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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA COMARCA DE

SÃO PAULO - SP – FORO REGIONAL DE SANTANA - I

PEDIDO LIMINAR

MARIA IZABEL DUARTE, brasileira, solteira, aposentada, portadora da cédula de


identidade RG n.º 9.234.415-X, inscrita no CPF sob o nº 034.804.188-80,
residente e domiciliada na Rua Alessandro Allori, 245, Vila Santa Luiza, CEP:
02754-090, por sua advogada e bastante procuradora que esta subscreve,
procuração em anexo (doc. - 01.), tendo seu escritório profissional situado na Rua
Formosa nº 99, 3º andar Centro – Anhangabaú – São Paulo CEP: 01049-000,
onde receberá as intimações, e-mail: walkferrari@uol.com.br, vem
respeitosamente a presença de Vossa Excelência com fundamento na Lei
8.245/1991, propor a presente, AÇÃO DE DESPEJO (DENUNCIA VAZIA)
CUMULADO COM COBRANÇA, com pedido liminar nos termos do artigo 59
da lei de locação, em face de MÁRCIA ROBERTA GIANSANTE DE AZEVEDO,
brasileira, divorciada, arquiteta, portadora do RG n.º 25.589.318-8, inscrita no CPF
sob o nº 154.095.908-21, residente e domiciliada a Rua Vereador Pedro Brasil
Bandecchi, 175, apto 34, bloco Paineiras, CEP: 02615-040, Vila Amélia – SP,
pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.

I - PRELIMINARMENTE - DA JUSTIÇA GRATUITA


O Locador informa desde logo, que é pessoa
pobre na acepção jurídica do termo, não tendo condições de demandar sem
prejuízo de seu sustento, de modo que, pleiteia os benefícios da Justiça Gratuita
nos termos da Lei nº 1.060/50 e art. 98, 99 ambos do Código de Processo Civil Lei
13.105.

II - DA PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO – DO ESTATUTO DO IDOSO


Conta a autora com mais de xx anos(doc.xx), portanto seus direitos devem ser
abarcados pelo Estatuto doIdoso, lei nº 10.741/2003, que prevê:"
Art. 71. É assegurada prioridade na tramitação dos processos e procedimentos e
na execução dos atos e diligências judiciais em que figure como parte ou
interveniente pessoa com idade igualou superior a 60 (sessenta) anos, em
qualquer instância. § 1º O interessado na obtenção da prioridade a que alude este
artigo, fazendo prova de sua idade, requererá o benefício à autoridade judiciária
competente para decidir o feito, que determinará as providências a serem
cumpridas, anotando-se essa circunstância em local visível nos autos do
processo."
"Art. 83. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou
não-fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará
providências que assegurem o resultado prático equivalente ao adimplemento.
§ 1º Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de
ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou
após justificação prévia, na forma do art. 273 do Código de Processo Civil.
§ 2º O juiz poderá, na hipótese do § 1o ou na sentença, impor multa diária ao réu,
independentemente do pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a
obrigação, fixando prazo razoável para o cumprimento do preceito.
§ 3º A multa só será exigível do réu após o trânsito em julgado da sentença
favorável ao autor, mas será devida desde o dia em que se houver configurado."
Pelo que se requer priorize-se a tramitação desta demanda, em conformidade com
o estabelecido no artigo 71 da Lei10.741 de 2003, bem como garanta e efetividade
do resultado apreciando-se a tutela requerida nas conformidades do artigo 83 da
referida lei c/c artigo 300 do CPC.

II - DOS FATOS
A Requerente/Locatária, aposentada, é pessoa de
idade avançada, laborou em sua vida, economizando seus recursos com objetivo
de ter um bem imóvel, para alugar e obter uma renda extra para lhe auxiliar na
velhice. Dito isso, locou seu imóvel para fins residenciais a locatária, sendo o
imóvel localizado na Rua Vereador Pedro Brasil Bandecchi, 175, apto 34, bloco
Paineiras, CEP: 02615-040 Vila Amélia – SP , mediante contrato escrito, por
prazo determinado (doc. - 2), pelo prazo de 36 (trinta e seis) meses, e aluguel
inicial de R$ 1.300,00 mensais, cabendo, ainda, a locatária, o pagamento dos
encargos descritos no contrato.
Ocorre que, a locatária não só não cumpriu desde
o início o contrato, bem como vem procrastinando sua saída após o término do
contrato de locação conforme se observa dos e-mails e das notificações
realizadas.
Primeiramente a locatária não apresentou garantia
para locação em que pese por inúmeras vezes requeridas.
Segundo desde do início da relação sempre
procedeu com atrasados os pagamentos inclusive de contas de luz que está em
nome da locadora /requerente.
Jamais procedeu ao pagamento dos aluguéis
reajustados mesmo quando solicitando pela locadora nos exatos termos das
cópias de contatos via WhatsApp pela locadora encaminhados .
Também desde de Outubro de 2023 solicitado
o pagamento dos alugueis não tem sido realizados mesmo considerando
que pela bondade e inércia da locadora não tenha sido providenciado o
despejo ao final do contrato considerando o disposto na cláusula segunda
do contrato a Requerente procedeu a notificação para saída nos termos do
ali fixados de 60 dias ( prazo até superior a disposição do §2º do artigo 46
da lei de locação) contudo a Locatária não procedeu a saída e nem os
pagamento dos alugueis vencidos e demais encargos .
Diante disto, a Locadora passou a tentar resolver
o impasse com Locatário que sempre se demostrava sem nenhum interesse em
resolver a questão, e tão pouco em desocupar o imóvel, contudo, o Locador não
vislumbrando outra alternativa para resolver a questão, vem rogar ao poder
judiciário para pacificar de forma justa este litigio.
III –DO DIREITO - CUMULAÇÃO DE DENUNCIA VAZIA COM COBRANÇA DE
ALUGUEIS
Inicialmente devemos ressaltar que, qual for o
fundamento do término da locação, a ação do locador para reaver o imóvel é a de
despejo, conforme art.º 5, da LEI No 8.245, DE 18 DE outubro1991.
No presente caso, observa-se que, a ação de
despejo é por denúncia vazia, ou seja, quando findo o contrato de aluguel, e não
havendo interesse das partes em continuar com contrato pactuado e obrigação do
locatário devolver o imóvel conforme inciso III do artigo 23 da referida Lei de
Locações de imóveis urbanos.
Também é de se observar que, o locador já não
havia interesse em continuar com o contrato de locação avisando verbalmente e
depois por escrito a locatária face o descumprimento contumaz das cláusulas
contratuais e legais, seja pela ausência das garantias da locação, seja pelo não
pagamento dos alugueis e aos acessórios do contrato contas de água e esgoto do
imóvel, conforme (doc. - 03).
A cumulação da ação de despejo por denúncia
vazia e cobrança de alugueres não era comum, mas a Jurisprudência
agasalhou esse pedido, considerando o princípio da celeridade e economia
processual, pois caso contrário, teríamos, duas demandas com evidente
gravame de tempo e custo, desnecessário.
Nesse sentido :

Civil e processual. Ação de despejo por


denúncia vazia cumulada com cobrança de
aluguéis. Pretensão à concessão da liminar.
Ausência de óbice em razão das medidas
excepcionais de combate à atual pandemia.
Constatação de que se encontram preenchidos os
requisitos legais. Inteligência do artigo 59, § 1º,
inciso VIII, da Lei 8.245/91. Execução da liminar,
ora concedida, condicionada à prestação de
caução suficiente e idônea, nos termos da lei.
RECURSO PROVIDO.(TJ-SP - AI:
22596797820218260000 Osasco, Relator: Mourão
Neto, Data de Julgamento: 30/11/2021, 35ª
Câmara de Direito Privado, Data de Publicação:
29/11/2021)

DESPEJO POR DENÚNCIA VAZIA CUMULADA


COM COBRANÇA DE ALUGUERES E
ACESSÓRIOS. CONTRATO DE LOCAÇÃO POR
PRAZO INDETERMINADO. NOTIFICAÇÃO
ADEQUADA. Se o locador notifica o locatário
após o encerramento do contrato por prazo
determinado, ou seja, quando o contrato vigorava
por prazo indeterminado, e comunica o locatário
que não tem mais interesse na locação, esta
manifestação diz respeito ao contrato por prazo
indeterminado. Assim não há necessidade de
nova notificação ao locatário. Dessarte, a lide
deverá ser apreciada sob 2 fundamentos: pedido
de denúncia vazia ou desmotivada, e falta de
pagamento do aluguel e encargos contratuais. "O
contrato de locação por prazo indeterminado pode
ser denunciado por escrito, pelo locador,
concedidos ao locatário trinta dias para a
desocupação." (art. 57 da lei 8.245/91) RECURSO
PARCIALMENTE PROVIDO.(TJ-PR - AI: 2744450
PR Agravo de Instrumento - 0274445-0, Relator:
Eugenio Achille Grandinetti, Data de Julgamento:
17/11/2004, Sétima Câmara Cível (extinto TA),
Data de Publicação: 02/12/2004 DJ: 6758)

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE


DESPEJO C/C COBRANÇA DE ENCARGOS
LOCATÍCIOS - DENÚNCIA VAZIA -
POSSIBILIDADE DE CUMULAÇÃO DE
PEDIDOS - PURGA DA MORA IRRELEVÂNCIA -
RESCISÃO IMOTIVADA DO CONTRATO -
ARTIGO 47, INCISO V, DA LEI Nº 8.245/91 -
REQUISITOS PREENCHIDOS - NOTIFICAÇÃO
NÃO ATENDIDA - SENTENÇA REFORMADA EM
PARTE. - É admitida a cumulação de ação de
despejo por denúncia vazia com o pedido de
cobrança de encargos locatícios em mora - A
purga da mora neste caso não impede a rescisão
do contrato e, por consequência, a ordem de
desocupação do imóvel - Em se tratando de
hipótese prevista no artigo 47, inciso V, da Lei do
Inquilinato e havendo notificação do locatário para
deixar o imóvel, a qual não foi atendida, deve ser
acolhido o pedido rescisório e, como
consequência, determinada a desocupação do
bem - Recurso provido. Sentença reformada.(TJ-
MG - AC: 10000211368881001 MG, Relator:
Mariângela Meyer, Data de Julgamento:
24/08/2021, Câmaras Cíveis / 10ª CÂMARA
CÍVEL, Data de Publicação: 31/08/2021)

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO -


PROCESSUAL CIVIL - AÇÃO DE DESPEJO POR
DENÚNCIA VAZIA C/C COBRANÇA DE
ALUGUÉIS - POSSIBILIDADE DA CUMULAÇÃO -
DEFERIMENTO DA INICIAL. - É possível a
cumulação de ação de despejo por denúncia vazia
com cobrança de aluguéis, se ambas são do rito
ordinário e se os pedidos não são conflitantes.(TJ-
MG - AI: 10024113061451001 Belo Horizonte,
Relator: Mota e Silva, Data de Julgamento:
14/02/2012, Câmaras Cíveis Isoladas / 18ª
CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 16/02/2012)
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE
DESPEJO POR DENÚNCIA VAZIA E FALTA DE
PAGAMENTO C.C. COBRANÇA. AUTORIZAÇÃO
DE PURGAÇÃO DA MORA. POSSIBILIDADE.
PEDIDOS INDEPENDENTES. RECURSO
IMPROVIDO, COM OBSERVAÇÃO. Se por um
lado não há óbice ao ajuizamento da ação de
despejo com duplo fundamento (denúncia vazia e
falta de pagamento) cumulada com cobrança, de
outro também não se vislumbra empecilho na
autorização de purgação da mora pelos locatários,
nos termos do artigo 62, II, da Lei nº 8.245/94. A
purgação da mora evitará, se o caso, a rescisão
locatícia apenas quanto ao pedido fundado na
falta de pagamento, sem prejuízo da apreciação
da outra pretensão fundada na denúncia vazia.
(TJ-SP - AI: 20473454020148260000 SP
2047345-40.2014.8.26.0000, Relator: Adilson de
Araújo, Data de Julgamento: 08/04/2014, 31ª
Câmara de Direito Privado, Data de Publicação:
09/04/2014)

Tal conduta é necessária posto que se optar


pela denúncia vazia simplesmente, a autora receberá o imóvel de volta, mas
não receberá os alugueres, e, se escolher por falta de pagamento haverá a
possibilidade da purgação da mora e permanência do indesejado inquilino.
A jurisprudência acima agasalhou o instituto
previsto no artigo 62 da Lei de locação que deixa claro que a falta de pagamentos
dos alugueis, cumulada com a falta de garantia e dos acessórios da locação,
culmina na ação de despejo ( art. 9.º, II e III, da Lei 8.245/1991) ,concomitamente
a este pedido pode ser adicionado o pedido de cobrança de aluguéis não pagos,
na ação de desejo inclusive para fins de rescisão do locação face ao disposto no
inciso IV do 62 .

"Art. 62. Nas ações de despejo fundadas na falta


de pagamento de aluguel e acessórios da
locação, de aluguel provisório, de diferenças de
aluguéis, ou somente de quaisquer dos
acessórios da locação, observar-se-á o seguinte:

I - o pedido de rescisão da locação poderá ser


cumulado com o pedido de cobrança dos
aluguéis e acessórios da locação; nesta
hipótese, citar-se-á o locatário para responder ao
pedido de rescisão e o locatário e os fiadores
para responderem ao pedido de cobrança,
devendo ser apresentado, com a inicial, cálculo
discriminado do valor do débito;

VI - havendo cumulação dos pedidos de rescisão


da locação e cobrança dos aluguéis, a execução
desta pode ter início antes da desocupação do
imóvel, caso ambos tenham sido acolhidos."

Outro não é o entendimento que o E. Tribunal de


Justiça de São Paulo vem julgando da seguinte maneira:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE


DESPEJO. DENÚNCIA VAZIA. LIMINAR.
REQUISITOS. PREENCHIMENTO DOS
REQUISITOS LEGAIS NECESSÁRIOS AO
DEFERIMENTO DA MEDIDA. ARTIGO 59, § 1º,
INC. VIII DA LEI Nº 8.245/1991. NOTIFICAÇÃO
EXTRAJUDICIAL ENVIADA PELA agravada
INFORMANDO O DESINTERESSE NA
CONTINUIDADE DA RELAÇÃO LOCATÍCIA.
LOCATÁRIO QUE NÃO DESOCUPOU O BEM.
DEMANDA AJUIZADA DENTRO DO PRAZO
LEGAL. decisão agravada mantida. recurso
desprovido. Para a concessão de liminar de
despejo fundada na denúncia vazia, deve o
proprietário notificar o locatário do intuito de
retomada de imóvel e prestar caução no valor
equivalente a três meses de aluguel.
Preenchidos os requisitos, cabível o deferimento
da a liminar para desocupação compulsória do
imóvel. (TJPR - 18ª C.Cível - 0073209-
49.2021.8.16.0000 - Maringá - Rel.:
DESEMBARGADOR MARCELO GOBBO DALLA
DEA - J. 14.03.2022)

DESPEJO POR DENÚNCIA VAZIA. LOCAÇÃO


RESIDENCIAL POR PRAZO INDETERMINADO.
NOTIFICAÇÃO VÁLIDA. INTELIGÊNCIA DO
ART. 46, § 2º DA LEI 8.245/91. 1. Na locação
residencial prorrogada por prazo indeterminado o
locador poderá denunciar o contrato a qualquer
tempo, concedido o prazo de trinta dias para
desocupação. 2. Devidamente notificado para
desocupar o imóvel no prazo de trinta dias, o
locatário manteve-se inerte, violando o disposto
no § 2º do artigo 46 da Lei de Locações. 3.
Desprovimento do recurso, por ato do Relator.
(0001891- 33.2009.8.19.0003 - APELACAO -
DES. LETICIA SARDAS - Julgamento:
19/12/2014 - VIGESIMA CÂMARA CIVEL

Conforme bem explicado nos artigos


mencionados, o locador tem direito a desocupação do imóvel e os valores devidos
vinculados a ele, isto porque, o locatário não pagou os encargos acessórios do
imóvel, e também permanece no imóvel até a presente propositura desta ação,
gerando também aluguéis neste período.
Ademais, conforme prevê o art. 23, inciso I e VIII
da referida Lei 8.245/1991, o locatário é responsável pelo pagamento do aluguel e
dos demais encargos.
Art. 23. O locatário é obrigado a:
I - pagar pontualmente o aluguel e os encargos da
locação, legal ou contratualmente exigíveis, no prazo
estipulado
ou, em sua falta, até o sexto dia útil do mês seguinte ao
vencido, no imóvel locado, quando outro local não tiver
sido indicado no contrato;
(...)
VIII - pagar as despesas de telefone e de consumo de
força, luz e gás, água e esgoto;
(...)
Como visto, a Lei é clara em garantir o direito do
locador, tendo em vista, o inadimplemento das obrigações do locatário.
Como não foram pagos os débitos acessórios do
contrato e muito menos o período após o fim do contrato, os aluguéis de 24 (vinte
quatro) de novembro de 2019 até a data de 24 (vinte quatro) de maio de 2020, a
dívida atual apresenta-se no montante de como fica claro pelo cálculo
descriminado em planilha anexa. (doc-04)

IV-DA IMPOSSIBILIDADE DE AUTOCOMPOSIÇÃO

Por oportuno nos termos do art. 334, § 5º, do


Código de Processo Civil , a Locadora desde já manifesta, pela natureza do litígio
tendo em vista as notificações judiciais e as tentativas informais de solução
extrajudicial do conflito e o termino do contrato com o requerimento da
desocupação, todas sem êxito., o desinteresse em autocomposição.
V- DA LIMINAR E CAUÇÃO
Face a pretensão em sede de liminar consubstanciada
no artigo 59, par.1º,VII, IX c/c o inciso III do artigo 23 ambos da Lei 8245/91,
vem a presente comprovar a caução no importe de três alugueis afim de cumprir
os requisitos do §1º do artigo 59 da referida lei , requerendo a concessão em
liminar do despejo observado a notificação da requerida e o termino do contrato de
locação em anexo.

Caso o Requerido não desocupe voluntariamente


o imóvel, o artigo 65 da Lei do Inquilinato prevê que a desocupação poderá
ocorrer com emprego de força, inclusive o arrombamento, senão vejamos:

"Art. 65. Findo o prazo assinado para a


desocupação, contado da data da notificação,
será efetuado o despejo, se necessário com
emprego de força, inclusive arrombamento.

§ 1º Os móveis e utensílios serão entregues à


guarda de depositário, se não os quiser retirar o
despejado.

§ 2º O despejo não poderá ser executado até o


trigésimo dia seguinte ao do falecimento do
cônjuge, ascendente, descendente ou irmão de
qualquer das pessoas que habitem o imóvel."

Neste sentido, tem sido a jurisprudência pátria:

"APELAÇÃO. LOCAÇÃO DE IMÓVEL. AÇÃO DE


DESPEJO CUMULADA COM COBRANÇA DE
ALUGUÉIS. AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO NÃO
REALIZADA. PRESCINDIBILIDADE, NO CASO.
PARCELAMENTO DA PURGAÇÃO DA MORA.
INADMISSIBILIDADE. PRETENSÃO SEM
AMPARO LEGAL. INTELIGÊNCIA DO ART. 62, II,
DA LEI Nº 8.245/91. RECURSO IMPROVIDO. As
partes podem transigir a qualquer momento,
inclusive em segundo grau de jurisdição, de modo
que a sentença não padece de qualquer nulidade
pela circunstância de não ter sido designada
audiência de conciliação. No caso, inconcussa a
inadimplência da locatária, dispensava-se a
realização da audiência para o fim colimado, pois
a apelada manifestou expressamente não ter
interesse em sua realização e rejeitou
integralmente a proposta de acordo formulada
pela apelante na peça defensiva. Ademais, a
pretensão de parcelamento não tem amparo legal,
na medida em que o art. 62, II, da Lei nº 8.245/91
estabelece os valores que devem ser depositados
em Juízo para evitar a rescisão contratual, nada
dispondo a respeito da pretendida fragmentação.
Logo, era de rigor a procedência dos pedidos de
rescisão contratual, cobrança e despejo por falta
de pagamento formulados na petição inicial.

(TJ-SP 10007913120168260441 SP 1000791-


31.2016.8.26.0441, Relator: Adilson de Araujo,
Data de Julgamento: 27/09/2017, 31a Câmara de
Direito Privado, Data de Publicação: 27/09/2017)"
com cobrança. Sentença de procedência. Apelo
da ré. Inexistência de obrigatoriedade de instrução
da ação com a via original do contrato de locação
ou com sua cópia autenticada. Descabimento da
alegação de que o locador deveria ter movido
ação executiva para a cobrança dos aluguéis
porque o art. 62, I, da Lei de Locações permite
que o pedido de rescisão da locação seja
cumulado com o de cobrança de aluguéis e
acessórios da locação. Cálculos apresentados
com a inicial que apresentaram índice de juros de
0,5% ao mês. Sentença ultra petita ao determinar
a incidência de juros de mora de 1% ao mês.
Apelação não provida. Reforma da sentença, de
ofício, para adequá-la aos limites do pedido
quanto aos juros moratórios. (TJ-SP - APL:
10043718220178260005 SP 1004371-
82.2017.8.26.0005, Relator: Morais Pucci, Data de
Julgamento: 22/01/2019, 35a Câmara de Direito
Privado, Data de Publicação: 22/01/2019)"

Diante do exposto necessário a concessão initio litis e


inaudita altera pars da LIMINAR, nos termos do art. 59, par.1º,VII, IX da Lei
8245/91 (contrato de locação sem garantia) face o termino do contrato de
locação, determinando a desocupação , pela locatária e eventuais ocupantes ,
com a retirada de seus pertences, no prazo máximo 15 dias, sob pena de ser
expedida a ordem de despejo, com as determinações necessárias previstas no
artigo 65 até mesmo de forma compulsória, com ordem de arrombamento,
emprego de força e reforço policial, se necessário, caso o imóvel não seja
desocupado dentro do prazo legal.
VI- NO MERITO

Ultrapassado o pleito liminar, no mérito declarar


rescindido o presente contrato de locação, existente entre a Autora e a Ré, nos
termos do artigo 62, I da Lei de Locação consolidando a liminar para desocupação
do imóvel, mesmo que sob abandono, além de condenar a Ré ao pagamento dos
aluguéis vencidos inclusive aqueles de competência de OUTUBRO de 2023 até a
distribuição da ação os quais não foram pagos face as cálculos em anexo bem
como aqueles vincendos até a prolação da sentença e respectivo trânsito em
julgado ou a desocupação do imóvel, o que vier a ocorrer primeiro, nos moldes do
artigo 62, V da Lei de Locação incluído aqui as taxas de condomínio e luz
atrasados e a vencer com todas as atualizações e correções previstas no contrato,
acrescidos de multa , juros e correção monetária, prevista na clausula 4º do
contrato de locação .

VII- DO DEBITO EXISTENTE

Conforme declinado acima a locatária encontra-se


em debito com relação aos aluguéis vencidos inclusive aqueles de competência
de OUTUBRO de 2023 até a distribuição da ação.

Além dos débitos acima mencionas conforme


clausula sexta o locatário ficou de arcar com os custos do condomínio que inclui
a água e da energia, ficando em aberto os meses DEZEMBRO DE 2023 e
JANEIRO DE 2024 , a qual devera proceder ao pagamento .

A locatária jamais cumpriu a disposição prevista


no § 3º da clausula 2º do contrato de locação mesmo quando cobrado ela não
procedeu a garantia da locação como também jamais aprestou apólice contra
incêndio previsto na clausula 15 do Contrato .

Desta forma faz jus a locadora nos termos do


contrato a multa prevista na cláusula 12º Contrato de Locação Residencial no
valor de três alugueis diante do descumprimento dessas obrigações.

Ainda nos termos da clausula quarta § 2º do


contrato fica estipulada multa de 10% sobre o valor em aberto mais juros de 1%
ao mês em decorrência do atraso dos alugueis que deverão ser somados ao
saldo devedor.
Logo o valor total atualizado com juros e correção
monetária até o presente é de R$ XXXXX , face a planilha em anexo , a qual
deverá ser atrelado aos demais encargos e alugueis a vencer .

VIII - DOS PEDIDOS


Diante de todo o exposto, o Locador requer a
este M.M Juízo:
a) concessão da Assistência Judiciária Gratuita, nos termos da Lei nº 1.060/50 e
art. 98, 99 ambos do Código de Processo Civil Lei 13.105;

b) a concessão initio litis e inaudita altera pars da LIMINAR, nos termos do art. 59,
par.1º,VII, IX da Lei 8245/91 (contrato de locação sem garantia) o termino do
contrato de locação, o reconhecimento da a rescisão contratual, fixando-se o
prazo de 15 dias para a desocupação do imóvel com a retirada de seus pertences
pela Locatária e eventuais ocupantes , sob pena de ser expedida a ordem de
despejo, face a natureza do termino do contrato, com as determinações
necessárias previstas no artigo 65 até mesmo de forma compulsória, com ordem
de arrombamento, emprego de força e reforço policial, se necessário, caso o
imóvel não seja desocupado dentro do prazo legal;

c)ultrapassado o pleito liminar, no mérito declarar rescindido o presente contrato


de locação, existente entre a Autora e a Ré, nos termos do artigo 62, I da Lei de
Locação consolidando a liminar para desocupação do imóvel, mesmo que sob
abandono, além de condenar a Ré:

c.1) ao pagamento dos aluguéis vencidos inclusive aqueles de competência de


OUTUBRO de 2023 até a distribuição da ação os quais não foram pagos face as
cálculos em anexo bem como aqueles vincendos até a prolação da sentença e
respectivo trânsito em julgado ou a desocupação do imóvel, o que vier a ocorrer
primeiro, nos moldes do artigo 62, V da Lei de Locação incluído aqui as taxas de
condomínio e luz atrasados e a vencer com todas as atualizações e correções
previstas no contrato, acrescidos de multa , juros e correção monetária, prevista
na clausula 4º

c.2) Pagamento da multa contratual prevista na cláusula 12º Contrato de Locação


Residencial face a ausência da garantia de locação , prevista no § 3º da clausula
2º do contrato de locação bem como o cumprimento do disposto na clausula 6º e
15º do contrato de locação ;

c.3) CONDENAR a ré ao pagamento de indenização por eventuais danos


constatados no imóvel;
c4) que sejam os Requeridos condenados em custas e despesas processuais,
bem como honorários fixados em 20% com fulcro na cláusula 4a, § 1º do Contrato
de Locação Residencial, observado o disposto no artigo 85 § 2º do CPC

IX-DAS PROVAS E ROL DE DOCUMENTOS

Protesta provar o alegado por todos os meios de


prova em direito admitidos, incluindo perícia, produção de prova documental,
testemunhal, inspeção judicial, depoimento pessoal sob pena de confissão caso o
Locatário (ou seu representante) não compareça, ou, comparecendo, se negue a
depor (art. 385, § 1º, do Código de Processo Civil).

Para tanto junta o autor os documentos abaixo :


 Doc-01 Procuração
 Doc-02 Contrato Locação
 Doc-03 Débitos de água e esgoto
 Doc-04 Planilha de valores devidos
 Email, notificações e copias de diálogos em WhatsApp
Para fins do disposto no artigo , o advogado que
esta subscreve reconhece a autenticidade dos documentos em copias anexos.

X-DAS INTIMAÇÕES DO AUTOR

E por fim requer , que as intimações ocorram


EXCLUSIVAMENTE em nome da advogada WALKIRIA DANIELA FERRARI
OAB/SP nº 165.058, com escritório a Rua Formosa, 99, 3º andar - Centro –
Anhangabaú – São Paulo -SP CEP 01049-000, e-mail : walkferrari@uol.com.br,
telefones : 2111.1838 ou 2111.1890 .

XI- DA CITAÇÃO DA LOCATÁRIA

Requer a citação da requerida para que conteste a


presente, sob pena de revelia, concedendo-se à ré o prazo de 15 dias para purgar
a mora ou oferecer contestação, nos termos do art. 62, § 1º da Lei 8245/91,
intimando-se eventuais ocupantes do imóvel, para fins de evitar futuras nulidades;
XII- DO VALOR DA CAUSA

Dá-se à causa o valor de R$ 15.600,00 ( quinze


mil e seiscentos reais) para efeitos de alçada. correspondente a doze aluguéis,
por força do disposto no artigo 58, inciso III, da Lei n.º 8.245/91.

Nesses Termos,
Pede Deferimento.

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