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MATHEUS BACKES
O professor Paulo de Barros Carvalho coloca que as fontes do Direito são “os
acontecimentos do mundo social, juridicizados por regras do sistema e credenciados
para produzir normas jurídicas que introduzam no ordenamento outras normas, gerais
e abstratas, gerais e concretas, individuais e abstratas ou individuais e concretas”1.
Entendo que os costumes apenas podem ser entendidos como fontes do Direito quando
integrantes de hipóteses normativas. Desse modo, seguindo a linha anteriormente
exposta, não basta a existência de práticas reiteradas de determinada conduta, em uma
certa sociedade, num determinado ponto histórico, esta conduta reiterada deve ser
estampada em uma regra jurídica como um enunciado prescritivo a ser obedecido pela
sociedade para que seja o costume considerado uma fonte do Direito. Um exemplo
disso é o art. 100, III, do CTN, que refere como normas complementares, as práticas
reiteradas da administração tributária, entendida como costumes da administração.
A doutrina, por sua vez, revela-se como importante instrumento a ser utilizado pela
1
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 30 ed. São Paulo: Saraiva, 2019,
Capítulo III. Item I. E-book.
Módulo Tributo e Segurança Jurídica
Ciência do Direito, mas não como fonte do Direito Positivo. Não se trata, portanto, de
fonte formal do Direito, mas sim de importante ferramenta para compreensão de
conceitos e institutos jurídicos, sendo, normalmente, o resultado da interpretação da lei
no campo da pesquisa científica.
2
CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário: linguagem e método. 7ª ed. São Paulo:
Noeses, 2018. Pág. 416.
3
Idem. Pag 420.
4
Linguagem e método 431
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Lei complementar só possui tal status material quando tratar materialmente sobre o
tema reservado pela CF. Quando uma lei promulgada como complementar trata sobre
assunto diverso, possui status de lei ordinária, sendo necessário apenas uma nova lei
ordinária para sua revogação ou alteração.
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CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário: linguagem e método. 7ª ed. São Paulo:
Noeses, 2018. Pág. 418-419
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semântica”6.
Entendo que o mesmo pode ser colocado a respeito das exposições de
motivos, visto que elas dão indícios de qual a finalidade que a lei busca.
Logicamente, a exposiçao de motivos não serve como fonte para revogação de
lei, a interpretação sistemativa das leis prevalece sobre uma interpretação
meramente autência. Porém, trata-se de importante ferramenta de
hermenêutica.