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TEMA: 3

 Fontes do Direito Administrativo;


 Princípios de Direito Administrativo;
 Ramos de Direito Administrativo;
 Direito Administrativo e outros Ramos de Direito.

1. Fontes do Direito Administrativo


Segundo SOUSA e MATOS (2004), a expressão “fontes de direito” utilizada no sentido
restrito significa o modo de produção e de revelação das normas jurídicas.
São vários os modos de formação das normas jurídicas, no entanto, no Direito
Administrativo é possível agrupá-los nas seguintes fontes principais:
a) A Lei
Esta é a principal fonte do Direito Administrativo, podendo ser lei em sentido formal,
onde encontramos a Constituição, lei ordinária e os regulamentos.
 Constituição da Republica, é a primeira das fontes de Direito eas suas normas
prevalecem sobre todas as restantes normas doordenamento jurídico. Ex: O n.º 4 do
artigo 2.º da CRM).
Onúcleoessencial do Direito Administrativo está sediado na CRM, queestabelece os
traços essenciais do modeloadministrativo organizativo do Estado 1, bem como acolhe os
princípios fundamentais atinentes aos direitos e garantias dos cidadãos perante a
Administração Pública.2

 Lei infraconstitucional, é o complexo normativo resultante do exercício do poder


legislativo por parte dos órgãos nacionais constitucionalmente competentes. 3 A
maioria das regras e princípios de Direito Administrativo constam de leis, sejam da
Assembleia da República4, sejam Decretos-leis do Governo, autorizados pela
Assembleia da República ou, ainda, os actos regulamentares do Governo, sob a
forma de decreto.5 Importa neste parágrafo fazer menção ao Regulamento

1
A título de exemplo, temos na Constituição as atribuições e competências do Governo e as suas competências administrativas; as
autarquias locais, os seus órgãos e respectivas competências e os limites da intervenção do Estado; a Administração Pública e as
suas missões e princípios.
2
A título de exemplo. o Direito de participar na vida pública; o Direito de petição e o Direito de acção popular; o direito de acesso à
função pública; o Direito de queixa ao Provedor de Justiça; o Direito à indemnização pelos prejuízos causados por acções ou
omissões dos poderes públicos.
3
Vide o Artigo 142.º da CRM
4
Ex: a Lei n.º 8/2003, de 19 de Maio; a Lei n.º 2/97, de 18 de Fevereiro;
5
Ex: Decreto n.º 30/2001, de 15 de Outubro.
Administrativo, dada a sua importância no exercício da actividade administrativa e
como fonte de Direito.

 Regulamento Administrativo, é um conjunto de normas jurídicasemanadas por


uma autoridade administrativa no exercício do poderá dministrativo, ao abrigo de
uma faculdade jurídica pública,atribuída por uma norma legal.As normas contidas
no Regulamento Administrativo têm eficáciaexterna e vinculativa, constituindo,
portanto, fontes de DireitoAdministrativo. O Regulamento Administrativo pode
limitar-se àcomplementar, desenvolver, executar ou concretizar actoslegislativos
anteriores; mas também pode conter matérias inovadoras, como acontece com os
regulamentos independentes e
Autónomos, devendo sempre respeitar a lei.
Aqui importa referir quetanto a lei como o regulamento são normas jurídicas, no entanto
oregulamento se distingue dalei, na medida em quediferem no que tange aos órgãos de
onde emanam, sendo que a lei emana daAssembleiada República, enquanto que o
Regulamento é emanado pelo Governo, cuja distinção no planoformal está na posição
hierárquica dos órgãos legislativos, encontra-se numa posiçãohierárquica superior que
ao regulamento.

b) O costume
Consiste numa prática social reiterada, acompanhada do sentimento de obrigatoriedade
e necessidade de agir de determinada forma que se considera correcta. Nesta senda, é
tradição os órgãos administrativos exercerem certos poderes e deveresque assim lhe
incumbem, desde que por convicção da suanatureza jurídica, esses poderes e deveres
sejam tomados pelasautoridades, tribunais e particulares da mesma forma que se
asrelações a eles respeitantes estivessem reguladas por lei, por isso não hádúvida que o
costume é fonte de Direito Administrativo.
Em Moçambique, normas de natureza costumeira comummenteocorrem no domínio das
terras, de tal modo que a alínea a) doartigo 12 da Lei n.º 19/97, de 1 de Outubro, estatui
que o Direitodo uso e aproveitamento da terra é adquirido por: ocupação porpessoas
singulares e pelas comunidades locais, segundo as normase práticas costumeiras no que
não contrariem a lei.

c) Direito internacional
O Direito Internacional contido nas convenções internacionais é fontes de Direito
Administrativo, desde que que tenham sido validamente aprovados e ratificados e digam
respeito à matéria administrativa, em clara demonstração temos o disposto noArtigo
18.º da CRM.

d) Jurisprudência e Doutrina
A jurisprudência é uma forma normal de fixar o sentido da lei através da sua
interpretação, e só por excepção pode ser modo de criação e revelação do Direito,
através do suprimento dos casos omissos, pelo que, o juiz não pode deixar de decidir
por falta ou obscuridade da norma, nestes casos socorrer-se-á da jurisprudência para o
efeito.
Já a doutrina não é considerada fonte imediata de Direito, sendo que a sua importância
prática é reconhecida no tocante à capacidade de auxiliar os órgãos da aplicação do
Direito na interpretação das normas jurídicas e de influenciar o legislador na criação do
Direito Administrativo.
Concluindo:
As Fontes Directas do Direito Administrativo são a lei no, o Costume e o Direito
Internacional e por sua vez a Jurisprudência e a Doutrina são FontesIndirectas sendo
consideradas fontes auxiliares do Direito Administrativo.

2. Princípios de Direito Administrativo


Cada ramo jurídico, apresenta um conjunto de Princípios de Direito, cuja compreensão é
essencial para o estudo das matérias que os disciplinam. Os Princípios de Direito são
produto de elaboração doutrinária,consubstanciando uma ideia superiormente
informadora de todo o sistema jurídico ou de uma parte do referido sistema, sendo que
as regras e soluções consagradas na legislação decorrem dos Princípios Gerais de
Direito.
Neste âmbito podemos elencar a existência dos seguintes Princípios que orientamo
Direito Administrativo, a desenvolver posteriormente:
a) Princípio da Legalidade
Como o próprio nome sugere, esse princípio diz respeito à obediência à lei. 6 No Direito
Administrativo, determina que em qualquer actividade a Administração Pública deve
estar estritamente vinculada à lei. Assim, se não houver previsão legal, nada pode ser
6
Encontramos muitas variantes dele expressas na nossa Constituição.
executado administrativamente, pois os interesses públicos de que a administração se
ocupa são definidos por lei e a administração tem obrigatoriamente que os prosseguir.
A legislação tem na vida do Estado um papel importante, pois ela aparece como um juiz
que deve conduzir um processo ou proferir uma sentença. Importa aqui referi que, tudo
tem que estánormalizado, e cada um dos agentes públicos estará adstrito ao que a lei
determina. Então, é expressão do princípio da legalidade a permissão para a prática de
actos administrativos que sejam expressamente autorizados pela lei, ainda que mediante
simples atribuições de competência, pois esta também advém da lei.

b) Princípio da Prossecução do Interesse Público


Segundo este Princípio a actividade administrativa tem por finalidade a satisfação das
necessidades colectivas. Portanto, este é um dos princípios mais importantes do Direito
Administrativopor ser tão essencial e intrínseco à Administração Pública, não cabendo
a esta decidir quais os interesses públicos a prosseguir na medida em que estes se
encontram expressos na lei, por isso é consideradomais do que um principio é uma
legalidade.
Daqui se entende que a Administração Pública não pode prosseguir interesses privados,
porém tal não significa que a prossecução de um interesse que é publico, não tenha
vantagens em especial para um particular, falando-se nesse caso em interesses privados,
no entanto, a finalidade do interesse é que poderá manifestar-se privada sob pena de
invalidade. Suponhamos o seguinte exemplo, se um particular é titular de uma
propriedade suscetível de conter energia eólica, esse particular terá, efetivamente, que
ceder a propriedade para se colocar essa energia, contudo esse titular receberá uma
remuneração anual por ceder o terreno, como isto quer dizer-se que está em causa um
interesse publico que se traduz na preservação ambiental e ao mesmo tempo um
interessa privado em especial, que será as remunerações auferidas pelo particular
anualmente.
Importa referir que, caso a Administração Pública prossiga interesses alheios ao
interesse público, essa actuação traduzir-se-á em ilegal na medida em que, irá contra o
principio da legalidade e a Administração Pública só poderá exercer actos que estejam
expressos na lei, caso contrário o acto será considerado inválido.

c) O Princípio da Supremacia do Interesse Público


Segundo este Princípio, o interesse colectivo se sobrepõe sobre o interesse do particular,
na medida em que na sua actuação a Estado deve agir numa posição de superioridade
em relação ao particular. Disso depreende-se que sempre que houver confronto de
interesses publico e privado, o interesse que deve prevaleceré o coletivo. É o que ocorre
nos casos de desapropriação por utilidade pública, por exemplo.
Ex: Determinado imóvel que deve ser disponibilizado ao Estado para a construção de
uma estrada. Aqui o interesse do proprietário se conflitua com o da coletividade que
necessita dessa estrada como via de acesso. Assim seguindo este princípio deverá haver
a desapropriação do imóvel para a construção da estrada, devendo igualmente proceder-
se a indenização particular.
O que significa dizer que:
No confronto entre o interesse do particular e o interesse público, prevalecerá sempre o
segundo, no qual se concentra o interesse da coletividade, o que não significa,
inquestionavelmenteque o Poder Público possa imotivadamente desrespeitar os direitos
individuais.
É necessário que os interesses públicos tenham supremacia sobre os individuais, posto
que visam garantir o bem-estar coletivo e concretizar a justiça social.

d) Princípio da Hierarquia
Os órgãos da Administração Pública devem ser estruturados de forma tal que haja uma
relação de coordenação e subordinação entre eles, cada um titular de atribuições
definidas na lei.
Como consequência desse princípio, surge a possibilidade de revisão de atos dos
subordinados, delegação e avocação de atribuições, aplicação de penalidades; do ponto
de vista do subordinado, há o dever de obediência.

e) Princípio da Impessoalidade
Impessoalidade implica que os administrados que preenchem os requisitos previstos no
ordenamento possuem o direito público subjetivo de exigir igual tratamento perante o
Estado. Do ponto de vista da Administração, a atuação do agente público deve ser feita
de forma a evitar promoção pessoal, sendo que os seus atos são imputados ao órgão,
pela teoria do órgão.
Tratar todos de forma igualitária, impessoal, obedecendo ao princípio da igualdade a
fim de atingir a finalidade pública e o interesse da coletividade. A responsabilidade
recai à entidade como um todo e não a pessoa física do agente. É vedada a utilização de
nomes, símbolos ou imagens para promoção em publicidade e campanhas dos órgãos
públicos.

f) Princípio da Publicidade
É este mais um vetor da Administração Pública, e diz respeito à obrigação de dar
publicidade, levar ao conhecimento de todos os seus atos, contratos ou instrumentos
jurídicos como um todo. Isso dá transparência e confere a possibilidade de qualquer
pessoa questionar e controlar toda a atividade administrativa que, repito, deve
representar o interesse público, por isso não se justificam de regra, o sigilo.
publicidade surte os efeitos previstos somente se feita através de órgão oficial, que é o
jornal, público ou não, que se destina à publicação dos atos estatais. Dessa forma, não
basta a mera notícia veiculada na imprensa.
Com a publicação, presume-se o conhecimento dos interessados em relação aos atos
praticados e inicia-se o prazo para interposição de recurso, e também os prazos de
decadência e prescrição.

g) Princípio da Eficiência
Os agentes públicos devem agir com rapidez, perfeição e rendimento. Importante
também é o aspecto econômico, que deve pautar as decisões, levando-se em conta
sempre a relação custo-benefício. Construir uma linha de distribuição elétrica em rua
desabitada pode ser legal, seguir a Lei de Licitações, mas não será um investimento
eficiente para a sociedade, que arca com os custos e não obtém o benefício
correspondente.
A Administração Pública deve estar atenta às suas estruturas e organizações, evitando a
manutenção de órgão/entidade subutilizados, ou que não atendam às necessidades da
população.
Por sua vez o Título XIICapítulo I, da Constituição da Republica consagra os
princípios fundamentais da Administração Pública, nomeadamente:
 Princípio do Respeito pelos Direitos e Liberdades Fundamentais dos Cidadãos;
 Princípio da Legalidade Administrativa;
 Princípio da Igualdade;
 Princípio da Imparcialidade;
 Princípio da Ética;
 Princípio da Justiça;
 Princípio da Descentralização e Desconcentração;
 Princípio da Fundamentação dos Actos Administrativos.

3. Ramos de Direito Administrativo


O Direito Administrativo não é uniforme, comportando no seu seio vários ramos
especiais. A complexidade e diversificação crescentes da Administração Púbica geraram
a necessidade de proceder a distinções dentro deste ramo de Direito.
Segundo Diego Freitas de Amaral, ao explanar acerca dos ramos do Direito
Administrativo, indica que a principal divisão que se pode traçar é entre o Direito
Administrativo geral e o Direito Administrativo especial, sendo que:

a) Direito Administrativo Geral


Inclui as normas fundamentais deste ramo do Direito, os seus conceitos basilares, os
seus princípios gerais, as regras genéricas aplicáveis a todas as situações, quaisquer que
sejam, as suas características particulares ou específicas.
Aqui estudam-se as normas reguladoras da organização administrativa, da actividade
administrativa em geral e das garantias dos particulares face à Administração Pública.

b) Direito Administrativo Especial


É constituído por um conjunto de normas que versam sobre cada um dos sectores
específicos da Administração Pública.
Segundo AMARAL (1998), os ramos fundamentais do Direito Administrativo especial
são:
 Direito Administrativo Militar, aquele que se ocupa da organização das forças
armadas, do regime jurídico da defesa nacional, dos deveres e encargos impostos
por razões de defesa nacional dos cidadãos e, em geral, das regras próprias do
funcionamento das instituições militares.
Ex: a Lei do serviço militar obrigatório; O Estatuto das Forças Armadas de Defesa e
Segurança.

 Direito Administrativo Cultural, abrange o regime jurídico do sistema escolar, da


acção cultural do Estado, da defesa do património artístico, histórico e arquitetónico
e da organização e funcionamento dos serviços públicos culturais.
Ex: Museus, arquivos e bibliotecas; investigação científica e tecnológica; apoio à
juventude e ao desporto, entre outros. abrangendo, ainda, o regime jurídico da
comunicação social, também designado por Direito da Informação.

 Direito Administrativo Social, abrange o regime jurídico dos serviços públicos de


carácter social.
Ex: Hospitais e outros estabelecimentos de saúde pública; serviços de assistência social;
e serviços de previdência ou segurança social, acesso a justiça.

 Direito Administrativo Económico, abrange os aspectos jurídicos atinentes à


intervenção do Estado na economia, designadamente, as formas e os limites da
intervenção: economia centralizada ou de mercado, incluindo ainda, o regime
jurídicoadministrativo da agricultura, do comércio e da indústria, das fontes de
energia, dos transportes, das telecomunicações, das obras públicas, da habitação, do
urbanismo e da protecção do ambiente, entre outros aspectos.

 Direito Administrativo Financeiro, abrange o Direito Orçamental e da


Contabilidade Pública e o Direito Fiscal. Importa referir que o Direito Fiscal tem
autonomia pedagógica, pois é ministrado como uma disciplina autónoma em vários
estabelecimentos de ensino. É essencialmente versado sobre aspectos tributários,
porém, do ponto de vista científico, partilhamos a posição de AMARAL (1998), de
que tanto o Direito Financeiro como o Direito Fiscal são ramos do Direito
Administrativo especial.

4. Direito Administrativo e outros Ramos de Direito


O Direito Administrativo possui semelhanças com outros ramos do Direito, sobretudo
àqueles que pertencem ao mesmo ramo, no caso o ramo do Direito Público. Há duas
semelhanças que se destacam: o princípio da legalidade e o fato de haver uma relação
jurídica entre o Estado e a pessoa física ou jurídica de direito privado. Em todas as
relações jurídicas onde uma das partes é o Estado, é certo dizer que o mesmo está
vestido de qualquer um dos ramos do direito público.

a) Direito Administrativo e Direito Constitucional


Já foi referido que o Direito Administrativo é um ramo do Direito Público, e por isso o
ramo de Direito Público que está mais próximo é o Direito Constitucional, de tal forma
que as respectivas fronteiras são muito difíceis de traçar.
Ora vejamos:
 O Direito Constitucional é o fundamento de todo o Direito Público de um País, no
que concerne à sua relação com o Direito Administrativo, as fronteiras entre um e
outro ramo são muito difíceis de estabelecer.
 O Direito Administrativo é, em múltiplos aspectos, o complemento, o
desenvolvimento e a execução do Direito Constitucional.
Com efeito, no Plano Material, é mais fácil estabelecer distinção entre as referidas
normaspois:
 as normas de Direito Constitucional estão associadas aos aspectos fundamentais da
estruturação da colectividade (ex: artigos 1.º a 22.º da CRM);
Enquanto que:
 as normas de Direito Administrativo estão associadas à organização da
Administração Pública, ao exercício da actividade administrativa pública e ao
relacionamento desta com os cidadãos (ex: artigos 248.º a 260.º da CRM)
No entanto, No Plano Formal a mesma facilidade não se verifica,na medida em que a
distinção entre uma e outra norma é mais difícil de estabelecer, pois, encontram-se na
Constituição inúmeras normas que fazem parte do Direito Administrativo.
Na verdade, o Direito Administrativo contribui para dar sentido ao Direito
Constitucional e para o completar e integrar, a titulo de exemplo:
 A Constituição reconhece o Direito dos Cidadãos à um ambiente são e saudável.
 E o Direito Administrativo é que estabelece através das suas normas, os mecanismos
legais para a protecção e adefesa daquele direito.

b) Direito Administrativo e Direito Penal


O Direito Penal é um Direito Público, que visa proteger a sociedadecontra as formas
nocivas de comportamento anti-social, que são os crimes. O Direito Administrativo tem
como objectivo primordial, a satisfação das necessidades colectivas da segurança,
cultura e bem-estar.
Ora, no tocante à necessidade de segurança, pode se pensar que o objecto é o mesmo
que o do Direito Penal, no entanto existe uma diferença. O Direito Penal é um direito
repressivo, isto é, tem fundamentalmente em vista estabelecer as sanções penais
aplicáveis aos autores dos crimes, enquanto o Direito Administrativo é essencialmente
preventivo.
As normas de Direito Administrativo não visam cominar sanções para quem ofender os
valores essenciais da sociedade, mas sim, estabelecer uma rede de precauções, de tal
forma que seja possível evitar a prática de crimes ou a ofensa aos valores essenciais a
preservar.

c) Direito Administrativo e Direito Internacional


O Direito Internacional Administrativo é constituído por normas jurídicas que dizem
respeito às Administrações Públicas dos Estados e que, uma vez aceites por estes,
através da celebração de tratados e sua ratificação, passam a regular em cada país
aspectos importantes da sua vida administrativa interna. (alínea g) do n.º 1 do artigo
204.º da CRM).
As normas de Direito Internacional Administrativo são referidas e estudadas no âmbito
do Direito Administrativo, as mesmas aplicam-se na ordem interna em matéria de
administração pública.

d) Direito Administrativo e Direito Comercial


O relacionamento entre o Direito Administrativo e o Direito Comercial é demonstrado
pela possibilidade que o Estado tem de criar entidades segundo a legislação comercial.
Ele diz que “essas entidades são as sociedades de economia mista e as empresas
públicas exploradoras de actividades econômicas.”

e) Direito Administrativo e Direito Civil


O Direito Administrativo e o Direito Civil desenvolvem uma relação intensa, pelo facto
deste abrigar semelhanças em alguns institutos como os referentes a contratos e
obrigações, além disso, o Código Civil faz referências a elementos que são do Direito
Administrativo como, por exemplo, quendo se refere a bens públicos, desapropriação,
etc. Outro vínculo que há é o facto d e o Direito Civil ter detido por muito tempo os
institutos do Direito Administrativo, sendo que, ainda existe influência daquele neste.
f) Direito Administrativo e o Direito do Trabalho
No caso do Direito do Trabalho, pode-se afirmar que há o mesmo regime em algumas
instituições, sociedades de economia mista e empresas parcialmente privadas. Ademais,
o sistema de fiscalização trabalhista possui características administrativas e é
organizado dessa maneira.
Deste modo:
Mostra-se claro que o Direito Administrativo possui relações com as outras matérias do
Direito, em virtude de ambos terem em comum alguns elementos responsáveis por esse
vínculo, como por exemplo, os seguintes: semelhanças, dependências,
complementaridades, mesmo objeto, dentre outros, ficando claro que o Direito
Administrativo é um ramo que tem provável ligação com todos os ramos do Direito e
com a vida na sociedade.

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