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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO

Profa. Amélia Azevedo


Tema 4.-Os diversos sentidos do
Direito

Sumário: Fontes de Direito


1-Quais são as fontes de Direito?

2- O que é fonte no Direito?


No seu sentido jurídico formal fontes de direito são
os modos de formação ou revelação de normas
jurídicas. Segundo (Nuno Sá Gomes), 2001; fontes
são as formas do aparecimento e manifestação de
normas.
Fontes formadoras: são factos normativos que
estabelecem direito novo, isto é, criam, modificam
ou extinguem normas jurídicas. Têm natureza
constitutiva, são inovadoras.
Fontes reveladoras: são os factos
normativos que desvendam o conteúdo
de normas já em vigor, mas ignoradas
pelo público. Têm natureza declarativa,
não são inovadoras.
As fontes reveladoras: são relevantes
para redescobrir as normas jurídicas, cuja
fonte ou texto, não careça de publicação
em boletim oficial adequado para
divulgação no seio da comunidade, ou
nos casos em que publicadas, tenham
caído por completo esquecimento.
.
Classificação Legal
1.Fontes Imediatas: produzem directamente
normas jurídicas, sem qualquer subordinação a
outra fonte. De acordo com o CC, são a lei e as
normas corporativas. (art.1 CC)
2. Mediatas: são aquelas que só são
reconhecidas como fontes de direito na medida
em que a lei lhes confere esse valor. De acordo
com o CC são assentos, os usos e a equidade.
(art.2º,3ºe 4º do CC)
Do ponto de vista Doutrinário vimos que as
Fontes devem ser classificada em Fontes
Voluntario e Fontes Involuntária/ Não
voluntárias.
Fontes Voluntárias: são aquelas que explicitam
uma vontade dirigida especificamente à criação
duma norma jurídica. Ex: lei, jurisprudência e
doutrina.
Fontes Não voluntárias: são aquelas que não
explicitam uma vontade dirigida especificamente
à criação duma norma jurídica. Ex: costume e os
princípios jurídicos.
O CC adopta a tese clássica das fontes de
direito: 1º lei; 2º costume; 3º jurisprudência; 4º
doutrina
Art. 1 CC - Lei e normas corporativas (note-se
que a consagração das normas corporativas
como fonte autónoma de direito fundamenta-
se em resquícios históricos.
Art. 2 do CC – Assentos ( este artigo foi
declarado inconstitucional).
Art. 3 do CC – usos ( os usos são fonte
de direito na medida em que são
acolhidos pela lei).
Art. 4 do CC – equidade ( esta não é
fonte de direito, visto que não é um
facto produtor ou revelador de normas
jurídicas, mas um modo de decisão de
casos concretos sem apelo a
critérios genéricos).
1. Noção:
Existem várias acepções para a palavra lei no
campo do Direito.
-Lei como sinónimo de Direito
-Lei como um dos modos de formação de normas
jurídicas (enquanto fonte de Direito)
-Lei como diploma emanado da Assembleia
Nacional(NA) por oposição aos Decretos-lei do
Governo
Enquanto fonte de Direito, o art. 1 nº2 do CC,
considera a lei como “todas as disposições
genéricas provindas dos órgãos estaduais
competentes”.
A Lei é o elemento essencial para a criação das
normas jurídicas na medida em que é a fonte
imediata do direito. Neste contexto ela vai
consistir num conjunto de diplomas criado pelo
órgão competente que normalmente é o órgão
legislativo que é a Assembleia Nacional, e vai
conter dentro da lei varias normas ou
simplesmente uma norma jurídica.
A determinação precisa do conceito de lei enquanto
fonte de Direito, que é o que ora nos interessa, não
tem sido fácil nem tão pouco consensual, todavia
para ultrapassar essa dificuldade, tem sido aceite
pela doutrina a seguinte distinção:
a)Lei formal: é o diploma emanado por um
órgão legislativo, que reveste uma forma pré-
determinada e cujo conteúdo pode abranger
normas jurídicas ou comandos individuais.
Por exemplo podemos referencial as normas
( art.120º al. L) e 126º da CRA) que dão a
competência legislativa ao titular do Poder
executivo no caso o Presidente da Republica,
as Leis da admitia( Lei 11/16 de 12 de Agosto)
etc;
b) Lei material: é o diploma emanado pelo órgão
competente, com conteúdo normativo, contendo uma
ou mais normas gerais e abstractas,
independentemente da sua forma externa.
Assim sendo para podemos classificar as Lei devemos
ter em conta dos elementos essenciais:
Classificação das Leis:
1.Solenes- são assim designadas porque são criadas
especificamente pelo homem competente para legislar
no caso Assembleia Nacional. E neste contexto poder
classifica-las como Leis solenes: constitucionais; Leis
Ordinárias e Decretos – Lei; Decretos Legislativo
Regionais
2.Não Solenes/ Comuns- são assim designadas
porque não vão ser criadas pelo órgão
competente mas sim por outros órgão que
podem ou tem a possibilidade normas ou Leis.
Neste contexto vamos distinguir a Não Solenes:
a)Emanadas dos órgãos Centrais do Estado;
b)Emanadas dos órgãos Locais do Estado;
c)Leis das Autarquias Locais.
a)Leis Emanadas dos órgãos Centrais do
Estado
Decreto do Presidente da Republica ( art.

126º da CRA)
Resolução do Conselho de Ministros
Regulamentos são criadas pela

Administração Publica.
b)Leis elaboradas pelos órgãos locais do
Estado: ex: regulamentos dos Governos Civis
c) Leis das autarquias: Ex:
posturas/regulamentos municipais.
As Leis Emanadas dos órgãos Locais do Estado, na
medida em que encontramos dentro dos órgãos locais
encontramos os Governos da Província, eles vão emitir
determinadas normas que vão ser designadas por
regulamentos.

As Leis das Autarquias Locais- são assim designadas na


medidas que elas serão criadas pelas Autarquias Locais.
Como sabemos em Angola ainda não existe Autarquias
Locais, mas no entanto estão a ser criadas as Leis. Mas
como sabemos essas Autarquias art.220º nº 2 da CRA
tem competência legislativa ou seja que vão vigorar
especificamente nas suas regiões Autárquica.( leis
Autárquica).
Existe determinada Leis que tem um valor em
detrimento das outras na medida em que algumas
circunstâncias sempre que uma lei violar outra pode
efectivamente ser declarada inconstitucional ou ilegal
se ferir por um lado a Constituição e por outro lado
uma outra Lei superior automaticamente.
Hierarquia das Leis:
1. As Leis Constitucionais: fixam os grandes princípios
da organização politica e da ordem juridica e os
direitos e deveres fundamentais dos cidadãos. As
restantes leis devem-lhes obediência, sob pena de
incorrerem no vício de inconstitucionalidade orgânica,
formal ou material.
2.Leis Ordinárias- as leis e os decretos- leis:
estabelecem, em regra, as normas, princípios e
institutos para a resolução dos problemas. Tem igual
valor, sem prejuízo da subordinação de um decreto-lei
á lei que concedeu uma autorização legislativa ou fixou
a base geral do regime jurídico. Ademais, além da
reserva relativa da Assembleia da República, há
matérias de reserva absoluta da competência legislativa
quer desta Assembleia quer do governo.

3.Regulamentos- possibilitam a aplicação ou execução


das leis e decretos-leis quer pormenorizando as suas
normas que formulando normas complementares e
instrumentais.
1.Como é que esta leis são criadas?

2. Quais são os procedimentos para a feitura


ou criação das Leis?
1.Elaboração – para podemos criar é necessário
coloca-la num texto, e este texto vai ser criado
através duma iniciativa Legislativa da Assembleia
Nacional ( art.167º nº 1 e 3 CRA) porque é o órgão
efectiva para tal, e também podem ter a iniciativa
das bancadas parlamentares dos partidos políticos e
também do Presidente da Republica na qualidade de
titular do poder executivo ( 167º nº 1 e 4 e 120º al) I
da CRA), ou seja uma vez dada a iniciativa para um
desses três órgãos passamos para o momento de
discussão.
2.Aprovação – para uma Lei ser aprovada nos termos da
CRA, de acordo com o art.169º nº 1 CRA, devemos ter
no mínimo 2 terços dos deputados em efectividades
das suas funções. Se esses 2 terços aprovarem ou
votarem a favor da lei por exemplo que esta a ser
discutida efectivamente esta lei vai ser aprovada.

3.Promulgação – é bastante importante porque se a


norma não for promulgada terá que ser declarada
inexistente, e neste contexto quem tem a função de
promulgar será o Presidente da Republica arts 119º al) r
e 123º CRA, e consequentemente no prazo de 30 dias
deverá promulgar( significa atestar que a Lei aprovada
na Assembleia Nacional tem efectivamente solenidade
para poder produzir os seus efeitos normal.
4.Publicação – é o acto pela qual vai se dar a conhecer a
sociedade em geral que efectivamente foi criada uma
determinada norma e essa publicação deve ser feita em
Diário da Republica e posteriormente comercializada
dentro da nossa imprensa Nacional.
5.Entrada em Vigor – existe algumas Leis que tem
efeitos imediatos com relação a entrada em vigor , mas
a regra normalmente a Lei entra em vigor no prazo que
vai decretar pode ser 20 ou 30 dias ,mais vai depender
o que forem os efeitos daquela Lei , e no entanto a
urgência daquela Lei. O prazo que se dá entre a
publicação e a entrada em vigor da norma jurídica em
causa nos vamos chamar de Vacatio Legis. ( é Vacatio
legis porque a lei já esta ai para ser conhecida pelas
partes ou pelos indivíduos concretos e posteriormente
vai produzir os seus efeitos normais).
1. Quais são as formas de Cessação das Leis?
1. Caducidade
2. Revogação
3. Suspensão

1. Caducidade
A Caducidade significa que a Lei vai vigorar
durante um determinado prazo essencial e
quando atingi aquele prazo efectivamente
deixa de produzir os seus efeitos normais,
2.Revogação
A Revogação existirá sempre em que for aprovada uma
Lei de valor igual ou superior a Lei antiga que
efectivamente revoga a Lei antiga, neste contexto a
revogação poderá ser Expressa e Tácita.
Modalidades da revogação.
a)Expressa- será expressa sempre que a Lei nova
conter dentro uma norma que estabelece efectivamente
a revogação da Lei Y ou Z.
b)Tácita- será tácita quando nesta nova norma não está
taxativamente ou especificamente quais são as normas
que revogam mais no entanto o conteúdo dela vai
colidir com uma outra norma jurídica ou seja a norma
anterior vai efectivamente ser revogada de forma tácita.
Resumindo:
Para SANTOS JUSTOS a lei
propriamente dita é
simultaneamente formal e material,
por isso define lei
como: uma declaração solene com
valor normativo, ditada pela
autoridade que detém a
potestas normandi do Estado com
observância da forma estabelecida.
1.O ordenamento jurídico é composto por
várias normas que obedecem a um sistema
hierárquico, ou seja, umas são subordinadas às
outras seguindo uma ordem similar a uma
pirâmide, na qual a mais importante é a
Constituição da Republica de Angola.
a) Elabore uma pirâmide sobre a hieraequia das
leis em Angola.

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