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Direito das Empresas

O que é o direito?
É o conjunto de normas de conduta social, emanadas pelo Estado e garantidas pelo seu poder
(pelas entidades administrativas, entidades políticas, tribunais, etc.). Deste modo, é um conjunto
de regras que regulam e organizam a sociedade.
Regra – tem caráter obrigatório, imperativo. É, então, padrão ou expressão de ordem. É algo que
se torna obrigatório e através da qual uma sociedade existe e é dirigida. Uma regra de direito
transporta em si um valor e é, no fundo, uma opção.

O que é uma norma jurídica?


Consiste numa regra escrita, é um imperativo de conduta que coage os sujeitos a se
comportarem da forma por ela esperada e desejada.

 Imperatividade;
 Generalidade;
 Abstração;
 Coercibilidade (uma sanção é uma consequência desfavorável que atinge aquele que
violou uma regra)

Fontes de Direito
Noção de Fontes de Direito
As fontes de direito constituem os modos legítimos de formação e de revelação do direito
vigente. Podem dividir-se em:

 Fontes voluntárias – fontes adotadas de forma voluntária (lei, jurisprudência, doutrina);


 Fontes não-voluntárias – fontes adotadas de forma obrigatória (princípios fundamentais
do direito, costume).

Uso e costume
Costume – consiste numa prática duradoura de um determinado comportamento, com a
convicção de que é obrigatório.
O uso, por sua vez, consiste na prática de um comportamento, sem a convicção de que é
obrigatório – só constitui fonte de direito quando a lei o determinada expressamente.

O que é um código?
Um código é uma organização sistematizada de normas.
O princípio da hierarquia das
normas
Exprime o princípio de que as normas hierarquicamente
inferiores terão de respeitar as normas de hierarquia
superior. No entanto, as normas são mutáveis, devendo por
isso respeitá-las
O Direito da União Europeia divide-se em:
 Direito original – tratados que criaram a CEE/UE;
 Direito derivado – regulamento da UE; diretiva da UE; decisões;
pareceres/recomendações.
Constituição – é o conjunto de normas que regem um Estado. É forte nos seus princípios, visto
que não são alterados frequentemente.
Legislação – é originária de processo legislativo que constrói um conjunto de leis com valor
jurídico, ou seja, constitui as normas de uma nação.

Inconstitucionalidade
Uma lei ordinária que contrariar a Lei Constitucional padece de um vício de
inconstitucionalidade.
o Formal – está prevista na Constituição, logo é fácil de reparar.
o Material – o próprio conteúdo da norma é posto em causa.

A Lei e o Decreto-Lei
Lei – uma norma que foi emanada pela Assembleia da República.
Decreto-Lei – uma norma que o Governo aprova.
As leis e os decretos-leis têm o mesmo valor jurídico, podendo um decreto-lei revogar uma lei
anterior.
No entanto, existem matérias que são exclusivamente afetas à AR e, neste caso, o governo não
poderá legislar. O conjunto de matérias que são afetas apenas à AR estão explícitas no artigo
nº164 da Constituição – “Reserva absoluta de competência legislativa”.
No artigo nº165 estão presentes as matérias cujo Governo poderá legislar. É mencionado
explicitamente que “é da exclusiva competência da AR legislar sobre as seguintes matérias,
salvo autorização ao Governo”, ou seja, o governo apenas pode legislar sobre assuntos
pertencentes à AR se esta o autorizar. No entanto, é da competência do governo a criação e
alteração de taxas.
Imposto – é exigido o pagamento à população tendo usufruído ou não do serviço. O valor dos
impostos vai para os cofres do Estado.
Taxa – a população paga para usufruir de um serviço público (propinas do ensino público).

Leis de autorização legislativa


As leis de autorização legislativa devem definir o objetivo, o sentido, a extensão e a duração da
autorização, a qual pode ser prorrogada. As autorizações legislativas não podem ser utilizadas
mais de uma vez, sem prejuízo da sua execução parcelada.

Inconstitucionalidade
Formal: lei que não cumpre uma formalidade da Constituição.
Material: lei que não cumpre no seu teor (conteúdo) uma norma superior.
Uma lei ordinária que contraria a lei constitucional padece de um vício de inconstitucionalidade.

O que é a usucapião?
É forma de aquisição do direito de propriedade sobre um bem móvel ou imóvel em função de
haver utilizado tal bem por determinado lapso temporal, contínua e incontestadamente, como se
fosse o real proprietário desse bem (posse pública).

 Terrenos ou imóveis (20 ou 25 anos);


 Móveis (2 anos).

O direito da UE
Este direito prevalece sobre o direito acional, isto é, nenhuma norma dos Estados-Membros
pode revogar uma norma do Direito da UE.
Os Estados-Membros constituíram uma instituição que iria criar regras que iam ser vinculativas
a todos os estados-membros. O objetivo principal da UE é garantir a paz. É de salientar que
quando são criadas novas regras, essas regras vinculam não só os Estados, mas também os
cidadãos (pessoas e empresas europeias).
A criação da UE gerou uma questão muito importante – a questão da integração dos povos.
Deste modo, a UE usa mecanismos que se baseiam na concretização de políticas comuns através
do mercado único, onde existe a livre circulação de bens, capitais, serviços e estabelecimento.

 A liberdade de estabelecimento consiste na possibilidade de as instituições poderem


instituir as suas sedes e filiais em qualquer país da UE.

Tipos de documentos legislativos da UE:


Regulamento – vinculativo para os estados-membros e sem interferência nas instituições
nacionais. Entra imediatamente em vigor a partir do momento em que é publicado no jornal da
UE. É criado pelas instituições supranacionais.
Diretiva – fixa os objetivos que são vinculativos para os Estados, no entanto os meios de
implantação ficam ao critério dos Estados. Existe um prazo de transposição para o direito
interno, que, caso não seja cumprido, provoca um efeito direto. Tem uma maior flexibilidade e
liberdade.
Decisões – destinam-se a regular questões concretas que dizem respeito a esses destinatários
específicos, normalmente países ou até organizações. Tem efeito direto.
Recomendações – não criam quaisquer direitos ou obrigações para os destinatários, mas podem
oferecer indicações sobre a interpretação e conteúdo do direito da União Europeia. Elas
influenciam toda a evolução das legislações da UE. São especialmente dirigidas a PME e têm
efeito direto.

O princípio do efeito direto


Uma norma de direito comunitário é, pela sua natureza, apta a conferir direitos subjetivos aos
nacionais dos estados-membros, que poderão ser invocados perante jurisdições nacionais. Sendo
o cidadão o destinatário das normas de direito comunitário, este pode ser invocá-las e assim ser
protegido por elas, perante uma jurisdição nacional.
É um regulamento da União Europeia que todos os estados-membros têm de seguir. Entra em
vigor a partir do momento em que é publicado, sem dar oportunidade aos estados de opinar. É,
no fundo, uma norma que está vinculada a todos os estados-membros.

O princípio da primazia
Estando uma norma de direito nacional em conflito com uma norma de direito comunitário,
prevalece a norma de direito comunitário. Este princípio integra-se no princípio da hierarquia
das normas.

Direito originário (tratados)


O Tratado CEE é diferente dos tratados internacionais comuns porque institui uma ordem
jurídica autónoma própria que se integra no ordenamento jurídico dos estados-membros. Os
estados transferem parte da sua soberania autolimitando, por isso, o seu âmbito de competências
em favor da Comunidade.

Organização dos
Tribunais
Um tribunal é:

 Lugar onde se administra a


justiça, audiência;
 Último patamar para assegurar o
Direito;
 Aplica a lei.

Noção de Contrato
O que é um contrato?
O contrato é um negócio jurídico por duas ou mais declarações de vontade contrapostas
geradoras de um mútuo consenso.
O contrato é um conceito jurídico que exprime duas noções:

 A existência de duas declarações de vontade (proposta e aceitação) – exprime e


pressupõe uma dimensão de autonomia e liberdade de agir (escolha de contraparte,
apresentação de uma proposta, definição do seu conteúdo, aceitação da proposta) –
LIBERDADE CONTRATUAL.
 Geradora de direitos e obrigações para ambas as partes – exprime que, a partir do
momento que o contrato existe, é validamente celebrado, provocando a vinculação
àquilo que as partes livremente se comprometeram – VINCULAÇÃO.

A peça fundamental do contrato é o mútuo consenso, ou seja, os outorgantes apresentam duas


vontades opostas, harmonizáveis entre si por um interesse convergente, originando a
vinculação.

1º Momento – emissão de proposta (liberdade contratual – liberdade de escolha e avaliação)


2º Momento – conclusão do contrato (celebração)

Celebração de um contrato
A celebração de um contrato pressupõe a existência da autonomia privada. Esta autonomia
consiste na possibilidade de as pessoas poderem dispor livremente dos seus bens e direitos
disponíveis, dentro de determinados limites previstos na lei.

A autonomia privada e a liberdade contratual


A autonomia privada (possibilidade de alguém criar as suas próprias regras) ou liberdade
contratual é o princípio que prevalece no direito dos contratos consiste na possibilidade de
alguém criar as suas próprias regras.
o A liberdade exprime-se antes da celebração do contrato ou no momento da celebração
deste. Uma vez celebrado, o contrato vincula as partes e vigora como lei.
o Os contratos devem ser pontualmente cumpridos (na íntegra) e só pode modificar-se ou
extinguir-se por mútuo consentimento das partes ou nos casos admitidos por lei.
A liberdade contratual permite que as partes criem contratos diferentes dos contratos tipificados
na lei (contratos atípicos) ou criem contratos a partir de características de outros contratos
regulamentados por lei (contratos típicos).

Manifestação da liberdade contratual


 Liberdade de celebração do contrato;
 Liberdade de seleção do tipo negocial;
 Liberdade de estabelecer os efeitos jurídicos.

Os limites à liberdade contratual


 Obrigação de celebrar o contrato – a existência de um contrato-promessa implica uma
obrigação de celebrar o contrato final nos termos previstos;
 Direitos de preferência – são atribuídos quer por lei quer contratualmente. Neste caso,
não se pode afirmar que a parte esteja livre de contratar com quem quer: ele é obrigado
a permitir que o direito de preferência se exerça;
 Interdições de contratar;
 Necessidades de consentimento;
 Existência de normas imperativas previstas na lei – por exemplo, a obrigação de um
contrato ter um prazo certo.

Relação Jurídica
Entendimento ou acontecimento social entre duas ou mais pessoas regulamentadas pelas normas
jurídicas cuja NÃO cumprimento implica uma sanção.
A relação jurídica é uma relação da vida social disciplinada pelo direito.
1. Sujeitos;
2. Objetos;
3. Factos jurídicos;
4. Garantia.

Sujeitos com personalidade jurídica


 Credor – impõe uma obrigação
 Devedor – cumpre a obrigação.

Direito – pessoas decidem se querem exercer esse direito ou não (ATIVO)


Dever – pessoas têm a obrigatoriedade de cumprir (PASSIVO)

Pessoas
ART. 66 do CC
singulates

Associações sem
fins lucrativos
Personalidade
Jurídica
Formas de gerir
Fundações
o património

Sociedades
Pessoas coletivas
comerciais

Cooperativas

Instituições
públicas
Pessoas coletivas – organizações criadas pelos homens às quais a ordem jurídica atribui
personalidade jurídica. Estas constituem centros autónomos relativamente aos seus membros ou
às pessoas que atuam nos respetivos órgãos.

Capacidade jurídica
A capacidade jurídica é limitada (sendo preponderante o princípio da especialidade) em função
do seu objeto social ou finalidade. Assim, só pode ser vinculada para comprimir o fim para o
qua foi criada.

Capacidade de exercício
Trata-se da capacidade de agir, de atuar, exercendo ou cumprindo deveres, adquirindo direitos
ou assumindo obrigações de forma autónoma.
Quem não detém capacidade de exercício:

 Os menores (art. 122);


 Os inabilitados (art. 152);
 Os interditos (art. 138).

O caráter relativo da obrigação


O credor somente pode exigir ao devedor o cumprimento da obrigação – e não a um terceiro.
No entanto:
 O credor pode transmitir o seu crédito a outrem, que passa a figurar como o (novo
credor);
 O devedor, com autorização do credor, pode transmitir o débito a outro, que passa a
figurar como devedor da relação jurídica.
Porém, há cassos em que isto não pode acontecer. Normalmente, neste tipo de contratos (se A
encomenda a B só o B pode executar) vem expressamente referido a impossibilidade de o
devedor transmitir a obrigação ou mesmo de subcontratar.

Objetos
O objeto da relação obrigacional é a relação de uma determinada prestação. Ele pode consistir:

 Numa prestação de coisa (bem);


 Numa prestação de facto:
o De conteúdo positivo;
o De conteúdo negativo.

Factos jurídicos
O facto jurídico é aquilo que faz nascer a relação jurídica. Podem dividir-se em:
 Factos jurídicos voluntários;
 Factos jurídicos involuntários.
Garantia
Tem como função garantir ao credor a satisfação do seu direito. O património do devedor
constitui a garantia geral do cumprimento das obrigações. No entanto, é necessário garantir que
o devedor tem património.

Consequências da vinculação jurídica


 De conteúdo pessoal (restrições ou ausência de liberdades);
 De conteúdo patrimonial.
Caso o devedor não cumpra o contrato, o credor pode executar o património do devedor.

Crédito malparado – termo financeiro dado ao montante que o devedor não consegue
reembolsar/pagar ao credor.

Penhora – forma de executar o património, ou seja, os bens do devedor são confiscados até ao
devido pagamento e, no caso de não pagar, os seus bens são vendidos em hasta pública.

Obrigação solidária – não é


repartido, prestação integral de
apenas um dos devedores (um
Obrigação conjunta – é repartido de pagando libera os restantes); mais
Contratos de Distribuição
igual forma por todos os devedores favorável para o credor

A produção em massa mais não fez do que sublinhar o caráter imprescindível da criação de
formas organizativas que levem o produto ao consumidor. Não basta produzir, é preciso vender.

O contrato de distribuição
É o elemento jurídico que cristaliza o relacionamento económico de distribuição. Representa
uma forma de cooperação entre duas entidades juridicamente distintas: o produtor e o
distribuidor.
No entanto, qualquer acordo de distribuição que tenha por finalidade e objetivo vender, o
contrato de distribuição representa algo mais do que uma mera operação de venda.
Para o distribuir, o contrato, apesar de poder representar uma limitação da sua liberdade de
gestão, representa uma possibilidade de organização das vendas e de ligação a uma imagem de
marca reputada.
O acordo vertical
São contratos celebrados entre duas ou mais partes que se encontram em pontos diferentes do
circuito de produção.

Qual é a função da distribuição?


A distribuição é um circuito/serviço intermediário entre a produção/fabricação e o consumo.
Tem vários objetivos, tais como:

 A conquista de mercados
As criações de circuitos de distribuição tornam-se imprescindível se a entidade produtora
pretender conquistar novos mercados, ou seja, se o produtor pretende conquistar novos clientes,
situados num espaço territorialmente desconhecido, terá de recorrer à criação de circuitos por
forma a que os seus produtos cheguem ao destino pretendido.

 O controlo da imagem de marca


Esta forma de cooperação representa para o produtor uma possibilidade de controlar o circuito
que o seu produto segue desde o momento de saída da fábrica até ao momento onde este é, de
facto, consumido. Esta possibilidade de controlar o circuito do produto permite defender a
imagem e a qualidade do mesmo. A distribuição, para a entidade produtora não é uma mera
venda, é algo que lhe permite perspetivar o produto e defender o futuro, a viabilidade da
empresa e da marca.

A defesa da conquista de mercado: a


preocupação qualitativa
A elaboração e organização de circuitos de distribuição pressupõe que para a empresa produtora
não constitui objetivo único o aumento quantitativo de vendas dos seus produtos, mas a defesa
da manutenção de uma imagem dos mesmos – a manutenção da reputação da imagem obtida.

A distribuição e a imagem global do


produto/serviço
Os circuitos de distribuição são um elemento constitutivo da imagem global do produto:

 A compra de um produto de luxo num armazém de desconto poderia não convencer o


consumidor e, assim, prejudicar a imagem da marca.

Os circuitos de distribuição e a imagem de


marca
Os circuitos de distribuição apropriados podem ajudar a construir/manter uma determinada
imagem do produto, o que pressupõe a identificação das motivações do grupo de consumidores
que se pretende atingir.
A distribuição exclusiva
A grande característica da distribuição exclusiva é a cláusula de exclusividade.
Significa, numa primeira análise, de que a empresa produtora – titular da marca – não poderá
celebrar mais nenhum contrato de distribuição com nenhuma empresa relativamente ao
território concedido.
Poderá significar ainda que a própria empresa titular da marca não exercerá, ela própria,
nenhuma atividade de comercialização dos produtos no território concedido.
Sem a existência desta cláusula, relativamente ao mesmo território, poderão existir outros
operadores distribuindo os mesmos produtos no mesmo território.

 Cláusula de não concorrência


No caso de o contrato de distribuição prever a cláusula de exclusividade poderá ser conveniente
a inserção de uma cláusula de não concorrência cuja função é, precisamente a de compensar a
exclusividade conferida.
A cláusula de não concorrência interdirá o distribuidor de distribuir produtos concorrentes aos
abrangidos pelo contrato de distribuição. Esta cláusula permitirá assegurar à empresa de que o
seu distribuidor concentrará os esforços da sua atividade no relançamento da marca dos
produtos em causa - não utilizando, desta forma, os mesmos recursos na promoção de marcas
concorrentes.
O contrato pode prever que o distribuidor adquira um número mínimo de mercadorias. Tal
cláusula comporta o mínimo de compras admissível, tem duplo interesse para a empresa: por
um lado assegura um rendimento mínimo garantido e, por outro lado, incita o distribuidor a
promover a marca em causa, uma vez que este não tem interesse em deter em stock a
mercadoria em causa. Se é obrigado a comprar determinado montante mínimo é incentivado a
promover as vendas.

 O território
Normalmente nos contratos de distribuição, exclusivo ou não, contém a referência ao território.
A forma contratual de identificação do território deve ser claramente identificada tal como "O
distribuidor irá exercer as atividades de distribuição descritas e identificadas, somente no
distrito do Porto, sendo interdito a extensão das suas atividades para além do território
identificado".

A distribuição seletiva
O contrato de distribuição seletiva consiste na identificação, por parte da empresa produtora, de
exigências que os seus distribuidores serão obrigados a possuírem para serem admitidos
enquanto membros da rede de distribuição.
O sistema de distribuição seletiva só tem razão de ser quando a empresa pretende selecionar um
conjunto determinado de revendedores, de distribuidores - pressupõe, em suma, que a empresa
pretende criar uma rede de distribuidores.
Tem por subjacente uma ideia de que o distribuidor, cooperando com a empresa produtora,
fornecerá um serviço global ao seu cliente - o contrato visa assegurar não só a venda de um
produto, mas também a prestação de um serviço que valorize a aquisição do mesmo.
A grande vantagem deste sistema de distribuição é que os produtos em causa só serão vendidos
em determinado tipo de locais.
Assim, a seleção do local de distribuição e de venda evita a vulgarização/banalização do
produto, transmite uma noção de qualidade do mesmo, e permite que o produto só seja vendido
em locais com condições de atendimento e aconselhamento personalizado com pessoal de
formação adequada.
A partir do momento em que a empresa identifica o perfil dos seus distribuidores, esta pretende
canalizar todo o circuito de distribuição dos seus produtos, ou seja, a empresa quer que somente
aqueles revendedores distribuam os seus produtos.

As medidas de defesa da marca


O distribuidor deve assegurar no seu posto de venda um serviço satisfatório de aconselhamento
e de demonstração.

 Exigências a nível da imagem do próprio estabelecimento.


 O distribuidor não pode vender nas suas instalações mercadorias suscetíveis de
desvalorizarem pela sua proximidade à imagem de marca.
 Exigências de promoção das compras (o distribuidor pode ser obrigado a manter stocks
dos produtos, o distribuidor pode ser autorizado a realizar um volume mínimo de
vendas anuais).

A distribuição em franquia
comercial/franchising
Consiste num acordo celebrado entre titular da marca e o distribuidor, visando a distribuição dos
produtos utilizando a imagem uniforme da marca, o conjunto de conhecimentos comerciais e
outros direitos de propriedade intelectual.
O principal objetivo é a comercialização homogénea dos produtos/serviços.

Contratos de Cooperação Empresarial


O contrato de consórcio
 Traduz uma forma de cooperação empresarial;
 Não tem personalidade jurídica;
 São acordos horizontais;
 É utilizado com o objetivo de cooperação empresarial, mas não cria uma nova estrutura,
objetivos que têm um período temporal de execução;
 Cria atividades em comum;
 As empresas mantêm uma liberdade contratual.

Noção
Consórcio é o contrato pelo qual duas ou mais pessoas, singulares ou coletivas, que exercem
uma atividade económica se obrigam entre si a, de forma concertada, realizar certa atividade ou
efetuar certa contribuição com o fim de prosseguir qualquer dos objetos referidos no artigo 2.

Objetivos do consórcio
Ver artigo 2 (legislação).

Exemplo de consórcio
Traduz um contrato de consórcio o celebrado, por escrito, entre uma sociedade comercial e uma
pessoa singular em que aquela se compromete a construir em terreno fornecido por esta certos
edifícios para venda com os custos suportados e os lucros divididos por ambos.

Quem pode ser membro de consórcio?


Os membros do consórcio podem ser pessoas singulares ou coletivas. Independentemente da
forma que assumam (podem ser empresas, institutos públicos, associações, etc.).

Quais os requisitos para ser membro?


Os membros do consórcio terão de exercer uma atividade económica.

O consórcio cria uma nova pessoa coletiva? Quais as consequências?


Os membros agem de forma concertada. No entanto, o consórcio não cria uma nova entidade
jurídica. Os membros mantêm a sua individualidade e realizam as suas tarefas em prol do
objetivo definido no contrato.
Como não tem personalidade jurídica, o consórcio não está sujeito a IRS ou IRC, não tem
identificação fiscal nem tem de declarar qualquer início de atividade económica às finanças.
Logo, a faturação deverá ser emitida em nome dos membros e não do consórcio. Todas as
operações serão diretamente imputadas aos seus membros.

Quais as diferenças entre consórcio interno e externo?


Exemplo de consórcio interno
Instituto Universitário de estudos geológicos celebra um contrato de consórcio com uma
empresa de construção, mediante o qual o Instituto se compromete a entregar o estudo e análise
do terreno e das águas para a empresa a realizar a construção de uma ponte. A empresa de
construção concorre a um concurso de empreitadas de obras públicas.
Exemplo de consórcio externo
O contrato de consórcio de construção de um novo condomínio fechado, no qual a empresa de
construção construiu o imóvel, outra empresa fornece o aconselhamento de arquitetura de
interiores, e outra os móveis e demais elementos de decoração. O cliente compra o “pacote” das
diversas contribuições das empresas em consórcio, as quais se identificam como tal.

Requisitos organizativos (consórcio externo)


O contrato de consórcio externo pode prever a criação de um conselho de orientação e
fiscalização do qual façam parte todos os membros.
O chefe de consórcio
 É obrigatória a constituição do chefe do consórcio que deve ser designado no respetivo;
 O chefe do consórcio tem de ser um dos membros.

A repartição dos lucros e das perdas


As partes deverão prever a repartição dos lucros e das percas possíveis. Não existe nenhuma
regulamentação na lei nesta matéria.

Obrigação solidária
A obrigação diz-se solidária, pelo lado passivo, quando o credor pode exigir a prestação integral
de qualquer dos devedores e a prestação efetuada por um destes os libera a todos perante o
credor comum.

Fontes da solidariedade
A solidariedade de devedores ou credores só existe quando resulte da lei ou da vontade das
partes.

O Agrupamento Complementar de Empresas


(ACE)
As pessoas singulares ou coletivas e as sociedades podem agrupar-se, sem prejuízo da sua
personalidade jurídica, a fim de melhorar as condições de exercício ou de resultado das suas
atividades económicas.

A forma
O contrato constitutivo deve ser reduzido a escrito, salvo se forma mais solene for exigida para
a transmissão dos bens com que os sócios entram para o agrupamento.

A organização
Presume-se a solidariedade. O ACE tem de prever a administração, que é obrigada a prestar
contas anualmente. O ACE terá de prever a existência de uma Assembleia Geral, composta por
todos os membros.

Requisitos relativos à firma


A firma pode ser formada pelos nomes de todos os seus membros ou pelo menos de um deles;
ou por sigla, fantasia ou composição podendo incluir expressão alusiva ao objeto social. Em
qualquer dos casos deve concluir pelo aditamento ACE.
O interessado, antes de promover a criação do agrupamento, deve requerer previamente,
mediante o preenchimento de impresso próprio, junto do Registo Nacional das Pessoas
Coletivas (RNPC), o certificado de admissibilidade de firma ou denominação.
Contratos Financeiros
Contratos de leasing
O leasing é uma modalidade de financiamento através da qual a locadora adquire um bem
(móvel ou imóvel) e cede o seu uso temporariamente ao locatário mediante o pagamento de uma
renda periódica.
A empresa locadora, adquire uma fração de um bem imóvel; celebra o contrato com o locatário
e este paga mensalmente uma determinada quantia por usufruir do bem, no final do contrato
pode optar pela aquisição do bem.
Os bens podem ser móveis ou imóveis e o locador escolhe o bem que pretende.
O proprietário do bem é a empresa locadora. O locatário poderá adquirir a propriedade do bem
(opcional) mediante o pagamento de um valor residual.
O contrato de leasing funciona como alternativa ao de empréstimo bancário. O leasing é
também muito utilizado relativamente a equipamento que requer uma atualização rápida.
Relativamente à forma, o contrato deve ser celebrado por escrito. O prazo de duração não pode
exceder o tempo de duração normal de utilização do bem. Em qualquer caso não poderá ter um
prazo superior a 30 anos.
A empresa locadora entende que não deve pagar as despesas, mas sim o locatário dado que a lei
determina que: “constitui obrigação do locatário pagar, em caso de locação da fração autónoma,
as despesas correntes necessárias à função das partes comuns de edifício e aos serviços de
interesse comum".
O tribunal diz que se o locatário é obrigado a pagar as despesas não implica que se este não
pagar, deve pagar o proprietário do imóvel, ou seja, o locador. Posteriormente poderá recuperar
o montante acionando o locatário. O tribunal entende que independentemente da qualificação
jurídica a atribuir à obrigação do pagamento de despesas comuns por não condóminos,
arrendatário ou locatário financeiro, a solução não pode deixar de ser a de responsabilizar o
condómino.

Contrato de factoring
Contrato de factoring consiste na transferência dos créditos a curto prazo do seu titular (cedente;
aderente ao fator) para um fator (cessionário), derivados da venda de produtos ou prestação de
serviços a terceiros (devedores cedidos).

 Trata-se de uma secção de créditos a curto prazo.

Contrato de factoring/legislação
O contrato de factoring é sempre celebrado por escrito e dele deve constar o conjunto das
relações do fator com o respetivo aderente.
A transferência de créditos ao abrigo dos contratos de factoring deve ser acompanhada pelas
correspondentes faturas ou suporte documental equivalente, ou título cambiário.

O risco de cobrança
Normalmente o risco de cobrança é assumido pelo fator (banco) – denominado factoring sem
recurso.
Porém existe na prática um outro tipo de contrato, no qual quem assume a boa cobrança do
crédito é o aderente. No caso de a cobrança não ser realizável, o fator pode obrigar o aderente a
reembolsar o fator pelo valor não cobrado. Neste caso não existe uma verdadeira cessão de
créditos – denominado factoring com recurso.

Outros serviços acessórios


O factoring pode ainda prever, ao abrigo da autonomia contratual, outro tipo de serviços, como
consultoria financeira ou estudo de viabilidade de créditos.

A remuneração da cessão
O adiantamento dos créditos irá atender ao risco de cobrança, bem como à antecipação dos
recursos financeiros.
Pode aceitar-se a transferências de todos os créditos que o aderente seja titular ou venha a ser,
ou apenas alguns destes créditos. Neste caso, reduz-se o risco de cobrança, logo a transferência
será menos onerosa.
Realiza-se uma conta corrente, na qual uma das partes vai cedendo os créditos ao mesmo tempo
que recebe as remunerações acordadas.

Definições
Fator – são bancos ou sociedades de factoring a quem é cedido. Aderente – a empresa
fornecedora de bens e serviços que irá ceder o seu crédito sobre clientes ao fator.
Devedor – o cliente do aderente que é responsável pelo pagamento do crédito.
Efeitos do factoring – o fator passa a ser o credor e pode exigir o pagamento dos devedores.
Estes passam a ser devedores do fator.

Sociedades Comerciais
Noção de empresa
Qualquer entidade que exerça uma atividade económica que consista na oferta de bens ou
serviços num determinado marcado, independentemente do seu estado jurídico e do modo de
funcionamento. A forma jurídica que a empresa apresenta é irrelevante. Pode ser uma pessoa
individual, desde que exerça uma atividade económica.

Noção de sociedade comercial


A noção de sociedade comercial pressupõe dois elementos:

 Elemento material – prática de atos de comércio;


 Elemento formal – tem de adotar a forma de determinado tipo de sociedade.
Princípio da tipicidade das sociedades
comerciais
A sociedade comercial tem de adotar umas das formas previstas na lei. Só podem ser criadas
como sociedades comerciais as organizações que adotem um dos tipos de sociedade previstos na
lei.
Não existe aqui o princípio de autonomia contratual, as partes não podem inventar uma nova
forma de organização societária.
A justificação deste princípio decorre da proteção a terceiros que contratam ou se relacionem
com a sociedade em causa. Assim, se a sociedade contrair dívidas com um banco, este saberá
que se for uma sociedade por quotas, responde em primeiro lugar o património social da
sociedade e nunca os sócios a nível individual. Pelo contrário, se o banco contrair dívidas com
uma entidade em nome coletivo, saberá que os sócios respondem pessoalmente a título
subsidiário pelas dívidas contraídas pela sociedade.

Elementos da sociedade comercial


Elemento pessoal
 A sociedade pode consistir numa ou mais pessoas;
 Uma sociedade pode ser criada somente por uma pessoa;
 De outra forma, a sociedade que veja reduzido o número de sócios inferior ao exigido
por lei, pode ser requerida a dissolução da sociedade;
 O prazo de um ano previsto na lei permite aos sócios em causa reconstituirem o
elemento pessoal exigido na lei.

Património
 A sociedade é formada através de um contrato que tendencialmente tem vindo a ser
facilitado;
 O património societário constitui um elemento importante da sociedade;
 Os sócios são obrigados a preservarem o capital subscrito.

Capital social e Património


Capital social
 Significa as entradas dos sócios para a constituição da sociedade (ativo estático da
empresa).

Património
 Conjunto de ativos e passivos que a empresa é titular (ativo dinâmico da empresa).
Enquanto o património é um elemento variável, o capital social é um elemento permanente!

Funções do Capital Social


Determinação da Situação Económica da Empresa
 Haverá lucro se o valor do património líquido exceder o capital social.

Garantias de terceiros
 O capital deve permanecer tendencialmente intacto.

Determinar Direitos dos Sócios


 A participação social de cada um dos sócios é determinadas em função do capital social
existente.

Proteção do capital social


Não podem ser distribuídos dividendos aos sócios quando o património líquido for inferior ao
capital social e às reservas obrigatórias. Os lucros não podem ser distribuídos se forem
necessários para cobrir prejuízos ou para formar reservas obrigatórias por lei ou por contrato
social.

Objetivo da sociedade comercial


Consiste na forma como a sociedade desenvolve a sua atividade – que será comum. A sociedade
exerce em comum a atividade em causa, por outro lado visa a prática de atos comerciais, o
desenvolvimento de uma atividade económica que indiretamente busca o lucro.

A personalidade e capacidade jurídica


As sociedades comerciais têm personalidade jurídica, tal significa que podem ser titulares
próprias de direitos e obrigações. Podem celebrar contratos variados ou contrair empréstimos.
A capacidade das pessoas coletivas – ou seja, a medida da sua capacidade de ser titular de
direitos e deveres – é limitada pelo princípio da especialidade.

Atos contrários ao objeto


 Se o ato for contrário ao objeto da sociedade o ato é válido, mas os órgãos da sociedade
podem ser responsabilizados perante esta.
 Os titulares dos órgãos sociais que ilegalmente vincularem a sociedade poderão
responder perante esta pelas perdas e danos sofridos.
 Razão de ser da lei: proteção das expetativas de terceiros e da boa fé da contratação.
 Quando terceiros tenham conhecimento da sociedade – do seu objeto social – o contrato
pode ser anulado.
 Art.º 260 C.S.C.

Princípio da autonomia patrimonial das


sociedades
Como consequência da personalidade jurídica, a sociedade tem um património autónomo e
independente dos seus sócios.
O património da sociedade constitui o suporte de responsabilidade pelas dívidas sociais – e não
o património pessoal dos sócios (exceção: sociedades em nome coletivo e em comandita). O
património da sociedade não constitui o suporte da responsabilidade pelas dívidas pessoais do
sócio.

Direitos dos sócios


Direito aos lucros
O sócio tem direito aos lucros gerados pela atividade da sociedade, de acordo com o valor da
sua participação (Art.º 21 e 22 C.S.C.).

Direito à informação
O qual se desdobra:

 No direito geral à informação sobre os negócios sociais;


 No direito de pedir inquérito judicial à sociedade;
 No direito à informação previamente à realização da assembleia geral.

Direito à Participação nas Deliberações dos Sócios e de Ser Nomeado para


os Órgãos Sociais
O sócio tem direito a participar nas deliberações da assembleia geral. Pode fazer-se representar
por outra pessoa:
 Para as sociedades anónimas;
 Para as sociedades nome coletivo;
 Para as sociedades por quotas.

Artigos importantes
Art.º 288 C.S.C. – Para as sociedades anónimas o direito à informação é mais restrito.
Art.º 292 C.S.C. – O direito de pedir inquérito judicial à sociedade consiste numa sanção
quando a sociedade se recusa a fornecer informação solicitada. Porém a recusa pode ser
presumida.

Tipos de sociedades comerciais


Sociedades por quotas
 Características da Sociedade:
 O capital está dividido em quotas e os sócios são solidariamente responsáveis por todas
as entradas convencionadas no contrato social.
 Só o património social responde para com os credores pelas dívidas da sociedade, salvo
o disposto no artigo seguinte.
 Património autónomo da sociedade – só o património da sociedade responde pelas suas
próprias dívidas. Então, resulta que os credores da sociedade não podem penhorar os bens
(pessoais) dos sócios; os credores de um sócio não podem penhorar os bens da sociedade
(mas podem penhorar a quota de que o sócio é titular, pois faz parte do património do
devedor).
 As sociedades por quotas caracterizam-se pelo facto de só o património social responder
para com os credores pelas dívidas da sociedade.
 Os sócios (pessoalmente) podem convencionar que assumir responsabilidade pelas
dívidas contraídas pela sociedade perante os credores sociais até determinado montante.
 O capital está divido por quotas.

Sociedades anónimas
 Na sociedade o capital social é dividido em ações e cada sócio limita a sua
responsabilidade ao valor das ações que subscreveu.
 As ações são títulos representativos do capital e dão direito a dividendos, como
participação nos lucros da empresa.
 A responsabilidade de cada sócio, em face das obrigações sociais, está limitada pelo valor
das ações que subscreveu.
 Não pode ser constituída por um número de sócios inferior a cinco, salvo quando a lei o
dispense (caso em que o estado fique a deter a maioria do capital, os quais podem
constituir-se apenas com dois sócios).
 Órgãos de administração e fiscalização: conselho de administração, revisor oficial de
contas que responde pela legalidade das contas.
 Art.º 376 C.S.C. – Assembleia Geral Anual.

Constituição das sociedades comerciais


O registo do contrato de sociedade – a sociedade comercial constitui-se a partir da celebração de
um contrato entre sócios – artigo sete, forma e partes do contrato (o contrato de sociedade
comercial é formal – tem de ser escrito e a assinatura reconhecida presencialmente). A lei visa
salvaguardar as expetativas das partes, obrigando-as a assinar um documento escrito.
A sede pode ser deslocada por decisão da administração, se o contrato não determinar o
contrário (Art.º 12 C.S.C.).
O registo comercial verifica-se através do registo (definitivo) onde a sociedade adquire
personalidade jurídica (Art.º 5 C.S.C.).

Procedimento para criar uma sociedade


comercial
Certificado de administrabilidade
 A entidade responsável por assegurar que os elementos da firma são verdadeiros e não
induzem em erro ou confusão quer na identificação do seu titular, natureza jurídica ou
atividade da entidade. É o registo nacional de pessoas coletivas (RNPC).

Cartão provisório de identificação de pessoa coletiva


 Pode ser solicitado juntamente com o certificado de admissibilidade ou em qualquer
altura até à data de conclusão do processo de constituição da empresa.
Depósito do capital social da empresa
 Deve ser depositado em instituições de crédito numa conta aberta em nome da futura
sociedade.

Escritura pública
 Passou a ser um passo facultativo, exceto nos casos em que se verifique transmissão de
um bem imóvel.

Registo comercial
 É necessário promover o registo junto da conservatória de registo comercial
correspondente ao da sede da empresa.

Declaração de início de atividade


 No prazo de quinze dias após a apresentação do registo deve ser apresentada a
declaração de início de atividade num serviço das finanças. Com esta declaração
pretende-se a regularização da situação da empresa, a fim de dar cumprimento às suas
obrigações de natureza fiscal.

Empresa na hora
 Atualmente é possível criar uma sociedade obtendo previamente o registo comercial ou
na mesma hora que é celebrado o respetivo contrato, segundo modelo pré-definido.

Modificação e extinção das sociedades


Uma sociedade pode alterar-se, alterando os seus estatutos. Para tal requer uma autorização
concedida pelos sócios.

Fusão
Sugere o fenómeno da concentração de empresas. Duas ou mais sociedades fundem-se numa só.
o Incorporação – uma das sociedades pré-existentes incorpora, absorve a outra empresa;
o Concentração – duas ou mais sociedades transferem as suas posições e criam uma nova
instituição.
A fusão das sociedades implica uma alteração dos respetivos estatutos; a sociedade transforma-
se, fundindo-se com outra. Todos os direitos e deveres são transportados para a nova sociedade.

Cisão
A sociedade inicial cria duas ou mais sociedades.

Grupos de sociedades
Significa um conjunto de sociedades comerciais que embora conservando a sua personalidade
jurídica própria, encontram-se subordinadas a uma direção económica comum, ou seja, existe
uma independência jurídica e existe uma dependência económica.

LDA vs SA
Pessoalização das LDA
 Existem direitos e obrigações do sócio independentemente da importância da quota que
detém.

Objetivação das SA
 Os direitos e obrigações dos sócios existem em função da ação.

Circulação da quota e ação


Sociedades Fechadas (LDA)

 A transmissão da quota encontra-se submetida ao consentimento dos demais sócios.


Sociedades Abertas (SA)

 Nas SA encontra-se o princípio da livre transmissão das ações – mais propícia a


fomentar o investimento.

Sucursal vs Filial
Sucursal
 Forma de apresentação permanente no país ou no estrangeiro, de uma sociedade, não
tem personalidade jurídica e exerce a atividade da empresa.

Filial
 Sociedade detida maioritariamente por outra que sobre ela exerce o domínio da sua
gestão. Uma filial pode ter várias sucursais.

Firma ou denominação social


A firma designa o comerciante ou sociedade. O registo nacional de pessoas coletivas determina
que todas as pessoas coletivas devem solicitar a constituição da respetiva firma para poderem
ser constituídas. A cada entidade inscrita no RNPC é atribuído um número de identificação
próprio, designado número de identificação de pessoa coletiva (NIPC).

Obrigatoriedade da adoção da firma


 Sem a emissão do certificado de admissibilidade de firma ou denominação, enquanto
este deva ser exigido.
 É sanável mediante a apresentação da CA de firma em falta no prazo de três meses a
contar da data do ato.

Normalização da firma
 Existem regras obrigatórias e imperativas para a constituição de firma.
 O princípio da autonomia privada na composição da firma é limitado por estas regras.

Princípios Básicos
Princípio da verdade
Os elementos componentes da firma e denominações devem ser verdadeiros e não induzir em
erro sobre a identificação, natureza ou atividade do titular.
As firmas não podem sugerir atividade diferente da que constitui o objeto social.
Os vocábulos de uso corrente e qualquer indicação de proveniência geográfica, não são
considerados de uso exclusivo.
Implica que a firma não transmita algo que não lhe corresponde.

Princípio da estabilidade da firma


A alteração dos sócios não implica a alteração da firma, uma vez que o titular da firma (a
sociedade) se mantém inalterada. No entanto se a firma tiver o nome do sócio este terá de dar o
seu consentimento (Art.º 44 – Transmissão do Estabelecimento).
O objetivo da lei é identificar corretamente a sociedade comercial e que esta não se confunda
com as demais existentes (princípio da novidade).
Por outro lado, a firma não pode sugerir a terceiros uma atividade diferente da que a sociedade
realiza ao conter elementos não verdadeiros.

Princípio da exclusividade
A firma atribui um direito exclusivo de utilização.

Tipos de firma
 Firmas pessoais ou subjetivas – são compostas pelos nomes das pessoas
individuais;
 Firmas materiais ou objetivas – são compostas pelos objetos ou referências à
atividade desenvolvida;
 Firmas de fantasia/denominação social – não tem nenhuma relação ou
representação imediata;
 Firmas mistas – contém elementos de referência e de fantasia ou ainda subjetivas e
objetivas.

Artigos relevantes
 Art.º177 C.S.C.
 Art.º200 C.S.C.
 Artº275 C.S.C.

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