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Conceito
Estrutura;
Características das normas jurídicas;
As sanções jurídicas como variedade das sanções sociais.
Conceito
Fontes de Direito são os meios pelos quais se formam ou se revelam as normas jurídicas.
A expressão “fonte de direito” pode ser usada com vários sentidos, mormente:
Fontes directas ou imediatas são aquelas que, por si sós, pela sua própria força, são
suficientes para gerar a regra jurídica”. São a lei, o Costume e o Tratado
Internacional.
Fontes indirectas ou mediatas são as que não têm tal virtude, porém encaminham os
espíritos, mais cedo ou mais tarde, à elaboração da norma. São a doutrina e a
jurisprudência". Vejamos, resumidamente, cada uma.
Contudo, a expressão lei pode ser entendida com vários sentidos, nomeadamente:
1. Em sentido latíssimo
Lei é entendida enquanto direito ou norma, quando por exemplo se refere que a lei proíbe ou
impõe determinada conduta – ter que usar cinto de segurança, não conduzir com taxa de
alcoolémia superior à taxa legalmente permitida;
2. Em sentido lato
Lei é entendida enquanto norma jurídica criada de certa forma, nomeadamente por decisão e
imposição de uma autoridade com poder para o efeito, por oposição ao costume;
3. Em sentido intermédio
Lei enquanto oposta a regulamentos: Num plano geral ou genericamente são leis as Leis da
Assembleia da República e os Decretos-Leis do Governo. Num plano local ou localmente são
leis os Decretos Legislativos das Assembleias províncias;
Os regulamentos são normais gerais emanadas duma autoridade administrativa sobre matérias
próprias da sua competência, sendo principalmente:
4. Em sentido estrito
Reconduz-se apenas às leis emanadas pela Assembleia da República por oposição aos
decretos-leis emanados pelo Governo.
O poder para emanar normas jurídicas designa-se poder legislativo em sentido lato ou poder
normativo, constituindo, além do poder judicial e do poder executivo, um dos três poderes a
que se reconduz a soberania do Estado.
Conforme se referiu, nos termos do art.º 1º, n.º 1 do C.C., a lei é uma fonte imediata do
direito, ou seja, o seu valor legal é imediato e directo, valendo por si só e independentemente
de qualquer outro valor.
O n.º 2 do citado normativo dispõe que se consideram leis “todas as disposições genéricas
provindas dos órgãos estaduais competentes”.
Contudo, esta noção não é isenta de críticas porque disposições são regras e as leis não são
regras, ,mas antes fontes de regras.
Definição de lei:
Lei é “um texto ou fórmula significativo de um ou mais regras jurídicas emanado, com
observância das formas eventualmente estabelecidas, duma autoridade competente para
pautar critérios normativos de solução de casos concretos”.
a) Lei em sentido material É o “texto ou fórmula, imposto através das formas do acto
normativo, que contiver regras jurídicas”;
b) Lei em sentido formal É a que se reveste das formas destinadas por excelência ao
exercício da função legislativa do Estado
Dentro das diversas formas de leis referidas existe uma Hierarquia de Leis que tem
como consequência:
Constituição
Leis
Regulamentos
Normas Locais
Direito Internacional, Tratados internacionais
Constituição
Nenhuma outra lei pode estatuir em contrário ao seu conteúdo, tendo que se conformar com o
mesmo
Leis
Leis;
Decretos-leis;
Decretos;
São normas jurídicas emanadas duma autoridade administrativa, sobre matéria própria da sua
competência.
Normas Locais
Direito Internacional
1º) Constituição; 2º) Leis e Decretos-Leis; 3º) Decretos Legislativos das Assembleias
provincial; 4º) Regulamentares e diploma ministerial; 5º) Regulamentos das autarquias
locais; 6º) Direito Internacional
PROCESSO LEGISLATIVO
Elaboração;
Aprovação;
Promulgação;
Publicação;
Entrada em vigor
COSTUME
O costume é também conhecido por norma consuetudinária. Até ao século XVIII o costume
constituía a principal fonte de direito.
Pode, então, definir-se como a “observância geral constante e uniforme de uma regra de
conduta social, acompanhada da convicção da sua obrigatoriedade por parte da opinião
comum”.
Este elemento traduz-se numa prática social reiterada, isto é, na circunstância de, verificadas
certas condições, ser generalizado o hábito de se actuar de determinado modo.
Logo, existem usos que são irrelevantes para o Direito, como por exemplo, oferecer o folar na
Páscoa – é uma prática socialmente enraizada que não constitui uma regra jurídica.
Do ponto de vista da relação que se estabelece entre o costume e a lei, o costume pode ser:
Costume secundum legem – é o costume confirmativo ou interpretativo das normas
da lei, ou seja, o costume coincide com a lei, existindo uma só regra de conduta;
Costume praeter legem – é o costume integrativo, regulando situações que a lei não
prevê, isto é, não contraria a lei, mas vai além dela;
Costume contra legem – é o costume contrário à lei, que está em contradição com a
lei – se por exemplo numa comunidade social se cria a convicção de que os frutos
caídos das árvores em prédios confinantes pertencem a quem os apanhar, contra a
regra geral vertida no art.º 1367º do C.C. ou se cria a convicção de que o mero facto
de o motociclista andar com o capacete não se exigindo que o coloque na cabeça;
No Direito Privado, o costume também é aceite como fonte de direito, nomeadamente por
força do art.º 348º do C.C.: “1. Àquele que invocar direito consuetudinário local ou
estrangeiro compete fazer a prova da sua existência e conteúdo; mas o tribunal deve procurar,
oficiosamente, obter o respectivo conhecimento”.
Mas no que respeita à lei civil e processual civil, nada se fala expressamente quanto ao
costume.
Contudo, a lei civil reporta-se aos Usos em vários artigos, referindo-se-lhes genericamente no
art.º 3º, n.º 1 do Código Civil que: “Os usos que não forem contrários ao princípio da boa fé
são juridicamente atendíveis quando a lei determine”, logo nunca contra a lei.
JURISPRUDÊNCIA
Assentos – os tribunais podem fixar, por meio de assentos, doutrina com força obrigatória
geral. artigo 2º do Código Civil.
DOUTRINA
Historicamente a doutrina foi fonte de direito, mas não o é hoje, Com efeito, a doutrina não é
fonte imediata de direito, mas exerce influência no espírito dos juízes.
A doutrina reconduz-se ao estudo teórico do direito, sendo constituída pelos estudos dos
jurisconsultos que, através da análise dos problemas ligados à vida jurídica, vão formando e
emitindo opiniões sobre a melhor resolução das diversas relações sociais..
EQUIDADE
Sendo as normas jurídicas caracterizadas pela generalidade e pela abstracção, por vezes o seu
comando é pouco adequado ou mesmo injusto quando aplicada ao caso concreto.
Não obstante tal entendimento, dispõe o art.º 4º do C.C. que os tribunais só podem segundo a
equidade quando (art.º 4º do C.C.):
a) Exista disposição legal que o permita – artºs 339º, n.º 2 do C.C.; 437º, n.º 2 do C.C.;
b) Haja acordo das partes e a relação jurídica não seja indisponível;
c) As partes tenham previamente convencionado o recurso à equidade, nos termos
aplicáveis à cláusula compromissória;