Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
O que é o direito?
É o conjunto de normas de conduta social, emanadas pelo Estado e garantidas pelo seu poder
(pelas entidades administrativas, entidades políticas, tribunais, etc.). Deste modo, é um conjunto
de regras que regulam e organizam a sociedade.
Regra – tem caráter obrigatório, imperativo. É, então, padrão ou expressão de ordem. É algo que
se torna obrigatório e através da qual uma sociedade existe e é dirigida. Uma regra de direito
transporta em si um valor e é, no fundo, uma opção.
Imperatividade;
Generalidade;
Abstração;
Coercibilidade (uma sanção é uma consequência desfavorável que atinge aquele que
violou uma regra)
Fontes de Direito
Noção de Fontes de Direito
As fontes de direito constituem os modos legítimos de formação e de revelação do direito
vigente. Podem dividir-se em:
Uso e costume
Costume – consiste numa prática duradoura de um determinado comportamento, com a
convicção de que é obrigatório.
O uso, por sua vez, consiste na prática de um comportamento, sem a convicção de que é
obrigatório – só constitui fonte de direito quando a lei o determinada expressamente.
O que é um código?
Um código é uma organização sistematizada de normas.
O princípio da hierarquia das
normas
Exprime o princípio de que as normas hierarquicamente
inferiores terão de respeitar as normas de hierarquia
superior. No entanto, as normas são mutáveis, devendo por
isso respeitá-las
O Direito da União Europeia divide-se em:
Direito original – tratados que criaram a CEE/UE;
Direito derivado – regulamento da UE; diretiva da UE; decisões;
pareceres/recomendações.
Constituição – é o conjunto de normas que regem um Estado. É forte nos seus princípios, visto
que não são alterados frequentemente.
Legislação – é originária de processo legislativo que constrói um conjunto de leis com valor
jurídico, ou seja, constitui as normas de uma nação.
Inconstitucionalidade
Uma lei ordinária que contrariar a Lei Constitucional padece de um vício de
inconstitucionalidade.
o Formal – está prevista na Constituição, logo é fácil de reparar.
o Material – o próprio conteúdo da norma é posto em causa.
A Lei e o Decreto-Lei
Lei – uma norma que foi emanada pela Assembleia da República.
Decreto-Lei – uma norma que o Governo aprova.
As leis e os decretos-leis têm o mesmo valor jurídico, podendo um decreto-lei revogar uma lei
anterior.
No entanto, existem matérias que são exclusivamente afetas à AR e, neste caso, o governo não
poderá legislar. O conjunto de matérias que são afetas apenas à AR estão explícitas no artigo
nº164 da Constituição – “Reserva absoluta de competência legislativa”.
No artigo nº165 estão presentes as matérias cujo Governo poderá legislar. É mencionado
explicitamente que “é da exclusiva competência da AR legislar sobre as seguintes matérias,
salvo autorização ao Governo”, ou seja, o governo apenas pode legislar sobre assuntos
pertencentes à AR se esta o autorizar. No entanto, é da competência do governo a criação e
alteração de taxas.
Imposto – é exigido o pagamento à população tendo usufruído ou não do serviço. O valor dos
impostos vai para os cofres do Estado.
Taxa – a população paga para usufruir de um serviço público (propinas do ensino público).
Inconstitucionalidade
Formal: lei que não cumpre uma formalidade da Constituição.
Material: lei que não cumpre no seu teor (conteúdo) uma norma superior.
Uma lei ordinária que contraria a lei constitucional padece de um vício de inconstitucionalidade.
O que é a usucapião?
É forma de aquisição do direito de propriedade sobre um bem móvel ou imóvel em função de
haver utilizado tal bem por determinado lapso temporal, contínua e incontestadamente, como se
fosse o real proprietário desse bem (posse pública).
O direito da UE
Este direito prevalece sobre o direito acional, isto é, nenhuma norma dos Estados-Membros
pode revogar uma norma do Direito da UE.
Os Estados-Membros constituíram uma instituição que iria criar regras que iam ser vinculativas
a todos os estados-membros. O objetivo principal da UE é garantir a paz. É de salientar que
quando são criadas novas regras, essas regras vinculam não só os Estados, mas também os
cidadãos (pessoas e empresas europeias).
A criação da UE gerou uma questão muito importante – a questão da integração dos povos.
Deste modo, a UE usa mecanismos que se baseiam na concretização de políticas comuns através
do mercado único, onde existe a livre circulação de bens, capitais, serviços e estabelecimento.
O princípio da primazia
Estando uma norma de direito nacional em conflito com uma norma de direito comunitário,
prevalece a norma de direito comunitário. Este princípio integra-se no princípio da hierarquia
das normas.
Organização dos
Tribunais
Um tribunal é:
Noção de Contrato
O que é um contrato?
O contrato é um negócio jurídico por duas ou mais declarações de vontade contrapostas
geradoras de um mútuo consenso.
O contrato é um conceito jurídico que exprime duas noções:
Celebração de um contrato
A celebração de um contrato pressupõe a existência da autonomia privada. Esta autonomia
consiste na possibilidade de as pessoas poderem dispor livremente dos seus bens e direitos
disponíveis, dentro de determinados limites previstos na lei.
Relação Jurídica
Entendimento ou acontecimento social entre duas ou mais pessoas regulamentadas pelas normas
jurídicas cuja NÃO cumprimento implica uma sanção.
A relação jurídica é uma relação da vida social disciplinada pelo direito.
1. Sujeitos;
2. Objetos;
3. Factos jurídicos;
4. Garantia.
Pessoas
ART. 66 do CC
singulates
Associações sem
fins lucrativos
Personalidade
Jurídica
Formas de gerir
Fundações
o património
Sociedades
Pessoas coletivas
comerciais
Cooperativas
Instituições
públicas
Pessoas coletivas – organizações criadas pelos homens às quais a ordem jurídica atribui
personalidade jurídica. Estas constituem centros autónomos relativamente aos seus membros ou
às pessoas que atuam nos respetivos órgãos.
Capacidade jurídica
A capacidade jurídica é limitada (sendo preponderante o princípio da especialidade) em função
do seu objeto social ou finalidade. Assim, só pode ser vinculada para comprimir o fim para o
qua foi criada.
Capacidade de exercício
Trata-se da capacidade de agir, de atuar, exercendo ou cumprindo deveres, adquirindo direitos
ou assumindo obrigações de forma autónoma.
Quem não detém capacidade de exercício:
Objetos
O objeto da relação obrigacional é a relação de uma determinada prestação. Ele pode consistir:
Factos jurídicos
O facto jurídico é aquilo que faz nascer a relação jurídica. Podem dividir-se em:
Factos jurídicos voluntários;
Factos jurídicos involuntários.
Garantia
Tem como função garantir ao credor a satisfação do seu direito. O património do devedor
constitui a garantia geral do cumprimento das obrigações. No entanto, é necessário garantir que
o devedor tem património.
Crédito malparado – termo financeiro dado ao montante que o devedor não consegue
reembolsar/pagar ao credor.
Penhora – forma de executar o património, ou seja, os bens do devedor são confiscados até ao
devido pagamento e, no caso de não pagar, os seus bens são vendidos em hasta pública.
A produção em massa mais não fez do que sublinhar o caráter imprescindível da criação de
formas organizativas que levem o produto ao consumidor. Não basta produzir, é preciso vender.
O contrato de distribuição
É o elemento jurídico que cristaliza o relacionamento económico de distribuição. Representa
uma forma de cooperação entre duas entidades juridicamente distintas: o produtor e o
distribuidor.
No entanto, qualquer acordo de distribuição que tenha por finalidade e objetivo vender, o
contrato de distribuição representa algo mais do que uma mera operação de venda.
Para o distribuir, o contrato, apesar de poder representar uma limitação da sua liberdade de
gestão, representa uma possibilidade de organização das vendas e de ligação a uma imagem de
marca reputada.
O acordo vertical
São contratos celebrados entre duas ou mais partes que se encontram em pontos diferentes do
circuito de produção.
A conquista de mercados
As criações de circuitos de distribuição tornam-se imprescindível se a entidade produtora
pretender conquistar novos mercados, ou seja, se o produtor pretende conquistar novos clientes,
situados num espaço territorialmente desconhecido, terá de recorrer à criação de circuitos por
forma a que os seus produtos cheguem ao destino pretendido.
O território
Normalmente nos contratos de distribuição, exclusivo ou não, contém a referência ao território.
A forma contratual de identificação do território deve ser claramente identificada tal como "O
distribuidor irá exercer as atividades de distribuição descritas e identificadas, somente no
distrito do Porto, sendo interdito a extensão das suas atividades para além do território
identificado".
A distribuição seletiva
O contrato de distribuição seletiva consiste na identificação, por parte da empresa produtora, de
exigências que os seus distribuidores serão obrigados a possuírem para serem admitidos
enquanto membros da rede de distribuição.
O sistema de distribuição seletiva só tem razão de ser quando a empresa pretende selecionar um
conjunto determinado de revendedores, de distribuidores - pressupõe, em suma, que a empresa
pretende criar uma rede de distribuidores.
Tem por subjacente uma ideia de que o distribuidor, cooperando com a empresa produtora,
fornecerá um serviço global ao seu cliente - o contrato visa assegurar não só a venda de um
produto, mas também a prestação de um serviço que valorize a aquisição do mesmo.
A grande vantagem deste sistema de distribuição é que os produtos em causa só serão vendidos
em determinado tipo de locais.
Assim, a seleção do local de distribuição e de venda evita a vulgarização/banalização do
produto, transmite uma noção de qualidade do mesmo, e permite que o produto só seja vendido
em locais com condições de atendimento e aconselhamento personalizado com pessoal de
formação adequada.
A partir do momento em que a empresa identifica o perfil dos seus distribuidores, esta pretende
canalizar todo o circuito de distribuição dos seus produtos, ou seja, a empresa quer que somente
aqueles revendedores distribuam os seus produtos.
A distribuição em franquia
comercial/franchising
Consiste num acordo celebrado entre titular da marca e o distribuidor, visando a distribuição dos
produtos utilizando a imagem uniforme da marca, o conjunto de conhecimentos comerciais e
outros direitos de propriedade intelectual.
O principal objetivo é a comercialização homogénea dos produtos/serviços.
Noção
Consórcio é o contrato pelo qual duas ou mais pessoas, singulares ou coletivas, que exercem
uma atividade económica se obrigam entre si a, de forma concertada, realizar certa atividade ou
efetuar certa contribuição com o fim de prosseguir qualquer dos objetos referidos no artigo 2.
Objetivos do consórcio
Ver artigo 2 (legislação).
Exemplo de consórcio
Traduz um contrato de consórcio o celebrado, por escrito, entre uma sociedade comercial e uma
pessoa singular em que aquela se compromete a construir em terreno fornecido por esta certos
edifícios para venda com os custos suportados e os lucros divididos por ambos.
Obrigação solidária
A obrigação diz-se solidária, pelo lado passivo, quando o credor pode exigir a prestação integral
de qualquer dos devedores e a prestação efetuada por um destes os libera a todos perante o
credor comum.
Fontes da solidariedade
A solidariedade de devedores ou credores só existe quando resulte da lei ou da vontade das
partes.
A forma
O contrato constitutivo deve ser reduzido a escrito, salvo se forma mais solene for exigida para
a transmissão dos bens com que os sócios entram para o agrupamento.
A organização
Presume-se a solidariedade. O ACE tem de prever a administração, que é obrigada a prestar
contas anualmente. O ACE terá de prever a existência de uma Assembleia Geral, composta por
todos os membros.
Contrato de factoring
Contrato de factoring consiste na transferência dos créditos a curto prazo do seu titular (cedente;
aderente ao fator) para um fator (cessionário), derivados da venda de produtos ou prestação de
serviços a terceiros (devedores cedidos).
Contrato de factoring/legislação
O contrato de factoring é sempre celebrado por escrito e dele deve constar o conjunto das
relações do fator com o respetivo aderente.
A transferência de créditos ao abrigo dos contratos de factoring deve ser acompanhada pelas
correspondentes faturas ou suporte documental equivalente, ou título cambiário.
O risco de cobrança
Normalmente o risco de cobrança é assumido pelo fator (banco) – denominado factoring sem
recurso.
Porém existe na prática um outro tipo de contrato, no qual quem assume a boa cobrança do
crédito é o aderente. No caso de a cobrança não ser realizável, o fator pode obrigar o aderente a
reembolsar o fator pelo valor não cobrado. Neste caso não existe uma verdadeira cessão de
créditos – denominado factoring com recurso.
A remuneração da cessão
O adiantamento dos créditos irá atender ao risco de cobrança, bem como à antecipação dos
recursos financeiros.
Pode aceitar-se a transferências de todos os créditos que o aderente seja titular ou venha a ser,
ou apenas alguns destes créditos. Neste caso, reduz-se o risco de cobrança, logo a transferência
será menos onerosa.
Realiza-se uma conta corrente, na qual uma das partes vai cedendo os créditos ao mesmo tempo
que recebe as remunerações acordadas.
Definições
Fator – são bancos ou sociedades de factoring a quem é cedido. Aderente – a empresa
fornecedora de bens e serviços que irá ceder o seu crédito sobre clientes ao fator.
Devedor – o cliente do aderente que é responsável pelo pagamento do crédito.
Efeitos do factoring – o fator passa a ser o credor e pode exigir o pagamento dos devedores.
Estes passam a ser devedores do fator.
Sociedades Comerciais
Noção de empresa
Qualquer entidade que exerça uma atividade económica que consista na oferta de bens ou
serviços num determinado marcado, independentemente do seu estado jurídico e do modo de
funcionamento. A forma jurídica que a empresa apresenta é irrelevante. Pode ser uma pessoa
individual, desde que exerça uma atividade económica.
Património
A sociedade é formada através de um contrato que tendencialmente tem vindo a ser
facilitado;
O património societário constitui um elemento importante da sociedade;
Os sócios são obrigados a preservarem o capital subscrito.
Património
Conjunto de ativos e passivos que a empresa é titular (ativo dinâmico da empresa).
Enquanto o património é um elemento variável, o capital social é um elemento permanente!
Garantias de terceiros
O capital deve permanecer tendencialmente intacto.
Direito à informação
O qual se desdobra:
Artigos importantes
Art.º 288 C.S.C. – Para as sociedades anónimas o direito à informação é mais restrito.
Art.º 292 C.S.C. – O direito de pedir inquérito judicial à sociedade consiste numa sanção
quando a sociedade se recusa a fornecer informação solicitada. Porém a recusa pode ser
presumida.
Sociedades anónimas
Na sociedade o capital social é dividido em ações e cada sócio limita a sua
responsabilidade ao valor das ações que subscreveu.
As ações são títulos representativos do capital e dão direito a dividendos, como
participação nos lucros da empresa.
A responsabilidade de cada sócio, em face das obrigações sociais, está limitada pelo valor
das ações que subscreveu.
Não pode ser constituída por um número de sócios inferior a cinco, salvo quando a lei o
dispense (caso em que o estado fique a deter a maioria do capital, os quais podem
constituir-se apenas com dois sócios).
Órgãos de administração e fiscalização: conselho de administração, revisor oficial de
contas que responde pela legalidade das contas.
Art.º 376 C.S.C. – Assembleia Geral Anual.
Escritura pública
Passou a ser um passo facultativo, exceto nos casos em que se verifique transmissão de
um bem imóvel.
Registo comercial
É necessário promover o registo junto da conservatória de registo comercial
correspondente ao da sede da empresa.
Empresa na hora
Atualmente é possível criar uma sociedade obtendo previamente o registo comercial ou
na mesma hora que é celebrado o respetivo contrato, segundo modelo pré-definido.
Fusão
Sugere o fenómeno da concentração de empresas. Duas ou mais sociedades fundem-se numa só.
o Incorporação – uma das sociedades pré-existentes incorpora, absorve a outra empresa;
o Concentração – duas ou mais sociedades transferem as suas posições e criam uma nova
instituição.
A fusão das sociedades implica uma alteração dos respetivos estatutos; a sociedade transforma-
se, fundindo-se com outra. Todos os direitos e deveres são transportados para a nova sociedade.
Cisão
A sociedade inicial cria duas ou mais sociedades.
Grupos de sociedades
Significa um conjunto de sociedades comerciais que embora conservando a sua personalidade
jurídica própria, encontram-se subordinadas a uma direção económica comum, ou seja, existe
uma independência jurídica e existe uma dependência económica.
LDA vs SA
Pessoalização das LDA
Existem direitos e obrigações do sócio independentemente da importância da quota que
detém.
Objetivação das SA
Os direitos e obrigações dos sócios existem em função da ação.
Sucursal vs Filial
Sucursal
Forma de apresentação permanente no país ou no estrangeiro, de uma sociedade, não
tem personalidade jurídica e exerce a atividade da empresa.
Filial
Sociedade detida maioritariamente por outra que sobre ela exerce o domínio da sua
gestão. Uma filial pode ter várias sucursais.
Normalização da firma
Existem regras obrigatórias e imperativas para a constituição de firma.
O princípio da autonomia privada na composição da firma é limitado por estas regras.
Princípios Básicos
Princípio da verdade
Os elementos componentes da firma e denominações devem ser verdadeiros e não induzir em
erro sobre a identificação, natureza ou atividade do titular.
As firmas não podem sugerir atividade diferente da que constitui o objeto social.
Os vocábulos de uso corrente e qualquer indicação de proveniência geográfica, não são
considerados de uso exclusivo.
Implica que a firma não transmita algo que não lhe corresponde.
Princípio da exclusividade
A firma atribui um direito exclusivo de utilização.
Tipos de firma
Firmas pessoais ou subjetivas – são compostas pelos nomes das pessoas
individuais;
Firmas materiais ou objetivas – são compostas pelos objetos ou referências à
atividade desenvolvida;
Firmas de fantasia/denominação social – não tem nenhuma relação ou
representação imediata;
Firmas mistas – contém elementos de referência e de fantasia ou ainda subjetivas e
objetivas.
Artigos relevantes
Art.º177 C.S.C.
Art.º200 C.S.C.
Artº275 C.S.C.