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1. Que são fontes do “Direito”? Qual a utilidade do estudo das fontes do direito
tributário? Defina o conceito de direito e relacione-o com o conceito de fontes do
direito.
De acordo com o professor Paulo de Barros, as fontes de direito são “focos ejetores de
normas jurídicas”, são “os acontecimentos do mundo social, juridicizados por regras do
sistema e credenciados para produzir normas jurídicas que introduzam no ordenamento
outras normas, gerais e abstratas, gerais e concretas, individuais e abstratas ou
individuais e concretas”.
O estudo das fontes do direito tributário é útil, porque é através dele que se revela o
direito, a validade e a situação hierárquica das normas, é através deste estudo que é
possível identificar o fundamento da norma jurídica, se estamos diante de uma norma
legal, válida, eficaz.
De acordo com o estudo sobre a matéria, entendo que os costumes são fontes do direito
apenas se integrantes de normas jurídicas/hipóteses normativas.
Já a doutrina, não é considerada como fonte do direito positivo, muito embora seja um
importante instrumento na ciência do direito, já que contém um discurso descritivo, de
natureza cientifica, que permite a compreensão de conceitos e aspectos jurídicos. Sobre
a doutrina, dispõe o professor Paulo de Barros Carvalho (CARVALHO, Paulo de Barros.
Curso de Direito Tributário. 30ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011, p. 96):
“A doutrina não é fonte do direito positivo, seu discurso descritivo não altera a
natureza prescritiva do direito. Ajuda a compreendê-lo, entretanto não o modifica.
Coloca-se como uma sobrelinguagem que fala da linguagem deôntica da
ordenação jurídica vigente. Nem será admissível concebe-la como fonte da Ciência
do Direito, pois ela própria pretende ser científica. Quem faz doutrina quer
construir um discurso científico reescrevendo as estruturas prescritivas do sistema
normativo”
No entendimento do Doutrinador Tarek (pg. 119), “assim como a lei é produto de fonte
do direito, a jurisprudência, os contratos e os atos administrativos também o são e não
podem ser considerados como fontes do direito”.
Do mesmo modo o fato jurídico tributário não é fonte do direito, sendo este o próprio
Módulo Tributo e Segurança Jurídica
A doutrina jurídica clássica, em sua maioria, considera como fontes do Direito a lei, a
doutrina, a jurisprudência e os costumes, subordinam com esta abordagem a ideia de
que o “direito cria o direito”.
Para o Professor Paulo de Barros Carvalho, garantir que a fonte do direito é o próprio
direito deixa sem explicação a origem da primeira norma, razão pela qual estabelece
através do constructivismo lógico semântico, elementos que diferenciam o conceito de
fontes do direito, para estabelecer que a fonte do direito é o processo de criação da
norma.
Sendo assim, o direito positivo pode ser compreendido como o arcabouço de normas
do ordenamento jurídico, já a ciência do direito estuda e cria os enunciados descritivos
que ajudarão na compreensão e constituição do direito positivo.
5. Que posição ocupa, no sistema jurídico, norma inserida por lei complementar
que dispõe sobre matéria de lei ordinária? Para sua revogação é necessária norma
veiculada por lei complementar? (Vide anexos I, II, III IV e V).
De acordo com a doutrina kelseniana, as leis em sentido lato estão no mesmo nível; o
que diferenciaria a lei complementar da lei ordinária é a regra de
competência/procedimentos específicos constitucionais de criação. No mesmo sentido,
o Professor Paulo de Barros Carvalho entende que não há hierarquia entre normas, mas
sim diferenças entre as competências de cada uma.
O Doutrinador Gabriel Ivo indica que quando a lei complementar tratar de assunto de
lei ordinária, tolera-se a constitucionalidade. Uma análise formalmente mais rigorosa
não poderia assentir com tal raciocínio, mas considerando que o quórum da lei ordinária
foi até ultrapassado, permite-se.
No julgamento da ADI nº 2.076/AC o STF decidiu que o preâmbulo não tem valor
jurídico-normativo, não se situa no âmbito do direito, mas somente no âmbito da
política, o que fez a Corte Suprema adotar expressamente a tese da irrelevância jurídica
do preâmbulo, veja-se:
b) Sim, uma vez que este fato é previsto na hipótese normativa como capaz de gerar
efeitos jurídicos. Desse modo, estando o fato social inserto no texto legal, ele possui o
condão de criar normas jurídicas.