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Embargos de terceiro

Esposa entra na justiça para garantir sua meação

O que é Embargos de terceiro??


No processo, a terceira embargante (ou seja, a pessoa que, nã o sendo parte
do processo, tem seu bem ameaçado no processo de execução) era cô njuge
do executado, e discutia o redirecionamento ao seu esposo da execução
fiscal, originariamente contra uma empresa de que ele era gerente. A
esposa sustentava também que a penhora havia recaído sobre um bem de
família (que é o imó vel destinado à moradia da família e que tem o
benefício legal da impenhorabilidade). A sentença julgou parcialmente
procedente o pedido para desconstituir a penhora sobre o referido imó vel,
indicado pelo pró prio executado, mas concluiu que a terceira embargante
nã o tem legitimidade de discutir o redirecionamento da execução fiscal da
empresa para seu cô njuge. E ainda condenou a embargante ao pagamento
da verba honorária e da comissão do leiloeiro.

Não terminou!
A embargante apelou assim como a Uniã o também. Além de alegar a
prescrição porque transcorreram mais de 6 anos desde a suspensã o do
processo e a penhora do imó vel. A Uniã o, por sua vez, também recorreu,
alegando que apó s a arremataçã o (compra do imó vel em hasta pú blica, que
é como um “leilã o” para venda de imó veis) nã o havia que se discutir a
impenhorabilidade do bem de família. Além disso, sustentou que, como o
imó vel apresentava duas unidades residenciais e uma unidade comercial,
somente aquele em que reside o grupo familiar deve ser reconhecido como
“bem de família”.
A sentença
Primeiramente, ao analisar o processo o relator, desembargador federal
Novély Vilanova explicou que, como a execuçã o fiscal foi extinta pelo
pagamento, as alegaçõ es de prescrição e nulidade da penhora estão
prejudicadas.

Observou também que a terceira embargante nã o pode discutir o


redirecionamento da execuçã o contra o seu esposo, mas somente discutir a
proteçã o da sua meaçã o decorrente do regime de casamento, conforme o
art. 647 do Có digo do Processo Civil (CPC).

Concluindo, o magistrado ressaltou que nem a Uniã o nem a terceira


embargante deram causa à penhora do imó vel pertencente ao executado,
nã o cabendo a condenaçã o das partes em verba honorá ria (Sú mula 303 do
Superior Tribunal de Justiça). A comissã o do leiloeiro é devida pelo
arrematante (Lei 6.830/1980, art. 23, § 2º) e a nulidade do leilã o nã o
transfere esse encargo para o terceiro embargante, que nã o é parte na
execuçã o fiscal.

Processo 0001978-73.2008.4.01.3813

Fonte: TRF1 - Tribunal Regional Federal da 1ª Região

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