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EXERCÍCIOS PRÁTICOS

1. No âmbito da sua actuação, a Administração Pública é lhe revestido de prerrogativas de praticar


unilateralmente, actos, que devido a sua natureza, podem pôr em causa interesses alheios, em face:
a) Do princípio da legalidade;
b) Princípio da má-fe;
c) Da inadiabilidade do interesse público em relação ao privado;
d) Sua hegemonia no seio dos demais entes.

2. O Estado subordina-se na Constituição e a sua actuação funda-se na legalidade.


a) Comente a afirmação justificadamente.

Segundo plasmado no número 3 do artigo 2 da Constituição da República de Moçambique “O


Estado subordina-se na Constituição e a sua actuação funda-se na legalidade”
A constituição estrutura a organização do Estado e disciplina o exercício do poder político. É a
lei máxima de um País, que traça os parâmetros do sistema jurídico e define os princípios e
directrizes que regem uma sociedade. Ou seja, ela organiza e sistematiza um conjunto de
preceitos, normas, prioridades e preferências que a sociedade acordou.
Por outras palavras, a Constituição é um conjunto de regras concernentes à forma do Estado, à
forma do Governo, ao modo de aquisição e exercício do poder, ao estabelecimento de seus
órgãos e os limites da sua acção.
No que concerne a sua actuação fundada no princípio de legalidade, este princípio é inerente ao
Estado de Direito, sendo um de seus pressupostos, a completa submissão do Estado à lei é
imprescindível para sua caracterização. O princípio da legalidade é específico do Estado de
Direito, é justamente aquele que o qualifica e lhe dá a identidade própria
É neste contexto que o Estado subordina-se a constituição, sendo esta a lei máxima que
enumera e limita os poderes e funções do Estado, ou seja, constituem a entidade que é esse
Estado e com sua actuação fundada na legalidade, na medida em que deve actuar em
conformidade com lei.

3. Na tomada de decisões do Conselho de Ministros, vigora o princípio da solidariedade.


a) Comente justificadamente a afirmação, realçando em que se manifesta este princípio.
Verifica-se o princípio de solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um
credor, ou mais de um devedor. Constitui o fecho da abóbada do sistema de princípios éticos,
pois, complementa e aperfeiçoa a liberdade e a igualdade, possuindo como característica a
união das pessoas na perspectiva do bem comum.
O princípio da solidariedade na tomada de decisões do Concelho de Ministros é visto na
medida em que As decisões do CM devem ser consensuais, vigorando o princípio de
solidariedade geral, isto é, todos os membros deste órgão respondem pelas decisões tomadas
por este. art.º 4 da Lei n.º 14/78, de 28 de Dezembro.

4. O Governo, enquanto principal órgão da Administração Central do Estado, é revestido do poder


executivo.
a) Encontre as razões que estão por detrás desta afirmação.

Enquanto principal órgão da administração central do Estado, o Governo é revestido do poder


executivo, sendo um órgão Superior da Administração Pública Moçambicana.

Enquanto órgão administrativo, este exerce competências que se prendem com os seguintes
aspectos:

 Garantia da execução das leis;


 Garantia do funcionamento da Administração Pública;
 Promoção da satisfação das necessidades colectivas.

Assim, para concretizar os aspectos acima vertidos, o Governo actua sob duas formas:

 Via colegial: através do Conselho de Ministros; e


 Via individual: mediante a actuação dos seus membros, nomeadamente o PR, o
Primeiro-ministro e os Ministros (para além dos vice-ministros, que embora não o
integrem, complementam as actividades do respectivo Ministro).

5. Dentre vários, constituem princípios da organização da Administração Pública:


a) Desconcentração e centralização, desburocratização e simplificação de procedimentos;
b) Modernização, eficácia e eficiência, proporcionalidade e imparcialidade.
c) Aproximação da Administração Pública aos cidadãos, prossecução do interesse colectivo e
poder regulamentar;
d) Nenhuma afirmação está correcta.

6. Assinale com V as afirmações verdadeiras e com F as afirmações falsas.


No âmbito do princípio da Separação de Poderes, a Administração Pública representa um verdadeiro
poder porque:
a) Dispõe de meios necessários para se impor de outros entes; V
b) Porque é um órgão em sentido formal; V
c) Porque é um órgão em sentido funcional; F
d) Defina a sua própria conduta nos termos da lei; V
e) Porque é um órgão em sentido material. V

7. Complete a frase.
O sistema em que o poder se repartido da hierarquia do topo a base ou aos órgãos a este subordinado
denomina-se de:
e) Hierarquização;
f) Descentralização;
g) Desconcentração;
h) Centralização;
i) Nenhuma solução satisfaz a afirmação.

8. O princípio legalidade norteia o funcionamento e actuação do Estado e por consequência, da


Administração Pública. Porém, este princípio pode ser posto em causa, restringindo a sua
aplicabilidade. Encontre os momentos, explicando um desses momentos a sua escolha.

 A Teoria do Estado de Necessidade


Diz que em circunstâncias excepcionais, em verdadeira situação de necessidade pública, a
Administração Pública, se lhe for exigido pela situação, fica dispensada de seguir o processo legal
estabelecido para circunstâncias normais e pode agir sem formação de processo, mesmo que isso
implique o sacrifício de direitos ou interesses dos particulares.

 Teoria dos Actos Políticos


Ela não é em rigor, uma excepção ao princípio da legalidade. Segundo ela, os actos de conteúdo
essencialmente político, os actos materialmente correspondentes ao exercício da função política
– chamados actos políticos ou actos do Governo –, não são susceptíveis de recurso contencioso perante os
Tribunais Administrativos.

 Poder Discricionário da Administração


Não constitui, de modo nenhum, uma excepção ao princípio da legalidade, mas um modo especial de
configuração da legalidade administrativa. Com efeito, só há poderes discricionários aí onde a lei os
confere como tais. E, neles, há sempre pelo menos dois elementos vinculativos por lei- a
competência e o fim. A acrescer a estes limites legais, existem actualmente outras regras jurídicas
que normalmente enquadram e condicionam o exercício do poder discricionário pela Administração
Pública.

9. Complete a afirmação.
A devolução de poderes configura um sistema de administração em que a função administrativa não pode
estar confiada a apenas uma pessoa colectiva pública.
Constituem traços fundamentais da devolução de poderes:
a) O deferimento legal; a burocratização a autonomia financeira;
b) O deferimento legal; o interesse público e a existência da pessoa colectiva pública;
c) As duas hipóteses satisfazem a afirmação;
d) Nenhuma das hipóteses satisfaz a questão.

10. As empresas públicas constituem o sector empresarial do Estado, que embora o seu funcionamento e
gestão observem o princípio de gestão privada, a sua natureza jurídica assenta-se no Direito Público.
Discuta a afirmação fundamentadamente.

11. Assinale com V as afirmações verdadeiras e com F as afirmações falsas.


Constituem pressupostos da manifestação do poder administrativo:
a) O poder regulamentar; V
b) A independência das magistraturas; F
c) O poder discricionário: F
d) A independência reciproca entre a Administração Pública e a Administração da Justiça; F
e) O privilégio de execução prévia; V
f) A unilateralidade do poder decisório no seio da Administração. V

12. Foi estabelecido entre o Governo Distrital de Angónia e a Morfeu – Obras de Engenharia, um acordo
na base do qual Morfeu irá proceder à demolição de casas, ao longo do terreno onde será erguida uma
infra-estrutura estradal que ligará o Aeródromo local e o Bairro do Aeroporto, bem como levará a
cabo a reconstrução da referida estrada.
As casas e outras construções (precárias e definitivas) em causa, foram construídas sem qualquer
autorização das entidades competentes, pois era sabido que o local não se destinava a tal fim.
É assim que o Governo Distrital se mostra não disponível para indemnizar os visados, em
consequência das demolições.
Os proprietários das construções acima referidas foram notificados da decisão de demolição, onde,
igualmente, estava estabelecido o prazo de cumprimento (execução) da medida.
Os moradores, indignados com a decisão, não procederam a demolição voluntária das suas
construções, razão pela qual o Governo Distrital decidiu usar, por sua conta, os préstimos da Morfeu
para o efeito.
O operador da máquina que está a destruir as construções é acusado e cometer alguns excessos, indo
para além dos limites estabelecidos para a demolição.
Por outro lado, de algumas semanas a esta parte, a Morfeu não está a observar as cláusulas
contratuais atinentes aos prazos e à qualidade da obra.
Pede-se que, à luz dos conhecimentos de Direito Administrativo que possui:
a) Se refira, identificado, o interesse público em vista e classifique a forma de acordo entre o
Governo Distrital e a Morfeu.
b) Identifique (com base no texto), as formas de manifestação do poder administrativo patentes
na hipótese.
c) Se refira à eventual incidência de responsabilidade civil da Administração e sua classificação
e assessore o Governo Distrital, face ao incumprimento do clausulado contratual pela Morfeu.

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