplicação do princípio da

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insignificância:STJ. 5ª Turma. EDcl no AgRg no REsp 1708371/PR, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 24/04/2018.
CZ
STJ. ProAfR no REsp 1.971.993-SP, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 12/04/2022, DJe 29/04/2022. (Tema
VI
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IE
RK

ZU
O simples fato de CARTUCHOS apreendidos estarem desacompanhados da respectiva arma de fogo NÃO
MA
IMPLICA, por si só, a ATIPICIDADE da conduta, de maneira que as peculiaridades do caso concreto devem
ser analisadas a fim de se aferir os requisitos.
A
IR
REQUISITOS:
RE
↳ O dolo do réu revelar:

MO
8
NN
MA
IS
KL
07
Z
IC
EV
DELEGADO FEDERAL
KI
UR
Z
MA
• mínima ofensividade da conduta do agente;
RA
• nenhuma periculosidade social da ação;
I
RE
• reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento; e
MO
• inexpressividade da lesão jurídica provocada.
Nota: Na hipótese dos autos, embora com o embargado tenha sido apreendida apenas uma munição de
NN
uso restrito, desacompanhada de arma de fogo, ele foi também condenado pela prática dos crimes
MA
descritos nos arts. 33, caput, e 35, da Lei nº 11.343/06 (tráfico de drogas e associação para o tráfico), o que
LIS
afasta o reconhecimento da atipicidade da conduta, por não estarem demonstradas a mínima ofensividade
2K
da ação e a ausência de periculosidade social exigidas para tal finalidade.
93
No mesmo sentido: Não se reconhece a incidência excepcional do princípio da insignificância ao crime de
78
posse ou porte ilegal de munição, quando acompanhado de outros delitos, tais como o tráfico de drogas.
25
STF. 1ª Turma. HC 206977 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 18/12/2021.
75
⚠ CUIDADO! O atual entendimento do STJ é no sentido de que a apreensão de pequena quantidade de
07
munição, desacompanhada da arma de fogo, permite a aplicação do princípio da insignificância ou bagatela.
CZ
STJ. 5ª Turma. AgRg no HC 517.099/MS, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 06/08/2019.
VI
STJ. 3ª Seção. EREsp 1.856.980, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 22/09/2021. (Info 710)
IE
RK

ZU
NÃO SE APLICA o princípio da insignificância para o CRIME DE APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA.

MA
Nota: INDEPENDENTEMENTE DO VALOR DO ILÍCITO, pois esses tipos penais protegem a própria subsistência
52989
A
da Previdência Social, de modo que é elevado o grau de reprovabilidade da conduta do agente que atenta
IR
contra este bem jurídico supraindividual.

RE
STJ. 3ª Seção. AgRg na RvCr 4.881/RJ, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 22/05/2019.
MO
Mesmo sentido: STF. 1ª Turma. HC 102550, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 20/09/2011. STF. 2ª Turma. RHC 132706 AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes,
julgado em 21/06/2016.
NN
52989
MA

LIS
NÃO SE APLICA o princípio da insignificância ao furto de bem de inexpressivo valor pecuniário de

2K
associação sem fins lucrativos com o induzimento de filho menor a participar do ato.
STJ. 6ª Turma. RHC 93.472-MS, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 15/03/2018. (Info 622)
93
78
25

75
O STJ e o STF NÃO ADMITEM a aplicação dos princípios da insignificância e da bagatela imprópria aos
07
CRIMES E CONTRAVENÇÕES PRATICADOS COM VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA CONTRA A MULHER, no

CZ
âmbito das relações domésticas, dada a relevância penal da conduta.

VI
Nota: Vale ressaltar que o fato de o casal ter se reconciliado NÃO significa atipicidade material da conduta
IE
ou desnecessidade de pena.
RK
STF. 2ª Turma. RHC 133043/MT, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 10/5/2016. (Info 825)
ZU
Mesmo sentido: STJ. 5ª Turma. HC 333.195/MS, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 12/04/2016.
MA
STJ. 6ª Turma. AgRg no HC 318849/MS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 27/10/2015.
A
IR
RE
2. DOSIMETRIA DA PENA
MO
9
NN
MA
IS
KL
07
Z
IC
EV
DELEGADO FEDERAL
KI
UR
Z
MA
RA
A reincidência específica como único fundamento só justifica o agravamento da pena em fração mais
I
RE
gravosa que 1/6 em casos excepcionais e mediante detalhada fundamentação baseada em dados
MO
concretos do caso.
NN
STJ. REsp 2.003.716-RS, Rel. Ministro Joel Ilan Paciornik, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 25.10.23. (Info 793)
MA
LIS
O fato de o réu mentir
52989
em interrogatório judicial, imputando prática criminosa a terceiro, não autorização
2K
a majoração da pena-base.
93
Nota: Ainda que o falseamento da verdade eventualmente possa, a depender do caso e se cabalmente
78
comprovado, justificar a responsabilização do réu por crime autônomo, isso não significa que essa prática,
25
no interrogatório, autorize a exasperação da pena-base do acusado.
75
STJ. HC 834.126-RS, Rel. Ministro Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, julgado em 5/9/2023, DJe 13/9/2023. (Info 789)
07
CZ
VI
É idônea a mensuração da repercussão internacional do delito na majoração da pena-base pelas
IE
RK
consequências do crime.
ZU
Nota: A pena-base comporta aumento em virtude da repercussão internacional do delito, por se referir a
MA
consequências que desbordam do tipo penal.

STJ. Processo em segredo de justiça, Rel. Ministro Rogerio Schietti Cruz,52989
Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 22/8/2023, DJe 28/8/2023.
A
(Info 786)
IR
RE

MO
No crime de furto contra empresa de segurança e transporte de valores, o prejuízo está inserido no risco
NN
do negócio e não autoriza a exasperação da pena basilar, porquanto ínsito ao tipo penal.
MA
STJ. AgRg no REsp 2.322.175-MG, Rel. Ministro Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 30/5/2023. (Info 777)
LIS

2K
A aplicação da agravante prevista no art. 61, II, "f", do Código Penal, em condenação pelo delito do art.
93
129, § 9º, do CP, por si só, não configura bis in idem.

78
STJ. AgRg no REsp 1.998.980-GO, Rel. Ministro Joel Ilan Paciornik, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 8/5/2023, DJe 10/5/2023. (Info
25
775)
75
07

CZ
Os fundamentos utilizados na dosimetria da pena somente devem ser reexaminados se evidenciado,

VI
previamente, o cabimento do pedido revisional.

IE
RK
STJ. RvCr 5.247-DF, Rel. Ministro Ribeiro Dantas, Rel. para acórdão Ministro Antonio Saldanha Palheiro, Terceira Seção, por maioria, julgado em
22/3/2023, DJe 14/4/2023. (Info 772)
ZU
MA

A
É idônea a valoração negativa dos motivos do crime na hipótese em que o agressor se utiliza de ameaças
IR
para constranger a vítima a desistir de requerer o divórcio e pensão alimentícia em benefício dos filhos.
RE
STJ. AgRg no HC 746.729-GO, Rel. Ministro Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 19/12/2022, DJe 21/12/2022. (Info 767)
MO
10
NN
MA
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07
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IC
EV
DELEGADO FEDERAL
KI
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Z
MA
RA
I
RE
A dosimetria da pena é uma fase independente do julgamento, razão pela qual todos os ministros possuem
MO
o direito de se manifestar, independentemente de terem votado no sentido da absolvição ou condenação
NN
do réu.
STF. QO na AP 1.024/DF, relator Ministro Edson Fachin, redator do acórdão Ministro Alexandre de Moraes, julgamento virtual finalizado em
MA
26.5.2023. (Info 1096)
LIS
2K
93
A confirmação pelo tribunal do júri da dissimulação e do uso de meio que dificultou a defesa da vítima
78
deve ensejar uma única elevação em decorrência da qualificadora contida no art. 121, § 2º, inciso IV, do
25
Código Penal, ainda que quesitadas individualmente e não guardem relação de interdependência entre si.
75
STJ. Processo sob segredo de justiça, Rel. Ministra Laurita Vaz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 7/2/2023. (Info 764)
07
CZ
VI
A atenuante da confissão, mesmo qualificada, pode ser compensada integralmente com qualificadora
IE
deslocada para a segunda fase da dosimetria em razão da pluralidade de qualificadoras.
RK
Nota: No caso, a atenuante da confissão, mesmo qualificada, pode ser compensada integralmente com a
ZU
qualificadora do motivo fútil, que fora deslocada para a segunda fase da dosimetria em razão da pluralidade
MA
de qualificadoras. 52989
A
Isso, porque são circunstâncias igualmente preponderantes, conforme entende este Tribunal Superior, que
IR
RE
define que "tal conclusão, por certo, deve ser igualmente aplicada à hipótese dos autos, por se tratarem de
MO
circunstâncias igualmente preponderantes, que versam sobre os motivos determinantes do crime e a

personalidade do réu, conforme a dicção do art. 67 do CP" (HC 408.668/SP, relator Ministro Ribeiro Dantas, Quinta Turma, DJe
NN
21/9/2017).
MA
STJ. AgRg no REsp 2.010.303-MG, Rel. Ministro Antonio Saldanha Palheiro, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 14/11/2022, DJe
18/11/2022. (Info 761)
LIS
2K
No Concurso Será Cobrado52989

Da Seguinte Forma:
93
No concurso entre AGRAVANTES e ATENUANTES, a atenuante da confissão espontânea deve preponderar

78
sobre a agravante da dissimulação, nos termos do art. 67 do Código Penal.

25
Nota: Esta Corte Superior entende que a confissão espontânea é circunstância preponderante, e a agravante
75
da dissimulação não está prevista como circunstância preponderante por não se encaixar nos quesitos
07
previstos no art. 67 do Código Penal. Assim, a reprimenda deve ser reduzida na segunda fase da dosimetria.
CZ
STJ. 6ª Turma. HC 557.224-PR, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 16/08/2022, DJe 19/08/2022. (Info
VI
745)
IE
RK

ZU
É possível, na segunda fase da dosimetria da pena, a COMPENSAÇÃO integral da atenuante da confissão

MA
espontânea com a agravante da reincidência, seja ela específica ou não.

A
Todavia, nos casos de MULTIRREINCIDÊNCIA, deve ser reconhecida a preponderância da agravante prevista
IR
RE
no art. 61, I, do Código Penal, sendo admissível a sua compensação proporcional com a atenuante da
MO
11
NN
MA
IS
KL
07
Z
IC
EV
DELEGADO FEDERAL
KI
UR
Z
MA
confissão espontânea, em estrito atendimento aos princípios da individualização da pena e da
RA
proporcionalidade.
I
RE
Art. 61, CP. São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime:
MO
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - a reincidência;
NN
Nota:
MA
⚠ CUIDADO! Há DIVERGÊNCIA: A posição do STF é a de que a agravante da REINCIDÊNCIA prevalece.
LIS
A teor do disposto no art. 67 do Código Penal, a circunstância agravante da reincidência, como
2K
52989
preponderante, prevalece sobre a confissão. STF. 2ª Turma. Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em
93
18/03/2014.
78
Concurso de circunstâncias agravantes e atenuantes
25
Art. 67, CP. No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias
75
preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam dos motivos determinantes do crime, da personalidade do
07
agente e da reincidência.
CZ
STJ. 5ª Turma. REsp 1.972.098-SC, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 14/06/2022, DJe 20/06/2022. (Info 742)
VI
Mesmo sentido: STJ. 5ª Turma. HC 620640, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 02/02/2021.
IE
RK

ZU
A condição de policial militar que pratica o crime de extorsão indica maior reprovabilidade e censura da
MA
conduta praticada, o que justifica a majoração da pena base.

52989
A
Nota: o fato de ser policial militar justifica a maior reprovabilidade da conduta (culpabilidade) e, por
IR
conseguinte, a exasperação da pena-base, uma vez que o comportamento dele esperado seria exatamente
RE
o de evitar a prática de crimes. A referida característica não é elementar do crime de extorsão, não havendo
MO
que se falar em bis in idem.

NN
STJ. EDcl no AgRg no REsp 1.903.213-MG, Rel. Min. Olindo Menezes (Desembargador convocado do TRF da 1ª Região), Sexta Turma, por
unanimidade, julgado em 07/06/2022, DJe 10/06/2022.
MA
LIS

2K
A atenuante da menoridade relativa deve ser considerada circunstância preponderante na exasperação da

93
pena.
78
↳ A atenuante da menoridade relativa, assim como a da confissão espontânea, por estarem relacionadas com a
25
personalidade do agente, devem ser consideradas preponderantes, nos termos do art. 67 do CP.
75
Nesse sentido: "1. O Superior Tribunal de Justiça já firmou o entendimento de que a confissão espontânea (Recurso
07
Especial Representativo de Controvérsia 1.341.370/MT) e a menoridade relativa, sendo atributos da personalidade do

CZ
agente, são igualmente preponderantes com a reincidência e os motivos do delito, consoante disposto no art. 67 do
VI
Código Penal." (AgRg no REsp 1627502/RO, Rel. Ministro Ribeiro Dantas, Quinta Turma, julgado em 28/11/2017, DJe 01/12/2017).
IE
STJ. AgRg no HC 693.079-SP, Rel. Min. Olindo Menezes (Desembargador convocado do TRF da 1ª Região), Sexta Turma, por unanimidade, julgado
RK
em 14/06/2022, DJe 20/06/2022.

ZU
MA

O réu fará jus à atenuante do art. 65, III, 'd', do CP quando houver admitido a autoria do crime perante a
A
IR
autoridade, independentemente de a confissão ser utilizada pelo juiz como um dos fundamentos da
RE
sentença condenatória, e mesmo que seja ela parcial, qualificada, extrajudicial ou retratada.
MO
12
NN
MA
IS
KL
07
Z
IC
EV
DELEGADO FEDERAL
KI
UR
Z
MA
↳ Circunstâncias atenuantes
RA
Art. 65, CP. São circunstâncias que sempre ATENUAM a pena:
I
RE
MO
III - ter o agente:
NN
d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime;
MA
Nota: o direito subjetivo à atenuação da pena surge quando o réu CONFESSA (momento constitutivo), e não
LIS
quando o juiz cita sua confissão na fundamentação da sentença condenatória (momento meramente
declaratório). Ademais, viola o princípio da legalidade condicionar a atenuação da pena à citação expressa
2K
da confissão na sentença como razão decisória, mormente porque o direito subjetivo e preexistente do réu
93
52989
78
não pode ficar disponível ao arbítrio do julgador.
25
STJ. 5ª Turma. REsp 1.972.098-SC, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 14/06/2022, DJe 20/06/2022. (Info 740)
75
07
CZ
Ameaçar a vítima na presença de seu filho menor de idade justifica a valoração negativa da culpabilidade
do agente. VI
IE
STJ. 5ª Turma. AREsp 1.964.508-MS, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 29/03/2022, DJe 01/04/2022. (Info
RK
731)
ZU
MA

O roubo em transporte coletivo vazio é circunstância 52989
concreta que NÃO justifica a elevação da pena-base.
A
IR
STJ. 5ª Turma. AgRg no HC 693.887-ES, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 15/02/2022. (Info 727)
RE
MO

Na hipótese de condenação concomitante a pena privativa de liberdade e multa, o inadimplemento da
NN
sanção pecuniária, pelo condenado que comprovar impossibilidade de fazê-lo, NÃO obsta o
MA
reconhecimento da extinção da punibilidade.

LIS
Nota:
2K
Regra: obsta! Exceção: se o condenado comprovar a impossibilidade de pagar a sanção pecuniária, neste
93
caso, será possível a extinção da punibilidade mesmo sem a quitação da multa. Bastará cumprir a pena
78
privativa de liberdade e comprovar que não tem condições de pagar a multa.

25
Isso porque o STF, ao julgar a ADI 3150/DF, declarou que, à luz do preceito estabelecido pelo art. 5º, XLVI, da
75
Constituição Federal, a multa, ao lado da privação de liberdade e de outras restrições – perda de bens,
07
prestação social alternativa e suspensão ou interdição de direitos –, é espécie de pena aplicável em

CZ
retribuição e em prevenção à prática de crimes, não perdendo ela sua natureza de sanção penal. Logo, em
VI
regra, não se pode declarar a extinção da punibilidade pelo cumprimento integral da pena privativa de
IE
RK
liberdade quando pendente o pagamento da multa criminal.

ZU
STJ. 3ª Seção. REsp 1.785.383-SP e REsp 1.785.861/SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgados em 24/11/2021. (Recurso Repetitivo - Tema 931)
(Info 720)
MA
A

IR
RE
MO
13
NN
MA
IS
KL
07
Z
IC
EV
DELEGADO FEDERAL
KI
UR
Z
MA
É manifestamente ILEGAL a negativação dos antecedentes e a aplicação da agravante da reincidência,
RA
quando fundamentadas em condenações, ainda que transitadas em julgado, por fatos posteriores àquele
I
RE
sob julgamento.
MO
STJ. 6ª Turma. AgRg no AREsp 1903802/ES, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 21/09/2021.
NN
MA
Se o Tribunal, em recurso exclusivo da defesa, exclui circunstância judicial reconhecida na sentença, isso
LIS
deve gerar a diminuição da pena.
2K
STJ. 3ª Seção. EREsp 1.826.799-RS, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Rel. Acd. Min. Antônio Saldanha Palheiro, julgado em 08/09/2021, DJe 08/10/2021.
(Info 713)
93
78
25
75
Condenações criminais transitadas em julgado, não consideradas para caracterizar a reincidência, somente
07
podem ser valoradas, na primeira fase da dosimetria, a título de antecedentes criminais, NÃO se admitindo
CZ
sua utilização para desabonar a personalidade ou a conduta social do agente.
VI
STJ. 3ª Seção. Tema 1077.REsp 1794854-DF, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 23/06/2021. (Recurso Repetitivo – Tema 1077) (Info 702)
IE
RK

ZU
A jurisprudência do STJ firmou-se no sentido de que a exasperação da pena-base, pela existência de

MA
circunstâncias judiciais negativas, deve seguir o parâmetro da fração de 1/6 para cada circunstância judicial
52989
A
negativa, fração que se firmou em observância aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade.

IR
Nota:
RE
⚠ A maioria da doutrina afirma que deveria ser aplicada a fração de 1/8 para cada circunstância judicial
MO
negativa. Isso porque existem oito circunstâncias judiciais. Assim, se o juiz detectasse a existência de três
NN
circunstâncias judiciais desfavoráveis, aumentaria a pena-base em 3/8.

MA
⚠ O STJ, contudo, não possui uma posição pacífica existindo decisões em vários sentidos.
LIS
• Para elevação da pena-base, podem ser utilizadas as frações de 1/6 sobre a pena mínima ou de 1/8 sobre
2K
o intervalo entre as penas mínima e máxima, exigindo-se fundamentação concreta e objetiva para o uso de
93
percentual de aumento diverso de um desses.

78
STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp n. 1.942.233/DF, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 24/5/2022.
25
• Não há um critério matemático para a escolha das frações de aumento em função da negativação dos
75
vetores contidos no art. 59 do Código Penal, sendo garantida a discricionariedade do julgador para a fixação
07
da pena-base, dentro do seu livre convencimento motivado e de acordo com as peculiaridades do caso
CZ
concreto.
VI
STJ. 6ª Turma. AgRg no HC n. 665.698/RS, Rel. Min. Antônio Saldanha Palheiro, julgado em 10/5/2022.
IE
• A jurisprudência deste Tribunal Superior é firme em garantir a discricionariedade do julgador, sem a fixação
RK
de critério aritmético, na escolha da sanção a ser estabelecida na primeira etapa da dosimetria.

ZU
STJ. 6ª Turma. AgRg no HC n. 670.044/RS, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 10/5/2022.52989
MA
• Não há direito subjetivo do réu ao emprego da fração de 1/6 por cada circunstância judicial desfavorável,
para elevação da reprimenda básica.
A
IR
STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 2.037.079/TO, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 26/04/2022.
RE
STJ. 6ª Turma. AgRg no HC 647642/SC, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 15/06/2021.
MO
14
NN
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07
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DELEGADO FEDERAL
KI
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Z
MA
RA
É possível o aumento de pena-base fundado nos abalos psicológicos causados à vítima sobrevivente.
I
RE
Nota: no caso concreto, a pena-base foi exasperada em razão do abalo psicológico causado à ofendida que
MO
precisou vender sua residência por valor muito inferior ao de mercado, pois não conseguia conviver com as
NN
lembranças que o local lhe trazia e precisou adquirir com urgência outro imóvel para morar. A presença de
MA
sequelas psicológicas decorrentes do crime tem sido considerado fundamento idôneo para justificar o
afastamento da pena-base do piso legal, pois demonstra que a conduta do agente extrapolou os limites
LIS
ordinários do tipo penal violado, merecendo, portanto, maior repreensão. Para tanto, a exasperação da
2K
pena-base deve estar fundamentada em dados concretos extraídos da conduta imputada ao acusado, os
93
quais devem desbordar dos elementos próprios do tipo penal.
78
STJ. 5ª Turma. HC 624.350/SC, Rel. Ministro Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 09/12/2020.
25
75
07
Havendo pluralidade de causas de aumento de pena e sendo apenas uma delas empregada na terceira
CZ
fase, as demais podem ser utilizadas nas demais etapas da dosimetria da pena.
VI
IE
Nota: A etapa judicial adotou O SISTEMA TRIFÁSICO DA DOSIMETRIA, conforme explicitado no item 51 da
RK
Exposição de Motivos da Parte Geral do Código Penal e delineado no art. 68 do Código Penal. Assim, a
ZU
dosimetria da pena na sentença obedece a um critério trifásico:

MA
• 1º passo: o juiz calcula a pena-base de acordo com as circunstâncias judiciais do art. 59, CP;
• 2º passo: o juiz aplica as agravantes e atenuantes; 52989
A
IR
• 3º passo: o juiz aplica as causas de aumento e de diminuição.

RE
Este critério trifásico, elaborado por Nelson Hungria, foi adotado pelo Código Penal, sendo consagrado pela
MO
jurisprudência pátria: STJ. 6ª Turma. AgRg no REsp 1021796/RS, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em
NN
19/03/2013.
MA
O deslocamento da majorante sobejante para outra fase da dosimetria, além de não contrariar o sistema
trifásico, é a que melhor se coaduna com o princípio da individualização da pena.
LIS
STJ. 3ª Seção. HC 463.434-MT, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 25/11/2020 (Info 684).
2K
OBS.: esse mesmo raciocínio empregado no caso das qualificadoras pode também ser utilizado para os casos
93
em que há pluralidade de causas de aumento de pena.

78
STJ. 3ª Seção. HC 463.434-MT, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 25/11/2020. (Info 684)
25
75
52989

07
O forte vínculo de parentesco com o adolescente induzido à prática do crime torna a conduta dos pacientes
CZ
mais repreensível.
VI
STJ. 5ª Turma. HC 614.998/PE, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 13/10/2020.

IE
RK

ZU
A circunstância de se tratar de réu da carreira da polícia – DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL – denota

MA
reprovabilidade especial a justificar o aumento da pena-base, tratando-se de culpabilidade que ultrapassa

A
aquela ínsita aos delitos pelos quais condenado, previstos nos arts. 312 e 311 do CP.
IR
RE
STJ. 6ª Turma. AgRg no REsp 1.885.525, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 06/10/2020.
MO
15
NN
MA
IS
KL
07
Z
IC
EV
DELEGADO FEDERAL
KI
UR
Z
MA
RA
Não se aplica a agravante prevista no art. 61, II, “h”, do Código Penal na hipótese em que o crime de furto
I
RE
qualificado pelo arrombamento à residência ocorreu quando os proprietários não se encontravam no
MO
imóvel, não havendo que se falar, portanto, em ameaça à vítima ou em benefício do agente para a prática
NN
delitiva em razão de sua condição de fragilidade.
MA
Nota:
Art. 61, CP. São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime: [...]
LIS
II - ter o agente cometido o crime: [...]
2K
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida.”
93
Por se tratar de agravante de natureza objetiva, a incidência do art. 61, II, “h”, do CP não depende da prévia
78
ciência pelo réu da idade da vítima, sendo, de igual modo, desnecessário perquirir se tal circunstância, de
25
fato, facilitou ou concorreu para a prática delitiva, pois a maior vulnerabilidade do idoso é presumida.
75
STJ. 5ª Turma. HC 593.219-SC, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 25/08/2020. (Info 679)
07
CZ
VI
NÃO se aplica para o reconhecimento dos maus antecedentes o prazo quinquenal de prescrição da
IE
reincidência, previsto no art. 64, I, do Código Penal.
RK
Nota:
ZU
⇾ A existência de condenação anterior, ocorrida em prazo superior a 5 (cinco) anos, contado da extinção da
MA
pena, poderá ser considerada como maus antecedentes? 52989

Após o período depurador, ainda será possível
A
considerar a condenação como maus antecedentes?

IR
RE
• SIM. As condenações atingidas pelo período depurador quinquenal do art. 64, inciso I, do CP, embora
MO
afastem os efeitos da reincidência, NÃO impedem a configuração de maus antecedentes, na primeira etapa
da dosimetria da pena.
NN
STJ. 5ª Turma. AgRg no HC 558.745/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 15/09/2020. STJ. 6ª Turma. AgRg no HC 471.346/MS, Rel.
MA
Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 21/05/2019.

• NÃO se aplica para o reconhecimento dos maus antecedentes o prazo quinquenal de prescrição da
LIS
reincidência, previsto no art. 64, I, do Código Penal.

2K
STF. Plenário. RE 593818/SC, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 17/8/2020. (Repercussão Geral - Tema 150)
93
78

25
52989
Demonstrada mera falta de técnica na sentença, o habeas corpus pode ser deferido para nominar de forma
75
correta os registros pretéritos da paciente, doravante chamados de maus antecedentes, e NÃO de conduta
07
social, SEM afastar, todavia, o dado desabonador que, concretamente, existe nos autos e justifica
CZ
diferenciada individualização da pena.

VI
IE
STJ. HC 501.144-SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 10/03/2020, DJe 17/03/2020. (Info 669)
RK
ZU

MA
Nos casos em que se aplica a Lei n. 13.654/2018, é possível a valoração do EMPREGO DE ARMA BRANCA,
NO CRIME DE ROUBO, como circunstância judicial desabonadora (art. 59 do CP).
A
IR
Nota: com o advento da Lei 13.654, de 23 de abril de 2018, que revogou o inciso I do artigo 157 do CP, o
RE
emprego de arma branca no crime de roubo deixou de ser considerado como majorante, a justificar o
MO
16
NN
MA
IS
KL
07
Z
IC
EV
DELEGADO FEDERAL
KI
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Z
MA
incremento da reprimenda na terceira fase do cálculo dosimétrico, sendo, porém, plenamente possível a sua
RA
valoração como circunstância judicial desabonadora, nos moldes do reconhecido pelas instâncias
I
RE
ordinárias.
MO
STJ. HC 556.629-RJ, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 03/03/2020, DJe 23/03/2020. (Info 668)
NN
MA
A qualificadora do meio cruel é compatível com o dolo eventual.
LIS
CASO: réu atropelou pedestre, não parou o veículo e o arrastou por 500 metros.
2K
STJ. REsp 1.829.601-PR, Rel. Min. Nefi Cordeiro, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 04/02/2020, DJe 12/02/2020. (Info 665)
Mesmo sentido: STJ, 5ª Turma. AgRg no Resp 157389/SC, julgado em 09/04/2019.
93
78
25
75
A folha de antecedentes criminais é um documento válido para comprovar maus antecedentes ou
07
reincidência.
CZ
Veja também: é possível que a reincidência do réu seja demonstrada com informações processuais extraídas
dos sítios eletrônicos dos tribunais. VI
IE
STJ. 5ª Turma. AgRg no HC 448972/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 16/08/2018/STF. 1ª Turma. HC 162548 AgR/SP, Rel. Min.
RK
Rosa Weber, julgado em 16/6/2020 (Info 982).

ZU
• Súmula nº 636, STJ. A folha de antecedentes criminais é documento suficiente a comprovar os maus
MA
antecedentes e a reincidência.
STJ. 3ª Seção. Aprovada em 26/06/2019, DJe 27/06/2019. (Info 650). 52989
A
IR
Súmula 636-STJ
RE
MO

O descumprimento REITERADO de medidas protetivas de urgência é fundamento idôneo para valorar
NN
negativamente a personalidade do agente, porquanto tal comportamento revela seu especial desrespeito
MA
e desprezo tanto pela mulher quanto

52989 pelo sistema judicial.
LIS
STJ. 6ª Turma. HC 452.391/PR, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 28/05/2019.
2K

93
Para ter direito à atenuante da confissão espontânea no caso do crime de tráfico de drogas, é necessário
78
25
que o réu admita que traficava, NÃO podendo dizer que era mero usuário.
75
Nota: a incidência da atenuante da confissão espontânea no crime de tráfico ilícito de entorpecentes exige
07
o reconhecimento da traficância pelo acusado, NÃO bastando a mera admissão da posse ou propriedade
CZ
para uso próprio.

VI
• Súmula nº 630, STJ. A incidência da atenuante da confissão espontânea no crime de tráfico ilícito de
IE
entorpecentes exige o reconhecimento da traficância pelo acusado, não bastando a mera admissão da posse
RK
ou propriedade para uso próprio.

ZU
STJ. 3ª Seção. Aprovada em 24/04/2019, DJe 29/04/2019. (Info 646)

MA
Súmula 630-STJ
A
IR

RE
MO
17
NN
MA
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DELEGADO FEDERAL
KI
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Z
MA
Condenações anteriores transitadas em julgado NÃO podem ser utilizadas como personalidade ou conduta
RA
social desfavorável.
I
RE
Nota: não se admite a utilização de condenações criminais para desvalorar a personalidade ou a conduta
MO
social do agente. A conduta e personalidade do agente não se confundem com antecedentes criminais. A
NN
atuação do réu no contexto familiar, na comunidade, no trabalho etc. é conduta social; o seu temperamento
MA
e características do seu caráter é sua personalidade social.
STJ. 3ª Seção. EAREsp 1.311.636-MS, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 10/04/2019. (Info 947)
LIS
Mesmo sentido: STJ. 6ª Turma. REsp 1.760.972-MG, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 08/11/2018 (Info 639) / STJ, 5ª Turma. HC
2K
475.436/PE, julgado em 13.12.2018; STF, 2ª Turma, RHC 130132, julgado em 10/05/2016. (Info 825)
93
78
25
A existência de condenações definitivas anteriores NÃO se presta a fundamentar a exasperação da pena-
75
base como personalidade voltada para o crime.
07
Condenações transitadas em julgado NÃO constituem fundamento idôneo para análise desfavorável da
CZ
personalidade do agente.
VI
STJ. 6ª Turma. HC 472.654-DF, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 21/02/2019. (Info 643)
IE
Mesmo sentido: STJ. 5ª Turma. HC 466.746/PE, julgado em 11/12/2018.
RK
ZU

MA
Não se mostra correto o magistrado utilizar as condenações anteriores transitadas em julgado como
“conduta social desfavorável”. NÃO é possível a utilização
52989
de condenações anteriores com trânsito em
A
IR
julgado como fundamento para negativar a conduta social.

RE
NOTA: não se pode confundir conduta social (comportamento do agente no meio familiar, no ambiente de
MO
trabalho e no relacionamento com outros indivíduos) com antecedentes criminais.

NN
STJ. 6ª Turma. REsp 1.760.972-MG, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 08/11/2018. (Info 639)
Mesmo sentido: STJ, 5ª Turma. HC 475.436/PE, julgado em 13.12.2018; STF, 2ª Turma, RHC 130132, julgado em 10/05/2016. (Info 825)
MA
Mais recente: STJ. 3ª Seção. EAREsp 1.311.636-MS, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 10/04/2019. (Info 947)
LIS
2K
52989
2.1 Pena de Multa

93
78
25

75
Em adequação ao entendimento do Supremo Tribunal Federal, o INADIMPLEMENTO da pena de multa

07
obsta a extinção da punibilidade do apenado.

CZ
Nota: O STF decidiu na ADI 3.150/DF que a multa é espécie de pena.

VI
⚠ CUIDADO! Na hipótese de condenação concomitante a pena privativa de liberdade e multa, o

IE
inadimplemento da sanção pecuniária, pelo condenado que comprovar impossibilidade de fazê-lo, não
RK
obsta o reconhecimento da extinção da punibilidade. STJ. 3ª Seção. REsp 1785861/SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em
ZU
24/11/2021 (Recurso Repetitivo – Tema 931).

MA
STJ. AgRg no REsp 1.850.903-SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 28/04/2020, DJe 30/04/2020.
(Info 671)
A
IR
RE

MO
18
NN
MA
IS
KL
07
Z
IC
EV
DELEGADO FEDERAL
KI
UR
Z
MA
O MINISTÉRIO PÚBLICO possui legitimidade para propor a cobrança de multa decorrente de sentença penal
RA
condenatória transitada em julgado, com a possibilidade subsidiária de cobrança pela Fazenda Pública.
I
RE
Nota: a Súmula 521-STF fica superada e deverá ser cancelada.
MO
Súmula 521-STJ: A legitimidade para a execução fiscal de multa pendente de pagamento imposta em
NN
sentença condenatória é exclusiva da Procuradoria da Fazenda Pública.
MA
Nota: O presente caderno é de jurisprudência e o julgado postado é do Plenário do STF na ADI 3.150 -DF
que, apesar de ser de 2018, foi publicado somente em junho de 2020 no sentido de legitimação prioritária
LIS
do MP, podendo a multa ser cobrada pela Fazenda se o MP não houver atuado em prazo razoável (90
2K
dias).
93
Tal posição foi REAFIRMADA pelo STF em decisão publicada em outubro de 2020: […]
78
52989
1. Execução penal em que foi extinta a pena privativa de liberdade pelo indulto. Não obstante, subsistente o
25
75
dever jurídico de pagamento da pena de multa.
07
2. O juízo da execução penal é competente para a execução da multa se houver atuação do Ministério
CZ
Público, que é o legitimado prioritário (12ª QO na AP nº 470, de minha relatoria; ADI nº 3150, em que fui
designado redator para o acórdão). VI
IE
3. Por outro lado, havendo atuação da Fazenda Pública, legitimado subsidiário, a execução da multa deve
RK
ocorrer perante o juízo da execução fiscal.

ZU
4. Na hipótese, a PGFN noticia que a multa criminal é objeto de execução fiscal. Assim, não há motivo para o
MA
prosseguimento desta execução penal porque já ajuizada a respectiva execução fiscal no juízo cível.
52989
A
5. Arquivamento da execução penal. […] (Execução Penal nº 12/DF, STF, Rel. Min. Roberto Barroso, decisão
IR
de 16.10.2020, publicado no DJ em 19.10.2020).

RE
Obs. há um julgado da 5ª Turma do STJ publicado em novembro no sentido que cabe ao juízo das execuções
MO
penais, sem ressalvas, a competência da execução da pena de multa.

NN
Assentou o STJ:
MA
[…] II - O Plenário do Excelso Pretório, em sede de controle concentrado de constitucionalidade, via dotada
LIS
de eficácia erga omnes e efeito vinculante em relação aos demais órgão do Poder Judiciário
2K
nacional, reconheceu ser atribuição prioritária do Ministério Público, Federal ou Estadual, promover a
execução da pena de multa, o que fará conforme o procedimento descrito nos artigos 164 e seguintes da Lei
93
78
n. 7.210/1984, perante o Juízo das Execuções Penais.

25
III - No caso vertente, colhe-se da decisão de primeiro grau, transcrita no acórdão guerreado (fls. 51-57), que
75
à época em que requerida a declaração do indulto da sanção pecuniária perante o juízo das execuções penais,
07
ainda não havia sido encaminhada informações quanto ao débito à Procuradoria da Fazenda Nacional para
CZ
inscrição em dívida ativa.

VI
IV - Ainda que assim não fosse, proveito algum decorreria da declaração de incompetência do juízo das
IE
RK
execuções penais, eis que, conforme a atual redação do artigo 51 do Código Penal, recentemente alterada
pela Lei n. 13.964/2019, cabe ao juízo das execuções penais, SEM RESSALVAS, a competência para
ZU
execução da pena de multa. É de conhecimento geral que as alterações nas regras processuais relativas à
MA
competência material têm aplicação imediata, independentemente das que vigiam à época do cometimento
A
IR
do crime. […] (Agravo Regimental no Recurso Especial nº 1.869.371-PR, STJ, 5ª Turma, julgado em
RE
17.11.2020, publicado no DJ em 24.11.2020)

MO
19
NN
MA
IS
KL
07
Z
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DELEGADO FEDERAL
KI
UR
Z
MA
Em conclusão, depois da entrada em vigor da Lei nº 13.964/2019, a execução da pena de multa deverá ser,
RA
necessariamente, perante o Juízo da Execução Penal, com atribuição exclusiva do Ministério Público, sendo
I
RE
descabido falar, desde então, em atribuição subsidiária da Fazenda Pública perante a Vara de Execuções
MO
Fiscais, nos termos em que decidido pelo STF (segundo a redação da disposição anterior) na ADI nº 3.150-
NN
DF.
MA
⚠ CUIDADO! MODULAÇÃO DOS EFEITOS:
LIS
O STF, em embargos de declaração, decidiu modular os efeitos do entendimento acima e afirmou que existe
2K
competência concorrente da Procuradoria da Fazenda Pública quanto às execuções findas ou iniciadas até a
93
data do trânsito em julgado da presente ação direta de inconstitucionalidade (STF. Plenário. ADI 3150 ED, Rel. Min.
78
Roberto Barroso, julgado em 20/04/2020).
25
75
⚠ ATENÇÃO TAMBÉM! Não cabe a determinação do pagamento da pena de multa, de ofício, ao juízo da
07
CZ
execução (STJ. AgRg no AREsp 2.222.146-GO, Rel. Ministro Reynaldo Soares Da Fonseca, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 9/5/2023,
VI
DJe 15/5/2023 - Info 779). IE
STF. Plenário. ADI 3150/DF, Min. Roberto Barroso, julgado em 12 e 13/12/2018. (Info 927)
RK
ZU
3. CONCURSO FORMAL E CRIME CONTINUADO

MA
52989
A
IR
3.1 Crime Continuado

RE
MO

Não incide a regra a continuidade delitiva especifica nos crimes de estupro praticados com violência
NN
presumida.
MA
Nota: De fato, "A violência de que trata a continuidade delitiva especial (art. 71, parágrafo único, do Código
LIS
Penal) é real, sendo inviável aplicar limites mais gravosos do benefício penal da continuidade delitiva com
2K
base, exclusivamente, na ficção jurídica de violência do legislador utilizada para criar o tipo penal de estupro
93
de vulnerável, se efetivamente a conjunção carnal ou ato libidinoso executado contra vulnerável foi
78
desprovido de qualquer violência real." (PET no REsp 1.659.662/CE, relator Ministro Ribeiro Dantas, Quinta
25
Turma, DJe de 14/5/2021).

75
07
Nesse sentido, "A jurisprudência desta Corte Superior decidiu que, nas hipóteses de crimes de estupro ou de
atentado violento ao pudor praticados com violência presumida, não incide a regra do concurso material
CZ
nem da continuidade delitiva específica. (REsp 1.602.771/MG, relator Ministro Rogerio Schietti Cruz, Sexta
VI
IE
Turma, DJe de 27/10/2017).

RK
STJ. Processo em segredo de justiça, Rel. Ministro Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 5/9/2023, DJe
52989
ZU
8/9/2023. (Info 786)

MA

A
IR
É proporcional a aplicação da fração máxima de 2/3 na hipótese de a conduta criminosa corresponder a 7

RE
ou mais infrações em continuidade delitiva.

MO
20
NN
MA
IS
KL
07
Z
IC
EV
DELEGADO FEDERAL
KI
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Z
MA
Nota: A jurisprudência do STJ entende que "a fração a ser aplicada a título de continuidade delitiva deve ser
RA
proporcional ao número de infrações cometidas, sendo aplicada a fração máxima de 2/3 no caso de 7 ou
I
RE
mais infrações." (AgRg no AREsp n. 2.067.269/SP, Ministro Olindo Menezes (Desembargador convocado do TRF 1ª Região), Sexta Turma, DJe
MO
de 5/8/2022).
2 crimes aumenta 1/6
NN
MA
LIS
2K
93
78
25
75
07
CZ
7 ou mais aumenta 2/3
VI
IE
STJ. AgRg no REsp 1.945.790-MS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 13/09/2022. (Info 749)
RK
ZU

MA
O reconhecimento da continuidade delitiva não importa na obrigatoriedade de redução da pena definitiva

52989
A
fixada em cúmulo material, porquanto há possibilidade de aumento do delito mais gravoso em até o triplo,
IR
nos termos do art. 71, parágrafo único, in fine, do Código Penal.

RE
STJ. 6ª Turma. AgRg no HC 301.882-RJ, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 19/04/2022, DJe
MO
26/04/2022. (Info 734)

NN

MA
Os delitos de apropriação indébita previdenciária e de sonegação de contribuição previdenciária,

LIS
previstos, respectivamente, nos arts. 168-A e 337-A do CP, embora sejam do mesmo gênero, são de
2K
espécies diversas; obstando a benesse da continuidade delitiva.

93
STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1868826/CE, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 09/02/2021.
78
25

75
Não há continuidade delitiva entre os crimes de roubo e extorsão, ainda que praticados em conjunto. Isso
07
porque, os referidos crimes, apesar de serem da mesma natureza, são de espécies diversas.
CZ
STF. 1ª Turma. HC 190909, rel. org. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Dias Toffoli, julgado em 26/10/2020.
VI
Mesmo sentido: STJ. 5ª Turma. HC 435.792/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 24/05/2018. STF. 1ª Turma. HC 114667/SP, rel. org. Min.
IE
Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 24/4/2018 (Info 899). TJ. 5ª Turma. AgInt no AREsp 908.786/PB, Rel. Min. Felix
RK
Fischer, julgado em 06/12/2016.

ZU
4. INDULTO
MA
52989
A

IR
RE
MO
21
NN
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07
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DELEGADO FEDERAL
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MA
Para fins de alcançar o requisito objetivo tutelado pelo Decreto Presidencial n. 11.302/2022 (pena máxima
RA
em abstrato não superior a 5 anos), deve-se considerar a pena do delito que se pleiteia o indulto e não o
I
RE
somatório das penas da execução.
MO
STJ. HC 853.365-SP, Rel. Ministro Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 3/10/2023. (Info 789)
NN
MA
A melhor interpretação sistêmica da leitura conjunta dos arts. 5º e 11 do Decreto n. 11.302/2022 é a que
LIS
entende que o resultado da soma ou da unificação de penas efetuada até 25/12/2022 não constitui óbice
2K
à concessão do indulto àqueles condenados por delitos com pena em abstrato não superior a 5 (cinco)
93
anos, desde que (1) cumprida integralmente a pena por crime impeditivo do benefício; (2) o crime
78
indultado corresponda a condenação primária (art. 12 do Decreto); e (3) o beneficiado não seja integrante
25
de facção criminosa (parágrafo 1º do art. 7º do Decreto).
75
STJ. AgRg no HC 824.625-SP, Rel. Ministro Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 20/6/2023, DJe 26/6/2023.
07
(Info 781)
CZ
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: VI
IE
É inconstitucional — por violar os princípios da impessoalidade e da moralidade administrativa (CF/1988,
RK
art. 37, “caput”) e por incorrer em desvio de finalidade — decreto presidencial que, ao conceder indulto
ZU
individual (graça em sentido estrito), visa atingir objetivos distintos daqueles autorizados pela Constituição
MA
Federal de 1988, eis que observa interesse pessoal ao52989invés do público.

A
STF. ADPF 967/DF, relatora Ministra Rosa Weber, julgamento finalizado em 10.5.2023. (Info 1094)
IR
RE

MO
O indulto é instituto da execução penal, não se estendendo os benefícios da norma instituidora aos presos
NN
cautelarmente com direito à detração penal.

MA
Nota: a jurisprudência da Corte, é no sentido de que o indulto é instituto da execução penal, não se
LIS
estendendo os benefícios da norma instituidora, no caso o Decreto Presidencial n. 9.246/1997, aos presos
cautelarmente com direito à detração penal, mas apenas aos que cumpriam prisão-pena na ocasião da edição
2K
da norma.
93
52989
STJ. AgRg no AREsp 1.887.116-GO, Rel. Min. Olindo Menezes (Desembargador convocado do TRF 1ª Região), Sexta Turma, por unanimidade,
78
julgado em 03/05/2022, DJe 06/05/2022. (Info 736)

25
75

07
O INDULTO extingue somente a pena ou medida de segurança, NÃO interferindo nos efeitos secundários
CZ
da condenação.
VI
IE
Nota:
RK
⚠ Já a ANISTIA extingue os efeitos primários e secundários.

ZU
• Súmula nº 631, STJ. O indulto extingue os efeitos primários da condenação (pretensão executória), mas
MA
não atinge os efeitos secundários, penais ou extrapenais.

A
3ª Seção. Aprovada em 24/04/2019, DJe 29/04/2019. (Info 646)

IR
RE
MO
22
NN
MA
IS
KL
07
Z
IC
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DELEGADO FEDERAL
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Z
MA
5. FIXAÇÃO DO REGIME PRISIONAL
I RA
RE
MO
Dadas as peculiaridades do caso concreto, admite-se que ao réu primário, condenado à pena igual ou
NN
inferior a 4 (quatro) anos de reclusão, seja fixado o regime inicial aberto, ainda que negativada
MA
circunstância judicial.
Nota: A despeito de o § 3º do art. 33 do Código Penal dispor que para a escolha do modo inicial de
LIS
cumprimento da pena deverão ser observados os critérios do art. 59, não fica o julgador compelido a fixar
2K
regime mais gravoso do que o cabível em razão do quantitativo da sanção imposta, ainda que presente
93
circunstância judicial desfavorável.
78
Assim, embora a definição da pena-base acima do mínimo legalmente previsto autorize, nos termos do art.
25
75
33, § 3º, do Código Penal, a fixação do regime inicial imediatamente mais grave do que o estabelecido em
07
razão do quantum da pena aplicada, nada impede que o julgador deixe de recrudescer o modo prisional se
CZ
entender que aquele cominado ao montante da pena imposta se mostra suficiente à reprovação do delito.
VI
É possível, portanto, concluir que a negativação de circunstâncias judiciais, ao contrário do que ocorre
IE
quando reconhecida a agravante da reincidência, confere ao julgador a faculdade - e não a obrigatoriedade
RK
- de recrudescer o regime prisional.

ZU
STJ. 6ª Turma. REsp 1.970.578-SC, Rel. Min. Olindo Menezes (Desembargador convocado do TRF1ª Região), Sexta Turma, por maioria, julgado em
MA
03/05/2022. (Info 735)

52989
A
IR

RE
A reincidência delitiva do paciente, que praticou o quinto furto em pequeno município, eleva a gravidade
MO
subjetiva de sua conduta.

Nota: João, reincidente, foi condenado a uma pena de 1 ano e 4 meses de reclusão, em regime inicial fechado,
NN
52989
pela prática do crime de furto simples (art. 155, caput, do CP). A defesa postulou a aplicação do regime aberto
MA
com base no princípio da insignificância, considerado o objeto furtado ter sido apenas uma garrafa de licor.
LIS
O STF decidiu impor o regime semiaberto. Entendeu-se que, de um lado, o regime fechado deve ser afastado.
2K
Por outro, não se pode conferir o regime aberto para um condenado reincidente, uma vez que isso poderia
93
se tornar um incentivo à criminalidade, ainda mais em cidades menores, onde o furto é, via de regra,
78
perpetrado no mesmo estabelecimento.

25
STF. 1ª Turma. HC 136385/SC, Rel. Min. Marco Aurélio, red. julgado em 07/08/2018. (Info 910)
75
07

CZ
Se todas as circunstâncias judiciais são favoráveis, de forma que a pena-base foi fixada no mínimo legal,
VI
então, neste caso, NÃO cabe a imposição de regime inicial mais gravoso.
IE
RK
Nota: o STJ possui um enunciado nesse sentido:

ZU
• Súmula nº 440, STJ: Fixada a pena-base no mínimo legal, é VEDADO o estabelecimento de regime prisional
MA
mais gravoso do que o cabível em razão da sanção imposta, com base apenas na gravidade abstrata do delito.
STF. 2ª Turma. RHC 131133/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 10/10/2017. (Info 881)
A
IR
RE
MO
6. PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS

23
NN
MA
IS
KL
07
Z
IC
EV
DELEGADO FEDERAL
KI
UR
Z
MA
RA
I
RE
Se a prestação pecuniária prevista no art. 45, § 1º do CP for paga à vítima (o que é a prioridade), esse valor
MO
deverá ser abatido da quantia fixada como reparação dos danos (art. 387, IV, do CPP).
NN
Nota: A partir de uma interpretação teleológica, pode-se concluir que o art. 45, § 1º, do CP previu uma ordem
MA
sucessiva de preferência entre os beneficiários elencados. Assim, havendo vítima determinada, o valor fixado
como prestação pecuniária deve ser a ela destinado. Se não houver vítima, quem recebe são seus
LIS
dependentes ou a entidade pública ou privada.
2K
STJ. 5ª Turma. REsp 1.882.059-SC, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 19/10/2021. (Info 714)
93
78
25
Não existe direito subjetivo do réu em optar, na substituição da pena privativa de liberdade por restritiva
75
de direitos por qual medida prefere cumprir, cabendo ao judiciário fixar a medida mais adequada ao caso
07
concreto.
CZ
Nota: Não existe direito subjetivo do réu em optar, na substituição da pena privativa de liberdade, se prefere
VI
IE
duas penas restritivas de direitos ou uma restritiva de direitos e uma multa. AgRg no HC 456.224/SC, Rel. Ministro JOEL
RK
ILAN PACIORNIK, QUINTA TURMA, DJe 01/04/2019. AgRg no HC 587.473/SC, Rel. Ministra LAURITA VAZ, SEXTA TURMA, julgado em 25/08/2020, DJe
ZU
04/09/2020.
STJ. AgRg no HC 582.302/SC, Rel. Ministro JOEL ILAN PACIORNIK, QUINTA TURMA, julgado em 03/11/2020, DJe 16/11/2020.
MA
52989
A

IR
Não é possível a aplicação da detração, na pena privativa de liberdade, do valor recolhido a título de
RE
prestação pecuniária. Isto porque, a prestação pecuniária tem caráter penal e indenizatório, com
MO
consequências jurídicas distintas da prestação de serviços à comunidade (em que se admite a detração).
NN
STJ. 5ª Turma. REsp 1853916/PR, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 04/08/2020. STJ. 6ª Turma. AgRg no HC 401.049/SC, Rel. Min. Ribeiro Dantas,
julgado em 13/12/2018.
MA
LIS

2K
Em caso de descumprimento injustificado da pena restritiva de direitos (ex: prestação pecuniária), o CP

93
prevê, como consequência, a reconversão da pena restritiva de direitos em privativa de liberdade.

78
Nota: Logo, o juiz não deve decretar o arresto dos bens do condenado como forma de cumprimento forçado
25
da pena substitutiva. A possibilidade de reconversão da pena já é a medida que, por força normativa, atribui
75
coercividade à pena restritiva de direitos.

07
STJ. 6ª Turma. REsp 1.699.665-PR, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 07/08/2018. (Info 631)
CZ
VI

IE
RK
Não é possível a execução da pena restritiva de direitos antes do trânsito em julgado da condenação.
ZU
Nota:
MA
• Súmula nº 643, STJ. A execução da pena restritiva de direitos depende do trânsito em julgado da
52989
condenação.
A
IR
O cumprimento da pena somente pode ter início com o esgotamento de todos os recursos.
RE
É proibida a chamada execução provisória da pena.

MO
STF. Plenário. ADC 43/DF, ADC 44/DF, ADC 54/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgados em 07/11/2019.
24
NN
MA
IS
KL
07
Z
IC
EV
DELEGADO FEDERAL
KI
UR
Z
MA
STJ. 3ª Seção. EREsp 1.619.087-SC, Rel. para acórdão Min. Jorge Mussi, julgado em 14/6/2017. (Info 609)
I RA
RE
MO
7. PRESCRIÇÃO
NN
MA
52989
O Termo inicial da contagem do prazo da prescrição da pretensão executória é o trânsito em julgado para
LIS
ambas as partes.
2K
No mesmo sentido: O prazo para a prescrição da execução da pena concretamente aplicada somente
93
começa a correr do dia em que a sentença condenatória transita em julgado para ambas as partes,
78
momento em que nasce para o Estado a pretensão executória da pena, conforme interpretação dada pelo
25
Supremo Tribunal Federal ao princípio da presunção de inocência (art. 5º, inciso LVII, da Constituição
75
Federal) nas ADC 43, 44 e 54. STF. ARE 848.107/DF, relator Ministro Dias Toffoli, julgamento virtual finalizado em 30.6.2023 (sextafeira),
07
às 23:59 (Info 1101, STF).
CZ
STJ. AgRg no REsp 1.983.259-PR, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Terceira Seção, por maioria, julgado 26/10/2022, DJe 03/11/2022. (Info 755)
VI
IE
RK
O acórdão confirmatório da condenação é causa interruptiva da prescrição.

ZU
Nota: o que reduz também é causa interruptiva da prescrição.

MA
Nos termos do inciso IV do art. 117 do Código Penal, 52989

o acórdão condenatório sempre interrompe a
A
prescrição, inclusive quando confirmatório da sentença de 1º grau, seja mantendo, reduzindo ou

IR
RE
aumentando a pena anteriormente imposta. A prescrição é, como se sabe, o perecimento da pretensão

MO
punitiva ou da pretensão executória pela inércia do próprio Estado.

No art. 117 do Código Penal, que deve ser interpretado de forma sistemática, todas as causas interruptivas
NN
da prescrição demonstram, em cada inciso, que o Estado não está inerte. Não obstante a posição de parte
MA
da doutrina, o Código Penal não faz distinção entre acórdão condenatório inicial e acórdão condenatório
LIS
confirmatório da decisão. Não há, sistematicamente, justificativa para tratamentos díspares.

2K
STJ. AgRg no AREsp 1.668.298-SP, Rel. Min. Felix Fischer, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 12/05/2020, DJe 18/05/2020. (Info 672)
Mesmo sentido: STF. Plenário. HC 176473/RR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 27/04/2020 (Info 990). STF. 1ª Turma. RE 1195122 AgR-
93
segundo, Rel. Min. Marco Aurélio, Red. acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgado em 30/11/2020.
78
STJ. REsp 1.930.130-MG, Rel. Min. João Otávio de Noronha, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 10/08/2022 (Tema 1100). (Info 744)
25
75

07
A comunicabilidade da interrupção do prazo prescricional alcança tão somente os corréus do mesmo

CZ
processo. Dessa forma, havendo desmembramento, os feitos passam a tramitar de forma autônoma,
VI
possuindo seus próprios prazos, inclusive em relação à prescrição.

IE
RK
STJ. 5ª Turma. AgRg no RHC 121.697/SP, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 19/10/2021.
ZU

MA
O cumprimento de pena imposta em outro processo, ainda que em regime aberto ou em prisão domiciliar,
A
impede o curso da prescrição executória.

IR
RE
Nota: Não há que se falar em fluência do prazo prescricional, o que impede o reconhecimento da extinção
MO
de sua punibilidade.
25
NN
MA
IS
KL
07
Z
IC
EV
DELEGADO FEDERAL
KI
UR
Z
MA
STJ. AgRg no RHC 123.523-SP, Rel. Min. Jorge Mussi, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 13/04/2020, DJe 20/04/2020. (Info 670)
I RA
RE
MO
52989
A decretação da prescrição da pretensão punitiva do Estado na ação penal não fulmina o interesse
processual no exercício da pretensão indenizatória a ser deduzida no juízo cível pelo mesmo fato.
NN
STJ. REsp 1.802.170-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, por unanimidade, julgado em 20/02/2020, DJe 26/02/2020. (Info 666)
MA
LIS
2K
O termo “sentença” contido no art. 115 do Código Penal se refere à primeira decisão condenatória, seja a
93
do juiz singular ou a proferida pelo Tribunal, não se operando a redução do prazo prescricional quando a
78
sentença condenatória é confirmada em sede de apelação.
25
Nota: havendo substancial modificação da sentença pelo acórdão, além de modificar a tipificação conferida
75
ao fato, deve o acórdão ser considerado novo marco interruptivo da prescrição inclusive para fins de
07
aplicação do benefício do art. 115 do CP. STJ, 6ª Turma, AgRg no Resp 1481022/RS, julgado em 18/09/2018.
CZ
STJ. 6ª Turma. HC 316.110-SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 25/06/2019. (Info 652)
VI
Mesmo sentido: STJ. 6ª Turma. AgRg nos EDcl no AREsp 491258/TO, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, julgado em 07/02/2019. STJ. 6ª Turma.
IE
HC 316110/SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 25/06/2019.
RK
ZU

MA
⇾ O início do prazo da prescrição executória deve ser o momento em que ocorre o trânsito em julgado
para o MP? 52989
A
IR
⇾ Ou o início do prazo deverá ser o instante em que se dá o trânsito em julgado para ambas as partes, ou
RE
seja, tanto para a acusação como para a defesa?

MO
Posição do STF: o início da contagem do prazo de prescrição somente se dá quando a pretensão executória
NN
pode ser exercida. Se o Estado não pode executar a pena, não se pode dizer que o prazo prescricional já está
MA
correndo. Assim, mesmo que tenha havido trânsito em julgado para a acusação, se o Estado ainda não pode
executar a pena (ex: está pendente uma apelação da defesa), não teve ainda início a contagem do prazo para
LIS
a prescrição executória. É preciso fazer uma interpretação sistemática do art. 112, I, do CP.
2K
STF. 1ª Turma. RE 696533/SC, Rel. Min. Luiz Fux, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 6/2/2018 (Info 890).
93
78
• Nova (e atual) posição do STJ:

25
O termo inicial da contagem do prazo da prescrição da pretensão executória é o trânsito em julgado para
75
ambas as partes. STJ. 3ª Seção. AgRg no REsp 1.983.259-PR, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado 26/10/2022 (Info 755).
07
STF. 1ª Turma. RE 696533/SC, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 06/02/2018. (Info 890)
CZ
VI
8. OUTROS TEMAS DA PARTE GERAL

IE
RK
ZU
8.1 Medida de Segurança

MA

A
IR
RE
MO
26
NN
MA
IS
KL
07
Z
IC
EV
DELEGADO FEDERAL
KI
UR
Z
MA
Na aplicação do art. 97 do CP não deve ser considerada a natureza da pena privativa de liberdade aplicável,
RA
mas sim a periculosidade do agente, cabendo ao julgador a faculdade de optar pelo tratamento que melhor
I
RE
se adapte ao inimputável.
MO
Nota: mesmo que o inimputável tenha praticado um fato previsto como crime punível com reclusão, ainda
NN
assim será possível submetê-lo a tratamento ambulatorial, desde que fique demonstrado que essa é a
MA
medida de segurança que melhor se ajusta ao caso concreto (princípio da individualização da pena). Desta
forma, mesmo em se tratando de delito punível com reclusão, é facultado ao magistrado a escolha do
LIS
tratamento mais adequado ao inimputável (adequação, proporcionalidade e razoabilidade).
2K
STJ. 3ª Seção. EREsp 998.128-MG, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 27/11/2019. (Info 662)
93
78
8.2 Livramento Condicional
25
75
07
Aplica-se o limite temporal previsto no art. 75 do Código Penal ao apenado em livramento condicional.
CZ
STJ. REsp 1.922.012-RS, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 05/10/2021, 52989
DJe 08/10/2021.
VI
IE
RK

ZU
O descumprimento das condições impostas para o livramento condicional não pode ser invocado para
MA
impedir a concessão do indulto, a título de não preenchimento do requisito subjetivo.

Nota: o magistrado deve apenas verificar o preenchimento 52989 dos requisitos previstos no decreto presidencial.
A
IR
STJ. AgRg no HC 537.982-DF, Rel. Min. Jorge Mussi, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 13/04/2020, DJe 20/04/2020. (Info 670)
RE
MO
8.3 Imputabilidade
NN

MA
O reconhecimento da inimputabilidade ou semi-imputabilidade do réu depende da prévia instauração de

LIS
incidente de insanidade mental e do respectivo exame médico-legal nele previsto.

2K
STJ. REsp 1.802.845-RS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 23/06/2020, DJe 30/06/2020. (Info 675)
93
78
8.4 Arrependimento Posterior

25
75
07

Aplica-se o arrependimento posterior para o agente que fez o ressarcimento da dívida principal antes do
CZ
recebimento da denúncia, mas somente pagou depois os juros e a correção monetária.

VI
IE
STF. 1ª Turma. HC 165312/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 14/4/2020. (Info 973)
RK
ZU
8.5 Reincidência
MA

A
IR
RE
MO
27
NN
MA
IS
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07
Z
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DELEGADO FEDERAL
KI
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Z
MA
52989
Para fins de comprovação da reincidência, é necessária documentação hábil que traduza o cometimento
RA
de novo crime depois de transitar em julgado a sentença condenatória por crime anterior, mas não se
I
RE
exige, contudo, forma específica para a comprovação.
MO
STF. 1ª Turma. HC 162548 AgR/SP, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 16/6/2020. (Info 982)
Mesmo sentido: STJ. 5ª Turma. AgRg no HC 448.972/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 16/08/2018.
NN
MA
8.6 Teoria do Domínio Final do Fato
LIS
2K
93
A teoria do domínio do fato não permite, isoladamente, que se faça uma acusação pela prática de qualquer
78
crime, sendo certo que a imputação deve ser acompanhada da devida descrição, no plano fático, do nexo
25
de causalidade entre a conduta e o resultado delituoso.
75
Nota: O conceito de “domínio do fato” ou “domínio final do fato” não se satisfaz com a simples referência à
07
posição do indivíduo como administrador ou gestor (de fato ou previsto no contrato social da empresa). Em
CZ
outras palavras, o fato de a pessoa ser administradora da empresa não é motivo, por si só, para que se possa
atribuir a responsabilidade penal pela prática de crime tributário. VI
IE
RK
STJ. 6ª Turma. REsp 1.854.893-SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 08/09/2020. (Info 681)
ZU
8.7 Perda do Cargo

MA
52989
A

IR
RE
O reconhecimento de que o réu, condenado pelo crime de corrupção de testemunha, praticou ato
MO
incompatível com o cargo de policial militar, é fundamento válido para a decretação da perda do cargo
público.
NN
Nota: Com efeito, o reconhecimento de que o réu praticou ato incompatível com o cargo por ele ocupado é
MA
fundamento suficiente para a decretação do efeito extrapenal de perda do cargo público (AgRg no REsp n.
LIS
1.613.927/RS, Ministra Maria Thereza de Assis Moura, Sexta Turma, DJe 30/09/2016).
STJ. HC 710.966-SE, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, por maioria, julgado em 15/03/2022, DJe 28/03/2022. (Info 731)
2K
93
8.8 Causa de aumento de pena

78
25
75

07
A mera afirmação de que o denunciado ocupa o cargo de desembargador é insuficiente para a incidência
CZ
da causa de aumento de pena prevista no art. 327, § 2º, do Código Penal.

VI
Nota: No presente caso, o MPF deixou de descrever a presença da "circunstância de imposição hierárquica"
IE
(STF, Inq 3980, supra), donde a impossibilidade de ela ser presumida "apenas pelo exercício d[o] cargo" de
RK
desembargador. (STF, Inq 3980).

ZU
STJ. AgRg na APn 970-DF, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, Corte Especial, por unanimidade, julgado em 04/05/2022. (Info 736)
MA
8.9 Responsabilidade Penal da Pessoa Jurídica

A
IR
RE

MO
28
NN
MA
IS
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07
Z
IC
EV
DELEGADO FEDERAL
KI
UR
Z
MA
O princípio da intranscendência da pena, previsto no art. 5º, XLV da Constituição Federal, tem aplicação às
RA
pessoas jurídicas, de modo que, extinta legalmente a pessoa jurídica - sem nenhum indício de fraude -,
I
RE
aplica-se analogicamente o art. 107, I, do Código Penal, com a consequente extinção de sua punibilidade.
MO
52989
Nota: a pena é disciplinada por um plexo normativo próprio, com matizes garantistas que delimitam sua
NN
extensão e também não têm correspondência no campo das obrigações. Para os fins deste voto, o mais
MA
relevante deles é o princípio da pessoalidade ou intranscendência, insculpido no art. 5º, XLV, da CR/1988.
STJ. REsp 1.977.172-PR, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Terceira Seção, por maioria, julgado em 24/08/2022. (Info 746)
LIS
2K
8.10 Nexo de causalidade
93
78
25
A existência de doença cardíaca de que padecia a vítima configura-se como concausa preexistente
75
relativamente independente, não sendo possível afastar o resultado mais grave (morte) e, por
07
consequência, a imputação de latrocínio.
CZ
Nota: A despeito da controvérsia doutrinária quanto à classificação do crime previsto no art. 157, § 3º, inciso
VI
IE
II, do Código Penal - se preterdoloso ou não - fato é que, para se imputar o resultado mais grave
RK
(consequente) ao autor, basta que a morte seja causada por conduta meramente culposa, não se exigindo,
ZU
portanto, comportamento doloso, que apenas é imprescindível na subtração (antecedente).

MA
STJ. HC 704.718-SP, Rel. Ministra Laurita Vaz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 16/5/2023, DJe 23/5/2023. (Info 777)
52989
A
IR

RE
Verificado que a lesão é o resultado das agressões sofridas, a existência de concausa anterior
MO
relativamente independente não impede a condenação pelo crime de lesão corporal grave.
Nota: A existência de concausa anterior relativamente independente não impede a condenação pelo crime
NN
de lesão corporal grave. Isso porque, na situação em análise, caso a conduta do agente fosse mentalmente
MA
suprimida, a vítima não teria perdido os dois dentes naquele momento. Destaca-se, ainda, que o magistrado
LIS
sentenciante entendeu que a perda dos dois dentes encontra desdobramento causal das agressões sofridas.
2K
Dessa forma, não obstante a existência da doença preexistente que causa a perda precoce dos dentes, a
93
vítima somente perdeu os dentes em tal oportunidade em razão da conduta do agente.

78
STJ. Processo em segredo de justiça, Rel. Ministro Antonio Saldanha Palheiro, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 13/3/2023, DJe
25
16/3/2023. (Info 770)

75
07
8.11 Extinção da punibilidade

CZ
VI

IE
São constitucionais — por não violarem os preceitos dos arts. 3º, I a IV, e 5º, “caput”, ambos da CF/1988
RK
nem o princípio da proporcionalidade, sob a perspectiva da proibição da proteção deficiente —

ZU
dispositivos de leis que estabelecem a suspensão da pretensão punitiva estatal, em consequência do

MA
parcelamento de débitos tributários, bem como a extinção da punibilidade do agente, se realizado o

A
pagamento integral.
IR
RE
STF. ADI 4.273/DF, relator Ministro Nunes Marques, julgamento virtual finalizado em 14.8.2023. (Info 1103)
MO
29
NN
MA
IS
KL
07
Z
IC
EV
DELEGADO FEDERAL
KI
UR
Z
MA
8.12 Anistia
I RA
RE
MO
Ainda que indeferido o pedido de refúgio, a concessão de residência permanente ao estrangeiro equivale
NN
a uma anistia legal para os crimes de uso de documento falso e falsificação de documento público,
MA
conforme estabelecido no art. 10, parágrafo 1º, da Lei n. 9.474/1997 em relação aos refugiados.
STJ. AREsp 2.346.755-SP, Rel. Ministro Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 7/11/2023, DJe 13/11/2023 (Info 795)
LIS
2K
9. CRIME CONTRA A PESSOA
93
78
9.1 Homicídio
25
75
07
É inconstitucional — por contrariar os princípios da dignidade da pessoa humana (CF/1988, art. 1º, III), da
CZ
proteção à vida (CF/1988, art. 5º, “caput”) e da igualdade de gênero (CF/1988, art. 5º, I) — o uso da tese
VI
IE
da “legítima defesa da honra” em crimes de feminicídio ou de agressão contra mulheres, seja no curso do
RK
processo penal (fase pré-processual ou processual), seja no âmbito de julgamento no Tribunal do Júri.
ZU
Mesmo sentido: STF. Plenário. Processo relacionado: ADPF 779, julgado em 26/02/2021.
MA
STF. ADPF 779/DF, relator Ministro Dias Toffoli, julgamento finalizado em 1º.8.2023. (Info 1105)
52989
A
IR

RE
O intenso envolvimento com o tráfico de drogas constitui fundamento idôneo para valorar negativamente
MO
a conduta social do agente na primeira fase da dosimetria da pena no crime de homicídio qualificado.
STJ. HC 807.513-ES, Rel.52989
Ministro Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 11/4/2023, DJe 14/4/2023. (Info 770).
NN
MA

LIS
Há NULIDADE no quesito que não questiona os jurados sobre a ciência dos mandantes do crime em relação
ao modus operandi pelos executores diretos - emboscada -, já que as qualificadoras objetivas do homicídio
2K
só se comunicam entre os coautores desde que tenham ciência do fato que qualifica o crime.
93
STJ. REsp 1.973.397-MG, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 06/09/2022. (Info 748).
78
25
75

07
A qualificadora da paga (art. 121, 2º, I, do CP) não é aplicável aos mandantes do homicídio, porque o
CZ
pagamento é, para eles, a conduta que os integra no concurso de pessoas, mas não o motivo do crime.
VI
No mesmo sentido: A qualificadora de ter sido o delito praticado mediante paga ou promessa de
IE
recompensa é circunstância de caráter pessoal e, portanto, incomunicável, por força do art. 30 do CP. Nesse
RK
sentido: STJ. 5ª Turma. HC 403263/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 13/11/2018.
ZU
⚠ DIVERGÊNCIA:
MA
O homicídio mercenário, a qualificadora da paga ou promessa de recompensa é elementar do tipo

A
qualificado, comunicando-se ao mandante do delito.

IR
RE
STJ. 6ª Turma. AgInt no REsp 1681816/GO, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 03/05/2018.
STJ. REsp 1.973.397-MG, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 06/09/2022.
MO
30
NN
MA
IS
KL
07
Z
IC
EV
DELEGADO FEDERAL
KI
UR
Z
MA
RA
I
RE
Não há incompatibilidade entre o dolo eventual e o reconhecimento do meio cruel, na medida em que o
MO
dolo do agente, direto ou indireto, não exclui a possibilidade de a prática delitiva envolver o emprego de
NN
meio mais reprovável, como veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel (art.
MA
121, § 2º, III, do CP).
Nota:
LIS
52989
⚠ DIVERGÊNCIA:
2K
• O dolo eventual não se compatibiliza com a qualificadora do art. 121, § 2º, IV (traição, emboscada
93
dissimulação). Para que incida a qualificadora da surpresa é indispensável que fique provado que o agente
78
teve a vontade de surpreender a vítima, impedindo ou dificultando que ela se defendesse. Ora, no caso do
25
75
dolo eventual, o agente não tem essa intenção, considerando que não quer matar a vítima, mas apenas
07
assume o risco de produzir esse resultado. Como o agente não deseja a produção do resultado, ele não
CZ
direcionou sua vontade para causar surpresa à vítima. Logo, não pode responder por essa circunstância
(surpresa). VI
IE
STF. 2ª Turma. HC 111442/RS, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 28/8/2012 (Info 677).
RK
• A qualificadora de natureza objetiva prevista no inciso III do § 2º do art. 121 do Código Penal não se
ZU
compatibiliza com a figura do dolo eventual, pois enquanto a qualificadora sugere a ideia de premeditação,
MA
em que se exige do agente um empenho pessoal, por meio da utilização de meio hábil, como forma de
52989
A
garantia do sucesso da execução, tem-se que o agente que age movido pelo dolo eventual não atua de forma
IR
direcionada à obtenção de ofensa ao bem jurídico tutelado, embora, com a sua conduta, assuma o risco de
RE
produzi-la.
MO
STJ. 6ª Turma. EDcl no REsp 1848841/MG, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 2/2/2021.
NN
OBS.: É possível haver homicídio qualificado praticado com dolo eventual?

• No caso das qualificadoras do motivo FÚTIL e/ou TORPE (art. 121, § 2º, I e II, do CP): SIM.
MA
Não há dúvidas quanto a isso. Trata-se da posição do STJ e do STF. O fato de o réu ter assumido o risco de
LIS
produzir o resultado morte (dolo eventual), não exclui a possibilidade de o crime ter sido praticado por
2K
motivo fútil, uma vez que o dolo do agente, direto ou indireto, não se confunde com o motivo que ensejou
93
a conduta.
78
STJ. 6ª Turma. REsp 1601276/RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 13/06/2017.
25
STJ. 5ª Turma. REsp 1836556-PR, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 15/06/2021 (Info 701)
75
Mesmo sentido: STJ. 6ª Turma. REsp 1829601-PR, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 04/02/2020. (Info 665) e STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp
07
1573829/SC, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 09/04/2019.

CZ
VI

IE
Deve prevalecer a orientação no sentido de que a tenra idade da vítima (menor de 18 anos de idade) é
RK
elemento concreto e transborda aqueles inerentes ao crime de homicídio, sendo apto, pois, a justificar o
ZU
agravamento da pena-base, mediante valoração negativa das consequências do crime, ressalvada, para
MA
evitar bis in idem, a hipótese em que aplicada a causa de aumento prevista no art. 121, § 4º (parte final),
A
do Código Penal.
IR
RE
STJ. 3ª Seção. AgRg no REsp 1851435-PA, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 12/08/2020 (Info 679).
MO
31
NN
MA
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DELEGADO FEDERAL
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MA
RA
Verifica-se a existência de dolo eventual no ato de dirigir veículo automotor sob a influência de álcool,
I
RE
além de fazê-lo na contramão.
MO
Nota: Esse é, portanto, um caso específico que evidencia a diferença entre a culpa consciente e o dolo
NN
eventual. O condutor assumiu o risco ou, no mínimo, não se preocupou com o risco de, eventualmente,
MA
causar lesões ou mesmo a morte de outrem.
Veja AINDA:
LIS
• A embriaguez do agente condutor do automóvel, por si só, não pode servir de premissa bastante para a
2K
afirmação do dolo eventual em acidente de trânsito com resultado morte. A embriaguez do agente condutor
93
do automóvel, sem o acréscimo de outras peculiaridades, não pode servir como presunção de que houve
78
dolo eventual. STJ. 6ª Turma. REsp 1689173-SC, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 21/11/2017 (Info 623).
25
52989
75
• Na primeira fase do Tribunal do Júri, ao juiz togado cabe apreciar a existência de dolo eventual ou culpa
07
consciente do condutor do veículo que, após a ingestão de bebida alcoólica, ocasiona acidente de trânsito
CZ
com resultado morte. STJ. 6ª Turma. REsp 1689173-SC, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 21/11/2017 (Info 623).
VI
STF. 1ª Turma. HC 124687/MS, rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 29/5/2018. (Info 904)
IE
RK

ZU
Não caracteriza bis in idem o reconhecimento das qualificadoras de motivo torpe e de feminicídio no crime
MA
de homicídio praticado contra mulher em situação de violência doméstica e familiar.

STJ. 6ª Turma. HC 433.898-RS, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 24/04/2018.
52989 (Info 625)
A
IR
RE
9.2 Outros
MO

NN
A contratação de serviços espirituais para provocar a morte de autoridades não configura crime de
MA
ameaça.
LIS
Nota: Consta dos autos que houve a contratação de trabalhos espirituais visando à morte de várias
2K
autoridades, incluindo autoridade policial, promotor de justiça, vereador, prefeito e repórter investigativo.
93
STJ. HC 697.581-GO, Rel. Ministra Laurita Vaz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 7/3/2023, DJe 15/3/2023. (Info 771).
78
25

75
A qualificadora prevista no art. 129, § 2º, IV, do Código Penal (deformidade permanente) abrange somente
07
lesões corporais que resultam em danos físicos.

CZ
Nota: Se a lesão corporal praticada resultou em “deformidade permanente” na vítima, incide a qualificadora
VI
prevista no art. 129, § 2º, IV, do CP.

IE
RK
A “alteração permanente da personalidade” pode ser considerada como uma “deformidade permanente”?
ZU
Não.
MA
Quando o art. 129, § 2º, IV, do CP fala em “deformidade permanente” ele está se referindo a lesões estéticas
de grande monta, capazes de causar desconforto a quem a vê ou ao seu portador. Logo, o art. 129, § 2º, IV,
A
IR
do CP abrange apenas lesões corporais que resultam em danos físicos.

RE
MO
32
NN
MA
IS
KL
07
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DELEGADO FEDERAL
KI
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Z
MA
Veja AINDA: A deformidade permanente apta a caracterizar a qualificadora no inciso IV do § 2º do art. 129
RA
do Código Penal, segundo parte da doutrina, precisa representar lesão estética de certa monta, capaz de
I
RE
produzir desgosto, desconforto a quem vê ou humilhação ao portador, não sendo qualquer dano estético ou
MO
físico. STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 1895015/TO,
52989
Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em
NN
17/08/2021.
STJ. 6ª Turma. HC 689.921-SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 08/03/2022 (Info 728).
MA
LIS
2K
O crime de remoção de órgãos qualificado pelo resultado morte, previsto no art. 14, § 4º, da Lei nº
93
9.434/97, NÃO é de competência do Júri.
78
Nota: O bem jurídico a ser protegido, no caso, é a incolumidade pública, a ética e a moralidade no contexto
25
da doação de órgãos e tecidos, além da preservação da integridade física das pessoas e do respeito à
75
memória dos mortos.
07
Veja: É do juízo criminal singular a competência para julgar o crime de remoção ilegal de órgãos, praticado
CZ
em pessoa viva e que resulta morte, previsto no art. 14, § 4º, da Lei nº 9.434/97 (Lei de Transplantes).
VI
IE
STF. Plenário. RE 1313494/MG, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 14/9/2021 (Info 1030).
RK
STF. Plenário. RE 1313494/MG, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 14/9/2021 (Info 1030).
ZU
MA
10. CRIMES CONTRA

52989
A HONRA
A
IR
RE

MO
Manifestações por parte da imprensa de natureza crítica, satírica, agressiva, grosseira ou deselegante não
autorizam, por si sós, o uso do direito penal para, mesmo que de forma indireta, silenciar a atividade
NN
jornalística.
MA
Nota: Foram pesadas, violentas e até mesmo grosseiras, sim, mas caso se admita que um servidor público de
LIS
alto escalação não possa ter sua atuação funcional criticada, mesmo da forma que foi no caso concreto, será
2K
o mesmo que manter sobre o jornalismo uma ameaça constante de punição, de natureza penal, caso as
93
críticas eventualmente tecidas sejam inconvenientes, satíricas, inoportunas ao olhar do criticado.

78
STJ. 6ª Turma. AgRg no HC 691.897-DF, Rel. Min. Olindo Menezes (Desembargador convocado do TRF 1ª Região), Rel. Acd. Min. Sebastião Reis
25
Júnior, Sexta Turma, julgado em 17/05/2022, DJe 26/05/2022 (Info 738).

75
07

CZ
O crime de injúria praticado pela internet por mensagens privadas, as quais somente o autor e o
VI
destinatário têm acesso ao seu conteúdo, consuma-se no local em que a vítima tomou conhecimento do
IE
conteúdo ofensivo.
RK
Nota: No caso de delitos contra a honra praticados por meio da internet, o local da consumação do delito é
ZU
aquele onde incluído o conteúdo ofensivo na rede mundial de computadores.

MA
Contudo, tal entendimento diz respeito aos casos em que a publicação é possível de ser visualizada por
A
terceiros, indistintamente, a partir do momento em que veiculada por seu autor. Na situação em análise,
IR
embora tenha sido utilizada a internet para a suposta prática do crime de injúria, o envio da mensagem de
RE
áudio com o conteúdo ofensivo à vítima ocorreu por meio de aplicativo de troca de mensagens entre usuários
MO
33
NN
MA
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07
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EV
DELEGADO FEDERAL
KI
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Z
MA
em caráter privado, denominado Instagram direct, no qual somente o autor e o destinatário têm acesso ao
RA
seu conteúdo, não sendo acessível para visualização por terceiros, após a sua inserção na rede de
I
RE
computadores.
MO
52989
Portanto, no caso, aplica-se o entendimento geral de que o crime de injúria se consuma no local onde a
NN
vítima tomou conhecimento do conteúdo ofensivo.
STJ. 3ª Seção. CC 184.269-PB, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 09/02/2022 (Info 724).
MA
LIS
2K
O crime de injúria racial, espécie do gênero racismo, é IMPRESCRITÍVEL.
93
Nota: A denominada injúria racial é mais um delito no cenário do racismo, sendo, portanto, imprescritível,
78
inafiançável e sujeito à pena de reclusão. STJ. 6ª Turma. AgRg no REsp 1849696/SP, Rel. Min. Sebastião Reis
25
Júnior, julgado em 16/06/2020.
75
STF. Plenário. HC 154248/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 28/10/2021 (Info 1036).
07
CZ
VI
O § 3º do art. 326-A do Código Eleitoral, incluído pela Lei 13.834/2019, é constitucional.
IE
RK
Nota: A sanção abstratamente prevista para o crime de “divulgação de ato objeto de denunciação caluniosa
ZU
eleitoral” está em consonância com os princípios da proporcionalidade e da individualização da pena.

MA
Art. 326-A (...) § 3º Incorrerá nas mesmas penas deste artigo quem, comprovadamente ciente da inocência
do denunciado e com finalidade eleitoral, divulga ou propala,
52989 por qualquer meio ou forma, o ato ou fato que
A
IR
lhe foi falsamente atribuído.

RE
STF. Plenário. ADI 6225/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 20/8/2021 (Info 1026).
MO

NN
Nos crimes contra honra não basta criticar o indivíduo ou a sua gestão da coisa pública, é necessário o dolo
MA
específico de ofender a honra alheia.

LIS
STJ. 3ª Seção. HC 653.641-TO, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 23/06/2021, DJe 29/06/2021.
2K

93
A retratação da calúnia, feita antes da sentença, acarreta a extinção da punibilidade do agente

78
INDEPENDENTE de aceitação do ofendido.

25
75
Nota: O art. 143 do CP exige apenas que a retratação seja cabal, ou seja, deve ser clara, completa, definitiva
07
e irrestrita, sem remanescer nenhuma dúvida ou ambiguidade quanto ao seu alcance, que é justamente o de
CZ
desdizer as palavras ofensivas à honra, retratando-se o ofensor do malfeito.

VI
STJ. Corte Especial. APn 912/RJ, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 03/03/2021 (Info 687).
IE
RK

ZU
Configura difamação a conduta do agente que publica vídeo de um discurso no qual a frase completa do
MA
orador é editada, transmitindo a falsa ideia de que ele estava falando mal de negros e pobres.
Nota: A edição de um vídeo ou áudio tem como objetivo guiar o espectador e, quando feita com o objetivo
A
IR
de difamar a honra de uma pessoa, configura dolo da prática criminosa. Vale ressaltar que esta conduta do
RE
agente, ainda que praticada por Deputado Federal, não estará protegida pela imunidade parlamentar.
MO
34
NN
MA
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DELEGADO FEDERAL
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MA
STF. 1ª Turma. AP 1021/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 18/8/2020 (Info 987).
I RA
RE
MO
A ausência de previsibilidade de que a ofensa chegue ao conhecimento da vítima afasta o dolo específico
do delito de injúria, tornando a conduta atípica.
NN
Caso: vítima retira o telefone e fica ouvindo a conversa da autora com colega (sem o conhecimento delas),
MA
oportunidade em que aquela52989
profere ofensas contra a vítima duração a ligação.
LIS
REsp 1.765.673-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 26/05/2020, DJe 29/05/2020. (Info 672-STJ)
2K
93
78
A esposa tem legitimidade para propor queixa-crime contra autor de mensagem que insinua que o seu
25
marido tem uma relação extraconjugal com outro homem.
75
Nota: Se alguém alega que um indivíduo casado mantém relação homossexual extraconjugal com outro
07
homem, a esposa deste indivíduo tem legitimidade para ajuizar queixa-crime por injúria, alegando que
CZ
também é ofendida.
STF. 1ª Turma. Pet 7417 AgR/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 9/10/2018. (Info 919) VI
IE
RK
ZU
11. CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL

MA
52989
A

IR
RE
A efetiva restrição de liberdade das vítimas é prescindível para a configuração do crime de redução a
MO
condição análoga à de escravo.

Nota: O referido tipo penal prevê outras condutas que podem ofender o bem juridicamente tutelado, isto é,
NN
a liberdade de o indivíduo ir, vir e se autodeterminar, dentre elas submeter o sujeito passivo do delito a
MA
condições degradantes de trabalho. Portanto, ante a existência de indícios de que os trabalhadores atuavam
LIS
em condições degradantes e tendo em vista que a efetiva restrição de liberdade das vítimas é prescindível
2K
para a configuração do tipo penal em espécie, o qual consubstancia crime de ação múltipla e de conteúdo
93
variado, a conduta imputada aos denunciados pode, em tese, revelar-se típica.

78
STJ. REsp 1.969.868-MT, Rel. Ministro Messod Azulay Neto, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 12/9/2023. (Info 787)
25
75

07
A revogação da contravenção de perturbação da tranquilidade (art. 65 da LCP) pela Lei 14.132/2021, não
CZ
significa que tenha ocorrido abolitio criminis em relação a todos os fatos que estavam enquadrados na
VI
referida infração penal.

IE
Nota: No caso concreto apreciado pelo STJ, o acusado, mesmo depois de processado e condenado em
RK
primeira instância pela contravenção penal do art. 65 da LCP, voltou a tentar contato com a mesma vítima
ZU
ao lhe enviar três e-mails e um presente. Desse modo, houve reiteração. Com a entrada em vigor da Lei nº
MA
14.132/2021, ele pediu o reconhecimento de que teria havido abolitio criminis. O STJ, contudo, não aceitou.
A
Isso porque houve reiteração, de modo que a sua conduta se amolda ao que passou a ser punido pelo art.
IR
RE
147-A do CP, inserido pela Lei nº 14.132/2021. Logo, houve evidente continuidade normativo-típica.
MO
STJ. 6ª Turma. AgRg nos EDcl no REsp 1.863.977-SC, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 14/12/2021 (Info 722).
35
NN
MA
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KL
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Z
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EV
DELEGADO FEDERAL
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MA
RA
I
RE
Configura o crime de violação de domicílio (art. 150 do CP) o ingresso e a permanência, sem autorização,
MO
em gabinete de Delegado de Polícia, embora faça parte de um prédio ou de uma repartição públicos.
NN
Nota: No caso concreto, dezenas de manifestantes foram até a Delegacia de Polícia Federal cobrar agilidade
MA
na conclusão de um inquérito policial. Como não foram recebidos, decidiram invadir o gabinete do Delegado.
STJ. 5ª Turma. HC 298763-SC, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 7/10/2014.
LIS
2K
93
12. CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
78
25
75
Não comete o crime de apropriação indébita (CP/1940, art. 168, § 1º, II), pois ausente a elementar “coisa
07
alheia”, o sócio-administrador, nomeado depositário judicial, que deixa de transferir o montante
CZ
penhorado do faturamento da empresa para a conta judicial determinada pelo juízo da execução.
VI
IE
STF. HC 215.102/PR, relator Ministro Dias Toffoli, redator do acordão Ministro Nunes Marques, julgamento finalizado em 17.10.2023. (Info 1113)
RK
ZU

MA
O crime de apropriação indébita previdenciária, previsto no art. 168-A, § 1º, I, do Código Penal, possui
natureza de delito material, que só se consuma com52989
a constituição definitiva, na via administrativa, do
A
IR
crédito tributário, consoante o disposto na Súmula Vinculante n. 24 do Supremo Tribunal Federal.

RE
STJ. REsp 1.982.304-SP, Rel. Ministra Laurita Vaz, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 17/10/2023, DJe 20/10/2023. (Tema 1166) (Info
MO
792)
NN

MA
Subtraído um só patrimônio, a pluralidade de vítimas da violência não impede o reconhecimento de crime

LIS
único de latrocínio.
Nota: O STJ tinha entendimento de que se o animus necandi fosse direcionado a mais de um indivíduo, ou
2K
seja, a quantidade de latrocínios seria aferida a partir do número de vítimas em relação às quais foi dirigida
93
a violência, e não pela quantidade de patrimônios atingidos. No entanto, essa posição destoa da orientação
78
25
do Supremo Tribunal Federal, que têm afastado o concurso formal impróprio, e reconhecido a ocorrência de
75
crime único de latrocínio, nas situações 52989

em que, embora o animus necandi seja dirigido a mais de uma
07
pessoa, apenas um patrimônio tenha sido atingido. Por essa razão, mostra-se prudente proceder ao
CZ
overruling da jurisprudência deste Tribunal Superior, adequando-a à firme compreensão do STF acerca do
VI
tema.
IE
STJ. AgRg no AREsp 2.119.185-RS, Rel. Ministra Laurita Vaz, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 13/9/2023, DJe 19/9/2023. (Info 789)
RK
No mesmo sentido: HC 109.539/RS, rei. Min. Gilmar Mendes, DJe 31/05/2013 e STF. 2ª Turma. HC 96736, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em
ZU
17/09/2013.
MA
A

IR
RE
A receptação, em sua forma qualificada, demanda especial qualidade do sujeito ativo, que deve ser
MO
comerciante ou industrial.
36
NN
MA
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07
Z
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EV
DELEGADO FEDERAL
KI
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Z
MA
STJ. AgRg no AREsp 2.259.297-MG, Rel. Ministro Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 18/4/2023, DJe 24/4/2023. (Info
RA
771)
52989
I
RE
MO
Não se enquadra como dano qualificado a lesão a bens das entidades não previstas expressamente no rol
NN
do art. 163, parágrafo único, inciso III, do Código Penal, em sua redação originária - anterior à alteração
MA
legislativa promovida pela Lei n. 13.531/2017 -, em razão da vedação da analogia in malam partem no
LIS
sistema penal brasileiro.
2K
Nota: mostra-se inadmissível a inclusão das empresas públicas no rol dos entes constantes do dispositivo
93
legal em apreço, haja vista que, no direito penal, não se admite a analogia em prejuízo ao réu, além do dever
78
de se respeitar o princípio da reserva legal quanto às normas incriminadoras.
25
Não se trata da utilização da técnica da interpretação extensiva para ampliar a vontade do legislador,
75
consoante concluído no aresto embargado, mas ausência de expressa previsão legal a respeito do
07
enquadramento do patrimônio das empresas públicas no rol dos entes dispostos na redação originária do
CZ
art. 163, parágrafo único, III, do CP. Assim, qualificar o dano praticado em detrimento dos bens da referida
VI
entidade seria hipótese de aplicação da analogia in malam partem, não admitida no direito penal.
IE
RK
STJ. EREsp 1.896.620-ES, Rel. Ministro Joel Ilan Paciornik, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 2/3/2023, DJe 6/3/2023. (Info 768).
ZU

MA
A competência para o julgamento do crime de estelionato,

52989
ainda que se tenha utilizado de imagens digitais
A
adulteradas de passaporte válido de terceiro e documentos emitidos por órgão públicos federais, quando
IR
RE
inexistente evidência de prejuízo a interesses, bens ou serviços da União, é da JUSTIÇA ESTADUAL, devendo
MO
ser respeitada a regra de foro do domicílio da vítima no caso de o crime ser praticado mediante depósito,
transferência de valores ou cheque sem provisão de fundos em poder do sacado ou com o pagamento
NN
frustrado.
MA
STJ. CC 178.697-PR, Rel. Min. Laurita Vaz, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 22/06/2022, DJe 27/06/2022.
LIS

2K
Para que incida o § 1º do art. 155 do CP as únicas exigências são que o furto ocorra à noite e em situação
93
de repouso e, por isso, são irrelevantes os fatos das vítimas estarem, ou não, dormindo no momento do
78
25
crime, ou o local de sua ocorrência, em estabelecimento comercial, via pública, residência desabitada ou
75
em veículos, bastando que o furto ocorra, obrigatoriamente, à noite e em situação de repouso.

07
STJ. 3ª Seção. REsp 1979989-RS, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 22/06/2022. (Recurso Repetitivo – Tema 1144) (Info 742)
CZ
VI

IE
A causa de aumento prevista no § 1º do art. 155 do Código Penal (prática do crime de furto no período
RK
noturno) não incide no crime de furto na sua forma qualificada (§ 4º).

ZU
Nota: Seguindo a técnica legislativa, para que considerasse aplicável a majorante no furto qualificado, deveria
MA
o legislador colocar o § 1º após a pena atribuída, o que não ocorreu. Se a qualificação do delito é apresentada
A
em parágrafo posterior ao que trata da majorante, é porque o legislador afastou a incidência desta em
IR
relação aos crimes qualificados previstos no § 4º do art. 155 do CP. Nesse contexto, aderindo a uma
RE
interpretação sistemática sob o viés topográfico, em que se define a extensão interpretativa de um

MO
37
NN
MA
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07
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MA
dispositivo legal levando-se em conta sua localização no conjunto normativo, a aplicação da referida causa
RA
de aumento limitar-se-ia ao furto simples, não incidindo, pois, no furto qualificado.
I
RE
52989
É razoável admitir a possibilidade de, diante das circunstâncias fáticas, a prática do furto durante o período
MO
de repouso noturno ser levada em consideração na dosimetria da pena. Em outras palavras, se a incidência
NN
da majorante no furto qualificado mostra-se excessiva, poderá ser utilizada como circunstância judicial
MA
negativa na primeira fase da dosimetria (art. 59 do CP)
STJ. REsp 1.890.981-SP, Rel. Min. João Otávio de Noronha, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 25/05/2022 (Tema 1087). (Info 738)
LIS
Mesmo sentido: REsp 1.979.989-RS, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 22/06/2022. (Tema 1144) (Info 742)
2K
⚠ DIVERGÊNCIA:
93
78
A causa de aumento do repouso noturno se coaduna com o furto qualificado quando compatível com a
25
situação fática.
75
STF. 1ª Turma. HC 180966 AgR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 04/05/2020.
07
CZ
VI
IE
Em razão da novatio legis in mellius engendrada pela Lei n. 13.654/2018, o emprego de arma branca,
RK
embora não configure mais causa de aumento do crime de roubo, poderá ser utilizado como fundamento
ZU
para a majoração da pena-base, quando as circunstâncias do caso concreto assim justificarem.

MA
STJ. REsp 1.921.190-MG, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 25/05/2022, DJe 26/05/2022. (Tema 1110).
(Info 738) 52989
A
IR
RE

MO
No crime de estelionato, não identificadas as hipóteses descritas no § 4º do art. 70 do CPP, a competência

deve ser fixada no local onde o agente delituoso obteve, mediante fraude, em benefício próprio e de
NN
terceiros, os serviços custeados pela vítima.

MA
Nota: Lei n. 14.155/2021, que acrescentou o § 4º do art. 70 do Código de Processo Penal - CPP com o seguinte
LIS
teor: "nos crimes previstos no art. 171 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal),
2K
quando praticados mediante depósito, mediante emissão de cheques sem suficiente provisão de fundos em
93
poder do sacado ou com o pagamento frustrado ou mediante transferência de valores, a competência será
78
definida pelo local do domicílio da vítima, e, em caso de pluralidade de vítimas, a competência firmar-se-á
25
pela prevenção".
75
Todavia, a inovação legislativa disciplinou a competência do delito de estelionato em situações específicas

07
descritas pelo legislador, as quais não ocorrem no caso concreto, porquanto os autos não noticiam a
CZ
ocorrência transferências bancárias ou depósitos efetuados pela empresa vítima e tampouco de cheque
VI
emitido sem suficiente provisão de fundos.

IE
RK
STJ. CC 185.983-DF, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 11/05/2022, DJe 13/05/2022. (Info 736)
ZU

MA
O fiel depositário de penhora judicial sobre o faturamento está sujeito às penas previstas no art. 168, § 1º,
A
IR
II, do Código Penal.

RE
STJ. 6ª Turma. AgRg no REsp 1.871.947/PR, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 26/04/2022.
MO
38
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RA
Em regra, é necessária perícia para comprovar a escalada no caso de furto qualificado (art. 155, § 4º, II, do
I
RE
CP). Excepcionalmente, a prova pericial será prescindível (dispensável) se houver nos autos elementos
MO
aptos a comprovar a escalada de forma inconteste.
NN
STJ. 6ª Turma. AgRg no REsp 1895487-DF, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, julgado em 26/04/2022 (Info 735).
MA
LIS
O crime de estelionato praticado por meio de saque de cheque fraudado compete ao Juízo do local da
2K
agência bancária da vítima.
93
Nota: a hipótese em análise não foi expressamente prevista na nova legislação, visto que não se trata de
78
cheque emitido sem provisão de fundos ou com pagamento frustrado, mas de tentativa de saque de cártula
25
falsa, em prejuízo de correntista. Sobre o tema, destaque-se que: (...) 3. Há que se diferenciar a situação em
75
que o estelionato ocorre por meio do saque (ou compensação) de cheque clonado, adulterado ou falsificado,
07
da hipótese em que a própria vítima, iludida por um ardil, voluntariamente, efetua depósitos e/ou
CZ
transferências de valores para a conta corrente de estelionatário. Quando se está diante de estelionato
VI
cometido por meio de cheques adulterados ou falsificados, a obtenção da vantagem ilícita ocorre no
IE
RK
momento em que o cheque é sacado, pois é nesse momento que o dinheiro sai efetivamente da
ZU
disponibilidade da entidade financeira sacada para, em seguida, entrar na esfera de disposição do

MA
estelionatário. Em tais casos, entende-se que o local da obtenção da vantagem ilícita é aquele em que se
situa a agência bancária onde foi sacado o cheque adulterado, 52989 seja dizer, onde a vítima possui conta bancária.
A
IR
(....) (AgRg no CC 171.632/SC, Rel. Ministro Reynaldo Sores da Fonseca, Terceira Seção, DJe 16/06/2020).
RE
Assim, aplica-se o entendimento pela competência do Juízo do local do eventual prejuízo, que ocorre com a
MO
autorização para o saque do numerário no local da agência bancária da vítima.

STJ. 3ª Seção. CC 182.977-PR, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 09/03/2022. (Info 728)
NN
MA

LIS
52989
Adotando-se a teoria objetivo-formal, o rompimento de cadeado e destruição de fechadura da porta da
2K
casa da vítima, com o intuito de, mediante uso de arma de fogo, efetuar subtração patrimonial da
93
residência, configuram meros atos preparatórios que impedem a condenação por tentativa de roubo
78
circunstanciado.
25
Nota: Existem algumas teorias que buscam definir em que momento se dá a passagem dos atos preparatórios
75
para os atos executórios.

07
Veja como o tema é tratado por Jamil Chaim Alves (Manual de Direito Penal. Salvador: Juspodivm, 2020, p.
CZ
370-371):
VI
a) Teoria subjetiva: Leva em consideração a vontade criminosa, o plano interno do autor. Logo, não há
IE
RK
distinção entre atos preparatórios e atos executórias. Uma vez detectada a vontade de praticar a infração, é
ZU
possível a punição.
MA
b) Teoria da hostilidade ao bem jurídico: Atos executórios são aqueles que atacam o bem jurídico, retirando-
o do “estado de paz”. Era defendida por Nelson Hungria.
A
IR
RE
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39
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c) Teoria objetivo-formal ou lógico-formal: Atos executórios são aqueles que iniciam a realização do núcleo
RA
do tipo penal (denomina-se “formal” porque parâmetro é a lei, ou seja, a prática do verbo nuclear descrito
I
RE
no tipo). Era defendida por Frederico Marques.
MO
d) Teoria objetivo-material: Atos executórias são aqueles que iniciam a realização do núcleo do tipo penal e
NN
também os imediatamente anteriores, de acordo com a visão de um terceiro observador.
MA
e) Teoria objetivo-individual: A tentativa começa com a atividade do autor que, segundo o seu plano
concretamente delitivo, se aproxima da realização. A origem dessa teoria remonta a Hans Welzel.
LIS
⇾ Em que momento se consuma o crime de roubo?
2K
Existem quatro teorias sobre o tema:
93
1ª) Contrectacio: segundo esta teoria, a consumação se dá pelo simples contato entre o agente e a coisa
78
alheia. Se tocou, já consumou.
25
75
2ª) Apprehensio (amotio): a consumação ocorre no momento em que a coisa subtraída passa para o poder
07
do agente, ainda que por breve espaço de tempo, mesmo que o sujeito seja logo perseguido pela polícia ou
CZ
pela vítima. Quando se diz que a coisa passou para o poder do agente, isso significa que houve a inversão da
VI
posse. Por isso, ela é também conhecida como teoria da inversão da posse. Vale ressaltar que, para esta
IE
corrente, o crime se consuma mesmo que o agente não fique com a posse mansa e pacífica. A coisa é retirada
RK
da esfera de disponibilidade da vítima (inversão da posse), mas não é necessário que saia da esfera de
ZU
vigilância da vítima (não se exige que o agente tenha posse desvigiada do bem).
MA
3ª) Ablatio: a consumação ocorre quando a coisa, além de apreendida, é transportada de um lugar para
52989
A
outro.
IR
4ª) Ilatio: a consumação só ocorre quando a coisa é levada ao local desejado pelo ladrão para tê-la a salvo.
RE
• Súmula nº 582, STJ. Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem mediante emprego
MO
de violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em seguida à perseguição imediata ao agente
NN
e recuperação da coisa roubada, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada.

MA
52989
STJ. 5ª Turma. AREsp 974.254-TO, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 21/09/2021. (Info 711)
LIS

2K
Nos crimes de estelionato, quando praticados mediante depósito, por emissão de cheques sem suficiente
93
provisão de fundos em poder do sacado ou com o pagamento frustrado ou por meio da transferência de
78
valores, a competência será definida pelo LOCAL DO DOMICÍLIO DA VÍTIMA, em razão da superveniência
25
75
de Lei nº 14.155/2021, ainda que os fatos tenham sido anteriores à nova lei.
07
Nota: O novo § 4º do art. 70 do CPP, que trata sobre a competência para julgar o crime de estelionato, aplica-
CZ
se imediatamente aos inquéritos policiais que estavam em curso quando entrou em vigor a Lei nº
VI
14.155/2021.
IE
STJ. 3ª Seção. CC 180.832-RJ, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 25/08/2021. (Info 706)
RK
ZU

MA
A reincidência específica tratada no art. 44, § 3º, do Código Penal somente se aplica quando forem
idênticos, e não apenas de mesma espécie, os crimes praticados.
A
IR
Nota: MUDANÇA DE ENTENDIMENTO

RE
MO
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MA
O que se entende por reincidente específico para os fins do § 3º do art. 44? É o indivíduo que cometeu um
RA
novo crime doloso idêntico.
I
RE
• se o condenado tiver praticado um novo crime doloso idêntico: não terá direito à substituição.
MO
Ex: João foi condenado por furto simples. Depois, foi novamente condenado por furto simples. Não terá
NN
direito à substituição porque a reincidência se operou em virtude da prática do mesmo crime.
MA
• se o condenado tiver praticado um novo crime doloso da mesma espécie (mas que não seja idêntico): pode
ter direito à substituição.
LIS
Ex: Pedro foi condenado por furto simples (art. 155, caput). Depois, foi novamente condenado, mas agora
2K
por furto qualificado (art. 155, § 4º).
93
Em tese, o juiz poderia conceder a substituição porque o furto simples e o furto qualificado são crimes da
78
“mesma espécie”, mas não são o “mesmo crime”.
25
STJ. 3ª Seção. AREsp 1.716.664-SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 25/08/2021. (Info 706)
75
07
CZ
Retroatividade da representação no crime de estelionato (por ser complexo, deve-se realizar uma
VI
IE
explicação acerca da temática):
RK
Nota: Exsurge decisão do Plenário STF em 13/04/2023, mudando o posicionamento antes firmado e fixando
ZU
o entendimento que, logo “venceu” o entendimento da 2º turma do STF – Ou seja, para o Supremo Tribunal
MA
Federal: a regra da representação deve retroagir a “todos” os casos de estelionato em andamento quando
52989
de sua promulgação (tanto as ações penais não iniciadas quanto as ações penais em curso até o trânsito
A
IR
em julgado), tendo a vítima um prazo de 30 dias para manifestar-se sob pena de decadência e não
RE
importando a fase em que o procedimento se encontre (HC-AgR 208.817/RJ).

MO
52989
NN
Vamos desenhar uma linha do tempo acerca dessas decisões dos tribunais superiores sobre o
MA
tema:
A discussão teve início no STJ (HC 573.093), em 2020 e, desde então tem sido objeto de uma série de
LIS
divergências. Veja a evolução jurisprudencial:

2K
(1) Em 14/04/2020, a 5ª Turma do STJ decidiu que a retroatividade da representação deve se restringir
93
à fase policial, pois do contrário estar-se-ia transformando uma condição de procedibilidade em

78
prosseguibilidade (HC 573.093).

25
75
(2) Em 04/08/2020, a decisão da 6ª Turma do STJ foi no sentido de que, por ser lei mais benéfica, deve
07
retroagir (HC 583.837).

CZ
(3) Em 21/09/2020, a 5ª Turma do STJ reiterou o entendimento de que a retroatividade da

VI
representação no crime de estelionato deve se restringir à fase policial (ato jurídico perfeito).
IE
(4) Em 14/10/2020, a 1ª Turma do STF reconheceu não ser cabível a aplicação retroativa do parágrafo
RK
5º do artigo 171 do CP, uma vez que no momento do oferecimento da denúncia a ação era
ZU
incondicionada e não se exigia representação (HC 187.341/SP).

MA
(5) Em 13/04/2021, a 3ª Seção consolidou o entendimento das turmas criminais do Superior Tribunal
A
de Justiça (STJ) ao definir que a exigência de representação da vítima como pré-requisito para a ação
IR
RE
penal por estelionato – introduzida pelo Pacote Anticrime– não pode ser aplicada retroativamente para
beneficiar o réu nos processos que já estavam em curso (Info 691).
MO
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(6) Em 22/06/2021, a 2ª Turma do STF decidiu que a alteração promovida pela Lei nº 13.964/2019, que
RA
introduziu o § 5º ao art. 171 do Código Penal, ao condicionar o exercício da pretensão punitiva do Estado
I
RE
à representação da pessoa ofendida, deve ser aplicada de forma retroativa a abranger tanto as ações
MO
penais não iniciadas quanto as ações penais em curso até o trânsito em julgado (Info 1023). Esse
52989
NN
entendimento foi reiterado pela 2ª Turma em 02/09/2022 (HC-AgR 207.835/SP).
MA
(7) Em 13/04/2023, o debate foi levado ao Plenário do STF que decidiu a interpretação de normas
constitucionais não podem limitar o alcance da retroatividade em benefício do réu e, sendo a exigência
LIS
de representação para o crime de estelionato norma processual de caráter híbrido favorável ao acusado,
2K
há de ser aplicada retroativamente aos processos em curso, sendo conferido a vítima o prazo de 30
93
dias para oferecer a representação, sob pena de decadência do direito (HC-AgR 208.817/RJ)
78
25
75
Logo, no cenário atual acerca da matéria, o tema está pacificado em cada Tribunal Superior, mas
07
permanece a divergência entre eles. Temos o entendimento pacificado do STJ no sentido de que deve ser
CZ
observada a retroatividade, respeitando-se a limitação do ato jurídico perfeito e acabado materializado com
VI
o oferecimento da denúncia. Já no STF, em decisão do Plenário, deve ser observada a extensão da
IE
retroatividade para todas as ações penais em curso que ainda não tenham transitado em julgado.
RK
ZU

MA
O art. 4º da Lei nº 13.654/2018, que revogou o inciso I do § 2º do art. 157 do CP, não possui vício de
52989
A
inconstitucionalidade formal.
IR
Nota: não é possível o controle jurisdicional em relação à interpretação de normas regimentais das Casas
RE
Legislativas, sendo vedado ao Poder Judiciário, substituindo-se ao próprio Legislativo, dizer qual o verdadeiro
MO
significado da previsão regimental, por tratar-se de assunto interna corporis, sob pena de ostensivo
NN
desrespeito à Separação de Poderes, por intromissão política do Judiciário no Legislativo.

MA
⚠ Tese fixada pelo STF: “Em respeito ao princípio da separação dos poderes, previsto no art. 2º da
LIS
Constituição Federal, quando não caracterizado o desrespeito às normas constitucionais pertinentes ao

2K
processo legislativo, é defeso ao Poder Judiciário exercer o controle jurisdicional em relação à interpretação
93
do sentido e do alcance de normas meramente regimentais das Casas Legislativas, por se tratar de matéria
78
interna corporis.”
25
STF. Plenário. RE 1297884/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 11/6/2021 (Repercussão Geral – Tema 1120) (Info 1021).
75
07

CZ
Não se aplica a agravante prevista no art. 61, II, “h”, do Código Penal na hipótese em que o crime de furto
VI
qualificado pelo arrombamento à residência ocorreu quando os proprietários não se encontravam no

IE
imóvel, não havendo que se falar, portanto, em ameaça à vítima ou em benefício do agente para a prática
RK
delitiva em razão de sua condição de fragilidade.

ZU
Nota:
MA
“Art. 61. São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime: II -
A
ter o agente cometido o crime: h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida.”
IR
RE
MO
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Por se tratar de agravante de natureza objetiva, a incidência do art. 61, II, “h”, do CP não depende da prévia
RA
ciência pelo réu da idade da vítima, sendo, de igual modo, desnecessário perquirir se tal circunstância, de
I
RE
fato, facilitou ou concorreu para a prática delitiva, pois a maior vulnerabilidade do idoso é presumida.
MO
STJ. 5ª Turma. HC 593.219-SC, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 25/08/2020. (Info 679)
NN
MA
Configura o crime de ROUBO (e não estelionato) a conduta do funcionário de uma empresa que combina
LIS
com outro indivíduo para que este simule assalta o empregado com uma arma de fogo e, dessa forma, leve
2K
o dinheiro da empresa.
93
STF. 1ª Turma. HC 147584/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 2/6/2020. (Info 980)
78
25
75
Não se admite a incidência do princípio da insignificância na prática de estelionato qualificado por médico
07
que, no desempenho de cargo público, registra o ponto e se retira do hospital.
CZ
Nota: no julgado, fala-se em estelionato qualificado, mas é majorado.
AgRg no HC 548.869-RS, Rel.52989 VI
Min. Joel Ilan Paciornik, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 12/05/2020, DJe 25/05/2020. (Info 672-STJ)
IE
RK

ZU
A despeito da presença de qualificadora no crime de furto possa, à primeira vista, impedir o

MA
reconhecimento da atipicidade material da conduta,

52989
a análise conjunta das circunstâncias pode
A
demonstrar a ausência de lesividade do fato imputado, recomendando a aplicação do princípio da

IR
RE
insignificância.
MO
STJ. HC 553.872-SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 11/02/2020, DJe 17/02/2020. (Info 665)
NN

MA
A dívida de corrida de táxi não pode ser considerada coisa alheia móvel para fins de configuração da
LIS
tipicidade dos delitos patrimoniais.

Nota: não se pode comparar “dívida de transporte” com a “coisa alheia móvel”, sob pena de violação dos
2K
princípios da tipicidade e legalidade.

93
STJ. 6ª Turma. REsp 1.757.543-RS, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, julgado em 24/09/2019. (Info 658)
78
25
75

07
A alteração do sistema de medição, mediante fraude, para que aponte resultado menor do que o real
CZ
consumo de energia elétrica configura ESTELIONATO.

VI
Nota: o agente desvia a energia por meio de ligação clandestina (gato) = furto; o agente altera o sistema de
IE
medição = estelionato.
RK
STJ. 5ª Turma. AREsp 1.418.119-DF, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 07/05/2019. (Info 648)
ZU
MA

No caso de furto de energia elétrica mediante fraude, o adimplemento do débito antes do recebimento da
A
IR
denúncia NÃO EXTINGUE A PUNIBILIDADE.

RE
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NOTA: o furto de energia elétrica não pode receber o mesmo tratamento dado ao inadimplemento tributário.
RA
O pagamento do débito antes do recebimento da denúncia não configura causa extintiva de punibilidade,
I
RE
mas causa de redução de pena relativa ao arrependimento posterior (art. 16, CP).
MO
RHC 101.299-RS, Rel. Min. Nefi Cordeiro, Rel. Acd. Min. Joel Ilan Paciornik, por unanimidade, julgado em 13/03/2019, Dje 04/04/2019. (Info 645)
NN
MA
O emprego de arma branca deixou de ser majorante52989 do crime de roubo com a modificação operada pela
LIS
Lei nº 13.654/2018, que revogou o inciso I do § 2º do art. 157 do Código Penal.
2K
Nota: Observe que houve abolitio criminis, devendo a Lei nº 13.654/2018 ser aplicada retroativamente para
93
excluir a referida causa de aumento da pena imposta aos réus condenados por roubo majorado pelo emprego
78
de arma branca. Trata-se, pois da aplicação da novatio legis in mellius prevista no art. 5º, XL, da CF/88.
25
Veja também:
75
STJ. HC 556.629-RJ, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 03/03/2020, DJe 23/03/2020. (Info 668)
07
Nos casos em que se aplica a Lei n. 13.654/2018, é possível a valoração do emprego de arma branca, no
CZ
crime de roubo, como circunstância judicial desabonadora (art. 59 do CP).
VI
Nota: Com o advento da Lei 13.654, de 23 de abril de 2018, que revogou o inciso I do artigo 157 do CP, o
IE
RK
emprego de arma branca no crime de roubo deixou de ser considerado como majorante, a justificar o
ZU
incremento da reprimenda na terceira fase do cálculo dosimétrico, sendo, porém, plenamente possível a sua
MA
valoração como circunstância judicial desabonadora, nos moldes do reconhecido pelas instâncias ordinárias.
STJ. 5ª Turma. REsp 1519860/RJ, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 17/05/2018.
52989
(Info 626)
A
IR
RE

MO
A existência de sistema de vigilância em estabelecimento comercial não constitui óbice para a tipificação
do crime de furto.
NN
Nota:
MA
• Súmula nº 567, STJ. Sistema de vigilância realizado por monitoramento eletrônico ou por existência de
LIS
segurança no interior de estabelecimento comercial, por si só, não torna impossível a configuração do crime
2K
de furto.
93
STF. 1ª Turma. HC 111278/MG, rel. orig. Min. Marco Aurélio, julgado em 10/4/2018. (Info 897)
78
25
75
13. CRIME DE VIOLAÇÃO DE DIREITO AUTORAL

07
CZ

VI
Presentes a materialidade e a autoria, afigura-se TÍPICA, em relação ao crime previsto no artigo 184,
IE
parágrafo 2º, do Código Penal, a conduta de expor à venda CDs e DVDs piratas.
RK
• Súmula nº 502, STJ. Presentes a materialidade e a autoria, afigura-se típica, em relação ao crime previsto
ZU
no artigo 184, parágrafo 2º, do Código Penal, a conduta de expor à venda CDs e DVDs piratas.
MA
STJ. 3ª Seção. REsp 1.193.196. Súmula 502-STJ

A
IR
RE
14. CRIME CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL

MO
44
NN
MA
IS
KL
07
Z
IC
EV
DELEGADO FEDERAL
KI
UR
Z
MA
RA
I
RE
No crime de estupro de vulnerável, é possível a aplicação da fração máxima de majoração prevista no art.
MO
71, caput, do Código Penal, ainda que não haja a delimitação precisa do número de atos sexuais praticados,
NN
desde que o longo período de tempo e a recorrência das condutas permita concluir que houve 7 (sete) ou
MA
mais repetições. 52989
STJ. REsp 2.050.195-RJ, Rel. Ministra Laurita Vaz, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 17/10/2023. (Tema 1202) (Info 792)
LIS
2K
93
Não cabe a distinção realizada no julgamento do REsp 1.977.165/MS - caso de dois jovens namorados, cujo
78
relacionamento tinha aquiescência dos genitores da vítima, sobrevindo um filho - na hipótese em que não
25
há consentimento da responsável legal - o que impossibilita qualquer relativização da presunção de
75
vulnerabilidade de menor de 14 anos no crime de estupro de vulnerável.
07
STJ. Processo em segredo de justiça, Rel. Ministra Laurita Vaz, Sexta Turma, julgado em 14/8/2023, DJe 21/8/2023. (Info 787)
CZ
IE
RK
Nos casos de estupro de vulnerável praticado em continuidade delitiva em que não é possível precisar o
ZU
número de infrações cometidas, tendo os crimes ocorrido durante longo período de tempo, deve-se aplicar
MA
a causa de aumento de pena no patamar máximo de 2/3.

STJ. Processo em segredo de justiça, Rel. Ministro Jesuíno Rissato (Desembargador
52989
convocado do TJDFT), Sexta Turma, por unanimidade, julgado
A
em 8/8/2023. (Info 782)

IR
RE

MO
Nos casos de estupro de vulnerável praticado em continuidade delitiva, a aplicação das agravantes e
NN
majorante específicas em situações distintas não configura bis in idem, e, na dosimetria da pena, deve-se
MA
considerar o aumento de pena no patamar máximo de 2/3, levando-se em conta os inúmeros abusos
LIS
sofridos pela vítima.

STJ. Processo em segredo de justiça, Rel. Ministro Antonio Saldanha Palheiro, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 23/5/2023, DJe
2K
26/5/2023. (Ed. Extra n. 13).

93
78

25
Admite-se o distinguishing quanto ao Tema 918/STJ (REsp 1.480.881/PI), na hipótese em que a diferença
75
de idade entre o acusado e a vítima não se mostrou tão distante quanto do acórdão paradigma (o réu
07
possuía 19 anos de idade, ao passo que a vítima contava com 12 anos de idade), bem como há concordância
CZ
dos pais da menor somado a vontade da vítima de conviver com o réu e o nascimento do filho do casal, o
VI
IE
qual foi registrado pelo genitor.

RK
STJ. Processo em segredo de justiça, Rel. Ministro Olindo Menezes (Desembargador convocado do TRF1), Rel. para acórdão Ministro Sebastião
ZU
Reis Júnior, Sexta Turma, por maioria, julgado em 16/5/2023, DJe 25/5/2023. (Info 777)
MA

A
O delito de registro não autorizado da intimidade sexual (art. 216-B do CP) possui a natureza de ação penal
IR
RE
pública incondicionada.
MO
45
NN
MA
IS
KL
07
Z
IC
EV
DELEGADO FEDERAL
KI
UR
Z
MA
Nota: inexistindo menção expressa (seja no capítulo I-A, seja no art. 216-B) de que se trata de ação privada
RA
ou pública condicionada, aplica-se a regra geral do Código Penal: no silêncio da lei, deve-se considerar a ação
I
RE
penal como pública incondicionada. No mesmo sentido, referencia-se o entendimento do Tribunal de origem
MO
no sentido de que "A interpretação deve ser, em tais hipóteses, necessariamente restritiva, pelo que é
NN
forçoso reconhecer não estar referido "Capítulo I-A" abrangido na previsão expressa de mencionado art. 225
MA
do CP. Não se pode, contudo, perder de vista que a regra geral da legislação criminal é a ação penal pública
ser incondicionada, sendo pública condicionada, ou privada, apenas se houver previsão expressa nesse
LIS
sentido pelo legislador”.
2K
STJ. Processo em segredo de justiça, Rel. Ministro Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 25/4/2023. (Info 772)
93
78
25
Não se admite o distinguishing realizado no julgamento do AgRg no REsp 1.919.722/SP - caso de dois jovens
75
namorados, cujo relacionamento foi aprovado pelos pais da vítima, sobrevindo um filho e a efetiva
07
constituição de núcleo familiar - nas hipóteses em que não há consentimento dos responsáveis legais
CZ
somado ao fato do acusado possuir gritante diferença de idade da vítima - o que invalida qualquer
VI
IE
relativização da presunção de vulnerabilidade do menor de 14 anos no crime de estupro de vulnerável.
RK
Nota: São casos diferentes e, neste então, plenamente válidas a Súmula n. 593 do Superior Tribunal de Justiça
ZU
e a tese do REsp repetitivo 1.480.881/PI (Tema 1121) sobre a impossibilidade de relativização da presunção
MA
de vulnerabilidade da vítima.
STJ. Processo em segredo de justiça, Rel. Ministro Reynaldo Soares da52989
Fonseca, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 14/3/2023, DJe
A
IR
17/3/2023. (Info 769)

RE
MO

Presente o dolo específico de satisfazer à lascívia, própria ou de terceiro, a prática de ato libidinoso com
NN
menor de 14 anos configura o crime de estupro de vulnerável (art. 217-A do CP), independentemente da
MA
ligeireza ou da superficialidade da conduta, não sendo possível a desclassificação para o delito de

LIS
importunação sexual (art. 215-A do CP).

2K
Nota: Desclassificar a prática de ato libidinoso com pessoa menor de 14 anos para o delito do art. 215-A do
93
CP, crime de médio potencial ofensivo que admite a suspensão condicional do processo, desrespeitaria ao
78
mandamento constitucional de criminalização do art. 227, §4º, da CRFB, que determina a punição severa do
25
abuso ou exploração sexual de crianças e adolescentes. Haveria também descumprimento a tratados

75
internacionais. O art. 19 da Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança é peremptório ao impor

07
aos Estados a adoção de medidas legislativas, administrativas, sociais e educacionais apropriadas para
CZ
52989
proteger a criança contra "todas" as formas de abuso.

VI
STJ. REsp 1.959.697-SC, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 08/06/2022. (Tema 1121)
IE
(Info 740).
RK
Mesmo sentido: STJ. 3ª Seção. AgRg na RvCr 4.969/DF, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 26/06/2019.
ZU
MA

A simulação de arma de fogo pode sim configurar a “grave ameaça”, para os fins do tipo do art. 213 do
A
IR
Código Penal.
RE
MO
46
NN
MA
IS
KL
07
Z
IC
EV
DELEGADO FEDERAL
KI
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Z
MA
Nota: Isso porque a “grave ameaça” deve ser analisada com base no sentimento unilateral que é provocado
RA
no espírito da vítima subjugada. A existência de grave ameaça não depende do risco objetivo e concreto a
I
RE
que a vítima foi efetivamente submetida.
MO
STJ. 6ª Turma. REsp 1.916.611-RJ, Rel. Min. Olindo Menezes (Desembargador convocado do TRF 1ª Região), julgado em 21/09/2021. (Info 711)
NN
MA
O “cliente” da exploração sexual (art. 218-B do CP) pode ser punido sozinho, ou seja, mesmo que não haja
LIS
um proxeneta.
2K
Nota: O delito previsto no art. 218-B, § 2º, inciso I, do Código Penal, na situação de exploração sexual, não
93
exige a figura do terceiro intermediador.
78
STJ. 3ª Seção. EREsp 1.530.637/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 24/03/2021. (Info 690)
25
75
07
Para que se configure ato libidinoso, não se exige contato físico entre ofensor e vítima. Assim, doutrina e
CZ
jurisprudência sustentam a prescindibilidade do contato físico direto do réu com a vítima, a fim de priorizar
VI
o nexo causal entre o ato praticado pelo acusado, destinado à satisfação da sua lascívia, e o efetivo dano
IE
RK
à dignidade sexual sofrido pela ofendida.

ZU
Nota:
MA
• Segundo a posição majoritária na doutrina (ex. Cleber Masson e Rogério Sanches, por exemplos), a simples
contemplação lasciva já configura o “ato libidinoso” descrito 52989 nos arts. 213 e 217-A do Código Penal, sendo
A
IR
irrelevante, para a consumação dos delitos, que haja contato físico entre ofensor e ofendido. É o mesmo
RE
entendimento do STJ. 5ª Turma. RHC 70976-MS, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 2/8/2016 (Info 587).
MO
• Assim, a 6ª Turma 52989

do STJ no informativo (685) decidiu assim como a doutrina e jurisprudência que
sustentam a PRESCINDIBILIDADE DO CONTATO FÍSICO DIRETO DO RÉU COM A VÍTIMA, A FIM DE PRIORIZAR
NN
O NEXO CAUSAL ENTRE O ATO PRATICADO PELO ACUSADO, DESTINADO À SATISFAÇÃO DA SUA LASCÍVIA, E
MA
O EFETIVO DANO À DIGNIDADE SEXUAL SOFRIDO PELA OFENDIDA.

LIS
Veja ainda: Em situações excepcionais, tem-se que o crime de estupro pode se caracterizar, inclusive, em
2K
situações nas quais não há contato físico entre o agente e a vítima.

93
STJ. 5ª Turma. HC 611.511/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, DJe 15/10/2020.
78
STJ. 6ª Turma. HC 478.310, Rel. Min. Rogério Schietti, julgado em 09/02/2021. (Info 685)
25
75

07
A irmã de vítima do crime de estupro de vulnerável responde por conduta omissiva imprópria se assume
CZ
o papel de garantidora.
VI
Nota: Para que uma pessoa responda por um crime omissivo impróprio é preciso que, na situação concreta,
IE
ela tivesse o dever legal de agir e, mesmo assim, deixou de atuar, o que acabou auxiliando na produção do
RK
resultado delituoso e há três hipóteses legais acerca do dever de agir: art. 13, §2º, do CP:
ZU
“A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever
MA
de agir incumbe a quem:

A
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;

IR
RE
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;

MO
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.”

47
NN
MA
IS
KL
07
Z
IC
EV
DELEGADO FEDERAL
KI
UR
Z
MA
No caso concreto, a irmã assumiu a responsabilidade ao levar a criança para a sua casa sem a companhia da
RA
genitora e criou risco da ocorrência do resultado ao não denunciar o agressor, mesmo ciente de suas
I
RE
condutas, bem como ao continuar deixando a menina sozinha em casa.
MO
STJ. 5ª Turma. HC 603.195-PR, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 06/10/2020. (Info 681)
NN
MA
Não há nenhuma nulidade quando o Juiz refuta o exame pericial não esclarecedor nos crimes de estupro
LIS
de vulnerável sem conjunção carnal, para, acolhendo as demais provas, principalmente o depoimento da
2K
vítima e das testemunhas, concluir pela condenação do réu, porque no sistema jurídico penal brasileiro
93
vigora o princípio do “livre convencimento motivado” do julgador.
78
STJ. 6ª Turma. AgRg nos EDcl no RHC 127.089/MG, Rel. Ministro Nefi Cordeiro, julgado em 24/11/2020.
25
75
07
No crime sexual cometido durante vulnerabilidade temporária da vítima, sob a égide do art. 225 do Código
CZ
Penal com a redação dada pela Lei n. 12.015/2009, a ação penal pública é condicionada à representação.
Nota: VI
IE
⚠ DIVERGÊNCIA
RK
ZU
Em casos de vulnerabilidade da ofendida, a ação penal é pública incondicionada, nos moldes do parágrafo
MA
único do art. 225 do CP. Esse dispositivo não fez qualquer distinção entre a vulnerabilidade temporária ou
permanente, haja vista que a condição de vulnerável52989
é aferível no momento do cometimento do crime,
A
IR
ocasião em que há a prática dos atos executórios com vistas à consumação do delito. Em outras palavras,
RE
seja a vulnerabilidade permanente ou temporária, no caso de estupro de vulnerável a ação penal é sempre
MO
incondicionada.
STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 1103678/PR, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 26/02/2019.
NN
⚠ ATENÇÃO: A discussão acima exposta existia antes da Lei nº 13.718/2018, sendo certo que atualmente
MA
não importa diante da atual redação do art. 225 do CP que passou a prever que TODOS os crimes contra a
LIS
dignidade sexual são de ação pública INCONDICIONADA.

2K
REsp 1.814.770-SP, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 05/05/2020, DJe 01/07/2020. (Info 675 STJ)
93
Mesmo sentido: STJ. 5ª Turma. RHC 148.695/MG, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonsenca, julgado em 17/08/2021.
78
25

75
A conduta caracterizada como “beijo lascivo”, contra criança de 05 (cinco) anos de idade, se subsome a
07
prática do crime de estupro de vulnerável, previsto no art. 217-A do Código Penal. Não é possível
CZ
desclassificar essa conduta para a contravenção penal de molestamento (art. 65 do Decreto-Lei nº

VI
3.668/41). 52989
IE
STF. 1ª Turma. HC 134591/SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 1/10/2019. (Info 954)
RK
ZU

MA
O crime de assédio sexual (art. 216-A do CP) é geralmente associado à superioridade hierárquica em
A
relações de emprego, no entanto pode também ser caracterizado no caso de constrangimento cometido
IR
por professores contra alunos.

RE
STJ. 6ª Turma. REsp 1759135/SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Rel. p/ Acórdão Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 13/08/2019. (Info 658)
MO
48
NN
MA
IS
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07
Z
IC
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DELEGADO FEDERAL
KI
UR
Z
MA
RA
I
RE
O crime previsto no inciso I do § 2º do artigo 218-B do Código Penal se consuma independentemente da
MO
manutenção de relacionamento sexual habitual entre o ofendido e o agente.
NN
Nota: basta um único contato para configuração do crime. Além disso, o cliente pode ser punido sozinho,
MA
ainda que não exista um proxeneta.
STJ. HC 371.633/SP, Rel. Min. Jorge Mussi, por unanimidade, julgado em 19/03/2019, DJe 26/03/2019. (Info 645)
LIS
2K
93
No artigo 218-B do Código Penal não basta aferir a idade da vítima, devendo-se averiguar se o menor de
78
18 (dezoito) anos ou a pessoa enferma ou doente mental, não tem o necessário discernimento para a
25
52989
prática do ato, ou por outra causa não pode oferecer resistência.
75
Nota: imaturidade associada à má situação financeira o torna vulnerável.
07
STJ. HC 371.633-SP, Rel. Min. Jorge Mussi, por unanimidade, julgado em 19/03/2019, DJe 26/03/2019. (Info 645)
CZ
IE
RK
A conduta consistente em manter casa para fins libidinosos, por si só, não mais caracteriza crime, sendo
ZU
necessário, para a configuração do delito, que HAJA EXPLORAÇÃO SEXUAL, assim entendida como a
MA
violação à liberdade das pessoas que ali exercem a mercancia carnal.

STJ. 6ª Turma. REsp 1.683.375-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 14/08/2018. (Info 631)
52989
A
IR
RE

MO
A Súmula 608 do STF permanece válida mesmo após o advento da Lei nº 12.015/2009. Assim, em caso de
estupro praticado mediante violência real, a ação penal é pública INCONDICIONADA mesmo após a Lei nº
NN
12.015/2009.
MA
STF. 1ª Turma. HC 125360/RJ, rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 27/2/2018. (Info 892)
LIS
2K
15. CRIMES CONTRA A SAÚDE PÚBLICA

93
78
25

75
NÃO será possível aplicar para o réu que praticou o art. 273, § 1º-B do CP a causa de diminuição prevista
07
no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343/2006, por ausência de previsão legal.

CZ
Nota:
VI
⚠ Divergências
IE
RK
• Para a 5ª Turma: SIM, é possível. Nesse sentido: STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1810273/SP, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado
em 01/10/2019.
ZU
O § 1º-B foi inserido no art. 273 do CP por força da Lei 9.677/98. O objetivo do legislador foi o de punir
MA
pessoas que vendem determinados “produtos destinados a fins terapêuticos ou medicinais” e que, embora
A
não se possa dizer que sejam falsificados, estão em determinadas condições que fazem com que seu uso seja
IR
RE
potencialmente perigoso para a população.

MO
49
NN
MA
IS
KL
07
Z
IC
EV
DELEGADO FEDERAL
KI
UR
Z
MA
A pena prevista pelo legislador para o § 1º-B foi de 10 a 15 anos de reclusão. Ocorre que essa pena é muito
RA
alta e, por conta disso, começou a surgir entre os advogados que militam na área a constante alegação de
I
RE
que essa reprimenda seria inconstitucional por violar o princípio da proporcionalidade.
MO
⇾ A tese foi acolhida pelo STJ? SIM.
NN
O STJ decidiu que o preceito secundário do art. 273, § 1º-B, inciso V, do CP é inconstitucional por ofensa aos
MA
princípios da proporcionalidade e da razoabilidade. STJ. 6ª Turma. AgRg no REsp 1740663/PR, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado
em 11/06/2019.
LIS
⇾ O que o STF entende a respeito? O Plenário do STF decidiu que “É inconstitucional a aplicação do preceito
2K
secundário do art. 273 do Código Penal, com redação dada pela Lei nº 9.677/98 (reclusão, de 10 a 15 anos,
93
e multa), à hipótese prevista no seu § 1ºB, I, que versa sobre a importação de medicamento sem registro
78
no órgão de vigilância sanitária.” STF. Plenário. RE 979962/RS, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 24/3/2021 (Repercussão Geral
25
– Tema 1003). (Info 1011)
75
07
16. CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA
CZ
52989 VI
IE
RK
A depender da gravidade da circunstância judicial, a incidência de uma única delas (art. 59, Código Penal)
ZU
é suficiente para a fixação da pena-base no máximo legal.

MA
STJ. AgRg nos EDcl no AREsp 2.172.438-SP, Rel. Ministro João Batista Moreira (Desembargador convocado do TRF1), Quinta Turma, por
unanimidade, julgado em 11/4/2023, DJe 14/4/2023. (Ed. Extra n. 13).
52989
A
IR

RE
Compete à Justiça Federal processar e julgar o crime de falsificação de documento público, consistente na
MO
falsificação de identidades funcionais do Poder Judiciário da União.

NN
Nota: a falsificação de identidades funcionais do Poder Judiciário da União atinge direta e essencialmente a
MA
fé pública e a presunção de veracidade de documento, cuja expedição atribui-se à Administração Pública

LIS
Federal, à qual o resguardo compete constitucionalmente à Justiça Comum Federal (art. 109, inciso IV, da
Constituição Federal).
2K
STJ. CC 192.033-SP, Rel. Ministra Laurita Vaz, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 14/12/2022, DJe 19/12/2022. (Info 763).
93
78

25
75
A empresa ostensiva, ou seja, a importadora aparente, que não indica o verdadeiro importador das
07
mercadorias pratica o delito tipificado no art. 299 do Código Penal (falsidade ideológica).
CZ
Nota: demais, considera-se como local da infração a sede fiscal da pessoa jurídica responsável pela inserção,
VI
na Declaração de Importação, de seu nome como importadora ostensiva, sabedora de que o real importador
IE
é outro.
RK
STJ. 3ª Seção. AgRg no CC 175.542/PR, Rel. Joel Ilan Paciornik, julgado em 24/02/2021.
ZU
MA

Na falsidade ideológica, o termo inicial da contagem do prazo da prescrição da pretensão punitiva é o
A
IR
momento da consumação do delito (e não o momento da eventual reiteração de seus efeitos).

RE
Nota: A falsidade ideológica é crime formal e instantâneo, cujos efeitos podem se protrair no tempo.
MO
50
NN
MA
IS
KL
07
Z
IC
EV
DELEGADO FEDERAL
KI
UR
Z
MA
STJ. 3ª Seção. RvCr 5233-DF, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 13/05/2020. (Info 672)
RA
52989
I
RE
MO
Adulterar placa de veículo reboque ou semirreboque NÃO configura o crime do art. 311 do CP.
STJ. 6ª Turma. RHC 98058-MG, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 24/09/2019 (Info 657).
NN
⇾ CONTUDO, A LEI Nº 14.562/2023 ALTEROU O ART. 311 DO CÓDIGO PENAL, PARA CRIMINALIZAR A CONDUTA DE
MA
QUEM ADULTERA SINAL IDENTIFICADOR DE VEÍCULO NÃO CATEGORIZADO COMO AUTOMOTOR. A NOVA REDAÇÃO
LIS
DO ART. 311 FALA AGORA EXPRESSAMENTE EM “REBOQUE” E “SEMIRREBOQUE”.
2K
93
Para tipificar o crime do art. 291 do CP, basta que o agente detenha a posse de petrechos destinados à
78
25
falsificação de moeda, sendo prescindível que o maquinário seja de uso exclusivo para esse fim.
75
STJ. 6ª Turma. REsp 1.758.958-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 11/09/2018. (Info 633)
07
CZ
17. CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
VI
IE
RK

ZU
Flagrado o agente antes do efetivo ingresso no interior do estabelecimento prisional, ainda durante a
MA
revista, não há falar em consumação do crime do art. 349-A do Código Penal, mas apenas em tentativa.
52989
A
STJ. AREsp 2.104.638-R, J Rel. Ministro Jesuíno Rissato (Desembargador convocado do TJDFT), Sexta Turma, por unanimidade, julgado em
IR
7/11/2023. (Info. 794)

RE
MO

A conduta de ingressar em estabelecimento prisional com chip de celular NÃO se subsome ao tipo penal
NN
previsto no art. 349-A do Código Penal.

MA
Nota:
LIS
⇾ Cuidado para não confundir - A posse de chip de telefone celular pelo preso, dentro de estabelecimento
2K
prisional, configura falta disciplinar de natureza grave, ainda que ele não esteja portando o aparelho (STJ. 5ª
93
Turma. HC 260122-RS, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 21/3/2013).

78
STJ. 5ª Turma. HC 619776/DF, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 20/04/2021. (Info 693)
25
75

07
O crime de exercício arbitrário das próprias razões é formal e consuma-se com o emprego do meio
CZ
arbitrário, ainda que o agente não consiga satisfazer a sua pretensão.

VI
⚠ Nota: Na doutrina, há posição de que o crime é material (Nelson Hungria e Mirabete, por exemplos): Se o
IE
agente não conseguiu o resultado pretendido, ele não fez justiça pelas próprias mãos. Logo, o delito não se
RK
consumou.
ZU
Entretanto, para o STJ, o tipo penal afirma que o sujeito age “para satisfazer” a sua pretensão sendo, então,
MA
suficiente, para a consumação do delito, que o agente tenha praticado atos para fazer justiça com as próprias
A
IR
mãos, ainda que não tenha conseguido.

RE
⚠ FRISA-SE QUE NÃO É NECESSÁRIO QUE O AGENTE TENHA ATINGIDO EFETIVAMENTE O SEU OBJETIVO. E,
MO
POR FIM, RESSALTA-SE QUE A SATISFAÇÃO, SE OCORRER, CONSTITUI MERO EXAURIMENTO DA CONDUTA.
51
NN
MA
IS
KL
07
Z
IC
EV
DELEGADO FEDERAL
KI
UR
Z
MA
STJ. 6ª Turma. REsp 1.860.791, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 09/02/2021. (Info 685)
I RA
RE
MO
Aquele que compra o prestígio de alguém que alegava ter influência junto a órgão público para impedir
um ato de fiscalização, apesar de praticar ato antiético e imoral, não comete nenhum ilícito se, ao fim e ao
NN
cabo, é enganado e não obtém o resultado esperado.
MA
52989
STJ. 5ª Turma. RHC 122.913, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 15/12/2020.
LIS
2K
93
O crime do art. 359-C do CP é próprio considerando que somente pode ser sujeito ativo do delito o agente
78
público que tenha poderes para contrair obrigação em nome do ente que representa.
25
STJ. 5ª Turma. AREsp 1.415.425-AP, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 19/09/2019. (Info 657)
75
07
17.1 Crimes Diversos
CZ
IE
São atípicas as condutas de submeter-se à vacinação contra covid-19 em local diverso do agendado e/ou
RK
com aplicação de imunizante diverso do reservado e/ou de submeter-se à vacinação sem a realização de
ZU
agendamento.
MA
Nota: No caso, o Tribunal de origem considerou que as condutas de submeter-se à vacinação contra covid-
52989
A
19 em local diverso do agendado, com aplicação de imunizante diverso do reservado e sem a realização de
IR
RE
agendamento subsumir-se-iam, em tese, aos tipos penais previstos nos arts. 312 e 317, § 2º, do Código Penal.
MO
STJ. AgRg no RHC 160.947-CE, Rel. Min. João Otávio de Noronha, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 27/09/2022, DJe 30/09/2022. (Info
752)
NN
MA

Não é típico o ato do servidor que se apropria de valores que já lhe pertenceriam, em razão do cargo por
LIS
ele ocupado.
2K
Nota: Nos termos da jurisprudência deste STJ, não é típico o ato do servidor que se apropria de valores que
93
já lhe pertenceriam, em razão do cargo por ele ocupado. Assim, a conduta da funcionária poderia ter
78
repercussões disciplinares ou mesmo no âmbito da improbidade administrativa, mas não se ajusta ao delito
25
75
de peculato, porque seus vencimentos efetivamente lhe pertenciam. Se o servidor merecia perceber a
07
remuneração, à luz da ausência da contraprestação respectiva, é questão a ser discutida na esfera

CZ
administrativo-sancionadora, mas não na instância penal, por falta de tipicidade.

VI
STJ. 5a Turma. AgRg no AREsp 2.073.825-RS, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 16/08/2022, DJe 22/08/2022.
IE
(Info 746).
RK
ZU

MA
A desobediência à ordem legal de parada, emanada por agentes públicos em contexto de policiamento
ostensivo, para a prevenção e repressão de crimes, constitui conduta penalmente típica, prevista no art.
A
IR
330 do Código Penal Brasileiro.

RE
STJ. 3ª Seção. REsp 1859933-SC, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, julgado em 09/03/2022 (Recurso Repetitivo – Tema 1060) (Info 732).
MO
52
NN
MA
IS
KL
07
Z
IC
EV
DELEGADO FEDERAL
KI
UR
Z
MA
⇾ No entanto, o Superior Tribunal de Justiça possui julgados sobre situação semelhante envolvendo
RA
abordagem por agentes de trânsito ou policiais militares no exercício de atividade fiscalizatória das normas
I
RE
de trânsito. Para esses casos, o STJ tem o posicionamento de que a negativa à ordem de parada configura,
MO
exclusivamente, infração administrativa prevista no art. 195 do CTB.
NN
EM ATIVIDADE DE FISCALIZAÇÃO DE EM ATIVIDADE OSTENSIVA, DE PREVENÇÃO
MA
TRÂNSITO, SE FOR AGENTE DE TRÂNSITO OU OU REPRESSÃO
52989
A CRIMES E BUSCA POR
POLICIAL MILITAR CRIMINOSOS
LIS
⚠ o descumprimento da ordem de parada é um ⚠ a negativa à ordem de parada emitida por
2K
93
atípico penal, configurando, exclusivamente, policiais constitui crime de desobediência do art.
78
infração administrativa prevista no art. 195 do 330 do CP, não havendo que se falar em
25
CTB. Fundamentos: na previsão de sanção incidência da regra do art. 195 do CTB, que se
75
administrativa do art. 195, CTB não há ressalva aplica para situação fática diversa, qual seja,
07
que possibilite a cominação concomitante com fiscalização de trânsito.
CZ
sanção de natureza penal. Além disso, o Direito
Penal segue o princípio da subsidiariedade. VI
IE
RK
STJ HC 369.082/SC, 5ª Turma. STJ HC 369.082/SC, 5ª Turma.

ZU
MA

52989
A
A mera interpretação equivocada da norma tributária não configura o crime de excesso de exação.
IR
STJ. 6ª Turma. REsp 1943262-SC, Rel. Min. Antônio Saldanha Palheiro, julgado em 05/10/2021. (Info 712)
RE
MO

NN
Comete crime de DESOBEDIÊNCIA (art. 330 do CP) o indivíduo que não atende a ordem dada pelo oficial
MA
de justiça na ocasião do cumprimento de mandado de entrega de veículo, expedido no juízo cível.

STF. 1ª Turma. HC 169417/SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 28/4/2020. (Info 975)
LIS
2K

93
A norma do art. 331 do Código Penal, que tipifica o crime de desacato, foi recepcionada pela Constituição
78
de 1988.
25
Nota: De acordo com a jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos e do Supremo Tribunal
75
Federal, a liberdade de expressão não é um direito absoluto e, em casos de grave abuso, é legítima a
07
utilização do direito penal para a proteção de outros interesses e direitos relevantes.

CZ
STF. Plenário. ADPF 496, Rel. Roberto Barroso, julgado em 22/06/2020. (Info 992)
VI
Mesmo sentido: STF. 2ª Turma. HC 141949/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 13/03/2018. (Info 894)
IE
17.2 Descaminho
RK
ZU

MA
A apreensão de mercadorias antes da entrada no recinto da aduana não configura o crime de descaminho.
A
STJ. RHC 179.244-SC, Rel. Ministro Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 6/6/2023, DJe 12/6/2023. (Ed. Extra n. 13).
IR
RE

MO
53
NN
MA
IS
KL
07
Z
IC
EV
DELEGADO FEDERAL
KI
UR
Z
MA
Incide a causa especial de aumento de pena prevista no § 3º do art. 334 do Código Penal quando se tratar
RA
de descaminho praticado em transporte aéreo, não sendo relevante o fato de o voo ser regular ou
I
RE
clandestino.
MO
STJ. AgRg no AREsp 2.197.959-SP, Rel. Ministro Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta Turma, por maioria, julgado em 28/2/2023.
NN
MA
Para aplicação da majorante prevista no art. 334, § 3º, do Código Penal, é necessária a condição de
LIS
clandestinidade.
2K
⚠ Nota: A majorante somente pode ser aplicada quando houver uma maior reprovabilidade da conduta,
93
caracterizada pela atuação do imputado no sentido de dificultar a fiscalização estatal, por meio da
78
clandestinidade.
25
• Em sentido contrário: STJ e 1ª Turma do STF: NÃO.
75
O art. 334, § 3º, do Código Penal prevê a aplicação da pena em dobro se “o crime de contrabando ou
07
descaminho é praticado em transporte aéreo”.
CZ
• Se a lei não faz restrições quanto à espécie de voo que enseja a aplicação da majorante, não cabe ao
VI
intérprete restringir a aplicação do dispositivo legal, sendo irrelevante que o transporte seja clandestino ou
IE
RK
regular.
ZU
STJ. 5ª Turma. HC 390.899/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 23/11/2017.

STJ. 6ª Turma. AgRg no REsp 1850255/SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 26/05/2020.
MA
• O art. 334, § 3º, do CP, ao versar sobre o aumento da sanção nos casos de descaminho praticado em
52989
A
transporte aéreo, não distingue os casos de voos clandestinos ou regulares.

IR
STF. 1ª Turma. HC 169846, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 12/11/2019.

RE
STF. Plenário. HC 162553 AgR/CE, relator Min. Edson Fachin, redator do acórdão Min. Gilmar Mendes, julgado em 14/9/2021. (Info 1030)
MO
Em sentido contrário: STJ e 1ª Turma do STF

NN

MA
LIS
Compete à JUSTIÇA FEDERAL o julgamento dos crimes de CONTRABANDO e de DESCAMINHO, ainda que
2K
inexistentes indícios de transnacionalidade na conduta.

93
STJ. 3ª Seção. CC 160.748-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 26/09/2018. (Info 635)
78
25

75
É dispensada a existência de procedimento administrativo fiscal com a posterior constituição do crédito

07
tributário para a configuração do crime de descaminho (art. 334 do CP), tendo em conta sua natureza
CZ
formal.
VI
STF. 1ª Turma. HC 121798/BA, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 29/5/2018. (Info 904)
IE
RK
17.3 Contrabando 52989

ZU
MA

A
O princípio da insignificância é aplicável ao crime de contrabando de cigarros quando a quantidade

IR
apreendida não ultrapassar 1.000 (mil) maços, seja pela diminuta reprovabilidade da conduta, seja pela
RE
MO
54
NN
MA
IS
KL
07
Z
IC
EV
DELEGADO FEDERAL
KI
UR
Z
MA
necessidade de se dar efetividade à repressão a o contrabando de vulto, excetuada a hipótese de
RA
reiteração da conduta, circunstância apta a indicar maior reprovabilidade e periculosidade social da ação.
I
RE
STJ. REsp 1.977.652-SP, Rel. Ministro Joel Ilan Paciornik, Rel. para acórdão Ministro Sebastião Reis Junior, Terceira Seção, por maioria, julgado em
MO
13/9/2023, DJe 19/9/2023 Tema 1143. (Info 787)
NN
MA
Configura CONTRABANDO (e não descaminho) a conduta de importar, à margem da disciplina legal, arma
LIS
de pressão por ação de gás comprimido ou por ação de mola.
2K
Não é possível aplicar o princípio da insignificância mesmo que a arma de ar comprimido importada seja
93
de calibre inferior a 6 mm, já que este postulado é incabível para contrabando.
78
STF. 2ª Turma. HC 131943/RS, Rel. Min. Gilmar Mendes, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 7/5/2019. (Info 939)
25
Mesmo sentido: STJ. 5ª Turma. REsp 1428628/RS, julgado em 28/04/2015/STJ. 6ª Turma. REsp 1.427.726-RS, julgado em 14/10/2014.
75
07
CZ
Compete à JUSTIÇA FEDERAL a condução do inquérito que investiga o cometimento do delito previsto no
VI
art. 334, § 1º, IV, do Código Penal, na hipótese de venda de mercadoria estrangeira, permitida pela ANVISA,
IE
desacompanhada de nota fiscal e sem comprovação de pagamento de imposto de importação.
RK
STJ. CC 159.680-MG, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, por unanimidade, julgado em 08/08/2018, DJe 20/08/2018.
ZU
MA
17.4 Denunciação Caluniosa

52989
A
52989
IR

RE
Se, em razão da comunicação falsa de crime, houve a instauração de inquérito policial, sendo a falsidade
MO
descoberta durante os atos investigatórios nele realizados, o delito cometido é o de DENUNCIAÇÃO

NN
CALUNIOSA, previsto no art. 339 do CP. O fato de o indivíduo apontado falsamente como autor do delito
MA
inexistente não ter sido indiciado no curso da investigação não é motivo suficiente para desclassificar a
conduta para o crime do art. 340.
LIS
STJ. 6ª Turma. REsp 1482925-MG, Rel. Min. Sebastião Reis, julgado em 6/10/2016. (Info 592)
2K
93
17.5 Corrupção
78
25

75
Configura o crime de CORRUPÇÃO ATIVA o oferecimento de vantagem indevida a funcionário público para
07
determiná-lo a omitir ou retardar ato de ofício relacionado com o cometimento do crime de posse de
CZ
drogas para uso próprio.

VI
IE
Nota: O artigo 28 da Lei de Drogas, ainda que não preveja pena privativa de liberdade, permanece como
RK
crime. Não houve descriminalização da conduta, mas tão somente sua despenalização, vez que a norma
ZU
especial conferiu tratamento penal mais brando aos usuários de drogas. Em casos dessa natureza, muito
MA
embora não se imponha a prisão em flagrante, é obrigação do policial conduzir o autor do fato diretamente
ao juízo competente ou, na falta deste, à delegacia, lavrando-se, neste caso, o respectivo termo
A
IR
circunstanciado e providenciando-se as requisições dos exames e perícias necessários, nos termos do artigo
RE
48, §§ 2º e 3º, da Lei n. 11.343/2006.

MO
55
NN
MA
IS
KL
07
Z
IC
EV
DELEGADO FEDERAL
KI
UR
Z
MA
Cumpre ressaltar, ainda, que para a configuração do delito de corrupção ativa, a norma penal sequer exige
RA
que o ato de ofício tenha sido efetivamente praticado, até porque, em se constatando que o funcionário
I
RE
retardou ou omitiu ato de ofício, ou o praticou infringindo dever funcional, incidirá a causa de aumento de
MO
pena prevista no parágrafo único do artigo 333 do Código Penal.
NN
STJ. 5ª Turma. AREsp 2.007.599-RJ, Rel. Min. Jesuíno Rissato (Desembargador convocado do TJDFT), Quinta Turma, por unanimidade, julgado em
03/05/2022. (Info 735).
MA
LIS
2K
Para tipificação do art. 317 do Código Penal - CORRUPÇÃO PASSIVA -, deve ser demonstrada a solicitação
93
ou recebimento de vantagem indevida pelo agente público, não configurada quando há mero
78
ressarcimento ou reembolso de despesa.
25
Nota: Não comete crime o médico do SUS que cobra do paciente um valor pelo fato de utilizar, na cirurgia, a
75
sua máquina particular de videolaparoscopia (que não é oferecida na rede pública).
07
STJ. 5ª Turma. HC 541.447-SP, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 14/09/2021. (Info 709)
CZ
IE
Pratica corrupção passiva o Deputado Federal que recebe vantagem indevida para interceder junto a
RK
diretor da Petrobrás com o intuito de que fazer com que a empresa faça acordo com empresa privada e
ZU
pague a ela determinadas quantias em atraso.

MA
Nota: o julgado trouxe novo entendimento indo ao encontro

52989
do julgado STJ 6ª Turma no Resp 1745410, de 02/10/2018
A
(Informativo 635).
IR
STF. 2ª Turma. AP 1002/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 9/6/2020. (Info 981)
RE
MO

NN
O crime de corrupção passiva consuma-se ainda que a solicitação ou recebimento de vantagem indevida,
MA
ou a aceitação da promessa de tal vantagem, esteja relacionada com atos que formalmente não se inserem
nas atribuições do funcionário público, mas que, em razão da função pública, materialmente implicam
LIS
alguma forma de facilitação da prática da conduta almejada.

2K
STJ. 6ª Turma. REsp 1745410-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Rel. Acd. Min. Laurita Vaz, julgado em 02/10/2018. (Info 635)
93
78
52989
25
Pratica corrupção passiva o Deputado que concede apoio político à permanência de Diretor da Petrobrás
75
em troca do recebimento de propina.

07
STF. 2ª Turma. AP 996/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 29/5/2018. (Info 904)
CZ
VI
17.6 Peculato
IE
RK
ZU

MA
O mero proveito econômico não é suficiente para tipificar o crime de peculato-desvio, é necessário que o
agente pratique alguma conduta voltada ao desvio de verbas públicas.
A
IR
STJ. AgRg no RHC 144.053-RJ, Rel. Min. Jesuíno Rissato (Desembargador Convocado Do TJDFT), Rel. Acd. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por
RE
maioria, julgado em 19/10/2021, DJe 03/11/2021.

MO
56
NN
MA
IS
KL
07
Z
IC
EV
DELEGADO FEDERAL
KI
UR
Z
MA
RA
Configura o crime de PECULATO-DESVIO o fomento econômico de candidatura à reeleição por Governador
I
RE
de Estado com o patrimônio de empresas estatais.
MO
STJ. REsp 1.776.680-MG, Rel. Min. Jorge Mussi, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 11/02/2020, DJe 21/02/2020. (Info 666)
NN
MA
O administrador que desconta valores da folha de pagamento dos servidores públicos para quitação de
LIS
empréstimo consignado e não os repassa a instituição financeira pratica PECULATO-DESVIO, sendo
2K
desnecessária a demonstração de obtenção de proveito próprio ou alheio, bastando a mera vontade de
93
realizar o núcleo do tipo.
78
STJ. APn 814-DF, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Rel. Acd. Min. João Otávio de Noronha, Corte Especial, por maioria, julgado em 06/11/2019,
25
DJe 04/02/2020. (Info 664)
75
07
17.7 Conceito de Funcionário Público e Causa de Aumento do Art. 327, §2º do CP
CZ
IE
É incabível a causa de aumento do art. 327, § 2º, do CP pelo mero exercício do cargo, sendo necessária a
RK
demonstração de uma imposição hierárquica ou de direção.

ZU
Nota: A mera afirmação de que o denunciado ocupa o cargo de desembargador é insuficiente para a
MA
incidência da causa de aumento de pena prevista no art.

52989
327, § 2º, do Código Penal.
A
STJ. Corte Especial. AgRg na APn 970-DF, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 04/05/2022 (Info 736).
IR
52989
RE

MO
O Capítulo I do Título XI do Código Penal, que tipifica os crimes praticados por funcionários contra a
NN
administração em geral, não se aplica aos dirigentes do "Sistema S".

MA
STJ. RHC 163.470-DF, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 21/06/2022, DJe 27/06/2022.
LIS

2K
A causa de aumento do art. 327, § 2º, do CP não se aplica para autarquias.

93
Nota: Isso porque o dispositivo legal menciona apenas órgãos, sociedade de economia mista, empresas
78
públicas e fundações.
25
STF. 2ª Turma. AO 2093/RN, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 3/9/2019. (Info 950)
75
07

CZ
O diretor de organização social pode ser considerado funcionário público por equiparação para fins penais
VI
IE
(art. 327, § 1º do CP). Isso porque as organizações sociais que celebram contratos de gestão com o Poder
RK
Público devem ser consideradas “entidades paraestatais”, nos termos do art. 327, § 1º do CP.
ZU
Nota:
MA
⇾ São considerados funcionários públicos para fins penais:

• Diretor de organização social STF. 1ª Turma. HC 138484/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 11/9/2018 (Info 915).
A
IR
• Administrador de Loteria STJ. 5ª Turma. AREsp 679.651/RJ, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 11/09/2018.
RE
• Advogados dativos STJ. 5ª Turma. HC 264.459-SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 10/3/2016 (Info 579).
MO
57
NN
MA
IS
KL
07
Z
IC
EV
DELEGADO FEDERAL
KI
UR
Z
MA
• Médico de hospital particular credenciado/conveniado ao SUS (após a Lei 9.983/2000)
RA
STJ. 5ª Turma. AgRg no
REsp 1101423/RS, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 06/11/2012.
I
RE
• Estagiário de órgão ou entidade públicos STJ. 6ª Turma. REsp 1303748/AC, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em
MO
25/06/2012.
STF. 1ª Turma. HC 138484/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 11/09/2018. (Info 915)
NN
MA
LIS
2K
93
78
25
75
07
CZ
VI
IE
RK
ZU
MA
52989
A
IR
52989
RE
MO
NN
MA
LIS
2K
93
78
25
75
07
CZ
VI
IE
RK
ZU
MA
A
IR
RE
MO
58
NN
MA
IS
KL

Caderno de Jurisprudência. Federal Preparacao Extensiva 42 Semanas Dedicacao Delta Caderno de Jurisprudencia Semana 01

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Caderno de Jurisprudência. Federal Preparacao Extensiva 42 Semanas Dedicacao Delta Caderno de Jurisprudencia Semana 01

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1.1 APONTAMENTOS e DIVERGÊNCIAS ............................................................................................................................... 4

1.2 RECONHECE-SE a aplicação do princípio da insignificância ......................................................................................... 7

do princípio da insignificância ............................................ 8

2. DOSIMETRIA DA PENA ....................................................................................................................................9

2.1 Pena de Multa ............................................................................................................................................................... 18

3. CONCURSO FORMAL E CRIME CONTINUADO ..............................................................................................20

3.1 Crime Continuado ......................................................................................................................................................... 20

5. FIXAÇÃO DO REGIME PRISIONAL ..................................................................................................................23

6. PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS .................................................................................................................23

8. OUTROS TEMAS DA PARTE GERAL ...............................................................................................................26

8.1 Medida de Segurança ................................................................................................................................................... 26

8.2 Livramento Condicional ................................................................................................................................................ 27

8.3 Imputabilidade .............................................................................................................................................................. 27

8.4 Arrependimento Posterior ........................................................................................................................................... 27

8.5 Reincidência ................................................................................................................................................................... 27

8.6 Teoria do Domínio Final do Fato .................................................................................................................................. 28

8.7 Perda do Cargo .............................................................................................................................................................. 28

14. CRIME CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL .......................................................................................................44

15. CRIMES CONTRA A SAÚDE PÚBLICA ...........................................................................................................49

16. CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA ..................................................................................................................50

17. CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ..........................................................................................51

17.1 Crimes Diversos ........................................................................................................................................................... 52

17.2 Descaminho ................................................................................................................................................................. 53

17.3 Contrabando ................................................................................................................................................................ 54

17.4 Denunciação Caluniosa ............................................................................................................................................... 55

17.5 Corrupção .................................................................................................................................................................... 55

17.6 Peculato ....................................................................................................................................................................... 56

necessidade de se dar efetividade à repressão a o contrabando de vulto, excetuada a hipótese de

13/9/2023, DJe 19/9/2023 Tema 1143. (Info 787)

No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma:

com habitualidade, a cometer crimes patrimoniais.

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Admite-se, EXCEPCIONALMENTE, a aplicação do princípio da insignificância a crime praticado em prejuízo

da administração pública quando for ÍNFIMA a lesão ao bem jurídico tutelado.

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EXCEPCIONALMENTE, admite-se o princípio da insignificância nos crimes contra a fé pública (USO DE

agente, a nenhuma periculosidade social da ação, o reduzidíssimo grau de reprovabilidade do

comportamento e a inexpressividade da lesão jurídica provocada", a demonstrar a atipicidade material da

Admite-se, EXCEPCIONALMENTE, o princípio da insignificância nos crimes contra a fé pública se:

↳ O dolo do réu revelar:

⚠ Portanto, o julgado acima é uma EXCEÇÃO!

No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma:

• STJ: NÃO é possível aplicar o princípio da insignificância.

No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma:

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definido em parâmetro estabelecido para a propositura judicial de execução fiscal.

Ainda vale o conhecimento da jurisprudência em Teses do STJ (ed. 47):

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provedor SEM autorização da ANATEL (art. 183 da Lei nº 9.472/97)?

Art. 183, Lei nº 9.472/1997. Desenvolver clandestinamente atividades de telecomunicação:

• No STJ: é pacífico que NÃO:

↳ Súmula nº 606, STJ: NÃO SE APLICA o princípio da insignificância a CASOS DE TRANSMISSÃO

• No STF: prevalece que não. 52989

Assim, é inaplicável o princípio da insignificância no crime de transmissão clandestina de sinal de internet,

situações nas quais ficou demonstrada a inexistência de lesividade.

Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem: [...]

em há a devolução do único peixe – ainda vivo – ao rio em que foi pescado.

1.2 RECONHECE-SE a aplicação do princípio da insignificância

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Tribunal utilizou esse52989

art. 44, II, do CP.