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Jurisdição e Ação 72
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Arquivo revisado e atualizado até 10/01/2023
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
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Jurisdição e Ação.
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SUMÁRIO
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SUMÁRIO .......................................................................................................................................................... 3
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL ...................................................................................................................... 5
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QUAL DEVE SER O FOCO? ....................................................................................................................................5
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1. A JURISDIÇÃO........................................................................................................................................................5
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1.1. Conceito ............................................................................................................................................................5
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1.2. Escopos da jurisdição ...................................................................................................................................7
NT
1.3. Equivalentes Jurisdicionais: ........................................................................................................................7
7A
1.4. Características principais da jurisdição ................................................................................................ 18
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1.5. Princípios da jurisdição:............................................................................................................................. 19
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1.6. Espécies De Jurisdição .............................................................................................................................. 22
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1.7. Cooperação Internacional ........................................................................................................................ 26
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2. A AÇÃO. CONCEITO, NATUREZA, ELEMENTOS E CARACTERÍSTICAS. CONDIÇÕES DA IT
BR
AÇÃO. CLASSIFICAÇÃO. ..................................................................................................................................... 29
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doutrina):................................................................................................................................................................ 35
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
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Jurisdição e Ação.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
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TEMA DO DIA
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
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Jurisdição. Ação. Pressupostos Processuais. Preclusão
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ARTIGOS IMPORTANTES
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CF 88 – Arts. 18, 19, 25 a 28, 32 a 37, 38, 84, 137
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DECRETO-LEI Nº 200/1967 - Arts. 1º ao 5º
NT
(Apesar de voltado para União, os conceitos lá constantes acabam sendo utilizados pela
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doutrina).
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QUAL DEVE SER O FOCO?
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1. Princípios da jurisdição
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2. Elementos da ação. Partes, causa de pedir e pedido. Cumulação de ações
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3. Pressupostos de existência e requisitos de validade. Pressupostos processuais
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1. A JURISDIÇÃO
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1.1. Conceito
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objetivo ao caso concreto, para resolver com DEFINITIVIDADE uma situação de crise jurídica e gerar
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DIDIER JR., Fredie. Curso de direito processual civil: introdução ao direito processual civil. 17. ed. Salvador:
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Jurisdição e Ação.
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A jurisdição pode ser encarada como função, poder ou atividade:
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1) Jurisdição como função: é a função de resolver conflitos de interesses com imparcialidade.
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2) Jurisdição como poder: é a poder de decidir do órgão julgador e de impor suas decisões.
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Ressalta-se que o árbitro tem o poder de decisão, mas não pode executar suas decisões, que deverá
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ser realizada pelo Poder Judiciário.
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3) Jurisdição como atividade: conjunto de atos praticados pelo julgador no processo.
7A
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A jurisdição se limita apenas a dizer e impor o direito? De acordo com o posicionamento
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doutrinário moderno, a jurisdição vai além de apenas dizer o direito e deve sempre ser pautada para
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a concretização do direito. Dessa forma, a jurisdição deve exercer a função de criação da norma
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jurídica ao caso concreto por meio da análise da norma à luz dos princípios e dos direitos
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fundamentais. Fala-se, atualmente, na necessidade de “juris-satisfação”2.
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A jurisdição é exercida somente pelo Poder Judiciário? A jurisdição não é privativa do Poder
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Judiciário, mas é exercida por ele como sua função típica. Entretanto, na condição de função atípica
SI
outros poderes exercem a jurisdição. É o caso, por exemplo, do julgamento pelo Legislativo do
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ATENÇÃO! O Poder Judiciário também exerce outras funções além da jurisdição (atípicas),
como a organização de pessoal, realização de concursos públicos que se enquadram na função
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forma:
7
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Diz-se, comumente, que a jurisdição (juris dicere) é o poder que o Estado avocou para si de
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correto afirmar:
BR
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face das partes em conflito; II - é função, porque cumpre a finalidade de fazer valer a ordem
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jurídica colocada em dúvida diante de uma lide; III - é atividade, na medida em que consiste
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NEVES, Daniel Amorim Assunção. Manual de Direito Processual Civil. 13. ed. Salvador: Juspodivm, 2021. p. 62.
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NEVES, Daniel Amorim Assunção. Manual de Direito Processual Civil. 13. ed. Salvador: Juspodivm, 2021. p. 62.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
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Jurisdição e Ação.
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numa série de atos e manifestações externas e ordenadas que culminam com a declaração
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do direito e concretização de obrigações consagradas num título.
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Assinale a alternativa que contenha as afirmativas corretas:
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A) Somente as afirmativas I e II estão corretas.
A
B) Somente as afirmativas I e III estão corretas.
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C) Somente as afirmativas II e III estão corretas
O
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D) Somente a afirmativa I está correta.
7A
E) Todas as afirmativas estão corretas.
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A alternativa considerada correta foi a letra E.
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1.2. Escopos da jurisdição
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Objetivos da jurisdição: De acordo Daniel Neves4, a jurisdição tem quatro escopos: jurídico,
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B) Escopo social: ao resolver o conflito, a jurisdição exerce a função de pacificação social (lide
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sociológica). A atuação jurisdicional deve sempre ser pautada na tentativa de pacificação e solução
dos conflitos apresentados.
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C) Escopo educacional: ensinos aos jurisdicionados sobre seus direitos e deveres, por isso é
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São formas não jurisdicionais, alternativas de solução de conflitos. Todas essas formas de
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solução de conflitos não são definitivas, pois podem ser submetidas ao controle jurisdicional.
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NEVES, Daniel Amorim Assunção. Manual de Direito Processual Civil. 13. ed. Salvador: Juspodivm, 2021. p. 83.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
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Jurisdição e Ação.
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Daniel Neves afirma que a constatação de que a jurisdição estatal não é a única forma de
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solução dos conflitos, conforme dispõe o CPC, permite concluir que houve adoção do sistema
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MULTIPORTAS de solução de conflitos, devendo ser prestigiado o meio mais adequado para cada
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conflito.
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Vejamos algumas delas:
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a) Autotutela: É o sacrifício integral do interesse de uma das partes envolvidas em função do
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exercício da força pela parte vencedora. Não é admitida de forma ampla e irrestrita, salvo nas
7A
hipóteses legalmente previstas.
28
Ex: Legítima defesa; desforço imediato no esbulho; greve; direito de retenção, guerra; poder de
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autotutela da administração pública ou, ainda:
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“São exemplos de autotutela: [...] o privilégio do poder público de executar seus próprios atos.”
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(DIDIER, Fredie. Curso...2022, p. 225)
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Código Civil, art. 1.283. As raízes e os ramos de árvore, que ultrapassarem a estrema do prédio,
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poderão ser cortados, até o plano vertical divisório, pelo proprietário do terreno invadido.
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ATENÇÃO: É possível, no entanto, rever a autotutela pelo Poder Judiciário, ante o princípio da
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inafastabilidade da jurisdição. Ou seja, é uma forma imediata de solução de conflitos, porém nao
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Dispõe o CPC:
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pode dar-se de modo mais intenso se a solução é por elas criada e não
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conflitos.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
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Jurisdição e Ação.
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Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código,
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incumbindo-lhe: [...] V – promover, a qualquer tempo, a autocomposição,
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preferencialmente com auxílio de conciliadores e mediadores judiciais;
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b) Autocomposição: O que determina a solução do conflito é a vontade das partes, com sacrifício
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recíproco de interesses, o que valoriza a autonomia da vontade das partes na solução dos conflitos.
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Está fundada no sacrifício integral ou parcial do interesse das partes, mediante vontade unilateral
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ou bilateral dos sujeitos. São espécies:
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7A
• Transação: Há sacrifício recíproco de interesses, pois cada parte abdica parcialmente de sua
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pretensão para que atinja a solução do conflito;
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• Renúncia: O exercício de vontade é unilateral, pois o titular de pretenso direito abdica;
90
• Submissão: O exercício de vontade é unilateral, pois o sujeito se submete à pretensão
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contrária, ainda que fosse legítima a sua resistência. Pode ser do autor (renúncia), ou do réu
O
(reconhecimento do pedido).
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Com o NCPC o sistema do direito processual civil brasileiro é, enfim, estruturado no sentido de
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estimular a autocomposição. Não por acaso, no rol de normas fundamentais do processo civil, estão
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os §§ 2º e 3º do art. 3º do NCPC:
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dos conflitos.
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processo judicial.
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Na mediação e na conciliação, há presença de um terceiro, mas ele não irá resolver o conflito
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das partes. Vale ressaltar que tanto a mediação quanto a conciliação não podem ser impostas às
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I. Conciliação: Um terceiro oferece soluções fundadas no sacrifício recíproco dos interesses das
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partes. O conciliador deve atuar preferencialmente nos casos em que não haja vínculo anterior entre
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as partes, ou seja, é indicada quando não há relação continuada entre as partes, como, por exemplo,
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em uma colisão de veículos. Vide, a propósito: Art. 165, § 2º O conciliador, que atuará
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preferencialmente nos casos em que não houver vínculo anterior entre as partes, poderá sugerir
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
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Jurisdição e Ação.
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II. Mediação: A mediação não é centrada no conflito em si, mas em suas causas. O terceiro NÃO
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faz propostas, mas possibilita um diálogo entre as partes, a fim de que elas resolvam o conflito entre
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si. O mediador tem o papel de induzir as partes à solução do conflito e deve atuar preferencialmente
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nos casos em que haja vínculo anterior entre as partes, como em questões de direito de família e
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vizinhança. Vide, a propósito: Art. 165, § 3º O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em
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que houver vínculo anterior entre as partes, auxiliará aos interessados a compreender as questões
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e os interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo restabelecimento da comunicação,
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identificar, por si próprios, soluções consensuais que gerem benefícios mútuos.
O
NT
7A
OBS.: Vale a pena lembrar, ainda, a existência da técnica da negociação, em que a
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autocomposição é obtida sem a intermediação de terceiros: “Na negociação, as partes se
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encontram diretamente e, de acordo com suas próprias estratégias e estilos, procuram resolver
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uma disputa e planejar uma transação, mediante discussões que incluem argumentação e
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72
arrazoamento. Sem a intervenção de terceiros, as partes procuram resolver as questões,
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resolvendo disputas mediante discussões que podem ser conduzidas pelas partes
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autonomamente, ou por representantes.” (TAVARES, Fernando Horta. Mediação & Conciliação.
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Princípios:
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influências em sua atuação, sejam elas advindas do Poder Judiciário, das próprias partes ou
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de terceiros.
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que haja privilégio de uma das partes em relação à outra. “Também o conciliador deve ser
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imparcial, porque quando apresenta propostas de solução dos conflitos, deve ter como
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propósito a forma mais adequada à solução do conflito, e não a vantagem indevida de uma
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Nos termos do art. 170 do CPC, no caso de impedimento, o conciliador ou mediador o comunicará
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coordenador do centro judiciário de solução de conflitos, devendo este realizar nova distribuição.
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NEVES, Daniel Amorim Assunção. Manual de Direito Processual Civil. 13. ed. Salvador: Juspodivm, 2021. p. 72.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
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Jurisdição e Ação.
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c) Princípio da autonomia da vontade: as partes devem ter a vontade livre e sem influências
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para poder solucionar seus conflitos de comum acordo. Os impedimentos à autonomia das
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vontades podem viciar o acordo celebrado entre as partes, não resolvendo o conflito.
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De acordo com o art. 166, § 4º, do CPC, há reforço à necessidade de toda mediação e conciliação
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serem regidas pela livre autonomia dos interessados, inclusive no que tange ao respeito à definição
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das regras procedimentais:
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O
NT
Art. 166, § 4º, do CPC: A mediação e a conciliação serão regidas conforme a
7A
livre autonomia dos interessados, inclusive no que diz respeito à definição
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das regras procedimentais.
70
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d) Princípio da confidencialidade: a confidencialidade diz respeito à possibilidade de restringir
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a divulgação das informações acerca do conflito e da forma de solução adotada pelas partes
O
envolvidas. Nos termos do art. 166, § 1º, do CPC, a confidencialidade é estendida a todas as
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informações produzidas no curso do procedimento, que não pode ser utilizado para fim
BR
e) Dever de sigilo (art. 166, § 2º, do CPC): O conciliador e o mediador e suas equipes não
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e do mediador devem ser realizadas de forma oral, ou seja, elas se desenvolvem pela
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conversa entre as partes envolvidas. De acordo com Daniel Neves6, a oralidade tem 3
funções: conferir celeridade, prestigiar a informalidade e promover a confidencialidade, já que
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busca facilitar, sem rituais e burocracias, a aproximação das partes para que cheguem a um
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OBS.:
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- Em razão do dever de sigilo, inerente às suas funções, o conciliador e o mediador, assim como os
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membros de suas equipes, não poderão divulgar ou depor acerca de fatos ou elementos oriundos
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autocomposição.
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NEVES, Daniel Amorim Assunção. Manual de Direito Processual Civil. 13. ed. Salvador: Juspodivm, 2021. p. 72.
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DIDIER JR., Fredie. Curso de direito processual civil: introdução ao direito processual civil. 17. ed. Salvador:
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Jurisdição e Ação.
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No concurso da PGM Cabo de Santo Agostinho – PE (IBF - 2019), o tema foi cobrado
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da seguinte forma:
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Sobre jurisdição, ação e as disposições constitucionais e legais acerca dos temas, analise
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as afirmativas abaixo.
A
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I. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade. II. O interesse do autor
O
NT
pode limitar-se à declaração da autenticidade ou da falsidade de documento. III. O princípio
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da inafastabilidade de jurisdição é previsto expressamente, tão somente, na Constituição
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Federal.
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Assinale a alternativa correta.
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O
A) As afirmativas I, II e III estão corretas
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B) Apenas as afirmativas I e II estão corretas
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De acordo com o art. 165 do CPC/15, os tribunais devem criar centros judiciários de solução
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Composição e organização dos Centros (art. 165, § 1º, do CPC): devem ser definidas por
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normas do próprio tribunal, desde que atendidas as normas do Conselho Nacional de Justiça.
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houver vínculo anterior entre as partes, poderá sugerir soluções para o litígio,
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
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Jurisdição e Ação.
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sendo vedada a utilização de qualquer tipo de constrangimento ou
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intimidação para que as partes conciliem.
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§ 3º O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que houver
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vínculo anterior entre as partes, auxiliará aos interessados a compreender as
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TR
questões e os interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo
PA
restabelecimento da comunicação, identificar, por si próprios, soluções
A
consensuais que gerem benefícios mútuos.
NI
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Art. 167. Os conciliadores, os mediadores e as câmaras privadas de
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conciliação e mediação serão inscritos em cadastro nacional e em cadastro
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de tribunal de justiça ou de tribunal regional federal, que manterá registro de
70
profissionais habilitados, com indicação de sua área profissional.
90
§ 1º Preenchendo o requisito da capacitação mínima, por meio de curso
20
72
realizado por entidade credenciada, conforme parâmetro curricular definido
O
pelo Conselho Nacional de Justiça em conjunto com o Ministério da Justiça, o
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conciliador ou o mediador, com o respectivo certificado, poderá requerer sua
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mediadores.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
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Jurisdição e Ação.
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Art. 168. As partes podem escolher, de comum acordo, o conciliador, o
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mediador ou a câmara privada de conciliação e de mediação.
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§ 1º O conciliador ou mediador escolhido pelas partes poderá ou não estar
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cadastrado no tribunal.
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§ 2º Inexistindo acordo quanto à escolha do mediador ou conciliador, haverá
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distribuição entre aqueles cadastrados no registro do tribunal, observada a
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respectiva formação.
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§ 3º Sempre que recomendável, haverá a designação de mais de um
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mediador ou conciliador.
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Sobre a remuneração:
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Art. 169 do CPC. Ressalvada a hipótese do art. 167, § 6º, o conciliador e o
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mediador receberão pelo seu trabalho remuneração prevista em tabela
IT
fixada pelo tribunal, conforme parâmetros estabelecidos pelo Conselho
BR
Nacional de Justiça.
A
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Exclusão do cadastro:
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aquele que:
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§§ 1º e 2º ;
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ou suspeito.
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administrativo.
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conciliador, poderá afastá-lo de suas atividades por até 180 (cento e oitenta)
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
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Jurisdição e Ação.
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c) Arbitragem: As partes escolhem um terceiro de sua confiança, responsável pela solução do
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conflito, e a decisão desse terceiro será impositiva, ou seja, o conflito será resolvido
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independente da vontade das partes. A Lei da Arbitragem – Lei 9.307/96 – regula essa forma
IC
TR
de solução de conflitos, privativa dos direitos disponíveis.
PA
A
Na defesa de que a arbitragem tem natureza de equivalente jurisdicional, por todos, Daniel
NI
Amorim: “Questão interessante a respeito da arbitragem diz respeito a sua genuína natureza de
O
NT
equivalente jurisdicional. Ainda que a doutrina majoritária defenda tal entendimento, é preciso
7A
lembrar que importante parcela doutrinária defende a natureza jurisdicional da arbitragem [...].”
28
(AMORIM, Daniel Assumpção. Ob. cit, p. 20). Sustenta, ainda, que o art. 3º, § 1º, do CPC, consagrou
70
o entendimento de que a arbitragem não é jurisdição, porque, ao prever a inafastabilidade da
90
jurisdição, salvo a arbitragem, fica claro que essa forma de solução de conflitos não é jurisdicional.
20
72
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Todavia, de fato, há forte defesa no sentido de que a arbitragem tenha natureza
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jurisdicional: “A tese majoritária é a jurisdicionalista [...] que percebe, na arbitragem, verdadeira
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atividade jurisdicional.” (BERALDO, Leonardo de Faria. Curso de Arbitragem nos termos da Lei
A
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9.307/96, p. 5).
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E, ainda, segundo já teve a oportunidade de destacar o STJ “De acordo com o atual
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posicionamento sufragado pela Segunda Seção desta Corte de Justiça, compete ao Superior
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Tribunal de Justiça dirimir conflito de competência entre Juízo arbitral e órgão jurisdicional
TR
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Quem pode se valer da arbitragem para resolver conflitos? Somente pessoas capazes. Ex.:
87
Todos os conflitos podem ser solucionados pela arbitragem? Não, somente os conflitos de
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direitos patrimoniais disponíveis. Ex.: Direitos que não comportam arbitragem: Direito à vida, à saúde,
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ao nome etc.
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• Cláusula compromissória: É uma convenção entre as partes que estabelece que eventuais
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
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Jurisdição e Ação.
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ATENÇÃO: Admite-se a arbitragem na Administração Pública. Nesse sentido, a nova Lei de
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Licitações (Lei 14.133/21) trouxe capítulo sobre o tema:
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CAPÍTULO XII
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DOS MEIOS ALTERNATIVOS DE RESOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS
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Art. 151. Nas contratações regidas por esta Lei, poderão ser utilizados meios
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alternativos de prevenção e resolução de controvérsias, notadamente a
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conciliação, a mediação, o comitê de resolução de disputas e a arbitragem.
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NT
Parágrafo único. Será aplicado o disposto no caput deste artigo às
7A
controvérsias relacionadas a direitos patrimoniais disponíveis, como as
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questões relacionadas ao restabelecimento do equilíbrio econômico-
70
financeiro do contrato, ao inadimplemento de obrigações contratuais por
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quaisquer das partes e ao cálculo de indenizações.
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Art. 152. A arbitragem será sempre de direito e observará o princípio da
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publicidade.
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Art. 153. Os contratos poderão ser aditados para permitir a adoção dos meios
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Art. 154. O processo de escolha dos árbitros, dos colegiados arbitrais e dos
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transparentes.
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13.129/2015).
02
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livremente como será julgada a questão, seja através de leis e regras pré-estabelecidas, seja por
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árbitro que possa julgar por igualdade considerando aquilo que achar mais justo (julgamento por
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equidade).
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Quem decide o conflito na arbitragem? É o árbitro, que pode ser qualquer pessoa capaz que
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OBSERVAÇÃO!
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O árbitro não precisa ser formado em Direito, o que pode ser uma vantagem às partes, pois podem
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
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Jurisdição e Ação.
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Procedimento da arbitragem: Todo o procedimento da arbitragem deverá ser seguido ao já
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estabelecido pelas partes na convenção de arbitragem, porém não havendo sido estipulados, caberá
IA
ao árbitro arquitetá-lo com a aquiescência das partes. Ao árbitro ou ao tribunal arbitral caberá a
IC
TR
incumbência de, no início da arbitragem, tentar a conciliação das partes, valendo em caso positivo
PA
como sentença arbitral.
A
NI
Sentença arbitral: é o resultado final do julgamento da causa sujeitada a arbitragem, ela tende
O
NT
a representar o desejo das partes quanto à solução do litígio e em menor tempo possível. Trata-se
7A
de título executivo judicial, nos termos do art. 515 do CPC. São títulos executivos judiciais, cujo
28
cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos previstos neste Título: [...] VII - a sentença arbitral.
70
90
Prazo da sentença: No que tange ao prazo, caso não tenha sido convencionado o prazo para
20
72
a apresentação da sentença entre as partes, este será de seis meses, contados do início dos
O
procedimentos de arbitragem.
IT
BR
38293
III - o dispositivo, em que os árbitros resolverão as questões que lhes forem submetidas e
IC
Judiciário competente a declaração de nulidade da sentença arbitral, nos casos previstos nesta Lei.
AN
87
contrato com a empresa Silva & Silva Ltda., com o objetivo de construir obras de
72
de modo que foi instituído o procedimento arbitral para solucionar a controvérsia. Após o
A
Tendo essa situação hipotética como referência inicial, assinale a opção correta.
IA
IC
TR
PA
17
A
NI
TO
AN
20
72
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
O
IT
Jurisdição e Ação.
BR
A
LV
A) A sentença arbitral que julgar parcialmente procedente ou improcedente o pedido
SI
poderá ser impugnada mediante recurso endereçado ao tribunal arbitral a que estiver
DA
vinculado o árbitro sentenciante.
IA
B) Em decorrência do valor da condenação, a sentença arbitral proferida deve ser
IC
TR
obrigatoriamente submetida à revisão necessária junto ao respectivo tribunal de justiça do
PA
estado condenado.
A
C) Compete ao árbitro ou tribunal arbitral executar as sentenças condenatórias por eles
NI
proferidas.
O
NT
D) A competência para processar um eventual pedido de nulidade da sentença arbitral é
7A
do tribunal arbitral a que estiver vinculado o árbitro sentenciante.
28
E) Não cabe recurso contra a sentença arbitral, mas havendo causa que provoque a sua
70
nulidade, qualquer das partes envolvidas no conflito poderá requerer a sua declaração
90
junto ao Poder Judiciário.
20
72
O
38293
a) Substitutividade: O Estado substitui a vontade das partes pela vontade da lei no caso concreto,
DA
38293
a fim de promover a pacificação social. Desde que o Estado assumiu o monopólio do uso da força,
IA
ele passou a aplicar a lei para solucionar os conflitos, substituindo as partes no intuito de se
IC
assegurar imparcialidade8. “Os atos proibidos de autotutela são substituídos pela atividade do juiz
TR
PA
que, serenamente e com imparcialidade, verifica se o sujeito tem ou não razão e, por ato seu,
propicia-lhe a obtenção do bem na primeira hipótese.” (DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições
A
NI
b) Lide: Segundo Carnelutti, é o conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida.
87
Segundo Daniel Neves, trata-se de um fenômeno não processual, mas fático-jurídico, anterior ao
02
processo. Ainda, importante destacar que o autor afirma ser corrente na doutrina o entendimento
7
90
de que é possível a existência de jurisdição sem lide, como, por exemplo, os processos objetivos
20
de interesses, exige-se o ajuizamento da ação para que a pretensão das partes sejam atendida, ou
O
IT
seja, o divórcio).
BR
A
LV
chamado de princípio da demanda, significa que o juiz não poderá iniciar um processo de ofício.
DA
Segundo Daniel Neves, decorre da ideia de que o direito de ação é disponível, cabendo ao
IA
8
GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Direito Processual Civil esquematizado. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2016. p. 159.
18
A
NI
TO
AN
20
72
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
O
IT
Jurisdição e Ação.
BR
A
LV
SI
* Note que a inércia diz respeito ao início do processo, pois uma vez provocada pelo interessado
DA
com a propositura da
38293
demanda, a jurisdição já não será mais inerte, aplicando-se a regra do
IA
IMPULSO OFICIAL.
IC
TR
PA
Além disso, o art. 2º do CPC prevê a possibilidade de início do processo de ofício, desde que
A
expressamente previsto nesse sentido:
NI
O
NT
Art. 2º do CPC O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve
7A
por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei.
28
70
Exemplos: Art. 712. Verificado o desaparecimento dos autos, eletrônicos ou
90
não, pode o juiz, de ofício, qualquer das partes ou o Ministério Público, se for
20
72
o caso, promover-lhes a restauração.
O
IT
Art. 738. Nos casos em que a lei considere jacente a herança, o juiz em cuja
BR
38293
mais ser discutidas. O objetivo é o de evitar a eternização dos conflitos, como consequência da
IC
segurança jurídica. Segundo Daniel Neves, significa que a decisão que solucionou o conflito deverá
TR
PA
ser respeitada por todos: partes, juiz do processo, Poder Judiciário e até mesmo por outros Poderes.
A maior expressão dessa imutabilidade é a coisa julgada material.
A
NI
TO
transitadas em julgado são imutáveis. As decisões sobre jurisdição voluntária, por exemplo, não
87
Assim, as partes estão obrigadas a cumprir da decisão imutável proferida pelo Estado. Para isso, o
72
Estado-Juiz poderá se valer de meios de coerção aos indivíduos e empresas para obrigar o respeito
O
IT
à decisão.
BR
A
LV
a) Investidura: A jurisdição só pode ser exercida por quem dela se encontre legitimamente
TR
investido. Assim, atos processuais praticados por quem não é investido legitimamente são
PA
19
A
NI
TO
AN
20
72
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
O
IT
Jurisdição e Ação.
BR
A
LV
considerados inexistentes, e inclusive caracterizam crime tipificado no Código Penal. No Brasil,
SI
admitem-se duas formas: concurso público (art. 91, I, da CF) e através do quinto constitucional (art.
DA
94 da CF). É o agente público, juiz de direito, chamado, por vezes, de Estado-Juiz, porque é o
IA
responsável por representar o Estado na busca por uma solução para o caso concreto.
IC
TR
PA
b) Territorialidade ou aderência ao território: O juiz devidamente investido de jurisdição só pode
A
exercê-la dentro do território nacional, como consequência da limitação da soberania do Estado
NI
brasileiro ao seu
38293 próprio território. É uma limitação do exercício legítimo da jurisdição. A limitação
O
NT
ocorre por meio de regras de competência territorial.
7A
28
OBSERVAÇÃO!
70
Carta precatória: quando falta competência para o juiz atuar, é necessário a expedição de carta
90
precatória para outro juízo no território brasileiro.
20
72
O
Carta rogatória: quando há necessidade de comunicação e realização de atos processuais fora do
IT
território nacional, utiliza-se de carta rogatória por ausência de jurisdição fora do território
BR
nacional.
A
LV
SI
38293
Poder Judiciário não pode, em regra, delegar a função jurisdicional a outros Poderes ou órgãos não
IA
órgão jurisdicional não poderá delegar sua função para outro órgão jurisdicional. Ressalte-se que
TR
PA
a carta precatória não constitui delegação de competência, já que é expedida justamente porque o
juízo deprecante não possui competência para realizar aquele ato.
A
NI
TO
ATENÇÃO:
AN
87
HÁ EXCEÇÃO À INDELEGABILIDADE?
02
7
90
• Na expedição de carta de ordem pelo Tribunal, que delega sua função para produzir
IT
• Na delegação da função executiva dos julgados dos Tribunais aos juízes de primeiro
A
LV
grau. Ex.: CF, art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda
SI
20
A
NI
TO
AN
20
72
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
O
IT
Jurisdição e Ação.
BR
A
LV
se como o único órgão competente para proferir decisões que digam respeito ao mérito
SI
da execução.
DA
38293
IA
d) Inevitabilidade: é aplicado em dois momentos distintos. O primeiro diz respeito à vinculação
IC
TR
obrigatória dos sujeitos ao processo judicial. A vinculação é automática, não dependendo de
PA
qualquer concordância do sujeito, ou mesmo de acordo entre as partes para se vincularem ao
A
processo e se sujeitarem à decisão. Essa integração obrigatória à relação jurídica processual
NI
coloca os sujeitos que dela participam em estado de sujeição, o que significa dizer que suportarão
O
NT
os efeitos da decisão jurisdicional ainda que não gostem, não acreditem ou não concordem com
7A
ela.
28
70
e) Inafastabilidade:
90
20
72
Assegura o amplo e universal acesso ao Judiciário (art. 3º do CPC, art. 5º, XXXV, da CF). “Não
O
se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito”, sendo tal afirmação compatível
IT
BR
com o uso da arbitragem e com a busca da solução consensual dos conflitos.
Mais do que o simples acesso formal, é importante frisar que o princípio assegura o acesso a
A
LV
uma ordem jurídica justa, mediante a prestação de uma atividade jurisdicional adequada e
SI
tempestiva. Nesse sentido, destaca a doutrina que “Ao se incluir no rol do artigo 5º da CF a
DA
38293
(acesso à ordem jurídica justa).” (MARINONI, Luiz Guilherme. Tutela antecipatória, julgamento
PA
CF, art. 217, § 1º O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições
AN
Lei 11.417/06 [Súmulas Vinculantes], art. 7º Da decisão judicial ou do ato administrativo que
02
7
reclamação ao Supremo Tribunal Federal, sem prejuízo dos recursos ou outros meios admissíveis de
20
72
impugnação.
O
§ 1º. Contra omissão ou ato da administração pública, o uso da reclamação só será admitido
IT
direito antes de sua apreciação e indeferimento pelo INSS, ou se excedido o prazo legal para sua
IA
análise. [...] É bem de ver, no entanto, que a exigência de prévio requerimento não se confunde com
IC
o exaurimento das vias administrativas. (STJ, Corte Especial, AgInt no RE no AgInt nos Edcl no
TR
AREsp 912828/2017)
PA
21
A
NI
TO
AN
20
72
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
O
IT
Jurisdição e Ação.
BR
A
LV
f) Juiz Natural: Ninguém será processado senão pela autoridade competente (art. 5º, LIII, da CF/88).
SI
Ou seja, não é possível escolher o juiz para o julgamento de uma demanda, o que ocorre
DA
aleatoriamente, em virtude de aplicação de normas gerais, abstratas e impessoais de competência.
IA
Além disso, o princípio do juiz natural proíbe a criação de tribunais de exceção, conforme art. 5º,
IC
TR
XXXVII, da CF/88, ou seja, não é possível criar um juízo após o acontecimento de determinados fatos
PA
jurídicos com a exclusiva tarefa de julgá-los.
A
NI
Para alguns, “A garantia do juiz natural é tridimensional, o que significa que: (i) não haverá juízo ou
O
NT
tribunal ad hoc, isto é, tribunal de exceção; (ii) todos têm o direito de se submeter a julgamento (civil
7A
ou penal) por juiz competente, pré-constituído na forma da lei; (iii) o juiz competente tem de ser
28
imparcial (cf. Nelson Nery Jr. Princípios do processo na Constituição Federal. 11.ª ed. São Paulo: RT,
70
2013, p. 142).
90
20
72
É importante, porém, destacar que há doutrina que entende que o princípio do juiz natural é
O
bidimensional, ou seja, há dupla garantia como essência: proibição de juízo de exceção e julgamento
IT
por juiz competente (art. 5.º, incisos XXXVII e LIII) (cf. Ada Pellegrini Grinover. O princípio do juiz
BR
natural e sua dupla garantia. In: O processo em sua unidade. Rio de Janeiro: Forense Universitária,
A
LV
38293
Não obstante, mesmo para a doutrina que não menciona expressamente a imparcialidade como
IA
dimensão do princípio do juiz natural, reconhece-se o liame estreito entre os dois, tendo em vista
IC
que as garantias da proibição de juízo de exceção e do julgamento por juiz competente buscam
TR
PA
assegurar a imparcialidade: “Já se pode perceber que o juiz natural mantém um liame estreito com a
necessidade de imparcialidade do juiz. Na verdade, a salvaguarda da imparcialidade constitui a razão
A
NI
justificativa de uma série de institutos, entre os quais desponta a garantia do juiz natural. Em outras
TO
palavras, o juiz natural decorre da imparcialidade; esta é sua razão de ser”. (Leonardo José Carneiro
AN
da Cunha. Anotações sobre a garantia constitucional do juiz natural. In: Processo e Constituição –
87
estudos em homenagem ao Professor José Carlos Barbosa Moreira. São Paulo: RT, 2006, p. 506).
02
7
90
38293
72
Critério quanto à natureza do objeto da demanda. Haverá jurisdição penal sempre que a
DA
matéria versada envolver o Direito e o Processo Penal. Por outro lado, de forma subsidiária, haverá
IA
22
A
NI
TO
AN
20
72
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
O
IT
Jurisdição e Ação.
BR
A
LV
1.6.2. Jurisdição superior ou inferior
SI
DA
Jurisdição inferior: é o órgão que analisará e julgará o processo inicialmente, geralmente o
IA
juiz de 1ª instância.
IC
TR
PA
Jurisdição superior: é aquele exercida em grau recursal pelos tribunais.
A
NI
1.6.3. Jurisdição comum e especial
O
NT
7A
Jurisdição especial: é aquela exercida pelas Justiça Especializadas: Justiça do Trabalho,
28
Justiça Eleitoral e Justiça Militar.
70
90
Jurisdição comum: será aquela que não se enquadra na jurisdição especial e abrange a Justiça
20
72
Federal e a Estadual, esta última com competência residual.
O
IT
1.6.4. Jurisdição contenciosa e voluntária
BR
A
LV
A jurisdição contenciosa pode ser compreendida como a jurisdição propriamente dita, pois
SI
38293
a) Jurisdição voluntária
• É jurisdição excepcional, em que a atividade jurisdicional não busca solucionar um conflito,
A
NI
mas chancelar / validar certos interesses privados. Conhecida como “administração pública
TO
• Não há caráter substitutivo, pois o juiz não substitui a vontade das partes pela vontade da
72
lei. Na verdade, há somente integração do acordo de vontade entre as partes para que
O
IT
• Não há lide, pois as vontades são convergentes, ou seja, não há conflito de interesses.
A
LV
• O juiz não é obrigado a observar o critério da legalidade estrita, nos termos do art. 723. [...]
DA
23
A
NI
TO
AN
20
72
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
O
IT
Jurisdição e Ação.
BR
A
LV
Dispõe o CPC:
SI
DA
Art. 720. O procedimento terá início por provocação do interessado, do
IA
Ministério Público ou da Defensoria Pública, cabendo-lhes formular o pedido
IC
TR
devidamente instruído com os documentos necessários e com a indicação da
PA
providência judicial.
A
NI
Art. 721. Serão citados todos os interessados, bem como intimado o
O
NT
Ministério Público, nos casos do art. 178 , para que se manifestem, querendo,
7A
no prazo de 15 (quinze) dias.
28
70
Art. 722. A Fazenda Pública será sempre ouvida nos casos em que tiver
90
interesse.
20
72
O
Art. 723. O juiz decidirá o pedido no prazo de 10 (dez) dias.
IT
Parágrafo único. O juiz não é obrigado a observar critério de legalidade
BR
conveniente ou oportuna.
SI
DA
38293
I - emancipação;
II - sub-rogação;
A
NI
38293
resolutória;
O
IT
valor.
SI
seguinte forma:
PA
24
A
NI
TO
AN
20
72
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
O
IT
Jurisdição e Ação.
BR
A
LV
SI
Jurisdição é o poder que o Estado tem de resolver os conflitos, substituindo a vontade das
DA
partes e impondo essa decisão coercitivamente. Assinale a alternativa que estabelece, de
IA
acordo com a teoria clássica, majoritária no Brasil, a característica da jurisdição voluntária.
IC
TR
PA
A) Tem caráter administrativo.
A
B) Ocorre em um procedimento em que há interessados e coisa julgada.
NI
C) A jurisdição atua a partir de uma lide, na qual há conflitos de interesse.
O
NT
D) Tem por finalidade a atuação do direito e a pacificação social.
7A
E) Um exemplo de jurisdição voluntária é a ação de restauração de autos.
28
70
A alternativa considerada correta foi a letra A.
90
20
72
b) Jurisdição contenciosa
O
IT
• É a jurisdição “tradicional”, tratada ao longo do curso todo.
BR
Atente-se às diferenças:
DA
38293
38293
IA
efeitos
TO
procedimento de jurisdição
SI
25
A
NI
TO
AN
20
72
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
O
IT
Jurisdição e Ação.
BR
A
LV
rescisória.” (STJ, REsp
SI
38293
1.892.782/2021))
DA
IA
O juiz segue estrita legalidade O juiz pode decidir com base em
IC
juízo de equidade.
TR
PA
Há os efeitos da revelia Não há os efeitos da revelia
A
NI
Princípio do dispositivo Princípio do inquisitivo:
O
NT
- O juiz pode dar início de ofício a
7A
algumas demandas de jurisdição
28
voluntária;
70
- Maiores poderes instrutórios para
90
o juiz, que pode produzir provas
20
mesmo contra a vontade das
72
partes;
O
IT
- O juiz pode decidir contra a
BR
38293
IA
“Por este princípio, as autoridades judiciais dos diversos países deverão auxiliar-se
IC
Cooperativo”, um tipo de Estado que não deixa de ser um Estado Nacional, mas ele agrega a
essa estrutura elementos de abertura, cooperação e integração que descaracterizam o Estado
A
NI
Nacional como uma unidade fechada, centrada na soberania nacional”. (Marcos Augusto Malika,
TO
Regra: será regida por tratado de que o Brasil faz parte, observando os seguintes
02
requisitos:
7
90
20
na do Estado requerente;
DA
IA
IC
9
Não viola a ordem pública brasileira o compartilhamento direto de dados bancários pelos órgãos investigativos mesmo que, no Estado
TR
de origem, sejam obtidos sem prévia autorização judicial, se a reserva de jurisdição não é exigida pela legislação local. (STJ, Informativo
PA
O
IT
Jurisdição e Ação.
BR
A
LV
• a existência de autoridade central para recepção e transmissão dos pedidos de cooperação;
SI
“A Autoridade Central é um conceito consagrado no Direito Internacional e visa a determinar
DA
um ponto unificado de contato para a tramitação dos pedidos de cooperação jurídica
IA
internacional, com vistas à efetividade e à celeridade desses pedidos. A principal função da
IC
TR
Autoridade Central é buscar maior celeridade e efetividade aos pedidos de cooperação
PA
jurídica internacional penal ou civis. Para isso, recebe, analisa, adequa, transmite e
A
acompanha o cumprimento dos pedidos junto às autoridades estrangeiras.” (In
NI
www.justica.gov.br)
O
NT
• a espontaneidade na transmissão de informações a autoridades estrangeiras.
7A
28
Na ausência de tratado, a cooperação jurídica internacional poderá realizar-se com base
70
em RECIPROCIDADE, manifestada por via diplomática. “Além dos tratados e acordos bilaterais
90
entre o Brasil e os demais países, a garantia de aplicação do princípio da reciprocidade é também
20
72
fundamento da cooperação jurídica internacional.” (STJ, Corte Especial, AgRg na CR 7861/2013)
O
IT
ATENÇÃO:
BR
A
LV
38293
Não será admitida a prática de atos que contrariem ou que produzam resultados
IA
38293
• qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira.
BR
A
LV
AUXÍLIO DIRETO = cabível quando a medida não decorrer diretamente de decisão de autoridade
SI
pedido.
PA
27
A
NI
TO
AN
20
72
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
O
IT
Jurisdição e Ação.
BR
A
LV
SI
O auxílio direto terá por objeto:
DA
38293
IA
• obtenção e prestação de informações sobre o ordenamento jurídico e sobre processos
IC
TR
administrativos ou jurisdicionais findos ou em curso;
PA
• colheita de provas, salvo se a medida for adotada em processo, em curso no estrangeiro, de
A
competência exclusiva de autoridade judiciária brasileira;
NI
• qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira.
O
NT
7A
Recebido o pedido de auxílio direto passivo, a autoridade central o encaminhará à
28
Advocacia-Geral da União, que requererá em juízo a medida solicitada. Compete ao juízo federal
70
do lugar em que deva ser executada a medida apreciar pedido de auxílio direto passivo que
90
demande prestação de atividade jurisdicional.
20
72
O
CARTA ROGATÓRIA: o procedimento da carta rogatória perante o STJ é de jurisdição
IT
contenciosa e deve assegurar às partes as garantias do devido processo legal. A defesa
BR
judicial estrangeiro produza efeitos no Brasil. Em qualquer hipótese, é vedada a revisão do mérito
SI
38293
IA
IMPORTANTE
IC
TR
PA
andamento.
TO
AN
que o instruem serão encaminhados à autoridade central, acompanhados de tradução para a língua
02
inclusive tradução para a língua portuguesa, quando encaminhado ao Estado brasileiro por meio de
SI
procedimento de legalização.
IA
IC
TR
PA
28
A
NI
TO
AN
20
72
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
O
IT
Jurisdição e Ação.
BR
A
LV
2. A AÇÃO. CONCEITO, NATUREZA, ELEMENTOS E CARACTERÍSTICAS. CONDIÇÕES DA
SI
AÇÃO. CLASSIFICAÇÃO.
DA
IA
2.1. Conceito
IC
TR
38293
PA
Pode se conceituar ação, de forma simples, como o direito de provocar a tutela jurisdicional do
A
estado. E, também, como a forma pela qual o cidadão exerce o seu direito preexistente de acesso à
NI
justiça. No entanto, o conceito preciso de ação dependerá da teoria adotada.
O
NT
7A
2.2. Teorias sobre o Direito de Ação
28
70
2.2.1. Teoria civilista (clássica ou imanentista) – Savigny
90
20
72
O direito de ação é considerado o próprio direito material em movimento. O Direito material e
O
o direito de ação se confundem, de modo que NÃO existe direito de ação sem existir o direito
IT
material. O direito de ação seria mero procedimento.
BR
A
LV
PFN/2012: Essa teoria vigorou até surgir disputa doutrinária entre Windscheid e Muther, quanto
SI
ao conceito de actio romana e de suas aplicações no conceito de ação. O direito de ação ficou
DA
38293
desvinculado do material.
IA
IC
A partir dessa polêmica e de estudos posteriores, como os de Oscar von Bullow, a respeito
TR
PA
dos pressupostos processuais, o direito processual passou a ser estudado de forma científica, e o
direito de ação passou a ser diferenciado do direito material.
A
NI
TO
A primeira teoria que faz distinção entre direito de ação e direito material. O direito de ação
02
corresponderia ao direito a uma sentença favorável, ou seja, um direito do indivíduo contra o Estado
7
90
e ao mesmo tempo contra o adversário, que estará submetido à sentença. O direito de ação é
20
autônomo em relação ao direito material, mas só possui o direito de ação quem possui o direito
72
2.2.3. Teoria abstrata - Degenkolb (Alemanha), Plosz (Hungria) e Alfredo Rocco (Itália)
SI
DA
juiz, por uma sentença favorável ou não. Mantém a autonomia do direito de ação, que NÃO se
IC
confunde com o direito material. Porém, vai além, pois afirma que o direito de ação é independente
TR
29
A
NI
TO
AN
20
72
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
O
IT
Jurisdição e Ação.
BR
A
LV
SI
NÃO existiria nenhuma condição para exercer o direito de ação.
DA
IA
2.2.4. Teoria eclética – Liebman
IC
TR
PA
O direito de ação seria autónomo e independente do direito material, mas não seria universal
A
e incondicionado. Só seria considerado seu titular o autor que, em concreto, tem direito a um
NI
julgamento de mérito, o que só ocorrerá se preenchidas as chamadas condições da ação.
O
NT
7A
A ação seria, portanto, direito a julgamento de mérito.
28
70
Para Liebman, o direito de ação é visto como o direito de ter uma sentença de mérito, no caso
90
do preenchimento das condições da ação.
20
72
O
O CPC adotou a teoria eclética ao prever que a sentença fundada em ausência das condições
IT
da ação (legitimidade ad causam e interesse processual) é meramente terminativa, não produzindo
BR
38293
IA
38293
AN
Quanto à expressão “condições da ação”, vale lembrar que há doutrina que defende que “Não
87
se fala mais em condições da ação. Há apenas advertência de que para postular em juízo é necessário
02
ter interesse e legitimidade (art. 17). Diz o art. 485 do CPC que o órgão jurisdicional não resolverá o
7
90
mérito em diversas hipóteses, entre essas quando verificar ausência de legitimidade ou de interesse
20
processual (art. 485, VI). Trata--se, assim, de requisitos para a apreciação do mérito, estando muito
72
distante a ideia de que tais elementos poderiam ter a ver com a existência da ação.” (MARINONI,
O
IT
Luiz Guilherme. Novo Curso de Processo Civil, v. 1, livro eletrônico. RT, 2017)
BR
A
LV
Didier, por sua vez, defende que legitimidade e interesse são pressupostos processuais: “A
SI
legitimidade, como pressuposto de validade subjetivo relativo às partes.” (DIDIER JR, Fredie. Curso...,
IC
p. 305-306).
TR
PA
30
A
NI
TO
AN
20
72
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
O
IT
Jurisdição e Ação.
BR
A
LV
2.2.5. Teoria da asserção (Della prospettazione):
SI
DA
38293
Intermediária entre a teoria abstrata e a eclética. Prevê que as condições da ação devem ser
IA
analisadas pelo juiz com os elementos fornecidos pelo próprio autor na petição inicial. Em síntese, o
IC
TR
que interessa para fins da existência das condições da ação para a teoria da asserção é a mera
PA
alegação do autor, admitindo-se provisoriamente que o autor está dizendo a verdade.
A
NI
Para os defensores da teoria da asserção, sendo possível ao juiz mediante uma cognição
O
NT
sumária perceber a ausência de uma ou mais condições da ação, deve extinguir o processo sem a
7A
resolução do mérito por carência de ação (art. 485, VI, CPC), pois já teria condições desde o limiar
28
do processo de extingui-lo e assim evitar o desenvolvimento de atividade inútil. Por outro lado, caso
70
o juiz precise no caso concreto de uma cognição mais aprofundada para então decidir sobre a
90
presença ou não das condições da ação, não mais haverá tais condições da ação, que passarão a ser
20
72
entendidas como matérias de mérito. A ausência de uma das condições da ação passaria, então, a
O
ser matéria de mérito, fazendo coisa julgada material (condições analisadas ANTES de produzir as
IT
provas).
BR
A
LV
Se, em face dos fatos e dos direitos expostos pelo autor na petição inicial, evidencia-se a necessidade
SI
38293
relação jurídica de direito material [legitimidade], então, concorrem as condições da ação. (GRECO,
IA
Leonardo. Instituicões de Processo Civil. Vol. I. 4ª ed. Rio de Janeiro: Forense. 2013, p. 201)
IC
TR
PA
2.3.1. Partes
87
02
• Teoria Restritiva (Chiovenda): parte é quem pede e contra quem se pede a tutela
72
jurisdicional.
O
IT
• Teoria Ampliativa (Liebman): partes são todos os sujeitos que participam do processo
BR
31
A
NI
TO
AN
20
72
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
O
IT
Jurisdição e Ação.
BR
A
LV
• De forma voluntária. Ex: Assistente, recurso de terceiro prejudicado;
SI
• Sucessão processual (alteração subjetiva da demanda - extromissão de parte).
DA
IA
OBSERVAÇÃO.:
IC
TR
PA
Daniel Neves destaca:
A
NI
“(...) Importante notar que o conceito de parte na demanda ou no processo
O
NT
não se confunde com o conceito de parte material, que é o sujeito que
7A
participa da relação de direito material que constitui o objeto do processo.
28
Dessa forma, mesmo que não seja o titular dessa relação de direito material,
70
mas participe do processo, o sujeito será considerado parte processual,
90
independentemente da legalidade de sua presença no processo. É por isso
20
72
que, mesmo sendo parte ilegítima, o sujeito é considerado parte processual
O
pelo simples fato de participar do processo. Por outro lado, mesmo sendo
38293
IT
parte legítima, não há necessidade de a parte processual ser também parte
BR
2.3.2. Pedido
DA
38293
IA
pretendida; sob a ótica material, representa o bem da vida perseguido. Deve ser certo e determinado
TR
PA
(art. 322 c/c art. 324 do CPC), sendo que tais requisitos também são exigíveis no pedido de
reconvenção (art. 324, §2º, do CPC).
A
NI
TO
(...)
87
Segundo Daniel Assumpção, ainda que mantenha a certeza como exigência do pedido, o art.
O
IT
322, § 2.º, do CPC prevê que a interpretação do pedido considerará o conjunto da postulação e
BR
observará o princípio da boa-fé, dando a entender que a certeza poderá advir não do pedido
A
LV
inicial, sendo de levar-se em conta os requerimentos feitos em seu corpo e não só aqueles
IA
constantes em capítulo especial ou sob a rubrica dos pedidos, sendo certo que o acolhimento de
IC
pedido extraído da interpretação lógico-sistemática da peça inicial não implica julgamento extra-
TR
32
A
NI
TO
AN
20
72
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
O
IT
Jurisdição e Ação.
BR
A
LV
SI
PEDIDOS GENÉRICOS: O CPC prevê casos em que há a dispensa em se especificar a quantidade,
DA
vejamos:
IA
IC
TR
Art. 324. O pedido deve ser determinado.
PA
§ 1º É lícito, porém, formular pedido genérico:
A
I - nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens
NI
demandados;
O
NT
II - quando não for possível determinar, desde logo, as
7A
consequências do ato ou do fato;
28
III - quando a determinação do objeto ou do valor da
70
condenação depender de ato que deva ser praticado pelo réu.
90
20
72
PEDIDOS IMPLÍCITOS: Como regra, o pedido deve ser expresso, não podendo o juiz conceder aquilo
O
que não tenha sido expressamente requerido pelo autor. O CPC, no entanto, prevê casos em que
IT
mesmo sem pedido expresso poderá o juiz conceder em sentença.
BR
Exemplos:
A
LV
38293
IA
38293
02
• - Honorários advocatícios;
20
• - Correção monetária;
72
• - Juros legais/moratórios.
A
LV
SI
Cumulação de pedidos:
DA
IA
• Mesmo réu;
PA
33
A
NI
TO
AN
20
72
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
O
IT
Jurisdição e Ação.
BR
A
LV
• Pedidos compatíveis entre si;
SI
• Mesmo juiz competente para todos os pedidos;
DA
• Identidade procedimental.
IA
IC
TR
OBSERVAÇÃO:
PA
A
Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, será admitida a
NI
cumulação se o autor empregar o procedimento comum, sem prejuízo do emprego das técnicas
O
NT
processuais diferenciadas previstas nos procedimentos especiais a que se sujeitam um ou mais
7A
pedidos cumulados, que não forem incompatíveis com as disposições sobre o procedimento
28
comum.
70
90
“Por exemplo, a técnica da cognição limitada do procedimento possessório (irrelevância da
20
72
alegação de domínio) pode ser inserida no procedimento comum, caso se cumulem pedidos
O
possessórios e de resolução de contrato. Se isso ocorrer, o procedimento seria comum, mas a
IT
cognição, em relação ao pedido possessório, seria limitada.” (DIDIER, Fredie. Curso..., Ob. cit., p.
BR
574/575)
A
LV
SI
Espécies de Cumulação:
DA
38293
IA
o Própria:
IC
Simples: O resultado de um pedido NÃO interfere nos demais. Ex.: Em ação de indenização,
TR
o
PA
se o autor pedir indenização por danos materiais e morais, estará caracterizada a cumulação
simples.
A
NI
38293
Imprópria:
7
o
90
o Subsidiária: Pede que, em não acolhendo um pedido, acolha o outro. Art. 326. É lícito
20
formular mais de um pedido em ordem subsidiária, a fim de que o juiz conheça do posterior, quando
72
o Alternativa: Pede que se acolha um pedido ou outro. Art. 326, parágrafo único. É lícito
BR
formular mais de um pedido, alternativamente, para que o juiz acolha um deles. “Tome-se como
A
LV
demanda judicial, com fundamento no § 1.º do art. 18 do CDC, para pedir sua substituição, ou a
DA
escolher qualquer delas, caso reconheça a existência do vício.” (CUNHA, Leonardo Carneiro da. In
TR
34
A
NI
TO
AN
20
72
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
O
IT
Jurisdição e Ação.
BR
A
LV
SI
DA
2.3.3. Causa de Pedir
IA
IC
TR
Teorias sobre a causa de pedir:
PA
A
Teoria da individuação: A causa de pedir é composta apenas pelo fundamento jurídico do pedido,
NI
ou seja, pela relação jurídica afirmada pelo autor;
O
NT
Teoria da substanciação (ou substancialização): Adotada pelo CPC vigente, a causa de pedir é
7A
composta pelos fatos e pelos fundamentos jurídicos do pedido. A propósito “Acerca da causa de
28
pedir, o nosso ordenamento jurídico processual adotou a teoria da substanciação ao exigir que o
70
autor, na petição inicial, indique os fatos (causa de pedir remota) e os fundamentos jurídicos (causa
90
de pedir próxima) do seu pedido.” (STJ, REsp 1.634.069/2019)
20
72
38293
O
IT
2.4. Requisitos de admissibilidade do processo (condições da ação, na visão de parte da
BR
doutrina):
A
LV
SI
Dispõe o CPC:
DA
38293
IA
ATENÇÃO:
A
NI
Pelo CPC/73, a possibilidade jurídica do pedido era compreendida como uma das condições
TO
da ação. Pode ser definido como a possibilidade de apreciação do pedido, por não ser proibido pelo
AN
ordenamento. O NCPC não mais considera a possibilidade jurídica do pedido como condição da
87
ação, arrolando apenas a legitimidade ad causam e o interesse processual (ou de agir) jurídico.
02
7
90
Está ligada à ideia de utilidade da prestação jurisdicional que se pretende obter com a ação.
O
IT
BR
Para parcela da doutrina, pode ser analisado sob o binômio necessidade-adequação. Haverá
A
LV
necessidade sempre que o autor não puder obter o bem da vida pretendido sem a devida
SI
Por adequação se entende que o pedido formulado pelo autor deve ser apto a resolver o
IC
35
A
NI
TO
AN
20
72
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
O
IT
Jurisdição e Ação.
BR
A
LV
Ainda, pode ser subdividido em:
SI
DA
Necessidade: quando a intervenção do Poder Judiciário for indispensável para a obtenção
IA
do bem da vida pretendido. “Só o dano ou o perigo de dano jurídico, representado pela
IC
TR
efetiva existência de uma lide, é que autoriza o exercício do direito de ação. O processo
PA
jamais será utilizável como simples instrumento de indagação ou consulta acadêmica.”
A
(THEODORO JR., Humberto. Ob. cit., p. 167)
NI
Utilidade: a tutela pretendida deve ser apta a gerar uma efetiva melhora na situação
O
NT
fática do autor.
7A
Adequação: o pedido do autor deve ser apto a resolver o conflito de interesses descrito
28
pelo autor.
70
90
Em outras palavras: “Ora, como sabido, o interesse de agir é condição da ação que possui três
20
72
aspectos: (i) necessidade, haja vista a demonstração de que a tutela jurisdicional seja imprescindível
O
para alcançar a pretensão do autor; (ii) utilidade, pois o processo deve trazer algum proveito para o
IT
autor; (iii) adequação, uma vez que se exige correspondência entre o meio escolhido e a tutela
BR
38293
IA
Art. 20, CPC. É admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do
TO
direito.
AN
“Dívida vencida e não paga, v.g., autoriza desde logo a propositura de ação condenatória. Pode,
87
entretanto, o autor optar pela via da ação declaratória, que é um minus em relação àquela.” (NERY
02
b) Legitimidade
72
O
IT
determinado sujeito propor a demanda judicial e a um determinado sujeito formar o polo passivo
A
LV
dessa demanda.
SI
DA
Regra: somente o titular do alegado direito pode pleitear em nome próprio seu próprio
IA
36
A
NI
TO
AN
20
72
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
O
IT
Jurisdição e Ação.
BR
A
LV
Exceção: legitimação extraordinária – excepcionalmente admite-se que alguém em nome
SI
próprio litigue em defesa do interesse de terceiro.
DA
IA
Dispõe o CPC:
IC
TR
PA
Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo
A
quando autorizado pelo ordenamento jurídico. Ex.: Lei 8.069/90 (ECA), art.
NI
201. Compete ao Ministério Público: III - promover e acompanhar as ações
O
NT
de alimentos e os procedimentos de suspensão e destituição do poder
7A
familiar, nomeação e remoção de tutores, curadores e guardiães [...]
28
Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá
70
intervir como assistente litisconsorcial.
90
20
72
O
3. PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS. PRECLUSÃO
IT
BR
38293
SI
38293
Subdividem-se em:
IA
IC
a) Subjetivos:
TR
PA
Investidura: Exige que o julgador possua poder jurisdicional, o qual é conferido pelo Estado. É
A
NI
pressuposto de existência.
TO
Competência: Gera a nulidade de pleno direito dos atos decisórios, sendo pressuposto processual
02
de validade.
7
90
20
ATENÇÃO:
72
O
IT
A competência relativa, segundo parte da doutrina, não pode ser considerada como
BR
37
A
NI
TO
AN
20
72
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
O
IT
Jurisdição e Ação.
BR
A
LV
• Capacidade postulatória diferencia-se das demais por exigir a presença de advogado
SI
habilitado pela OAB. É pressuposto de validade do processo.
DA
IA
b) Objetivos:
IC
TR
PA
EXTRÍNSECOS
A
NI
Referentes a fatos estranhos ao processo que não podem se verificar para que o processo
O
NT
seja considerado válido. São pressupostos de validade:
7A
28
• Coisa julgada material;
70
• Litispendência;
90
• Perempção;
20
72
• Convenção de arbitragem;
O
• Transação.
38293
IT
BR
INTRÍNSECOS
A
LV
SI
38293
I- interesse.
02
II- legitimidade.
7
90
IV- capacidade.
72
V- boa-fé.
O
IT
BR
A) I e II.
SI
DA
B) I e III.
C) II e IV.
IA
IC
D) III e V.
TR
E) IV e V.
PA
38
A
NI
TO
AN
20
72
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
O
IT
Jurisdição e Ação.
BR
A
LV
SI
A alternativa considerada correta foi a letra A.
DA
38293
IA
3.2. Preclusão
IC
TR
PA
É a perda de uma faculdade processual. Da preclusão resultará uma estabilidade processual.
A
Nesse sentido, para atingir sua finalidade, o processo deve ter um desenvolvimento ordenado,
NI
coerente, regular, assegurando a certeza e estabilidade das situações processuais, sendo a
O
NT
preclusão instrumento para evitar abusos e retrocessos e prestigiar a entrega de prestação
7A
jurisdicional de boa qualidade.
28
70
Espécies:
90
20
72
• Preclusão temporal: Impossibilidade de praticar o ato, por não ter sido praticado no prazo
O
previsto em lei. Ao deixar a parte interessada de realizar o ato dentro do prazo previsto, ele não
IT
mais poderá ser realizado, já que extemporâneo. Exemplo: art. 63, § 3º, CPC - preclusão temporal
BR
da possibilidade de alegação, pelo réu, da abusividade da cláusula de eleição de foro. Pode ser
A
LV
afastada diante de descumprimento de prazo próprio se a parte comprovar que não praticou o ato
SI
processual por justa causa, ou seja, em razão de evento alheio à vontade da parte suficiente para
DA
38293
OBSERVAÇÃO:
TR
PA
eletrônicos, o que inviabilizará tanto o acesso aos autos como a prática do ato processual por meio
TO
eletrônico, o art. 10, § 2° da Lei 11.419/2006 prevê que o termo final do prazo será prorrogado para
AN
• Lógica: Impossibilidade de praticar um ato, pois o ato processual anterior, produzido pela
7
90
mesma parte, é incompatível logicamente com o novo ato. É manifestação da boa-fé processual.
20
Exemplo: a parte vencida aceitar a sentença e, posteriormente, pretender impugná-la por meio de
72
validamente. Exemplo: a parte não pode, depois de oferecida a contestação, oferecer outra em seu
A
LV
lugar ou complementá-la. Assim, somente haverá oportunidade para realização do ato uma vez no
SI
complementá-lo ou emenda-lo.
IA
IC
TR
PA
39
A
NI
TO
AN
20
72
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
O
IT
Jurisdição e Ação.
BR
A
LV
EXISTE PRECLUSÃO PRO JUDICATO?
SI
DA
A preclusão pro judicato se atrela ao prazo para a prática de atos processuais pelo
IA
IC
juiz.
TR
PA
• Preclusão temporal: Não existe, pois os prazos são impróprios.
A
• Preclusão consumativa ou lógica: É possível falar em preclusão.
NI
O
NT
No concurso da PGM Belo Horizonte – MG (CEBRASPE – 2017), o tema foi cobrado da
7A
seguinte forma:
28
70
90
A respeito de ação e preclusão, assinale a opção correta.
20
72
A) A consequência processual da inobservância dos prazos impróprios aplica-se a todos
O
os atos processuais, incluído o efeito preclusivo. IT
BR
B) De acordo com a doutrina, constitui ação cognitiva de natureza constitutiva aquela
A
D) Sempre que a parte deixar de praticar determinado ato processual dentro do prazo
PA
estipulado pelas partes, pelo juízo ou por lei, ficará caracterizada a preclusão consumativa.
A
NI
TO
Referências Bibliográficas:
7
90
20
Fredie Didier Júnior. Curso de direito processual civil: introdução ao direito processual civil.
IT
BR
38293
SI
DA
IA
IC
TR
PA
40
A
NI
TO
AN
20
72
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
O
IT
Jurisdição e Ação.
BR
A
LV
SI
DA
TAREFAS PARA O ESTUDO ATIVO
IA
IC
TR
01. Conceitue “jurisdição”.
PA
A
NI
O
NT
7A
28
70
02. A jurisdição é exercida de forma privativa pelo Poder Judiciário?
90
20
72
O
IT
BR
A
LV
SI
38293
IA
IC
TR
PA
A
NI
38293
TO
AN
Autotutela
7
90
20
72
O
IT
Transação
BR
A
LV
SI
DA
Renúncia
IA
IC
TR
PA
41
A
NI
TO
AN
20
72
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
O
IT
Jurisdição e Ação.
BR
A
LV
Submissão
SI
DA
IA
IC
TR
Mediação
PA
A
NI
O
NT
Conciliação
7A
28
70
90
20
Arbitragem
72
O
IT
BR
A
LV
38293
IA
IC
TR
PA
A
NI
38293
42
A
NI
TO
AN
20
72
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
O
IT
Jurisdição e Ação.
BR
A
LV
SI
DA
IA
IC
38293
TR
PA
A
09. Diferencie:
NI
O
NT
CARTA PRECATÓRIA CARTA ROGATÓRIA
7A
28
70
90
20
72
O
IT
BR
A
LV
38293
IA
IC
TR
PA
A
NI
TO
11. Diferencie:
AN
43
A
NI
TO
AN
20
72
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
O
IT
Jurisdição e Ação.
BR
A
LV
SI
DA
13. Explique:
IA
- Auxílio direto
IC
TR
PA
A
NI
O
NT
7A
28
- Carta rogatória
70
90
20
72
O
IT
BR
A
LV
- Conceito
DA
38293
IA
IC
TR
PA
A
NI
TO
AN
- Elementos
A
LV
SI
DA
IA
IC
TR
PA
44
A
NI
TO
AN
AN
TO
NI
A
PA
TR
IC
IA
DA
SI
LV
A 38293
- Características
BR
IT
O
72
20
90
702
38293
SI
LV
A
BR
IT
O
72
20
90
70
28
7A
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Jurisdição e Ação.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
SI
45
LV
A
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IT
O
72
20