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JUÍZO DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DA CAPITAL DO

ESTADO DO RIO DE JANEIRO.

CARLOS CHAVES, brasileiro, estado civil, aposentado, identidade nº ...,


inscrito no CPF sob o nº ..., domiciliado na ..., endereço eletrônico ..., vem por seu
advogado devidamente constituído (procuração anexa), pelo procedimento comum, com
base nos artigos 46, 58, inciso II e 59 da lei 8245/91 e artigos 318 e seguintes do Código
Civil ao juízo propor:

AÇÃO DE DESPEJO POR DENÚNCIA VAZIA

Em face de MÁRIO, português, viúvo, comerciante, identidade nº ..., inscrito no CPF


ou CPNJ sob o nº ..., domiciliado na Rua das Plantas, nº 12, Centro, Rio de Janeiro/RJ,
endereço eletrônico ...

GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Inicialmente convém destacar que o Autor, por ser pessoa pobre na acepção
jurídica do termo, não possui condições de custear as despesas do processo e honorários
advocatícios, sem prejuízo de seu próprio sustento.
Frisa-se que o Requerente é aposentado, auferindo renda mensal correspondente
a 1 (um) salário-mínimo.
Assim, o Autor faz jus ao requerimento da concessão da gratuidade de justiça,
nos moldes previstos no artigo 98 do Código de Processo Civil.
PRIORIDADE
Conforme determina o artigo 71 da lei 10.741/2002, maiores de 60 (sessenta)
anos de idade e pessoas portadoras de doença graves, tem o direito à prioridade na
tramitação do feito.

Nesse passo, o Autor conta atualmente com 70 (setenta) anos de idade.

Portanto, a prioridade na tramitação do feito é medida que se impõem, tendo em


vista que o Autor preenche os requisitos consignados na lei.

I. DOS FATOS
Cumpre ressaltar que a parte Autora é a legítima proprietária do imóvel objeto
desta ação.
Em 20/10/2015, o Autor firmou com a parte Ré um contrato de locação, cujo
objeto é o imóvel situado na Rua das Plantas, nº 12, Centro, Rio de Janeiro/RJ, com
o valor de aluguel na ordem de R$ 500,00 (quinhentos reais), com vigência de 30
(trinta) meses, sendo seu vencimento contratual em 20/04/2018.
Todavia, com a intenção da retomada do seu imóvel, o Autor informou ao
locatário o seu desinteresse em dar continuidade ao contrato, este, por sua vez, se
recusou a sair do imóvel, prorrogando então o contrato por tempo indeterminado.
O Requerente então formalizou notificação extrajudicial ao Réu, fazendo uso da
denúncia vazia.
Acontece que a parte Ré permanece inerte até a data da propositura da presente
ação, impossibilitando uma solução amigável entre as partes.

II. DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA


A lei 8245/1991 dispõe sobre questões relativas à locação dos imóveis urbanos e
os procedimentos a ela pertinentes.
Primeiramente, conforme artigo 59 da lei em questão, as ações de despejo terão
rito ordinário que, com o Código de Processo Civil sancionado em 2015, passe-se a se
chamar procedimento comum, e segue os requisitos expostos em seu artigo 319.
“Art. 59. Com as modificações constantes deste capítulo, as ações de despejo
terão o rito ordinário.”
O artigo 6º da referida lei preceitua de que forma o locatário deve devolver o
imóvel locado sempre que o prazo acordado for indeterminado. Vejamos:
“Art. 6º O locatário poderá denunciar a locação por prazo indeterminado
mediante aviso por escrito ao locador, com antecedência mínima de trinta
dias.

Parágrafo único. Na ausência do aviso, o locador poderá exigir quantia


correspondente a um mês de aluguel e encargos, vigentes quando da
resilição.”

Nesse sentido, o artigo 46 da referida lei, aduz a respeito da resolução dos


contratos de locação ajustados por escrito e por prazo igual ou superior a 30 (trinta)
meses.
“Art. 46. Nas locações ajustadas por escrito e por prazo igual ou superior a
trinta meses, a resolução do contrato ocorrerá findo o prazo estipulado,
independentemente de notificação ou aviso.

§ 1º Findo o prazo ajustado, se o locatário continuar na posse do imóvel


alugado por mais de trinta dias sem oposição do locador, presumir - se - á
prorrogada a locação por prazo indeterminado, mantidas as demais cláusulas
e condições do contrato.

§ 2º Ocorrendo a prorrogação, o locador poderá denunciar o contrato a


qualquer tempo, concedido o prazo de trinta dias para desocupação.”

A posição dos Tribunais é pacífica no sentido de aceitar a denúncia vazia para


decretação do despejo, vejamos:
“AÇÃO DE DESPEJO POR DENÚNCIA VAZIA. LOCAÇÃO
RESIDENCIAL. PRORROGAÇÃO DO CONTRATO POR TEMPO
INDETERMINADO. INCIDÊNCIA DO ARTIGO 46, § 2º DA LEI
8245/1991. DIREITO DO LOCADOR DE REAVER O IMÓVEL
INDEPENDENTEMENTE DE MOTIVAÇÃO. RETENÇÃO POR
BENFEITORIAS. IMPOSSIBILIDADE. RENÚNCIA EXPRESSA,
CONSTANTE DE CLÁUSULA CONTRATUAL. I- Em se tratando de
contrato por tempo indeterminado, correta a rescisão da locação sem
necessidade de motivação, bem como o decreto do despejo, por mera
vontade do locador, desde que o locatário venha a ser devidamente
notificado para a desocupação voluntária do imóvel, uma vez que é direito
potestativo do locador reavê-lo. incidência do artigo 46, § 2º da Lei
8245/1991.

(TJ-RJ - APL: XXXXX20158190001, Relator: Des(a). RICARDO COUTO


DE CASTRO, Data de Julgamento: 10/07/2019, SÉTIMA CÂMARA
CÍVEL)”

III. DOS PEDIDOS


Com base no exposto, requer:
a) A citação para que apresente contestação;
b) Deferimento do pedido de gratuidade de justiça;
c) Deferimento do pedido de prioridade;
d) Que seja decretado o despejo e desocupado o imóvel, se necessário com
oficial de justiça ou força policial;
e) Condenação em custas e honorários.
f) Opção ou não pela realização de audiência de conciliação conforme
artigo 319, inciso VII do Código de Processo Civil

IV. DAS PROVAS


Protesta-se pela produção de prova documental. (Identidade, CPF, escritura do
imóvel em nome do autor, cópia do contrato de locação assinado pelas partes,
comprovantes de pagamento referente ao aluguel, cópia da notificação extrajudicial)

V. VALOR DA CAUSA
Dá-se a causa o valor de R$ 6.000,00 (seis mil reais). (Artigo 58, inciso III, lei
8245/1991.)

Nestes termos,
Pede deferimento.

LOCAL, DATA
Advogado
OAB

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