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DIREITO PROCESSUAL CIVIL

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Jurisdição e Ação.

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SUMÁRIO

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SUMÁRIO .......................................................................................................................................................... 3

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL ...................................................................................................................... 5

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QUAL DEVE SER O FOCO? ....................................................................................................................................5

TR
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1. A JURISDIÇÃO........................................................................................................................................................5

A
1.1. Conceito ............................................................................................................................................................5

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1.2. Escopos da jurisdição ...................................................................................................................................7

NT
1.3. Equivalentes Jurisdicionais: ........................................................................................................................7

7A
1.4. Características principais da jurisdição ................................................................................................ 18

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70
1.5. Princípios da jurisdição:............................................................................................................................. 19

90
1.6. Espécies De Jurisdição .............................................................................................................................. 22

20
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1.7. Cooperação Internacional ........................................................................................................................ 26

O
2. A AÇÃO. CONCEITO, NATUREZA, ELEMENTOS E CARACTERÍSTICAS. CONDIÇÕES DA IT
BR
AÇÃO. CLASSIFICAÇÃO. ..................................................................................................................................... 29
A

2.1. Conceito ......................................................................................................................................................... 29


LV

2.2. Teorias sobre o Direito de Ação ............................................................................................................. 29


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2.3. Elementos da Ação: Identificam a ação ...............................................................................................


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2.4. Requisitos de admissibilidade do processo (condições da ação, na visão de parte da


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doutrina):................................................................................................................................................................ 35
TR

3. PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS. PRECLUSÃO..................................................................................... 37


PA

3.1. Pressupostos Processuais: ...................................................................................................................... 37


A
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3.2. Preclusão ....................................................................................................................................................... 39


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TAREFAS PARA O ESTUDO ATIVO .............................................................................................................. 41


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DIREITO PROCESSUAL CIVIL

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Jurisdição e Ação.

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL

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TEMA DO DIA

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL

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Jurisdição. Ação. Pressupostos Processuais. Preclusão

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ARTIGOS IMPORTANTES

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CF 88 – Arts. 18, 19, 25 a 28, 32 a 37, 38, 84, 137

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DECRETO-LEI Nº 200/1967 - Arts. 1º ao 5º

NT
(Apesar de voltado para União, os conceitos lá constantes acabam sendo utilizados pela

7A
doutrina).

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QUAL DEVE SER O FOCO?

20
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1. Princípios da jurisdição

O
2. Elementos da ação. Partes, causa de pedir e pedido. Cumulação de ações
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3. Pressupostos de existência e requisitos de validade. Pressupostos processuais
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subjetivos e objetivos. Capacidade postulatória.


LV

4. Preclusão temporal, lógica e consumativa


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1. A JURISDIÇÃO
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1.1. Conceito
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A

A jurisdição pode ser compreendida como o PODER-DEVER Estatal de APLICAR O DIREITO


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objetivo ao caso concreto, para resolver com DEFINITIVIDADE uma situação de crise jurídica e gerar
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a PACIFICAÇÃO SOCIAL. O poder jurisdicional é o que permite o exercício da função jurisdicional e


se materializa por meio da atividade jurisdicional. Tem três características essenciais: inércia,
87
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substitutividade e natureza declaratória.


7
90
20

Segue conceito de jurisdição apresentado por Fredie Didier Jr.1:


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O

A jurisdição é a função atribuída a terceiro imparcial (a) de realizar o Direito


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BR

de modo imperativo (b) e criativo (reconstrutivo) (c),


reconhecendo/efetivando/protegendo situações jurídicas (d) concretamente
A
LV

deduzidas (e), em decisão insuscetível de controle externo (f) e com aptidão


SI

para tornar-se indiscutível (g).


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1
DIDIER JR., Fredie. Curso de direito processual civil: introdução ao direito processual civil. 17. ed. Salvador:
PA

Juspodivm, 2015. p. 153.


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DIREITO PROCESSUAL CIVIL

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Jurisdição e Ação.

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A jurisdição pode ser encarada como função, poder ou atividade:

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1) Jurisdição como função: é a função de resolver conflitos de interesses com imparcialidade.

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2) Jurisdição como poder: é a poder de decidir do órgão julgador e de impor suas decisões.

PA
Ressalta-se que o árbitro tem o poder de decisão, mas não pode executar suas decisões, que deverá

A
ser realizada pelo Poder Judiciário.

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NT
3) Jurisdição como atividade: conjunto de atos praticados pelo julgador no processo.

7A
28
A jurisdição se limita apenas a dizer e impor o direito? De acordo com o posicionamento

70
doutrinário moderno, a jurisdição vai além de apenas dizer o direito e deve sempre ser pautada para

90
a concretização do direito. Dessa forma, a jurisdição deve exercer a função de criação da norma

20
72
jurídica ao caso concreto por meio da análise da norma à luz dos princípios e dos direitos

O
fundamentais. Fala-se, atualmente, na necessidade de “juris-satisfação”2.
IT
BR

A jurisdição é exercida somente pelo Poder Judiciário? A jurisdição não é privativa do Poder
A
LV

Judiciário, mas é exercida por ele como sua função típica. Entretanto, na condição de função atípica
SI

outros poderes exercem a jurisdição. É o caso, por exemplo, do julgamento pelo Legislativo do
DA

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processo de impeachment do Presidente da República ou ainda no julgamento de processos


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administrativos pela Administração Pública, ainda que não haja definitividade3.


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ATENÇÃO! O Poder Judiciário também exerce outras funções além da jurisdição (atípicas),
como a organização de pessoal, realização de concursos públicos que se enquadram na função
A
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administrativa e também a elaboração de regimentos internos ou o poder normativo da Justiça do


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Trabalho como função legislativa!


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87

No concurso da PGM Criciúma - SC (UNESC - 2021), o tema foi cobrado da seguinte


02

forma:
7
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20

Diz-se, comumente, que a jurisdição (juris dicere) é o poder que o Estado avocou para si de
72

dizer o direito, de fazer justiça, em substituição aos particulares. Sobre a Jurisdição é


O
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correto afirmar:
BR
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I - é poder, porquanto decorrente da potestade do Estado exercida de forma definitiva em


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face das partes em conflito; II - é função, porque cumpre a finalidade de fazer valer a ordem
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jurídica colocada em dúvida diante de uma lide; III - é atividade, na medida em que consiste
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2
NEVES, Daniel Amorim Assunção. Manual de Direito Processual Civil. 13. ed. Salvador: Juspodivm, 2021. p. 62.
PA

3
NEVES, Daniel Amorim Assunção. Manual de Direito Processual Civil. 13. ed. Salvador: Juspodivm, 2021. p. 62.
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Jurisdição e Ação.

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numa série de atos e manifestações externas e ordenadas que culminam com a declaração

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do direito e concretização de obrigações consagradas num título.

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Assinale a alternativa que contenha as afirmativas corretas:

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A) Somente as afirmativas I e II estão corretas.

A
B) Somente as afirmativas I e III estão corretas.

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C) Somente as afirmativas II e III estão corretas

O
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D) Somente a afirmativa I está correta.

7A
E) Todas as afirmativas estão corretas.

28
70
A alternativa considerada correta foi a letra E.

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1.2. Escopos da jurisdição

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Objetivos da jurisdição: De acordo Daniel Neves4, a jurisdição tem quatro escopos: jurídico,
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social, educacional e político.


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A) Escopo jurídico: aplicação concreta da vontade do direito resolvendo-se a lide jurídica, ou


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seja, há aplicação do direito objetivo ao caso concreto.


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B) Escopo social: ao resolver o conflito, a jurisdição exerce a função de pacificação social (lide
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sociológica). A atuação jurisdicional deve sempre ser pautada na tentativa de pacificação e solução
dos conflitos apresentados.
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C) Escopo educacional: ensinos aos jurisdicionados sobre seus direitos e deveres, por isso é
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indispensável a linguagem acessível das decisões judiciais.


87
02

D) Escopo político: fortalecimento do Estado com maior credibilidade perante os cidadãos,


7
90

último recurso de proteção de liberdades e direitos fundamentais e há o incentivo à participação


20

democrática pelo processo.


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1.3. Equivalentes Jurisdicionais:


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São formas não jurisdicionais, alternativas de solução de conflitos. Todas essas formas de
SI

solução de conflitos não são definitivas, pois podem ser submetidas ao controle jurisdicional.
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4
NEVES, Daniel Amorim Assunção. Manual de Direito Processual Civil. 13. ed. Salvador: Juspodivm, 2021. p. 83.
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Jurisdição e Ação.

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Daniel Neves afirma que a constatação de que a jurisdição estatal não é a única forma de

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solução dos conflitos, conforme dispõe o CPC, permite concluir que houve adoção do sistema

DA
MULTIPORTAS de solução de conflitos, devendo ser prestigiado o meio mais adequado para cada

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conflito.

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Vejamos algumas delas:

A
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a) Autotutela: É o sacrifício integral do interesse de uma das partes envolvidas em função do

O
NT
exercício da força pela parte vencedora. Não é admitida de forma ampla e irrestrita, salvo nas

7A
hipóteses legalmente previstas.

28
Ex: Legítima defesa; desforço imediato no esbulho; greve; direito de retenção, guerra; poder de

70
autotutela da administração pública ou, ainda:

90
20
72
“São exemplos de autotutela: [...] o privilégio do poder público de executar seus próprios atos.”

O
(DIDIER, Fredie. Curso...2022, p. 225)
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Código Civil, art. 1.283. As raízes e os ramos de árvore, que ultrapassarem a estrema do prédio,
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poderão ser cortados, até o plano vertical divisório, pelo proprietário do terreno invadido.
SI

ATENÇÃO: É possível, no entanto, rever a autotutela pelo Poder Judiciário, ante o princípio da
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inafastabilidade da jurisdição. Ou seja, é uma forma imediata de solução de conflitos, porém nao
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definitiva, pois sempre pode ser revista jurisdicionalmente.


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FORMAS CONSENSUAIS DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS


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Dispõe o CPC:
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Deu-se ênfase à possibilidade de as partes porem fim ao conflito pela via da


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mediação ou da conciliação. Entendeu-se que a satisfação efetiva das partes


02

pode dar-se de modo mais intenso se a solução é por elas criada e não
7
90

imposta pelo juiz. (Exposição de Motivos do CPC/2015)


20
72

Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.


O
IT

§ 1º É permitida a arbitragem, na forma da lei.


BR

§ 2º O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos


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conflitos.
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§ 3º A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de


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conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos


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e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial.


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Jurisdição e Ação.

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Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código,

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incumbindo-lhe: [...] V – promover, a qualquer tempo, a autocomposição,

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preferencialmente com auxílio de conciliadores e mediadores judiciais;

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b) Autocomposição: O que determina a solução do conflito é a vontade das partes, com sacrifício

PA
recíproco de interesses, o que valoriza a autonomia da vontade das partes na solução dos conflitos.

A
Está fundada no sacrifício integral ou parcial do interesse das partes, mediante vontade unilateral

NI
ou bilateral dos sujeitos. São espécies:

O
NT
7A
• Transação: Há sacrifício recíproco de interesses, pois cada parte abdica parcialmente de sua

28
pretensão para que atinja a solução do conflito;

70
• Renúncia: O exercício de vontade é unilateral, pois o titular de pretenso direito abdica;

90
• Submissão: O exercício de vontade é unilateral, pois o sujeito se submete à pretensão

20
72
contrária, ainda que fosse legítima a sua resistência. Pode ser do autor (renúncia), ou do réu

O
(reconhecimento do pedido).
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Com o NCPC o sistema do direito processual civil brasileiro é, enfim, estruturado no sentido de
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estimular a autocomposição. Não por acaso, no rol de normas fundamentais do processo civil, estão
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os §§ 2º e 3º do art. 3º do NCPC:
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§ 2º O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual


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dos conflitos.
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§ 3º A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual


de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores
A
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públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do


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processo judicial.
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No tocante à transação, necessário destacar a mediação e conciliação:


02
7
90

Na mediação e na conciliação, há presença de um terceiro, mas ele não irá resolver o conflito
20

das partes. Vale ressaltar que tanto a mediação quanto a conciliação não podem ser impostas às
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partes, pois são meios autocompositivos de solução de conflitos.


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I. Conciliação: Um terceiro oferece soluções fundadas no sacrifício recíproco dos interesses das
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partes. O conciliador deve atuar preferencialmente nos casos em que não haja vínculo anterior entre
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as partes, ou seja, é indicada quando não há relação continuada entre as partes, como, por exemplo,
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em uma colisão de veículos. Vide, a propósito: Art. 165, § 2º O conciliador, que atuará
IA

preferencialmente nos casos em que não houver vínculo anterior entre as partes, poderá sugerir
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soluções para o litígio, sendo vedada a utilização de qualquer tipo de constrangimento ou


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intimidação para que as partes conciliem.


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DIREITO PROCESSUAL CIVIL

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Jurisdição e Ação.

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II. Mediação: A mediação não é centrada no conflito em si, mas em suas causas. O terceiro NÃO

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faz propostas, mas possibilita um diálogo entre as partes, a fim de que elas resolvam o conflito entre

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si. O mediador tem o papel de induzir as partes à solução do conflito e deve atuar preferencialmente

IA
nos casos em que haja vínculo anterior entre as partes, como em questões de direito de família e

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vizinhança. Vide, a propósito: Art. 165, § 3º O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em

PA
que houver vínculo anterior entre as partes, auxiliará aos interessados a compreender as questões

A
e os interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo restabelecimento da comunicação,

NI
identificar, por si próprios, soluções consensuais que gerem benefícios mútuos.

O
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7A
OBS.: Vale a pena lembrar, ainda, a existência da técnica da negociação, em que a

28
autocomposição é obtida sem a intermediação de terceiros: “Na negociação, as partes se

70
encontram diretamente e, de acordo com suas próprias estratégias e estilos, procuram resolver

90
uma disputa e planejar uma transação, mediante discussões que incluem argumentação e

20
72
arrazoamento. Sem a intervenção de terceiros, as partes procuram resolver as questões,

O
resolvendo disputas mediante discussões que podem ser conduzidas pelas partes
IT
autonomamente, ou por representantes.” (TAVARES, Fernando Horta. Mediação & Conciliação.
BR

Mandamentos, 2002, p. 42)


A
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SI

IMPORTANTE! A conciliação e a mediação são informadas pelos princípios da INDEPENDÊNCIA,


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IMPARCIALIDADE, AUTONOMIA DA VONTADE, CONFIDENCIALIDADE, ORALIDADE,


IA

INFORMALIDADE e DECISÃO INFORMADA:


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Princípios:
A
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a) Princípio da independência: não se admite que os conciliadores e mediadores sofram


TO

influências em sua atuação, sejam elas advindas do Poder Judiciário, das próprias partes ou
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de terceiros.
87

b) Princípio da imparcialidade: a atuação do conciliador e do mediador deve


38293 ser realizada sem
02

que haja privilégio de uma das partes em relação à outra. “Também o conciliador deve ser
7
90

imparcial, porque quando apresenta propostas de solução dos conflitos, deve ter como
20

propósito a forma mais adequada à solução do conflito, e não a vantagem indevida de uma
72

parte sobre a outra.”5


O
IT
BR

Nos termos do art. 170 do CPC, no caso de impedimento, o conciliador ou mediador o comunicará
A
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imediatamente, de preferência por meio eletrônico, e devolverá os autos ao juiz do processo ou ao


SI

coordenador do centro judiciário de solução de conflitos, devendo este realizar nova distribuição.
DA
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5
NEVES, Daniel Amorim Assunção. Manual de Direito Processual Civil. 13. ed. Salvador: Juspodivm, 2021. p. 72.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL

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Jurisdição e Ação.

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c) Princípio da autonomia da vontade: as partes devem ter a vontade livre e sem influências

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para poder solucionar seus conflitos de comum acordo. Os impedimentos à autonomia das

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vontades podem viciar o acordo celebrado entre as partes, não resolvendo o conflito.

IA
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De acordo com o art. 166, § 4º, do CPC, há reforço à necessidade de toda mediação e conciliação

PA
serem regidas pela livre autonomia dos interessados, inclusive no que tange ao respeito à definição

A
das regras procedimentais:

NI
O
NT
Art. 166, § 4º, do CPC: A mediação e a conciliação serão regidas conforme a

7A
livre autonomia dos interessados, inclusive no que diz respeito à definição

28
das regras procedimentais.

70
90
d) Princípio da confidencialidade: a confidencialidade diz respeito à possibilidade de restringir

20
72
a divulgação das informações acerca do conflito e da forma de solução adotada pelas partes

O
envolvidas. Nos termos do art. 166, § 1º, do CPC, a confidencialidade é estendida a todas as
IT
informações produzidas no curso do procedimento, que não pode ser utilizado para fim
BR

diverso daquele previsto por expressa deliberação das partes.


A
LV

e) Dever de sigilo (art. 166, § 2º, do CPC): O conciliador e o mediador e suas equipes não
SI

podem divulgar ou testemunhar sobre os fatos oriundos da conciliação ou da mediação. É


DA

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hipótese de impedimento legal aos mediadores e conciliadores.


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f) Princípio da oralidade: as tratativas e negociações entre as partes e a atuação do conciliador


IC

e do mediador devem ser realizadas de forma oral, ou seja, elas se desenvolvem pela
TR
PA

conversa entre as partes envolvidas. De acordo com Daniel Neves6, a oralidade tem 3
funções: conferir celeridade, prestigiar a informalidade e promover a confidencialidade, já que
A
NI

muito pouco será escrito.


TO

g) Princípio da informalidade: está associado diretamente com o princípio da informalidade e


AN

busca facilitar, sem rituais e burocracias, a aproximação das partes para que cheguem a um
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consenso sobre o conflito existente. Deve-se evitar, portanto, a comunicação rebuscada e


02

difícil por parte dos conciliadores e mediadores e o uso de roupas solenes7.


7
90
20

OBS.:
72
O
IT

- Em razão do dever de sigilo, inerente às suas funções, o conciliador e o mediador, assim como os
BR

membros de suas equipes, não poderão divulgar ou depor acerca de fatos ou elementos oriundos
A
LV

da conciliação ou da mediação. 38293


SI

- Admite-se a aplicação de técnicas negociais, com o objetivo de proporcionar ambiente favorável à


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autocomposição.
IA
IC

6
NEVES, Daniel Amorim Assunção. Manual de Direito Processual Civil. 13. ed. Salvador: Juspodivm, 2021. p. 72.
TR

7
DIDIER JR., Fredie. Curso de direito processual civil: introdução ao direito processual civil. 17. ed. Salvador:
PA

Juspodivm, 2015. p. 278.


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Jurisdição e Ação.

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No concurso da PGM Cabo de Santo Agostinho – PE (IBF - 2019), o tema foi cobrado

DA
da seguinte forma:

IA
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TR
Sobre jurisdição, ação e as disposições constitucionais e legais acerca dos temas, analise

PA
as afirmativas abaixo.

A
NI
I. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade. II. O interesse do autor

O
NT
pode limitar-se à declaração da autenticidade ou da falsidade de documento. III. O princípio

7A
da inafastabilidade de jurisdição é previsto expressamente, tão somente, na Constituição

28
Federal.

70
90
Assinale a alternativa correta.

20
72
O
A) As afirmativas I, II e III estão corretas
IT
B) Apenas as afirmativas I e II estão corretas
BR

C) Apenas as afirmativas II e III estão corretas


A
LV

D) Apenas as afirmativas I e III estão corretas


SI
DA

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A alternativa considerada correta foi a letra B.


IA
IC

→ Centros judiciários de solução consensual de conflitos:


TR
PA

De acordo com o art. 165 do CPC/15, os tribunais devem criar centros judiciários de solução
A
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consensual de conflitos, que serão responsáveis por:


TO

1) realizar sessões e audiências de conciliação


38293
e mediação;
AN

2) desenvolver programas destinados a auxiliar, orientar e estimular a autocomposição.


87
02

Composição e organização dos Centros (art. 165, § 1º, do CPC): devem ser definidas por
7
90

normas do próprio tribunal, desde que atendidas as normas do Conselho Nacional de Justiça.
20
72

Art. 165. Os tribunais criarão centros judiciários de solução consensual de


O
IT

conflitos, responsáveis pela realização de sessões e audiências de


BR

conciliação e mediação e pelo desenvolvimento de programas destinados


A
LV

a auxiliar, orientar e estimular a autocomposição.


SI

§ 1º A composição e a organização dos centros serão definidas pelo


DA

respectivo tribunal, observadas as normas do Conselho Nacional de Justiça.


IA

§ 2º O conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em que não


IC

houver vínculo anterior entre as partes, poderá sugerir soluções para o litígio,
TR
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL

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Jurisdição e Ação.

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A
LV
sendo vedada a utilização de qualquer tipo de constrangimento ou

SI
intimidação para que as partes conciliem.

DA
§ 3º O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que houver

IA
vínculo anterior entre as partes, auxiliará aos interessados a compreender as

IC
TR
questões e os interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo

PA
restabelecimento da comunicação, identificar, por si próprios, soluções

A
consensuais que gerem benefícios mútuos.

NI
O
NT
Art. 167. Os conciliadores, os mediadores e as câmaras privadas de

7A
conciliação e mediação serão inscritos em cadastro nacional e em cadastro

28
de tribunal de justiça ou de tribunal regional federal, que manterá registro de

70
profissionais habilitados, com indicação de sua área profissional.

90
§ 1º Preenchendo o requisito da capacitação mínima, por meio de curso

20
72
realizado por entidade credenciada, conforme parâmetro curricular definido

O
pelo Conselho Nacional de Justiça em conjunto com o Ministério da Justiça, o
IT
conciliador ou o mediador, com o respectivo certificado, poderá requerer sua
BR

inscrição no cadastro nacional e no cadastro de tribunal de justiça ou de


A
LV

tribunal regional federal.


SI

§ 2º Efetivado o registro, que poderá ser precedido de concurso público, o


DA

38293

tribunal remeterá ao diretor do foro da comarca, seção ou subseção judiciária


IA

onde atuará o conciliador ou o mediador os dados necessários para que seu


IC

nome passe a constar da respectiva lista, a ser observada na distribuição


TR
PA

alternada e aleatória, respeitado o princípio da igualdade dentro da mesma


área de atuação profissional.
A
NI

§ 3º Do credenciamento das câmaras e do cadastro de conciliadores e


TO

mediadores constarão todos os dados relevantes para a sua atuação, tais


AN

como o número de processos de que participou, o sucesso ou insucesso da


87

atividade, a matéria sobre a qual versou a controvérsia, bem como outros


02

dados que o tribunal julgar relevantes.


7
90

§ 4º Os dados colhidos na forma do § 3º serão classificados sistematicamente


20

pelo tribunal, que os publicará, ao menos anualmente, para conhecimento da


72

população e para fins estatísticos e de avaliação da conciliação, da mediação,


O
IT

das câmaras privadas de conciliação e de38293


mediação, dos conciliadores e dos
BR

mediadores.
A
LV

§ 5º Os conciliadores e mediadores judiciais cadastrados na forma do caput ,


SI

se advogados, estarão impedidos de exercer a advocacia nos juízos em que


DA

desempenhem suas funções.


IA

§ 6º O tribunal poderá optar pela criação de quadro próprio de conciliadores


IC

e mediadores, a ser preenchido por concurso público de provas e títulos,


TR

observadas as disposições deste Capítulo.


PA

13
A
NI
TO
AN
20
72
DIREITO PROCESSUAL CIVIL

O
IT
Jurisdição e Ação.

BR
A
LV
SI
Art. 168. As partes podem escolher, de comum acordo, o conciliador, o

DA
mediador ou a câmara privada de conciliação e de mediação.

IA
§ 1º O conciliador ou mediador escolhido pelas partes poderá ou não estar

IC
TR
cadastrado no tribunal.

PA
§ 2º Inexistindo acordo quanto à escolha do mediador ou conciliador, haverá

A
distribuição entre aqueles cadastrados no registro do tribunal, observada a

NI
respectiva formação.

O
NT
§ 3º Sempre que recomendável, haverá a designação de mais de um

7A
mediador ou conciliador.

28
38293

70
Sobre a remuneração:

90
20
72
Art. 169 do CPC. Ressalvada a hipótese do art. 167, § 6º, o conciliador e o

O
mediador receberão pelo seu trabalho remuneração prevista em tabela
IT
fixada pelo tribunal, conforme parâmetros estabelecidos pelo Conselho
BR

Nacional de Justiça.
A
LV

§ 1º A mediação e a conciliação podem ser realizadas como trabalho


SI

voluntário, observada a legislação pertinente e a regulamentação do tribunal.


DA

38293

§ 2º Os tribunais determinarão o percentual de audiências não remuneradas


IA

que deverão ser suportadas pelas câmaras privadas de conciliação e


IC

mediação, com o fim de atender aos processos em que deferida gratuidade


TR
PA

da justiça, como contrapartida de seu credenciamento.


A
NI

Exclusão do cadastro:
TO
AN

Art. 173 do CPC. Será excluído do cadastro de conciliadores e mediadores


87

aquele que:
02

I - agir com dolo ou culpa na condução da conciliação ou da mediação sob


7
90

sua responsabilidade ou violar qualquer dos deveres decorrentes do art. 166,


20

§§ 1º e 2º ;
72

II - atuar em procedimento de mediação ou conciliação, apesar de impedido


O
IT

ou suspeito.
BR

§ 1º Os casos previstos neste artigo serão apurados em processo


A
LV

administrativo.
SI

§ 2º O juiz do processo ou o juiz coordenador do centro de conciliação e


DA

mediação, se houver, verificando atuação inadequada do mediador ou


IA

conciliador, poderá afastá-lo de suas atividades por até 180 (cento e oitenta)
IC

dias, por decisão fundamentada, informando o fato imediatamente ao


TR

tribunal para instauração do respectivo processo administrativo.


PA

14
A
NI
TO
AN
20
72
DIREITO PROCESSUAL CIVIL

O
IT
Jurisdição e Ação.

BR
A
LV
SI
c) Arbitragem: As partes escolhem um terceiro de sua confiança, responsável pela solução do

DA
conflito, e a decisão desse terceiro será impositiva, ou seja, o conflito será resolvido

IA
independente da vontade das partes. A Lei da Arbitragem – Lei 9.307/96 – regula essa forma

IC
TR
de solução de conflitos, privativa dos direitos disponíveis.

PA
A
Na defesa de que a arbitragem tem natureza de equivalente jurisdicional, por todos, Daniel

NI
Amorim: “Questão interessante a respeito da arbitragem diz respeito a sua genuína natureza de

O
NT
equivalente jurisdicional. Ainda que a doutrina majoritária defenda tal entendimento, é preciso

7A
lembrar que importante parcela doutrinária defende a natureza jurisdicional da arbitragem [...].”

28
(AMORIM, Daniel Assumpção. Ob. cit, p. 20). Sustenta, ainda, que o art. 3º, § 1º, do CPC, consagrou

70
o entendimento de que a arbitragem não é jurisdição, porque, ao prever a inafastabilidade da

90
jurisdição, salvo a arbitragem, fica claro que essa forma de solução de conflitos não é jurisdicional.

20
72
O
Todavia, de fato, há forte defesa no sentido de que a arbitragem tenha natureza
IT
jurisdicional: “A tese majoritária é a jurisdicionalista [...] que percebe, na arbitragem, verdadeira
BR
38293
atividade jurisdicional.” (BERALDO, Leonardo de Faria. Curso de Arbitragem nos termos da Lei
A
LV

9.307/96, p. 5).
SI
DA

38293

E, ainda, segundo já teve a oportunidade de destacar o STJ “De acordo com o atual
IA

posicionamento sufragado pela Segunda Seção desta Corte de Justiça, compete ao Superior
IC

Tribunal de Justiça dirimir conflito de competência entre Juízo arbitral e órgão jurisdicional
TR
PA

estatal, partindo-se, naturalmente, do pressuposto de que a atividade desenvolvida no âmbito


da arbitragem possui natureza jurisdicional.” (STJ, CC 146.939/2016).
A
NI
TO
AN

Quem pode se valer da arbitragem para resolver conflitos? Somente pessoas capazes. Ex.:
87

Menores de 14 anos não podem firmar convenção de arbitragem.


02
7
90

Todos os conflitos podem ser solucionados pela arbitragem? Não, somente os conflitos de
20

direitos patrimoniais disponíveis. Ex.: Direitos que não comportam arbitragem: Direito à vida, à saúde,
72

ao nome etc.
O
IT
BR

Pode ser realizada de duas formas:


A
LV
SI

• Cláusula compromissória: É uma convenção entre as partes que estabelece que eventuais
DA

conflitos futuros serão dirimidos pela arbitragem;


IA

• Compromisso arbitral: É convenção de arbitragem para solucionar conflito que já existe,


IC

ainda que não exista cláusula compromissória prévia.


TR
PA

15
A
NI
TO
AN
20
72
DIREITO PROCESSUAL CIVIL

O
IT
Jurisdição e Ação.

BR
A
LV
ATENÇÃO: Admite-se a arbitragem na Administração Pública. Nesse sentido, a nova Lei de

SI
Licitações (Lei 14.133/21) trouxe capítulo sobre o tema:

DA
IA
CAPÍTULO XII

IC
TR
DOS MEIOS ALTERNATIVOS DE RESOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS

PA
Art. 151. Nas contratações regidas por esta Lei, poderão ser utilizados meios

A
alternativos de prevenção e resolução de controvérsias, notadamente a

NI
conciliação, a mediação, o comitê de resolução de disputas e a arbitragem.

O
NT
Parágrafo único. Será aplicado o disposto no caput deste artigo às

7A
controvérsias relacionadas a direitos patrimoniais disponíveis, como as

28
questões relacionadas ao restabelecimento do equilíbrio econômico-

70
financeiro do contrato, ao inadimplemento de obrigações contratuais por

90
quaisquer das partes e ao cálculo de indenizações.

20
72
O
Art. 152. A arbitragem será sempre de direito e observará o princípio da
IT
publicidade.
BR
A
LV

Art. 153. Os contratos poderão ser aditados para permitir a adoção dos meios
SI

alternativos de resolução de controvérsias.


DA

38293
IA

Art. 154. O processo de escolha dos árbitros, dos colegiados arbitrais e dos
IC

comitês de resolução de disputas observará critérios isonômicos, técnicos e


TR
PA

transparentes.
A
NI

No mesmo sentido, Lei 9.307/96 (Lei de Arbitragem): Art. 1º [...] § 1º A


TO

administração pública direta e indireta poderá utilizar-se da arbitragem para


AN

dirimir conflitos relativos a direitos patrimoniais disponíveis (Incluído pela Lei


87

13.129/2015).
02
7
90

Formas de julgamento: É importante observar que na arbitragem as partes podem escolher


20

livremente como será julgada a questão, seja através de leis e regras pré-estabelecidas, seja por
72

árbitro que possa julgar por igualdade considerando aquilo que achar mais justo (julgamento por
O

38293
IT

equidade).
BR
A
LV

Quem decide o conflito na arbitragem? É o árbitro, que pode ser qualquer pessoa capaz que
SI

goze das confianças entre as partes (art. 13 da Lei nº 9.307/1996)


DA
IA

OBSERVAÇÃO!
IC

O árbitro não precisa ser formado em Direito, o que pode ser uma vantagem às partes, pois podem
TR

selecionar uma pessoa com conhecimentos técnicos e científicos em determinada área.


PA

16
A
NI
TO
AN
20
72
DIREITO PROCESSUAL CIVIL

O
IT
Jurisdição e Ação.

BR
A
LV
SI
Procedimento da arbitragem: Todo o procedimento da arbitragem deverá ser seguido ao já

DA
estabelecido pelas partes na convenção de arbitragem, porém não havendo sido estipulados, caberá

IA
ao árbitro arquitetá-lo com a aquiescência das partes. Ao árbitro ou ao tribunal arbitral caberá a

IC
TR
incumbência de, no início da arbitragem, tentar a conciliação das partes, valendo em caso positivo

PA
como sentença arbitral.

A
NI
Sentença arbitral: é o resultado final do julgamento da causa sujeitada a arbitragem, ela tende

O
NT
a representar o desejo das partes quanto à solução do litígio e em menor tempo possível. Trata-se

7A
de título executivo judicial, nos termos do art. 515 do CPC. São títulos executivos judiciais, cujo

28
cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos previstos neste Título: [...] VII - a sentença arbitral.

70
90
Prazo da sentença: No que tange ao prazo, caso não tenha sido convencionado o prazo para

20
72
a apresentação da sentença entre as partes, este será de seis meses, contados do início dos

O
procedimentos de arbitragem.
IT
BR

Requisitos da sentença arbitral:


38293
A
LV

I - o relatório, que conterá os nomes das partes e um resumo do litígio;


SI

II - os fundamentos da decisão, onde serão analisadas as questões de fato e de direito,


DA

38293

mencionando-se, expressamente, se os árbitros julgaram por equidade;


IA

III - o dispositivo, em que os árbitros resolverão as questões que lhes forem submetidas e
IC

estabelecerão o prazo para o cumprimento da decisão, se for o caso; e


TR
PA

IV - a data e o lugar em que foi proferida.


A
NI

Nulidade da sentença arbitral: A parte interessada poderá pleitear ao órgão do Poder


TO

Judiciário competente a declaração de nulidade da sentença arbitral, nos casos previstos nesta Lei.
AN
87

No concurso da PGE MS (CEBRASPE - 2021), o tema foi cobrado da seguinte forma:


02
7
90

Após o procedimento licitatório, o governo de determinado estado da Federação firmou


20

contrato com a empresa Silva & Silva Ltda., com o objetivo de construir obras de
72

infraestrutura. As partes contratantes firmaram cláusula compromissória arbitral. No curso


O
IT

da obra, ocorreu divergência entre os contratantes acerca de conteúdo da obra e valores,


BR

de modo que foi instituído o procedimento arbitral para solucionar a controvérsia. Após o
A

regular procedimento, o árbitro proferiu sentença condenando o poder público a pagar o


LV

valor equivalente a um milhão e meio de reais à empresa contratada.


SI
DA

Tendo essa situação hipotética como referência inicial, assinale a opção correta.
IA
IC
TR
PA

17
A
NI
TO
AN
20
72
DIREITO PROCESSUAL CIVIL

O
IT
Jurisdição e Ação.

BR
A
LV
A) A sentença arbitral que julgar parcialmente procedente ou improcedente o pedido

SI
poderá ser impugnada mediante recurso endereçado ao tribunal arbitral a que estiver

DA
vinculado o árbitro sentenciante.

IA
B) Em decorrência do valor da condenação, a sentença arbitral proferida deve ser

IC
TR
obrigatoriamente submetida à revisão necessária junto ao respectivo tribunal de justiça do

PA
estado condenado.

A
C) Compete ao árbitro ou tribunal arbitral executar as sentenças condenatórias por eles

NI
proferidas.

O
NT
D) A competência para processar um eventual pedido de nulidade da sentença arbitral é

7A
do tribunal arbitral a que estiver vinculado o árbitro sentenciante.

28
E) Não cabe recurso contra a sentença arbitral, mas havendo causa que provoque a sua

70
nulidade, qualquer das partes envolvidas no conflito poderá requerer a sua declaração

90
junto ao Poder Judiciário.

20
72
O
38293

A alternativa considerada correta foi a letra E.


IT
BR

1.4. Características principais da jurisdição


A
LV
SI

a) Substitutividade: O Estado substitui a vontade das partes pela vontade da lei no caso concreto,
DA

38293

a fim de promover a pacificação social. Desde que o Estado assumiu o monopólio do uso da força,
IA

ele passou a aplicar a lei para solucionar os conflitos, substituindo as partes no intuito de se
IC

assegurar imparcialidade8. “Os atos proibidos de autotutela são substituídos pela atividade do juiz
TR
PA

que, serenamente e com imparcialidade, verifica se o sujeito tem ou não razão e, por ato seu,
propicia-lhe a obtenção do bem na primeira hipótese.” (DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições
A
NI

de Direito Processual Civil, v. I, 7ª ed. São Paulo: Malheiros, 2015)


TO
AN

b) Lide: Segundo Carnelutti, é o conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida.
87

Segundo Daniel Neves, trata-se de um fenômeno não processual, mas fático-jurídico, anterior ao
02

processo. Ainda, importante destacar que o autor afirma ser corrente na doutrina o entendimento
7
90

de que é possível a existência de jurisdição sem lide, como, por exemplo, os processos objetivos
20

(controles concentrados de constitucionalidade), ação de divórcio (mesmo não havendo um conflito


72

de interesses, exige-se o ajuizamento da ação para que a pretensão das partes sejam atendida, ou
O
IT

seja, o divórcio).
BR
A
LV

c) Inércia: O movimento inicial da jurisdição é condicionado à provocação do interessado. Também


SI

chamado de princípio da demanda, significa que o juiz não poderá iniciar um processo de ofício.
DA

Segundo Daniel Neves, decorre da ideia de que o direito de ação é disponível, cabendo ao
IA

interessado decidir se o exercerá no caso concreto.


IC
TR
PA

8
GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Direito Processual Civil esquematizado. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2016. p. 159.
18
A
NI
TO
AN
20
72
DIREITO PROCESSUAL CIVIL

O
IT
Jurisdição e Ação.

BR
A
LV
SI
* Note que a inércia diz respeito ao início do processo, pois uma vez provocada pelo interessado

DA
com a propositura da
38293
demanda, a jurisdição já não será mais inerte, aplicando-se a regra do

IA
IMPULSO OFICIAL.

IC
TR
PA
Além disso, o art. 2º do CPC prevê a possibilidade de início do processo de ofício, desde que

A
expressamente previsto nesse sentido:

NI
O
NT
Art. 2º do CPC O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve

7A
por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei.

28
70
Exemplos: Art. 712. Verificado o desaparecimento dos autos, eletrônicos ou

90
não, pode o juiz, de ofício, qualquer das partes ou o Ministério Público, se for

20
72
o caso, promover-lhes a restauração.

O
IT
Art. 738. Nos casos em que a lei considere jacente a herança, o juiz em cuja
BR

comarca tiver domicílio o falecido procederá imediatamente à arrecadação


A
LV

dos respectivos bens.


SI
DA

38293

d) Definitividade ou imutabilidade: As decisões jurisdicionais tendem à imutabilidade, não podendo


IA

mais ser discutidas. O objetivo é o de evitar a eternização dos conflitos, como consequência da
IC

segurança jurídica. Segundo Daniel Neves, significa que a decisão que solucionou o conflito deverá
TR
PA

ser respeitada por todos: partes, juiz do processo, Poder Judiciário e até mesmo por outros Poderes.
A maior expressão dessa imutabilidade é a coisa julgada material.
A
NI
TO

ATENÇÃO: Embora a definitividade seja característica da jurisdição, apenas decisões de mérito


AN

transitadas em julgado são imutáveis. As decisões sobre jurisdição voluntária, por exemplo, não
87

fazem coisa julgada (com ressalva de posicionamento em sentido contrário).


02
7
90

e) Imperatividade: a decisão proferida pelo Estado é imperativa e de observância compulsória.


20

Assim, as partes estão obrigadas a cumprir da decisão imutável proferida pelo Estado. Para isso, o
72

Estado-Juiz poderá se valer de meios de coerção aos indivíduos e empresas para obrigar o respeito
O
IT

à decisão.
BR
A
LV

f) Natureza declaratória: por meio da jurisdição o Estado reconhece direitos preexistentes.


SI
DA

1.5. Princípios da jurisdição:


IA
IC

a) Investidura: A jurisdição só pode ser exercida por quem dela se encontre legitimamente
TR

investido. Assim, atos processuais praticados por quem não é investido legitimamente são
PA

19
A
NI
TO
AN
20
72
DIREITO PROCESSUAL CIVIL

O
IT
Jurisdição e Ação.

BR
A
LV
considerados inexistentes, e inclusive caracterizam crime tipificado no Código Penal. No Brasil,

SI
admitem-se duas formas: concurso público (art. 91, I, da CF) e através do quinto constitucional (art.

DA
94 da CF). É o agente público, juiz de direito, chamado, por vezes, de Estado-Juiz, porque é o

IA
responsável por representar o Estado na busca por uma solução para o caso concreto.

IC
TR
PA
b) Territorialidade ou aderência ao território: O juiz devidamente investido de jurisdição só pode

A
exercê-la dentro do território nacional, como consequência da limitação da soberania do Estado

NI
brasileiro ao seu
38293 próprio território. É uma limitação do exercício legítimo da jurisdição. A limitação

O
NT
ocorre por meio de regras de competência territorial.

7A
28
OBSERVAÇÃO!

70
Carta precatória: quando falta competência para o juiz atuar, é necessário a expedição de carta

90
precatória para outro juízo no território brasileiro.

20
72
O
Carta rogatória: quando há necessidade de comunicação e realização de atos processuais fora do
IT
território nacional, utiliza-se de carta rogatória por ausência de jurisdição fora do território
BR

nacional.
A
LV
SI

c) Indelegabilidade: A atividade jurisdicional não pode ser delegada. Ou seja, externamente, o


DA

38293

Poder Judiciário não pode, em regra, delegar a função jurisdicional a outros Poderes ou órgãos não
IA

pertencentes ao Judiciário; e internamente, conforme a aplicação das regras de competência, o


IC

órgão jurisdicional não poderá delegar sua função para outro órgão jurisdicional. Ressalte-se que
TR
PA

a carta precatória não constitui delegação de competência, já que é expedida justamente porque o
juízo deprecante não possui competência para realizar aquele ato.
A
NI
TO

ATENÇÃO:
AN
87

HÁ EXCEÇÃO À INDELEGABILIDADE?
02
7
90

Embora seja a regra, é possível excepcionar a indelegabilidade em algumas hipóteses:


20
72
O

• Na expedição de carta de ordem pelo Tribunal, que delega sua função para produzir
IT

provas orais e periciais ao juízo de primeiro grau;


BR

• Na delegação da função executiva dos julgados dos Tribunais aos juízes de primeiro
A
LV

grau. Ex.: CF, art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda
SI

da Constituição, cabendo-lhe: I - processar e julgar, originariamente: [...] m) a execução


DA

de sentença nas causas de sua competência originária, facultada a delegação de


IA

atribuições para a prática de atos processuais. Nessa hipótese, a delegação NÃO é


IC

completa, porque atinge somente os atos materiais de execução, e o Tribunal mantêm-


TR
PA

20
A
NI
TO
AN
20
72
DIREITO PROCESSUAL CIVIL

O
IT
Jurisdição e Ação.

BR
A
LV
se como o único órgão competente para proferir decisões que digam respeito ao mérito

SI
da execução.

DA
38293

IA
d) Inevitabilidade: é aplicado em dois momentos distintos. O primeiro diz respeito à vinculação

IC
TR
obrigatória dos sujeitos ao processo judicial. A vinculação é automática, não dependendo de

PA
qualquer concordância do sujeito, ou mesmo de acordo entre as partes para se vincularem ao

A
processo e se sujeitarem à decisão. Essa integração obrigatória à relação jurídica processual

NI
coloca os sujeitos que dela participam em estado de sujeição, o que significa dizer que suportarão

O
NT
os efeitos da decisão jurisdicional ainda que não gostem, não acreditem ou não concordem com

7A
ela.

28
70
e) Inafastabilidade:

90
20
72
Assegura o amplo e universal acesso ao Judiciário (art. 3º do CPC, art. 5º, XXXV, da CF). “Não

O
se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito”, sendo tal afirmação compatível
IT
BR
com o uso da arbitragem e com a busca da solução consensual dos conflitos.
Mais do que o simples acesso formal, é importante frisar que o princípio assegura o acesso a
A
LV

uma ordem jurídica justa, mediante a prestação de uma atividade jurisdicional adequada e
SI

tempestiva. Nesse sentido, destaca a doutrina que “Ao se incluir no rol do artigo 5º da CF a
DA

38293

impossibilidade da lei excluir da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça ao direito,


IA

consagrou-se um verdadeiro direito fundamental à tutela jurisdicional efetiva, célere e adequada


IC
TR

(acesso à ordem jurídica justa).” (MARINONI, Luiz Guilherme. Tutela antecipatória, julgamento
PA

antecipado e execução imediata da sentença. São Paulo: RT, 1997, p. 20)


Lembrar, ainda, de situações em que o acesso à jurisdição se condiciona à prévia busca
A
NI

administrativa do reconhecimento do direito da parte, como nos casos a seguir:


TO

CF, art. 217, § 1º O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições
AN

desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei.


87

Lei 11.417/06 [Súmulas Vinculantes], art. 7º Da decisão judicial ou do ato administrativo que
02
7

contrariar enunciado de súmula vinculante, negar-lhe vigência ou aplicá-lo indevidamente caberá


90

reclamação ao Supremo Tribunal Federal, sem prejuízo dos recursos ou outros meios admissíveis de
20
72

impugnação.
O

§ 1º. Contra omissão ou ato da administração pública, o uso da reclamação só será admitido
IT

após esgotamento das vias administrativas.


BR

O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE 631.240, submetido à sistemática da


A
LV

repercussão geral, proferiu entendimento no sentido de que a concessão de benefícios


SI

previdenciários depende de requerimento do interessado, não se caracterizando ameaça ou lesão a


DA

direito antes de sua apreciação e indeferimento pelo INSS, ou se excedido o prazo legal para sua
IA

análise. [...] É bem de ver, no entanto, que a exigência de prévio requerimento não se confunde com
IC

o exaurimento das vias administrativas. (STJ, Corte Especial, AgInt no RE no AgInt nos Edcl no
TR

AREsp 912828/2017)
PA

21
A
NI
TO
AN
20
72
DIREITO PROCESSUAL CIVIL

O
IT
Jurisdição e Ação.

BR
A
LV
f) Juiz Natural: Ninguém será processado senão pela autoridade competente (art. 5º, LIII, da CF/88).

SI
Ou seja, não é possível escolher o juiz para o julgamento de uma demanda, o que ocorre

DA
aleatoriamente, em virtude de aplicação de normas gerais, abstratas e impessoais de competência.

IA
Além disso, o princípio do juiz natural proíbe a criação de tribunais de exceção, conforme art. 5º,

IC
TR
XXXVII, da CF/88, ou seja, não é possível criar um juízo após o acontecimento de determinados fatos

PA
jurídicos com a exclusiva tarefa de julgá-los.

A
NI
Para alguns, “A garantia do juiz natural é tridimensional, o que significa que: (i) não haverá juízo ou

O
NT
tribunal ad hoc, isto é, tribunal de exceção; (ii) todos têm o direito de se submeter a julgamento (civil

7A
ou penal) por juiz competente, pré-constituído na forma da lei; (iii) o juiz competente tem de ser

28
imparcial (cf. Nelson Nery Jr. Princípios do processo na Constituição Federal. 11.ª ed. São Paulo: RT,

70
2013, p. 142).

90
20
72
É importante, porém, destacar que há doutrina que entende que o princípio do juiz natural é

O
bidimensional, ou seja, há dupla garantia como essência: proibição de juízo de exceção e julgamento
IT
por juiz competente (art. 5.º, incisos XXXVII e LIII) (cf. Ada Pellegrini Grinover. O princípio do juiz
BR

natural e sua dupla garantia. In: O processo em sua unidade. Rio de Janeiro: Forense Universitária,
A
LV

1984, v. II, p. 3).


SI
DA

38293

Não obstante, mesmo para a doutrina que não menciona expressamente a imparcialidade como
IA

dimensão do princípio do juiz natural, reconhece-se o liame estreito entre os dois, tendo em vista
IC

que as garantias da proibição de juízo de exceção e do julgamento por juiz competente buscam
TR
PA

assegurar a imparcialidade: “Já se pode perceber que o juiz natural mantém um liame estreito com a
necessidade de imparcialidade do juiz. Na verdade, a salvaguarda da imparcialidade constitui a razão
A
NI

justificativa de uma série de institutos, entre os quais desponta a garantia do juiz natural. Em outras
TO

palavras, o juiz natural decorre da imparcialidade; esta é sua razão de ser”. (Leonardo José Carneiro
AN

da Cunha. Anotações sobre a garantia constitucional do juiz natural. In: Processo e Constituição –
87

estudos em homenagem ao Professor José Carlos Barbosa Moreira. São Paulo: RT, 2006, p. 506).
02
7
90

OBS.: Aplica-se o referido princípio ao chamado promotor natural.


20

38293
72

1.6. Espécies De Jurisdição


O
IT
BR

1.6.1. Jurisdição penal e civil


A
LV
SI

Critério quanto à natureza do objeto da demanda. Haverá jurisdição penal sempre que a
DA

matéria versada envolver o Direito e o Processo Penal. Por outro lado, de forma subsidiária, haverá
IA

jurisdição civil, quando a matéria não é penal.


IC
TR
PA

22
A
NI
TO
AN
20
72
DIREITO PROCESSUAL CIVIL

O
IT
Jurisdição e Ação.

BR
A
LV
1.6.2. Jurisdição superior ou inferior

SI
DA
Jurisdição inferior: é o órgão que analisará e julgará o processo inicialmente, geralmente o

IA
juiz de 1ª instância.

IC
TR
PA
Jurisdição superior: é aquele exercida em grau recursal pelos tribunais.

A
NI
1.6.3. Jurisdição comum e especial

O
NT
7A
Jurisdição especial: é aquela exercida pelas Justiça Especializadas: Justiça do Trabalho,

28
Justiça Eleitoral e Justiça Militar.

70
90
Jurisdição comum: será aquela que não se enquadra na jurisdição especial e abrange a Justiça

20
72
Federal e a Estadual, esta última com competência residual.

O
IT
1.6.4. Jurisdição contenciosa e voluntária
BR
A
LV

A jurisdição contenciosa pode ser compreendida como a jurisdição propriamente dita, pois
SI

se trata da atuação da vontade concreta da lei. Já a jurisdição voluntária ou integrativa é


DA

38293

conceituada como a administração pública de interesses privados para integrar e fiscalizar a


IA

vontade das partes.


IC
TR
PA

a) Jurisdição voluntária
• É jurisdição excepcional, em que a atividade jurisdicional não busca solucionar um conflito,
A
NI

mas chancelar / validar certos interesses privados. Conhecida como “administração pública
TO

de interesses privados”, de acordo com a teoria clássica ou administrativista. “A função do


AN

juiz, portanto, é equivalente ou assemelhada à do tabelião, ou seja, a eficácia do negócio


87

jurídico depende da intervenção pública do magistrado.” (THEODORO JR., Humberto.


02

Curso..., v. I, p. 120/121)Apesar do nome, a doutrina entende ser obrigatória a intervenção


7
90

do Poder Judiciário nesses casos, para a obtenção do bem da vida pretendido.


20

• Não há caráter substitutivo, pois o juiz não substitui a vontade das partes pela vontade da
72

lei. Na verdade, há somente integração do acordo de vontade entre as partes para que
O
IT

possa gerar seus regulares efeitos jurídicos.


BR

• Não há lide, pois as vontades são convergentes, ou seja, não há conflito de interesses.
A
LV

• Não há partes, e, sim, interessados.


SI

• O juiz não é obrigado a observar o critério da legalidade estrita, nos termos do art. 723. [...]
DA

Parágrafo único. O juiz não é obrigado a observar critério de legalidade estrita


38293 [em
IA

procedimentos de jurisdição voluntária], podendo adotar em cada caso a solução que


IC

considerar mais conveniente ou oportuna.


TR
PA

23
A
NI
TO
AN
20
72
DIREITO PROCESSUAL CIVIL

O
IT
Jurisdição e Ação.

BR
A
LV
Dispõe o CPC:

SI
DA
Art. 720. O procedimento terá início por provocação do interessado, do

IA
Ministério Público ou da Defensoria Pública, cabendo-lhes formular o pedido

IC
TR
devidamente instruído com os documentos necessários e com a indicação da

PA
providência judicial.

A
NI
Art. 721. Serão citados todos os interessados, bem como intimado o

O
NT
Ministério Público, nos casos do art. 178 , para que se manifestem, querendo,

7A
no prazo de 15 (quinze) dias.

28
70
Art. 722. A Fazenda Pública será sempre ouvida nos casos em que tiver

90
interesse.

20
72
O
Art. 723. O juiz decidirá o pedido no prazo de 10 (dez) dias.
IT
Parágrafo único. O juiz não é obrigado a observar critério de legalidade
BR

estrita, podendo adotar em cada caso a solução que considerar mais


A
LV

conveniente ou oportuna.
SI
DA

38293

Art. 724. Da sentença caberá apelação.


IA
IC

Art. 725. Processar-se-á na forma estabelecida nesta Seção o pedido de:


TR
PA

I - emancipação;
II - sub-rogação;
A
NI

III - alienação, arrendamento ou oneração de bens de crianças ou


TO

adolescentes, de órfãos e de interditos;


AN

IV - alienação, locação e administração da coisa comum;


87

38293

V - alienação de quinhão em coisa comum;


02

VI - extinção de usufruto, quando não decorrer da morte do usufrutuário, do


7
90

termo da sua duração ou da consolidação, e de fideicomisso, quando decorrer


20

de renúncia ou quando ocorrer antes do evento que caracterizar a condição


72

resolutória;
O
IT

VII - expedição de alvará judicial;


BR

VIII - homologação de autocomposição extrajudicial, de qualquer natureza ou


A
LV

valor.
SI

Parágrafo único. As normas desta Seção aplicam-se, no que couber, aos


DA

procedimentos regulados nas seções seguintes.


IA
IC

No concurso da PGM Ribeirão Preto – SP (VUNESP – 2109), o tema foi cobrado da


TR

seguinte forma:
PA

24
A
NI
TO
AN
20
72
DIREITO PROCESSUAL CIVIL

O
IT
Jurisdição e Ação.

BR
A
LV
SI
Jurisdição é o poder que o Estado tem de resolver os conflitos, substituindo a vontade das

DA
partes e impondo essa decisão coercitivamente. Assinale a alternativa que estabelece, de

IA
acordo com a teoria clássica, majoritária no Brasil, a característica da jurisdição voluntária.

IC
TR
PA
A) Tem caráter administrativo.

A
B) Ocorre em um procedimento em que há interessados e coisa julgada.

NI
C) A jurisdição atua a partir de uma lide, na qual há conflitos de interesse.

O
NT
D) Tem por finalidade a atuação do direito e a pacificação social.

7A
E) Um exemplo de jurisdição voluntária é a ação de restauração de autos.

28
70
A alternativa considerada correta foi a letra A.

90
20
72
b) Jurisdição contenciosa

O
IT
• É a jurisdição “tradicional”, tratada ao longo do curso todo.
BR

• Há conflito de interesses, ou seja, há lide.


A
LV
SI

Atente-se às diferenças:
DA

38293
38293
IA

JURISDIÇÃO CONTENCIOSA JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA


IC
TR

Objetiva a composição de litígios Objetiva a integração da vontade,


PA

para torná-la apta a produzir


A
NI

efeitos
TO

Há lide Ausência de lide, porque as


AN

vontades são convergentes


87
02

Existem partes Existem interessados


7
90

A decisão faz coisa julgada A decisão faz coisa julgada apenas


20
72

material e formal formal (segundo a teoria clássica.


O

Em sentido diverso, por exemplo:


IT
BR

“A sentença concessiva de adoção,


ainda quando proferida em
A
LV

procedimento de jurisdição
SI

voluntária, pode ser encoberta pelo


DA

manto protetor da coisa julgada


IA

material e, como consectário lógico,


IC
TR

figurar como objeto de ação


PA

25
A
NI
TO
AN
20
72
DIREITO PROCESSUAL CIVIL

O
IT
Jurisdição e Ação.

BR
A
LV
rescisória.” (STJ, REsp

SI
38293

1.892.782/2021))

DA
IA
O juiz segue estrita legalidade O juiz pode decidir com base em

IC
juízo de equidade.

TR
PA
Há os efeitos da revelia Não há os efeitos da revelia

A
NI
Princípio do dispositivo Princípio do inquisitivo:

O
NT
- O juiz pode dar início de ofício a

7A
algumas demandas de jurisdição

28
voluntária;

70
- Maiores poderes instrutórios para

90
o juiz, que pode produzir provas

20
mesmo contra a vontade das

72
partes;
O
IT
- O juiz pode decidir contra a
BR

vontade de ambas as partes;


A
LV
SI

1.7. Cooperação Internacional


DA

38293
IA

“Por este princípio, as autoridades judiciais dos diversos países deverão auxiliar-se
IC

mutuamente para melhor administrar a justiça. Vincula-se à ideia de “Estado Constitucional


TR
PA

Cooperativo”, um tipo de Estado que não deixa de ser um Estado Nacional, mas ele agrega a
essa estrutura elementos de abertura, cooperação e integração que descaracterizam o Estado
A
NI

Nacional como uma unidade fechada, centrada na soberania nacional”. (Marcos Augusto Malika,
TO

cit. In NERY Jr, Nelson. Comentários ao CPC, p. 248)


AN
87

Regra: será regida por tratado de que o Brasil faz parte, observando os seguintes
02

requisitos:
7
90
20

• o respeito às garantias do devido processo legal no Estado requerente;9


72

• a igualdade de tratamento entre nacionais e estrangeiros, residentes ou não no Brasil, em


O
IT

relação ao acesso à justiça e à tramitação dos processos, assegurando-se assistência


BR

judiciária aos necessitados;


A
LV

• a publicidade processual, exceto nas hipóteses de sigilo previstas na legislação brasileira ou


SI

na do Estado requerente;
DA
IA
IC

9
Não viola a ordem pública brasileira o compartilhamento direto de dados bancários pelos órgãos investigativos mesmo que, no Estado
TR

de origem, sejam obtidos sem prévia autorização judicial, se a reserva de jurisdição não é exigida pela legislação local. (STJ, Informativo
PA

695, AREsp 701.833/2021)


26
A
NI
TO
AN
20
72
DIREITO PROCESSUAL CIVIL

O
IT
Jurisdição e Ação.

BR
A
LV
• a existência de autoridade central para recepção e transmissão dos pedidos de cooperação;

SI
“A Autoridade Central é um conceito consagrado no Direito Internacional e visa a determinar

DA
um ponto unificado de contato para a tramitação dos pedidos de cooperação jurídica

IA
internacional, com vistas à efetividade e à celeridade desses pedidos. A principal função da

IC
TR
Autoridade Central é buscar maior celeridade e efetividade aos pedidos de cooperação

PA
jurídica internacional penal ou civis. Para isso, recebe, analisa, adequa, transmite e

A
acompanha o cumprimento dos pedidos junto às autoridades estrangeiras.” (In

NI
www.justica.gov.br)

O
NT
• a espontaneidade na transmissão de informações a autoridades estrangeiras.

7A
28
Na ausência de tratado, a cooperação jurídica internacional poderá realizar-se com base

70
em RECIPROCIDADE, manifestada por via diplomática. “Além dos tratados e acordos bilaterais

90
entre o Brasil e os demais países, a garantia de aplicação do princípio da reciprocidade é também

20
72
fundamento da cooperação jurídica internacional.” (STJ, Corte Especial, AgRg na CR 7861/2013)

O
IT
ATENÇÃO:
BR
A
LV

No entanto, não se exigirá reciprocidade para homologação de sentença estrangeira.


SI
DA

38293

Não será admitida a prática de atos que contrariem ou que produzam resultados
IA

incompatíveis com as normas fundamentais que regem o Estado brasileiro.


IC
TR
PA

Autoridade central = designação específica. Na falta, o Ministério da Justiça exercerá as


funções.
A
NI
TO

A cooperação jurídica internacional terá como objeto:


AN
87

• citação, intimação e notificação judicial e extrajudicial;


02

• colheita de provas e obtenção de informações;


7
90

38293

• homologação e cumprimento de decisão;


20

• concessão de medida judicial de urgência;


72

• assistência jurídica internacional;


O
IT

• qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira.
BR
A
LV

AUXÍLIO DIRETO = cabível quando a medida não decorrer diretamente de decisão de autoridade
SI

jurisdicional estrangeira a ser submetida ao juízo de delibação no Brasil.


DA
IA

A solicitação do auxílio direto será encaminhada pelo órgão estrangeiro interessado à


IC

autoridade central, cabendo ao Estado requerente assegurar a autenticidade e a clareza do


TR

pedido.
PA

27
A
NI
TO
AN
20
72
DIREITO PROCESSUAL CIVIL

O
IT
Jurisdição e Ação.

BR
A
LV
SI
O auxílio direto terá por objeto:

DA
38293

IA
• obtenção e prestação de informações sobre o ordenamento jurídico e sobre processos

IC
TR
administrativos ou jurisdicionais findos ou em curso;

PA
• colheita de provas, salvo se a medida for adotada em processo, em curso no estrangeiro, de

A
competência exclusiva de autoridade judiciária brasileira;

NI
• qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira.

O
NT
7A
Recebido o pedido de auxílio direto passivo, a autoridade central o encaminhará à

28
Advocacia-Geral da União, que requererá em juízo a medida solicitada. Compete ao juízo federal

70
do lugar em que deva ser executada a medida apreciar pedido de auxílio direto passivo que

90
demande prestação de atividade jurisdicional.

20
72
O
CARTA ROGATÓRIA: o procedimento da carta rogatória perante o STJ é de jurisdição
IT
contenciosa e deve assegurar às partes as garantias do devido processo legal. A defesa
BR

restringir-se-á à discussão quanto ao atendimento dos requisitos para que o pronunciamento


A
LV

judicial estrangeiro produza efeitos no Brasil. Em qualquer hipótese, é vedada a revisão do mérito
SI

do pronunciamento judicial estrangeiro pela autoridade judiciária brasileira.


DA

38293
IA

IMPORTANTE
IC
TR
PA

O pedido de cooperação jurídica internacional oriundo de autoridade brasileira competente


será encaminhado à autoridade central para posterior envio ao Estado requerido para lhe dar
A
NI

andamento.
TO
AN

O pedido de cooperação oriundo de autoridade brasileira competente e os documentos anexos


87

que o instruem serão encaminhados à autoridade central, acompanhados de tradução para a língua
02

oficial do Estado requerido.


7
90
20

O pedido passivo de cooperação jurídica internacional será recusado se configurar manifesta


72

ofensa à ordem pública.


O
IT
BR

Considera-se autêntico o documento que instruir pedido de cooperação jurídica internacional,


A
LV

inclusive tradução para a língua portuguesa, quando encaminhado ao Estado brasileiro por meio de
SI

autoridade central ou por via diplomática, dispensando-se ajuramentação, autenticação ou qualquer


DA

procedimento de legalização.
IA
IC
TR
PA

28
A
NI
TO
AN
20
72
DIREITO PROCESSUAL CIVIL

O
IT
Jurisdição e Ação.

BR
A
LV
2. A AÇÃO. CONCEITO, NATUREZA, ELEMENTOS E CARACTERÍSTICAS. CONDIÇÕES DA

SI
AÇÃO. CLASSIFICAÇÃO.

DA
IA
2.1. Conceito

IC
TR
38293

PA
Pode se conceituar ação, de forma simples, como o direito de provocar a tutela jurisdicional do

A
estado. E, também, como a forma pela qual o cidadão exerce o seu direito preexistente de acesso à

NI
justiça. No entanto, o conceito preciso de ação dependerá da teoria adotada.

O
NT
7A
2.2. Teorias sobre o Direito de Ação

28
70
2.2.1. Teoria civilista (clássica ou imanentista) – Savigny

90
20
72
O direito de ação é considerado o próprio direito material em movimento. O Direito material e

O
o direito de ação se confundem, de modo que NÃO existe direito de ação sem existir o direito
IT
material. O direito de ação seria mero procedimento.
BR
A
LV

PFN/2012: Essa teoria vigorou até surgir disputa doutrinária entre Windscheid e Muther, quanto
SI

ao conceito de actio romana e de suas aplicações no conceito de ação. O direito de ação ficou
DA

38293

desvinculado do material.
IA
IC

A partir dessa polêmica e de estudos posteriores, como os de Oscar von Bullow, a respeito
TR
PA

dos pressupostos processuais, o direito processual passou a ser estudado de forma científica, e o
direito de ação passou a ser diferenciado do direito material.
A
NI
TO

2.2.2. Teoria concretista – Adolf Wach


AN
87

A primeira teoria que faz distinção entre direito de ação e direito material. O direito de ação
02

corresponderia ao direito a uma sentença favorável, ou seja, um direito do indivíduo contra o Estado
7
90

e ao mesmo tempo contra o adversário, que estará submetido à sentença. O direito de ação é
20

autônomo em relação ao direito material, mas só possui o direito de ação quem possui o direito
72

material, não existindo total independência, portanto. Encontra-se superada.


O
IT

- Wach desenvolveu suas ideias a partir das ações declaratórias.


BR
A
LV

2.2.3. Teoria abstrata - Degenkolb (Alemanha), Plosz (Hungria) e Alfredo Rocco (Itália)
SI
DA

Ação é vista como direito público, subjetivo e abstrato a um pronunciamento do estado-


IA

juiz, por uma sentença favorável ou não. Mantém a autonomia do direito de ação, que NÃO se
IC

confunde com o direito material. Porém, vai além, pois afirma que o direito de ação é independente
TR

do direito material, podendo existir o primeiro sem que exista o segundo.


PA

29
A
NI
TO
AN
20
72
DIREITO PROCESSUAL CIVIL

O
IT
Jurisdição e Ação.

BR
A
LV
SI
NÃO existiria nenhuma condição para exercer o direito de ação.

DA
IA
2.2.4. Teoria eclética – Liebman

IC
TR
PA
O direito de ação seria autónomo e independente do direito material, mas não seria universal

A
e incondicionado. Só seria considerado seu titular o autor que, em concreto, tem direito a um

NI
julgamento de mérito, o que só ocorrerá se preenchidas as chamadas condições da ação.

O
NT
7A
A ação seria, portanto, direito a julgamento de mérito.

28
70
Para Liebman, o direito de ação é visto como o direito de ter uma sentença de mérito, no caso

90
do preenchimento das condições da ação.

20
72
O
O CPC adotou a teoria eclética ao prever que a sentença fundada em ausência das condições
IT
da ação (legitimidade ad causam e interesse processual) é meramente terminativa, não produzindo
BR

coisa julgada material.


A
LV
SI

Nesse sentido, os artigos 17 e 485 do CPC:


DA

38293
IA

Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade.


IC
TR
PA

Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:


[...]
A
NI

VI – verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;


TO

38293
AN

Quanto à expressão “condições da ação”, vale lembrar que há doutrina que defende que “Não
87

se fala mais em condições da ação. Há apenas advertência de que para postular em juízo é necessário
02

ter interesse e legitimidade (art. 17). Diz o art. 485 do CPC que o órgão jurisdicional não resolverá o
7
90

mérito em diversas hipóteses, entre essas quando verificar ausência de legitimidade ou de interesse
20

processual (art. 485, VI). Trata--se, assim, de requisitos para a apreciação do mérito, estando muito
72

distante a ideia de que tais elementos poderiam ter a ver com a existência da ação.” (MARINONI,
O
IT

Luiz Guilherme. Novo Curso de Processo Civil, v. 1, livro eletrônico. RT, 2017)
BR
A
LV

Didier, por sua vez, defende que legitimidade e interesse são pressupostos processuais: “A
SI

legitimidade e o interesse passarão, então, a constar da exposição sistemática dos pressupostos


DA

processuais de validade: o interesse, como pressuposto de validade objetivo extrínseco; a


IA

legitimidade, como pressuposto de validade subjetivo relativo às partes.” (DIDIER JR, Fredie. Curso...,
IC

p. 305-306).
TR
PA

30
A
NI
TO
AN
20
72
DIREITO PROCESSUAL CIVIL

O
IT
Jurisdição e Ação.

BR
A
LV
2.2.5. Teoria da asserção (Della prospettazione):

SI
DA
38293
Intermediária entre a teoria abstrata e a eclética. Prevê que as condições da ação devem ser

IA
analisadas pelo juiz com os elementos fornecidos pelo próprio autor na petição inicial. Em síntese, o

IC
TR
que interessa para fins da existência das condições da ação para a teoria da asserção é a mera

PA
alegação do autor, admitindo-se provisoriamente que o autor está dizendo a verdade.

A
NI
Para os defensores da teoria da asserção, sendo possível ao juiz mediante uma cognição

O
NT
sumária perceber a ausência de uma ou mais condições da ação, deve extinguir o processo sem a

7A
resolução do mérito por carência de ação (art. 485, VI, CPC), pois já teria condições desde o limiar

28
do processo de extingui-lo e assim evitar o desenvolvimento de atividade inútil. Por outro lado, caso

70
o juiz precise no caso concreto de uma cognição mais aprofundada para então decidir sobre a

90
presença ou não das condições da ação, não mais haverá tais condições da ação, que passarão a ser

20
72
entendidas como matérias de mérito. A ausência de uma das condições da ação passaria, então, a

O
ser matéria de mérito, fazendo coisa julgada material (condições analisadas ANTES de produzir as
IT
provas).
BR
A
LV

Se, em face dos fatos e dos direitos expostos pelo autor na petição inicial, evidencia-se a necessidade
SI

de recorrer ao exercício da jurisdição [interesse processual] e as partes aparentam ser as titulares da


DA

38293

relação jurídica de direito material [legitimidade], então, concorrem as condições da ação. (GRECO,
IA

Leonardo. Instituicões de Processo Civil. Vol. I. 4ª ed. Rio de Janeiro: Forense. 2013, p. 201)
IC
TR
PA

Interessa na aferição das condições da ação a mera alegação do autor.


A
NI

2.3. Elementos da Ação: Identificam a ação


TO
AN

2.3.1. Partes
87
02

Relaciona-se com os sujeitos. Abrangência:


7
90
20

• Teoria Restritiva (Chiovenda): parte é quem pede e contra quem se pede a tutela
72

jurisdicional.
O
IT

• Teoria Ampliativa (Liebman): partes são todos os sujeitos que participam do processo
BR

exercendo ônus, faculdades, direitos, deveres e se colocando em estado de sujeição.


A
LV

Assim, partes são todos aqueles que se submetem a situações/posições jurídicas.


SI
DA

Formas de adquirir a qualidade de parte:


IA
IC

• Ingresso na demanda (autor, opoente);


TR

• Citação (réu, denunciado à lide, chamado ao processo);


PA

31
A
NI
TO
AN
20
72
DIREITO PROCESSUAL CIVIL

O
IT
Jurisdição e Ação.

BR
A
LV
• De forma voluntária. Ex: Assistente, recurso de terceiro prejudicado;

SI
• Sucessão processual (alteração subjetiva da demanda - extromissão de parte).

DA
IA
OBSERVAÇÃO.:

IC
TR
PA
Daniel Neves destaca:

A
NI
“(...) Importante notar que o conceito de parte na demanda ou no processo

O
NT
não se confunde com o conceito de parte material, que é o sujeito que

7A
participa da relação de direito material que constitui o objeto do processo.

28
Dessa forma, mesmo que não seja o titular dessa relação de direito material,

70
mas participe do processo, o sujeito será considerado parte processual,

90
independentemente da legalidade de sua presença no processo. É por isso

20
72
que, mesmo sendo parte ilegítima, o sujeito é considerado parte processual

O
pelo simples fato de participar do processo. Por outro lado, mesmo sendo
38293
IT
parte legítima, não há necessidade de a parte processual ser também parte
BR

material, como bem demonstra o fenômeno da substituição processual. (...)”


A
LV
SI

2.3.2. Pedido
DA

38293
IA

Relaciona-se com o objeto. Sob a ótica processual, representa a providência jurisdicional


IC

pretendida; sob a ótica material, representa o bem da vida perseguido. Deve ser certo e determinado
TR
PA

(art. 322 c/c art. 324 do CPC), sendo que tais requisitos também são exigíveis no pedido de
reconvenção (art. 324, §2º, do CPC).
A
NI
TO

Art. 322. O pedido deve ser certo.


AN

(...)
87

§ 2º A interpretação do pedido considerará o conjunto da postulação


02

e observará o princípio da boa-fé.


7
90

Art. 324. O pedido deve ser determinado.


20
72

Segundo Daniel Assumpção, ainda que mantenha a certeza como exigência do pedido, o art.
O
IT

322, § 2.º, do CPC prevê que a interpretação do pedido considerará o conjunto da postulação e
BR

observará o princípio da boa-fé, dando a entender que a certeza poderá advir não do pedido
A
LV

expresso, mas de interpretação conjunta da postulação. Nesse sentido, “O pedido é o que se


SI

pretende com a instauração da demanda e se extrai da interpretação lógico-sistemática da petição


DA

inicial, sendo de levar-se em conta os requerimentos feitos em seu corpo e não só aqueles
IA

constantes em capítulo especial ou sob a rubrica dos pedidos, sendo certo que o acolhimento de
IC

pedido extraído da interpretação lógico-sistemática da peça inicial não implica julgamento extra-
TR

petita" (STJ, MS 18.037/2013).


PA

32
A
NI
TO
AN
20
72
DIREITO PROCESSUAL CIVIL

O
IT
Jurisdição e Ação.

BR
A
LV
SI
PEDIDOS GENÉRICOS: O CPC prevê casos em que há a dispensa em se especificar a quantidade,

DA
vejamos:

IA
IC
TR
Art. 324. O pedido deve ser determinado.

PA
§ 1º É lícito, porém, formular pedido genérico:

A
I - nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens

NI
demandados;

O
NT
II - quando não for possível determinar, desde logo, as

7A
consequências do ato ou do fato;

28
III - quando a determinação do objeto ou do valor da

70
condenação depender de ato que deva ser praticado pelo réu.

90
20
72
PEDIDOS IMPLÍCITOS: Como regra, o pedido deve ser expresso, não podendo o juiz conceder aquilo

O
que não tenha sido expressamente requerido pelo autor. O CPC, no entanto, prevê casos em que
IT
mesmo sem pedido expresso poderá o juiz conceder em sentença.
BR

Exemplos:
A
LV

Art. 322, § 1º Compreendem-se no principal os juros legais, a correção


SI

monetária e as verbas de sucumbência, inclusive os honorários advocatícios.


DA

38293
IA

Art. 323. Na ação que tiver por objeto cumprimento de obrigação em


IC

prestações sucessivas, essas serão consideradas incluídas no pedido,


TR
PA

independentemente de declaração expressa do autor, e serão incluídas na


condenação, enquanto durar a obrigação, se o devedor, no curso do processo,
A
NI

deixar de pagá-las ou de consigná-las.


TO
AN

Assim, são hipóteses de pedido implícito:


87

38293
02

• - Despesas e custas processuais;


7
90

• - Honorários advocatícios;
20

• - Correção monetária;
72

• - Prestações vincendas e inadimplidas na constância do processo em caso de


O
IT

contratos de trato sucessivo;


BR

• - Juros legais/moratórios.
A
LV
SI

Cumulação de pedidos:
DA
IA

Requisitos para a cumulação de pedido:


IC
TR

• Mesmo réu;
PA

33
A
NI
TO
AN
20
72
DIREITO PROCESSUAL CIVIL

O
IT
Jurisdição e Ação.

BR
A
LV
• Pedidos compatíveis entre si;

SI
• Mesmo juiz competente para todos os pedidos;

DA
• Identidade procedimental.

IA
IC
TR
OBSERVAÇÃO:

PA
A
Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, será admitida a

NI
cumulação se o autor empregar o procedimento comum, sem prejuízo do emprego das técnicas

O
NT
processuais diferenciadas previstas nos procedimentos especiais a que se sujeitam um ou mais

7A
pedidos cumulados, que não forem incompatíveis com as disposições sobre o procedimento

28
comum.

70
90
“Por exemplo, a técnica da cognição limitada do procedimento possessório (irrelevância da

20
72
alegação de domínio) pode ser inserida no procedimento comum, caso se cumulem pedidos

O
possessórios e de resolução de contrato. Se isso ocorrer, o procedimento seria comum, mas a
IT
cognição, em relação ao pedido possessório, seria limitada.” (DIDIER, Fredie. Curso..., Ob. cit., p.
BR

574/575)
A
LV
SI

Espécies de Cumulação:
DA

38293
IA

o Própria:
IC

Simples: O resultado de um pedido NÃO interfere nos demais. Ex.: Em ação de indenização,
TR

o
PA

se o autor pedir indenização por danos materiais e morais, estará caracterizada a cumulação
simples.
A
NI

38293

o Sucessiva: Há relação de prejudicialidade. Ex.: Determinada petição inicial traz o pedido de


TO

declaração de inexigibilidade do débito e indenização por danos morais em razão da cobrança


AN

indevida, objeto do pleito declaratório. Nesse caso, a cumulação de pedidos é sucessiva.


87
02

Imprópria:
7

o
90

o Subsidiária: Pede que, em não acolhendo um pedido, acolha o outro. Art. 326. É lícito
20

formular mais de um pedido em ordem subsidiária, a fim de que o juiz conheça do posterior, quando
72

não acolher o anterior.


O
IT

o Alternativa: Pede que se acolha um pedido ou outro. Art. 326, parágrafo único. É lícito
BR

formular mais de um pedido, alternativamente, para que o juiz acolha um deles. “Tome-se como
A
LV

exemplo a seguinte hipótese: diante do vício de um produto adquirido, o consumidor propõe


SI

demanda judicial, com fundamento no § 1.º do art. 18 do CDC, para pedir sua substituição, ou a
DA

restituição da quantia paga ou o abatimento proporcional do preço, sem estabelecer qualquer


IA

prioridade a essas pretensões ou manifestação qualquer de ordem de preferência. Caberá ao juiz


IC

escolher qualquer delas, caso reconheça a existência do vício.” (CUNHA, Leonardo Carneiro da. In
TR

Comentários ao CPC. v.III. Luiz Guilherme Marinoni (coord)., 2016)


PA

34
A
NI
TO
AN
20
72
DIREITO PROCESSUAL CIVIL

O
IT
Jurisdição e Ação.

BR
A
LV
SI
DA
2.3.3. Causa de Pedir

IA
IC
TR
Teorias sobre a causa de pedir:

PA
A
Teoria da individuação: A causa de pedir é composta apenas pelo fundamento jurídico do pedido,

NI
ou seja, pela relação jurídica afirmada pelo autor;

O
NT
Teoria da substanciação (ou substancialização): Adotada pelo CPC vigente, a causa de pedir é

7A
composta pelos fatos e pelos fundamentos jurídicos do pedido. A propósito “Acerca da causa de

28
pedir, o nosso ordenamento jurídico processual adotou a teoria da substanciação ao exigir que o

70
autor, na petição inicial, indique os fatos (causa de pedir remota) e os fundamentos jurídicos (causa

90
de pedir próxima) do seu pedido.” (STJ, REsp 1.634.069/2019)

20
72
38293

O
IT
2.4. Requisitos de admissibilidade do processo (condições da ação, na visão de parte da
BR

doutrina):
A
LV
SI

Dispõe o CPC:
DA

38293
IA

Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade.


IC
TR
PA

ATENÇÃO:
A
NI

Pelo CPC/73, a possibilidade jurídica do pedido era compreendida como uma das condições
TO

da ação. Pode ser definido como a possibilidade de apreciação do pedido, por não ser proibido pelo
AN

ordenamento. O NCPC não mais considera a possibilidade jurídica do pedido como condição da
87

ação, arrolando apenas a legitimidade ad causam e o interesse processual (ou de agir) jurídico.
02
7
90

a) Interesse processual (ou interesse de agir)


20
72

Está ligada à ideia de utilidade da prestação jurisdicional que se pretende obter com a ação.
O
IT
BR

Para parcela da doutrina, pode ser analisado sob o binômio necessidade-adequação. Haverá
A
LV

necessidade sempre que o autor não puder obter o bem da vida pretendido sem a devida
SI

intervenção do Poder Judiciário.


DA
IA

Por adequação se entende que o pedido formulado pelo autor deve ser apto a resolver o
IC

conflito de interesses apresentado ao Judiciário.


TR
PA

35
A
NI
TO
AN
20
72
DIREITO PROCESSUAL CIVIL

O
IT
Jurisdição e Ação.

BR
A
LV
Ainda, pode ser subdividido em:

SI
DA
Necessidade: quando a intervenção do Poder Judiciário for indispensável para a obtenção

IA
do bem da vida pretendido. “Só o dano ou o perigo de dano jurídico, representado pela

IC
TR
efetiva existência de uma lide, é que autoriza o exercício do direito de ação. O processo

PA
jamais será utilizável como simples instrumento de indagação ou consulta acadêmica.”

A
(THEODORO JR., Humberto. Ob. cit., p. 167)

NI
Utilidade: a tutela pretendida deve ser apta a gerar uma efetiva melhora na situação

O
NT
fática do autor.

7A
Adequação: o pedido do autor deve ser apto a resolver o conflito de interesses descrito

28
pelo autor.

70
90
Em outras palavras: “Ora, como sabido, o interesse de agir é condição da ação que possui três

20
72
aspectos: (i) necessidade, haja vista a demonstração de que a tutela jurisdicional seja imprescindível

O
para alcançar a pretensão do autor; (ii) utilidade, pois o processo deve trazer algum proveito para o
IT
autor; (iii) adequação, uma vez que se exige correspondência entre o meio escolhido e a tutela
BR

pretendida.” (STJ, REsp 1.304.736/2016)


A
LV
SI

Lembrar, ainda, sobre interesse processual, o que dispõem os artigos 19 e 20 do CPC:


DA

38293
IA

Art. 19, CPC. O interesse do autor pode limitar-se à declaração:


IC

I – da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica;


TR
PA

II – da autenticidade ou da falsidade de documento.


A
NI

Art. 20, CPC. É admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do
TO

direito.
AN

“Dívida vencida e não paga, v.g., autoriza desde logo a propositura de ação condenatória. Pode,
87

entretanto, o autor optar pela via da ação declaratória, que é um minus em relação àquela.” (NERY
02

JR, Nelson. CPC Comentado, [livro eletrônico], 2020).


7
90
20

b) Legitimidade
72
O
IT

É a pertinência subjetiva da demanda, ou seja, é a situação prevista em lei que permite a um


BR

determinado sujeito propor a demanda judicial e a um determinado sujeito formar o polo passivo
A
LV

dessa demanda.
SI
DA

Regra: somente o titular do alegado direito pode pleitear em nome próprio seu próprio
IA

interesse – legitimação ordinária.


38293
IC
TR
PA

36
A
NI
TO
AN
20
72
DIREITO PROCESSUAL CIVIL

O
IT
Jurisdição e Ação.

BR
A
LV
Exceção: legitimação extraordinária – excepcionalmente admite-se que alguém em nome

SI
próprio litigue em defesa do interesse de terceiro.

DA
IA
Dispõe o CPC:

IC
TR
PA
Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo

A
quando autorizado pelo ordenamento jurídico. Ex.: Lei 8.069/90 (ECA), art.

NI
201. Compete ao Ministério Público: III - promover e acompanhar as ações

O
NT
de alimentos e os procedimentos de suspensão e destituição do poder

7A
familiar, nomeação e remoção de tutores, curadores e guardiães [...]

28
Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá

70
intervir como assistente litisconsorcial.

90
20
72
O
3. PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS. PRECLUSÃO
IT
BR

3.1. Pressupostos Processuais:


A
LV

38293
SI

São requisitos mínimos para que a relação processual se desenvolva regularmente.


DA

38293

Subdividem-se em:
IA
IC

a) Subjetivos:
TR
PA

Investidura: Exige que o julgador possua poder jurisdicional, o qual é conferido pelo Estado. É
A
NI

pressuposto de existência.
TO

Imparcialidade: Necessidade de que o julgador seja um terceiro neutro na relação jurídica


AN

processuais. Pressuposto de validade.


87

Competência: Gera a nulidade de pleno direito dos atos decisórios, sendo pressuposto processual
02

de validade.
7
90
20

ATENÇÃO:
72
O
IT

A competência relativa, segundo parte da doutrina, não pode ser considerada como
BR

pressupostos processual subjetivo, pois pode ser convalidada.


A
LV
SI

• Capacidade de ser parte: Capacidade do sujeito de gozo e exercício de direitos e obrigações.


DA

É pressuposto processual de existência.


IA

• Capacidade de estar em juízo: É a capacidade processual, tendo o incapaz que ser


IC

representado ou assistido no processo. É pressuposto de validade.


TR
PA

37
A
NI
TO
AN
20
72
DIREITO PROCESSUAL CIVIL

O
IT
Jurisdição e Ação.

BR
A
LV
• Capacidade postulatória diferencia-se das demais por exigir a presença de advogado

SI
habilitado pela OAB. É pressuposto de validade do processo.

DA
IA
b) Objetivos:

IC
TR
PA
EXTRÍNSECOS

A
NI
Referentes a fatos estranhos ao processo que não podem se verificar para que o processo

O
NT
seja considerado válido. São pressupostos de validade:

7A
28
• Coisa julgada material;

70
• Litispendência;

90
• Perempção;

20
72
• Convenção de arbitragem;

O
• Transação.
38293

IT
BR

INTRÍNSECOS
A
LV
SI

Demanda: É pressuposto de existência;


DA

38293

Petição inicial apta: É pressuposto de validade;


IA

Citação válida: É pressuposto de validade;


IC

Regularidade Formal: É pressuposto de validade.


TR
PA

No concurso da PGE AL (CEBRASPE - 2021), o tema foi cobrado da seguinte forma:


A
NI

Os pressupostos necessários para postular em juízo, de acordo com o Código de Processo


TO

Civil (CPC), incluem:


AN
87

I- interesse.
02

II- legitimidade.
7
90

III- possibilidade jurídica do pedido.


20

IV- capacidade.
72

V- boa-fé.
O
IT
BR

Estão certos apenas os itens


A
LV

A) I e II.
SI
DA

B) I e III.
C) II e IV.
IA
IC

D) III e V.
TR

E) IV e V.
PA

38
A
NI
TO
AN
20
72
DIREITO PROCESSUAL CIVIL

O
IT
Jurisdição e Ação.

BR
A
LV
SI
A alternativa considerada correta foi a letra A.

DA
38293

IA
3.2. Preclusão

IC
TR
PA
É a perda de uma faculdade processual. Da preclusão resultará uma estabilidade processual.

A
Nesse sentido, para atingir sua finalidade, o processo deve ter um desenvolvimento ordenado,

NI
coerente, regular, assegurando a certeza e estabilidade das situações processuais, sendo a

O
NT
preclusão instrumento para evitar abusos e retrocessos e prestigiar a entrega de prestação

7A
jurisdicional de boa qualidade.

28
70
Espécies:

90
20
72
• Preclusão temporal: Impossibilidade de praticar o ato, por não ter sido praticado no prazo

O
previsto em lei. Ao deixar a parte interessada de realizar o ato dentro do prazo previsto, ele não
IT
mais poderá ser realizado, já que extemporâneo. Exemplo: art. 63, § 3º, CPC - preclusão temporal
BR

da possibilidade de alegação, pelo réu, da abusividade da cláusula de eleição de foro. Pode ser
A
LV

afastada diante de descumprimento de prazo próprio se a parte comprovar que não praticou o ato
SI

processual por justa causa, ou seja, em razão de evento alheio à vontade da parte suficiente para
DA

38293

impedir a ela ou a seu mandatário de praticar o ato processual.


IA
IC

OBSERVAÇÃO:
TR
PA

Havendo indisponibilidade dos sistemas de informática quando o processo tramitar em autos


A
NI

eletrônicos, o que inviabilizará tanto o acesso aos autos como a prática do ato processual por meio
TO

eletrônico, o art. 10, § 2° da Lei 11.419/2006 prevê que o termo final do prazo será prorrogado para
AN

o primeiro dia útil subsequente em que o sistema esteja novamente disponível.


87
02

• Lógica: Impossibilidade de praticar um ato, pois o ato processual anterior, produzido pela
7
90

mesma parte, é incompatível logicamente com o novo ato. É manifestação da boa-fé processual.
20

Exemplo: a parte vencida aceitar a sentença e, posteriormente, pretender impugná-la por meio de
72

recurso (art. 1.000, CPC).


O
IT

• Consumativa: Impossibilidade de se repetir ou complementar ato processual já praticado


BR

validamente. Exemplo: a parte não pode, depois de oferecida a contestação, oferecer outra em seu
A
LV

lugar ou complementá-la. Assim, somente haverá oportunidade para realização do ato uma vez no
SI

processo e, sendo consumado, não poderá o interessado realiza-lo novamente, tampouco


DA

complementá-lo ou emenda-lo.
IA
IC
TR
PA

39
A
NI
TO
AN
20
72
DIREITO PROCESSUAL CIVIL

O
IT
Jurisdição e Ação.

BR
A
LV
EXISTE PRECLUSÃO PRO JUDICATO?

SI
DA
A preclusão pro judicato se atrela ao prazo para a prática de atos processuais pelo

IA
IC
juiz.

TR
PA
• Preclusão temporal: Não existe, pois os prazos são impróprios.

A
• Preclusão consumativa ou lógica: É possível falar em preclusão.

NI
O
NT
No concurso da PGM Belo Horizonte – MG (CEBRASPE – 2017), o tema foi cobrado da

7A
seguinte forma:

28
70
90
A respeito de ação e preclusão, assinale a opção correta.

20
72
A) A consequência processual da inobservância dos prazos impróprios aplica-se a todos

O
os atos processuais, incluído o efeito preclusivo. IT
BR
B) De acordo com a doutrina, constitui ação cognitiva de natureza constitutiva aquela
A

que, além de apresentar um conteúdo declaratório, também cria, modifica ou extingue


LV

um estado ou uma relação jurídica.


SI
DA

C) Em uma relação processual, a legitimidade


38293 ativa e a passiva são, exclusiva e
respectivamente, daquele que sofre a ameaça ou lesão a um direito e daquele que ameaça
IA
IC

ou pratica o ato ofensivo.


TR

D) Sempre que a parte deixar de praticar determinado ato processual dentro do prazo
PA

estipulado pelas partes, pelo juízo ou por lei, ficará caracterizada a preclusão consumativa.
A
NI
TO

A resposta considerada correta foi a letra B.


AN
87
02

Referências Bibliográficas:
7
90
20

Alexandre Freitas Câmara. O Novo Processo Civil Brasileiro.


72

Daniel Amorim Assumpção Neves. Manual de Direito Processual Civil.


O

Fredie Didier Júnior. Curso de direito processual civil: introdução ao direito processual civil.
IT
BR

Marcus Vinicius Rios Gonçalves. Direito Processual Civil Esquematizado.


A

Mozart Borba. Diálogos sobre o novo CPC.


LV

38293
SI
DA
IA
IC
TR
PA

40
A
NI
TO
AN
20
72
DIREITO PROCESSUAL CIVIL

O
IT
Jurisdição e Ação.

BR
A
LV
SI
DA
TAREFAS PARA O ESTUDO ATIVO

IA
IC
TR
01. Conceitue “jurisdição”.

PA
A
NI
O
NT
7A
28
70
02. A jurisdição é exercida de forma privativa pelo Poder Judiciário?

90
20
72
O
IT
BR
A
LV
SI

03. O que são equivalentes jurisdicionais?


DA

38293
IA
IC
TR
PA
A
NI

38293
TO
AN

04. Cite as principais características:


87
02

Autotutela
7
90
20
72
O
IT

Transação
BR
A
LV
SI
DA

Renúncia
IA
IC
TR
PA

41
A
NI
TO
AN
20
72
DIREITO PROCESSUAL CIVIL

O
IT
Jurisdição e Ação.

BR
A
LV
Submissão

SI
DA
IA
IC
TR
Mediação

PA
A
NI
O
NT
Conciliação

7A
28
70
90
20
Arbitragem

72
O
IT
BR
A
LV

05. Quais princípios regem a conciliação e a mediação?


SI
DA

38293
IA
IC
TR
PA
A
NI

38293

06. Admite-se arbitragem na Administração Pública?


TO
AN
87
02
7
90
20
72
O

07. Quais são as características principais da jurisdição?


IT
BR
A
LV
SI
DA
IA
IC
TR

08. Quais são os princípios da jurisdição?


PA

42
A
NI
TO
AN
20
72
DIREITO PROCESSUAL CIVIL

O
IT
Jurisdição e Ação.

BR
A
LV
SI
DA
IA
IC
38293

TR
PA
A
09. Diferencie:

NI
O
NT
CARTA PRECATÓRIA CARTA ROGATÓRIA

7A
28
70
90
20
72
O
IT
BR
A
LV

10. Há exceção ao princípio da indelegabilidade?


SI
DA

38293
IA
IC
TR
PA
A
NI
TO

11. Diferencie:
AN

JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA


87
02
7
90
20
72
O
IT
BR
A
LV
SI

12. Sucintamente, explique como funciona a cooperação internacional.


DA
IA
IC
TR
PA

43
A
NI
TO
AN
20
72
DIREITO PROCESSUAL CIVIL

O
IT
Jurisdição e Ação.

BR
A
LV
SI
DA
13. Explique:

IA
- Auxílio direto

IC
TR
PA
A
NI
O
NT
7A
28
- Carta rogatória

70
90
20
72
O
IT
BR
A
LV

14. Sobre a “ação”, responda:


SI

- Conceito
DA

38293
IA
IC
TR
PA
A
NI
TO
AN

- Natureza jurídica 38293


87
02
7
90
20
72
O
IT
BR

- Elementos
A
LV
SI
DA
IA
IC
TR
PA

44
A
NI
TO
AN
AN
TO
NI
A
PA
TR
IC
IA
DA
SI
LV
A 38293
- Características

BR
IT
O
72
20
90
702

- Quais as condições da ação?


87
AN
TO
NI
A
PA
TR
IC
IA
DA

38293
SI
LV
A
BR
IT
O
72
20
90
70
28
7A
NT
O NI
A
PA
TR
IC
IA
DA
Jurisdição e Ação.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL

SI

45
LV
A
BR
IT
O
72
20

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