Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
br
3 de Setembro de 2021
1. INTRODUÇÃO
Ocorre que, neste cenário, o ativismo assume duas “faces”: uma negativa e
a outra positiva. A primeira feriria a separação dos poderes, gerando o
enfraquecimento dos poderes eleitos e a desmobilização popular, bem
como o exclusivismo moral do judiciário[3], e consequente insegurança
jurídica. Já na segunda face, a fundamentação resta-se baseada na
igualdade social, na garantia do mínimo existencial e na dignidade da
pessoa humana, havendo interferência no dever de legislar, nas políticas
públicas e nas decisões alocativas de recursos estatais e na atuação ativa
diante das omissões e retardamentos do Legislativo[4].
2. FACE NEGATIVA
A constituição Federal de 1988, estabelece o princípio da separação dos
poderes, qual seja a distinção entre as funções legislativa, executiva e
jurisdicional.
De modo que, cada poder deve exercer sua função dentro do limite legal
estabelecido, não devendo adentrar a esfera do outro poder, pois a atuação
de um poder acaba por limitar a atuação de um outro poder.
E nesse meio de atuação acaba por ferir a separação dos poderes e intervir
nas ações regulatórias, fator que pode sem dúvida gerar insegurança
jurídica.
Por fim, o Tribunal alegou que o enunciado do § 7º, do art. 1º, da Lei
9.455/971 derrogou o § 1º do art. 2º da Lei 8.072/90. Ainda que se refira
especificamente ao crime de tortura esse é hediondo, passando assim ser o
cumprimento de pena do crime hediondo inicialmente fechado, e não
expressa e integralmente fechado. Desta maneira, trazia a legislação
medidas de execução penal mais favoráveis aos acusados.[9]
O argumento principal utilizado para fundamentar a decisão foi o princípio
constitucional da dignidade da pessoa. Ocorre que sob tal argumento, o
poder de punir do Estado restou mitigado, pois foi sobreposto pela
interpretação do judiciário, que acabou por declarar inconstitucional parte
de uma lei que fora criada pelo legislativo (a quem cabe precipuamente
legislar) e a quem o povo elegeu para o fazer, objetivando maior rigidez na
punibilidade, em busca de garantir a individualização da pena para
proteger a dignidade da pessoa humana.
3. FACE POSITIVA
Ao longo do tempo, o judiciário vem mudando, e sem dúvida, adotando
novas abordagens interpretativas e decisórias.[12] Objetivando alcançar a
igualdade social e garantir o mínimo existencial e a dignidade da pessoa
humana, tem assumido papel ativo na vida institucional brasileira[13],
inclusive cobrando ao legislativo e buscando corrigir suas omissões e
retardamentos.
Em discurso proferido na Suprema Corte em 23/04/2008 o Sr. Ministro
Celso de Melo[14], em nome do Supremo Tribunal Federal, pronunciou o
seguinte acerca do ativismo judicial:
Ainda que assim não fosse, faz-se necessário pontuar alguns outros
argumentos favoráveis ao ativismo judicial.
4. CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
STF - ADI: 4277 DF, Relator: Min. AYRES BRITTO, Data de Julgamento:
05/05/2011, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJe-198 DIVULG 13-10-
2011 PUBLIC 14-10-2011 EMENT VOL-02607-03 PP-00341)
[14] MELLO, celso de. Discurso proferido pelo ministro Celso de Mello...,
em 29/04/2009, por ocasião do transcurso do primeiro ano de mandato do
senhor ministro gilmar mendes como presidente do supremo tribunal
federal. Disponível em:
<http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/noticiaNoticiaStf/anexo/
discursoCM29abr. Pdf>. Acesso em: 27 março 2015.
[15] STF - ADI: 4277 DF, Relator: Min. AYRES BRITTO, Data de
Julgamento: 05/05/2011, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJe-198
DIVULG 13-10-2011 PUBLIC 14-10-2011 EMENT VOL-02607-03 PP-
00341)