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CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO

DISCIPLINA: LEGISLAÇÃO
PROFESSOR: FERNANDO FIRMINO

1. FONTES DO DIREITO

Como já vimos Direito é a ciência ou conjunto de normas que


disciplinam as relações dos homens em sociedade, e que para pautar as
condutas e ações humanas existem algumas normas estabelecidas em nossa
legislação, entre elas, algumas se originam das fontes do Direito. Vamos conhecer
o que são Fontes do Direito?

Fonte, no seu sentido mais amplo, quer dizer lugar de


procedência, de onde se origina alguma coisa. Fonte do Direito é onde o Direito
se origina.

No Brasil, o ordenamento jurídico é originariamente legalista, ou


seja, sua fonte principal é a legislação, mas em alguns casos, é necessário utilizar-
se de outras fontes, para solucionar algumas situações que não estão previstas na
lei, ou que embora, previstas precisam sem interpretadas da forma correta.

As fontes do direito estão previstas no artigo 4.º da Lei de


Introdução ao Código Civil que estabelece: "Quando a lei for omissa, o juiz
decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de
direito". Assim, o intérprete é obrigado a integrar o sistema jurídico, ou seja, diante
da lacuna (a ausência de norma para o caso concreto), ele deve sempre
encontrar uma solução adequada. Basta analisar o verbo “decidirá” para
entender que o sistema jurídico ordena a decisão do caso concreto.

O artigo já mencionado estabelece uma hierarquia entre as


fontes, pois só autoriza o juiz a valer-se de outras fontes quando houver omissão
na lei e impossibilidade de aplicação da analogia, buscando resoluções legais
para casos semelhantes. Assim, a lei é uma fonte principal, sendo fontes
secundárias a analogia, os costumes, os princípios gerais do direito, a doutrina e a
jurisprudência.

2. LEI.

As leis em sentido amplo são as normas emanadas pelo poder Estatal.

A lei é o preceito jurídico escrito, emanado do legislador e dotado de


caráter geral e obrigatório. É, portanto, toda norma geral de conduta, que
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disciplina as relações de fato incidentes no Direito, cuja observância é imposta


pelo poder estatal.

A lei constitui a vontade do povo, sendo elaborada por legisladores


eleitos pelo mesmo, como ocorre no Brasil.

A lei tem por objetivo resolver o problema da antinomia, ou seja, o


problema do conflito e da contradição das normas, hipótese em que mais de
uma norma incide sobre o caso concreto. Mas, quanto à aplicação da lei,
devem seguir uma hierarquia, sendo a Constituição Federal a lei maior, as leis
infraconstitucionais abaixo da Constituição, e abaixo da norma
infraconstitucionais a aplicação das normas infralegais (decretos, portarias e
demais atos administrativos por último). Sendo assim, as leis de menor grau devem
obedecer às de maior grau.

3. Analogia

Analogia consiste em um método de interpretação jurídica utilizado


quando, diante da ausência de previsão específica em lei, se aplica uma
disposição legal que regula casos idênticos ou semelhantes, ao da controvérsia.

É utilizada com a finalidade de integração da lei, ou seja, a


aplicação de dispositivos legais relativos a casos análogos, ante a ausência de
normas que regulem o caso concretamente apresentado à apreciação
jurisdicional, a que se denomina anomia.

4. Costumes

É uma prática reiterada da sociedade, por não ser lei não nasce do
poder Legislativo, mas sim da sociedade. As pessoas cumprem acreditando que
aquilo seja obrigatório.

Nesse sentido, os costumes de um dado povo é fonte do direito, pois


pode ser aplicado pelo poder judiciário, uma vez que o próprio costume constitui
uma imposição da sociedade. O direito costumeiro possui dois requisitos: subjetivo
e objetivo. O primeiro corresponde ao “opinio necessitatis”, a crença na
obrigatoriedade, isto é, a crença que, em caso de descumprimento, incide
sanção. O segundo corresponde à “diuturnidade”, isto é, a simples constância do
ato.
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Podemos citar a fila como um costume da sociedade, que não foi


estabelecido por lei, mas todos respeitam. Outro exemplo é a figura do cheque
pré-datado, todos sabem que cheque é “ordem de pagamento à vista”,
contudo, se o comerciante aceitar receber um cheque pré-datado ele não
poderá depositar o cheque antes, sob pena de pagar uma indenização por
danos morais, conforme a Súmula do STJ n. 370, que determina: “caracteriza
dano moral a apresentação antecipada do cheque pré-datado”.

Contra a lei: o costume não deve ser utilizado para fundamentar uma
decisão judicial se este estiver em contradição com a lei, porém, existem pessoas
que defendem o uso do costume mesmo que seja contrário à lei. Como já vimos,
a lei só é revogada por outra lei de igual ou superior hierarquia, dessa forma, o
costume não revoga lei. Se existir uma lei sobre determinado assunto e um
costume contrário à legislação, o juiz deverá seguir a lei e não os costumes.

5. Doutrina

Doutrina é o conjunto de indagações, pesquisas e pareceres dos


cientistas do Direito. Há incidência da doutrina em matérias não codificadas,
como no Direito Administrativo e em matérias de Direito estrangeiro, não previstas
na legislação pátria.

Também pode ser considerada a interpretação da lei pelos


estudiosos do Direito. Podemos citar como exemplo: um livro. No mesmo sentido,
Silvio de Salvo Venosa (2009, p. 18) lembra que a “doutrina é o trabalho dos
juristas, dos estudiosos do Direito dentro dos campos técnico, científico e
filosófico”.

6. Jurisprudência

É a interpretação reiterada dos juízes e tribunais a respeito de algum


assunto, ou seja, são as decisões judiciais repetidas sobre determinado assunto e
para as quais não cabem mais recursos. A jurisprudência, normalmente, vai
mudando ao longo do tempo.

Ou seja, são decisões reiteradas, constantes e pacíficas do Poder


Judiciário sobre determinada matéria num determinado sentido.
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A jurisprudência não precisa ser sumulada para ser fonte. Não pode
ser confundida com a orientação jurisprudencial, que é qualquer decisão do
Poder Judiciário que esclareça a norma legal. A orientação jurisprudencial é
apenas um método de interpretação da lei e não precisa de uniformidade. Em
razão disso, é rara a adoção da jurisprudência como fonte.

7. Princípios gerais do direito

Princípios do direito são postulados que se encontram implícita ou


explicitamente no sistema jurídico, contendo um conjunto de regras.

Um princípio é a base ou, como o próprio nome diz, é o início de


tudo. No mundo jurídico, um princípio é uma idéia que vai sustentar todas as
normas. O princípio geralmente é externado através das leis, e servem
também para nortear o entendimento, interpretação e aplicação da lei.

DINIZ assim explica os princípios gerais do direito: Quando a analogia


e o costume falham no preenchimento da lacuna, o magistrado supre a
deficiência da ordem jurídica, adotando princípios gerais do direito, que, às
vezes, são cânones que não foram ditados, explicitamente, pelo elaborador da
norma, mas que estão contidos de forma imanente no ordenamento jurídico.

Entende-se, então, que os princípios gerais de direito são a última


salvaguarda do intérprete, pois este precisa se socorrer deles para integrar o fato
ao sistema.

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