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TENTATIVA (CONATUS)
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TENTATIVA (CONATUS) Ivo Henrique Moreira

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Direito Penal

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Ivo Henrique Moreira Martins é pós-graduado em Direito

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Processual Civil pelo Instituo Brasiliense de Direito Público - IDP

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- Brasília/DF. Graduado em Direito pelo Instituto Metodista

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Bennett no Rio de Janeiro.

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Delegado de Polícia Civil no Estado do Amazonas. Foi Delegado-

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Geral Adjunto da Polícia Civil do Amazonas. Diretor do

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Departamento de Inteligência da Secretaria-executiva Adjunta

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de Inteligência do Estado do Amazonas. Delegado Titular da

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Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros. Professor

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universitário da graduação e Pós-graduação. Professor do
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Instituto integrado de segurança Pública do Estado do
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Amazonas e de cursos preparatórios para concurso público.


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Redes Sociais:
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@deltaivomartins
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AULA 13 .................................................................... TENTATIVA (CONATUS)


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TENTATIVA (CONATUS)

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CONCEITO

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A tentativa constitui a realização imperfeita do tipo penal. Dá-se quando o agente põe em

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prática o plano delitivo elaborado e, iniciando os atos executórios, vê frustrado seu

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objetivo de consumar o crime por motivos independentes de sua vontade.

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O Código Penal define-a no art. 14, II:

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Art. 14 - Diz-se o crime:

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Tentativa

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II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à

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vontade do agente.

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Pena de tentativa S
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena
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correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.


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A tentativa também é chamada de conatus, de crime imperfeito (Zaffaroni), crime


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incompleto, crime manco.


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O ato de tentativa é, necessariamente, um ato de execução. Exige-se tenha o sujeito


praticado atos executórios, daí não sobrevindo a consumação por forças estranhas ao seu
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propósito, o que acarreta em tipicidade não finalizada, sem conclusão.


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NATUREZA JURÍDICA
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A natureza jurídica da tentativa pode ser analisada sob duas perspectivas: (i) de acordo
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com a teoria da tipicidade e (ii) da teoria da pena.


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I. TEORIA DA TIPICIDADE. O art. 14, II, do CP, ao definir os elementos do crime


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tentado, constitui uma norma de adequação típica por subordinação mediata ou


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indireta, uma verdadeira extensão temporal da figura típica, que propicia alcançar
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condutas temporalmente anteriores ao momento consumativo.


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II. TEORIA DA PENA. A tentativa é uma causa de diminuição obrigatória, que será
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levada em consideração na terceira fase de dosimetria (aplicação da pena),


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provocando uma redução da sanção imposta, de um a dois terços.

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ELEMENTOS DA TENTATIVA

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Constatando o texto legal da tentativa, percebemos os seguintes elementos: (i) o início

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de execução; (ii) a não consumação; (iii) a interferência de circunstâncias alheias à

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vontade do agente.

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Para Cleber Masson: “O dolo da tentativa é igual ao dolo da consumação. O Código

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Penal foi peremptório nesse sentido, ao dizer que o crime somente não se

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consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente: tinha a intenção de

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alcançar a consumação, mas por circunstâncias alheias à sua vontade não

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conseguiu atingir seu objetivo.

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A resolução do indivíduo é idêntica no crime consumado e no crime tentado. Este
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último, em verdade, é perfeito na esfera subjetiva do agente, embora imperfeito
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no campo objetivo, relacionado ao resultado que deveria ser produzido com a


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conduta criminosa”.
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ESPÉCIES DE TENTATIVA
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I. TENTATIVA IMPERFEITA. Há interrupção do processo executório. O agente não chega


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a praticar todos os atos de execução do crime, por circunstâncias alheias à sua vontade.
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Exemplo: “A”, com o propósito de matar “B”, sai à sua procura, portando um revólver
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municiado com 6 cartuchos. Ao encontrá-lo, efetua três disparos, atingindo-o. Quando,


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contudo, iria efetuar outros disparos, é surpreendido pela Polícia e foge. A vítima é
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socorrida e sobrevive.
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II. TENTATIVA PERFEITA/ACABADA/CRIME FALHO. É aquela na qual o agente


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pratica todos os atos de execução do crime, mas não o consuma por circunstâncias alheias
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à sua vontade.
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Exemplo: “A” dispara contra “B” todos os seis cartuchos do tambor do seu revólver,
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com a intenção de matá-lo. A vítima, gravemente ferida, é socorrida por policiais, e


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sobrevive.
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III. TENTATIVA BRANCA/INCRUENTA. A vítima não é atingida, nem vem a sofrer

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ferimentos.

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Exemplo: “A” efetua disparos de arma de fogo contra “B”, sem acertá-lo.

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Importante notar que a tentativa branca pode ser perfeita ou imperfeita. No primeiro caso,

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o agente realiza a conduta integralmente, sem, contudo, conseguir ferir a vítima (erra

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todos os tiros); no segundo, a execução é interrompida sem que a vítima seja atingida

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(após o primeiro disparo errado, o agente é desarmado).

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IV. TENTATIVA VERMELHA/CRUENTA. A vítima é atingida, vindo a lesionar-se.

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Do mesmo modo, pode ocorrer tentativa cruenta na tentativa imperfeita (a vítima é ferida,

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e, logo em seguida, o agente vem a ser desarmado) ou na perfeita (o autor descarrega a

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arma na vítima, lesionando-a).
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V. TENTATIVA ABANDONADA/QUALIFICADA. Nome dado por alguns doutrinadores à


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desistência voluntária e ao arrependimento eficaz (CP, art. 15)


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VI. TENTATIVA INADEQUADA/INIDÔNEA. Corresponde ao crime impossível (art. 17, CP)


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IMPORTANTE: Embora não haja distinção quanto à pena abstratamente


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cominada no tipo, o juiz deve levar em consideração a espécie de tentativa no


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momento de dosar a pena, pois, quanto mais próxima da consumação, menor


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será a redução (mais próxima de 1/3), e vice-versa.


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TENTATIVA E CRIMES DE ÍMPETO


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Crimes de ímpeto são os cometidos sem premeditação, como decorrência de reação


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emocional repentina.
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Há entendimentos no sentido de que o ímpeto do agente afasta a viabilidade de análise


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do iter criminis, pois a sua atuação repentina impossibilita o fracionamento dos atos
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executórios. O acesso excessivo de emoção ou paixão não seria compatível com o


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propósito de praticar determinado crime.


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Exemplo: Maria, ao chegar a sua casa, encontra seu marido mantendo relações sexuais
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com outra pessoa. Revoltada, saca sua arma de fogo e efetua disparos contra o marido,

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não o acertando, embora desejasse matá-lo.

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Para aqueles que não aceitam a tentativa nos crimes de ímpeto, seria impossível

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estabelecer, no plano concreto, se a esposa traída não matou seu marifo por

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erro na pontaria ou pelo fato de não desejar matá-lo efetivamente.

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Entretanto, Nelson Hungria explica: “Não se deve levar para a doutrina do dolo e da

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tentativa o que apenas representa a solução de uma dificuldade prática no

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terreno da prova. A tentativa tanto existe nos crimes de ímpeto, quanto nos

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crimes refletidos. É tudo uma questão de prova, posto que a indagação do animus

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não pode deixar de ser feita ab externo, diante das circunstâncias objetivas. A

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maior dificuldade de tal prova nos crimes de ímpeto nada tem a ver com a

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possibilidade conceitual da tentativa.
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Se se verifica, em face das circunstâncias, que, nada obstante a instantaneidade


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da resolução, o agente, empregando os meios que empregou, ou por sua atitude,


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teve a consciência de que, com a sua ação, podia atingir o evento típico do crime,
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não há outra solução, na hipótese de não superveniência de tal evento, senão a


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de imputar-lhe o fato a título de tentativa”.


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TENTATIVA E DOLO EVENTUAL


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Como já explicado, o dolo, no crime tentado, é idêntico ao do consumado. O que justifica


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a punição menos severa no conatus é a ausência de lesão ao bem jurídico protegido.


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Deve-se ressaltar que, dada a equiparação legal entre dolo direto e dolo eventual,
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presente no art. 18, I, do CP, não há razão para não se admitir a tentativa também nos
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delitos em que o agente se porta com indiferença em relação ao resultado, assumindo o


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risco de produzi-lo.
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Prevalece no Brasil o entendimento favorável ao cabimento da tentativa nos crimes


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cometidos com dolo eventual, equiparado pelo art. 18, I, do Código Penal, no tocante ao
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seu tratamento, ao dolo direto.


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Não obstante, existem posições pela inadmissibilidade da tentativa nos crimes praticados
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com dolo eventual, com fundamento na redação do art. 14, II, do Código Penal: se o

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legislador definiu o crime tentado como aquele em que, “iniciada a execução, não se

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consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente”, limitou o instituto ao dolo direto,

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para o qual adotou a teoria da vontade (art. 18, I, 1.ª parte), excluindo-a do alcance do

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dolo eventual, em que se acolheu a teoria do consentimento ou do assentimento.

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TEORIAS SOBRE A PUNIBILIDADE DA TENTATIVA

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A punibilidade da tentativa é disciplinada pelo art. 14, parágrafo único. Existem várias

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teorias que buscam fundamentar a punibilidade da tentativa.

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I. TEORIA SUBJETIVA/VOLUNTARÍSTICA/MONISTA. A tentativa deve ser punida da

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mesma forma que o crime consumado, pois o que vale é a intenção do agente.

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É voltada exclusivamente para vontade criminosa, que pode se revelar tanto na fase dos
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atos preparatórios como também durante a execução. O sujeito é punido por sua intenção,
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pois o que importa é o desvalor da ação, sendo irrelevante o desvalor do resultado.


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II. TEORIA OBJETIVA/REALÍSTICA/DUALISTA. A tentativa deve ser punida de forma


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mais branda que o crime consumado, porque objetivamente produziu um mal menor.
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Estimam-se o desvalor da ação e o desvalor do resultado: a tentativa deve receber punição


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inferior à do crime consumado, pois o bem jurídico não foi atingido integralmente.
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III. TEORIA SINTOMÁTICA. Defende a punição em razão da periculosidade subjetiva,


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isto é, do perigo revelado pelo agente.


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Possibilita a punição de atos preparatórios, pois a mera manifestação de periculosidade já pode


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ser enquadrada como tentativa, em consonância com a finalidade preventiva da pena.


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IV. TEORIA DA IMPRESSÃO/OBJETIVO-SUBJETIVA. Representa um limite à teoria


01
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subjetiva, evitando o alcance desordenado dos atos preparatórios.


ME
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A punibilidade da tentativa só é admissível quando a atuação da vontade ilícita do agente


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seja adequada para comover a confiança na vigência do ordenamento normativo e o


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sentimento de segurança jurídica dos que tenham conhecimento da conduta criminosa.


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O Código Penal acolheu como regra a teoria objetiva, realística ou dualista, ao determinar

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que a pena da tentativa deve ser correspondente à pena do crime consumado, diminuída

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de 1 (um) a 2/3 (dois terços). Como o desvalor do resultado é menor quando comparado

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ao do crime consumado, o conatus deve suportar uma punição mais branda.

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Entretanto, existem exceções.

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Há infrações nas quais não se pune a tentativa (caso das contravenções penais).

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Existem, também, casos em que o crime consumado e o crime tentado comportam igual

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punição: são os delitos de atentado ou de empreendimento. Podem ser citados, como

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exemplos: (1) evasão mediante violência contra a pessoa (CP, art. 352), em que o preso

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ou indivíduo submetido a medida de segurança detentiva, usando de violência contra a

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pessoa, recebe igual punição quando se evade ou tenta evadir-se do estabelecimento em

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que se encontra privado de sua liberdade; e (2) Lei 4.737/1965 – Código Eleitoral, art.
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309, no qual se sujeita a igual pena o eleitor que vota ou tenta votar mais de uma vez,
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ou em lugar de outrem. Para esses casos, a teoria adotada é a subjetiva, voluntarística ou


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monista, consagrados pela expressão “salvo disposição em contrário”.


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CRITÉRIO PARA REDUÇÃO DA PENA


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A pena do crime tentado será a do consumado, diminuída de 1/3 a 2/3. Quanto mais
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próximo o agente chegar da consumação, menor será a redução, e vice-versa. Assim, na


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tentativa branca a redução será sempre maior do que naquela em que a vítima sofre
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ferimentos graves.
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Observe-se que o critério para a redução da pena pela tentativa há de ser o mesmo para
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todos os participantes nos delitos praticados em concurso de agentes. O percentual


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redutor é, portanto, incindível e deverá beneficiar de forma uniforme todos os


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01

participantes, pouco importando que contra alguns existam agravantes e em prol de


S

outros atenuantes, até porque tais circunstâncias não são levadas em consideração no
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momento da fixação do percentual redutor, mas tão somente o iter criminis percorrido.
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AO

Por exemplo, se um dos agentes foi preso ao final da prática do delito de roubo, e o outro
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conseguiu fugir com parte da res furtiva, isso não dá ensejo para que o crime seja dividido e, ao
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mesmo tempo, considerado consumado para o coautor e tentado para o seu partícipe.
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TENTATIVA E O JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL

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Em caso de crime tentado, para analisar se o seu responsável deve ou não ser processado e

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julgado no Juizado Especial Criminal, isto é, para verificar o enquadramento ou não no conceito

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de infração penal de menor potencial ofensivo, a causa de diminuição de pena deve ser aplicada

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em sua fração mínima sobre a pena máxima cominada. Se o resultado daí advindo for superior

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a dois anos, o Juizado não é o competente para o julgamento da causa.

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INFRAÇÕES PENAIS QUE NÃO ADMITEM TENTATIVA

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Existem diversas infrações penais que, pelas mais variadas razões, não admitem a forma

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tentada. São elas:

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I. CRIMES CULPOSOS. O crime culposo dá-se quando o agente produz o resultado de
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maneira acidental, por imprudência, negligência ou imperícia. Por sua natureza, no crime
S
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culposo o indivíduo não deseja o resultado, o que o torna totalmente incompatível com a
GO

forma tentada, em que o sujeito dá início à execução de um crime, não obtendo o resultado
O

por circunstâncias alheias à sua vontade.


CA
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OBS.: É de ver, contudo, que na culpa imprópria pode-se cogitar de tentativa.


NC
CO

Deve-se lembrar que na culpa imprópria a pessoa deseja a produção do


resultado, ou seja, atuade forma dolosa. A pena que recebe, entretanto, é a de
DA

um crime culposo, em razão de um erro cometido pelo agente na apreciação


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dos fatos (a culpa imprópria encontra-se prevista nos arts. 20, § 1º, e 23,
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parágrafo único, do CP).


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II. CRIMES PRETERDOLOSOS. Pelas mesmas razões em que não há tentativa nos
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crimes culposos, também não pode haver em delitos preterdolosos. Nestes, o agente
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86

realiza um comportamento doloso, mas o crime se consuma com a produção de um


01

resultado agravador, que decorre de imprudência, negligência ou imperícia; isto é, ele


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não o desejava (p. ex., art. 129, § 3º, do CP).


GO

ATENÇÃO: Há, em doutrina, autores que sufragam a tese da possibilidade de


AO

tentativa em infrações preterdolosas, em caráter excepcional. Ex.: tentativa de


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aborto agravada pela morte da gestante (art. 127 do CP). Nesse caso, a
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tentativa é possível, quer em face da redação diferenciada do dispositivo, quer


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pela possibilidade concreta da morte culposa da gestante e sobrevivência do

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feto, cujo aborto se pretendia.

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III. CRIMES UNISSUBSISTENTES. São aqueles cuja conduta típica não admite qualquer

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fracionamento; vale dizer, o comportamento definido no verbo núcleo do tipo penal

CO
constitui-se de uma ação ou omissão indivisível.

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Nesses casos, ou o agente praticou o fato (e o crime consumouse) ou nada fez (e

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não há qualquer fato penalmente relevante). Significa que não há “meio-termo”. Se

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o ato foi realizado, o crime se consumou; caso contrário, não existirá delito algum.

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Exemplo disto é o crime de injúria (CP, art. 140), na forma verbal. O tipo penal

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encontra-se assim descrito: “injuriar alguém, ofendendo-lhe a honra ou o decoro”.

32
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Quando o ato é praticado por meio verbal, consiste numa ofensa à vítima. Uma vez

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proferida a palavra ofensiva, a injúria estará completa e acabada. Se a ofensa não
S
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foi irrogada, não há infração penal alguma. A indivisibilidade da conduta impede a


GO

ocorrência da forma tentada.


O
CA

IV. CRIMES OMISSIVOS PUROS. Os delitos omissivos puros, como a omissão de


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socorro (CP, art. 135), também são incompatíveis com a figura da tentativa.
NC
CO

Entendem-se omissivos próprios ou puros aqueles em que o tipo penal descreve uma
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omissão, de modo que, para identificá-los, basta a leitura do dispositivo penal. Se o


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fato descrito corresponder a um não fazer, o crime será omissivo próprio.


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I

A impossibilidade da tentativa decorre do fato de que tais delitos são crimes de mera
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conduta e unissubsistentes. O simples não fazer é suficiente para a consumação. Se


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o sujeito agir, não há crime.


83
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V. CONTRAVENÇÕES PENAIS. A tentativa de contravenção penal, por força de lei, não


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é punível. É o que estabelece expressamente o art. 4º da LCP. De ver, contudo, que


S
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é possível, em tese, a tentativa de tais infrações, muito embora, repita-se, não sejam
GO

puníveis.
AO

Assim, por exemplo, alguém pode tentar praticar vias de fato em outrem e ser
C
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impedido por terceiro, não conseguindo atingir seu desafeto. Haverá tentativa de vias
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de fato, um irrelevante penal em virtude do art. 4º da LCP.


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VI. CRIMES QUE A LEI PUNE SOMENTE QUANDO OCORRE O RESULTADO. Há

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infrações penais cuja existência é condicionada à existência de um resultado. Sem

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este, o fato é atípico; elas não admitem, por esse motivo, a forma tentada. Por

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exemplo, o art. 164 do CP.

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VII. CRIMES PERMANENTES DE FORMA EXCLUSIVAMENTE OMISSIVA. Os crimes

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permanentes são aqueles cuja consumação se prolonga no tempo. Quando praticados

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de forma exclusivamente omissiva, não admitem a forma tentada, isto porque ou o

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agente se omite e o fato estará consumado ou age e o crime não foi praticado (p.

CI
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ex., CP, art. 148, na forma omissiva).

0J
20
VIII. CRIMES DE ATENTADO OU DE EMPREENDIMENTO. Os crimes de atentado ou

83
32
de empreendimento são aqueles em que a lei equipara a tentativa e a consumação.

86
Vale dizer, tentar praticar a conduta descrita no tipo já representa realizar a norma
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por completo, isto é, o crime já estará consumado (p. ex., art. 352 do CP).
S
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GO

IX. CRIMES HABITUAIS. Ou há a habitualidade e o delito se consuma, ou não há e


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inexiste crime.
CA
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X. CRIMES DE PERIGO ABSTRATO.


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CO

XI. CRIMES DE OBSTÁCULOS.


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Hora do treino!
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(Ano: 2009 Banca: VUNESP Órgão: TJ-MT Prova: VUNESP - 2009 - TJ-MT - Juiz) Com
I
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relação à tentativa, analise as seguintes afirmações:


00

I. os crimes unissubsistentes, os crimes omissivos próprios e as contravenções penais,


2
83

entre outros, não admitem a figura da tentativa;


32
86

II. nosso Código Penal adotou a teoria objetiva como fundamento para a punição do crime
01

tentado conforme se observa no art. 14, parágrafo único: "pune-se a tentativa com a
pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços";
S
ME

III. o crime de cárcere privado é um exemplo de crime que não admite a tentativa.
GO

Está correto o contido em


AO
C

a) I, somente.
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b) I e II, somente.

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c) I e III, somente.

O
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d) II e III, somente.

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e) I, II e III.

CO
RESPOSTA: Letra B.

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Sobre a alternativa III: O crime de cárcere privado é material, logo exige resultado

NE
naturalistico para sua consumação e como a execução pode se dar em vários atos, admite

A
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a tentativa.

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(Ano: 2008 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: STF Provas: CESPE - 2008 - STF - Analista
Judiciário - Área Judiciária) Ocorre tentativa incruenta quando o agente dispara seis tiros

20
em direção à vítima sem, no entanto, causar qualquer lesão na vítima ou em qualquer

83
outra pessoa, por erro na execução. (C/E)

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RESPOSTA: CORRETO.
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Tentativa branca/incruenta: O agente não atinge o objeto material.
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(Ano: 2004 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: Polícia Federal Prova: CESPE - 2004 -
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Polícia Federal - Agente Federal da Polícia Federal - Nacional) Marcelo, com intenção de
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matar, efetuou três tiros em direção a Rogério. No entanto, acertou apenas um deles.
CA

Logo em seguida, um policial que passava pelo local levou Rogério ao hospital, salvando-
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o da morte. Nessa situação, o crime praticado por Marcelo foi tentado, sendo correto
NC

afirmar que houve adequação típica mediata. (C/E)


CO

RESPOSTA: CORRETO.
DA

A questão trata-se das espécies de tipicidade formal. A conduta do agente não se amolda
E

perfeitamente ao tipo previsto no art. 121 do CP (“matar alguém”), pois a vítima não
AN

morreu. Entretanto, em razão da norma de extensão (art. 14, II), pune-se também a
CI

tentativa. Como houve necessidade de utilização de uma outra norma penal para que
I
JO

houvesse a adequação típica, diz-se que houve adequação típica mediata.


00

(Ano: 2009 Banca: FCC Órgão: MPE-AP Prova: FCC - 2009 - MPE-AP - Técnico
2
83

Administrativo) Há tentativa punível quando o agente


32

a) deu início à execução do delito que não se consumou por circunstâncias alheias à
86

sua vontade.
01

b) cogitou da prática do delito.


S
ME

c) cogitou e decidiu praticar o delito.


d) deu início ao delito que não se consumou pela própria vontade do agente.
GO

e) armou-se dos instrumentos necessários à prática da infração penal.


AO

RESPOSTA: Letra A.
C
EI

Art. 14 CP - Diz-se o crime: II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma


NC
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01
S
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por circunstâncias alheias à vontade do agente.

GO
(Ano: 2009 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: DPE-AL Prova: CESPE - 2009 - DPE-AL -

O
CA
Defensor Público) Quanto à punição do delito na modalidade tentada, o CP adotou a teoria
subjetiva. (C/E)

EI
NC
RESPOSTA: ERRADO.

CO
O CP adotou a teoria objetiva. A tentativa deve ser punida de forma mais branda que o

DA
crime consumado, porque objetivamente produziu um mal menor.

NE
Estimam-se o desvalor da ação e o desvalor do resultado: a tentativa deve receber

A
CI
punição inferior à do crime consumado, pois o bem jurídico não foi atingido integralmente.

OI
0J
(Ano: 2010 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: DPU Prova: CESPE - 2010 - DPU -
Defensor Público Federal) A presença de sistema eletrônico de vigilância em

20
estabelecimento comercial torna crime impossível a tentativa de furto de um produto

83
desse estabelecimento, por absoluta ineficácia do meio, conforme entendimento

32
consolidado do STJ. (C/E)

86
RESPOSTA: ERRADO. 01
S
ME

Não há crime impossível, segundo reiteradamente tem decidido o STJ:


GO

“A presença de sistema eletrônico de vigilância no estabelecimento comercial ou mesmo


O

a vigilância da sua conduta por preposto da empresa não torna o agente completamente
CA

incapaz de consumar o furto, a ponto de reconhecer configurado o crime impossível, pela


EI

absoluta ineficácia dos meios empregados. Precedente do STJ” (STJ, 5ª Turma, HC


NC

117880-SP, rel. min. Napoleão Nunes Maia Filho, DJe 03-11-2009).


CO

Ademais, existe a Súmula 567, STJ: Sistema de vigilância realizado por monitoramento
DA

eletrônico ou por existência de segurança no interior de estabelecimento comercial, por


E

si só, não torna impossível a configuração do crime de furto.


AN
CI

(Ano: 2010 Banca: VUNESP Órgão: MPE-SP Prova: VUNESP - 2010 - MPE-SP - Analista
I

de Promotoria I) Com relação à tentativa, é correto afirmar que


JO
00

a) a tentativa perfeita também é conhecida por crime consumado.


2
83

b) na tentativa perfeita o crime não se consuma porque o agente desiste de prosseguir


32

na execução.
86
01

c) na tentativa perfeita o agente pratica todos os atos que entende necessários à


S

obtenção do resultado.
ME
GO

d) a lei penal prevê expressamente que a tentativa imperfeita será punida com menos
rigor do que a perfeita.
AO
C

e) na tentativa imperfeita o agente sequer inicia a execução, sendo impedido por


EI

fatores que lhe são externos.


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Martins

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RESPOSTA: Letra C.

GO
Tentativa perfeita/acabada/crime falho: É aquela na qual o agente pratica todos os atos

O
CA
de execução do crime, mas não o consuma por circunstâncias alheias à sua vontade.

EI
(Ano: 2010 Banca: FCC Órgão: TCE-RO Prova: FCC - 2010 - TCE-RO - Auditor) A tentativa é

NC
CO
a) imperfeita quando o agente realiza toda a fase de execução e o resultado não ocorre
por circunstâncias alheias à sua vontade.

DA
NE
b) punível nas contravenções penais.–

A
CI
c) circunstância atenuante, incidindo na segunda etapa do cálculo da pena.

OI
0J
d) impunível nos casos de ineficácia relativa do meio e de absoluta impropriedade do
objeto.

20
83
e) inadmissível nos crimes culposos.

32
86
RESPOSTA: Letra E.
01
S
O crime culposo dá-se quando o agente produz o resultado de maneira acidental, por
ME

imprudência, negligência ou imperícia. Por sua natureza, no crime culposo o indivíduo não
GO

deseja o resultado, o que o torna totalmente incompatível com a forma tentada, em que
o sujeito dá início à execução de um crime, não obtendo o resultado por circunstâncias
O

alheias à sua vontade.


CA
EI

(Ano: 2010 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: DPE-BA Prova: CESPE - 2010 - DPE-BA -
NC

Defensor Público) Na tentativa perfeita, ou tentativa propriamente dita, o agente não


CO

consegue praticar todos os atos executórios necessários à consumação do crime, sendo


o processo executório interrompido por interferências externas, alheias à vontade do
DA

agente. (C/E)
E
AN

RESPOSTA: ERRADO.
CI
I

É caso de tentativa imperfeita. Há interrupção do processo executório. O agente não


JO

chega a praticar todos os atos de execução do crime, por circunstâncias alheias à sua
00

vontade.
2
83

A tentativa perfeita é aquela na qual o agente pratica todos os atos de execução do crime,
32

mas não o consuma por circunstâncias alheias à sua vontade.


86
01

(Ano: 2008 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: TJ-AL Prova: CESPE - 2008 - TJ-AL - Juiz)
S

Admite tentativa o crime


ME
GO

a) de atentado.
AO

b) unissubsistente.
C
EI

c) de mera conduta.
NC
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d) omissivo próprio.

GO
e) habitual.

O
CA
RESPOSTA: Letra C.

EI
NC
(Ano: 2011 Banca: FCC Órgão: TJ-AP Prova: FCC - 2011 - TJ-AP - Titular de Serviços de

CO
Notas e de Registros) Admite-se a tentativa

DA
a) nas contravenções.

NE
b) nos crimes omissivos puros.

A
CI
OI
c) nos crimes culposos.

0J
d) nos crimes unisubsistentes.

20
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e) nos crimes comissivos por omissão.

32
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RESPOSTA: Letra E.
01
S
(Ano: 2008 Banca: FCC Órgão: TCE-AL Prova: FCC - 2008 - TCE-AL - Procurador) O
ME

critério utilizado pela jurisprudência para fixar o quantum de redução da pena pela
GO

tentativa considera, basicamente,


O

a) a incidência de circunstâncias atenuantes ou agravantes.


CA
EI

b) a culpabilidade do agente.
NC

c) o grau de culpa do agente.


CO
DA

d) a relevância do bem jurídico protegido.


E

e) a maior ou menor proximidade da consumação.


AN
CI

RESPOSTA: Letra E.
I
JO

A pena do crime tentado será a do consumado, diminuída de 1/3 a 2/3. Quanto mais
00

próximo o agente chegar da consumação, menor será a redução, e vice-versa.


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