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Acórdãos Acórdão do Tribunal da Relação de Coimbra

TRC
Processo: 2385/05
Nº JTRC
Convenciona
l:
Relator: ISAÍAS PÁDUA
Descritores: ACÇÃO DE REIVINDICAÇÃO
FORMA DE PROCESSO
Data do29/11/2005
Acordão:
Votação: UNANIMIDADE
Tribunal TRIBUNAL JUDICIAL DE SÁTÃO
Recurso:
Texto S
Integral:
Meio AGRAVO
Processual:
Decisão: REVOGADA
Legislação ARTºS 1305º E 1311º DO C. CIV.
Nacional:
Sumário: I – É pelo pedido final formulado, ou seja, pela pretensão
que o requerente pretende fazer valer, que se determina a
propriedade ou impropriedade do meio processual
empregue para o efeito .
II – Terminando o autor o seu articulado inicial pedindo
ao tribunal que se declare que o mesmo é dono e legítimo
proprietário de um prédio e que se condene os réus a
restituírem-lhe o mesmo, por o estarem a ocupar
ilicitamente, ..., manifesto é que estamos perante uma
acção de reivindicação do direito de propriedade, prevista
no artº 1311º, nº 1, do C. Civ. .

III – Nestes casos, o demandado apenas pode repelir a


reivindicação da coisa ou impugnando a titularidade do
direito de que o reivindicante se arroga, ou contestando o
dever de entrega da coisa, sem negar o direito de
propriedade do autor, com base em qualquer relação
obrigacional ou real que lhe confira a posse ou a detenção
da coisa .

IV – A acção proposta com base no direito de propriedade


do autor e na detenção ilegal por parte do réu (acção de
reivindicação) segue a forma de processo comum, mesmo
que na petição se faça menção de um contrato de
arrendamento que se considera inválido .
Decisão Acordam neste Tribunal da Relação de Coimbra
Texto I- Relatório
Integral: 1. O autor, A..., instaurou acção declarativa, como forma de
processo ordinário, contra os réus, B... e sua mulher
C..., alegando para o efeito, e em síntese o seguinte:
Ser dono e legítimo proprietário do prédio rústico id. nos
artºs 1º, 2º e 3º da sua pi. Propriedade esse que lhe adveio
por o ter adquirido por sucessão por morte dos seus pais, dos
quais era o único herdeiro, e, à falta de outro título, por o ter
adquirido por via do instituto da usucapião.
Prédio esse que os seus pais deram de arrendamento aos
réus, por contrato verbal celebrado em 28/2/1976, e para que
os mesmos o explorassem agricolamente, exclusiva ou
predominantemente com o seu trabalho e do seu agregado
familiar, mediante o pagamento de uma renda.
Porém, e porque não lhe convinha a continuação do mesmo
para além do dia 28/2/2001, o autor denunciou, por escrito
enviado aos réus, o referido contrato, com a antecedência
legal de 1 ano.
Denúncia essa que, por ser válida e eficaz, e por os réus a ela
não se terem oposto em termos legais, pôs termo àquela
relação locatícia existente com os mesmos.
Todavia, e para o caso de assim não se entender, então tal
contrato sempre seria nulo, por vício de forma, já que nunca
foi reduzido a escrito como a lei (com a entrada em vigor do
DL nº 385/88 de 25/10) passou a impor, sendo que nunca
nenhuma das partes notificou a outra para proceder a tal
redução.
Porém, e sem que actualmente disponham de qualquer título
válido que os autorize a tal, os réus continuam a ocupar o
dito prédio, contra a vontade do autor e não obstante as
várias interpelações que este lhes fez para lho entregarem,
ofendendo, assim, o seu direito de propriedade.
Pelo que terminou o autor pedindo que: a) que se declare
que o mesmo é dono e legítimo proprietário do referido
prédio; b) que se condene os réus a restituírem-lhe o mesmo,
por o ocuparem ilicitamente; entregando-lho livre de pessoas
e bens; c) e a absterem-se de qualquer prática que impeça ou
diminua a utilização desse imóvel pelo A.

2. Na sua contestação, os réus defenderam-se, quer por


excepção, quer por impugnação.
No que concerne àquela 1ª defesa, e para aquilo que o efeito
aqui nos interessa, argumentando estar-se no caso,
independentemente daqueles fundamentos invocados pelo
autor, perante uma acção respeitante a um arrendamento
rural (o que os levou também depois a invocar a nulidade
decorrente de erro na forma de processo, defendendo que a
acção própria, para o caso, seria uma acção de despejo e não
de reivindicação), deveria, assim, o autor ter feito
acompanhar a mesma, como determina a lei, de um
exemplar do contrato em causa ou da alegação de que falta
de redução a escrito do referido contrato era imputável aos
réus.
Ora, não o tendo feito, não deveria a acção, nos termos do
artº 35, nº 5, da LAR, prosseguir os seus ulteriores termos,
devendo, consequentemente, os réus, ser absolvidos da
instância.
Todavia, e para o caso de assim não se entender, acabam
sempre por pedir a improcedência da acção, por defenderem
a subsistência actual de um contrato de arrendamento rural
existente a seu favor sobre o aludido prédio que os autores
reivindicam, o que legitima a ocupação que deles vêm
fazendo.

3. Nos respectivos articulados de réplica e de tréplica que


foram juntos, autor e réus acabaram sempre por pugnar pela
procedência das suas pretensões.

4. No despacho saneador, entretanto proferido, julgou-se


procedente aquela excepção (dilatória) inominada invocada
pelo réus, a qual, por se entender obstar ao prosseguimento
do processo, determinou que a instância fosse julgada
extinta e os réus fossem absolvidos da mesma.

5. Não se tendo conformado com tal despacho decisório, o


autor dele interpôs recurso, o qual foi recebido como agravo,
com subida imediata, nos próprios autos e com efeito
suspensivo (e já depois de neste tribunal superior ter sido
corrigido nesse sentido).

6. Nas correspondentes alegações do recurso que


apresentou, o autor/agravante concluiu as mesmas nos
seguintes termos:
“1. O Agravante denunciou relevantemente, por atempada
interpelação extra-judicial, sem qualquer oposição dos
Agravados o contrato de arrendamento verbalmente
celebrado em 28 de Fevereiro de 1976;
2. A efectivação da denúncia é a não renovação do contrato
de arrendamento rural (art. 5º n.º 3 e 18º n.º 1 do DL n.º
385/88) e o nascimento da correspondente obrigação de
restituição do prédio;
3. No caso de o arrendatário não deduzir oposição à
denúncia e não entregar o prédio nos 60 dias posteriores ao
termo do ano agrícola, o senhorio terá necessariamente que
propor acção de reivindicação para desta forma obter título
executivo, o que se verificou no caso “sub júdice”;

4. Por outro lado, a denúncia efectuada pelo Agravante


extinguiu os efeitos do contrato de arrendamento rural, pelo
que deixou de existir na ordem jurídica;

5. Extinto o contrato de arrendamento nunca poderá ter


aplicabilidade no caso dos autos, o ínsito no artigo 35.º n.º 5
do R.A.R., o que desde já se invoca;

6. Na verdade, os autos não se referem de forma alguma a


questões emergentes do contrato de arrendamento, mas,
unicamente à defesa da propriedade e inerente acção real de
reivindicação uma vez que a permanência dos Agravados no
arrendado, sem válida oposição à denúncia, passou a ser
intitulada;

7. Sem prescindir, só é de aplicar o regime previsto no n.º 5


do art. 35º do DL n.º 385/88 quando, perante contrato verbal
anteriormente celebrado, qualquer das partes tenha
posteriormente exigido, por notificação da outra, a sua
redução a escrito”.

7. Os réus não contra-alegaram.

8. Corridos que foram os vistos legais, cumpre-nos, agora,


apreciar e decidir:

***
II- Fundamentação

1. Delimitação do objecto do recurso.

É sabido que são as conclusões das alegações do recurso que


definem e delimitam o objecto do mesmo (cfr. artºs 684, nº 3,
e 690, nºs 1 e 4, do CPC).

Como resulta de tais conclusões, e bem assim daquilo que


decorre do que supra se deixou exarado, a única questão que
importa aqui apreciar e decidir consiste em saber se a srª juíz
do tribunal a quo andou ou não bem ao ter obstado ao
prosseguimento do processo, julgando extinta a instância e
absolvendo os réus da mesma?

***

2. Os factos

Com relevância para a decisão do recurso, devem ter-se como


assentes os factos que acima se deixaram exarados, e
nomeadamente sob os nºs 1 e 2 do ponto I .

***
3. O direito.

Apreciemos então a sobredita questão.


Como é sabido, os contratos de arrendamentos rurais
passaram, com a entrada em vigor da actual Lei do
Arrendamento Rural (aprovada pelo, DL n º 385/88 de
25/10), a estar, nos termos do artº 3º, sujeitos a forma escrita,
ou seja, devem ser o reduzidos obrigatoriamente a escrito,
sendo que no que concerne aos arrendamentos já então
existentes tal obrigatoriedade se impôs somente a partir de
1/7/1989 (cfr. artº 36, nº 3).
E como forma de obter o cumprimento e controle de tal
principio normativo (escudado em razões de ordem pública e
particular, que, para o caso, não interessa estarmos aqui a
desenvolver), instituiu o comando normativo do artº 35, nº 5,
da citada Lei, que passou a dispor que “nenhuma acção
judicial (referente a arrendamentos rurais) pode ser recebida
ou prosseguir, sob pena de extinção da instância, se não for
acompanhada de um exemplar do contrato, quando for
exigível, a menos que logo se alegue que a falta é imputável à
parte contrária”.
A inobservância de tal normativo consubstancia – como hoje
constitui communis opinio - uma excepção dilatória
inominada (também chamado pressuposto processual
positivo), que, obstando ao recebimento da acção (ou ao
prosseguimento da mesma, caso não seja detectada
inicialmente), determina a extinção da instância.
E foi à luz de tal normativo, por considerar que o autor não
juntou exemplar do contrato de arrendamento rural acima
referido e que nem sequer alegou que a sua falta era
imputável aos réus, que foi proferido o despacho recorrido,
declarando extinta a instância e absolvido os réus da mesma.
Perscrutando o despacho recorrido, verifica-se que a razão de
fundo que esteve subjacente àquela decisão final da srª juiz a
quo residiu no entendimento de se estar perante um caso de
arrendamento rural, ou seja, de um processo referente a um
contrato de arrendamento rural.
Mas será que estamos?
Vejamos.
Constitui entendimento hoje dominante que é pelo pedido
final formulado, ou seja, pela pretensão que o requerente
pretende fazer valer que se determina a propriedade ou
impropriedade do meio processual empregue para o efeito.
Ou seja, é pelo pedido formulado pelo autor na sua petição
inicial, isto é, pela pretensão que aí pretende fazer valer que
se afere do acerto ou erro do meio processual que utilizou
para tal atingir tal desiderato. Quer isso dizer, que, na
realidade, a correcção ou incorrecção do meio processual
empregue pelo autor (nomeadamente no que concerne ao tipo
de acção por si escolhido para atingir o fim por si visado)
mede-se ou afere-se em função da pretensão da tutela
jurisdicional que o mesmo pretende atingir, e não da natureza
da relação substantiva ou do direito subjectivo que lhe serve
de base, e só, quanto muito (como defendem alguns), numa
função adjuvante, também pela causa de pedir, sendo ainda, e
em princípio, de todo irrelevante para esse efeito tudo o que,
em contrário, se alegue na contestação, sobre a matéria de
facto, e nomeadamente sobre a natureza, a existência ou
inexistência do direito invocado pelo autor (tendo tal já a ver
com o mérito da causa). Vidé, a propósito, entre
outros, Rodrigues Bastos, in “Notas ao Código de Processo
Civil, 3ª ed., 1999, pág. 262”; prof. A. Varela, in “RLJ 115 –
245 e ss”; Ac. do STJ de 12/12/2002, in “Rec. Agravo nº
3981/02, 2ª sec., Sumários, 12/2002”; Ac. do STJ de
30/1/1981, in “RLJ 115 – 242”; Ac. RC de 14/3/2000, in
“BMJ 495 – 371”; Ac. RE de 12/11/98, in “CJ, Ano XXIII,
T5 – 256”; Ac. da RLx de 19/1/1995, in “CJ Ano XX, T1 –
95”; Ac. da RLx de 8/1/1982, in “BMJ 319 – 323”; Ac. RP
de 5/7/1990, in “Ano XV, T4 – 201” e Ac. RP de 1/3/1983,
in “CJ, Ano VIII, T3 – 214”.
Tendo por base tais considerações, debruçando-nos, mais de
perto, sobre o caso sub júdice, verifica-se que, tal como no
início se deixou exarado, o autor termina o seu articulado
inicial pedindo ao tribunal a) que se declare que o mesmo é
dono e legítimo proprietário do prédio por si id. nos artºs 1º,
2º e 3º da pi; b) que se condene os réus a restituírem-lhe o
mesmo, por o ocuparem ilicitamente; entregando-lho livre de
pessoas e bens; c) e a absterem-se de qualquer prática que
impeça ou diminua a utilização desse imóvel pelo A..
Pedidos esse que, assim, e só por si, configuram estarmos
claramente perante uma acção de reivindicação do direito de
propriedade prevista no artº 1311, nº 1, do CC.
Como é sabido, esse tipo de acção «tem por objecto o
reconhecimento do direito de propriedade por parte do autor e
a consequente restituição da coisa por parte do possuidor ou
detentor dela» (cf. Profs. Pires Lima e A. Varela, in «Código
Civil Anotado, Vol. III, pág. 112»).
São, pois, dois os pedidos que integram e caracterizam a
acção de reivindicação: o reconhecimento do direito de
propriedade (pronuntiatio), por um lado, e a restituição da
coisa (condennatio), por outro.
Nestes casos, o demandado apenas pode repelir a
reivindicação da coisa e a sua consequente entrega com base
num dos seguintes estratagemas:
Por um lado, impugnando a titularidade do direito de que o
reivindicante se arroga, alegando que a coisa pertence a
outrém (inclusivé a si impugnante) ou não pertence a
ninguém (res nullius).
Por outro lado, poderá contestar o seu dever de entrega, sem
negar o direito de propriedade do autor, com base em
qualquer relação (obrigacional ou real) que lhe confira a
posse ou a detenção da coisa (cfr. Autores em último lugar
atrás citados, in “ob cit. pág. 116”).
Ora, a nosso ver, e tal como o autor configurou a acção, é isso
que sucede no caso em apreço.
Na verdade, e no fundo, o autor limitou-se a alegar ser
proprietário sobre o referido prédio rústico, a pedir que lhe
seja reconhecido esse direito de propriedade e que os réus,
que o vêm ocupando sem qualquer título que os legitime a tal,
sejam condenados a restituir-lho, e a não mais perturbarem o
exercício desse seu direito (à luz do artº 1305 do CC).
É certo (e isso, como vimos, já não é determinante para aferir
da propriedade ou impropriedade do meio processual de que
o mesmo se serviu para atingir tal desiderato, muito embora
possa servir, em certas situações, como elemento coadjuvante
para tal determinação) que para conseguir tal pretensão
alegou a sua propriedade sobre o referido prédio, a qual terá
entrado sua esfera patrimonial por via sucessória, ou seja, por
ter herdado o mesmo por morte dos seus pais (seus antigos
proprietários), de quem era o único herdeiro, mas que, à falta
de outro título, sempre teria adquirido tal direito,
originariamente, por via do instituto da usucapião (tendo para
o efeito alegado os correspondentes factos ou requisitos
susceptíveis de consusbstanciar tal aquisição).
Ora são tais factos que verdadeiramente consubstanciam a
causa de pedir desta acção petitória instaurada pelo autor.
É certo que o autor alega ainda que os réus ocupam tal prédio
ilegitimamente, ou seja, sem qualquer título que o justifique.
Alegação essa que, verdadeiramente, não tinha de fazer,
como facto constitutivo do direito que pretende fazer valer,
tal como decorre das disposições conjugadas dos artºs 1311,
nº 1, e 342, nº 1, do CC. Pelo contrário, serão os réus que
terão de se preocupar com tal ónus, ou seja, serão eles, tal
como decorre dos artºs 1311, nº 2, e 342, nº 2, daquele
mesmo diploma, que terão de alegar e fazer prova de que
possuem em título (vg. contrato de arrendamento) que impede
que o autor venha a obter a restituição do aludido prédio,
ainda que lhe venha a ser reconhecido o seu direito de
propriedade sobre o mesmo.
Porém, ao longo da petição, o autor, e com vista a concretizar
a ausência de título que justifique a ocupação ilegítima que,
segundo ele, os réus vêm fazendo daquele seu prédio, adianta,
em termos alegatórios (que já vimos não tinha de fazer face
ao seu pedido final), que o contrato de arrendamento rural (na
modalidade de arrendamento a agricultor autónomo) que
existiu, sobre o referido prédio, a favor dos réus já teria
cessado, por denúncia do mesmo que, em tempos,
oportunamente comunicou aos últimos, sem que os mesmos a
ela tivessem reagido nos termos legais, e, por outro lado,
aduziu ainda que, caso assim, não se entendesse, sempre tal
arrendamento seria nulo por vício de forma, ou seja, por não
ter sido reduzido a escrito.
Contudo, e como acima se deixou expresso, no seu petitório
final, o autor não se refere a tal contrato, nomeadamente
pedindo a sua declaração de extinção ou cessação (por um
uma das formas legalmente permitidas e especialmente por
virtude de denúncia), ou mesmo sequer a declaração da sua
nulidade ou anulação.
Como se decidiu, por acordão proferido nesta Relação em
8/5/1990 (in “BMJ 394 – 426”) “a acção proposta com base
no direito de propriedade do autor e na detenção ilegal por
parte do réu (acção de reivindicação) segue a forma de
processo comum, mesmo que na petição se faça menção de
um contrato de arrendamento que se considera inválido”.
É certo que este tipo de acção não impede, antes impõe
mesmo (tal como resulta do citado do nº 2 do artº 1311 do
CC), que nela se discuta a validade ou a subsistência, ou não,
do pretenso contrato de arredamento rural existente sobre o
aludido prédio a favor dos réus, tal como os últimos
defendem na sua contestação. Questão essa que, todavia, terá
já a ver com o fundo ou o mérito da causa, e que pode vir, no
final, a impedir que os réus sejam condenados a restituir ao
autor o aludido prédio, não obstante lhe vir a ser, porventura,
reconhecido o seu direito de propriedade sobre o mesmo.
(Neste sentido vidé, entre outros, ainda Ac. do STJ de
18/12/1990, in “BMJ 402 – 589”).
Ora, por tudo o exposto, estando nós perante uma típica acção
de reivindicação, a seguir a forma de processo comum, ter-se-
á de concluir não ser aplicável, ao caso da acção em apreço, o
comando do citado nº 5 do artº 35 da LAR, tal como fez a srª
juiz do tribunal a quo, e, consequentemente, não haver lugar
para a procedência da excepção dilatória inominada, daí
decorrente, invocada pelos réus e que foi sancionada na 1ª
instância.
Desse modo, ter-se-á de julgar procedente o recurso – embora
por razões não inteiramente coincidentes com as aduzidas
pelo autor/agravante -, revogando-se o despacho recorrido, e
ordenando-se, em consequência, que os autos prossigam a sua
ulterior tramitação legal.

***
III – Decisão
Assim, em face do exposto, acorda-se em conceder
provimento ao recurso (de agravo), revogando-se o despacho
recorrido, e ordenando-se, em consequência, que os autos
prossigam a sua ulterior tramitação legal.
Custas pelos agravados (cfr. artºs 446, nº 1, do CPC e artº 2,
nº 1 al. g) – 1ª parte e à contrário - do CCJ).

Coimbra, 2005711/29

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