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POLÍCIA CIVIL DE GÓIAS

MAPA DE REVISÃO

BEATRIZ
POMPEO
CONSULTORIA
SUMÁRIO

Direito Administrativo ................................................ 2


Direito Constitucional ............................................... 28
Direito Penal ............................................................. 52
Legislação Penal Especial ......................................... 72
Processo Penal ......................................................... 96
Direito Tributário .................................................... 118
Direito Ambiental ................................................... 128
Direito Eleitoral ...................................................... 139
Criminologia ........................................................... 149
Medicina Legal ....................................................... 156

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ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO

ÓRGÃOS PÚBLICOS

 Não possuem personalidade jurídica própria


 Não possuem patrimônio
 Regidos pela estrita legalidade (lei cria e lei extingue. Lei de iniciativa do chefe do Executivo. É
inconstitucional decreto que quer extinguir órgão público).
 Teoria do órgão ou teoria da imputação volitiva (teoria adotada para explicar a relação do agente
público com órgão ao qual ele está vinculado): a vontade exteriorizada por um agente público que
ocupa um órgão será atribuída à pessoa jurídica que aquele órgão público integra.
 Ex.: servidor da secretaria municipal de saúde fez uma merda em serviço, quem será
responsabilizado é o Município, a pessoa jurídica a qual o órgão integra.
 EM REGRA, órgãos não podem demandar em juízo. Exceção: órgãos independentes podem ir a juízo
demandar a preservação de suas prerrogativas constitucionais.
 Ex.: Tribunal de Contas da União) que pode impetrar MS contra ato emanado da presidência da
república. (não tem personalidade jurídica, mas tem personalidade judiciária)

Classificação quanto a posição que ocupam na administração:

(DECORE ESSE BIZU!)

I ndependentes: ocupados pelos membros dos Poderes do Estado, bem como pelos membros do
Ministério Público e pelos membros dos Tribunais de Contas

A utônomos: dotados de autonomia administrativa, mas que não são independentes porque os
seus titulares não decidem com independência funcional. É o caso, por exemplo, de um Ministério

S uperiores: são os órgãos de cúpula da administração pública, possuem atribuições de direção e


decisão, mas estão sujeitos ao controle hierárquico. Não possuem autonomia. Ex: gabinetes

S ubalternos: Não decidem sobre questões estratégicas e de cúpula, mas meramente questões
rotineiras e de menor complexidade da administração

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DESCONCENTRAÇÃO DESCENTRALIZAÇÃO
-Diluição das competências no âmbito de uma -Diluição de competências para melhor
mesma pessoa jurídica e que se materializa desempenho da atividade administrativa, com a
através da criação de órgãos públicos. criação de outra pessoa jurídica
-Controle hierárquico ou controle por -Controle por vinculação, finalístico ou tutela,
vinculação (é permanente e automático, não porque a entidade criada não é subordinada ao
depende de previsão em lei) ente que a criou. Esse controle é para verificar
se a entidade cumpre os fins para os quais foi
criada
- O art. 37º, XIX da CRFB estipula que a criação
de uma autarquia dependerá de lei e que a
criação de empresa pública, sociedade de
economia mista e de fundação dependerá de
uma autorização legislativa, ou seja, nesses
últimos três casos, a lei não vai criar, mas
somente autorizar a sua criação.

DESCENTRALIZAÇÃO POR SERVIÇO/OUTORGA DESCENTRALIZAÇÃO POR


COLABORAÇÃO/DELEGAÇÃO
A transferência da titularidade e da execução Transferência de atribuições e da execução de
de um serviço a uma outra pessoa, que deverá serviço público a uma outra pessoa jurídica, essa
ser de direito público, sendo que essa transferência se dá por meio de um negócio
transferência se materializa por meio de uma lei. jurídico (geralmente por contrato administrativo
ou por ato administrativo).
Normalmente, a delegação é feita por contrato
de concessão de serviço público.

AUTARQUIAS

 Pessoas jurídicas de direito público criadas por lei


 As autarquias são consideradas integrantes da Fazenda Pública, gozando, do âmbito federal.
inclusive, de todas as prerrogativas processuais da Fazenda Pública.
 Regime jurídico: hoje é ESTATUTÁRIO. Lembra de toda aquela confusão envolvendo o regime
jurídico único? (Se não lembra, apenas decore que é regime estatutário, não da tempo de ler isso
agora)
 Conselhos de fiscalização profissional tem natureza jurídica de autarquia, salvo a OAB (mas
ATENÇÃO: os conselhos não pagam suas dívidas por precatórios)
 Não podem possuir carro oficial (apenas a Administração Direta pode)

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 Ainda sobre os conselhos, é CONSTITUCIONAL eles contratarem empregados pelo regime CLT (STF
ADC 36 2020)
 É inconstitucional norma de Constituição Estadual que exige prévia aprovação da Assembleia
Legislativa para nomeação de dirigente de autarquia e fundação pelo Governador.

FUNDAÇÃO PÚBLICA

 É pessoa jurídica de direito público ou privado? Muitas discussões doutrinárias sobre o tema,
entretanto, prevalece o seguinte:
 Pode ser pessoa jurídica de direito público ou de direito privado, isso depende: da natureza do ato
constitutivo (se a lei cria: pessoa jurídica de direito público/ se a lei autoriza a criação: pessoa
jurídica de direito privado) tipo de atividade desempenhada pela fundação .
 As fundações públicas de direito privado podem contratar pelo regime celetista

EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA

 Podem ser criadas apenas diante de imperativos da segurança nacional e diante de relevante
interesse da coletividade, sendo uma intervenção excepcional e subsidiária, uma vez que a livre
iniciativa e a atividade econômica são de titularidade do particular.
 Criação: autorização legislativa + inscrição dos atos constitutivos no registro competente
 Estatais que exploram atividade econômica em regime de concorrência com os particulares: não
podem receber tratamento diferenciado
 Estatais que prestam serviços públicos em regime de monopólio: historicamente, o STF tem
permitido que possuam as mesmas prerrogativas da Fazenda Pública
 Bens: privados, SALVO se estiverem afetados à prestação de sérvio público, caso em que serão
considerados bens públicos
 Não cabe MS contra ato de dirigente de estatal se for ato de gestão
 Empresa pública: capital 100% público
 Sociedade de economia mista: poder público detém a maioria do capital votante
 A estatal, independentemente do seu objeto, estará sujeita ao controle do Tribunal de Contas,
desde que a medida não implique em interferência na gestão da empresa
 As estatais Sujeitam-se ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos
direitos e às obrigações civis, tributárias, comerciais e trabalhistas
 Não é correto dizer que não devem licitar! Seguem ditames de lei própria quanto à licitação.
 Devem obediência ao teto constitucional no que tange à remuneração? Apenas se receberem $
público
 É desnecessária, em regra, lei específica para inclusão de sociedade de economia mista ou de
empresa pública em programa de desestatização
 Não precisa de autorização legislativa para alienar controle acionário de subsidiária.

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É desnecessária a autorização legislativa expressa para a criação de subsidiárias quando houver
autorização legislativa da criação de empresa pública ou sociedade de economia mista e nesta
constar permissão genérica da possibilidade de criação de subsidiárias. Assim, não se exige lei
específica para autorizar a criação de subsidiária.
Com base no paralelismo das formas, como não é exigida lei específica para criar a subsidiária,
também não é necessária lei específica para alienar o seu controle acionário.
Em palavras mais simples: como não se exige lei específica para criar, também não se exige lei
específica para “vender”.
STF. Plenário. ADPF 794/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 21/5/2021 (Info 1018).

 Foro competente:
Empresa pública federal: Justiça Federal
Sociedade de economia mista federal: Justiça ESTADUAL (só terão foro na JF quando a União intervém
como assistente ou oponente, mas ATENÇÃO: essa lógica não se aplica ao MS. Se for MS contra ato de
dirigente de sociedade de economia mista federal, a competência será da JF)

AGÊNCIAS REGULADORAS

 As agências reguladoras são autarquias de regime especial, que tem características capazes de
assegurar reforço na sua autonomia.
 Elas possuem maior autonomia do que as demais entidades da administração pública.
 Seus dirigentes possuem mandato fixo e a nomeação depende de aprovação e sabatina do Senado
 Maior participação popular no processo decisório
 Maior autonomia técnica: as leis que criam as agências têm o hábito de transferir a elas as
competências que poderão exercer, por meio de uma transferência aberta e ampla. São leis vagas,
chamadas de lei-quadro (do francês loi-cadre), porque elas somente possuem uma moldura
normativa e o seu conteúdo e sua densidade serão extraídos do ato da agência, que pode ser uma
resolução, uma portaria. Não ofende o princípio da legalidade, uma vez que o fundamento de
atuação da agência é a lei, e ela atua conforme a lei. Esse fenômeno recebe o nome de
deslegalização e nada mais é que o rebaixamento no tratamento hierárquico de uma matéria que
sai de um domínio legal e passa ao domínio infralegal.
 Em regra, a imposição de sigilo a processos administrativos sancionadores, instaurados por agências
reguladoras contra concessionárias de serviço público, é incompatível com a Constituição
 Agencia reguladora não pode determinar busca e apreensão em domicilio sem autorização judicial

ATENÇÃO: NÃO CONFUNDA COM AGENCIA EXECUTIVA (autarquia ou fundação pública que
celebrou um contrato de gestão com a administração e que possui um plano de
reestruturação)

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CONSÓRCIOS PÚBLICOS

 Pessoa jurídica formada por entes da Federação para estabelecer relações de cooperação.
 A finalidade pode ser qualquer atividade administrativa de interesse comum.
 Pode ter personalidade jurídica de direito público (será considerado associação pública e terá
natureza jurídica de autarquia, integrando a Administração Indireta de todos os entes da federação)
ou então de direito privado, sem fins lucrativos.
 Podem emitir documentos de cobrança e exercer atividades de arrecadação de tarifas e outros
preços públicos pela prestação de serviços.
 O que os consórcios podem fazer?
-Firmar convênios, contratos, acordos de qualquer natureza, receber auxílios, contribuições e
subvenções sociais ou econômicas de outras entidades e órgãos do governo;
-Em consórcio de direito público, promover desapropriações e instituir servidões nos termos de
declaração de utilidade ou necessidade pública, ou interesse social, realizada pelo Poder Público;
-Ser contratado pela administração direta ou indireta dos entes da Federação;
-Regime de pessoal: contratação depende de concurso, será o regime celetista.

PROTOCOLO DE INTENÇÕES E CONTRATO DE RATEIO CONTRATO DE PROGRAMA


CONTRATO

A celebração do contrato Será celebrado se a finalidade


interfederativo que dá origem do consórcio for a gestão
Instrumento pelo qual os
ao consórcio público associada de serviços públicos
entes federados entregam
dependerá da prévia com transferência da prestação
recursos ao consórcio público
subscrição dos integrantes no do serviço público. Ele pode ser
chamado protocolo de celebrado pelas entidades da
intenções por meio de lei dos Administração Pública indireta
entes federados participantes dos entes da Federação
e publicado na imprensa consorciados.
oficial.

ATENÇÃO: NÃO PODE haver consorcio entre a União e o Município diretamente (se o Estado a
que pertence aquele Município não está participando) e nem entre Estado e um Município de
outro Estado que não está participando.

CONVÊNIOS

 Não é uma nova pessoa jurídica


 É um acordo entre entes da federação para a gestão associada de serviços públicos
 Não da origem a uma nova pessoa jurídica
 Responsabilidade solidária entre os membros (já que não da origem a uma nova PJ)
 Pode ser formalizado por termo de cooperação

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ENTIDADES TERCEIRO SETOR

Serviços sociais autônomos:


 Pessoas jurídicas de direito privado
 São criadas por autorização legislativa
 Não se submetem à licitação
 Prestam serviço de ensino/assistência a determinadas categorias

OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público)

 Termo de parceria
 Atuação em 6 áreas: ensino, pesquisa, desenvolvimento tecnológico, proteção ao meio ambiente,
cultura, saúde (não inclui assistência social)
 Quem não pode se qualificar como OSCIP? Fundações públicas, sindicatos, organizações sociais,
cooperativas, instituições religiosas, sociedades comerciais...

OS (Organização Social)

 Contrato de gestão
 Fundações públicas não podem ser qualificadas como OSCIP’s, mas podem ser transformadas em
organizações sociais, caso em que deixam de integrar a administração indireta

OSC (Organização da Sociedade Civil)


 Quais entidades podem ser consideradas organização da sociedade civil? Entidades privadas sem
fins lucrativos, sociedades cooperativas, organizações religiosas que se dediquem a atividades de
interesse público e cunho social, a administração pública direta e indireta

Termo de colaboração: Termo de fomento: Termo de cooperação:

recursos financeiros e recursos financeiros e não envolve recursos


plano proposto pela plano proposto pela OSC financeiros
Administração

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LICITAÇÕES E CONTRATOS LEI 14.133/21

 A vigência da Lei 14.133/21 ocorreu de forma imediata, com a sua publicação.


 Houve revogação imediata dos crimes
 Após 2 anos haverá revogação da lei 8.666, LRDC e Lei do Pregão
 Até abril de 2023 a Administração poderá optar entre a legislação anterior ou pelo novo
regramento, não sendo possível a combinação das leis.
 As licitações serão realizadas PREFERENCIALMENTE sob a forma eletrônica, admitida a utilização da
forma presencial, desde que motivada, devendo a sessão pública ser registrada em ata e gravada
em áudio e vídeo.
 O valor não é mais fator para definir qual modalidade será adotada, mas sim a natureza do objeto.

-Contratos que tenham por objeto operação de crédito, interno ou externo, e gestão de
dívida pública, incluídas as contratações de agente financeiro e a concessão de garantia
NÃO se aplica relacionadas a esses contratos;
-Contratações sujeitas a normas previstas em legislação própria.

 Tomada de preços e convite foram extintas


 Houve também mudanças nas fases. Agora, o julgamento antecede a habilitação (a habilitação
poderá anteceder o julgamento quando constar expressamente no edital)

Documento de habilitação Documentos de regularidade fiscal


Em qualquer caso, apenas em momento
Apenas do licitante vencedor, exceto quando a
posterior ao julgamento e apenas do licitante
fase de habilitação antecede a de julgamento
mais bem classificado

CONCORRÊNCIA PREGÃO CONCURSO LEILÃO DIÁLOGO C.


Bens e serviços Bens e serviços Trabalho técnico, Alienação de bens Utilizado para
especiais, obras e comuns científico e artístico móveis e imóveis inovação,
serviços de adaptação de
engenharia Critério de menor Critério: melhor Critério: maior soluções, etc
preço ou maior técnica ou lance
Critério: todos, lance conteúdo artístico Critérios: próprios,
exceto maior lance 15 dias úteis definidos no edital
Prazo: 8 dias úteis Prazo: 35 dias úteis
Prazo: diversos para bens e 10 dias Prazos: 25 dias
úteis para serviços úteis paras
manifestação de
interesse e 60 dias
úteis para
propostas

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Alienação de bens imóveis Alienação de bens móveis
1. Precisa de autorização legislativa, salvo: 1. Existência de interesse público
devidamente justificado
a) aquisição derivada de procedimento judicial
2. Avaliação do bem
ou dação em pagamento
3. Licitação na modalidade leilão (maior
2. Interesse público justificado lance), salvo quando é dispensada
3. Avaliação do bem
4. Licitação na modalidade leilão (maior lance),
exceto quando é dispensada

Obs.: Para a venda de bens imóveis, será concedido direito de preferência ao licitante que, submetendo-se
a todas as regras do edital, comprove a ocupação do imóvel objeto da licitação.

 Nasceu o diálogo competitivo!

DIÁLOGO COMPETITIVO

 Obras, serviços e compras.

 A Administração realiza diálogo com licitantes previamente selecionados mediante critérios


objetivos, a fim de desenvolver 1 ou + alternativas capazes de atender suas necessidades,
devendo os licitantes apresentar proposta final após o encerramento dos diálogos.

 25 dias úteis: prazo mínimo estabelecido pela Administração para que os que desejam
participar da licitação manifestem interesse.
 60 dias úteis: prazo mínimo para que os licitantes pré selecionados apresentem suas
propostas, que deverão conter os elementos necessários para a realização do projeto.
 Os critérios empregados para pré-seleção dos licitantes deverão ser previstos em edital, e
serão admitidos todos os interessados que preencherem os requisitos objetivos
estabelecidos.
 A Administração não poderá revelar a outros licitantes as soluções propostas ou as
informações sigilosas comunicadas por um licitante sem o seu consentimento;
 O edital poderá prever a realização de fases sucessivas, caso em que cada fase poderá
restringir as soluções ou as propostas a serem discutidas.
 Conduzido por comissão de contratação composta de pelo menos 3 servidores efetivos ou
empregados públicos dos quadros permanentes, admitida a contratação de assessoramento
técnico.

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INEXIGIBILIDADE DISPENSAVEL DISPENSADA

-Competição é inviável -Legislador autoriza que não -Legislador determina que não
seja realizada a licitação seja realizada a licitação
-Rol exemplificativo
-Rol taxativo -Rol taxativo
-Objetos diversos
-Natureza discricionária -Natureza vinculada
-Objetos diversos -Objeto é a alienação de bens

INEXIGIBILIDADE
Somente um fornecedor
Vedada preferência de marca

Comprovação mediante:
EXCLUSIVIDADE
• atestado de exclusividade
• contrato de exclusividade
• declaração do fabricante
• outro documento idôneo
Profissional de qualquer setor artístico
Diretamente ou empresário exclusivo
• permanente e contínua;
ARTISTA • nacional ou para estado específico;
• não pode ser para evento ou local específico

Consagrado: opinião pública ou crítica especializada


• art.74, III, exemplos: estudos, projetos; pareceres; assessorias;
supervisão de obras/serviços; treinamento de pessoal, etc.

Notória especialização:
• profissional “conceituado”; trabalho dele é essencial e
SERV. TÉCNICOS
reconhecidamente adequado à plena satisfação do objeto do contrato

Vedada:
• publicidade e divulgação
• subcontratação
Procedimento auxiliar de contratação.
CREDENCIAMENTO
Não existe competição entre os credenciados.
AQUISIÇÃO/LOCAÇÃO Quando as características do imóvel tornam necessária sua escolha.
DE IMÓVEL Singularidade do imóvel.

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 Sistema de registro de preços poderá, na forma de regulamento, ser utilizado nas hipóteses de
inexigibilidade e de dispensa de licitação para a aquisição de bens ou para a contratação de
serviços por mais de um órgão ou entidade”.

 Dispensa de licitação em razão de valor;


Hipóteses em que o instrumento  Compras com entrega imediata e integral dos bens adquiridos e
do contrato não é obrigatório dos quais não resultem obrigações futuras, inclusive quanto a
assistência técnica, independentemente de seu valor.

CREDENCIAMENTO

 É um procedimento auxiliar
 Se a administração quiser um leiloeiro oficial: deve selecionar por credenciamento ou pregão
 É inexigível a licitação para objetos que podem ser contratados por meio do credenciamento

PRÉ-QUALIFICAÇÃO

 Procedimento auxiliar

Seleciona previamente:

I - licitantes que reúnam condições de habilitação para participar de futura licitação ou de licitação
vinculada a programas de obras ou de serviços objetivamente definidos;

II - bens que atendam às exigências técnicas ou de qualidade estabelecidas pela Administração.

 Quando aberta a bens, pode ser exigida a comprovação de qualidade.

DURAÇÃO DOS CONTRATOS

Quando ultrapassar 1 Deve ser verificada a disponibilidade de créditos orçamentários +


exercício financeiro: previsão no plano plurianual

Prazo de até 5 anos Hipótese de serviços e fornecimento contínuo

*Aplica-se a aluguel de equipamentos e à utilização de programas


de informática. O contrato que previr a operação continuada de
sistemas estruturantes de tecnologia da informação poderá ter

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vigência máxima de 15 (quinze) anos.

*Administração deverá atestar, no início da contratação e de cada


exercício, a existência de créditos orçamentários vinculados à
contratação e a vantagem em sua manutenção;

Vigência por prazo Administração poderá estabelecer a vigência por prazo


indeterminado indeterminado nos contratos em que seja usuária de serviço
público oferecido em regime de monopólio, desde que
comprovada, a cada exercício financeiro, a existência de créditos
orçamentários vinculados à contratação.

 Declaração de inidoneidade:

 Não gera a automática extinção do contrato.


 De acordo com a jurisprudência pacífica do STJ, gera efeitos ex nunc, ou seja, prospectivos. Assim,
tal sanção afeta futuros contratos, mas não os vigentes ou passados.
 Cabe à administração decidir se rescinde ou não o contrato.

ATENÇÃO:

Na nova lei, constatada irregularidade, a medida imediata a ser tomada não é a automática
anulação do contrato.
Primeiro, é necessário verificar a possibilidade de saneamento e se a invalidação é medida de
interesse público, uma vez que, mesmo irregular, o contrato poderá ser continuado se sua
anulação e consequente paralização da prestação do serviço não forem medidas de interesse
público, considerando, por exemplo, os riscos sociais, ambientais e a segurança da população local

 É possível contrato verbal?

É NULO e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração, salvo o de pequenas compras ou o
de prestação de serviços de pronto pagamento, assim entendidos aqueles de valor não superior a R$
10.000,00 (dez mil reais)

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ATOS ADMINISTRATIVOS

EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

REVOGAÇÃO ANULAÇÃO
Invalidação do ato administrativo por razões de Extinção do ato administrativo que viola a lei
conveniência ou oportunidade da vigente ao tempo de sua prática ou então
Administração. quando há vícios nos elementos de formação
dos atos.

Possui efeitos ex nunc


A anulação produz efeitos ex tunc

Apenas a administração pode revogar.


Qualquer ato pode ser anulado e deve ser
assegurado contraditório e ampla defesa quando
Podem ser revogados os atos discricionários, puder interferir na esfera de direitos de
legais (se for ilegal será anulado) e que gere particulares
efeitos (atos exauridos não podem ser
revogados)
Qual o prazo? Em regra, 5 anos (contados da
data em que o ato foi praticado). Exceção:
comprovada má fé e afronta direta à CF

É inconstitucional lei estadual que estabeleça prazo decadencial de 10 (dez) anos para anulação de atos
administrativos reputados inválidos pela Administração Pública estadual. (STF INFO 1012)

Vale a pena “gastar” um tempinho para entender a razão dessa decisão...

O prazo de 5 anos, previsto na Lei nº 9.784/99 consolidou-se como marco temporal geral nas
relações entre o Poder Público e particulares. Como exemplos, podemos citar o art. 1º do Decreto
nº 20.910/1932 e o art. 173 do CTN.
A maioria dos Estados-membros aplica o prazo quinquenal para anulação de atos administrativos,
seja por previsão em lei própria ou por aplicação analógica do art. 54 da Lei nº 9.784/99.
Logo, “não há fundamento constitucional que justifique a situação excepcional do Estado de São
Paulo, justamente o mais rico e certamente um dos mais eficientes da Federação, impondo-se o
tratamento igualitário nas relações Estado-cidadão”.
Somente são admitidas exceções ao princípio da isonomia quando houver fundamento razoável
baseado na necessidade de remediar um desequilíbrio específico entre as partes.
Fonte: obviamente, buscador do Dizer o Direito 

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Súmula 473-STF: A administração pode anular os seus próprios atos, quando eivados de vícios que os
tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

CASSAÇÃO
 É espécie do gênero anulação e consiste em invalidar um ato que nasceu regular, mas se tornou
irregular no momento de sua execução.

CADUCIDADE CONTRAPOSIÇÃO
O ato administrativo é invalidado em a extinção do ato administrativo decorre
face de uma norma jurídica posterior da edição de novo ato que produz efeito
que traz como consequência expressa ou contraposto.
tácita a impossibilidade de manutenção
do ato até então válido.

SANATÓRIA

Convalidação:
 Objetiva confirmar o ato originário, no todo ou em parte, com efeitos retroativos.
 Pode recair sobre atos já exauridos (porque tem efeitos retroativos)
 Só cabe em atos anuláveis, com defeitos sanáveis. Como vícios na forma, na competência (quando
não for exclusiva) e no objeto, quando plúrimo

Confirmação:
 o ato é mantido no ordenamento jurídico pela administração por razões de segurança jurídica.
Confirma-se o ato sem expurgar o vício.

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IMPROBIDADE

 As condutas de improbidade devem ser necessariamente dolosas. Não existe mais improbidade
culposa.
 Considera-se DOLO a vontade livre e consciente de alcançar o resultado ilícito tipificado, NÃO
BASTANDO a voluntariedade do agente.
 O fato de alguém ser sócio ou diretor de uma pessoa jurídica que está sendo processada por
improbidade não conduz a sua responsabilização, que depende da comprovação de participação e
benefícios diretos.

ATENÇÃO:

Modalidade de improbidade que causa lesão ao erário: quando a inobservância da lei ou


regulamento não implicar perda patrimonial, NÃO ocorrerá imposição de ressarcimento.

Modalidade de improbidade que atenta contra os princípios: exige lesividade RELEVANTE para o
bem jurídico tutelado, mas independem do reconhecimento de lesão ao erário ou enriquecimento
ilícito.

ENRIQUECIMENTO ILÍCITO LESÃO AO ERÁRIO VIOLAÇÃO PRINCÍPIOS


-Perda da função pública -Perda da função pública -Pagamento multa civil até 24X
o valor da remuneração do
-Multa civil equivalente ao -Multa civil equivalente ao
agente
valor do acréscimo patrimonial valor do dano
-Proibição de contratar com o
-Suspensão dos direitos -Suspensão direitos políticos
poder público e etc: não
políticos por até 14 anos até 12 anos
superior a 4 anos
-Proibição de contratar com o -Proibição de contratar com o
poder público e etc: não poder público e etc: não
superior a 14 anos superior a 12 anos

NÃO se aplica na hipótese de violação a princípios


Atinge apenas o vínculo de mesma qualidade e natureza que o agente
público ou político detinha com o poder público na época do
PERDA DA FUNÇÃO
cometimento da infração
PÚBLICA

EXCEÇÃO: em caso de enriquecimento ilícito, o magistrado pode, em


caráter excepcional, estendê-la aos demais vínculos, consideradas as
circunstâncias do caso e a gravidade da infração.

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 As sanções de suspensão de direitos políticos e de proibição de contratar ou de receber incentivos
fiscais ou creditícios do poder público observarão o LIMITE MÁXIMO DE 20 (VINTE) ANOS.

 Em caráter EXCEPCIONAL e por motivos relevantes devidamente justificados, a sanção de


PROIBIÇÃO DE CONTRATAÇÃO COM O PODER PÚBLICO pode extrapolar o ente público lesado pelo
ato de improbidade

 MULTA pode ser aumentada até o DOBRO

 Se ocorrer lesão ao patrimônio público, a reparação do dano a que se refere esta Lei deverá
DEDUZIR o ressarcimento ocorrido nas instâncias criminal, civil e administrativa que tiver por objeto
os mesmos fatos.

 No caso de atos de menor ofensa aos bens jurídicos tutelados por esta Lei, a sanção LIMITAR-SE-Á
à aplicação de MULTA, sem prejuízo do ressarcimento do dano e da perda dos valores obtidos,
quando for o caso, nos termos do caput deste artigo.

 Denúncias anônimas NÃO são admitidas

Representar à autoridade administrativa Propor ação de improbidade


Qualquer pessoa MP

ATENÇÃO: DISPOSIÇÃO DECLARADA INCONSTITUCIONAL PELO STF.


Antes da alteração da lei, as pessoas jurídicas interessadas também eram legitimadas a propor ação de
improbidade e o acordo de não persecução cível. A alteração legislativa restringiu ao MP, entretanto, em
agosto de 2022, o STF declarou inconstitucional essa disposição.

INDISPONIBILIDADE DE BENS

 Pode ter caráter incidental ou antecedente


 Não depende da representação ao MP
 Depende da demonstração de perigo de dano irreparável ou de risco ao resultado útil do processo
 Oitiva prévia do réu em 5 dias antes de decidir, salvo se houver urgência ou perigo de inefetividade
 Se houver + de 1 réu, a indisponibilidade não pode superar o valor indicado na inicial
 Valor da indisponibilidade: estimativa do dano

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 A indisponibilidade recai apenas sobre bens que assegurem exclusivamente o integral
ressarcimento de dano ao erário. Não incide sobre os valores a serem eventualmente aplicados a
título de multa civil ou sobre acréscimo patrimonial decorrente de atividade lícita.
 A ordem de indisponibilidade de bens deverá PRIORIZAR veículos de via terrestre, bens imóveis,
bens móveis em geral, semoventes, navios e aeronaves, ações e quotas de sociedades simples e
empresárias, pedras e metais preciosos e, apenas na inexistência desses, o bloqueio de contas
bancárias
 É VEDADA a decretação de indisponibilidade da quantia de até 40 (quarenta) salários mínimos
depositados em caderneta de poupança, em outras aplicações financeiras ou em conta-corrente.
 É VEDADA a decretação de indisponibilidade do bem de família do réu, SALVO se comprovado que
o imóvel seja fruto de vantagem patrimonial indevida
 Onde será proposta a ação? No foro do local onde ocorrer o dano ou da PJ prejudicada. A
propositura da ação irá prevenir o juízo
 Pode recair sobre bens de terceiros? Apenas quando comprovado a efetiva concorrência para os
atos de improbidade
 Pode recair sobre pessoa jurídica? Apenas de houver instauração de incidente de desconsideração
de personalidade

ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO CÍVEL

 A alteração legislativa excluiu dos legitimados à propositura a pessoa jurídica lesada, entretanto,
essa disposição foi declarada inconstitucional pelo STF
 Para a celebração do acordo é necessário o ressarcimento do dano e a reversão à pessoa jurídica
lesada da vantagem indevida obtida, ainda que oriunda de agentes privados.
 Momento: pode ser celebrado a todo momento, inclusive na fase recursal
 Para fins de apuração do valor do dano a ser ressarcido, deverá ser realizada a oitiva do Tribunal de
Contas competente, que se manifestará, com indicação dos parâmetros utilizados, no prazo de 90
(noventa) dias.

As sanções prescrevem em 8 (oito) anos, contados a partir da ocorrência do


8 ANOS fato ou, no caso de infrações permanentes, do dia em que cessou a
permanência.
A instauração de inquérito civil ou de processo administrativo para apuração
180 DIAS dos ilícitos referidos nesta Lei SUSPENDE o curso do prazo prescricional por, no
máximo, 180 (cento e oitenta) dias corridos,
inquérito civil para apuração do ato de improbidade será concluído no prazo de
365 DIAS (+365) 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias corridos, prorrogável uma única vez por
igual período
a ação deverá ser proposta no prazo de 30 (trinta) dias, se não for caso de
30 DIAS
arquivamento do inquérito civil.

17
INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO:

 Ajuizamento da ação de improbidade administrativa;


 Publicação da sentença condenatória;
 Publicação de decisão ou acórdão de Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional Federal que confirma
sentença condenatória ou que reforma sentença de improcedência;
 Publicação de decisão ou acórdão do Superior Tribunal de Justiça que confirma acórdão
condenatório ou que reforma acórdão de improcedência;
 Publicação de decisão ou acórdão do Supremo Tribunal Federal que confirma acórdão condenatório
ou que reforma acórdão de improcedência.

OBS.: Interrompida a prescrição, o prazo recomeça a correr do dia da interrupção, pela metade do prazo
previsto no caput deste artigo.

Competência para julgar ação de improbidade proposta por Município contra ex-prefeito que não prestou
contas de convênio federal. Nas ações de ressarcimento ao erário e improbidade administrativa ajuizadas
em face de eventuais irregularidades praticadas na utilização ou prestação de contas de valores
decorrentes de convênio federal, o simples fato de as verbas estarem sujeitas à prestação de contas
perante o Tribunal de Contas da União, por si só, não justifica a competência da Justiça Federal. (STJ INFO
724)

ATENÇÃO: NÃO CONFUNDA!

As Súmulas 208 e 209 do STJ provêm da 3ª Seção do STJ e versam hipóteses de fixação da
competência em matéria penal.

Súmula 208-STJ: Compete à Justiça Federal processar e julgar prefeito municipal por desvio de
verba sujeita a prestação de contas perante órgão federal

Súmula 209-STJ: Compete à justiça estadual processar e julgar prefeito por desvio de verba
transferida e incorporada ao patrimônio municipal.

Nas ações de improbidade administrativa, a competência cível da Justiça Federal é definida em


razão da presença das pessoas jurídicas de direito público na relação processual e não em razão da
natureza da verba em discussão, afasta-se, assim, a incidência das Súmulas n. 208 e 209 do
Superior Tribunal de Justiça, por versarem sobre a fixação de competência em matéria penal.

Inconstitucionalidade da restrição da legitimidade para ajuizamento da ação e para a realização de acordo.


Desse modo, fica restabelecida a existência de legitimidade ativa concorrente e disjuntiva entre o

18
Ministério Público e as pessoas jurídicas interessadas para a propositura da ação por ato de improbidade
administrativa e para a celebração de acordos de não persecução civil. (INFO 1066 STF)

Não deve existir obrigatoriedade de defesa judicial do agente público que cometeu ato de improbidade por
parte da Advocacia Pública, pois a sua predestinação constitucional, enquanto função essencial à Justiça,
identifica-se com a representação judicial e extrajudicial dos entes públicos. Contudo, permite-se essa
atuação em caráter extraordinário e desde que norma local assim disponha. (INFO 1066 STF)

A norma benéfica da Lei 14.230/2021 — revogação da modalidade culposa do ato de improbidade


administrativa —, é IRRETROATIVA, em virtude do artigo 5º, inciso XXXVI, da Constituição Federal, não
tendo incidência em relação à eficácia da coisa julgada; nem tampouco durante o processo de execução
das penas e seus incidentes; (INFO 1065 STF)

A nova Lei 14.230/2021 aplica-se aos atos de improbidade administrativa culposos praticados na vigência
do texto anterior da lei, porém sem condenação transitada em julgado, em virtude da revogação expressa
do texto anterior; devendo o juízo competente analisar eventual dolo por parte do agente; (INFO 1065 STF)

O novo regime prescricional previsto na Lei 14.230/2021 é IRRETROATIVO, aplicando-se os novos marcos
temporais a partir da publicação da lei. (INFO 1065 STF)

A contratação de servidores públicos temporários sem concurso público, mas baseada em legislação local,
não configura a improbidade administrativa prevista no art. 11 da Lei nº 8.429/92, por estar ausente o
elemento subjetivo (dolo), necessário para a configuração do ato de improbidade violador dos princípios da
administração pública. (STJ INFO 736)

É viável o prosseguimento de ação de improbidade administrativa exclusivamente contra particular quando


há pretensão de responsabilizar agentes públicos pelos mesmos fatos em outra demanda conexa (INFO
714 STJ)

Mesmo que o juiz reconheça a prescrição das penas pela prática do ato de improbidade, a ação poderá
continuar para analisar o pedido de ressarcimento ao erário, não sendo necessária uma ação autônoma
apenas para discutir isso (INFO 710 STJ)

19
JURIS EM TESES STJ

A aplicação da pena de demissão por improbidade administrativa não é exclusividade do Judiciário, sendo
passível a sua incidência no âmbito do processo administrativo disciplinar.

Compete à autoridade administrativa aplicar a servidor público a pena de demissão em razão da prática de
improbidade administrativa, independentemente de prévia condenação, por autoridade judicial, à perda
da função pública.

Nas ações de improbidade administrativa, é indevido o ressarcimento ao erário de valores gastos com
contratações, ainda que ilegais, quando efetivamente houve contraprestação dos serviços, sob pena
de enriquecimento ilícito da Administração.

Caracterizada a improbidade administrativa por dano ao erário, a devolução dos valores é imperiosa e deve
vir acompanhada de pelo menos uma das sanções legais que visam a reprimir a conduta ímproba,
pois o ressarcimento não constitui penalidade propriamente dita, mas sim consequência imediata e
necessária do prejuízo causado.

Na hipótese de solidariedade entre os corréus na ação de improbidade administrativa, o bloqueio do valor


total determinado pelo juiz para assegurar o ressarcimento ao erário poderá recair sobre o patrimônio de
qualquer um deles, vedado o bloqueio do débito total em relação a cada um dos coobrigados, tendo em
vista a proibição do excesso na cautela.

O agente político eleito tem legitimidade ativa para ajuizar pedido de suspensão com o objetivo de sustar
efeitos de decisão que o afastou cautelarmente do cargo para apuração de atos de improbidade
administrativa.

20
BENS PÚBLICOS

 Inalienabilidade relativa: os que se encontram destinados a uma finalidade pública específica não
podem ser alienados. Os bens públicos dominicais podem ser objeto de alienação
 Impenhorabilidade
 Imprescritibilidade: são insuscetíveis de aquisição mediante usucapião
 Não onerabilidade não podem ser como garantia em favor de terceiro.

CONCESSÃO DE USO DE BEM PERMISSÃO DE USO DE BEM AUTORIZAÇÃO DE USO DE BEM


PÚBLICO PÚBLICO PÚBLICO
-Contrato -Ato administrativo unilateral e -Ato administrativo unilateral e
-Concede ao particular o uso do precário precário
bem a título não precário -Devem ser atendidos o -Interesse atendido é o do
-Interesse público interesse público e o interesse particular
-Em regra, precedido de privado do particular
licitação

INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE PRIVADA

LIMITAÇÃO ADMINISTRATIVA
 Intervenções impostas por atos normativos de caráter geral, os quais impõe obrigações positivas
ou negativas para proprietários indeterminado.
 Pode incidir sobre móveis, imóveis, serviços, atividades.
 Em regra, não gera direito à indenização

Se, quando o proprietário adquiriu o imóvel, já havia a restrição administrativa ele não poderá pedir
indenização, salvo se se tratar de negócio jurídico gratuito ou se for vulnerável econômico (INFO 493 STJ)

Imóvel do particular foi incluído em unidade de conservação. Houve, no caso, uma limitação
administrativa. Ele ajuizou ação de desapropriação indireta pedindo indenização. Mesmo não tendo havido
desapropriação indireta, mas sim mera limitação administrativa, o juiz deverá conhecer da ação e julgar
seu mérito. Devem ser observados os princípios da instrumentalidade das formas e da primazia da solução
integral do mérito. (INFO 662 STJ)

21
SERVIDÃO ADMINISTRATIVA
 Autoriza o poder público a utilizar propriedade privada para a execução de serviços públicos.
Só incide sobre imóveis
 É um direito real sobre coisa alheia – haverá o serviente (bem privado) e o dominante
(administração pública)
 Na servidão, a administração pública não toma a propriedade, apenas a utiliza em conjunto com o
particular, independentemente de autorização deste

REQUISIÇÃO ADMINISTRATIVA
 Existira em caso de perigo público iminente.
 Incide sobre bens móveis, imóveis, serviços, etc.
 A indenização será posterior e se houver dano
 Não pode recair sobre bens públicos de outro ente federativo em uma situação de normalidade
institucional (é possível em caso de estado de defesa ou estado de sítio)

OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA
 Forma de intervenção pela qual o Poder Público usa transitoriamente imóveis privados, como meio
de apoio à execução de obras e serviços públicos.

TOMBAMENTO
 proteger o patrimônio histórico e cultural. É instituído por processo administrativo. É uma restrição
parcial da propriedade, o poder publico condiciona o uso. Pode recair sobre bens móveis e imóveis,
mas não pode recair sobre bens incorpóreos
 Obs.: bem público pode ser tombado e não existe necessidade de respeito a hierarquia federativa.
Ex.: município pode tombar bem do Estado
 *Tombamento gera indenização? Apenas se trouxer encargos ao proprietário
 *Tombamento não pode impedir o uso da propriedade pelo particular

DESAPROPRIAÇÃO
 Intervenção supressiva (única forma de intervenção do Estado na propriedade que gera a perda da
propriedade).
 É sempre indenizável.
 A hierarquia federativa deve ser observada. O Município não pode desapropriar um bem da União,
por exemplo.
 Não se confunde com confisco (confisco se fundamenta na pratica de uma atividade criminosa pelo
proprietário e não há indenização)
 Bem público não pode ser usucapido, mas pode sofrer desapropriação, devendo ser respeitada a
hierarquia federativa

22
 É possível a desistência da desapropriação pela Administração Pública, a qualquer tempo, mesmo
após o trânsito em julgado, desde que ainda não tenha havido o pagamento integral do preço e o
imóvel possa ser devolvido sem alteração substancial que impeça que seja utilizado como antes.
 Desapropriação indireta é o apossamento de bem de particular pelo poder público sem a correta
observância dos requisitos da declaração e indenização prévia.

O que a pessoa pode fazer caso tenha sofrido uma desapropriação indireta?

• Se o bem expropriado ainda não está sendo utilizado em nenhuma finalidade pública: pode ser
proposta uma ação possessória com o objetivo de que a pessoa mantenha ou retome a posse do
bem.
• Se o bem expropriado já está afetado a uma finalidade pública: considera-se que houve fato
consumado e somente restará ao particular ajuizar uma “ação de desapropriação indireta” a fim
de ser indenizado.

Fonte: Dizer o Direito

 As concessionárias podem promover desapropriação mediante autorização expressa de lei ou


contrato.
 É INTERDITADO ao Poder Judiciário decidir sobre a ocorrência, ou não, da UTILIDADE PÚBLICA na
desapropriação, o que não impede, porém, a revisão judicial quanto à competência, forma e
regularidade processual do ato de DECLARAÇÃO.
 No caso de desapropriação por interesse social É POSSÍVEL a transferência do bem desapropriado
para terceiro.
 O prazo prescricional, no caso de ação de desapropriação indireta, é, em regra, de 10 anos;
excepcionalmente, será de 15 anos caso de comprove que não foram feitas obras ou serviços
públicos no local.
 Retrocessão: é o direito que tem o expropriado de exigir de volta o seu imóvel caso o mesmo não
tenha o destino para que se desapropriou.

Há violação aos limites das matérias que podem ser discutidas em ação de desapropriação direta quando
se admite o debate - e até mesmo indenização - de área diferente da verdadeiramente expropriada, ainda
que vizinha (STJ INFO 738)

Na ação de desapropriação por utilidade pública, a citação do proprietário do imóvel desapropriado


dispensa a do respectivo cônjuge. (INFO 574 STJ)

Súmula 69-STJ: Na desapropriação direta, os juros compensatórios são devidos desde a antecipada imissão
na posse e, na desapropriação indireta, a partir da efetiva ocupação do imóvel.

23
SERVIÇOS PÚBLICOS

Serviços uti singuli Serviços uti universiti


Possível individualizar a cobrança e são Não é possível individualizar a cobrança, como a
remunerados por taxa ou tarifa iluminação pública. São remunerados por
impostos

Concessão Permissão

delegação, feita elo poder concedente, delegação, a título precário, mediante licitação,
mediante licitação, na modalidade concorrência da prestação de serviços públicos, feita pelo
ou diálogo competitivo, a pessoa jurídica ou poder concedente à pessoa física ou jurídica
consórcio de empresas que demonstre que demonstre capacidade para seu
capacidade para seu desempenho, por sua conta desempenho, por sua conta e risco.
e risco e por prazo determinado

Em regra, serviço público não pode ser interrompido. Quais são as exceções?

SEM aviso prévio COM aviso prévio


Emergência Razoes de ordem técnica
Segurança das instalações
Inadimplemento do usuário

Obs: não poderá ter início em sexta, sábado,


domingo, feriado ou dia anterior a feriado

O corte do fornecimento de serviços públicos não pode ocorrer:


 Quando a inadimplência é de débitos pretéritos do usuário (deve ser relativa ao mês de consumo)
 Quando os débitos são do usuário anterior do imóvel (natureza pessoal da dívida)
 Quando decorrer de apuração unilateral pela concessionária (exige prévio contraditório e ampla
defesa)
 Sobre pessoa jurídica de direito público que estiver prestando serviço indispensável à população

É legítimo o corte no fornecimento de serviços públicos essenciais quando inadimplente pessoa


jurídica de direito público, desde que precedido de notificação e a interrupção não atinja as
unidades prestadoras de serviços indispensáveis à população. (JURIS EM TESES STJ)

24
 Sobre outro imóvel do usuário (só pode recair sobre o imóvel que originou o débito)

Na hipótese de débito estrito de recuperação de consumo efetivo por fraude no aparelho medidor
atribuída ao consumidor, desde que apurado em observância aos princípios do contraditório e da
ampla defesa, é possível o corte administrativo do fornecimento do serviço de energia elétrica,
mediante prévio aviso ao consumidor, pelo inadimplemento do consumo recuperado
correspondente ao período de 90 (noventa) dias anterior à constatação da fraude, contanto que
executado o corte em até 90 (noventa) dias após o vencimento do débito, sem prejuízo do direito
de a concessionária utilizar os meios judiciais ordinários de cobrança da dívida, inclusive
antecedente aos mencionados 90 (noventa) dias de retroação.
STJ. 1ª Seção. REsp 1.412.433-RS, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 25/04/2018 (recurso
repetitivo) (Info 634).

ATENÇÃO: quantas datas opcionais do vencimento do débito devem ser oferecidas pelas concessionárias?
6

É possível cobrar um valor da concessionária de serviço público pelo fato de ela estar utilizando
faixas de domínio de uma rodovia?

Se essa cobrança é feita diretamente pelo ente público: NÃO.


Se essa cobrança é feita por outra concessionária de serviço público: SIM, desde que haja previsão
no edital e no contrato de concessão.

O poder concedente poderá intervir na concessão:


 Ocorrerá por decreto do poder concedente
 Declarada a intervenção, 30 dias para instaurar o procedimento administrativo
 Procedimento administrativo deverá ser concluído em até 180 dias
 Não se exige contraditório prévio à decretação de intervenção em contrato de concessão
com concessionária de serviço público. (STJ INFO 727)

Formas de extinção das concessões:


 Encampação: interesse público, com indenização prévia e autorização legislativa
 Caducidade: inadimplência da concessionária, indenização posterior e sem autorização legislativa
 Rescisão: iniciativa da concessionária, após decisão judicial
 Anulação: decretada pelo poder concedente ou pelo judiciário, por ilegalidade ou ilegitimidade

25
PPP (PARCERIA PÚBLICO – PRIVADA)

CONCESSÃO PATROCINADA CONCESSÃO ADMINISTRATIVA


adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários, Administração Pública é a usuária direta ou
contraprestação pecuniária do parceiro público indireta, ainda que envolva execução de obra ou
ao parceiro privado. fornecimento e instalação de bens.

 Não pode PPP de valor inferior a 10 milhões


 O período de prestação de serviço não pode ser inferior a 5 anos e nem superior a 35 anos,
incluindo eventuais prorrogações;
 Há repartição de risco entre as partes, inclusive caso fortuito, força maior, fato do príncipe e alea
econômica extraordinária
 Concessões patrocinadas em que mais de 70% (setenta por cento) da remuneração do parceiro
privado for paga pela Administração Pública dependerão de autorização legislativa específica.
 Antes da celebração do contrato, DEVERÁ ser constituída SOCIEDADE DE PROPÓSITO ESPECÍFICO,
incumbida de implantar e gerir o objeto da parceria.

RESPONSABILIDADE CIVIL

 Em regra, a responsabilidade civil do Estado é objetiva e decorre da teoria do risco administrativo


 De acordo com a teoria do risco administrativo, é necessário que estejam presentes 3 elementos:
conduta, dano e nexo causal. Não precisa comprovar dolo e culpa
 É possível a exclusão da responsabilidade? Sim. Por caso fortuito, força maior ou culpa exclusiva da
vítima
 O particular que sofreu um dano ajuizará a demanda em face do Estado, não podendo demandar o
agente público diretamente
 O Estado poderá demandar o agente público em ação regressiva caso tenha havido dolo ou culpa
por parte dele (teoria da dupla garantia)

E as condutas omissivas?
 Há certa controvérsia
 A doutrina entende pela adoção da teoria subjetiva: seria necessário comprovar a omissão (que o
serviço não foi prestado, que foi prestado de forma insuficiente ou então de forma tardia)
 O STF e STJ possuem precedentes no sentido da adoção da teoria objetiva

26
O hospital que deixa de fornecer o mínimo serviço de segurança, contribuindo de forma determinante e
específica para homicídio praticado em suas dependências, responde objetivamente pela conduta omissiva
(STJ INFO 740)

Reconhecida a responsabilidade estatal por acidente com evento morte em rodovia, é devida a indenização
por danos materiais aos filhos menores e ao cônjuge do de cujus (INFO 733)

Em regra, o Estado responde de forma objetiva pelos danos causados a profissional de imprensa ferido, por
policiais, durante cobertura jornalística de manifestação pública (INFO 1021 STF)

Súmula 647-STJ: São imprescritíveis as ações indenizatórias por danos morais e materiais decorrentes de
atos de perseguição política com violação de direitos fundamentais ocorridos durante o regime militar.

Em regra, o Estado não tem responsabilidade civil por atos praticados por presos foragidos; exceção:
quando demonstrado nexo causal direto (INFO 993 STF)

Aplica-se igualmente ao estado o que previsto no art. 927, parágrafo único, do Código Civil, relativo à
responsabilidade civil objetiva por atividade naturalmente perigosa, irrelevante o fato de a conduta ser
comissiva ou omissiva. (INFO 674 STJ)

Para que o Município seja responsável por acidente em loja de fogos de artifício, é necessário comprovar
que ele violou dever jurídico específico de agir (concedeu licença sem as cautelas legais ou tinha
conhecimento de irregularidades que estavam sendo praticadas pelo particular) (INFO 969 STF)

27
NEOCONSTITUCIONALISMO

MARCOS CARACTERÍSTICAS
 Marco histórico: a formação do Estado  Constituição como centro do ordenamento
Constitucional de Direito, cuja jurídico
consolidação se deu ao longo das décadas
finais do século XX;  Força normativa da constituição

 Marco filosófico: o pós-positivismo, com a  Concretização de direitos fundamentais


centralidade dos direitos fundamentais e a
reaproximação entre o direito e a ética;  Judicialização da política e das relações
sociais
 Marco teórico: o conjunto de mudanças
que incluem a forma normativa à  Reaproximação entre direito e ética, moral
Constituição, a expansão da jurisdição e filosofia.
constitucional e o desenvolvimento de
uma nova dogmática da interpretação  Supremacia formal e material das
constitucional. constituições

SENTIDOS DE CONSTITUIÇÃO

SOCIOLÓGICO POLÍTICO JURÍDICO


Ferdinand Lassalle Carl Schmitt Hans Kelsen

Uma Constituição só seria Dicotomia entre leis Norma superior, que


legítima se representasse o constitucionais (estão fundamenta e dá validade
efetivo poder social. Caso isso formalmente na Constituição,
não ocorresse, ela seria mas não tratam da decisão Sentido lógico jurídico: norma
ilegítima, caracterizando-se política fundamental) e fundamental hipotética. Não é
como uma simples “folha de Constituição (decisão política posta, mas pressuposta.
papel” fundamental: direitos
individuais, vida democrática, Sentido jurídico positivo: norma
Constituição é a somatória dos organização do Estado, etc) positiva suprema,
fatores reais de poder que que fundamenta e dá validade a
regem uma sociedade. A Constituição é produto de todo o ordenamento jurídico,
certa decisão política do titular somente podendo ser alterada
do poder constituinte. se obedecidos ritos específicos.

28
CLASSIFICAÇÃO DA CFRB/88

Promulgada
ORIGEM
Participação do povo (direta ou indiretamente)
Analítica (prolixa)
EXTENSÃO Não cuida apenas dos temas indispensáveis ao Estado e ao povo. Possui inúmeras
normas de conteúdo que não necessariamente precisariam estar ali.
Formal
Todas as normas inseridas no texto da Constituição, (independentemente de
versarem ou não sobre temas tidos por constitucionais)
APROFUNDANDO...

 O sentido formal de uma Constituição só é possível se ela for ESCRITA


 No sentido formal, como só podem ser consideradas constitucionais as
normas integradas ao texto da Constituição, todas as demais normas,
CONTEÚDO
independentemente do conteúdo delas, serão consideradas
infraconstitucionais, isto é, inferiores à Constituição; independentemente da
matéria dessas normas infraconstitucionais, elas serão INFERIORES à
Constituição, devendo obedecê-la.
 Qualquer norma infraconstitucional que contrarie a Constituição será
inconstitucional
 Não há hierarquia entre normas constitucionais: todas possuem a mesma
dignidade normativa, independentemente do conteúdo
Dogmática (ortodoxa)
MODO Documento necessariamente escrito, elaborado em uma ocasião certa,
historicamente determinada, por um órgão competente para tanto.
IDEOLOGIA Eclética
Rígida
ALTERABILIDADE Alteração possível, mas exige um processo legislativo mais complexo e solene do que
aquele previsto para a elaboração das demais espécies normativas
Dirigente
Presença de programas e projetos voltados à concretização de certos ideais políticos.
Seu texto é permeado de normas de eficácia programática, que devem ser diretrizes
na elaboração de políticas públicas. Se preocupa com direitos fundamentais de
segunda dimensão, direitos prestacionais (CF de 1988)

FINALIDADE APROFUNDANDO...
Em contraponto a este modelo de constituição dirigente, existe a constituição
garantia:
 Garantia: se preocupa em restringir o poder estatal, garantindo a não ingerência
do poder público na vida dos indivíduos. Valores de liberdades negativas. É um
documento que se preocupa em garantir os direitos já conquistados em face de
uma possível interferência do Estado

29
JÁ CAIU - AOCP
Karl Loewenstein distinguiu as Constituições normativas, nominalistas e semânticas. Trata-se
do critério ONTOLÓGICO, que busca identificar a correspondência entre a realidade política
do Estado e o texto constitucional.

NORMATIVA NOMINATIVA SEMÂNTICA:

A constituição está em sintonia A constituição não está em A constituição nunca pretendeu


com a realidade (normas sintonia, mas almeja. Não é estar em sintonia, quer apenas
lealmente observadas). aplicada efetivamente. uma situação estável
(conservação da estrutura).

PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL

Não há hierarquia entre as normas da CF. A CF deve ser interpretada em


UNIDADE DA CONSTITUIÇÃO sua globalidade, afastando aparentes antonímias. Não é possível declarar
inconstitucional uma norma do poder constituinte originário.

Deve dar-se primazia aos critérios ou pontos de vista que favoreçam a


EFEITO INTEGRADOR
integração política e social e o reforço da unidade política.

MÁXIMA EFETIVIDADE Interpretação que confira maior efetividade social

O intérprete não pode subverter o esquema organizatório estabelecido


JUSTEZA OU CONFORMIDADE
pela CF

CONCORDÂNCIA Interpretação que harmonize os bens jurídicos em conflito e evite


PRÁTICA/HARMONIZAÇÃO sacrifícios

Na interpretação constitucional, deve-se dar preferência às soluções


FORÇA NORMATIVA que possibilitem a atualização de suas normas, garantindo-lhes eficácia e
permanência.

Diante de normas plurissignificativas ou polissêmicas (que possuem mais


INTERPRETAÇÃO CONFORME de uma interpretação), deve-se preferir a Exegese que mais se aproxime
A CONSTITUIÇÃO da Constituição e, portanto, que não seja contrária ao texto
constitucional.

30
PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO AO RETROCESSO: o princípio da vedação ao retrocesso: impede que a
revogação de uma lei implique a perda de um direito consagrado. Assim, a lei revogadora deve ser
acompanhada de uma nova regulamentação da matéria, que não implique abolição do direito, sob pena
de ser inconstitucional.

“A eficácia vedativa do retrocesso propõe se possa exigir do Judiciário é a invalidade da revogação dos
enunciados que, regulamentando o comando constitucional, ensejaram a aplicação e a fruição dos
direitos fundamentais ou ainda os ampliaram, toda vez que tal revogação não seja acompanhada de
uma política substitutiva. Isto é: a invalidade, por inconstitucionalidade, ocorrerá quando se revogam as
disposições infraconstitucionais descritas deixando um vazio em seu lugar.” (Ana Paula Barcellos)

DESCONSTITUCIONALIZAÇÃO RECEPÇÃO

Normas da Constituição anterior são recepcionadas Norma infraconstitucional (pré constitucional),


com o status de norma infraconstitucional pela que não contrariar a nova ordem, será
nova ordem. recepcionada, podendo, inclusive, adquirir uma
outra “roupagem”

Não há previsão no direito Brasileiro. Entretanto, Requisitos: estar em vigor no momento do


essa possíbilidade pode existir se incluída advento da nova CF, ser compatível formal e
expressamente por nova Constituição. materialmente com a antiga CF, ser compatível
materialmente com a nova CF

PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO PODER CONSTITUINTE DERIVADO

 Inicial São poderes de direito que encontram seu


 Ilimitado fundamento na Constituição, dela retirando a
 Incondicionado existência e validade.
 Autônomo
 Permanente  Derivado ou de segundo grau
 Condicionado
Titular: povo (entretanto, seu primeiro teórico,  Subordinado
colocava como titular a nação) PODER CONSTITUINTE PODER CONSTITUINTE
REFORMADOR DECORRENTE
Tem natureza jurídica? A maioria da doutrina
entende que não, pois sua natureza seria política. Modificar formalmente a Capacidade dada aos
O PCO cria o direito. CF, atualizando o texto Estados para
aos novos ambientes da elaborarem suas
dinâmica social próprias constituições

31
JÁ CAIU - AOCP (assertiva CORRETA): Ainda que exercido de forma ilegítima, o poder constituinte
originário será sempre o criador de uma nova constituição que estabeleça uma nova ordem
constitucional em um Estado.

JÁ CAIU - AOCP (assertiva INCORRETA): O poder constituinte originário é soberano e está acima da
vontade popular.

A ILIMITABILIDADE do poder constituinte originário era discutida entre jusnaturalistas e positivistas.


Mas, modernamente, prepondera uma terceira corrente: o poder constituinte originário é ilimitado
somente em relação à ordem jurídica anterior, mas encontra limites na vontade social que o fez surgir
(limite cultural) e nas normas de direito internacional (limite internacional).

LIMITAÇÕES AO PODER CONSTITUINTE DERIVADO REFORMADOR

MATERIAIS (clausulas pétreas)

Não poderá ser objeto de deliberação proposta de emenda constitucional tendente a abolir a forma
federativa de Estado, o voto direto, secreto, universal e periódico, a separação dos Poderes e os direitos e
as garantias individuais.

CIRCUNSTANCIAIS

A constituição não poderá ser emendada na vigência de estado de sítio, do estado de defesa e da
intervenção federal

FORMAIS
Limitação formal subjetiva Limitação formal objetiva
(vicio em relação ao legitimado). (vício na tramitação).
Quem são eles? Deliberação e votação ocorrerão:

 Presidente da República  Em cada Casa do Congresso

 1/3, no mínimo, dos membros da Câmara ou do  2 turnos


Senado
 Aprovada com 3/5 do votos dos respectivos
 Mais da metade das assembleias legislativas, membros, de ambas as casas
manifestando-se, cada uma delas, pela maioria
relativa de seus membros

32
MANDADO DE SEGURANÇA

Súmula nº 625, STF: “Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de mandado de
segurança.”
Súmula nº 629, STF: “A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor
dos associados independe da autorização destes.”
Súmula nº 630, STF: “A entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança ainda quando a
pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria.”
Súmula nº 376, STJ: “Compete à turma recursal processar e julgar o mandado de segurança contra ato de
juizado especial.”
Súmula nº 429, STF: “A existência de recurso administrativo com efeito suspensivo não impede o uso do
mandado de segurança contra omissão da autoridade.”

HABEAS CORPUS

Súmula nº 648, STJ: “A superveniência da sentença condenatória prejudica o pedido de trancamento da


ação penal por falta de justa causa feito em habeas corpus.”

NÃO CABE HC:


 Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão
do Relator que, em habeas corpus requerido a tribunal superior, indefere a liminar (Súmula nº 691,
STF);

EXCEÇÃO: teratologia, flagrante ilegalidade ou abuso de poder (Info 868, STF)

 Não cabe HC contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em curso por
infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada (Súmula nº 693, STF);
 Não cabe HC quando já extinta a pena privativa de liberdade (Súmula nº 695, STF);
 Não cabe habeas corpus para questionar passaporte vacinal/sanitário (Info 726, STJ);
 Não é cabível habeas corpus para impugnar ato normativo que fixa medidas restritivas para
prevenir a disseminação da covid-19
 Para discussão sobre a correta fixação da competência e se existe conexão entre os crimes (Info
959, STF);
 Em regra, contra decisão transitada em julgado (Info 892, STF);

EXCEÇÃO: ilegalidade flagrante

 Para discutir processo criminal envolvendo o art. 28 da Lei de Drogas (Info, 887, STF);
 Para obter direito à visita íntima (Info 887, STF);
 Para se discutir se houve dolo eventual ou culpa consciente em homicídio praticado na direção de
veículo automotor (Info 819, STF);

33
 Contra decisão judicial que determinou a suspensão de CNH ou do direito de dirigir
 Para se questionar nulidade cujo tema não foi trazido antes do trânsito em julgado da ação
originária e tampouco antes do trânsito em julgado da revisão criminal (Info 837, STF);
 Para excluir qualificadora que não era manifestamente improcedente (Info 711, STF);
 Para discutir tipificação dos fatos (Info 702, STF);
 Para rediscutir dosimetria da pena (HC 110152/MS, STF);
 Para assegurar a preservação da relação de confidencialidade entre cliente e advogado;
 Para requerimento de aditamento da denúncia a fim de incluir outro acusado;
 Contra a perda de direitos políticos;

MANDADO DE INJUNÇÃO

ATENÇÃO: NÃO CABE LIMINAR

CORRENTE NÃO CONCRETISTA CORRENTE CONCRETISTA

O Poder Judiciário, ao julgar procedente o O Poder Judiciário, ao julgar procedente o


mandado de Injunção, deverá apenas comunicar mandado de injunção e reconhecer que existe a
o Poder, órgão, entidade ou autoridade que está omissão do Poder Público, deverá editar a norma
sendo omisso. que está faltando ou determinar que seja
Princípio da separação dos poderes aplicada, ao caso concreto, uma já existente para
Esta é a posição clássica do STF que perdurou até outras situações análogas.
2007

CONCRETISTA DIRETA CONCRETISTA INTERMEDIÁRIA

Judiciário viabiliza o direito do autor e Julgar procedente o MI, mas, antes de


isso deverá ocorrer imediatamente viabilizar o direito, fixa um prazo para
(diretamente), não sendo necessária que o órgão omisso possa elaborar a
nenhuma outra providência. norma. Se não for cumprido, o juiz
viabiliza o direito.

CONCRETISTA INDIVIDUAL CONCRETISTA GERAL

A solução só valerá para o autor do Efeitos erga omnes e valerá para


MI todas as demais pessoas que
estiverem
na mesma situação

*A Lei do MI adota qual? COMO REGRA, a concretista individual intermediária.

34
HABEAS DATA

Exige condicionamento administrativo: recusa das informações pela autoridade administrativa (Súmula nº
2, STJ)

NÃO CABE:
 para que se tenha acesso a autos de processos administrativos (STF)
 para obtenção de certidão pública (STJ)
 para a obtenção de acesso aos critérios utilizados em correção de prova discursiva aplicada em
concursos públicos (STJ)

Jurisprudência

 É constitucional a requisição, sem prévia autorização judicial, de dados bancários e fiscais


considerados imprescindíveis pelo Corregedor Nacional de Justiça para apurar infração de sujeito
determinado, desde que em processo regularmente instaurado mediante decisão fundamentada e
baseada em indícios concretos da prática do ato. (Info 1056)

 O servidor público que seja pai solo – de família em que não há a presença materna – faz jus à
licença maternidade e ao salário maternidade pelo prazo de 180 dias, da mesma forma em que
garantidos à mulher pela legislação de regência (Info 1054).

 Polícia Federal pode recusar pedido de inscrição no curso de vigilante pelo fato de o indivíduo ter
praticado delito que envolve o emprego de violência contra a pessoa ou por ter demonstrado
comportamento agressivo incompatível com as funções do cargo (INFO 734)

 É inconstitucional decisão judicial que, sem considerar as circunstâncias fáticas efetivamente


demonstradas, deixa de sopesar os reais efeitos da pandemia em ambas as partes contratuais, e
determina a concessão de descontos lineares em mensalidades de cursos prestados por instituições
de ensino superior. (INFO 1038)

 Não há vedação para a fixação de piso salarial em múltiplos do salário mínimo, desde que inexistam
reajustes automáticos (INFO 1044)

 O Estado não é obrigado a fornecer medicamento para utilização off label, salvo autorização da
ANVISA. (INFO 717)

 Não viola a Constituição Federal a exclusão dos aprendizes do rol de beneficiados por piso salarial
regional. Caso concreto: Lei do Estado de São Paulo instituiu pisos salariais para os trabalhadores e,
em determinado artigo, afirmou que o piso salarial não se aplica para os contratos de
aprendizagem. Essa previsão é constitucional. (INFO 1035)

 Os órgãos do SISBIN somente podem fornecer informações à ABIN quando comprovado o interesse
público e mediante decisão motivada para controle de legalidade pelo Poder Judiciário (INFO 1033)

35
 Se o hospital particular atender um paciente do SUS por força de decisão judicial ele deverá ser
ressarcido com base não na tabela do SUS nem com base nos valores de mercado; o ressarcimento
ocorrerá com base na tabela da ANS, aplicada por analogia (INFO 1032)

 O princípio da reparação integral do dano, por si só, não justifica a imposição do ônus de publicar o
inteiro teor da sentença condenatória. Não é cabível a condenação de empresa jornalística à
publicação do resultado da demanda quando o ofendido não tenha pleiteado (INFO 706)

 Não existe no Brasil a candidatura nata, ou seja, o direito de o titular do mandato eletivo ser,
obrigatoriamente, escolhido e registrado pelo partido como candidato à reeleição (INFO 1026)

 Estado pode ser obrigado a fornecer medicamento não registrado na ANVISA, se a sua importação
estiver autorizada, ele se mostrar imprescindível ao tratamento e houver incapacidade financeira
do paciente (INFO 1022)

 Os empregados de entidades sindicais podem associar-se entre si para a criação de entidade de


representação sindical própria (INFO 1020)

 É possível condenar judicialmente Estado ou Município a investir na saúde os valores mínimos que
não foram aplicados em anos anteriores (INFO 1017)

 É inconstitucional lei estadual que obriga que as escolas e bibliotecas públicas tenham um exemplar
da Bíblia (INFO 1012)

 É inconstitucional lei estadual que proíba a Administração Pública de contratar empresa que tenha
tido empregado condenado por crime ou contravenção relacionados com a prática de atos
discriminatórios. (INFO 987)

 Cabe reclamação contra decisão judicial que determina retirada de matéria jornalística de blog.
(INFO 983)*

 É inconstitucional lei municipal que proíba a divulgação de material com referência a “ideologia de
gênero” nas escolas municipais. (INFO 980)*

 É inconstitucional norma que proíbe proselitismo em rádios comunitárias. (INFO 902)

 O Estado não pode determinar que os programas somente possam ser exibidos em determinados
horários. Isso seria uma imposição, o que é vedado pelo texto constitucional por configurar
censura. O Poder Público pode apenas recomendar os horários adequados. A classificação dos
programas é indicativa (e não obrigatória) (INFO 837)

 Jornal poderá acessar dados sobre mortes registradas em ocorrências policiais. veículo de imprensa
jornalística possui direito líquido e certo de obter dados públicos sobre óbitos relacionados a
ocorrências policiais. (INFO 682)

36
ALISTAMENTO ELEITORAL

OBRIGATÓRIO FACULTATIVO PROÍBIDO


Maiores de 18 Analfabetos Estrangeiro
Maiores de 70 Conscritos, durante o período
Maiores de 16 e menores de 18 de serviço militar obrigatório

Inalistáveis
SÃO INELEGÍVEIS
Analfabetos

São INELEGÍVEIS, no território de jurisdição do titular:

O cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o SEGUNDO


INELEGIBILIDADE REFLEXA: GRAU ou por adoção

Do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território,


Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro
dos 6 MESES anteriores ao pleito
SALVO se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição

Para concorrerem a OUTROS CARGOS


DESIMCOMPATIBILIZAÇÃO Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito
(só se aplica aos chefes do Federal e os Prefeitos
executivo) Devem RENUNCIAR aos respectivos mandatos ATÉ 6 MESES antes
do pleito

NOVIDADE LEGISLATIVA EM DIREITOS E PARTIDOS POLÍTICOS

§ 12. Serão realizadas concomitantemente às eleições municipais as consultas populares sobre questões
locais aprovadas pelas Câmaras Municipais e encaminhadas à Justiça Eleitoral até 90 (noventa) dias ANTES
da data das eleições, observados os limites operacionais relativos ao número de quesitos.

§ 13. As manifestações favoráveis e contrárias às questões submetidas às consultas populares nos termos
do § 12 ocorrerão durante as campanhas eleitorais, SEM a utilização de propaganda gratuita no rádio e
na televisão

§ 6º Os Deputados Federais, os Deputados Estaduais, os Deputados Distritais e os Vereadores que se


desligarem do partido pelo qual tenham sido eleitos perderão o mandato, SALVO nos casos de anuência do
partido ou de outras hipóteses de justa causa estabelecidas em lei, não computada, em qualquer caso, a
migração de partido para fins de distribuição de recursos do fundo partidário ou de outros fundos públicos
e de acesso gratuito ao rádio e à televisão.

ATENÇÃO: a perda do mandato por infidelidade partidária NÃO se aplica aos cargos MAJORITÁRIOS. Os
cargos mencionados pelo dispositivo acima se submetem ao sistema proporcional.

37
§ 7 Os partidos políticos devem aplicar no MÍNIMO 5% (cinco por cento) dos recursos do fundo partidário
na criação e na manutenção de programas de promoção e difusão da participação política das mulheres,
de acordo com os interesses intrapartidários.

§ 8 O montante do Fundo Especial de Financiamento de Campanha e da parcela do fundo partidário


destinada a campanhas eleitorais, bem como o tempo de propaganda gratuita no rádio e na televisão a ser
distribuído pelos partidos às respectivas candidatas, deverão ser de no MÍNIMO 30% (trinta por cento),
proporcional ao número de candidatas, e a distribuição deverá ser realizada conforme critérios definidos
pelos respectivos órgãos de direção e pelas normas estatutárias, considerados a autonomia e o interesse
partidário.

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO (CPI)

 Poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos
regimentos das respectivas Casas.

 Casa criadora próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das
respectivas Casas.

 Conclusões serão encaminhadas ao MP. A CPI não promove a responsabilização

 As normas que tratam da CPI são de obrigatória observação pelos Estados

 CPI deve terminar dentro da sessão legislativa, entretanto, se não acabar, poderá ser prorrogada
desde que não ultrapasse a legislatura

 A instalação de uma CPI não se submete a um juízo discricionário seja do Presidente da casa
legislativa, seja do plenário da própria casa legislativa

 É inconstitucional norma da Constituição Estadual que preveja a possibilidade de a Assembleia


Legislativa convocar o Presidente do Tribunal de Justiça ou o Procurador-Geral de Justiça para
prestar informações na Casa, afirmando que a sua ausência configura crime de responsabilidade.
Governador não pode ser obrigado a depor em CPI instaurada no Congresso Nacional

CPI PODE CPI NÃO PODE


 Prender em flagrante delito;  Determinar prisão cautelar
 Requisitar informações e documentos;  Determinar interceptação telefônica;
 Ouvir testemunhas e investigados;  Determinar busca e apreensão domiciliar;
 Convocar Ministros de Estado para prestar  Determinar medidas cautelares processuais
informações; de garantia
 Quebrar sigilo fiscal, bancário e de dados;  Quebrar sigilo de justiça;
 Determinar perícias, vistorias e exames;  Impedir ou restringir a assistência jurídica por
 Utilizar documentos sigilosos de inquérito advogado;
policial.  Determinar condução coercitiva de indígena.

38
ARTIGOS + RELEVANTES

PRINCIPAIS ATRIBUIÇÕES DO CONGRESSO COM PRINCIPAIS COMPETÊNCIAS EXCLUSIVAS DO


A SANÇÃO DO PRESIDENTE CONGRESSO NACIONAL

Concessão de anistia Resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou


atos internacionais que acarretem encargos ou
Organização administrativa, judiciária, do Ministério compromissos gravosos ao patrimônio nacional;
Público e da Defensoria Pública da União e dos
Territórios e organização judiciária e do Ministério APROVAR o estado de defesa e a intervenção federal,
Público do Distrito Federal; AUTORIZAR o estado de sítio, ou SUSPENDER
qualquer uma dessas medidas;
Criação, transformação e extinção de cargos,
empregos e funções públicas, observado o que SUSTAR os atos normativos do Poder Executivo que
estabelece o art. 84, VI, b; (se estiver vago o cargo exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de
público pode ser extinto por decreto do Presidente) delegação legislativa
Fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e
Criação e extinção de Ministérios e órgãos da os Senadores
administração pública; Fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente
da República e dos Ministros de Estado
Telecomunicações e radiodifusão; JULGAR ANUALMENTE as contas prestadas pelo
Presidente da República e APRECIAR os relatórios
Fixação do subsídio dos Ministros do Supremo sobre a execução dos planos de governo;
Tribunal Federal
AUTORIZAR, em terras indígenas, a exploração e o
aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e
lavra de riquezas minerais;
Decretar o estado de calamidade pública de âmbito
nacional

PRINCIPAIS COMPETÊNCIAS PRIVATIVAS DA PRINCIPAIS COMPETÊNCIAS PRIVATIVAS DO


CÂMARA: SENADO:

AUTORIZAR, por dois terços de seus membros, a PROCESSAR E JULGAR o Presidente e o Vice-
instauração de processo contra o Presidente e o Vice- Presidente da República nos crimes de
Presidente da República e os Ministros de Estado; responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e
os Comandantes da Marinha, do Exército e da
Aeronáutica nos natureza conexos com aqueles;

PROCESSAR E JULGAR os Ministros do Supremo


Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional
de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério
Público, o Procurador-Geral da República e o
Advogado-Geral da União nos crimes de
responsabilidade;

APROVAR, por maioria absoluta e por voto secreto, a


exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da
República antes do término de seu mandato;

39
CONTAS DO PRESIDENTE
TCU aprecia e elabora parecer prévio, em 60 dias a contar do recebimento
CN julga anualmente
Câmara procede à tomada de contas se não apresentada ao CN em 60 dias após a abertura
da sessão legislativa

Em âmbito estadual: Em âmbito federal:

É permitida apenas uma reeleição (ou Não é possível a recondução dos Presidentes da
recondução) sucessiva ao mesmo cargo da mesa Câmara dos Deputados e do Senado Federal para
diretora de assembleia legislativa estadual, o mesmo cargo na eleição imediatamente
independentemente de os mandatos subsequente, dentro da mesma legislatura. Por
consecutivos se referirem à mesma legislatura. outro lado, é possível a reeleição dos Presidentes
da Câmara dos Deputados e do Senado Federal
(INFO 1030) em caso de nova legislatura.
(INFO 1003)

Teses fixadas pelo STF:

i) a eleição dos membros das mesas das assembleias legislativas estaduais deve observar o limite de uma
única reeleição ou recondução, limite cuja observância independe de os mandatos consecutivos referirem-
se à mesma legislatura;

ii) a vedação à reeleição ou recondução aplica-se somente para o mesmo cargo da mesa diretora, não
impedindo que membro da mesa anterior se mantenha no órgão de direção, desde que em cargo distinto;
e

iii) o limite de uma única reeleição ou recondução, acima veiculado, deve orientar a formação das mesas
das assembleias legislativas que foram eleitas após a publicação do acórdão da ADI 6.524, mantendo-se
inalterados os atos anteriores.

40
IMUNIDADES PARLAMENTARES

PRISÃO EM FLAGRANTE PROCESSO

Desde a expedição do diploma, apenas por crime Não há mais necessidade de prévia licença
inafiançável
O STF recebe a denúncia e comunica à casa
Os autos serão enviados em 24H à casa do respectiva, que decidirá em 45 dias sobre sustar o
parlamentar andamento da ação

Subsistem durante o Estado de Defesa?


Sim
Sim, entretanto, poderão ser suspensas:
-voto 2/3 dos membros
Subsistem durante o Estado de Sítio?
-atos praticados fora do Congresso
-incompatíveis com a execução da medida

Art. 53, par. 2º: Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser
presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de 24H à
Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.
Após a EC 35/2001 não há mais necessidade de prévia licença para abertura de processos contra
parlamentares. O que a Casa respectiva poderá fazer é sustar o andamento da ação, o que suspende a
prescrição enquanto durar o mandato.

§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o
Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela
representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da
ação.

§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo IMPRORROGÁVEL de 45 DIAS do
seu recebimento pela Mesa Diretora.

 Quando inicia o foro por prerrogativa dos Congressistas? Após a DIPLOMAÇÃO (não é após a
posse!)

Quais os requisitos para que o foro por prerrogativa incida?


 Crime deve ser cometido após a diplomação
 Crime deve ter relação com o desempenho das funções

STF AP937: O foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes cometidos durante o exercício
do cargo e relacionados às funções desempenhadas.

 E se o parlamentar federal, detentor do foro, estiver sendo processado no STF (o crime foi cometido
após a diplomação e tem relação com a função) e renunciar o mandato? Ou então o mandato
chegou a fim? Nesse caso, o marco para o fim do foro será o término da instrução.

41
Após o final da instrução processual, com a publicação do despacho de intimação para apresentação de
alegações finais, a competência para processar e julgar ações penais não será mais afetada em razão de o
agente público vir a ocupar outro cargo ou deixar o cargo que ocupava, qualquer que seja o motivo. (INFO
900 STF)

Crime cometido antes da diplomação como Polícia (Civil ou Federal) ou MP.


Deputado ou Senador Não há necessidade de autorização do STF.
Medidas cautelares são deferidas pelo juízo de 1ª
Crime cometido depois da diplomação (durante o instância
exercício do cargo), mas o delito não tem relação
com as funções desempenhadas.

Crime cometido depois da diplomação (durante o Crime cometido depois da diplomação (durante o
exercício do cargo) e o delito está relacionado exercício do cargo) e o delito está relacionado
com as funções desempenhadas. com as funções desempenhadas.

A prorrogação do foro por prerrogativa de função só ocorre se houve reeleição, não se aplicando em caso
de eleição para um novo mandato após o agente ter ficado sem ocupar função pública.

Intervalo entre dois mandatos afasta foro por prerrogativa de função de prefeito em relação a fato
praticado no período anterior. Na hipótese em que o delito seja praticado em um mandato e o réu seja
reeleito para o mesmo cargo, a continuidade do foro por prerrogativa de função restringe-se às hipóteses
em que os diferentes mandatos sejam
exercidos em ordem sequencial e ininterrupta.

42
PROCESSO LEGISLATIVO

 Leis em matéria tributária: iniciativa geral. Qualquer parlamentar pode propor. A competência será
apenas do Presidente se for legislação tributária referente aos territórios.

 A Constituição Estadual não pode ampliar as hipóteses de reserva de lei complementar

 É possível o Chefe do Poder Executivo promulgar a parte incontroversa de projeto de lei que não foi
vetada. Por outro lado, nada impede que o Presidente sancione ou vete esse projeto e, no mesmo
dia, edite uma medida provisória tratando sobre o mesmo tema.

 Padece de inconstitucionalidade formal lei de iniciativa parlamentar que disponha sobre atribuições
de órgãos da Administração Pública (a iniciativa é do Presidente da República)

 É possível a edição de medidas provisórias pelo governador (desde que haja previsão na CE), e pelo
prefeito (desde que haja previsão na Lei Orgânica)

 Por meio meio de um decreto, o Prefeito disciplinou o fluxo de procedimentos relativos à fase
interna das licitações municipais e extinguiu dez cargos públicos vagos. Referido decreto É VÁLIDO
por observar os limites constitucionais da competência regulamentar do Chefe do Poder Executivo.

 Não há veto ou sanção na emenda à Constituição, em decretos legislativos, em resoluções, em leis


delegadas ou em lei resultante da conversão, sem alterações, de medida provisória.

 Princípio da irrepetibilidade: se aplica de forma absoluta a EC e MP rejeitadas, porque não poderão


ser objeto de proposta na mesma sessão legislativa. Lei ordinária e lei complementar se submete a
irrepetibilidade relativa: se rejeitadas, podem ser objeto de nova proposta na mesma sessão
legislativa, desde que mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das casas
do CN

 Não existe iniciativa popular para Emenda à Constituição Federal. Porém, em âmbito estadual, será
possível se previsto na Constituição do Estado.

MEDIDA PROVISÓRIA

 O presidente, ao editar uma MP, deve submetê-la de imediato ao CN.


 60 dias (prorrogável por +60): tempo em que a MP deve ser convertida em lei, ou perderá
eficácia. (esse prazo é contado da publicação da MP e fica suspenso durante o período de
recesso do CN)
 Deliberação: As casas deliberam separadas, mas a votação tem início na Câmara dos
Deputados
 45 dias: se não for apreciada em até 45 dias, entra em regime de urgência e tranca a pauta.
Mas ATENÇÃO: O trancamento da pauta por conta de MPs não votadas no prazo de 45 dias
só alcança projetos de lei que versem sobre temas passíveis de serem tratados por MP.
(esses 45 dias não se aplicam aos projetos de código e nem correm durante os períodos de
recesso)
 Relevância e urgência são pressupostos que devem estar presentes para que a MP seja

43
editada. A definição disso é, em regra, um juízo político, feito pelo PR e controlado pelo CN.
O judiciário somente poderá analisar se houver notório abuso/flagrante ilegalidade
 MP não pode tratar sobre uma porrada de assuntos (direito penal, processo penal, processo
civil, nacionalidade, direitos políticos....), mas a MP pode sim tratar sobre direito civil! (isso é
sempre questionado em prova)

Quais os possíveis desfechos?

1. Não apreciação: o CN não se manifesta (prazo de 60+60) e ela perde sua eficácia
2. Rejeição expressa
3. Aprovação sem alteração: CN aprova e ela é promulgada pela MESA DO CONGRESSO
NACIONAL (não é o Presidente que promulga)
4. Aprovação com alteração: o CN pode suprimir ou adicionar emendas, DESDE QUE tenha
pertinência com o texto originário. Do contrário, isso será contrabando legislativo, o que é
vedado

 O CN regulamenta por decreto os efeitos da MP não convertida em lei


 É vedada a edição de medida provisória tratando sobre matéria já disciplinada em projeto de
lei aprovado pelo Congresso Nacional e que está pendente de sanção ou veto. Por outro
lado, nada impede que o Presidente sancione ou vete esse projeto e, no mesmo dia, edite
uma medida provisória tratando sobre o mesmo tema.

Presidente da República;
Vice-Presidente;
STF julga nos crimes comuns Membros do Congresso Nacional;
Seus próprios Ministros; e
Procurador-Geral da República;
Ministros de Estado;
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica;
STF julga nos crimes comuns e de Tribunais Superiores;
responsabilidade Tribunal de Contas da União; e
Chefes de missão diplomática de caráter permanente.
Presidente da República;
Vice-Presidente;
Membros do Congresso Nacional;
Seus próprios Ministros;
Procurador-Geral da República;
STF julga HC quando for paciente
Ministros de Estado;
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica;
Tribunais Superiores;
Tribunal de Contas da União; e
Chefes de missão diplomática de caráter permanente.
Presidente da República;
Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal;
STF julga MS ou HD contra atos Tribunal de Contas da União;
Procurador-Geral da República; e
Próprio Supremo Tribunal Federal.

44
STF julga HC quando o coator for Tribunal Superior
Autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos
diretamente à
STF julga HC quando o coator ou jurisdição do Supremo Tribunal Federal;
paciente for Se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única
instância.
STJ x quaisquer tribunais;
STF julga conflito de competência entre Tribunal Superior x Tribunal Superior;
Tribunais Superiores x qualquer outro tribunal.
Presidente da República;
Presidente do Congresso Nacional;
Presidente da Câmara dos Deputados;
STF julga MI quando a atribuição para a Presidente do Senado Federal;
edição da norma for do Mesas de uma dessas Casas;
Tribunal de Contas da União;
Um dos Tribunais Superiores; ou
Próprio Supremo Tribunal Federal.

Recurso Ordinário Constitucional (ROC) Recurso Ordinário Constitucional (ROC)


STF STJ
HC, HD, MS e MI, decididos: HC, decididos:

Em ÚNICA instância (competência originária); ÚNICA ou ÚLTIMA instância;


Tribunais Superiores (STJ, STM, TSE e TST); TRF’s ou TJ’s do Estados, do DF e Territórios;
Denegatória a decisão. Denegatória a decisão;
Crime político. (o STF funciona como se fosse a
“segunda instancia” porque cabe ROC da decisão MS decididos:
de primeiro grau do Juiz Federal) ÚNICA instância;
TRF’s ou TJ’s do Estados, do DF e Territórios;
Denegatória a decisão;

Recurso Extraordinário STF Recurso Especial STJ

Julgar válida lei local contestada em face de Julgar válido ato de governo local contestado em
lei federal face de lei federal.

Contrariar dispositivo desta Constituição; Contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes


Declarar a inconstitucionalidade de tratado ou vigência;
lei federal;
Julgar válido ato de governo local contestado em
Julgar válida lei ou ato de governo local face de lei federal;
contestado em face desta Constituição;
Der a lei federal interpretação divergente da que
Julgar válida lei local contestada em face de lei lhe haja atribuído outro tribunal.
federal.

45
STJ julga em crime comum Governadores dos Estados e do Distrito Federal.
STJ julga em crime comum e de Desembargadores dos TJs dos Estados e do DF;
responsabilidade Tribunais de Contas dos Estados e do DF;
Tribunais Regionais Federais;
Tribunais Regionais Eleitorais;
Tribunais Regionais do Trabalho;
Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios;
Ministério Público da União que oficiem perante tribunais.
STJ julga MS e HD contra ato Ministro de Estado;
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica; ou
Próprio Tribunal.
STJ julga HC quando o coator for Tribunal sujeito à sua jurisdição;
Ministro de Estado; ou
Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica.
STJ julga HC quando o Governadores dos Estados e do Distrito Federal;
coator/paciente for Desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do DF;
Tribunais de Contas dos Estados e do DF;
Tribunais Regionais Federais;
Tribunais Regionais Eleitorais;
Tribunais Regionais do Trabalho;
Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios;
Ministério Público da União que oficiem perante tribunais.
STJ julga conflito de Quaisquer tribunais;
competências entre Tribunal x juízes a ele não vinculados;
Juízes vinculados a tribunais diversos.
STJ julga MI Quando a atribuição da norma regulamentador for órgão,
entidade ou autoridade federal, da administração direta ou
indireta

46
ORGANIZAÇÃO DO ESTADO

No BR, adotamos o federalismo de cooperação ou neoclássica, já que a CF prevê atribuições próprias


mas também muitas tarefas comuns

Competência material:
 Exclusivas: pertencem a União
 Comuns: todos os entes federados
 Em regra, iniciam com verbos

Competência legislativa:
 Privativas: pertencem a União
 Concorrentes: pertencem a Uniao e Estado
 Na competência concorrente, a União estabelece normas gerais, o que não exclui a
competência suplementar dos Estados
 Se não existir lei federal sobre as normas gerais, os Estados exercerão a competência
legislativa plena
 A superveniência de lei federal sobre normas gerais SUSPENDE a eficácia (não é revogação)
da lei estadual, no que lhe for contrário.
 Em regra, Municipios não detém competência concorrente
 As competências privativas podem ser delegadas aos Estados, se preenchidos 3 requisitos:
1) delegação por Lei Complementar
2) assunto específico (a delegação não pode ser genérica e ampla)
3) isonomia (não pode delegar a apenas um Estado)

COMPETÊNCIA PRIVATIVA COMPETÊNCIA CONCORRENTE


Seguridade social Previdência social
Diretrizes e bases da educação nacional Educação, cultura, ensino, desporto, ciência,
tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e
inovação
Direito Processual Procedimentos em matéria processual
Propaganda Comercial e Direito Comercial Junta Comercial
Penal Penitenciário
Jazidas, minas, outros recursos minerais e Florestas, caça, pesca, fauna, conservação da
metalurgia natureza, defesa do solo e dos recursos naturais,
proteção do meio ambiente e controle da
poluição

ARTIGOS RELEVANTES:

Art. 20 §1º É assegurada, nos termos da lei, à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a
participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de
geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental,
mar territorial ou zona econômica exclusiva, OU compensação financeira por essa exploração.

47
Art. 21. Compete à União:
b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de radioisótopos para
pesquisa e uso agrícolas e industriais;
c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, a comercialização e a utilização de radioisótopos
para pesquisa e uso médicos;
XXVI - organizar e fiscalizar a proteção e o tratamento de dados pessoais, nos termos da lei.

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:


XXX - proteção e tratamento de dados pessoais.

Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para mandato de 4 (quatro) anos,
realizar-se-á no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em
segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato de seus antecessores, e a posse
ocorrerá em 6 de janeiro do ano subsequente, observado, quanto ao mais, o disposto no art. 77 desta
Constituição.

Art. 29. O Município reger-se-á por LEI ORGÂNICA, votada em DOIS TURNOS, com o interstício mínimo de
DEZ DIAS, e aprovada por DOIS TERÇOS dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos
os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes
preceitos (...)

ATENÇÃO: o Prefeito NÃO promulga a Lei Orgânica!

VII - o total da despesa com a remuneração dos Vereadores não poderá ultrapassar o montante de CINCO
POR CENTO (5 %) da receita do Município;

XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de bairros,
através de manifestação de, pelo menos, CINCO POR CENTO (5%) do eleitorado;

ATENÇÃO: do ELEITORADO, não da população!

§ 1 o A Câmara Municipal não gastará mais de SETENTA POR CENTO de sua receita com folha de
pagamento, incluído o gasto com o subsídio de seus Vereadores.

Art. 30. Compete aos Municípios:

IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual;

V - organizar e prestar, diretamente OU sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de


interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial;

§ 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito deve anualmente
prestar, só deixará de prevalecer por decisão de DOIS TERÇOS (2/3) dos membros da Câmara Municipal.

§ 3º As contas dos Municípios ficarão, durante 60 DIAS, anualmente, à disposição de qualquer


contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei.

48
ESTADOS Instituir REGIÕES METROPOLITANAS, AGLOMERAÇÕES URBANAS e
MICRORREGIÕES (mediante Lei Complementar)
MUNICÍPIOS Criar, organizar e suprimir DISTRITOS

ESTADOS E MUNICÍPIOS LEGISLAR sobre os sistemas de consórcios e sorteios, incluindo as


NÃO PODEM loterias
ESTADOS E MUNICÍPIOS EXPLORAR os serviços de loterias
PODEM

Quando será da União?


TERRAS DEVOLUTAS  defesa das fronteiras
 defesa das fortificações e construções militares
REGRA: dos Estados  defesa das vias federais de comunicação
 preservação ambiental

JURISPRUDÊNCIA COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS:

 É inconstitucional, por invadir a competência municipal para legislar sobre assuntos de interesse
local (art. 30, I e V, da CF/88), lei estadual que concede, por período determinado, isenção das
tarifas de água e esgoto e de energia elétrica aos consumidores residenciais, industriais e
comerciais.
Não cabe às leis estaduais a interferência em contratos de concessão de serviços federal e
municipal, alterando condições que impactam na equação econômico-financeira. STF. Plenário. ADI
6912/MG, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 15/8/2022 (Info 1063).

 É inconstitucional lei estadual que fixe a obrigatoriedade de divulgação diária de fotos de crianças
desaparecidas em noticiários de TV e em jornais de estado-membro (INFO 1048 STF)

 Lei estadual não pode proibir que os prestadores de serviço público de abastecimento de água e de
esgotamento sanitário inscrevam os usuários inadimplentes no SPC/Serasa (STF INFO 1043)

 É constitucional lei estadual que concede aos professores das redes públicas estadual e municipais
de ensino o benefício da meia-entrada nos estabelecimentos de lazer e entretenimento (INFO 1050
STF)

 Lei federal não pode conceder anistia a policiais e bombeiros militares estaduais que praticaram
infrações disciplinares (STF INFO 1056)

 É inconstitucional norma de Constituição estadual que amplia o rol de autoridades sujeitas à


fiscalização direta pelo Poder Legislativo e à sanção por crime de responsabilidade (INFO 1064 STF)

 É inconstitucional lei estadual que proíba operadoras de telefonia de oferecerem serviços de valor
adicionado (Info 1063 STF)

49
 É inconstitucional a Lei Distrital que atribui autonomia administrativa e financeira aos respectivos
órgãos policiais (STF ADI 6611)

OBS: quem organiza e mantém a PCDF é a União, apesar de ser subordinada ao Governador do DF

 Lei estadual não pode prever paridade e integralidade para os policiais civis nem conceder a eles
adicional de final de carreira para que recebam aposentadoria em classe superior ao que estavam
na ativa. (STF INFO 998)

 É inconstitucional lei do Distrito Federal que trate sobre a estrutura e o regime jurídico da Polícia
Civil do Distrito Federal (a competência para isso é da União). (STF INFO 3666)

 Inconstitucional norma de constituição estadual que disponha sobre o processamento e julgamento


de Governador e Vice-governador nos casos de crime de responsabilidade. (INFO 1041 STF)

 É inconstitucional lei estadual que preveja que os serviços privados de educação são obrigados a
conceder, a seus clientes preexistentes, os mesmos benefícios de promoções posteriormente
realizadas. (INFO 1037 STF)

 É inconstitucional lei estadual que obriga planos de saúde a atenderem os clientes com Covid-19
mesmo que eles estejam no período de carência contratual (STF INFO 1021)

 É inconstitucional lei estadual que estabeleça prazo máximo para que os planos de saúde autorizem
solicitações de exames e procedimentos cirúrgicos. (STF INFO 1021)

 É inconstitucional lei municipal que preveja que o Poder Executivo poderá conceder autorização
para que sejam explorados serviços de radiodifusão no Município. (STF INFO 947)

 É formalmente inconstitucional lei estadual que proíba a atividade de delivery de gasolina e etanol;
isso porque a competência para legislar sobre energia é privativa da União. (INFO 1016 STF)

 É constitucional norma estadual que determine que as prestadoras de serviço telefônico são
obrigadas a fornecer, sob pena de multa, os dados pessoais dos usuários de terminais utilizados
para passar trotes aos serviços de emergência. (INFO 1036 STF)

 É inconstitucional lei estadual que obriga as operadoras de telefonia a fornecer os dados de


localização de celulares furtados ou roubados. (INFO 997)

 É inconstitucional lei municipal que estabeleça limitações à instalação de sistemas


transmissores de telecomunicações (INFO 1014)

 É constitucional lei estadual que limita ligações de telemarketing (INFO 1007 STF)

 É constitucional lei estadual que obriga a empresa de telefonia celular a disponibilizar na internet
extrato detalhado das chamadas telefônicas e serviços utilizados nos planos pré-pagos. (INFO 1000
STF)

 É constitucional legislação estadual que proíbe toda e qualquer atividade de comunicação comercial
dirigida às crianças nos estabelecimentos de educação básica. (STF INFO 1011)

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 É constitucional lei estadual que transforma o cargo de datiloscopista da Polícia Civil em
perito papiloscopista. (INFO 964 STF)

 É constitucional lei municipal que disponha sobre a obrigatoriedade de instalação de hidrômetros


individuais em edifícios e condomínios. (INFO 1025 STF)

 Viola a CF/88 lei municipal que proíbe o transporte de animais vivos no Município. (INFO 919 STF)

 Parecer técnico elaborado pelo Tribunal de Contas tem natureza meramente opinativa,
competindo exclusivamente à Câmara de Vereadores o julgamento das contas anuais do chefe do
Poder Executivo local, sendo incabível o julgamento ficto das contas por decurso de prazo. (INFO
834 STF)

 Súmula Vinculante nº 38: “É competente o município para fixar o horário de funcionamento de


estabelecimento comercial.”

 Súmula Vinculante nº 49: “Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a
instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área.”

51
PARTE GERAL

PRINCIPAIS FRAÇÕES DA PARTE GERAL

-Tentativa
-Arrependimento posterior
-Estado de necessidade (quando razoável o sacrifício)
1/3 a 2/3
-Semi-imputabilidade
-Embriaguez por caso fortuito ou força maior

-Erro de proibição evitável ou inescusável 1/6 a 1/3


REDUÇÕES -Participação de menor importância no concurso de pessoas

Prescrição: criminoso, ao tempo do crime, menor de 21 ou,


na data da sentença, maior de 70
1/2

Resultado mais grave e previsível no concurso de pessoas ½

Concurso formal próprio 1/6 a ½

AUMENTOS Crime continuado genérico 1/6 a 2/3

Concurso continuado específico Até o triplo

PPE reincidência 1/3

OBS.: sobre o crime continuado: esta ficção jurídica só vale para a aplicação da pena (será considerado
como um único crime). Para todas as demais situações (prescrição, representação), será considerado cada
um dos crimes de modo isolado.

52
EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS DE DELITO
MODELO NEOCLÁSSICO OU
MODELO CLÁSSICO MODELO FINALISTA
NEOKANTISTA
Fato típico: teoria causal Fato típico: teoria causal Fato típico: teoria finalista
naturalista da ação (ação naturalista da ação ainda é da ação (dolo e culpa
é destituída do conteúdo adotada + elementos migram da culpabilidade
da vontade) normativos e subjetivos para o fato típico. O dolo
passaram a integrar o tipo deixa de ser normativo e
passa a ser natural
abarcando apenas consciência
e vontade)

Antijuridicidade: Antijuridicidade: surge a Antijuridicidade:


avalorada (não havia relação entre fato típico e elementos subjetivos
qualquer juízo de valor antijuridicidade (necessidade do agente ter
prévio entre tipicidade e consciência de que age
antijuridicidade) Ratio essendi: ilicitude é a amparado em alguma
essência da tipicidade (tipo excludente de ilicitude)
total de injusto)

Culpabilidade: teoria Ratio congnoscendi (ou Culpabilidade: teoria


psicológica da indiciariedade):constatada normativa pura da
culpabilidade (dolo e ser típica determinada culpabilidade.
culpa eram espécies da conduta, surge a presunção Imputabilidade, potencial
culpabilidade, relativa de também ser ilícita. consciência da ilicitude,
imputabilidade era seu Consequência: inversão do exigibilidade de conduta
pressuposto) ônus da prova nas diversa.
excludentes de ilicitude.

Teoria dos elementos


negativos do tipo: o tipo penal
é composto de elementos
positivos (expresso) e
negativos (implícitos), que são
as excludentes de ilicitude.
Para que determinado
comportamento seja típico,
não basta realizar os
elementos positivos
expressos no tipo, mas
nenhum elemento negativo
pode estar presente.

Culpabilidade: teoria
psicológico normativa da
culpabilidade.
Dolo normativo (dolo +
consciência da ilicitude) culpa,
imputabilidade e exigibilidade
de conduta diversa.

53
ERRO DE TIPO ERRO DE PROIBIÇÃO
Erro essencial/incriminador: recai sobre as Erro de proibição direto/erro sobre a
elementares do tipo (pode excluir o crime): consciência da ilicitude: o agente sabe o
O agente não sabe o que faz, se soubesse, que faz, mas não sabe que sua conduta é
não faria. proibida.

Ex.: caçador acaba matando seu amigo que, Ex.: holandês, em visita ao Brasil, carrega
na intenção de fazer uma brincadeira, se consigo “maconha” para consumo
vestiu de veado e aguardava pelo outro pessoal sem ter ideia de que sua conduta
em meio ao matagal. constitui crime, já que em seu país é
permitido.

Escusável/inevitável: exclui dolo e culpa Escusável/inevitável: exclui a


Inescusável/evitável: exclui dolo e permite culpabilidade por ausência de
a punição por culpa, se previsto em lei. potencial consciência da ilicitude.
Inescusável/evitável: diminui a pena de 1/6
a 1/3

O que é ERRO DE TIPO ACIDENTAL?


Erro que recai sobre os elementos secundários do crime (Erro sobre o objeto, erro sobre a
pessoa, erro na execução, resultado diverso do pretendido.... ).
Os principais são:

J, deseja matar seu pai e, acreditando estar


próximo, dispara contra ele, entretanto, se
confundiu e acabou matando o irmão gêmeo do
Erro sobre a pessoa genitor.

Consequência: responderá como se tivesse matado


seu pai (vítima visada) – teoria da equivalência
J, deseja matar seu pai, porém, por erro na pontaria,
acaba matando seu irmão gêmeo.
Erro na execução (aberratio ictus)
Consequência: responderá como se tivesse matado
seu pai (vítima visada) – teoria da equivalência
J, deseja quebrar a vidraça de uma loja arremessando
uma pedra, mas, por erro na execução, mata o
vendedor.
Resultado diverso do pretendido ou
aberratio criminis Consequência: se atingir apenas o resultado diverso,
responderá por ele a título de culpa. Se atingir o
resultado diverso e também o pretendido:
responderá pelos dois crimes, em concurso formal.

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O que são DESCRIMINANTES PUTATIVAS?
São excludentes de ilicitude erroneamente imaginadas.
Qual a consequência jurídica? Depende da TEORIA DA CULPABILIDADE adotada:

TEORIA
DESCRIMINANTE PUTATIVA TEORIA LIMITADA
ESTRITA/EXTREMADA
Erro em relação aos
Erro de proibição
pressupostos fáticos que
Erro de tipo permissivo indireto ou erro de
legitima a atuação sob a permissão
excludente
Erro de proibição
Erro de proibição indireto
Erro sobre a existência indireto ou erro de
Erro permissivo
da excludente permissão
Erro de permissão

Erro de proibição
Erro de proibição indireto
Erro sobre os limites da indireto ou erro de
Erro permissivo
excludente permissão
Erro de permissão

DESISTÊNCIA ARREPENDIMENTO ARREPENDIMENTO CRIME


VOLUNTÁRIA EFICAZ POSTERIOR IMPOSSÍVEL
agente DEIXA de após esgotar os agente que, agente que, por
prosseguir na atos executórios, voluntariamente, ineficácia absoluta do
execução do crime o agente age para até o recebimento meio ou por
por uma razão ínsita impedir a da denúncia ou impropriedade do
à sua vontade (não consumação (só é queixa, repara o objeto, torna
precisa ser compatível com a dano ou restitui a impossível a
espontânea, mas tentativa perfeita, coisa (salvo nos consumação do
deve ser voluntária) esgotamento dos crimes cometidos crime.
atos executórios) com violência ou
- os atos executórios grave ameaça à -crime oco, quase
ainda não se - só responde pelos pessoa) crime, tentativa
esgotaram atos praticados inidônea....
- redução de 1 a
- só responde pelos - tentativa 2/3 ATENÇÃO:
atos praticados abandonada, crime falho é
qualificada, sinônimo de
- tentativa ponte de ouro ou tentativa perfeita
abandonada, resipiscência. = atos
qualificada ou executórios
ponte de ouro. foram esgotados
e a consumação
não foi atingida

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DOLO GLOBAL/UNITÁRIO DOLO GERAL/ERRO SUCESSIVO

O dolo global ou unitário é o dolo em que o ocorre quando o agente, supondo já ter
agente deve atuar baseado num plano alcançado um resultado por ele visado,
previamente elaborado que pratica nova ação que efetivamente o
envolve toda a cadeia de crimes. Caso esse provoca, representando hipótese de
elemento subjetivo não esteja presente, aberratio causae;
descaracteriza-se a continuidade, que cede
lugar à habitualidade delitiva ATENÇÃO: não se confunde com dolo
genérico (nomenclatura oriunda do sistema
clássico de delito)

TEORIAS QUE EXPLICAM OS INÍCIOS DOS ATOS EXECUTÓRIOS


 Teoria da hostilidade ao bem jurídico ou critério material → Atos executórios são aqueles que
atacam o bem jurídico, criando-lhe uma situação concreta de perigo.

 Teoria objetivo-formal: Atos executórios são aqueles que iniciam a realização do núcleo do tipo.

 Teoria objetivo-material → São atos executórios aqueles em que se inicia a prática do núcleo do
tipo, bem como os atos imediatamente anteriores, com base na visão de terceira pessoa alheia à
conduta criminosa.

 Teoria objetivo-individual: Atos executórios são aqueles que, de acordo com o plano do agente,
realizam-se no período imediatamente anterior ao começo da execução típica.

TEORIA DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA

É um tema concernente ao nexo de causalidade.

O Código Penal adota, como regra, a teoria da equivalência dos antecedentes causais,
em que tudo aquilo que contribui para o resultado é causa deste, sendo complementada
pelo método de eliminação hipotética de Thyrém e pela análise do dolo e da culpa (se
baseia,
essencialmente, em uma noção de causalidade física).

A teoria da imputação objetiva surge na década de 70 não para substituir, mas para
COMPLEMENTAR (preste atenção, pois várias vezes as provas já tentaram confundir o
candidato dizendo que a teoria da imputação objetiva tinha a proposta de substituir a
teoria da equivalência) a teoria adotada pelo código. A teoria se baseia em critérios
valorativos/axiológicos, limitando a análise da causalidade ao tipo objetivo, sem a

56
necessidade de se valer da análise do dolo ou culpa.
Ausente a causalidade, não haverá imputação. Entretanto, quando presente a
causalidade, não se conclui automaticamente pela existência de imputação.

HAVERÁ imputação:

1. Criação ou incremento de um risco proibido


J, deseja muito que seu tio morra. Ele sugere ao tio que faça uma viagem de avião para os
EUA e deseja sinceramente que o avião caia e o tio venha a óbito, o que de fato acaba
acontecendo. O resultado morte do tio será imputado a J? não. Apesar do sobrinho desejar a
morte do tio, não houve a criação ou incremento de um risco proibido (viajar de avião é um
risco tolerado em nossa sociedade)
A mesma lógica se aplica quando o agente atua diminuindo o risco. Ex: J convence o
ladrão que está roubando o banco a subtrair apenas 10 mil reis, em vez de 20 mil reais.
Neste caso, não haverá imputação porque ele atua diminuindo o risco ao bem jurídico.

2. Risco que se realiza no resultado


J, de forma imprudente, dirige em alta velocidade e acaba atropelando um ciclista. Contudo,
restou comprovado que, independentemente de dirigir ou não em alta velocidade, o
resultado morte ocorreria. J não responderá por homicídio culposo porque o risco não se
realizou no resultado.

3. Resultado dentro da esfera de proteção da norma


J furta um colar de diamantes que era uma relíquia da família da vítima. A vítima entra em
depressão pela perda e morre. Não haverá imputação do resultado morte pois a norma que
tipifica o crime de furto não contempla essa esfera de proteção.

TEORIA DO DOMÍNIO DO FATO

 Não tem por intenção ampliar o conceito de autor, mas restringir, diferenciando autor de
partícipe.
 Autor é a “figura central do concreto êxito da ação”
 Somente se aplica aos crimes comissivos dolosos

Autoria por domínio da vontade: autoria mediata. Autor se vale de terceiro como um
instrumento.

Autoria por domínio funcional do fato: coautoria. Cumprimento de funções distribuídas entre os
coautores.

Autoria por domínio da ação: autoria direta. Autor realiza diretamente a ação.
Teoria do domínio da organização: aparato organizado de poder dissociado do direito, relação
hierárquica dentro da estrutura criminosa, fungibilidade dos executores, existência de uma
condicionante, uma pressão interna, que aumenta a probabilidade da ordem ser cumprida.

57
PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO

Cabimento:
 PPL não superior a 4 anos + crime sem violência ou grave ameaça
 Crime culposo (independentemente da pena)
 Réu não reincidente em crime doloso

Obs.: ao reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que recomendável e que a
reincidência não seja no mesmo crime

Condenação = ou >1 ano de PPL Multa ou 1 PRD

Condenação <1 ano de PPL 1 PRD e multa ou 2 PRDs

A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é aplicável às condenações


superiores a 6 meses de privação da liberdade

SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA

Cabimento:
 PPL não superior a 2 (dois) anos
 Condenado não reincidente em crime doloso;
 Não seja indicada ou cabível a substituição por PRD
 Condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do benefício
 PPL não superior a 4 anos (suspensão de 4 a 6 anos): quando o condenado for maior de 70
anos de idade, ou razões de saúde.

REVOGAÇÃO OBRIGATÓRIA REVOGAÇÃO FACULTATIVA

Condenação irrecorrível, por crime Descumpre qualquer outra condição


doloso imposta

Frustra a execução de pena de multa ou Irrecorrivelmente condenado, por


então não efetua a reparação do dano crime culposo ou por contravenção, a
PPL ou PRD
Descumpre as condições elencadas

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LIVRAMENTO CONDICIONAL

Cabível:
PPL igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que cumprido:

Mais de 1/3 Não é reincidente em crime doloso e tem bons antecedentes


Mais de 1/2 Reincidente em crime doloso
Mais de 2/3 Hediondos, equiparados e tráfico de pessoas (desde que não seja
reincidente específico)

ATENÇÃO: o PAC inseriu o requisito do não cometimento de falta grave (comprovado) nos últimos
12 meses como condição para o livramento
REVOGAÇÃO OBRIGATÓRIA REVOGAÇÃO FACULTATIVA
Condenação irrecorrível a PPL por crime Deixar de cumprir qualquer das
cometido durante a vigência do obrigações constantes da sentença
benefício ou por crime anterior Condenação irrecorrível por crime ou
contravenção, a pena que não seja PPL

CONFISCO ALARGADO

Condenação pena máxima superior a 6 (seis) anos de reclusão, poderá ser decretada a perda, como
produto ou proveito do crime, dos bens correspondentes à diferença entre o valor do patrimônio
do condenado e aquele que seja compatível com o seu rendimento lícito.

O condenado poderá demonstrar a inexistência da incompatibilidade ou a procedência lícita do


patrimônio. (inversão do ônus da prova)

A perda prevista neste artigo deverá ser requerida expressamente pelo Ministério Público, por
ocasião do oferecimento da denúncia, com indicação da diferença apurada.

Na sentença condenatória, o juiz deve declarar o valor da diferença apurada e especificar os bens
cuja perda for decretada.

JURISPRUDÊNCIA | PARTE GERAL

É proporcional a aplicação da fração máxima de 2/3 na hipótese de a conduta criminosa


corresponder a 7 ou mais infrações em continuidade delitiva (STJ)

O réu também terá direito à atenuante mesmo que o órgão julgador não mencione expressamente a
confissão na decisão (STJ)

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A multirreincidência específica somada ao fato de o acusado estar em prisão domiciliar durante as
reiterações criminosas são circunstâncias que inviabilizam a aplicação do princípio da insignificância
(STJ)

A atenuante da confissão espontânea deve preponderar sobre a agravante da dissimulação (STJ)

O princípio da intranscendência da pena também se aplica para pessoas jurídicas;assim, se uma


empresa que está respondendo processo por crime ambiental for incorporada, sem nenhum indício
de fraude, haverá extinção da punibilidade (STJ)

A negativação de circunstâncias judiciais, ao contrário do que ocorre quando reconhecida a


agravante da reincidência, confere ao julgador a faculdade (e não a obrigatoriedade) de recrudescer
o regime prisional (STJ)

O reconhecimento da continuidade delitiva não importa na obrigatoriedade de redução da pena


definitiva fixada em cúmulo material, porquanto há possibilidade de aumento do delito mais
gravoso em até o triplo, nos termos do art. 71, parágrafo único, in fine, do CP (STJ)

Ameaçar a vítima na presença de seu filho menor de idade justifica a valoração negativa da
culpabilidade do agente (STJ)

O roubo em transporte coletivo vazio é circunstância concreta que não justifica a elevação da pena-
base (STJ)

É possível aplicar o princípio da insignificância para furto de bem avaliado em R$ 20,00 mesmo que o
agente tenha antecedentes criminais por crimes patrimoniais (STF)

Possibilidade de aplicar o regime inicial aberto ao condenado por furto, mesmo ele sendo
reincidente, desde que seja insignificante o bem subtraído (STF)

STF reconheceu que o valor econômico do bem furtado era muito pequeno, mas, como o réu era
reincidente, em vez de absolvê-lo aplicando o princípio da insignificância, o Tribunal utilizou esse
reconhecimento para conceder a pena restritiva de direitos (STF)

Em regra, o inadimplemento da pena de multa impede a extinção da punibilidade mesmo que já


tenha sido cumprida a pena privativa de liberdade ou a pena restritiva de direitos. Exceção, na
hipótese de condenação concomitante a pena privativa de liberdade e multa, o inadimplemento da
sanção pecuniária, pelo condenado que comprovar impossibilidade de fazê-lo, não obsta o
reconhecimento da extinção da punibilidade. (STJ)

Condenação por fato posterior ao crime em julgamento não gera maus antecedentes (STJ)

Se o Tribunal, em recurso exclusivo da defesa, exclui circunstância judicial reconhecida na sentença,


isso deve gerar a diminuição da pena (STJ)

Condenações transitadas em julgado e não utilizadas para reincidência somente podem ser
consideradas como maus antecedentes, não se admitindo sua utilização para desvalorar a
personalidade ou a conduta social do agente (STJ)

Havendo pluralidade de causas de aumento de pena e sendo apenas uma delas empregada na
terceira fase, as demais podem ser utilizadas nas demais etapas da dosimetria da pena (STJ)

60
Não se aplica a agravante do art. 61, II, “h”, do CP ao furto praticado aleatoriamente em residência
sem a presença do morador idoso (STJ)

Admite-se o uso de informações processuais extraídas dos sítios eletrônicos dos tribunais, quando
completas, a fim de demonstrar a reincidência do réu (STF)

Se a prestação pecuniária prevista no art. 45, § 1º do CP for paga à vítima (o que é a prioridade),
esse valor deverá ser abatido da quantia fixada como reparação dos danos (art. 387, IV, do CPP)
(STJ)

A reincidência específica tratada no art. 44, § 3º, do Código Penal somente se aplica quando forem
idênticos, e não apenas de mesma espécie, os crimes praticados (STJ)

Juiz não deve decretar o arresto dos bens do condenado como forma de cumprimento forçado da
prestação pecuniária (pena restritiva de direitos) (STJ)

Não se comunica a interrupção do prazo prescricional a corréus de processos diversos (STJ)

Acórdão que confirma ou reduz a pena interrompe a prescrição (STJ)

O cumprimento de pena imposta em outro processo, ainda que em regime aberto ou em prisão
domiciliar, impede o curso da prescrição executória (STJ)

61
PARTE ESPECIAL

DISPOSITIVOS RECENTES

Art. 121. Matar alguém:


§ 2° Se o homicídio é cometido:
VIII - com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido (2019)
IX - contra menor de 14 (quatorze) anos (2022 - Lei Henry Borel)

§ 2º-B. A pena do homicídio contra menor de 14 (quatorze) anos é aumentada de: (2022 Lei Henry
Borel)
I - 1/3 (um terço) até a metade se a vítima é pessoa com deficiência ou com doença que implique o
aumento de sua vulnerabilidade;
II - 2/3 (dois terços) se o autor é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro,
tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tiver autoridade sobre
ela.

ATENÇÃO

A lei “Henry Borel” cuida da violência praticada contra criança ou adolescente.


 Criança: até 12 anos incompletos
 Adolescente: entre 12 e 18

O examinador certamente vai enxergar essa novidade legislativa como oportunidade para “te
ferrar” de diferentes formas, rsrs.

Exemplo: o homicídio contra adolescente terá aumentada sua pena de 1/3 até a metade caso a
vítima seja pessoa com deficiência.
Gabarito: ERRADO.
Para que sofra esse aumento de pena, deve ser menor de 14 anos.

§ 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado:

I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto;

II - contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos, com deficiência ou com doenças degenerativas que
acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade física ou mental;

III - na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da vítima;

IV - em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas nos incisos I, II e III do caput do art.
22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006.

62
Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a praticar automutilação ou prestar-lhe auxílio material
para que o faça:
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.

Antes o crime do art. 122 não incluía automutilação e era um crime condicionado a
ocorrência do resultado: somente se configurava se ocorresse morte ou lesão grave.
Hoje, é um crime formal.
Se resultar lesão grave ou gravíssima: será qualificado (mas ainda admitirá
suspensão condicional do processo porque a pena mínima é 1 ano)
Se resultar morte: será qualificado

Pena motivo egoístico, torpe ou fútil; se a vítima é menor ou tem


DUPLICADA diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência.
Pena aumenta se a conduta é realizada por meio da rede de computaDOres, de
até o DObro rede social ou transmitida em tempo real
Pena aumenta agente é líder ou coordenador de grupo ou de rede virtual
da metade

LESÃO CORPORAL

Inserido em 2021 Inserido em 2005


§13 Se a lesão for praticada contra a § 9o Se a lesão for praticada contra
mulher, por razões da condição do ascendente, descendente, irmão,
sexo feminino, nos termos do § 2º-A do cônjuge ou companheiro, ou com
art. 121 deste Código: quem conviva ou tenha convivido, ou,
ainda, prevalecendo-se o agente das
(Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro relações domésticas, de coabitação ou
anos). de hospitalidade: (não se restringe a
mulher!)

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3


(três) anos.

§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o


deste artigo (lesão grave e gravíssima),
se as circunstâncias são as indicadas no
§ 9o deste artigo, aumenta-se a pena
em 1/3 (um terço).

§ 11. Na hipótese do § 9o deste artigo,


a pena será aumentada de um terço se
o crime for cometido contra pessoa
portadora de deficiência.

A qualificadora prevista no art. 129, § 2º, IV, do Código Penal (deformidade permanente) abrange somente
lesões corporais que resultam em danos físicos (STJ)

O crime de remoção de órgãos qualificado pelo resultado morte, previsto no art. 14, § 4º, da Lei nº
9.434/97, não é de competência do Júri

63
CRIMES CONTRA A HONRA

CALÚNIA

É a imputação de um fato falso definido como crime. Se for contravenção, será difamação.
Se consuma quando terceiros tomam conhecimento.
Chamar alguém de “ladrão” não é calúnia. É injúria. Calunia é um FATO.
Cabe exceção da verdade, salvo se refere a ação privada e o ofendido não foi condenado por
sentença irrecorrível; se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141;
se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença
irrecorrível.
Cabe retratação. A retratação extingue a punibilidade e independe da aceitação do ofendido.

DIFAMAÇÃO

Imputar falso ofensivo à reputação


Se consuma quando chega a conhecimento de terceiros
Cabe exceção da verdade se for contra funcionário público no exercício das funções
Cabe retratação

INJÚRIA

É a atribuição de uma qualidade negativa e que fere a honra subjetiva


Não admite exceção da verdade e nem retratação
O crime de injúria praticado pela internet por mensagens privadas, as quais somente o autor e o
destinatário têm acesso ao seu conteúdo, consuma-se no local em que a vítima tomou
conhecimento do conteúdo ofensivo (STJ)
O crime de injúria racial, espécie do gênero racismo, é imprescritível (STF)
A ausência de previsibilidade de que a ofensa chegue ao conhecimento da vítima afasta o dolo
específico do delito de injúria, tornando a conduta atípica (STJ)

64
CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL

Art. 147-A | Art. 147-B


Art. 147-A. Perseguir alguém, reiteradamente e por qualquer meio, ameaçando-lhe a integridade física ou
psicológica, restringindo-lhe a capacidade de locomoção ou, de qualquer forma, invadindo ou perturbando
sua esfera de liberdade ou privacidade.
Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

§ 1º A pena é aumentada de metade se o crime é cometido:

I – contra criança, adolescente ou idoso;


II – contra mulher por razões da condição de sexo feminino, nos termos do § 2º-A do art. 121 deste Código;
III – mediante concurso de 2 (duas) ou mais pessoas ou com o emprego de arma.
§ 2º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência.
§ 3º Somente se procede mediante representação.

Art. 147-B. Causar dano emocional à mulher que a prejudique e perturbe seu pleno desenvolvimento ou
que vise a degradar ou a controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça,
constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, chantagem, ridicularização, limitação do direito
de ir e vir ou qualquer outro meio que cause prejuízo à sua saúde psicológica e autodeterminação:
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se a conduta não constitui crime mais grave.

INVASÃO DE DISPOSITIVO AUTOMÁTICO

Art. 154-A. Invadir dispositivo informático de uso alheio, conectado ou não à rede de computadores, com o
fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do usuário do
dispositivo ou de instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita:

ATENÇÃO: Não precisa mais de violação a mecanismo de segurança para configurar o crime.

Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

§ 2º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se da invasão resulta prejuízo econômico.

§ 3o Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de comunicações eletrônicas privadas, segredos


comerciais ou industriais, informações sigilosas, assim definidas em lei, ou o controle remoto não
autorizado do dispositivo invadido:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

§ 4o Na hipótese do § 3o, aumenta-se a pena de um a dois terços se houver divulgação, comercialização


ou transmissão a terceiro, a qualquer título, dos dados ou informações obtidos.

65
Art. 154-B. Nos crimes definidos no art. 154-A, somente se procede mediante representação, salvo se o
crime é cometido contra a administração pública direta ou indireta de qualquer dos Poderes da União,
Estados, Distrito Federal ou Municípios ou contra empresas concessionárias de serviços públicos

FURTO

Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:


§ 4º-A A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se houver emprego de explosivo ou de
artefato análogo que cause perigo comum. (nessa hipótese será hediondo – única hipótese de furto
hediondo)

ATENÇÃO: nessa hipótese, o furto será hediondo. Vale lembrar que o roubo com emprego de
explosivo não é crime hediondo.

§ 4º-B. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa, se o furto mediante fraude é cometido
por meio de dispositivo eletrônico ou informático, conectado ou não à rede de computadores, com ou
sem a violação de mecanismo de segurança ou a utilização de programa malicioso, ou por qualquer outro
meio fraudulento análogo.

4º-C. A pena prevista no § 4º-B deste artigo, considerada a relevância do resultado gravoso:
I – aumenta-se de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é praticado mediante a utilização de
servidor mantido fora do território nacional;
II – aumenta-se de 1/3 (um terço) ao dobro, se o crime é praticado contra idoso ou vulnerável.

1/3 ao dObrO: contra idOsO ou vulnerável

JURISPRUDÊNCIA

Em relação à figura do furto privilegiado, o art. 155, § 2º, do Código Penal impõe a aplicação do
benefício penal na hipótese de adimplemento dos requisitos legais da primariedade e do pequeno
valor do bem furtado, assim considerado aquele inferior ao salário mínimo ao tempo do fato. Trata-
se, em verdade, de direito subjetivo do réu, não configurando mera faculdade do julgador a sua
concessão, embora o dispositivo legal empregue o verbo "poder".
STJ, HC 583.023/SC, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA, julgado em 04/08/2020, DJe
10/08/2020.

A causa de aumento de pena do furto praticado em repouso noturno, se aplica nas hipóteses de
furto qualificado?
STJ 3ª seção: NÃO (2022)
STF 1ª turma: SIM (2020)

No caso de furto de energia elétrica mediante fraude, o adimplemento do débito antes do


recebimento da denúncia não extingue a punibilidade. (STJ)

O talão de cheque e a folha avulsa de cheque (ainda que em branco) podem funcionar como objeto
material de furto, pois possuem valor econômico (STJ)

Em regra, é necessária perícia para comprovar a escalada no caso de furto qualificado (art. 155, §
4º, II, do CP). Excepcionalmente, a prova pericial será prescindível (dispensável) se houver nos autos
elementos aptos a comprovar a escalada de forma inconteste (STJ)

66
ROUBO

Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a
pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:

Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.

§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou
grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.

Roubo impróprio somente admite violência própria. Se o agente subtrai os bens que estão numa
casa, sem ser percebido, e, logo após, dissemina um gás sonífero no ambiente fazendo com que as
pessoas durmam, não será roubo.

§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade:

II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;


VII - se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma branca;

§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços):


I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo;

§ 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma de fogo de uso restrito ou
proibido, aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste artigo.

JURISPRUDÊNCIA

Nos casos em que se aplica a Lei nº 13.654/2018, é possível a valoração do emprego de arma
branca, no crime de roubo, como circunstância judicial desabonadora (STJ)

Agente pretendia praticar roubo e foi surpreendido após romper o cadeado e destruir a fechadura
da porta da casa da vítima; não se pode falar em tentativa de roubo (STJ)

Configura o crime de roubo (e não estelionato) a conduta do funcionário de uma empresa que
combina com outro indivíduo para que este simule que assalta o empregado com uma arma de fogo
e, dessa forma, leve o dinheiro da empresa (STF)

A dívida de corrida de táxi não pode ser considerada coisa alheia móvel para fins de configuração da
tipicidade dos delitos patrimoniais (STJ)

O reconhecimento da causa de aumento de pena do roubo com emprego de arma de fogo


prescinde (dispensa) da apreensão e da realização de perícia na arma, desde que o seu uso no
roubo seja provado por outros meios de prova, tais como a palavra da vítima ou mesmo de
testemunhas. (STF)

Súmula 582-STJ: Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem mediante emprego
de violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em seguida à perseguição imediata ao
agente e recuperação da coisa roubada, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada.
(teoria da amotio ou apprehensio)

67
ESTELIONATO

Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo
alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:

§ 2º-A. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa, se a fraude é cometida com a utilização
de informações fornecidas pela vítima ou por terceiro induzido a erro por meio de redes sociais, contatos
telefônicos ou envio de correio eletrônico fraudulento, ou por qualquer outro meio fraudulento análogo.

§ 2º-B. A pena prevista no § 2º-A deste artigo, considerada a relevância do resultado gravoso, aumenta-se
de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é praticado mediante a utilização de servidor mantido
fora do território nacional.

§ 4º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) ao dobro, se o crime é cometido contra idoso ou vulnerável,
considerada a relevância do resultado gravoso.

§ 5º Somente se procede mediante representação, salvo se a vítima for:


I - a Administração Pública, direta ou indireta;
II - criança ou adolescente;
III - pessoa com deficiência mental; ou
IV - maior de 70 (setenta) anos de idade ou incapaz

ATENÇÃO: o fato da vítima ser idosa não torna, por si só, ação penal incondicionada. Idoso é maior
de 60 anos. O artigo fala em maior de 70 anos

JURISPRUDÊNCIA

No crime de estelionato, não identificadas as hipóteses descritas no § 4º do art. 70 do CPP, a


competência deve ser fixada no local onde o agente delituoso obteve, mediante fraude, em
benefício próprio e de terceiros, os serviços custeados pela vítima
Art. 70 § 4º Nos crimes previstos no art. 171 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), quando
praticados mediante depósito, mediante emissão de cheques sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado ou
com o pagamento frustrado ou mediante transferência de valores, a competência será definida pelo local do domicílio
da vítima, e, em caso de pluralidade de vítimas, a competência firmar-se-á pela prevenção. (Incluído pela Lei nº
14.155, de 2021)

Adulterar o sistema de medição da energia elétrica para pagar menos que o devido: estelionato
(não é furto mediante fraude) (STJ)

O cometimento de estelionato em detrimento de vítima que conhecia o autor do delito e lhe


depositava total confiança justifica a exasperação da pena-base em razão da consideração
desfavorável das circunstâncias do crime. (STJ)

O delito de estelionato não será absorvido pelo de roubo na hipótese em que o agente, dias após
roubar um veículo e os objetos pessoais dos seus ocupantes, entre eles um talonário de cheques,
visando obter vantagem ilícita, preenche uma de suas folhas e, diretamente na agência bancária,
tenta sacar a quantia nela lançada. (STJ)

Súmula 554 STF: O pagamento de cheque emitido sem provisão de fundos, após o recebimento da
denúncia, não obsta ao prosseguimento da ação penal.

68
OBS.: sendo assim, para que o pagamento de cheque emitido sem provisão de fundos obste o
andamento da ação penal, deve ocorrer antes do recebimento da denúncia.

ATENÇÃO: essa modalidade de extinção da punibilidade só se aplica ao estelionato praticado


mediante cheque sem provisão de fundos. Não se aplica as demais hipóteses de estelionato.

CRIMES LICITAÇÃO

Contratação direta ilegal


Art. 337-E. Admitir, possibilitar ou dar causa à contratação direta fora das hipóteses previstas em lei:
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.

Para a configuração do crime previsto no art. 89 da Lei 8.666/93, agora disposto no


art. 337-E do CP, é indispensável a comprovação do dolo específico de causar danos
ao erário e o efetivo prejuízo aos cofres públicos (STJ)

Afastamento de licitante
Art. 337-K. Afastar ou tentar afastar licitante por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento
de vantagem de qualquer tipo:
Pena - reclusão, de 3 (três) anos a 5 (cinco) anos, e multa, além da pena correspondente à violência.

Crime de atentado ou empreendimento: tentativa é punida com a pena do crime


consumado

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se abstém ou desiste de licitar em razão de vantagem
oferecida.

Fraude em licitação ou contrato


Art. 337-L. Fraudar, em prejuízo da Administração Pública, licitação ou contrato dela decorrente, mediante:
I - entrega de mercadoria ou prestação de serviços com qualidade ou em quantidade diversas das previstas
no edital ou nos instrumentos contratuais;
II - fornecimento, como verdadeira ou perfeita, de mercadoria falsificada, deteriorada, inservível para
consumo ou com prazo de validade vencido;
III - entrega de uma mercadoria por outra;
IV - alteração da substância, qualidade ou quantidade da mercadoria ou do serviço fornecido;
V - qualquer meio fraudulento que torne injustamente mais onerosa para a Administração Pública a
proposta ou a execução do contrato:
Pena - reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito) anos, e multa.

Omissão grave de dado ou de informação por projetista


Art. 337-O. Omitir, modificar ou entregar à Administração Pública levantamento cadastral ou condição de
contorno em relevante dissonância com a realidade, em frustração ao caráter competitivo da licitação ou
em detrimento da seleção da proposta mais vantajosa para a Administração Pública, em contratação para a
elaboração de projeto básico, projeto executivo ou anteprojeto, em diálogo competitivo ou em
procedimento de manifestação de interesse:

Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa.

69
§ 1º Consideram-se condição de contorno as informações e os levantamentos suficientes e necessários
para a definição da solução de projeto e dos respectivos preços pelo licitante, incluídos sondagens,
topografia, estudos de demanda, condições ambientais e demais elementos ambientais impactantes,
considerados requisitos mínimos ou obrigatórios em normas técnicas que orientam a elaboração de
projetos.

§ 2º Se o crime é praticado com o fim de obter benefício, direto ou indireto, próprio ou de outrem, aplica-
se em dobro a pena prevista no caput deste artigo.

Art. 337-P. A pena de multa cominada aos crimes previstos neste Capítulo seguirá a metodologia de
cálculo prevista neste Código e não poderá ser inferior a 2% (dois por cento) do valor do contrato licitado
ou celebrado com contratação direta.

ATENÇÃO:
Infração de menor potencial ofensivo: impedimento indevido.
Único crime em que há causa de aumento de pena: omissão grave de dado ou de informação
por projetista. A pena é aplicada em dobro se o crime for cometido para obter benefício

COAÇÃO NO CURSO DO PROCESSO

Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra
autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo judicial,
policial ou administrativo, ou em juízo arbitral:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena correspondente à violência.
Parágrafo único. A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até a metade se o processo envolver crime contra
a dignidade sexual.

CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL

Presente o dolo específico de satisfazer à lascívia, própria ou de terceiro, a prática de ato libidinoso
com menor de 14 anos configura o crime de estupro de vulnerável (art. 217-A do CP),
independentemente da ligeireza ou da superficialidade da conduta, não sendo possível a
desclassificação para o delito de importunação sexual (STJ)

A simulação de arma de fogo pode sim configurar a “grave ameaça”, para os fins do tipo do art. 213
do Código Penal (STJ)

O “cliente” da exploração sexual (art. 218-B do CP) pode ser punido sozinho, ou seja, mesmo que
não haja um proxeneta (STJ)

A irmã de vítima do crime de estupro de vulnerável responde por conduta omissiva imprópria se
assume o papel de garantidora (STJ)
ATENÇÃO: o parentesco de irmão, por si só, não torna a irmã penalmente responsável. A figura do
“garante” é constatada no caso concreto.

70
CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Servidor público que se apropria dos salários que lhe foram pagos e não presta os serviços, não
comete peculato (STJ)

É incabível a causa de aumento do art. 327, § 2º, do CP pelo mero exercício do cargo, sendo
necessária a demonstração de uma imposição hierárquica ou de direção. (STJ)
Art. 327 (...) § 2º A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem
ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta,
sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público .

Configura o crime de corrupção ativa o oferecimento de vantagem indevida a funcionário público


para determiná-lo a omitir ou retardar ato de ofício relacionado com o cometimento do crime de
posse de drogas para uso próprio (STJ)

Comete o delito de desobediência o condutor do veículo que não cumpre a ordem de parada dada
pela autoridade em contexto de policiamento ostensivo para prevenção e repressão de crimes
(STJ)

Não comete crime o médico do SUS que cobra do paciente um valor pelo fato de utilizar, na
cirurgia, a sua máquina particular de videolaparoscopia (que não é oferecida na rede pública) (STJ)

Introduzir chip de aparelho celular em presídio não caracteriza crime (STJ)

O crime de exercício arbitrário das próprias razões é formal e consuma-se com o emprego do meio
arbitrário, ainda que o agente não consiga satisfazer a sua pretensão (STJ)
Pratica corrupção passiva o Deputado Federal que recebe vantagem indevida para interceder
junto a diretor da Petrobrás com o intuito de fazer com que a empresa faça acordo com empresa
privada e pague a ela determinadas quantias em atraso (STF)

Comete crime de desobediência o indivíduo que não atende a ordem dada pelo oficial de justiça
na ocasião do cumprimento de mandado de entrega de veículo (STF)

Configura o crime de peculato-desvio o fomento econômico de candidatura à reeleição por


Governador de Estado com o patrimônio de empresas estatais (STJ)

Pratica o crime de peculato-desvio o Governador que determina que os valores descontados dos
contracheques dos servidores para pagamento de empréstimo consignado não sejam repassados
ao banco, mas sim utilizados para quitação de dívidas do Estado (STJ)

Deputado Federal que recebe propina para apoiar permanência de diretor de estatal comete
crime de corrupção passiva (STF)

A causa de aumento prevista no § 2º do art. 327 do Código Penal não pode ser aplicada aos
dirigentes de autarquias (ex: a maioria dos Detrans) porque esse dispositivo menciona apenas
órgãos, sociedades de economia mista, empresas públicas e fundações. (STF)

71
CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA

Art. 1° Constitui crime contra a ordem tributária SUPRIMIR ou REDUZIR tributo, ou contribuição social e
qualquer acessório, mediante as seguintes condutas:
I - OMITIR informação, ou PRESTAR DECLARAÇÃO FALSA às autoridades fazendárias;
II - FRAUDAR a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo operação de qualquer
natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal;
III - FALSIFICAR ou ALTERAR nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro documento
relativo à operação tributável;
IV - ELABORAR, DISTRIBUIR, FORNECER, EMITIR ou UTILIZAR documento que saiba ou deva saber falso ou
inexato;
V - negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente, relativa a
venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo com a
legislação.

CRIMES MATERIAIS CRIMES FORMAIS


Incisos I a IV Inciso V e art. 2

Por que é tão importante saber disso?


Porque sendo material o crime, depende do lançamento definitivo do tributo.

SV 24: não se tipifica crime material contra a ordem tributária antes do lançamento
definitivo do tributo

ATENÇÃO
Hipóteses de mitigação da SV 24: embaraço a fiscalização tributária ou indícios da
prática de outros delitos, de natureza não fiscal.

O pagamento integral do débito tributário, A QUALQUER TEMPO, ATÉ MESMO APÓS O TRÂNSITO EM
JULGADO DA CONDENAÇÃO, é causa de extinção da punibilidade do agente (INFO 611 STJ).

Ainda que a reiteração criminosa impeça a aplicação do princípio da insignificância nos crimes tributários,
ela só se caracteriza se houver multiplicidade de procedimentos administrativos, ações penais ou
inquéritos policiais. Com esse entendimento, a 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça concedeu a ordem
em Habeas Corpus e absolveu sumariamente empresários que sonegaram ICMS por 12 meses
ininterruptos, mas foram alvo de apenas uma autuação fiscal. (STJ)

72
A representação fiscal para fins penais relativa aos crimes de apropriação indébita previdenciária e de
sonegação de contribuição previdenciária será encaminhada ao ministério público depois de proferida a
decisão final, na esfera administrativa, sobre a exigência fiscal do crédito tributário correspondente. (STF)

Incide o princípio da insignificância aos crimes tributários federais e de descaminho quando o débito
tributário verificado não ultrapassar o limite de R$ 20.000,00 (vinte mil reais). (STF)
OBS.: lembrando que esse valor se refere aos tributos federais. Em caso de tributo estadual ou municipal,
será definido em norma do respectivo ente federativo.

Para a configuração do delito previsto no art. 2º, II, da Lei nº 8.137/90, deve ser comprovado o dolo
específico. Entendimento que segue a posição do STF que exige dolo de apropriação: O contribuinte que
deixa de recolher, de forma contumaz e com dolo de apropriação, o ICMS cobrado do adquirente da
mercadoria ou serviço incide no tipo penal do art. 2º, II, da Lei nº 8.137/90.

O momento consumativo do crime de formação de cartel deve ser analisado conforme o caso concreto,
sendo errônea a sua classificação como eventualmente permanente (Info 718).

NÃO CONFUNDA:

Apropriação indébita previdenciária Sonegação de contribuição prev.

contribuinte e/ou responsável informa é o ato de distorcer a ocorrência do fato


as autoridades sobre as contribuições gerador, seja para reduzir seu valor, ou
devidas, mas não realiza o pagamento. mesmo para falsamente dizer que o fato
Crime contra o patrimônio gerador não ocorreu.
Crime praticado por particular contra a
administração

73
NOVA LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE
 Os crimes devem ser praticados com elemento subjetivo especial além do dolo: Mero capricho ou
satisfação pessoal; Prejudicar outrem; Beneficiar a si mesmo.

 Todos os crimes são de ação penal pública incondicionada

 Todos os crimes são apenados com DETENÇÃO e multa

Efeitos da condenação: Penas restritivas de direitos:


Tornar certa a obrigação de indenizar o dano. Prestação de serviço à comunidade ou a
Fixada o valor mínimo pelo juiz por requerimento entidades públicas.
do ofendido; Suspensão do exercício do cargo, da função ou
Inabilitação para exercício do cargo, emprego ou do mandato pelo prazo de 1 a 6 meses, COM
função por 1 a 5 anos (CONDICIONADO À perda dos vencimentos e das vantagens.
REINCIDÊNCIA. NÃO É AUTOMÁTICO)
Perda do cargo, do mandato ou da função
pública.
(CONDICIONADO À REINCIDÊNCIA. NÃO É
AUTOMÁTICO)

Violência Institucional (Incluído pela Lei nº 14.321, de 2022)

Art. 15-A. Submeter a vítima de infração penal ou a testemunha de crimes violentos a procedimentos
desnecessários, repetitivos ou invasivos, que a leve a reviver, sem estrita necessidade:
I - a situação de violência; ou
II - outras situações potencialmente geradoras de sofrimento ou estigmatização:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.
§ 1º Se o agente público permitir que terceiro intimide a vítima de crimes violentos, gerando indevida
revitimização, aplica-se a pena aumentada de 2/3 (dois terços).
§ 2º Se o agente público intimidar a vítima de crimes violentos, gerando indevida revitimização, aplica-se a
pena em dobro.

Agente publico permitir que 3º intimide: Agente publico intimidar


Pena + 2/3 Pena em dobro

74
LEI DE LAVAGEM DE DINHEIRO
 A aptidão da denúncia relativa ao crime de lavagem de dinheiro não exige uma descrição exaustiva
e pormenorizada do suposto crime prévio (infração penal antecedente), bastando a presença
de indícios suficientes de que o objeto material da lavagem (bens, direitos ou valores) seja
proveniente, direta ou indiretamente, desta infração penal antecedente. (STJ)
 Justa causa duplicada: justa causa não apenas em relação à lavagem, mas indícios suficientes do
crime antecedente
 Lavagem estará configurada ainda que desconhecido ou isento de pena (culpabilidade) o autor, ou
extinta a punibilidade da infração penal antecedente.
 O Brasil adota a teoria da acessoriedade limitada: a infração anterior deve ser típica e ilícita
 O delito anterior pode ter sido cometido no exterior, desde que respeitado o principio da dupla
tipicidade

+ 1/3 a 2/3 Lavagem reiterada ou por intermédio de organização criminosa.

Perda, de todos os bens relacionados, direta ou indiretamente, à prática


dos crimes de lavagem, inclusive aqueles utilizados para prestar a
fiança, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé;
EFEITOS
CONDENAÇÃO Interdição do exercício de cargo ou função pública de qualquer natureza
e de diretor, de membro de conselho de administração ou de gerência
das pessoas jurídicas referidas no art. 9º, pelo dobro do tempo da pena
privativa de liberdade aplicada.

JURISPRUDÊNCIA

É possível que os crimes antecedentes sejam julgados em um processo e a acusação por lavagem seja
apreciada em outro processo desmembrado, mesmo que o MP esteja imputando a causa de aumento
descrita na parte final do § 4º do art. 1º da Lei 9.613/98. A reunião de processos em razão da conexão é
uma faculdade do Juiz, conforme interpretação a contrario sensu do art. 80 do CPP que possibilita a
separação de determinados processos. (STJ)

A eventual incidência da causa de aumento descrita na parte final do § 4º do art. 1º da Lei de Lavagem de
Dinheiro não constituiu empecilho para o juiz manter a separação dos feitos, nos termos do art. 80 do CPP.
(STJ)

Na autolavagem não ocorre a consunção entre a corrupção passiva e a lavagem de dinheiro (STJ)

A indisponibilidade de bens da Lei 9.613/98 pode atingir também bens de origem lícita, bens adquiridos
antes mesmo do crime e bens da pessoa jurídica ou mesmo de um familiar não denunciado, desde que haja
indícios de que houve confusão patrimonial (STJ)

É inconstitucional a determinação de afastamento automático de servidor público indiciado em inquérito


policial instaurado para apuração de crimes de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores. (STF)

75
CRIMES CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO
 Todos os crimes cometidos contra o sistema financeiro nacional que estiverem previstos na Lei n.º
7.492/1986 são de competência da justiça federal.

Gestão fraudulenta Gestão temerária

Administração com fraude, ardil, manobras O agente excede, voluntariamente, os limites


desleais. legais da sua condição de administrador da
Com o objetivo de obter indevida instituição financeira.
vantagem para o próprio agente ou para outrem Atua com excesso e, por conta e risco pessoal,
Em prejuízo de terceiro de boa-fé (acionistas, assume a responsabilidade pelo ato unilateral de
sócios, credores, etc.). oportunidade e de conveniência pessoal.

Reclusão: 3 a 12 anos, e multa Reclusão: 2 a 8 anos, e multa

JURISPRUDÊNCIA

O delito do art.19 da lei 7.492/86, "obter mediante fraude financiamento em instituição financeira não
exige, para a sua configuração, efetivo ou potencial abalo ao Sistema Financeiro Nacional. (STJ)

A simulação de consórcio por meio de venda premiada, operada sem autorização do Banco Central do
Brasil, configura crime contra o sistema financeiro, tipificado pelo art. 16 da Lei nº 7.492/86, o que atrai a
competência da Justiça Federal.

A utilização de terceiros (“laranjas”) para aquisição de moeda estrangeira para outrem, ainda que tenham
anuído com as operações, se subsome à conduta tipificada no art. 21 da Lei nº 7.492/86. (STJ)

O bem jurídico resta violado com a dissimulação de esconder a real identidade do adquirente da moeda
estrangeira valendo-se da identidade, ainda que verdadeira, de terceiros. (STJ)

O agente pratica o crime de gestão temerária quando viola deveres impostos por normas jurídicas voltadas
aos administradores de instituições financeiras e que prevêem limites de risco aceitáveis. (STJ)

76
LEI DE INTERCEPTAÇÃO
INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA CAPTAÇÃO AMBIENTAL

Indícios razoáveis da autoria ou participação em Elementos probatórios razoáveis de autoria e


infração penal; participação

Prova não pode ser feita por outros meios Prova não pode ser feita por outros meios
disponíveis e igualmente eficazes

Infração punida com reclusão Infrações com pena máxima SUPERIOR a 4 anos
ou em infrações conexas

Prazo para o juiz decidir: 24 horas O requerimento deverá descrever


circunstanciadamente o local e a forma de
instalação do dispositivo de captação ambiental.

Prazo de duração: 15 dias, renováveis, caso Prazo de duração: 15 (quinze) dias, renovável por
comprovada a indispensabilidade decisão judicial por iguais períodos, se
comprovada a indispensabilidade do meio de
prova e quando presente atividade criminal
permanente, habitual ou continuada.

JURISPRUDÊNCIA

A conversão do conteúdo das interceptações telefônicas em formato escolhido pela defesa não é ônus
atribuído ao Estado (STJ)
Admite-se o uso da motivação per relationem para justificar a quebra do sigilo das comunicações
telefônicas. No entanto, as decisões que deferem a interceptação telefônica e respectiva prorrogação
devem prever, expressamente, os fundamentos da representação que deram suporte à decisão - o que
constituiria meio apto a promover a formal incorporação, ao ato decisório, da motivação reportada como
razão de decidir - sob pena de ausência de fundamento idôneo para deferir a medida cautelar. (STJ)

O artigo 2º da Lei 9.296/1996 não se aplica à obtenção de dados armazenados no celular. Não cabe
transportar a regra do artigo 2º da Lei nº 9.296/1996 – no que inadmitida a interceptação de comunicações
telefônicas quando a prova puder ser feita por outros meios disponíveis – à obtenção dos dados
armazenados em dispositivo de telefonia. (STF)

A existência de captação de áudio fora do período autorizado pelo juiz resulta na nulidade apenas da
gravação realizada no dia excedente. (STJ)

É ilegal a quebra do sigilo telefônico mediante a habilitação de chip da autoridade policial em substituição
ao do investigado titular da linha. A Lei nº 9.296/96 não autoriza a suspensão do serviço telefônico ou do
fluxo da comunicação telemática mantida pelo usuário, tampouco a substituição do investigado e titular da
linha por agente indicado pela autoridade policial. (STJ)

É dever do Estado a disponibilização da integralidade das conversas advindas nos autos de forma
emprestada, sendo inadmissível a seleção pelas autoridades de persecução de partes dos áudios
interceptados. (STJ)

77
ESTATUTO DESARMAMENTO

Pena aumentada
da metade

Porte ilegal Praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas


nos arts. 6º, 7º e 8º desta Lei
Reincidente específico em crimes dessa natureza.
Disparo Praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas
nos arts. 6º, 7º e 8º desta Lei
Reincidente específico em crimes dessa natureza.
Posse ou porte de Praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas
uso restrito nos arts. 6º, 7º e 8º desta Lei
Reincidente específico em crimes dessa natureza.
Comercio ilegal Praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas
nos arts. 6º, 7º e 8º desta Lei
Reincidente específico em crimes dessa natureza.
Arma de fogo, acessório ou munição forem de uso proibido
ou restrito.
Tráfico Praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas
nos arts. 6º, 7º e 8º desta Lei
Reincidente específico em crimes dessa natureza.
Arma de fogo, acessório ou munição forem de uso proibido
ou restrito.

JURISPRUDÊNCIA

O crime de porte de arma de fogo, seja de uso permitido ou restrito, na modalidade transportar, admite
participação.

Todos os integrantes das guardas municipais possuem direito a porte de arma de fogo, em serviço ou
mesmo fora de serviço, independentemente do número de habitantes do Município.

Agente possui arma de fogo de uso permitido mas está com o registro vencido: irregularidade
administrativa. ENTRETANTO, essa lógica não se aplica se for uma arma de uso restrito ou então no caso de
porte, já que os elementares são diversas e a reprovabilidade mais intensa.

78
LEI DE DROGAS

Prazo conclusão IP
(podem ser duplicados pelo juiz, ouvido o Ministério Público, mediante pedido
justificado da autoridade de polícia judiciária)

Indiciado preso: 30 dias Indiciado solto: 90 dias

Crime do art. 28:

 Não lavra o APF


 Autor deve ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta deste, assumir o
compromisso de a ele comparecer, lavrando-se TCO
 Agente deve ser levado a presença do JUIZ. Se não houver juiz, será levado a presença da
autoridade policial
 Penas: advertência sobre os efeitos das drogas; prestação de serviços à comunidade; medida
educativa de comparecimento a programa ou curso educativo pelo prazo: máximo de 5 meses. Em
caso de reincidência, o máximo será 10 meses.
 Medidas coercitivas: admoestação verbal e multa
 Prescrição: 2 anos

DESTRUIÇÃO DE DROGAS

Plantação ilícita imediatamente destruídas pelo delegado, que recolherá quantidade suficiente
para exame pericial
Flagrante juiz recebe cópia do APF e, em 10 dias, certifica a regularidade formal do laudo
de constatação, determinando a destruição das drogas apreendidas, que
deverá ser executada em 15 dias.
Sem flagrante 30 dias. Lei não menciona necessidade de autorização judicial.

 Transnacionalidade do delito;
 Função pública ou no desempenho de missão de educação, poder familiar,
guarda ou vigilância;
 Dependências ou imediações de estabelecimentos prisionais, de ensino ou
hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais,
+ recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de
1/6 recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza,
de serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção
A social, de unidades militares ou policiais ou em transportes públicos;
 Violência, grave ameaça, emprego de arma de fogo, ou qualquer processo
2/3 de intimidação difusa ou coletiva;
 Entre Estados da Federação ou entre estes e o Distrito Federal;
 Envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem tenha, por
qualquer motivo, diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e
determinação;
 Agente financiar ou custear a prática do crime.

79
ATENÇÃO:

 O agente que comete o tráfico (art.33) em companhia de menor de idade, pratica o crime de
corrupção de menores? NÃO. O agente maior de idade responderá pelo art. 33 com a causa de
aumento de pena de 1/6 a 2/3

 O agente que apenas financia o tráfico, mas não pratica nenhum dos verbos do art. 33, responderá
pelo crime de tráfico com a causa de aumento de pena? Não. Responderá apenas pelo art. 36
(crime de punição mais severa da lei)

 Todos os crimes tipificados nesta lei são de perito abstrato? Não. O crime de conduzir embarcação
ou aeronave após o consumo de drogas, expondo a dano potencial a incolumidade de outrem é de
perigo CONCRETO.

 Além do crime de porte de droga para consumo pessoal, algum outro tipo penal se insere na
competência do JECRIM? Sim. O crime de oferecer droga sem intuito de lucro para consumirem
juntos e o crime de prescrever culposamente drogas

Agente primário
TRÁFICO PRIVILEGIADO Bons antecedentes
-1/6 A 2/3 Não se dedica a atividades criminosas
Não integra organização criminosa

JURISPRUDÊNCIA

“a simples declaração do réu de ser dependente de drogas não obriga o juiz do processo a determinar a
realização do exame toxicológico, cabendo ao julgador aferir a real necessidade de sua realização para a
formação de sua convicção em cada caso concreto, dentro de sua discricionariedade regrada. Precedentes
desta Corte e do Col. STF.” (Acórdão HC 25796/RJ – Relator: Min. Jorge Scartezzini).

É possível que o Poder Judiciário conceda autorização para que a pessoa faça o cultivo de maconha com
objetivos medicinais?
5ª Turma do STJ (2021): NÃO. É incabível salvo-conduto para o cultivo da cannabis visando a extração do
óleo medicinal, ainda que na quantidade necessária para o controle da epilepsia, posto que a autorização
fica a cargo da análise do caso concreto pela ANVISA.

6ª Turma do STJ: SIM (2022). É possível a concessão de salvo-conduto para permitir que pessoas com
prescrição médica para o uso do canabidiol cultivem plantas de maconha e dela façam a extração do óleo.

Tráfico privilegiado não é equiparado a hediondo. Essa já era a compreensão da jurisprudência e foi
positivada na LEP com o pacote anticrime (STF)

O tráfico privilegiado não impede a substituição da PPL por PRD (STF)

Não incide a causa de aumento de pena do art. 40, III, da LD se o crime foi praticado nas proximidades de
escola fechada em razão da COVID-19.

80
A semi-imputabilidade (art. 46 da LD), por si só, não afasta o tráfico de drogas e o seu caráter hediondo, tal
como a forma privilegiada do § 4º do art. 33.

É possível a valoração da quantidade e natureza da droga apreendida, tanto para a fixação da pena-base
quanto para a modulação da causa de diminuição prevista no art. 33, § 4º, da Lei nº 11.343/2006, neste
último caso ainda que sejam os únicos elementos aferidos, desde que não tenham sidos considerados na
primeira fase do cálculo da pena. (STJ)

O crime de associação para o tráfico (art. 35 - Lei 11.343/2006), mesmo formal ou de perigo, demanda os
elementos "estabilidade" e "permanência" do vínculo associativo, que devem ser demonstrados de forma
aceitável (razoável), ainda que não de forma rígida, para que se configure a societas sceleris e não um
simples concurso de pessoas, é dizer, uma associação passageira e eventual. (STJ)

Viola o princípio da proporcionalidade a consideração de condenação anterior pelo delito do art. 28 da Lei
nº 11.343/2006, “porte de droga para consumo pessoal”, para fins de reincidência. (STF)

Não é possível que o agente responda pela prática do crime do art. 34 da Lei 11.343/2006 quando a posse
dos instrumentos configura ato preparatório destinado ao consumo pessoal de entorpecente. Para que se
configure a lesão ao bem jurídico tutelado pelo art. 34 da Lei nº 11.343/2006, a ação de possuir maquinário
e/ou objetos deve ter o especial fim de fabricar, preparar, produzir ou transformar drogas, visando ao
tráfico. (STJ)

A fração de aumento de pena pela transnacionalidade do delito de tráfico de drogas pode levar em
consideração a longa distância percorrida. (STF)

Compete ao Juízo Federal do endereço do destinatário da droga, importada via Correio, processar e julgar
o crime de tráfico internacional. (STJ)

O crime de associação para o tráfico é plurissubjetivo e pode ser plurilocal. (STJ)

CRIMES FALIMENTARES
Art. 180. A sentença que decreta a falência, concede a recuperação judicial ou concede a recuperação
extrajudicial de que trata o art. 163 desta Lei é condição objetiva de punibilidade das infrações penais
descritas nesta Lei.

Art. 181. São efeitos da condenação por crime previsto nesta Lei:
I – a inabilitação para o exercício de atividade empresarial;
II – o impedimento para o exercício de cargo ou função em conselho de administração, diretoria ou
gerência das sociedades sujeitas a esta Lei;
III – a impossibilidade de gerir empresa por mandato ou por gestão de negócio.
§ 1º Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo ser motivadamente declarados na
sentença, e perdurarão até 5 (cinco) anos após a extinção da punibilidade, podendo, contudo, cessar
antes pela reabilitação penal

ATENÇÃO: Único crime apenado com detenção: omissão de documentos contábeis obrigatórios

81
LEI DE EXECUÇÃO PENAL

Identificação perfil genético:

Condenado por crime praticado com violência grave contra pessoa


Hipóteses: Crime contra a vida
Crime contra a liberdade sexual
Crime sexual contra vulnerável

Em que momento? Ocasião do ingresso no estabelecimento prisional.

ATENÇÃO: na LEP, a tentativa de falta disciplinar é punida com a mesma pena da consumada

Regime Disciplinar Diferenciado (RDD)

A quem se aplica? Preso provisório, ou condenado, nacional ou estrangeiro


Quando será cabível? Prática de fato previsto como crime doloso, quando ocasione
subversão da ordem ou disciplina internas;
Presos de alto risco p/ a ordem e segurança
Presos com fundadas suspeitas de envolvimento ou
participação, a qualquer título, em organização criminosa,
associação criminosa ou milícia privada, independentemente da
prática de falta grave.
Qual a duração? Máximo 2 anos (sem prejuízo de repetição por nova falta grave de
mesma espécie)
Onde ficará recolhido o preso? Em cela individual
Como serão as visitas? Quinzenais
2 pessoas por vez
Pessoa da família
No caso de terceiro, autorizado judicialmente
Duração: 2 horas
Realizadas em instalações equipadas para impedir o contato físico
e a passagem de objetos
Gravada em sistema de áudio ou de áudio e vídeo e
Com autorização judicial, fiscalizada por agente penitenciário
Se o preso não receber visita após os primeiros 6 meses, poderá,
após prévio agendamento, ter contato telefônico, que será
gravado, com uma pessoa da
família, 2 vezes por mês e por 10 minutos

82
Como será o banho de sol? 2 horas diárias
Grupos de até 4 presos, desde que não haja contato com presos
do mesmo grupo criminoso
Como serão as entrevistas? sempre monitoradas...
EXCETO aquelas com seu defensor
Em instalações equipadas para impedir o contato físico e a
passagem de objetos SALVO expressa autorização judicial em
contrário
Como fica a correspondência? Fiscalização do conteúdo da correspondência
Como se dá a participação em Participação em audiências judiciais PREFERENCIALMENTE
audiências? por videoconferência
Garantindo-se a participação do defensor no mesmo ambiente do
preso
Quando existirem indícios de que o preso:
Em quais hipóteses o RDD será Exerce liderança em organização criminosa, associação criminosa
obrigatoriamente cumprido ou milícia privada; ou que tenha atuação criminosa em 2 ou mais
em presídio federal? Estados

 Quando o preso que está em RDD é líder de ORCRIM ou tem atuação em + de 1 Estado:

RDD poderá ser prorrogado sucessivamente, por períodos de 1 ano, existindo indícios de que o preso:

 continua apresentando alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal


de origem ou da sociedade;

 mantém os vínculos com organização criminosa, associação criminosa ou milícia privada,


considerados também o perfil criminal e a função desempenhada por ele no grupo criminoso, a
operação duradoura do grupo, a superveniência de novos processos criminais e os resultados do
tratamento penitenciário.

 As sanções disciplinares são aplicadas pelo diretor do estabelecimento, salvo a inclusão no RDD,
que depende de decisão judicial

 O isolamento é comunicado ao juiz da execução

NÃO CONFUNDA

Prazo para decisão judicial Prazo que a autoridade Isolamento, suspensão e


sobre inclusão do preso no administrativa pode decretar o restrição de direitos não pode
RDD isolamento preventivo do ultrapassar o prazo de
preso
15 dias 10 dias 30 dias

83
16% primário + crime cometido sem violência à pessoa ou grave ameaça;
20% Reincidente em crime cometido sem violência à pessoa ou grave ameaça;
25% Primário + crime cometido com violência à pessoa ou grave ameaça;

30% Reincidente em crime cometido com violência à pessoa ou grave ameaça

40% Primário + crime hediondo ou equiparado

a) primário + hediondo ou equiparado com resultado morte (caso em que


também será vedado o livramento condicional)
b) condenado por exercer o comando, individual ou coletivo, de
50% organização criminosa estruturada para a prática de crime hediondo ou
equiparado
c) condenado pela prática do crime de constituição de milícia privada;

60% Reincidente + hediondo ou equiparado


Reincidente + hediondo ou equiparado com resultado morte (caso em que
70% também será vedado o livramento condicional)

Progressão especial das mulheres gestantes ou mãe ou responsável por


crianças (adolescente não!) ou pessoas com deficiência. Os requisitos são
cumulativos:
Não ter cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa;
Não ter cometido o crime contra seu filho ou dependente;
Ter cumprido ao menos 1/8 (um oitavo) da pena no regime anterior;
1/8 Ser primária e ter bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor
do estabelecimento;
Não ter integrado organização criminosa.
OBS: organização criminosa somente a hipótese de condenação nos termos
da Lei 12.850/2013, não abrangendo apenada que tenha participado de
associação criminosa (art. 288 do CP) ou associação para o tráfico (art. 35 da Lei
11.343/2006). (STJ)

FALTA GRAVE ATRAPALHA FALTA GRAVE NÃO ATRAPALHA


Progressão: interrompe o prazo Não interrompe o prazo para obtenção de
Acarreta regressão livramento condicional
Regova até 1/3 do tempo remido
Revoga saída temporária Não interfere no tempo para a concessão de
Revoga autorização de trabalho externo indulto e comutação de penas
Pode sujeitar o condenado ao RDD
Pode revogar a monitoração eletrônica
Pode converter a PRD em PPL
Pode acarretar isolamento na própria cela
Pode acarretar suspensao ou restrição de
direitos

84
Se devidamente motivado pelo Juízo estadual o pedido de manutenção de preso, em presídio federal, não
cabe ao Magistrado federal exercer juízo de valor sobre a fundamentação apresentada, mas, apenas, aferir
a legalidade da medida. (INFO 751 STJ)

Nos termos do art. 126, § 2º, da LEP, a remição de pena pelo estudo somente é possível quando o curso for
oferecido por instituição devidamente autorizada ou conveniada com o Poder Público para esse fim (INFO
748 STJ)

O histórico prisional conturbado do apenado, somado ao crime praticado com violência ou grave ameaça
(uma condição legal do art. 83, parágrafo único, do CP), afasta a constatação inequívoca do requisito
subjetivo para a concessão do livramento condicional (INFO 735 STJ)

O indulto é instituto da execução penal, não se estendendo os benefícios da norma instituidora aos presos
cautelarmente com direito à detração penal (STJ INFO 736)

Sobrevindo condenação por pena privativa de liberdade no curso da execução de pena restritiva de
direitos, as penas serão objeto de unificação, com a reconversão da pena alternativa em privativa de
liberdade, ressalvada a possibilidade de cumprimento simultâneo aos apenados em regime aberto e
vedada a unificação automática nos casos em que a condenação substituída por pena alternativa é
superveniente. (STJ INFO 736)

A manutenção do monitoramento eletrônico ao apenado agraciado com a progressão ao regime aberto


não implica constrangimento ilegal, pois atende aos parâmetros referenciados na SV 56 (INFO 715 STJ)

Aplica-se o limite temporal previsto no art. 75 do Código Penal (40 anos) ao apenado em livramento
condicional (INFO 712 STJ)

A independência das instâncias deve ser mitigada quando, nos casos de inexistência material ou de
negativa de autoria, o mesmo fato for provado na esfera administrativa, mas não o for no processo
criminal. Assim, quando o único fato que motivou a penalidade administrativa resultou em absolvição no
âmbito criminal, ainda que por ausência de provas, a autonomia das esferas há que ceder espaço à
coerência que deve existir entre as decisões sancionatórias. (INFO 712 STJ)

Diante da omissão legislativa, impõe-se a analogia in bonam partem, para aplicação, inclusive retroativa, do
inciso V do artigo 112 da LEP (lapso temporal de 40%) ao condenado por crime hediondo ou equiparado
sem resultado morte reincidente não específico (INFO 1032 STF)

Não havendo na sentença condenatória transitada em julgado determinação expressa de reparação do


dano ou de devolução do produto do ilícito, não pode o juízo das execuções inserir referida condição para
fins de progressão de regime (INFO 709 STJ)

O reconhecimento de falta grave consistente na prática de fato definido como crime doloso no curso da
execução penal dispensa o trânsito em julgado da condenação criminal, desde que ocorra a apuração do
ilícito com as garantias constitucionais (INFO 1001 STF)

O requisito “não ter integrado organização criminosa” previsto no inciso V do § 3º do art. 112 da LEP
(progressão da mulher gestante, mãe/responsável por pessoa com deficiência), deve levar em
consideração a definição de organização criminosa da Lei nº 12.850/2013 (INFO 678 STJ)

Não é necessária a realização de PAD para aplicação de falta grave, desde que haja audiência de
justificação realizada com a participação da defesa e do MP (INFO 985 STF)

85
O descumprimento das condições impostas para o livramento condicional não pode ser invocado para
impedir a concessão do indulto, a título de não preenchimento do requisito subjetivo (INFO 670 STJ).

O art. 118, I da Lei de Execução Penal impõem a regressão de regime para o preso que cometer falta grave.
Para o Superior Tribunal de Justiça a regressão é obrigatória, pois “ a dicção do referido dispositivo é clara
ao prever a regressão de regime uma vez homologada a falta grave". (HC 405.531/RS, Rel. Ministro
REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 06/02/2018, DJe 14/02/2018)

LEI MARIA DA PENHA

 Os institutos despenalizadores da lei 9.099/95 não se aplicam

ATENÇÃO: não existe vedação à suspensão condicional da pena

 Infrações no contexto da lei maria da penha não se tornam TCO. Será instaurado IP.

 Lesão corporal leve é de ação penal pública incondicionada

 Ainda existem crimes que são processados por ação penal publica condicionada, como a ameaça.

 A retratação tem 2 peculiaridades: até o recebimento da denúncia (e não até o oferecimento como
ocorre nos demais crimes) + em audiência especialmente designada com tal finalidade, na presença
do juiz e ouvido o Ministério Público.

Delegado remeter ao juiz, no prazo de 48h, o pedido da ofendida para a


48 H concessão de medidas protetivas de urgência;
Após receber o pedido, o juiz terá 48h para tomar as providências

Quando o delegado ou o policial afastarem o agressor do lar porque a cidade


24 H não é sede de comarca, o juiz deverá ser comunicado em 24h
O juiz também terá 24h para decidir

Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou iminente à vida ou à integridade física ou psicológica da
mulher em situação de violência doméstica e familiar, ou de seus dependentes, o agressor será
imediatamente afastado do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida:

I - pela autoridade judicial;


II - pelo delegado de polícia, quando o Município não for sede de comarca; ou
III - pelo policial, quando o Município não for sede de comarca e não houver delegado disponível no
momento da denúncia.

§ 1º Nas hipóteses dos incisos II e III do caput deste artigo, o juiz será comunicado no prazo máximo de 24
(vinte e quatro) horas e decidirá, em igual prazo, sobre a manutenção ou a revogação da medida aplicada,
devendo dar ciência ao Ministério Público concomitantemente.

86
§ 2º Nos casos de risco à integridade física da ofendida ou à efetividade da medida protetiva de urgência,
não será concedida liberdade provisória ao preso.

1º As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas de imediato, independentemente de


audiência das partes e de manifestação do Ministério Público, devendo este ser prontamente
comunicado.

Art. 14-A. A ofendida tem a opção de propor ação de divórcio ou de dissolução de união estável no
Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher.

§ 1º Exclui-se da competência dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher a pretensão
relacionada à partilha de bens.

Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de urgência previstas nesta Lei:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos.

§ 1º A configuração do crime independe da competência civil ou criminal do juiz que deferiu as medidas.
§ 2º Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a autoridade judicial poderá conceder fiança.
§ 3º O disposto neste artigo não exclui a aplicação de outras sanções cabíveis.

ATENÇÃO: o delegado pode arbitrar fiança em infrações penais com pena não superior a 4 anos,
SALVO neste caso de descumprimento de medida protetiva de urgência, em que apenas o juiz
poderá conceder fiança.

ARMA DE FOGO:

Verifica se o agressor possui registro de porte ou posse de arma de fogo


DELEGADO Se tiver, junta aos autos essa informação e notifica a ocorrência à instituição
responsável pela concessão do registro ou da emissão do porte

Após receber o pedido da ofendida, em 48 horas:


Determina a apreensão imediata de arma de fogo sob a posse do agressor

Obs.: caso o agressor seja integrante dos órgãos de segurança pública ou se


enquadre em alguma das situações dos incisos do art. 6 do estatuto do
JUIZ
desarmamento, o juiz comunicará ao respectivo órgão, corporação ou
instituição as medidas protetivas de urgência concedidas e determinará a
restrição do porte de armas, ficando o superior imediato do agressor
responsável pelo cumprimento da determinação judicial, sob pena de
incorrer nos crimes de prevaricação ou de desobediência, conforme o caso.

87
JURISPRUDÊNCIA

É indevida a manutenção de medidas protetivas na hipótese de conclusão do inquérito policial sem


indiciamento do acusado (INFO 750 STJ)

A Lei 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) é aplicável às mulheres trans em situação de violência doméstica

Não cabe o arbitramento de aluguel em desfavor da coproprietária vítima de violência doméstica, que, em
razão de medida protetiva de urgência decretada judicialmente, detém o uso e gozo exclusivo do imóvel de
cotitularidade do agressor (STJ)

Se foram imputados vários crimes ao acusado e dentre eles está o de lesão corporal contra a mulher no
contexto da violência doméstica, é possível que o juiz indefira a designação da audiência prevista no artigo
16 da Lei 11.340/2006 (audiência na qual é possível a retratação da ofendida) (STJ)

O crime de descumprimento de medidas protetivas de urgência não é meio necessário ou usual para a
realização do delito de ameaça - que, com frequência, é praticado em contextos distintos da situação de
violência doméstica e familiar. (STJ)

Lei que impede nomeação de condenados pela Lei Maria da Penha é constitucional.

A posterior reconciliação entre a vítima e o agressor não é fundamento suficiente para afastar a
necessidade de fixação do valor mínimo previsto no art. 387, inciso IV, do CPP

É irrelevante o lapso temporal da dissolução do vínculo conjugal para se firmar a competência do Juizados
Especiais de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher nos casos em que a conduta imputada como
criminosa está vinculada à relação íntima de afeto que tiveram as partes.
Assim, é necessário apenas que a conduta delitiva imputada esteja vinculada à relação íntima de afeto
mantida entre as partes.

Não se pode decretar a preventiva do autor de contravenção penal, mesmo que ele tenha praticado o fato
no âmbito de violência doméstica e mesmo que tenha descumprido medida protetiva a ele imposta (STJ)

Nos casos de violência contra a mulher praticados no âmbito doméstico e familiar, é possível a fixação de
valor mínimo indenizatório a título de dano moral, desde que haja pedido expresso da acusação ou da
parte ofendida, ainda que não especificada a quantia, e independentemente de instrução probatória.

Em caso de ameaça por redes sociais ou pelo Whatsapp, o juízo competente para deferir as medidas
protetivas é aquele no qual a mulher tomou conhecimento das intimidações.

88
LEI DE ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA

§ 1º Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas estruturalmente


ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta
ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas
máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacional.

Art. 2º Promover, constituir, financiar ou integrar, pessoalmente ou por interposta pessoa, organização
criminosa:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa, sem prejuízo das penas correspondentes às demais
infrações penais praticadas.

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem impede ou, de qualquer forma, embaraça a investigação de infração
penal que envolva organização criminosa.

Pena aumenta até a 1/2 Emprego de arma de fogo

Exerce o comando, individual ou coletivo, da organização criminosa,


Pena agravada
ainda que não pratique pessoalmente atos de execução.

Criança ou adolescente;

Se há concurso de funcionário público, valendo-se a organização


criminosa dessa condição para a prática de infração penal;

Se o produto ou proveito da infração penal destinar-se, no todo ou


Pena aumenta de 1/6 a 2/3 em parte, ao exterior;

Se a organização criminosa mantém conexão com outras


organizações criminosas independentes;

Transnacionalidade da organização.

§ 6º A condenação com trânsito em julgado acarretará ao funcionário público a perda do cargo, função,
emprego ou mandato eletivo e a interdição para o exercício de função ou cargo público pelo prazo de 8
(oito) anos subsequentes ao cumprimento da pena.

§ 8º As lideranças de organizações criminosas armadas ou que tenham armas à disposição deverão iniciar
o cumprimento da pena em estabelecimentos penais de segurança máxima.

89
ACORDO DE COLABORAÇÃO PREMIADA

 O recebimento da proposta para formalização de acordo de colaboração demarca o início das


negociações e constitui também marco de confidencialidade
 Caso não haja indeferimento sumário, as partes deverão firmar Termo de Confidencialidade para
prosseguimento das tratativas, o que vinculará os órgãos envolvidos na negociação e impedirá o
indeferimento posterior sem justa causa.

 Possíveis sanções premiais: perdão judicial; reduzir em até 2/3 (dois terços) a pena privativa de
liberdade substituir a PPL por PRD ; se posterior à sentença: reduzir até metade da pena ou
progressão de regime mesmo que ausentes os requisitos objetivos
 Considerando a relevância da colaboração prestada, o Ministério Público, a qualquer tempo, e o
delegado de polícia, nos autos do inquérito policial, com a manifestação do Ministério Público,
poderão requerer ou representar ao juiz pela concessão de perdão judicial ao colaborador, ainda
que esse benefício não tenha sido previsto na proposta inicial
 O prazo para oferecimento de denúncia ou o processo, relativos ao colaborador, poderá ser
suspenso por até 6 (seis) meses, prorrogáveis por igual período, até que sejam cumpridas as
medidas de colaboração, suspendendo-se o respectivo prazo prescricional.
 Ministério Público poderá deixar de oferecer denúncia se a proposta de acordo de colaboração
referir-se a infração de cuja existência não tenha prévio conhecimento e o colaborador: não for o
líder da organização criminosa ou for o primeiro a prestar efetiva colaboração nos termos deste
artigo.
 Juiz não participa das negociações

AÇÃO CONTROLADA INFILTRAÇÃO AGENTES INFILTRAÇÃO VIRTUAL

Previamente comunicada Indícios de infração + prova não pode Necessidade e indicação do alcance
ser obtida por outro meio das tarefas dos policiais, os nomes ou
Não depende de autorização judicial apelidos das pessoas investigadas e,
6 meses (prazo prorrogável, se quando possível, os dados de
comprovada necessidade) conexão ou cadastrais que permitam
a identificação dessas pessoas.
6 meses, prorrogáveis, desde que não
ultrapasse 720 dias

O pedido de homologação do acordo será sigilosamente distribuído, contendo


48 horas apenas informações que não possam identificar o colaborador e o seu objeto

As informações quanto à necessidade da operação de infiltração serão dirigidas


diretamente ao juiz competente, que decidirá no prazo de 24 (vinte e quatro)
24 horas horas, após manifestação do Ministério Público na hipótese de representação do
delegado de polícia, devendo-se adotar as medidas necessárias para o êxito das
investigações e a segurança do agente infiltrado
A instrução criminal deverá ser encerrada em prazo razoável, o qual não poderá
exceder a 120 (cento e vinte) dias quando o réu estiver preso, prorrogáveis em
120 dias
até igual período, por decisão fundamentada, devidamente motivada pela
complexidade da causa ou por fato procrastinatório atribuível ao réu.

90
JURISPRUDÊNCIA

É ilícita a conduta do advogado que, sem justa causa, independentemente de provocação e na vigência de
mandato, grava clandestinamente suas comunicações com seus clientes com objetivo de delatá-los,
entregando às autoridades investigativas documentos de que dispõe em razão da profissão, em violação ao
dever de sigilo (INFO 751 STJ)

É justificada a redução da pena do réu colaborador em patamar um pouco inferior ao que havia sido
ajustado com o Ministério Público, tendo em vista que o acusado prestou declarações falsas perante o
plenário do júri (INFO 758 STJ)

Pessoa jurídica não possui capacidade para celebrar acordo de colaboração premiada, previsto na Lei nº
12.850/2013 (INFO 747 STJ)

É possível celebrar acordo de colaboração premiada em quaisquer condutas praticadas em concurso de


agentes (INFO 742 STJ)

O Plenário deste Supremo Tribunal Federal assentou a INEXISTÊNCIA de conexão necessária entre o delito
de organização criminosa e os demais eventualmente praticados no seu contexto, permitindo a tramitação
concomitante das respectivas propostas acusatórias perante juízos distintos e atestando a não ocorrência,
em tais hipóteses, do vedado bis in idem.”
STF. Segunda Turma. Inquérito 3989 DF, Relator Ministro Edson Fachin, Julgado em 11/06/2019.

A imputação de dois crimes de organização criminosa ao agente não revela, por si só, a litispendência das
ações penais, se não ficar demonstrado o liame entre as condutas praticadas por ambas as organizações
criminosas

A mera circunstância de o agente ter sido denunciado em razão dos delitos descritos na Lei 12.850/2013
não justifica a imposição automática da prisão preventiva, devendo-se avaliar a presença de elementos
concretos, previstos no art. 312 do CPP

A homologação de acordo de colaboração, em regra, terá que se dar perante o juízo competente para
autorizar as medidas de produção de prova e para processar e julgar os fatos delituosos cometidos pelo
colaborador.

Cabe habeas corpus contra a decisão que não homologa ou que homologa apenas parcialmente o acordo
de colaboração premiada

A colaboração premiada, como meio de obtenção de prova, não constitui critério de determinação, de
modificação ou de concentração da competência

Crime de embaraçar investigação previsto na Lei do Crime Organizado não é restrito à fase do inquérito

91
ECA

Principais medidas em caso de prática de ato infracional:

 Prestação de serviços à comunidade: período não superior a 6 meses


 Liberdade assistida: prazo mínimo de 6 meses, podendo a qualquer tempo ser prorrogada,
revogada ou substituída por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério Público e o defensor.
 Inserção em regime de semi-liberdade;
 Internação em estabelecimento educacional

INTERNAÇÃO REMISSÃO
Não prazo determinado. Momento: antes de iniciado o procedimento
judicial
A manutenção deve ser reavaliada no máximo a
cada seis meses. Quem oferece: Ministério Público

Em nenhuma hipótese o período máximo de O que é: forma de exclusão do processo


internação excederá a três anos.
A remissão não implica necessariamente o
A liberação será compulsória aos vinte e um reconhecimento ou comprovação da
anos de idade responsabilidade, nem prevalece para efeito de
antecedentes, podendo incluir eventualmente a
Só poderá ser aplicada quando o ato infracional aplicação de qualquer das medidas previstas em
for cometido mediante grave ameaça ou lei, exceto a colocação em regime de semi-
violência a pessoa, reiteração no cometimento liberdade e a internação.
de outras infrações graves ou então
descumprimento reiterado e injustificável de
medida anteriormente imposta (nesse caso, não
poderá ultrapassar 3 meses)

FLAGRANTE DE ATO INFRACIONAL

COM VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA SEM VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA

Lavrar auto de apreensão Boletim de ocorrência circunstanciada

Se, afastada a hipótese de flagrante, houver indícios de participação de adolescente na prática de ato
infracional, a autoridade policial encaminhará ao representante do Ministério Público relatório das
investigações e demais documentos.

92
INFILTRAÇÃO DE AGENTES

 Autorização judicial, ouvido o Ministério Público;


 Requerimento do Ministério Público ou representação de delegado de polícia e conterá a
demonstração de sua necessidade, o alcance das tarefas dos policiais, os nomes ou apelidos das
pessoas investigadas e, quando possível, os dados de conexão ou cadastrais que permitam a
identificação dessas pessoas;
 Não poderá exceder o prazo de 90 (noventa) dias, sem prejuízo de eventuais renovações, desde
que o total não exceda a 720 (setecentos e vinte) dias e seja demonstrada sua efetiva
necessidade, a critério da autoridade judicial
 As informações da operação de infiltração serão encaminhadas diretamente ao juiz responsável
pela autorização da medida, que zelará por seu sigilo.

JURISPRUDÊNCIA

O interrogatório, na apuração de ato infracional, é o último ato da instrução. O direito de falar por último,
de ser interrogado após as testemunhas, deve ser observado no procedimento para apuração de ato
infracional. (STF)

Súmula 605-STJ: A superveniência da maioridade penal não interfere na apuração de ato infracional nem
na aplicabilidade de medida socioeducativa em curso, inclusive na liberdade assistida, enquanto não
atingida a idade de 21 anos.

Mesmo que a genitália da criança ou adolescente não esteja desnuda, é possível enquadrar a imagem
como ‘cena de sexo explícito ou pornográfica’ para os fins do art. 241-E do ECA

Em regra, não há automática consunção quando ocorrem armazenamento e compartilhamento de material


pornográfico infanto-juvenil

Juiz não pode aumentar a pena-base do crime do art. 241-A do ECA alegando que a conduta social ou a
personalidade são desfavoráveis, sob o argumento de que o réu manifestou grande interesse por material
pornográfico

Se a infração penal envolveu dois adolescentes, o réu deverá ser condenado por dois crimes de corrupção
de menores (art. 244-B do ECA)

93
LEI HENRY BOREL
 Foi publicada em 24/05/2022 e entrou em vigor 45 dias depois
 Cria mecanismos para a prevenção e o enfrentamento da violência doméstica e familiar contra a
criança e o adolescente
 É “tipo” uma Lei Maria da Penha aplicável a esse tipo de vítima
 Não poderá ser aplicado a lei do JECRIM
 Não poderá haver substituição da pena por cestas básicas e etc (como já ocorre na Lei Maria da
Penha)

Art. 13. No atendimento à criança e ao adolescente em situação de violência doméstica e familiar, a


autoridade policial deverá, entre outras providências:

I - encaminhar a vítima ao Sistema Único de Saúde e ao Instituto Médico-Legal imediatamente;

II - encaminhar a vítima, os familiares e as testemunhas, caso sejam crianças ou adolescentes, ao Conselho


Tutelar para os encaminhamentos necessários, inclusive para a adoção das medidas protetivas adequadas;

III - garantir proteção policial, quando necessário, comunicados de imediato o Ministério Público e o Poder
Judiciário;

IV - fornecer transporte para a vítima e, quando necessário, para seu responsável ou acompanhante, para
serviço de acolhimento existente ou local seguro, quando houver risco à vida.

Art. 14. Verificada a ocorrência de ação ou omissão que implique a ameaça ou a prática de violência
doméstica e familiar, com a existência de risco atual ou iminente à vida ou à integridade física da criança e
do adolescente, ou de seus familiares, o agressor será imediatamente afastado do lar, do domicílio ou do
local de convivência com a vítima:

I - pela autoridade judicial;

II - pelo delegado de polícia, quando o Município não for sede de comarca;

III - pelo policial, quando o Município não for sede de comarca e não houver delegado disponível no
momento da denúncia.

§ 1º O Conselho Tutelar poderá representar às autoridades referidas nos incisos I, II e III do caput deste
artigo para requerer o afastamento do agressor do lar, do domicílio ou do local de convivência com a
vítima.

§ 2º Nas hipóteses previstas nos incisos II e III do caput deste artigo, o juiz será comunicado no prazo
máximo de 24 (vinte e quatro) horas e decidirá, em igual prazo, sobre a manutenção ou a revogação da
medida aplicada, bem como dará ciência ao Ministério Público concomitantemente.

§ 3º Nos casos de risco à integridade física da vítima ou à efetividade da medida protetiva de urgência,
não será concedida liberdade provisória ao preso.

94
ATENÇÃO

LEI MARIA DA PENHA LEI HENRY BOREL


Art. 18. Recebido o expediente com o pedido da Art. 15. Recebido o expediente com o pedido em
ofendida, caberá ao juiz, no prazo de 48 (quarenta favor de criança e de adolescente em situação de
e oito) horas: violência doméstica e familiar, caberá ao juiz, no
prazo de 24 (vinte e quatro) horas:
I - conhecer do expediente e do pedido e decidir
sobre as medidas protetivas de urgência; I - conhecer do expediente e do pedido e decidir
sobre as medidas protetivas de urgência;
II - determinar o encaminhamento da ofendida ao
órgão de assistência judiciária, quando for o caso; II - determinar o encaminhamento do responsável
pela criança ou pelo adolescente ao órgão de
II - determinar o encaminhamento da ofendida ao
assistência judiciária, quando for o caso;
órgão de assistência judiciária, quando for o caso,
inclusive para o ajuizamento da ação de separação III - comunicar ao Ministério Público para que
judicial, de divórcio, de anulação de casamento ou adote as providências cabíveis;
de dissolução de união estável perante o juízo IV - determinar a apreensão imediata de arma de
competente; (Redação dada pela Lei nº 13.894, de 2019) fogo sob a posse do agressor.
III - comunicar ao Ministério Público para que
adote as providências cabíveis.
IV - determinar a apreensão imediata de arma de
fogo sob a posse do agressor. (Incluído pela Lei nº 13.880,
de 2019)

Art. 16. As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas pelo juiz, a requerimento do Ministério
Público, da autoridade policial, do Conselho Tutelar ou a pedido da pessoa que atue em favor da criança e
do adolescente.
§ 1º A autoridade policial poderá requisitar e o Conselho Tutelar requerer ao Ministério Público a
propositura de ação cautelar de antecipação de produção de prova nas causas que envolvam violência
contra a criança e o adolescente, observadas as disposições da Lei nº 13.431, de 4 de abril de 2017.

Art. 25. Descumprir decisão judicial que defere medida protetiva de urgência prevista nesta Lei:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos.

§ 1º A configuração do crime independe da competência civil ou criminal do juiz que deferiu a medida.

§ 2º Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a autoridade judicial poderá conceder fiança.

Art. 26. Deixar de comunicar à autoridade pública a prática de violência, de tratamento cruel ou
degradante ou de formas violentas de educação, correção ou disciplina contra criança ou adolescente ou o
abandono de incapaz:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos.

§ 1º A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada,
se resulta morte.
§ 2º Aplica-se a pena em dobro se o crime é praticado por ascendente, parente consanguíneo até terceiro
grau, responsável legal, tutor, guardião, padrasto ou madrasta da vítima.

95
JUIZ DAS GARANTIAS
Atualmente suspenso por deliberação do Min. Luis Fux

 Controle da legalidade da investigação e salvaguarda dos direitos individuais


 Abrange todas as infrações EXCETO as de menor potencial ofensivo
 Competência cessa com o RECEBIMENTO da denúncia ou queixa
 Decisões não vinculam o juiz da instrução
 Após o recebimento da denúncia ou queixa, o juiz da instrução deverá em NO MÁXIMO 10 DIAS
examinar a necessidade das cautelares deferidas

INQUÉRITO POLICIAL

NOTÍCIA DO CRIME (NOTITIA CRIMINIS): FATO APARENTEMENTE CRIMINOSO

Espontânea ou de cognição imediata delegado toma conhecimento nas atividades rotineiras

Provocada ou de cognição mediata forma indireta, por algum ato de comunicação formal

Coercitiva: prisão em flagrante

é a “denúncia anônima” (lembrando que antes da


instauração do IP, deve haver a verificação da procedência
Apófrifa ou inqualificada
das informações)

INDICIAMENTO

 Indiciar é apontar determinada pessoa como PROVÁVEL autor do fato delituoso


 Passa-se de um juízo de possibilidade para um juízo de probabilidade
 Ato privativo do delegado de polícia (ninguém pode mandá-lo indiciar)
 Mediante análise técnico jurídica do fato
 Pode ocorrer desde o momento da prisão em flagrante (o que é raro, já que o nível de cognição do
fato é sumário), até o relatório final
 Não pode ser feito se o processo já estiver em curso

96
 Pode desindiciar? Sim. Caso o delegado perceba que aquele sujeito que ele indicou não é o provável
autor do delito (por algum elemento de informação superveniente), ele fará o desindiciamento
 Desindiciamento coacto: determinado judicialmente em HC impetrado contra indiciamento ilegal
 Quem não pode ser indicado? Juiz, membro do MP
 Parlamentar pode ser indiciado? Sim, com autorização do Tribunal competente para processo e
julgamento se o crime for relacionado ao exercício das funções

ADVOGADO E IP

 SV 14: É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de
prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência
de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.
 É necessária a presença do advogado durante o interrogatório em sede policial? Não. Entretanto,
caso o agente opte por estar acompanhado por seu advogado, a autoridade policial não poderá
impedir arbitrariamente.
 O acesso do delegado depende de procuração? Não. Porém, decretado o sigilo, a procuração será
necessária

MINISTÉRIO PÚBLICO

 MP pode investigar? Promotor não pode conduzir o IP, só o delegado pode. Entretanto, o STF
decidiu que o MP pode sim investigar, com base na teoria dos poderes implícitos (se a CF concedeu
ao MP a titularidade da ação penal pública, o ordenamento deve conferir prerrogativas para que ele
cumpra seu mister
 Promotor que investiga é suspeito para oferecer denúncia? Não. Existe sumula nesse sentido até
(234 do STJ)

SÚMULA 444 STJ: É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a
pena-base

É constitucional a norma de Regimento Interno de Tribunal de Justiça que condiciona a instauração de


inquérito à autorização do desembargador-relator nos feitos de competência originária daquele órgão
(INFO 1054 STF)

Tradicionalmente, a justa causa é analisada apenas sob a ótica retrospectiva, voltada para o passado, com
vista a quais elementos de informação foram obtidos na investigação preliminar já realizada. Todavia, a
justa causa também deve ser apreciada sob uma ótica prospectiva, com o olhar para o futuro, para a
instrução que será realizada, de modo que se afigura possível incremento probatório que possa levar ao
fortalecimento do estado de simples probabilidade em que o juiz se encontra quando do recebimento da
denúncia. (INFO 726 STJ)

97
PRAZOS

PREVISAO EM LEI PRESO SOLTO


CPP 10 DIAS 30 DIAS,
PRORROGÁVEIS
POLICIA FEDERAL 15 DIAS (+15) 30 DIAS
CRIMES CONTRA A ECONOMIA POPULAR 10 DIAS 10 DIAS
LEI DE DROGAS 30 DIAS (+30)_ 90 DIAS (+90)
INQUÉRITO MILITAR 20 DIAS 40 DIAS (+20)

Art. 3 § 2º CPP Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá, mediante representação da
autoridade policial e ouvido o Ministério Público, prorrogar, uma única vez, a duração do inquérito por
até 15 (quinze) dias, após o que, se ainda assim a investigação não for concluída, a prisão será
imediatamente relaxada.
- DISPOSITIVO SUSPENSO POR DELIBERAÇÃO DO MIN. FUX

Art. 14-A. Nos casos em que servidores vinculados às instituições dispostas no art. 144 da Constituição
Federal (agentes de segurança pública) figurarem como investigados em inquéritos policiais, inquéritos
policiais militares e demais procedimentos extrajudiciais, cujo objeto for a investigação de fatos
relacionados ao uso da força letal praticados no exercício profissional, de forma consumada ou tentada,
incluindo as situações dispostas no art. 23 do Código Penal (excludente de ilicitude), o indiciado poderá
constituir defensor.

§ 1º Para os casos previstos no caput deste artigo, o investigado deverá ser citado da instauração do
procedimento investigatório, podendo constituir defensor no prazo de até 48 (quarenta e oito)
horas a contar do recebimento da citação.

§ 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º deste artigo com ausência de nomeação de defensor pelo
investigado, a autoridade responsável pela investigação deverá intimar a instituição a que estava vinculado
o investigado à época da ocorrência dos fatos, para que essa, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas,
indique defensor para a representação do investigado.

§ 3º Havendo necessidade de indicação de defensor nos termos do § 2º deste artigo, a defesa caberá
preferencialmente à Defensoria Pública, e, nos locais em que ela não estiver instalada, a União ou a
Unidade da Federação correspondente à respectiva competência territorial do procedimento instaurado
deverá disponibilizar profissional para acompanhamento e realização de todos os atos relacionados à
defesa administrativa do investigado.

§ 4º A indicação do profissional a que se refere o § 3º deste artigo deverá ser precedida de manifestação
de que não existe defensor público lotado na área territorial onde tramita o inquérito e com atribuição
para nele atuar, hipótese em que poderá ser indicado profissional que não integre os quadros próprios da
Administração.

§ 5º Na hipótese de não atuação da Defensoria Pública, os custos com o patrocínio dos interesses dos
investigados nos procedimentos de que trata este artigo correrão por conta do orçamento próprio da
instituição a que este esteja vinculado à época da ocorrência dos fatos investigados.

§ 6º As disposições constantes deste artigo se aplicam aos servidores militares vinculados às instituições
dispostas no art. 142 da Constituição Federal, desde que os fatos investigados digam respeito a missões
para a Garantia da Lei e da Ordem

98
DELEGADO ARQUIVA IP? NÃO

ARQUIVAMENTO ANTES PAC ARQUIVAMENTO PÓS PAC

Se perfectibilizava em âmbito judicial Se perfectibiliza internamente no MP

MP requer arquivamento MP arquiva e remete à instância de revisão


ministerial para que seja homologado
Juiz concorda = homologa
Vítima pode submeter a matéria à revisão
Juiz não concorda: remete os autos ao Procurador ministerial no prazo de 30 dias
Geral, o qual poderá:
a) ele mesmo denunciar
b) designar outro membro do MP para denunciar
c) concordar com o arquivamento. Neste caso, o
juiz é obrigado a acatar

ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL

Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confessado formal e
circunstancialmente a prática de infração penal sem violência ou grave ameaça e com pena
mínima inferior a 4 (quatro) anos, o Ministério Público poderá propor acordo de não persecução
penal, desde que necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime, mediante as seguintes
condições ajustadas cumulativa e alternativamente:

I - reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na impossibilidade de fazê-lo;

II - renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério Público como instrumentos,
produto ou proveito do crime;

III - prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente à pena mínima
cominada ao delito diminuída de 1 a 2/3, em local a ser indicado pelo juízo da execução;

IV - pagar prestação pecuniária, a entidade pública ou de interesse social, a ser indicada pelo juízo da
execução, que tenha, preferencialmente, como função proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes
aos aparentemente lesados pelo delito; ou

V - cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério Público, desde que
proporcional e compatível com a infração penal imputada.

§ 1º Para aferição da pena mínima cominada ao delito a que se refere o caput deste artigo, serão
consideradas as causas de aumento e diminuição aplicáveis ao caso concreto.

§ 2º O disposto no caput deste artigo não se aplica nas seguintes hipóteses:

99
I - se for cabível transação penal de competência dos Juizados Especiais Criminais, nos termos da lei;

II - se o investigado for reincidente ou se houver elementos probatórios que indiquem conduta criminal
habitual, reiterada ou profissional, exceto se insignificantes as infrações penais pretéritas;

III - ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores ao cometimento da infração, em acordo de
não persecução penal, transação penal ou suspensão condicional do processo; e

IV - nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou familiar, ou praticados contra a mulher por
razões da condição de sexo feminino, em favor do agressor.

§ 3º O acordo de não persecução penal será formalizado por escrito e será firmado pelo membro do
Ministério Público, pelo investigado e por seu defensor.

§ 4º Para a homologação do acordo de não persecução penal, será realizada audiência na qual o juiz
deverá verificar a sua voluntariedade, por meio da oitiva do investigado na presença do seu defensor, e
sua legalidade.

§ 5º Se o juiz considerar inadequadas, insuficientes ou abusivas as condições dispostas no acordo de não


persecução penal, devolverá os autos ao Ministério Público para que seja reformulada a proposta de
acordo, com concordância do investigado e seu defensor.

§ 6º Homologado judicialmente o acordo de não persecução penal, o juiz devolverá os autos ao Ministério
Público para que inicie sua execução perante o juízo de execução penal.

§ 7º O juiz poderá recusar homologação à proposta que não atender aos requisitos legais ou quando não
for realizada a adequação a que se refere o § 5º deste artigo.

§ 8º Recusada a homologação, o juiz devolverá os autos ao Ministério Público para a análise da


necessidade de complementação das investigações ou o oferecimento da denúncia.

§ 9º A vítima será intimada da homologação do acordo de não persecução penal e de seu


descumprimento.

§ 10. Descumpridas quaisquer das condições estipuladas no acordo de não persecução penal, o Ministério
Público deverá comunicar ao juízo, para fins de sua rescisão e posterior oferecimento de denúncia.

§ 11. O descumprimento do acordo de não persecução penal pelo investigado também poderá ser utilizado
pelo Ministério Público como justificativa para o eventual não oferecimento de suspensão condicional do
processo.

§ 12. A celebração e o cumprimento do acordo de não persecução penal não constarão de certidão de
antecedentes criminais, exceto para os fins previstos no inciso III do § 2º deste artigo.

§ 13. Cumprido integralmente o acordo de não persecução penal, o juízo competente decretará a extinção
de punibilidade.

§ 14. No caso de recusa, por parte do Ministério Público, em propor o acordo de não persecução penal, o
investigado poderá requerer a remessa dos autos a órgão superior, na forma do art. 28 deste Código.

100
JURISPRUDÊNCIA

 O acordo de não persecução penal (ANPP) aplica-se a fatos ocorridos antes da Lei nº 13.964/2019,
desde que não recebida a denúncia (INFO 683 STJ)

 Compete ao CNMP dirimir conflitos de atribuições entre membros do MPF e de Ministérios Públicos
estaduais. (INFO 826 STF)

 É possível a deflagração de investigação criminal com base em matéria jornalística. (INFO 652)

 É constitucional a norma de Regimento Interno de Tribunal de Justiça que condiciona a instauração


de inquérito à autorização do desembargador-relator nos feitos de competência originária daquele
órgão (INFO 1054 STF)

 Não há ilicitude das provas por violação ao sigilo de dados bancários, em razão do
compartilhamento de dados de movimentações financeiras da própria instituição bancária ao
Ministério Público (INFO 731)

101
COMPETÊNCIA
Art. 70. (...) § 4º Nos crimes previstos no art. 171 Código Penal (ESTELIONATO), quando praticados
mediante depósito, mediante emissão de cheques sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado
ou com o pagamento frustrado ou mediante transferência de valores, a competência será definida pelo
local do DOMICÍLIO DA VÍTIMA, e, em caso de pluralidade de vítimas, a competência firmar-se-á pela
prevenção.

ATENÇÃO: LOCAL DA OBTENÇÃO DA VANTAGEM ILÍCITA.


ESTELIONATO POR MEIO DE A Súmula 48 do STJ continua válida quanto à competência para o julgamento
CHEQUE FALSO do estelionato praticado por cheque falso

ESTELIONATO PRATICADO POR


CHEQUE SEM FUNDO LOCAL DE DOMICÍLIO DA VÍTIMA

ESTELIONATO POR DEPÓSITO


OU TRANSFERENCIA LOCAL DE DOMICÍLIO DA VÍTIMA

Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo domicílio ou
residência do réu.

Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta a
jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais
jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.

Cheque mediante deposito, cheque sem fundo ou com pagamento frustrado:


competência é do local de residência da vítima, se houver pluralidade de vítimas:
prevenção

Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em território de duas ou


mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.

QUANDO A PREVENÇÃO
Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo domicílio ou
FIRMA COMPETENCIA? residência do réu. Se o réu tiver mais de uma residência, a competência firmar-se-á
pela prevenção.

No concurso de jurisdições da mesma categoria preponderará a do lugar da infração, à


qual for cominada a pena mais grave, prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o
maior número de infrações, se as respectivas penas forem de igual gravidade; firmar-
se-á a competência pela prevenção.

Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez que, concorrendo dois ou mais
juízes igualmente competentes ou com jurisdição cumulativa, um deles tiver
antecedido aos outros na prática de algum ato do processo ou de medida a este
relativa, ainda que anterior ao oferecimento da denúncia ou da queixa

102
Súmula nº 706, STF: ”É relativa a nulidade decorrente da inobservância da competência penal por
prevenção.”

Art. 79.§ 1º A conexão e a continência importarão unidade de processo e julgamento, SALVO:

SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA SEPARAÇÃO FACULTATIVA


 Concurso entre a jurisdição comum e a  Quando as infrações tiverem sido
militar; praticadas em circunstâncias de tempo ou
 Concurso entre a jurisdição comum e o de lugar diferentes,
juízo de menores (ECA);  Quando pelo excessivo número de
 Sobrevier doença mental em relação a um acusados e para não lhes prolongar a
corréu; prisão provisória;
 Houver corréu foragido;  Por outro motivo relevante o juiz reputar
 Não houver número mínimo de jurados conveniente
no tribunal do júri (estouro de urna).

ATENÇÃO: não haverá reunião de processos se algum deles já tiver sentença

JURISPRUDÊNCIA

Súmula Vinculante nº 45: “A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por
prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela constituição estadual.”

Súmula nº 38, STJ: “Compete a Justiça Estadual Comum, na vigência da Constituição de 1988, o
processo por contravenção penal, ainda que praticada em detrimento de bens, serviços ou interesse da
União ou de suas entidades.”

ATENÇÃO: não é correto dizer que a Justiça Federal nunca julgará contravenção. Caso uma autoridade com
foro por prerrogativa na JF cometa uma contravenção, será julgado pela JF.

 É possível que os crimes antecedentes sejam julgados em um processo e a acusação por lavagem
seja apreciada em outro processo desmembrado, mesmo que o MP esteja imputando a causa de
aumento descrita na parte final do § 4º do art. 1º da Lei 9.613/98 (STJ INFO 735)

 É aplicável a teoria do juízo aparente para ratificar medidas cautelares no curso do inquérito policial
quando autorizadas por juízo aparentemente competente (INFO 733 STJ)

 Compete à Justiça Federal processar e julgar o crime de esbulho possessório de imóvel vinculado ao
Programa Minha Casa Minha Vida (INFO 700N STJ)

 A colaboração premiada, como meio de obtenção de prova, não constitui critério de determinação,
de modificação ou de concentração da competência. (INFO 999 STJ)

 É indispensável a existência de prévia autorização judicial para a instauração de inquérito ou outro


procedimento investigatório em face de autoridade com foro por prerrogativa de função em
Tribunal de Justiça (INFO 1040 STF)

103
 Beneficiário do auxílio emergencial transferiu o dinheiro para a conta de terceiro que deveria sacar
a quantia e entregar ao beneficiário; compete à Justiça Estadual julgar a conduta do terceiro que
decidiu não mais entregar o valor (INFO 716 STJ)

 A Justiça Eleitoral é competente para processar e julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhe
forem conexos. (INFO 933 STF)

 Compete aos tribunais de justiça estaduais processar e julgar os delitos comuns, não relacionados
com o cargo, em tese praticados por Promotores de Justiça (INFO 708 STJ)

 A Justiça Eleitoral é competente para processar e julgar crime comum conexo com crime eleitoral,
ainda que haja o reconhecimento da prescrição da pretensão punitiva do delito eleitoral (INFO 1024
STF)

 A simples constatação de que os medicamentos apreendidos em poder do réu eram de procedência


estrangeira não atrai a competência da Justiça federal para processar e julgar o feito (INFO 527 STJ)

 Os crimes relacionados com pirâmide financeira envolvendo criptomoedas são, em princípio, de


competência da Justiça Estadual (INFO 673 STJ)

 Compete à Justiça comum (Tribunal do Júri) o julgamento de homicídio praticado por militar contra
outro quando ambos estejam fora do serviço ou da função no momento do crime (INFO 667 STJ)

SEQUESTRO | HIPOTECA | ARRESTO

 Recai sobre bens móveis ou imóveis adquiridos com o a prática


delituosa
 Objetiva evitar que o agente continue obtendo lucro com o crime (na
peça, vale citar o termo “locupletamento ilícito” ao representar por
sequestro)
SEQUESTRO  Recai sobre os proventos do crime, não sobre o produto.
 Origem ilícita
 Ocorre durante o IP ou ação penal
 Legitimidade pode ser do juiz, MP, ofendido ou delegado
 Assegurar a reparação civil do dano causado pelo delito
 Recai sobre imóveis de origem lícita
 Ocorre durante a ação penal
HIPOTECA
 Certeza da infração e indícios suficientes de autoria
 Legitimidade é do ofendido
 Assegurar a reparação civil do dano causado pelo delito
 Recai sobre moveis ou imóveis
 Pode ocorrer no IP ou na ação penal
ARRESTO  Certeza da infração e indícios suficientes de autoria
 Legitimidade é do ofendido

104
CADEIA DE CUSTÓDIA
O QUE É cadeia de custódia? É o conjunto de todos os procedimentos utilizados para manter e
documentar a história cronológica do vestígio coletado em locais ou em vítimas de crimes, para rastrear
sua posse e manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte.

Quando inicia a cadeia de custódia? O início da cadeia de custódia dá-se com a preservação do local de
crime ou com procedimentos policiais ou periciais nos quais seja detectada a existência de vestígio.

O QUE É vestígio? é todo objeto ou material bruto, visível ou latente, constatado ou recolhido, que se
relaciona à infração penal.

A cadeia de custódia compreende o rastreamento do vestígio nas seguintes etapas:

ato de distinguir um elemento como de potencial interesse para a


RECONHECIMENTO
produção da prova pericial;
ato de evitar que se altere o estado das coisas, devendo isolar e
ISOLAMENTO
preservar o ambiente imediato, mediato e relacionado aos vestígios e
local de crime;
descrição detalhada do vestígio conforme se encontra no local de crime
FIXAÇÃO ou no corpo de delito, e a sua posição na área de exames, podendo ser
ilustrada por fotografias, filmagens ou croqui, sendo indispensável a sua
descrição no laudo pericial produzido pelo perito responsável pelo
atendimento;
ato de recolher o vestígio que será submetido à análise pericial,
COLETA
respeitando suas características e natureza;
procedimento por meio do qual cada vestígio coletado é embalado de
forma individualizada, de acordo com suas características físicas,
ACONDICIONAMENTO químicas e biológicas, para posterior análise, com anotação da data, hora
e nome de quem realizou a coleta e o acondicionamento;
ato de transferir o vestígio de um local para o outro, utilizando as
TRANSPORTE condições adequadas (embalagens, veículos, temperatura, entre outras),
de modo a garantir a manutenção de suas características originais, bem
como o controle de sua posse;
ato formal de transferência da posse do vestígio, que deve ser
RECEBIMENTO
documentado com, no mínimo, informações referentes ao número de
procedimento e unidade de polícia judiciária relacionada, local de
origem, nome de quem transportou o vestígio, código de rastreamento,
natureza do exame, tipo do vestígio, protocolo, assinatura e identificação
de quem o recebeu;
exame pericial em si, manipulação do vestígio de acordo com a
metodologia adequada às suas características biológicas, físicas e
PROCESSAMENTO químicas, a fim de se obter o resultado desejado, que deverá ser
formalizado em laudo produzido por perito;
procedimento referente à guarda, em condições adequadas, do material
ARMAZENAMENTO a ser processado, guardado para realização de contraperícia, descartado
ou transportado, com vinculação ao número do laudo correspondente
procedimento referente à liberação do vestígio, respeitando a legislação
DESCARTE
vigente e, quando pertinente, mediante autorização judicial

105
Qual a consequência da quebra da cadeia de custódia?

Existem duas correntes sobre o tema:


1ª corrente: a consequência é a ilicitude da prova, com a sua exclusão, assim como das demais provas
dela derivadas.

2ª corrente: a quebra da cadeia de custódia não leva, obrigatoriamente, à ilicitude ou à ilegitimidade


da prova, devendo ser analisado o caso concreto.

O STJ adota a 2ª corrente:


As irregularidades constantes da cadeia de custódia devem ser sopesadas pelo magistrado com todos
os elementos produzidos na instrução, a fim de aferir se a prova é confiável. STJ. 6ª Turma. HC
653.515-RJ

Fonte: Dizer o Direito

DISPOSITIVOS DE ALTA INCIDÊNCIA

§ 2o Se o exame tiver por fim precisar a classificação do delito no art. 129, § 1o, I, do Código Penal, deverá
ser feito logo que decorra o prazo de 30 dias, contado da data do crime.

Art. 177. No exame por precatória, a nomeação dos peritos far-se-á no juízo deprecado. Havendo, porém,
no caso de ação privada, acordo das partes, essa nomeação poderá ser feita pelo juiz deprecante.

§ 3o Da decisão que determinar a realização de interrogatório por videoconferência, as partes serão


intimadas com 10 (dez) dias de antecedência

Art. 202. Toda pessoa poderá ser testemunha.

Art. 206. A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Poderão, entretanto, recusar-se a
fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o
pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado, salvo quando não for possível, por outro modo, obter-se ou
integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias.

Art. 207. São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão,
devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho.

Art. 208. Não se deferirá o compromisso a que alude o art. 203 aos doentes e deficientes mentais e aos
menores de 14 (quatorze) anos, nem às pessoas a que se refere o art. 20

Art. 211. Se o juiz, ao pronunciar sentença final, reconhecer que alguma testemunha fez afirmação falsa,
calou ou negou a verdade, remeterá cópia do depoimento à autoridade policial para a instauração de
inquérito.

Art. 217. Se o juiz verificar que a presença do réu poderá causar humilhação, temor, ou sério
constrangimento à testemunha ou ao ofendido, de modo que prejudique a verdade do depoimento, fará a
inquirição por videoconferência e, somente na impossibilidade dessa forma, determinará a retirada do réu,
prosseguindo na inquirição, com a presença do seu defensor.

106
JURISPRUDÊNCIA

No âmbito da audiência de inquirição de testemunhas, a ausência de contato prévio entre o réu e seu
defensor dativo configura cerceamento de defesa (INFO 749 STJ)

O ato de dispensar uma sacola na rua ao notar a aproximação da guarnição, somado ao nervosismo
demonstrado e à denúncia anônima pretérita de que o acusado estava praticando o crime de tráfico de
drogas no local, indicam a existência de fundada suspeita de que o recipiente contivesse substâncias
entorpecentes e de que o réu estivesse na posse de mais objetos relacionados ao crime. (INFO 749 STJ)

As guardas municipais não possuem competência para patrulhar supostos pontos de tráfico de drogas,
realizar abordagens e revistas em indivíduos suspeitos da prática de tal crime ou ainda investigar denúncias
anônimas relacionadas ao tráfico e outros delitos cuja prática não atinja de maneira clara, direta e imediata
os bens, serviços e instalações municipais. (INFO 746 STJ)

É nula a condenação fundamentada em reconhecimento fotográfico que, além de ter sido realizado com
grande lapso temporal dos fatos, encontra-se em contradição com os depoimentos prestados pela vítima,
não sendo possível a sua convalidação em juízo. (STJ INFO 746)

Empresas que prestam serviços de aplicação na internet em território brasileiro devem necessariamente se
submeter ao ordenamento jurídico pátrio, independentemente da circunstância de possuírem filiais no
Brasil e/ou realizarem armazenamento em nuvem. (STJ INFO 750)

São lícitas as provas obtidas com a apreensão de bens não discriminados expressamente em mandado ou
na decisão judicial correspondente, mas vinculados ao objeto da investigação (STJ INFO 750)

A investigação policial originada de informações obtidas por inteligência policial e mediante diligências
prévias que redunda em acesso à residência do acusado configura exercício regular da atividade
investigativa promovida pelas autoridades policiais (INFO 738 STJ)

Mesmo que o reconhecimento pessoal não tenha observado as formalidades legais, não será o caso de
absolvição se a vítima relatou, nas fases inquisitorial e judicial, conhecer o réu, bem como o pai do
acusado, por serem vizinhos (INFO 739 STJ)

Se a vítima é capaz de individualizar o autor do fato, é desnecessário instaurar o procedimento do art. 226
do CPP (INFO 733 STJ)

A denúncia anônima acerca da ocorrência de tráfico de drogas acompanhada das diligências para a
constatação da veracidade das informações prévias podem caracterizar as fundadas razões para o ingresso
dos policiais na residência do investigado (INFO 734 STJ)

A mera alegação genérica de “atitude suspeita” é insuficiente para a licitude da busca pessoal (INFO 735
STJ)

Não há nulidade pelo fato de o juiz não aceitar o rol de testemunhas apresentado pela defesa fora da fase
estabelecida no art. 396-A do CPP (INFO 738 STJ)

É ilegal o encerramento do interrogatório do paciente que se nega a responder aos questionamentos do


juiz instrutor antes de oportunizar as indagações pela defesa (INFO 732 STJ)

107
Se a polícia entra na residência especificamente para efetuar uma prisão, ela não pode vasculhar
indistintamente o interior da casa porque isso seria “pescaria probatória”, com desvio de finalidade (INFO
731 STJ)

É inválido o reconhecimento pessoal realizado em desacordo com o modelo do art. 226 do CPP, o que
implica a impossibilidade de seu uso para lastrear juízo de certeza da autoria do crime, mesmo que de
forma suplementar (INFO 730 STJ)

Não é possível a quebra de sigilo de dados informáticos estáticos (registros de geolocalização) nos casos
em que haja a possibilidade de violação da intimidade e vida privada de pessoas não (INFO 730 STJ)

A indução do morador a erro na autorização do ingresso em domicílio macula a validade da manifestação


de vontade e, por consequência, contamina toda a busca e apreensão (INFO 725 STJ)

É ilegal a requisição, sem autorização judicial, de dados fiscais pelo Ministério Público (INFO 724 STJ)

NÃO CONFUNDA!

Uma coisa é órgão de fiscalização financeira, dentro de suas atribuições, identificar indícios de
crime e comunicar suas suspeitas aos órgãos de investigação para que, dentro da legalidade e
de suas atribuições, investiguem a procedência de tais suspeitas. Outra, é o órgão de
investigação, a polícia ou o Ministério Público, sem qualquer tipo de controle, alegando a
possibilidade de ocorrência de algum crime, solicitar ao COAF ou à Receita Federal informações
financeiras sigilosas detalhadas sobre determinada pessoa, física ou jurídica, sem a prévia
autorização judicial.

Fonte: dizer o direito

O MP pode requerer diretamente que a Apple, Google etc guardem os registros de acesso a aplicações de
internet ou registros de conexão de pessoas investigadas enquanto se aguarda pedido de quebra de sigilo
de dados (INFO 724 STJ)

É lícita a entrada de policiais, sem autorização judicial e sem o consentimento do hóspede, em quarto de
hotel, desde que presentes fundadas razões da ocorrência de flagrante delito (INFO 715 STJ)

108
PRISÕES

FLAGRANTE

PRÓPRIO Está cometendo a infração penal ou acaba de cometer


IMPRÓPRIO/QUASE É perseguido, logo após o cometimento da infração penal, em situação
FLAGRANTE que faça presumir ser ele o autor da infração penal.
FICTO/PRESUMIDO É encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, papéis ou
objetos que façam presumir ser ele o autor da infração penal.
PROVOCADO O agente é induzido ou instigado à prática da infração penal, na
expectativa de que seja capturado em flagrante
Súmula nº 145, STF: “Não há crime, quando a preparação do flagrante
pela polícia torna impossível a sua consumação.”
ESPERADO Ciente da iminência de crime, a autoridade policial aguarda os
primeiros atos executórios e realiza a prisão em flagrante.
FORJADO Armado contra o agente, para incriminá-lo. É ILÍCITO!
PRORROGADO Retardamento da ação policial ou administrativa para que se concretize
(ação controlada) no momento mais eficaz do ponto de vista da formação de provas e
fornecimento de informações.

AÇÃO CONTROLADA

LEI ORCRIM NÃO precisa de autorização judicial, basta prévia comunicação


LEI DE DROGAS Lei exige autorização judicial
LEI DE LAVAGEM Lei exige autorização judicial

Atenção:
 Nas hipóteses em que a lei exige autorização judicial ou então apenas prévio aviso, caso ocorra
sem, haverá ilicitude? NÃO. A finalidade precípua da norma é resguardar o agente público contra
possíveis imputações de prevaricação, etc.
 Apenas retardar o momento da prisão não é ação controlada. Para que receba essa denominação,
essa técnica deve ter por fim angariar + elementos de informação, identificar suspeitos, etc.

NÃO podem ser presos em flagrante Apenas podem ser presos em flagrante de crime
inafiançável
Menores de 18 anos Parlamentares Federais
Presidente da República Parlamentares Estaduais e Distritais
Diplomatas Magistrados
Agente que prestar integral socorro à vítima de Membros do MP
acidente de trânsito Advogado, no exercício da profissão
Agente que se apresentar à autoridade, após
cometimento de delito
Agente de infração de menor potencial ofensivo,
SALVO no caso de se recusar à comparecer ao
Juizado ou assinar
compromisso de comparecer ao Juizado
Agente de posse de drogas para consumo próprio
(Comprometendo-se ou não, à
comparecer ao Juizado)

109
IMEDIATAMENTE EM ATÉ 24H
A autoridade policial deve: A autoridade policial deve:
comunicar a prisão e o local onde se encontra o enviar o APF ao juiz competente, enviar cópia
preso ao Juiz, MP, família do preso ou pessoa por integral do APF a Defensoria Pública, caso o
ele indicada autuado não informe o nome de seu advogado
entregar nota de culpa ao preso

110
AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA
 Natureza jurídica: Direito Público Subjetivo
 Apenas flagrante? Não. Em caso de prisão preventiva e prisão temporária também
 Finalidades: verificar eventuais maus-tratos, aspectos de legalidade da prisão, necessidade e
adequação da prisão cautelar

Art. 310. § 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou que integra organização criminosa armada
ou milícia, ou que porta arma de fogo de uso restrito, deverá denegar a liberdade provisória, com ou sem
medidas cautelares. (INSERIDO PELO PACOTE ANTICRIME)

Qual a consequência da não realização da audiência de custódia?

A superveniência da realização da audiência de instrução e julgamento não torna superada a alegação de


ausência de audiência de custódia. (INFO 1036 STF)

A falta de audiência de custódia constitui irregularidade, não afastando a prisão preventiva, no caso de
estarem atendidos os requisitos do art. 312 do CPP e observados direitos e garantias versados na
Constituição Federal.
STF. 1ª Turma. HC 202260 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 30/08/2021.

A ausência de realização de audiência de custódia é irregularidade que não conduz à automática revogação
da prisão preventiva, cabendo ao juízo da causa promover análise acerca da presença dos requisitos
autorizadores da medida extrema.
STF. 2ª Turma. HC 198896 AgR, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 14/06/2021.

A conversão do flagrante em prisão preventiva torna superada a alegação de nulidade relativamente à falta
de audiência de custódia.
STJ. 5ª Turma. AgRg no HC 669.316/PR, Rel. Min. Reynaldo Soares Da Fonseca, julgado em 08/06/2021.

PRISÃO PREVENTIVA

 Desde a ultima reforma processual, o juiz não poderia mais decretar a prisão de ofício no curso da
investigação, entretanto, subsistia a possibilidade da decretação no curso do processo. O “Pacote
Anticrime” eliminou de vez essa possibilidade. O juiz pode REVOGAR a prisão de ofício, decretá-la
não. (sistema acusatório)

CABIMENTO FUNDAMENTOS
Crimes dolosos punidos com PPL Periculum libertatis
máxima superior a 4 anos; Garantia da ordem pública
Reincidente; Garantia da ordem econômica
Crime envolver violência doméstica e Conveniência da instrução criminal
familiar contra a mulher, criança Assegurar a aplicação da lei penal
adolescente, idoso, enfermo ou pessoa Perigo gerado pelo estado de liberdade
com deficiência, para garantir a do imputado
execução das medidas protetivas de Fummus comissi delicti:
urgência; Prova da existência do crime
Dúvida sobre a identidade civil da pessoa Indício suficiente de autoria

111
§ 2º A decisão que decretar a prisão preventiva deve ser motivada e fundamentada em receio de perigo e
existência concreta de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a aplicação da medida adotada.

A contemporaneidade não está ligada necessariamente ao tempo do fato, mas,


quando descoberto e iniciada a apuração do fato, se, nesse exato momento, esse
decurso de prazo neutraliza ou não o elemento acerca da necessidade da preventiva
mediante os demais requisitos

Art. 313. Parágrafo único. Decretada a prisão preventiva, deverá o órgão emissor da decisão revisar a
necessidade de sua manutenção a cada 90 DIAS, mediante decisão fundamentada, de ofício, sob pena de
tornar a prisão ilegal.

A prisão preventiva tem prazo?


NÃO. A necessidade da manutenção da prisão deve ser analisada a cada 90 dias

JURISPRUDÊNCIA

A necessidade de interrupção do ciclo delitivo de associações e organizações criminosas é fundamento


idôneo para justificar a custódia cautelar e a garantia da ordem pública (STJ INFO 746)

Se o Ministério Público pediu a aplicação de medida cautelar diversa da prisão, o juiz está autorizado a
decretar a prisão sob o argumento de que se trata de uma espécie de medida cautelar?
5ª Turma: NÃO (16/08/2022 INFO 746)
6ª Turma: SIM (15/02/2022 INFO 725)

Não há um limite máximo de tempo para a duração das medidas cautelares diversas da prisão (INFO 741
STJ)

A concessão de prisão domiciliar às genitoras de menores de até 12 anos incompletos é legalmente


presumida, não estando condicionada à comprovação da imprescindibilidade dos cuidados maternos (INFO
742 STJ)

A escolha pelo Magistrado de medidas cautelares pessoais, em sentido diverso das requeridas pelo
Ministério Público, pela autoridade policial ou pelo ofendido, não pode ser considerada como atuação ex
officio. Impor ou não cautelas pessoais, de fato, depende de prévia e indispensável provocação; contudo, a
escolha de qual delas melhor se ajusta ao caso concreto há de ser feita pelo juiz da causa. Entender de
forma diversa seria vincular a decisão do Poder Judiciário ao pedido formulado pelo Ministério Público, de
modo a transformar o julgador em mero chancelador de manifestações do Parquet ou de transferir a este a
escolha do teor de uma decisão judicial. (INFO 735 STJ)

Quando o acusado encontrar-se foragido, não há o dever de revisão ex officio da prisão preventiva, a cada
90 dias, exigida pelo art. 316, parágrafo único, do Código de Processo Penal. (INFO 731 STJ)

112
A apreensão de grande quantidade e variedade de drogas não impede a concessão da prisão domiciliar à
mãe de filho menor de 12 anos se não demonstrada situação excepcional de prática de delito com violência
ou grave ameaça ou contra seus filhos (art. 318-A do CPP) (INFO 733 STJ)

Em conclusão, o art. 316, parágrafo único, do CPP (revisão da preventiva a cada 90 dias) aplica-se:
a) até o final dos processos de conhecimento, onde há o encerramento da cognição plena pelo Tribunal de
segundo grau;
b) nos processos onde houver previsão de prerrogativa de foro.
Por outro lado, o art. 316, parágrafo único, do CPP não se aplica para as prisões cautelares decorrentes de
sentença condenatória de segunda instância ainda não transitada em julgado.
STF. Plenário. ADI 6581/DF e ADI 6582/DF, Rel. Min. Edson Fachin, redator do acórdão Min. Alexandre de
Moraes, julgados em 8/3/2022 (Info 1046).

A decretação de prisão temporária somente é cabível quando:


(i) for imprescindível para as investigações do inquérito policial;
(ii) houver fundadas razões de autoria ou participação do indiciado;
(iii) for justificada em fatos novos ou contemporâneos;
(iv) for adequada à gravidade concreta do crime, às circunstâncias do fato e às condições pessoais do
indiciado; e
(v) não for suficiente a imposição de medidas cautelares diversas.
STF. Plenário. ADI 3360/DF e ADI 4109/DF, Rel. Min. Carmen Lúcia, redator para o acórdão Min. Edson
Fachin, julgados em 11/2/2022 (Info 1043).

O tempo que o réu ficou submetido à medida cautelar de recolhimento domiciliar com tornozeleira pode
ser descontado da pena imposta na condenação (INFO 693 STJ)

Não é possível que o juiz, de ofício, decrete a prisão preventiva; vale ressaltar, no entanto, que, se logo
depois de decretar, a autoridade policial ou o MP requererem a prisão, o vício de ilegalidade que maculava
a custódia é suprido (INFO 691 STJ)

113
SENTENÇA
Mutatio Libelli Emendatio Libelli

Encerrada a instrução probatória, se entender O juiz, sem modificar a descrição do fato contida
cabível nova definição jurídica do fato, em na denúncia ou queixa, poderá atribuir-lhe
conseqüência de prova existente nos autos de definição jurídica diversa, ainda que, em
elemento ou circunstância da infração penal não conseqüência, tenha de aplicar pena mais grave.
contida na acusação, o Ministério Público deverá
aditar a denúncia ou queixa, no prazo de 5
(cinco) dias, se em virtude desta houver sido
instaurado o processo em crime de ação pública,
reduzindo-se a termo o aditamento, quando
feito oralmente.

Não pode ocorrer no segundo grau de jurisdição


O recebimento do aditamento da denúncia que
traz modificação fática substancial enseja a
interrupção da prescrição

PROCEDIMENTO DO JÚRI
Desaforamento: deslocamento do julgamento do Tribunal do Júri para outra comarca distinta da comarca
que tramitou o processo.

LEGITIMADOS HIPÓTESES
-Interesse da ordem pública: distúrbios possíveis no local por
-Requerimento das partes: MP ou ocasião do julgamento;
réu; -Dúvida da imparcialidade dos jurados
-Representação do juiz ao -Preservar a segurança pessoal do réu;
Tribunal -Se não houver a marcação do júri após 6 meses, a contar do
trânsito em julgado da pronúncia, quando estiver
comprovado o excesso do serviço. (ouvidos o juiz presidente
e a parte contrária)

Art. 427. Se o interesse da ordem pública o reclamar ou houver dúvida sobre a imparcialidade do júri ou
a segurança pessoal do acusado, o Tribunal, a requerimento do Ministério Público, do assistente, do
querelante ou do acusado ou mediante representação do juiz competente, poderá determinar o
desaforamento do julgamento para outra comarca da mesma região, onde não existam aqueles motivos,
preferindo-se as mais próximas.

§ 1o O pedido de desaforamento será distribuído imediatamente e terá preferência de julgamento na


Câmara ou Turma competente.

§ 2o Sendo relevantes os motivos alegados, o relator poderá determinar, fundamentadamente, a


suspensão do julgamento pelo júri.

114
§ 3o Será ouvido o juiz presidente, quando a medida não tiver sido por ele solicitada.

§ 4o Na pendência de recurso contra a decisão de pronúncia ou quando efetivado o julgamento, NÃO se


admitirá o pedido de desaforamento, SALVO, nesta última hipótese, quanto a fato ocorrido durante ou
após a realização de julgamento anulado.

Art. 428. O desaforamento também poderá ser determinado, em razão do comprovado excesso de
serviço, ouvidos o juiz presidente e a parte contrária, se o julgamento não puder ser realizado no prazo de
6 (seis) meses, contado do trânsito em julgado da decisão de pronúncia.

Primeira fase do júri 8 testemunhas


Segunda fase do júri 5 testemunhas

IMPRONUNCIA e ABSOLVIÇÃO APELAÇÃO


PRONÚNCIA e DESCLASSIFICAÇÃO RESE

JURISPRUDÊNCIA

Súmula 712 do STF : é nula a decisão que determina o desaforamento de processo da competência do
Tribunal do Júri sem audiência da defesa. Trata-se de princípio da ampla defesa, ou do contraditório.

STJ. 6a Turma. REsp 1373356-BA - O testemunho por ouvir dizer (hearsayrule), produzido somente na fase
inquisitorial, não serve como fundamento exclusivo da decisão de pronúncia, que submete o réu a
julgamento pelo Tribunal do Júri.

“A mera leitura da pronúncia, ou de outros documentos em plenário, não implica, obrigatoriamente, a


nulidade do julgamento, notadamente porque os jurados possuem amplo acesso aos autos. Assim,
somente fica configurada a ofensa ao art. 478, I, do Código de Processo Penal, se as referências forem
feitas como argumento de autoridade que beneficie ou prejudique o réu" (HC n. 149.007/MT, relator
Ministro GURGEL DE FARIA, QUINTA TURMA, julgado em 5/5/2015, DJe 21/5/2015).”

"o entendimento deste Tribunal Superior é de que a ausência do oferecimento das alegações finais, em
processos de competência do Tribunal do Júri, não acarreta nulidade, por constituir, a decisão de
pronúncia, mero juízo provisório quanto à autoria e à materialidade. Precedentes" (AgRg no HC
444.135/SP, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 10/03/2020, DJe
16/03/2020)

O desaforamento é medida excepcional, cabível apenas quando comprovada por fatos objetivos e
concretos a parcialidade do Conselho de Sentença. A simples presunção de que os jurados poderiam ter
sido influenciados por ampla divulgação do caso pela mídia e a mera suspeita acerca da parcialidade dos
jurados não justificam a adoção dessa medida excepcional. STJ. 5ª Turma. HC 492964-MS, Rel. Min. Ribeiro
Dantas, julgado em 03/03/2020 (Info 668).

Tratando-se de processo de competência do Tribunal do Júri, as nulidades posteriores à pronúncia devem


ser arguidas depois de anunciado o julgamento e apregoadas as partes, e as do julgamento em plenário,
em audiência, ou sessão do Tribunal, logo após sua ocorrência, sob pena de preclusão, consoante
determina o art. 571, V e VIII, do Código de Processo Penal. STJ AgRg no REsp 1366851/MG, Rel. Ministro
NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 04/10/2016, DJe 17/10/2016

115
NULIDADES
Art. 569. As omissões da denúncia ou da queixa, da representação, ou, nos processos das contravenções
penais, da portaria ou do auto de prisão em flagrante, poderão ser supridas a todo o tempo, antes da
sentença final.

Art. 568. A nulidade por ilegitimidade do representante da parte poderá ser a todo tempo sanada,
mediante ratificação dos atos processuais.

Art. 566. Não será declarada a nulidade de ato processual que não houver influído na apuração da verdade
substancial ou na decisão da causa

JURISPRUDÊNCIA

O entendimento de que, em processos de competência do júri, o não oferecimento de alegações finais na


fase acusatória não é causa de nulidade do processo não se aplica na hipótese em que isso não ocorre por
deliberação do acusado (STJ INFO 751)

Embora seja necessária a quesitação aos jurados sobre a incidência de minorantes, a escolha do quantum
de diminuição da pena cabe ao juiz sentenciante, e não ao júri (STJ INFO 748)

A necessidade de dupla intimação ocorre apenas com relação à sentença, não se estendendo aos acórdãos
proferidos em segundo grau. não há nulidade na falta de intimação pessoal do réu acerca do acórdão
proferido, ainda que a condenação apenas tenha ocorrido em segundo grau de jurisdição. A regra prevista
no art. 392 do CPP vale apenas para a sentença e não para o acórdão. STJ. 6ª Turma. HC 111393-RS

O executor do homicídio praticou o crime mediante emboscada; para que o mandante seja
responsabilizado por essa qualificadora, é necessário que os jurados sejam indagados se o mandante sabia
que o executor iria escolher esse meio para o homicídio (STJ INFO 748)

Se o TJ/TRF, ao julgar apelação contra condenação do júri, reconhece nulidade na quesitação da


qualificadora, bastará afastar essa qualificadora, não sendo necessária a realização de novo júri (STJ INFO
748)

Apesar da alteração promovida pela Lei 13.964/2019 no art. 492 do CPP, é ilegal a execução provisória da
pena como decorrência automática da condenação proferida pelo Tribunal do Júri (STJ INFO 730)

Reconhecido o excesso de linguagem da pronúncia, causa de nulidade absoluta, cumpre anulá-la,


determinando-se que outra seja prolatada, não sendo suficiente o desentranhamento e o envelopamento
da decisão, em atenção ao parágrafo único do artigo 472 do Código de Processo Penal e à vedação aos
pronunciamentos ocultos. (STF. RHC 127522, j. 2015)

116
RECURSOS
Contra decisão que recusa homologação de ANPP RESE

APELAÇÃO
*em caso de dúvida objetiva, é
Contra decisão que recusa homologação de cabível o princípio da
colaboração premiada fungibilidade
*existe precedente no sentido
de que cabe HC também

CPP: RESE
Recurso contra decisão que rejeita a
denúncia JECRIM: APELAÇÃO

PRAZOS PARA O OFENDIDO APRESENTAR APELAÇÃO

Habilitado como assistente técnico Não habilitado como assistente técnico


5 dias 15 dias

RECURSOS COM EFEITO REGRESSIVO

RESE
Agravo em execução
Carta testemunhável

*efeito regressivo é aquele que permite ao juiz rever sua decisão

 Cabe apelação da decisão do tribunal do júri quando a sentença do juiz presidente contrariar a lei
ou a decisão dos jurados. Nesse caso, o TRIBUNAL fará a retificação (não o juiz presidente)

ATENÇÃO: Segundo a orientação firmada por esta corte, é ADMISSÍVEL a utilização de medida cautelar
inonimada para atribuir efeito suspensivo a recurso em sentido estrito interposto pelo Ministério Público
contra decisão que revogou a prisão preventiva.” STJ, Sexta Turma, RCD no HC 639912

117
O Estado precisa de $ para a concretização dos direitos fundamentais, entretanto, em regra, não pode
exercer atividade empresária.

Quais as hipóteses em que o Estado pode exercer atividade empresarial?


1. Imperativo de segurança nacional
2. Relevante interesse coletivo

Sendo assim, adotamos um modelo de Estado fiscal, em que o direito à propriedade é relativizado e nós
temos o dever fundamental de pagar tributos

Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir,
que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa
plenamente vinculada.

De acordo com o CTN, temos 3 tributos APÓS a CFRB/88, o STF passou a entender que
(TEORIA TRIPARTIDA): existem 5 espécies de tributos (TEORIA
PENTAPARTIDA):

IMPOSTOS, TAXAS, CONTRIBUIÇÕES DE IMPOSTOS, TAXAS, CONTRIBUÇÕES DE


MELHORIA MELHORIA, EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS,
CONTRIBUIÇÕES NO GERAL

De acordo com o CTN, a natureza jurídica do tributo é definida em razão do fato gerador. Todavia, com o
advento da Constituição de 1988, os empréstimos compulsórios e as contribuições sociais assumiram o
status de espécies tributárias. Algumas dessas exações, todavia, têm fato gerador idêntico ao dos impostos,
o que torna inaplicável a citada regra do CTN. Por isso, PRESTE ATENÇÃO se o examinador está cobrando a
literalidade do CTN ou essa posição doutrinária.

Senhores, no início dos estudos eu repetia e repetia esse termo “fato gerador “e não sabia que
raios isso significava, então, caso tributário não seja sua paixão, compreender esses institutos
pode facilitar as coisas. Bora lá...

O menino “Ney” compra um veículo automotor. Comprar um veículo automotor é um “fato da


vida”. Para saber se isso é um “fato gerador”, precisamos analisar se esse “fato da vida” se
adequa em alguma hipótese em que a lei determina a obrigação de pagar tributo. Nesse caso,
a propriedade de um veículo automotor obriga o menino “Ney” a pagar IPVA.
Verificamos a ocorrência de um fato gerador, que é a subsunção do fato à previsão legal,
fazendo nascer e obrigação tributária.

IMPOSTO TAXA CONTRIBUIÇÃO DE

118
MELHORIA
A hipótese de incidência é um tem como fato gerador a O Estado realizou uma obra
comportamento do sujeito prestação de um serviço pública e o imóvel do
passivo, sem que haja público específico e divisível particular sofreu valorização
contraprestação do Estado diferentemente do imposto,
Em regra, não pode ser na taxa há uma
vinculado a uma atividade contraprestação do Estado ao
específica sujeito passivo

ILUMINAÇÃO PÚBLICA Contribuição COSIP


LIXO DOMICILIAR Taxa
ENERGIA ELÉTRICA Tarifa

É inconstitucional a criação de taxa de combate a incêndios. A atividade desenvolvida pelo Estado no


âmbito da segurança pública é mantida ante impostos, sendo imprópria
a substituição, para tal fim, de taxa. (INF0 992 STF)

Estados podem instituir taxa de polícia por expedição de atestados de idoneidade para porte de arma de
fogo. (STF)

Pedágio possui natureza jurídica de tarifa. (STF)

IMUNIDADE TRIBUTÁRIA

 Limitação constitucional ao poder de tributar

 Constituição Federal determina que certas atividades, rendas, bens ou pessoas não poderão sofrer
a incidência de tributos. (mais especificamente, impostos)

Plano constitucional Imunidade/não incidência


Plano legal Isenção

Os requisitos para o gozo de imunidade devem estar previstos em lei complementar. (STF)

As empresas públicas e as sociedades de economia mista delegatárias de serviços públicos essenciais, que
não distribuam lucros a acionistas privados nem ofereçam risco ao equilíbrio concorrencial, são
beneficiárias da imunidade tributária recíproca prevista no artigo 150, VI, a, da Constituição Federal,
independentemente de cobrança de tarifa como contraprestação do serviço. (STF)

A imunidade tributária recíproca (art. 150, VI, “a”, da Constituição) impede que os entes públicos criem uns
para os outros obrigações relacionadas à cobrança de impostos, mas não veda a imposição de obrigações
acessórias. As obrigações acessórias sejam instituídas por meio de atos infralegais. (STF)

A OAB goza de imunidade tributária reciproca, mesmo não sendo autarquia. (STF)

119
As entidades religiosas podem se caracterizar como instituições de assistência social a fim de se
beneficiarem da imunidade tributária prevista no art. 150, VI, ‘c’, da Constituição, que abrangerá não só os
impostos sobre o seu patrimônio, renda e serviços, mas também os impostos sobre a importação de bens
a serem utilizados na consecução de seus objetivos estatutários. (STF)

A imunidade assegurada pelo art. 150, VI, “c”, da Constituição da República aos partidos políticos, inclusive
suas fundações, às entidades sindicais dos trabalhadores e às instituições de educação e de assistência
social, sem fins lucrativos, que atendam aos requisitos da lei, alcança o IOF, inclusive o incidente sobre
aplicações financeiras. (STF)

Súmula Vinculante nº 57: “A imunidade tributária constante do art. 150, VI, d, da CF/88 aplica-se à
importação e comercialização, no mercado interno, do livro eletrônico (e-book) e dos suportes
exclusivamente utilizados para fixá-los, como leitores de livros eletrônicos (e-readers), ainda que possuam
funcionalidades acessórias.”

NÃO CONFUNDA: maquinário para impressão de livros e serviços de distribuição de livros, jornais e
periódicos não goza de imunidade.

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

 Para CRIAR tributo, precisa de LEI ou algo com força de lei (ex: medida provisória, quando admitido)

 Regra geral: lei ordinária institui tributo. Nesses casos, também é possível a edição de medida
provisória (já que MP pode tratar de matéria tratada por lei ordinária)

Quais demandam a edição de Lei Complementar?

Impostos sobre grandes fortunas (IGF)


Empréstimos compulsórios (EC)
Impostos residuais da União (IRE)
Contribuição previdenciária residual

EXCEÇÕES ao princípio da legalidade:

ALTERAR ALÍQUOTAS REDUZIR OU REESTABELECER ALÍQUOTA


AUMENTANDO OU DIMINUINDO
Imposto de importação (II)
Imposto de exportação (IE) ICMS Combustível
Imposto sobre produtos industrializados (IPI) CIDE Combustível
Imposto sobre operação financeira (IOF)

MODIFICAR A BASE DE CÁLCULO ATUALIZAR O VALOR FIXAR PRAZO PARA


DO TRIBUTO (+ ONEROSO) MONETÁRIO DA BASE DE RECOLHIMENTO DO TRIBUTO
CÁLCULO
Depende de lei, é equiparado a Não precisa de lei Não precisa de lei
majoração *o índice usado será o oficial
de correção monetária

120
-Dispõe sobre conflitos de competência tributária
- Regula as limitações constitucionais ao poder de tributar
LEI COMPLEMENTAR EM
- Estabelece normas gerais em matéria de legislação tributária
MATÉRIA TRIBUTÁRIA
- Estabelece critérios especiais de tributação, com o objetivo de
prevenir desequilíbrios da concorrência

ISONOMIA

 Desdobramento do princípio da capacidade contributiva


 A CF menciona imposto, mas STF entende que será extensível quando as peculiaridades da espécie
tributária permitirem

IPI SELETIVIDADE OBRIGATÓRIA


ICMS SELETIVIDADE FACULTATIVA

O IPTU tem duas espécies de progressividade: em razão do valor do imóvel e em razão da função
social. PORÉM, nem sempre foi assim.
Antes da EC 29/2000, a CF permitia apenas a progressividade em razão da função social para o IPTU
(em razão do valor do imóvel não)
Antes de 2000, alguns municípios instituam alíquotas progressivas de IPTU sobre o valor do imóvel,
o que foi considerado inconstitucional pelo STF (Sumula 668 STF)
MAS, NÃO CONFUNDA:
Antes de 2000, algumas leis municipais estabeleciam a aplicação de alíquotas diferenciadas de IPTU,
com fins extrafiscais (pelo fato de ser ou não edificado, destinado ou não à residência). Isso foi
considerado constitucional pelo STF.
São constitucionais as leis municipais anteriores à Emenda Constitucional n° 29/2000, que
instituíram alíquotas diferenciadas de IPTU para imóveis edificados e não edificados, residenciais e
não residenciais.

Fonte: Dizer o Direito

Os entes federativos não podem:

PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE: cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada
a lei que os instituiu ou aumentou

PRINCÍPIO DA NOVENTENA: antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que
os instituiu ou aumentou

EXCEÇÕES A ANTERIORIDADE EXCEÇÕES À NOVENTENA


II, IE, IPI e IOF II, IE, IR e IOF
Imposto Extraordinário de Guerra Imposto Extraordinário de Guerra (IEG)
Empréstimo Compulsório (guerra/calamidade) Empréstimo Compulsório
Contribuições para Financiamento da Seguridade Social (guerra/calamidade)
(art. 195, § 6º) Base de Cálculo do IPTU
ICMS monofásico sobre Combustíveis (Exceçãoparcial - Base de Cálculo do IPVA
art. 155, § 4º, IV, c)
CIDE-Combustíveis (Exceção parcial - art. 177, § 4º, I, “b”)

121
A revogação de benefício fiscal deverá obedecer ao princípio da anterioridade tributária. Aplica-se o
princípio da anterioridade tributária, geral e nonagesimal, nas hipóteses de redução ou de supressão de
benefícios ou de incentivos fiscais, haja vista que tais situações configuram majoração indireta (STF)

NÃO CONFISCO

 Em relação ao tributo, o STF não estabeleceu um valor objetivo


 Em relação a multa tributária: não pode ser 100% ou + do valor do tributo devido (caso contrário,
será confiscatório)

OBRIGAÇÃO PRINCIPAL Obrigação de pagar


OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA Obrigação de fazer ou não fazer. Caso
descumprida, se converte em obrigação
principal

IMPOSTOS DA UNIÃO IMPOSTOS DOS ESTADOS/DF IMPOSTOS DOS MUNICÍPIOS


II
IE ITCMD IPTU
IR ICMS ITBI
IPI IPVA ISS
IOF
ITR
IGF

IMPOSTO DE RENDA

 Tributo de competência da União


 Fato gerador: aquisição de disponibilidade econômica ou jurídica
 IR é imposto com finalidade fiscal (objetivo de arrecadar recursos para o Estado)

EXCLUEM O CRÉDITO TRIBUTÁRIO EXTINGUEM O CRÉDITO SUSPENDEM O CRÉDITO


TRIBUTÁRIO TRIBUTÁRIO
Isenção Pagamento Depósito do montante integral
Anistia Compensação Reclamações e recursos
Transação Concessão liminar MS
Remissão Concessão de liminar ou tutela
Prescrição antecipada em ação judicial
Decadência Parcelamento
Conversão de depósito em
renda
Pagamento antecipado e
homologação do lançamento
Consignação em pagamento
Decisão administrativa
irreformável
Decisão judicial passada em
julgado
Dação em pagamento de bens
imóveis

122
LANÇAMENTO

 O lançamento confere exigibilidade à obrigação tributária


 É a notificação que confere efeitos ao lançamento realizado, pois antes daquela não se conta prazo
para pagamento ou impugnação
 O Fisco possui, no entanto, um prazo para efetuar o lançamento. Se não fizer no prazo, haverá
decadência (5 anos)

Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo
lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato
gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo
devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível.

Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de


responsabilidade funcional.

Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um
ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria
de fato, indispensáveis à sua efetivação.

§ 1º A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou a excluir
tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de notificado o
lançamento.

Art. 149 (...) Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser iniciada enquanto não extinto o direito
da Fazenda Pública.

DE OFÍCIO DECLARAÇÃO/MISTO HOMOLOGAÇÃO


Realizado pelo fisco Ação conjugada entre o Legislação atribui ao
Dispensa o auxilio do fisco e o contribuinte sujeito passivo o dever de
contribuinte Efetuado com base na antecipar o pagamento
O fisco já dispõe de dados declaração do sujeito sem prévio exame da
suficientes passivo ou de terceiro, autoridade administrativa
Ex: IPTU, IPVAM que prestam à autoridade Com a homologação, a
contribuição de melhoria administrativa autoridade administrativa
e taxas informações sobre manifesta sua
matéria de fato concordância com a
indispensáveis à atividade do sujeito
efetivação passivo, atestando sua
correção
Os tributos sujeitos a essa
modalidade de
lançamento, o credito
tributário considera-se
extinto com a
homologação, não com o
pagamento
Ex: ICSM, ISS, IPI e COFINS

123
Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei
então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada.

§ 1º Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação,


tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliado os poderes de
investigação das autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios,
exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros.

O STJ possui o entendimento de que 'a obrigação acessória prevista no artigo 113, § 2º c/c 115, do CTN,
constitui dever instrumental, independente da obrigação principal, e subsiste, ainda que o tributo seja
declarado inconstitucional, principalmente para os fins de fiscalização da Administração Tributária'

A imunidade tributária subjetiva aplica-se a seus beneficiários na posição de contribuinte de direito, mas
não na de simples contribuinte de fato, sendo irrelevante, para a verificação da existência do beneplácito
constitucional, a repercussão econômica do tributo envolvido.
• Se a entidade imune for contribuinte de direito: incide a imunidade subjetiva.
• Se a entidade imune for contribuinte de fato: não incide a imunidade subjetiva.
STF. Plenário. RE 608872/MG, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 22 e 23/2/2017

O parcelamento de ofício da dívida tributária não configura causa interruptiva da contagem da prescrição,
uma vez que o contribuinte não anuiu.

REPARTIÇÃO DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS

PERTENCEM AOS ESTADOS E AO DF


TOTALIDADE Produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e
proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre
rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e
pelas fundações que instituírem e mantiverem;
20% do produto da arrecadação do imposto que a União instituir no
exercício da competência que lhe é atribuída pelo art. 154, I.
(IMPOSTOS RESIDUAIS)

PERTENCEM AOS MUNICÍPIOS


TOTALIDADE produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e
proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre
rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e
pelas fundações que instituírem e mantiverem;
50% do produto da arrecadação do imposto da União sobre a
propriedade territorial rural, relativamente aos imóveis neles
situados, cabendo a totalidade na hipótese da opção a que se refere
o art. 153, § 4º, III; (ITR)
50% do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre a
propriedade de veículos automotores licenciados em seus
territórios;
25% do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre operações
relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços
de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação.

124
Art. 159. A União entregará:

II - do produto da arrecadação do imposto sobre produtos industrializados (IPI), 10% (dez por cento) aos
Estados e ao Distrito Federal, proporcionalmente ao valor das respectivas exportações de produtos
industrializados.

Estados são titulares do IR sobre rendimentos pagos diretamente por suas autarquias e fundações. (STF)

RESPONSABILIDADE

Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo
contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que
forem responsáveis:

I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores;

II - os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados;

III - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes;

IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio;

V - o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário;

VI - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos
praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício;

VII - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas.

Parágrafo único. O disposto neste artigo só se aplica, em matéria de penalidades, às de caráter


moratório.

Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias
resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos:

I - as pessoas referidas no artigo anterior;

II - os mandatários, prepostos e empregados;

III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado.

125
PROCESSO TRIBUTÁRIO

Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário PRESCREVE EM 5 ANOS, CONTADOS DA DATA DA
SUA CONSTITUIÇÃO DEFINITIVA.

Parágrafo único. A prescrição se interrompe:

I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal;

II - pelo protesto judicial;

III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;

IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito
pelo devedor.

Súmula 314 do STJ. Ela dispõe, assim que, “em execução fiscal, não localizados bens penhoráveis,
suspende-se o processo por um ano, findo o qual se inicia o prazo da prescrição qüinqüenal intercorrente”.

 A execução fiscal pode ser garantida por bens de terceiros? Sim, desde que a Fazenda aceite

 A execução pode ser contra: o devedor, fiador, espólio, massa, o responsável, nos termos da lei, por
dívidas, tributárias ou não, de pessoas físicas ou pessoas jurídicas de direito privado; e os
sucessores a qualquer título.

Sobre sanções políticas:

NÃO PODE PODE


Interditar estabelecimento Protestar certidões de dívida ativa
Apreender mercadoria
Proibir despacho em alfandega
Protestar CDA

Art. 25 Lei de Execução Fiscal - Na execução fiscal, qualquer intimação ao representante judicial da
Fazenda Pública será feita pessoalmente.

NORMAS GERAIS

Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pendentes,
assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início mas não esteja completa nos termos do artigo
116.

Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:

I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade


à infração dos dispositivos interpretados;

II - tratando-se de ato não definitivamente julgado:

126
a) quando deixe de defini-lo como infração;

b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não
tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo;

c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.

SÚMULAS

Súmula nº 69, STF: “A Constituição estadual não pode estabelecer limite para o aumento de tributos
municipais.”

SV 31: É inconstitucional a incidência do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS sobre
operações de locação de bens móveis.

SV 32: O ICMS não incide sobre alienação de salvados de sinistro pelas seguradoras.

SV 29: É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo
própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra.

Súmula 622-STJ: A notificação do auto de infração faz cessar a contagem da decadência para a constituição
do crédito tributário; exaurida a instância administrativa com o decurso do prazo para a impugnação ou
com a notificação de seu julgamento definitivo e esgotado o prazo concedido pela Administração para o
pagamento voluntário, inicia-se o prazo prescricional para a cobrança judicial.

Súmula 614: O locatário não possui legitimidade ativa para discutir a relação jurídico-tributária de IPTU e
de taxas referentes ao imóvel alugado nem para repetir indébito desses tributos

Súmula 626-STJ: A incidência do IPTU sobre imóvel situado em área considerada pela lei local como
urbanizável ou de expansão urbana não está condicionada à existência dos melhoramentos elencados no
art. 32, § 1º, do CTN.

Sumula 668 STF: É inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido, antes da Emenda Constitucional
29/2000, alíquotas progressivas para o IPTU, salvo se destinada a assegurar o cumprimento da função
social da propriedade urbana.

Súmula 625 STJ: O pedido administrativo de compensação ou de restituição não interrompe o prazo
prescricional para a ação de repetição de indébito tributário de que trata o art. 168 do CTN nem o da
execução de título judicial contra a Fazenda Pública

127
LEI DE CRIMES AMBIENTAIS

NO CP LEI DE CRIMES AMBIENTAIS


PRD cabível em crime culposo ou quando PRD cabível em crime culposo ou quando
a PPL é inferior a 4 anos a PPL é não superior a 4 anos
Suspensão condicional da pena: pena Suspensão condicional da pena: pena
não superior a 2 anos não superior a 3 anos

PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS (PRD)


Pessoa física Pessoa jurídica

Prestação de serviços à comunidade Suspensão parcial ou total de atividades


Interdição temporária de direitos Interdição temporária de
Suspensão parcial ou total de estabelecimento, obra ou atividade
atividades Proibição de contratar com o poder
Prestação pecuniária público
Recolhimento domiciliar

CRIME DE MAUS-TRATOS EM CAES E GATOS:


 Pena de reclusão de 2 a 5 anos = NÃO cabe fiança pelo delegado

Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou
domesticados, nativos ou exóticos:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

INFRAÇÃO DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO

§ 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para
fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos.

§ 1º-A Quando se tratar de cão ou gato, a pena para as condutas descritas no caput deste artigo será de
reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, multa e proibição da guarda. (Incluído pela Lei nº 14.064, de
2020)

NÃO CABE FIANÇA PELO DELEGADO!

§ 2º A pena é aumentada de um 1/6 a um 1/3, se ocorre morte do animal

128
 O princípio da intranscendência da pena também se aplica para pessoas jurídicas; assim, se uma
empresa que está respondendo processo por crime ambiental for incorporada, sem nenhum indício
de fraude, haverá extinção da punibilidade. (STJ)

 Construir uma casa em uma unidade de conservação: crime do art. 64 da Lei 9.605/98 (os delitos
dos arts. 40 e 48 ficam absorvidos). (STJ)

 Se a ré pratica o crime de poluição qualificada e não toma providências para reparar o dano,
entende-se que continua praticando ato ilícito em virtude da sua omissão, devendo, portanto, ser
considerado que se trata de crime permanente. (STJ)

 O delito previsto na primeira parte do art. 54 da Lei nº 9.605/98 possui natureza formal, sendo
suficiente a potencialidade de dano à saúde humana para configuração da conduta delitiva, não se
exigindo, portanto, a realização de perícia. Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis
tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade
de animais ou a destruição significativa da flora. Pena — reclusão, de um a quatro anos, e multa.
(STJ)

PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL


PRECAUÇÃO PREVENÇÃO

 Imprevisibilidade  Danos conhecidos pela ciência e cuja


identificação é possível por meio de
 Incerteza científica pesquisas e informações ambientais.

 Juízo de probabilidade não remoto de  Certeza do impacto


potencial ocorrência de dano ambiental
 Poder público exige que o empresário tome
 Acarreta a inversão do ônus da prova: medidas para eliminar ou minimizar o
empreendedor deve demonstrar que sua impacto
atividade não causa poluição

 POLUIDOR-PAGADOR OU RESPONSABILIDADE
Deve o poluidor responder pelos custos sociais da degradação causada por sua atividade impactante,
devendo-se agregar esse valor no custo produtivo da atividade, para evitar que se privatizem os lucros e se
socializem os prejuízos.

 USUÁRIO PAGADOR
As pessoas que utilizam recursos naturais devem pagar pela sua utilização, mesmo que não haja poluição.
Ex: uso da água.

 FAVOR DEBILIS OU IN DUBIO PRO NATURA:


Em matéria ambiental, os recursos naturais são tidos como vulneráveis e, por tal razão, garante-se a eles
“uma série de técnicas de facilitação do acesso à justiça, entre as quais se inclui a inversão do ônus da
prova em favor da vítima ambiental”

Súmula 618, STJ: “A inversão do ônus da prova aplica-se às ações de degradação ambiental”.

129
NOVO CÓDIGO FLORESTAL

ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE (APP) RESERVA LEGAL

Área urbana ou rural Área rural


Exploração apenas sob a forma de manejo
Exploração excepcional (interesse social, florestal sustentável, sendo vedado o corte raso
utilidade pública, intervenção eventual de baixo da vegetação
impacto ambiental)
Instituição por lei, mas a delimitação deve ser
Instituição por lei ou por ato do chefe do definida pelo órgão ambiental estadual e
executivo registrada no CAR

Delimitação por lei Percentuais mínimos definidos em lei

ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE

 Em APP, caso ocorra supressão da vegetação, o proprietário/possuidor/ocupante é obrigado a


promover a recomposição. Essa obrigação tem natureza REAL e é transmitida com o domínio ou
posse do imóvel

Súmula nº 623, do STJ: “As obrigações ambientais possuem natureza propter rem, sendo admissível
cobrá-las do proprietário ou possuidor atual e/ou dos anteriores, à escolha do credor.”

Súmula nº 629, do STJ: “Quanto ao dano ambiental, é admitida a condenação do réu à obrigação de
fazer ou à de não fazer cumulada com a de indenizar.”

 A supressão de vegetação nativa protetora de nascentes, dunas e restingas SOMENTE PODERÁ SER
autorizada em caso de utilidade pública

 É PERMITIDO o acesso de pessoas e animais às Áreas de Preservação Permanente para obtenção de


água e para realização de atividades de baixo impacto ambiental.

utilidade pública

Intervenção ou a supressão de vegetação nativa interesse social


em APP
baixo impacto ambiental

Supressão de vegetação nativa protetora de utilidade pública


nascentes, dunas e restingas

130
RESERVA LEGAL

Amazônia legal 80% no imóvel em área de florestas;


35% no imóvel sem área de cerrado;
20% no imóvel em área de campos gerais;
Demais regiões 20%

Não estão sujeitos à constituição de reserva abastecimento público de água


legal tratamento de esgoto

Não será exigido reserva legal:

 Áreas adquiridas ou desapropriadas por detentor de concessão, permissão ou autorização


para exploração de potencial de energia hidráulica, nas quais funcionem empreendimentos
de geração de energia elétrica, subestações ou sejam instaladas linhas de transmissão e de
distribuição de energia elétrica.
 Áreas adquiridas ou desapropriadas com o objetivo de implantação e ampliação de
capacidade de rodovias e ferrovias.

CADASTRO AMBIENTAL RURAL

 Registro público eletrônico de âmbito nacional, obrigatório para todos os imóveis rurais

 Inscrição preferencialmente no órgão ambiental municipal ou estadual

 Não será considerado título para fins de reconhecimento de direito de propriedade ou posse

Art. 8º, § 3º É dispensada a autorização do órgão ambiental competente para a execução, em caráter de
urgência, de atividades de segurança nacional e obras de interesse da defesa civil destinadas à prevenção e
mitigação de acidentes em áreas urbanas.

Art. 26, § 3º No caso de reposição florestal, deverão ser priorizados projetos que contemplem a utilização
de espécies nativas do mesmo bioma onde ocorreu a supressão.

Art. 10 - Nos pantanais e planícies pantaneiras, é permitida a exploração ecologicamente sustentável,


devendo-se considerar as recomendações técnicas dos órgãos oficiais de pesquisa, ficando novas
supressões de vegetação nativa para uso alternativo do solo condicionadas à autorização do órgão estadual
do meio ambiente, com base nas recomendações mencionadas neste artigo.

131
SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (SISNAMA)

ÓRGÃO SUPERIOR CONSELHO DE Assessorar o Presidente da República na


GOVERNO formulação da política nacional e diretrizes
governamentais para o meio ambiente e os
recursos ambientais.
ÓRGÃO CONSULTIVO CONAMA Assessorar, estudar e propor ao Conselho de
E DELIBERATIVO Governo, diretrizes para o meio ambiente e os
recursos naturais e deliberar, no âmbito de
sua competência, sobre normas e padrões
compatíveis com o meio ambiente
ecologicamente equilibrado e essencial à sadia
qualidade de vida.
ÓRGÃO CENTRAL SECRETARIA DO MEIO Planejar, coordenar, supervisionar e
AMBIENTE DA controlar, como órgão federal, a política
PRESIDENCIA DA
REPÚBLICA
nacional e as diretrizes governamentais
fixadas para o meio ambiente.
ÓRGÃOS IBAMA Executar e fazer executar a política e as
EXECUTORES INSTITUTO CHICO diretrizes governamentais fixadas para o
MENDES meio ambiente, de acordo com as respectivas
competências;
ÓRGÃOS SECCIONAIS ÓRGÃOS OU Execução de programas, projetos e pelo
ENTIDAES ESTADUAIS controle e fiscalização de atividades capazes
de provocar a degradação ambiental.
ÓRGÃOS LOCAIS ÓRGÃOS OU Responsáveis pelo controle e fiscalização
ENTIDADES dessas atividades, nas suas respectivas
MUNICIPAIS jurisdições.

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

PROTEÇÃO INTEGRAL USO SUSTENTÁVEL

Objetivo básico: preservar a natureza, Objetivo básico: compatibilizar a


sendo admitido apenas o uso indireto conservação da natureza com o uso
dos seus recursos naturais, com exceção sustentável de parcela dos seus recursos
dos casos previstos nesta Lei. naturais.

Estação Ecológica; Área de Proteção Ambiental;


Reserva Biológica; Área de Relevante Interesse Ecológico;
Parque Nacional; Floresta Nacional;
Monumento Natural; Reserva Extrativista;
Refúgio de Vida Silvestre Reserva de Fauna;
Reserva de Desenvolvimento
Sustentável; Reserva Particular do
Patrimônio Natural.

132
PROTEÇÃO INTEGRAL

Quais são públicas? Estação Ecológica, Reserva Biológica e Parque Nacional


Quais são privadas? Monumento Natural e Refúgio de Vida Silvestre
Em quais a visitação é proibida? Estação ecológica e reserva biológica (salvo com
objetivo educacional, conforme dispuser o regulamento)

USO SUSTENTÁVEL

Quais são públicas? Floresta Nacional, Reserva Extrativista, Reserva de Fauna,


Reserva de Desenvolvimento Sustentável
Quais podem ser públicas ou privadas? Área de Proteção Ambiental, Área de
Relevante Interesse Ecológico
Quais são privadas? Reserva Particular do Patrimônio Natural

ATENÇÃO

 Não há ilegalidade na criação de mais de um tipo de unidade de conservação da natureza a partir de


um único procedimento administrativo.
 As unidades de conservação são criadas por ato do poder público e precedidas de estudos técnicos
e consulta pública.

Consulta pública NÃO será Estação ecológica


obrigatória Reserva biológica

 As unidades de conservação do grupo de Uso Sustentável podem ser transformadas total ou


parcialmente em unidades do grupo de Proteção Integral, por instrumento normativo do mesmo
nível hierárquico do que criou
 A desafetação ou redução dos limites de uma unidade de conservação só pode ser feita mediante
lei específica.

É inconstitucional a redução de unidade de conservação por meio de MP. (STF)

 A área de uma unidade de conservação do Grupo de Proteção Integral é considerada zona rural,
para os efeitos legais.

ÓRGÃOS SNUC

ÓRGÃO CONSULTIVO E (CONAMA) Acompanhar a implementação do


DELIBERATIVO sistema
ÓRGÃO CENTRAL MINISTÉRIO DO MEIO Coordenar o sistema
AMBIENTE
ÓRGÃOS EXECUTORES INST. CHICO MENDES Função de implementar o SNUC,
IBAMA subsidiar as propostas de criação e
ÓRGAOS ESTADUAIS E administrar as unidades de conservação
MUNICIPAIS federais, estaduais e municipais, nas
respectivas esferas de atuação.

133
LEI COMPLEMENTAR 140/2011

Art. 13. Os empreendimentos e atividades são licenciados ou autorizados, ambientalmente, por UM ÚNICO
ente federativo, em conformidade com as atribuições estabelecidas nos termos desta Lei Complementar.

§ 1o OS DEMAIS entes federativos interessados podem manifestar-se ao órgão responsável pela licença ou
autorização, de maneira NÃO VINCULANTE, respeitados os prazos e procedimentos do licenciamento
ambiental.

Art. 14 § 3º O decurso dos prazos de licenciamento, sem a emissão da licença ambiental, NÃO IMPLICA
emissão tácita NEM AUTORIZA a prática de ato que dela dependa ou decorra, MAS INSTAURA a
competência supletiva referida no art. 15

ATUAÇÃO SUPLETIVA ATUAÇÃO SUBSIDIÁRIA

Substitui ao ente federativo originariamente Auxilia no desempenho das atribuições


detentor das atribuições. decorrentes das competências comuns, quando
solicitado pelo ente federativo originariamente
detentor das atribuições.

Art. 12. Para fins de licenciamento ambiental de atividades ou empreendimentos utilizadores de recursos
ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação
ambiental, e para autorização de supressão e manejo de vegetação, o critério do ente federativo
instituidor da unidade de conservação NÃO SERÁ APLICADO às Áreas de Proteção Ambiental (APAs).

Art. 25. As unidades de conservação, exceto Área de Proteção Ambiental e Reserva Particular do
Patrimônio Natural, devem possuir uma zona de amortecimento e, quando conveniente, corredores
ecológicos.

RESOLUÇÃO 237 CONAMA


Art. 3o A licença ambiental para empreendimentos e atividades consideradas efetiva ou potencialmente
causadoras de significativa degradação do meio dependerá de prévio estudo de impacto ambiental e
respectivo relatório de impacto sobre o meio ambiente (EIA/RIMA), ao qual dar-se-á publicidade, garantida
a realização de audiências públicas, quando couber, de acordo com a regulamentação.

Compete ao IBAMA o licenciamento nas seguintes situações:

I - localizadas ou desenvolvidas conjuntamente no Brasil e em país limítrofe; no mar territorial; na


plataforma continental; na zona econômica exclusiva; em terras indígenas ou em unidades de
conservação do domínio da União.
II - localizadas ou desenvolvidas em dois ou mais Estados;
III - cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais do País ou de um ou mais
Estados;
IV - destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, armazenar e dispor material
radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem energia nuclear em qualquer de suas formas e
aplicações, mediante parecer da Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN;
V - bases ou empreendimentos militares, quando couber, observada a legislação específica.

134
§ 2o - O IBAMA, ressalvada sua competência supletiva, poderá delegar aos Estados o licenciamento de
atividade com significativo impacto ambiental de âmbito regional, uniformizando, quando possível, as
exigências.

LICENÇA PRÉVIA Concedida na fase preliminar


Aprovando a localização e concepção
Atestando a viabilidade ambiental
Estabelecendo requisitos básicos e condicionantes para as fases
futuras
Não superior a 5 anos
LICENÇA DE INSTALAÇÃO Autoriza a instalação
Esta de acordo com as medidas de controle ambiental
Não superior a 6 anos
LICENÇA DE OPERAÇÃO Após a verificação do cumprimento das condicionantes
Autoriza a operação da atividade
Mínimo 4 e máximo 10 anos

§ 4o - A renovação da Licença de Operação (LO) de uma atividade ou empreendimento deverá ser


requerida com antecedência mínima de 120 (cento e vinte) dias da expiração de seu prazo de validade,
fixado na respectiva licença, ficando este automaticamente prorrogado até a manifestação definitiva do
órgão ambiental competente.

FLORESTAS PÚBLICAS

 Florestas públicas: florestas, naturais ou plantadas, localizadas nos diversos biomas brasileiros, em
bens sob o domínio da União, dos Estados, dos Municípios, do Distrito Federal ou das entidades da
administração indireta;
 Recursos florestais: elementos ou características de determinada floresta, potencial ou
efetivamente geradores de produtos ou serviços florestais;
 Produtos florestais: produtos madeireiros e não madeireiros gerados pelo manejo florestal
sustentável;
 Serviços florestais: turismo e outras ações ou benefícios decorrentes do manejo e conservação da
floresta, não caracterizados como produtos florestais;
 Ciclo: período decorrido entre 2 (dois) momentos de colheita de produtos florestais numa mesma
área;
 Manejo florestal sustentável: administração da floresta para a obtenção de benefícios econômicos,
sociais e ambientais
 Concessão florestal: delegação onerosa, feita pelo poder concedente, do direito de praticar
manejo florestal sustentável para exploração de produtos e serviços numa unidade de manejo,
mediante licitação, à pessoa jurídica, em consórcio ou não, que atenda às exigências do
respectivo edital de licitação e demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco
e por prazo determinado;

ATENÇÃO: É VEDADA a subconcessão na concessão florestal.

ATENÇÃO:

É VEDADA a outorga de qualquer dos seguintes direitos no âmbito da concessão florestal:


Titularidade imobiliária ou preferência em sua aquisição;

135
Acesso ao patrimônio genético para fins de pesquisa e desenvolvimento, bioprospecção ou constituição
de coleções;
Uso dos recursos hídricos acima do especificado como insignificante,
Exploração dos recursos minerais;
Exploração de recursos pesqueiros ou da fauna silvestre;
Comercialização de créditos decorrentes da emissão evitada de carbono em florestas naturais.

OBS.: No caso de reflorestamento de áreas degradadas ou convertidas para uso alternativo do solo, o
direito de comercializar créditos de carbono poderá ser incluído no objeto da concessão, nos termos de
regulamento.

 Unidade de manejo: perímetro definido a partir de critérios técnicos, socioculturais, econômicos e


ambientais, localizado em florestas públicas, objeto de um Plano de Manejo Florestal Sustentável -
PMFS, podendo conter áreas degradadas para fins de recuperação por meio de plantios florestais;

Art. 4º A gestão de florestas públicas para produção sustentável compreende:

I - a criação de florestas nacionais, estaduais e municipais, nos termos


e sua gestão direta;
II - a destinação de florestas públicas às comunidades locais,
III - a concessão florestal, incluindo florestas naturais ou plantadas e as unidades de manejo das áreas
protegidas

NÃO CONFUNDA:

OS ESTADOSMEMBROS PODEM COMPLEMENTAR A LEGISLAÇÃO FEDERAL EM MATÉRIA DE


LICENCIAMENTO AMBIENTAL, MORMENTE NO QUE SE REFERE A PROCEDIMENTOS AMBIENTAIS
SIMPLIFICADOS PARA ATIVIDADES E EMPREENDIMENTOS DE PEQUENO POTENCIAL DE IMPACTO
AMBIENTAL.

PORÉM...

É inconstitucional norma estadual que estabelece hipóteses de dispensa e simplificação do licenciamento


ambiental para atividades de lavra a céu aberto por invadir a competência legislativa da União para editar
normas gerais sobre proteção do meio ambiente, nos termos previstos no art. 24, §§ 1º e 2º, da
Constituição Federal.

ATENÇÃO: na gestão direta, é possível convênios, termos de parceria, contratos e instrumentos


congêneres. A duração disso fica limitada a 120 meses.

ATENÇÃO: É atípica a conduta de realizar experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, quando para fins
científicos, se não existirem recursos alternativos de pesquisa.

Direito à informação ambiental e obrigação do Estado com a transparência (STJ)

Tese A) O direito de acesso à informação no Direito Ambiental brasileiro compreende:


i)o dever de publicação, na internet, dos documentos ambientais detidos pela Administração não
sujeitos a sigilo (transparência ativa);
ii) o direito de qualquer pessoa e entidade de requerer acesso a informações ambientais específicas não
publicadas (transparência passiva); e

136
iii) direito a requerer a produção de informação ambiental não disponível para a Administração
(transparência reativa);

Tese B) Presume-se a obrigação do Estado em favor da transparência ambiental, sendo ônus da


Administração justificar seu descumprimento, sempre sujeita a controle judicial, nos seguintes termos:
i) na transparência ativa, demonstrando razões administrativas adequadas para a opção de não publicar;
ii) na transparência passiva, de enquadramento da informação nas razões legais e taxativas de sigilo; e
iii) na transparência ambiental reativa, da irrazoabilidade da pretensão de produção da informação
inexistente;

Tese C) O regime registral brasileiro admite a averbação de informações facultativas sobre o imóvel, de
interesse público, inclusive as ambientais;
Tese D) O Ministério Público pode requisitar diretamente ao oficial de registro competente a averbação
de informações alusivas a suas funções institucionais.

Fonte: Dizer o Direito

JURISPRUDÊNCIA

É inconstitucional a concessão automática de licença ambiental para funcionamento de empresas que


exerçam atividades classificadas como de risco médio (STF)

É inconstitucional lei estadual que legitime ocupações em solo urbano de área de preservação
permanente (APP) fora das situações previstas em normas gerais editadas pela União (STF)

É inconstitucional a revogação de Resolução do Conama que protegia o meio ambiente sem que ela
seja substituída ou atualizada por outra que também garanta proteção

Sob a vigência da Lei nº 4.771/65 (antigo Código Florestal), é lícita a queima da palha de cana-de-açúcar
em atividades agroindustriais, desde que devidamente autorizada pelo órgão ambiental competente e
com a observância da responsabilidade civil por eventuais danos de qualquer natureza causados ao
meio ambiente ou a terceiros. (STJ)

É inconstitucional a legislação estadual que, flexibilizando exigência legal para o desenvolvimento de


atividade potencialmente poluidora, cria modalidade mais simplificada de licenciamento ambiental.
(STF)

Não afronta a competência legislativa da União o dispositivo de constituição estadual que proíbe a caça
em seu respectivo território. (STF)

Para que haja a apreensão de veículo utilizado na prática de infração ambiental não é necessário que se
comprove que o bem era utilizado de forma específica, exclusiva ou habitual na prática de ilícitos
ambientais (STJ)

É inconstitucional lei estadual que institua dispensa e licenciamento simplificado ambiental para
atividades de lavra a céu aberto (STF)

A compensação de danos ambientais ocorridos em reserva legal em data anterior à vigência da Lei nº
12.651/2012 (Novo Código Florestal) não precisa ser feita na mesma microbacia, sendo suficiente que

137
ocorra no mesmo bioma do imóvel a ser compensado. (STJ)

O erro na concessão de licença ambiental não configura fato de terceiro capaz de interromper o nexo
causal na reparação por lesão ao meio ambiente (STJ)

É inconstitucional a interpretação da legislação federal que possibilita o abate imediato de animais


apreendidos em situação de maus-tratos. (STF)

É constitucional lei estadual que proíba a utilização de animais para desenvolvimento, experimentos e
testes de produtos cosméticos (STF)

A reparação do dano ao meio ambiente é direito fundamental indisponível, sendo imperativo o


reconhecimento da imprescritibilidade no que toca à recomposição dos danos ambientais. (STF)

Súmula 652 A responsabilidade civil da administração pública por danos ao meio ambiente, decorrente
de sua omissão no dever de fiscalização, é de caráter solidário, mas de execução subsidiária.

Súmula 467 Prescreve em cinco anos, contados do término do processo administrativo, a pretensão da
Administração Pública de promover a execução da multa por infração ambiental.

É de 5 anos o prazo decadencial para se constituir o crédito decorrente da infração à legislação


administrativa (Tema 324 STJ)

O prazo decadencial para constituição do crédito, decorrente de infração à legislação administrativa,


conta-se da data da infração, caso se trate de ilícito instantâneo (Tema 324 STJ)

É de 3 (três) anos o prazo para a conclusão do processo administrativo, instaurado para se apurar a
infração administrativa (Tema 328 STJ)

138
TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL
MÍNIMO 7 membros

3 Juízes STF (um será o presidente e outro vice)


2 Juízes STJ (um será o corregedor)
2 advogados nomeados pelo PR (entre 6, indicados pelo STF)

TSE TRE

3 Juízes STF 2 juízes, desembargadores TJ


2 Juízes STJ 2 juízes de direito, escolhidos pelo TJ
2 advogados nomeados pelo PR (entre 6, 1 juiz TRF com sede na capital (se não
indicados pelo STF) houver, um juiz federal)
2 advogados nomeados pelo PR (entre 6,
indicados pelo TJ)

 Juízes dos tribunais eleitorais servirão por 2 ANOS e nunca por mais de 2 biênios consecutivos.

TSE TRE

Serão tomadas na PRESENÇA DE TODOS Serão tomadas na PRESENÇA DE TODOS


OS MEMBROS as seguintes decisões: OS MEMBROS as seguintes decisões:

-Interpretação do Código Eleitoral em Ações que importem em:


face da CF - cassação de registro
-Cassação de registro de partidos - anulação de eleições
-Recursos que importem em anulação -perda de diplomas
geral de eleições ou perda de diploma

TRIBUNAIS REGIONAIS

O número de membros não será reduzido, mas pode ser elevado até 9, por proposta
do TSE)

2 juízes, desembargadores TJ (presidente e vice)


2 juízes de direito, escolhidos pelo TJ
1 juiz TRF com sede na capital (se não houver, um juiz federal)
2 advogados nomeados pelo PR (entre 6, indicados pelo TJ)
Não havendo um terceiro magistrado do Tribunal de Justiça, alguns tribunais
regionais atribuem a função de corregedor ao vice-presidente, cumulativamente,
enquanto outros prescrevem a eleição entre os demais juízes que os compõem.

139
Infrações penais Membros TSE: STF
comuns e crimes de
responsabilidade
Membros TRE: STJ

TSE TRE
Registro e a cassação de registro de Registro e o cancelamento do registro
partidos políticos, dos seus diretórios dos diretórios estaduais e municipais de
nacionais e de candidatos à partidos políticos, bem
Presidência e vice-presidência da como de candidatos a Governador, Vice-
República; Governadores, e membro do Congresso
Nacional e das
Assembleias Legislativas;

Conflitos de jurisdição entre Tribunais Conflitos de jurisdição entre juízes


Regionais e juízes eleitorais de Estados eleitorais do respectivo Estado;
diferentes;

HC relativos a atos do Presidente da HC ou MS, em matéria eleitoral, contra


República, dos Ministros de Estado e dos ato de autoridades que respondam
Tribunais Regionais; ou, ainda, o habeas perante os Tribunais de Justiça por crime
corpus, quando houver de responsabilidade e, em grau de
perigo de se consumar a violência antes recurso, os denegados ou
que o juiz competente possa prover concedidos pelos juízes eleitorais; ou,
sobre a impetração; ainda, HC quando houver perigo de se
consumar a violência
antes que o juiz competente possa
Impugnações à apuração do resultado prover sobre a impetração;
geral, proclamação dos eleitos e
expedição de diploma na eleição Julgar os recursos interpostos:
de Presidente e Vice-Presidente da -dos atos e das decisões proferidas pelos
República; juízes e juntas eleitorais.
-das decisões dos juízes eleitorais que
Ação rescisória, nos casos de concederem ou denegarem HC ou MS.
inelegibilidade, desde que intentada
dentro de 120 dias de decisão Fxar a data das eleições de Governador e
irrecorrível, possibilitando-se o exercício Vice-Governador, deputados estaduais,
do mandato eletivo até o seu trânsito em prefeitos, vice-prefeitos ,
julgado vereadores e juízes de paz, quando não
determinada por disposição
obs.: STF, ADI 1459/DF: inconstitucionais constitucional ou legal;
o trecho: “possibilitando-se o exercício Constituir as juntas eleitorais e designar
do mandato eletivo até o seu trânsito em a respectiva sede e jurisdição;
julgado”.
Indicar ao tribunal Superior as zonas
Fixar as datas para as eleições de eleitorais ou seções em que a contagem

140
Presidente e Vice-Presidente da dos votos deva ser feita
República, senadores e deputados pela mesa receptora;
federais, quando não o tiverem sido por
lei:
Apurar com os resultados parciais
APROVAR A DIVISÃO DOS ESTADOS EM enviados pelas juntas eleitorais, os
ZONAS eleitorais ou a criação de novas resultados finais das eleições de
zonas; Governador e Vice-Governador de
membros do Congresso Nacional e
Responder, sobre matéria eleitoral, às expedir os respectivos diplomas,
consultas que lhe forem feitas em remetendo dentro do prazo de 10 dias
tese por autoridade com após a diplomação, ao Tribunal
jurisdição, federal ou órgão nacional de Superior, cópia das atas de seus
partido político; trabalhos;

Responder, sobre matéria eleitoral, às


consultas que lhe forem feitas, em tese,
por autoridade pública ou
partido político;

Aplicar as penas disciplinares de


advertência e de suspensão até 30 dias
aos juízes eleitorais;

Súmula-TSE nº 33 Somente é cabível ação rescisória de decisões do TSE que versem sobre a incidência de
causa de inelegibilidade.

OBS: Somente o TSE tem competência para ação rescisória

EXPEDIÇÃO DE DIPLOMA
Presidente e Vice TSE
Membros do Congresso TRE
Governador e Vice TRE
Cargos municipais Juntas eleitorais

Função consultiva TSE Função consultiva TRE

Responder, sobre matéria eleitoral, às Responder, sobre matéria eleitoral, às


consultas que lhe forem feitas em consultas que lhe forem feitas, em tese,
tese por autoridade com jurisdição, por autoridade pública ou partido
federal ou órgão nacional de partido político;
político;

141
São irrecorríveis as decisões do TSE, São irrecorríveis as decisões do TRE,
salvo: salvo

-As que contrariarem esta -Quando forem proferidas contra


Constituição expressa disposição de lei;
-As denegatórias de HC ou MS -Quando ocorrer divergência na
interpretação de lei entre dois ou mais
tribunais eleitorais.
-Quando versarem sobre expedição de
diplomas nas eleições federais e
estaduais;
-Quando denegarem HC ou MS

DAS DECISÕES DO TRE


RECURSO ESPECIAL RECURSO ORDINÁRIO

-Decisão proferida contra expressa -Decisão versa sobre expedição de


disposição de lei diplomas
-Ocorrer divergência na interpretação -Decisão denega HC ou MS
de lei entre dois ou mais tribunais
eleitorais.

TSE TRE JUIZ ELEITORAL

APROVAR A DIVISÃO DOS DIVIDIR a respectiva DIVIDIR A ZONA EM


ESTADOS EM ZONAS CIRCUNSCRIÇÃO EM SEÇÕES eleitorais;
eleitorais ou a criação de ZONAS eleitorais,
novas zonas; submetendo essa divisão,
assim como a criação de
novas zonas, à aprovação
do Tribunal Superior;

ATENÇÃO:

A competência normativa do TSE restringe-se as matérias autorizadas em lei. Não


pode o TSE tratar de matéria relativa a organização de partido político

JUÍZES ELEITORAIS
 Cada zona eleitoral: 1 juiz de direito
 Possibilidade de juiz de direito substituto exercer as funções de juiz eleitoral, mesmo antes de
adquirir a vitaliciedade.

142
- Dirigir os processos eleitorais e determinar a inscrição e a exclusão de eleitores;

-Expedir títulos eleitorais e conceder transferência de eleitor;

-DIVIDIR A ZONA EM SEÇÕES eleitorais;

- Ordenar o registro e cassação do registro dos candidatos aos cargos eletivos municipais e comunicá-
los ao Tribunal Regional;

-Designar, até 60 dias antes das eleições os locais das seções;

-Nomear, 60 dias antes da eleição, em audiência pública anunciada com pelo menos 5 dias de
antecedência, os membros das mesas receptoras;

-Fornecer aos que não votaram por motivo justificado e aos não alistados, por dispensados do
alistamento, um certificado que os isente das sanções legais;

-Comunicar, até às 12 horas do dia seguinte a realização da eleição, ao Tribunal Regional e aos
delegados de partidos credenciados, o número de eleitores que votarem em cada uma das seções da
zona sob sua jurisdição, bem como o total de votantes da zona.

JUIZ ELEITORAL JUNTA ELEITORAL

- Ordenar o registro e cassação do registro dos - Expedir diploma aos eleitos para cargos
candidatos aos cargos eletivos municipais e municipais.
comunicá-los ao Tribunal Regional;

 E se houver mais de uma junta eleitoral? A expedição do diploma caberá a que é presidida pelo juiz
eleitoral + antigo

JUNTAS ELEITORAIS
 1 juiz de direito + 2 ou 4 cidadãos
 Membros das juntas eleitorais serão nomeados 60 dias antes da eleição, depois de aprovação do
Tribunal Regional
 Até 10 dias antes da nomeação os nomes das pessoas indicadas para compor as juntas serão
publicados no órgão oficial do Estado, podendo qualquer partido, no prazo de 3 dias, em petição
fundamentada, impugnar as indicações.
 Obrigatória a nomeação de auxiliares quando houver + de 10 urnas a apurar
 O presidente da Junta comunicará ao Presidente do Tribunal Regional as nomeações que houver
feito e divulgará a composição do órgão por edital publicado ou afixado, podendo qualquer partido
oferecer impugnação motivada no prazo de 3 dias.

-Apurar, no prazo de 10 dias, as eleições realizadas nas zonas eleitorais sob a sua jurisdição.

-Resolver as impugnações e demais incidentes verificados durante os trabalhos da contagem e


da apuração;

-Expedir os boletins de apuração mencionados no Art. 178;

143
-Expedir diploma aos eleitos para cargos municipais.

Súmula 368/STJ "Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar os pedidos de retificação de dados
cadastrais da Justiça Eleitoral".

Art. 71 par. 2 Código Eleitoral: No caso de ser algum cidadão maior de 18 anos privado temporária ou
definitivamente dos direitos políticos, a autoridade que impuser essa pena providenciará para que o fato
seja comunicado ao juiz eleitoral ou ao Tribunal Regional da circunscrição em que residir o réu.

Ac.-TSE, de 16.11.2016, nos ED-REspe nº 121: a cassação do diploma do titular da chapa também recai
sobre o vice, ainda que ele em nada tenha contribuído para o fato.

Súmula-TSE nº 38 Nas ações que visem à cassação de registro, diploma ou mandato, HÁ LITISCONSÓRCIO
PASSIVO NECESSÁRIO ENTRE O TITULAR E O RESPECTIVO VICE da chapa majoritária.

Súmula-TSE nº 40 O partido político não é litisconsorte passivo necessário em ações que visem à
cassação de diploma.

Súmula-TSE nº 41 Não cabe à Justiça Eleitoral decidir sobre o acerto ou desacerto das decisões proferidas
por outros Órgãos do Judiciário ou dos Tribunais de Contas que configurem causa de inelegibilidade.

Súmula-TSE nº 59 O reconhecimento da prescrição da pretensão executória pela Justiça Comum NÃO


AFASTA a inelegibilidade prevista no art. 1º, I, e, da LC nº 64/90, PORQUANTO NÃO EXTINGUE OS EFEITOS
SECUNDÁRIOS DA CONDENAÇÃO.

RECURSOS
 Quando a lei no fixar prazo: 3 dias

Exceção:
EM REGRA, -Recurso ordinário
NÃO terão -Interposto contra decisão de juiz eleitoral ou TRE
efeito Que resulte em:
suspensivo cassação de registro
afastamento do titular
ou perda de mandato

Art. 261. Os recursos parciais, entre os quais não se incluem os que versarem matéria referente ao registro
de candidatos, interpostos para os Tribunais Regionais no caso de eleições municipais, e para o Tribunal
Superior no caso de eleições estaduais ou federais, serão julgados à medida que derem entrada nas
respectivas Secretarias.

-Recursos parciais
-Matéria sobre registro de candidatos está excluída
-Interposto para TRE em caso de eleição municipal
-Interposto para TSE em caso de eleição estadual ou federal
-Serão julgados na medida em que derem entrada na secretaria

144
Cabível apenas:
-Casos de inelegibilidade superveniente
Obs.: deverá ocorrer até a data fixada para que os partidos políticos
e as coligações apresentem os seus requerimentos de registros de
Recurso candidatos
contra -Natureza constitucional
expedição de -Falta de condição de elegibilidade
diploma
Prazo: deverá ser interposto no prazo de 3 dias após o último dia
limite
fixado para a diplomação e será suspenso no período compreendido
entre os dias 20 de dezembro e 20 de janeiro, a partir do qual
retomará seu cômputo

Súmula 37/TSE: Compete originariamente ao Tribunal Superior Eleitoral processar e julgar recurso contra
expedição de diploma envolvendo eleições federais ou estaduais.

Súmula 32 TSE; É inadmissível recurso especial eleitoral por violação à legislação municipal ou estadual, ao
regimento interno dos tribunais eleitorais ou às normas partidárias.

Súmula 30/TSE: Cabe recurso ordinário de acórdão de Tribunal Regional Eleitoral que decida sobre
inelegibilidade, expedição ou anulação de diploma ou perda de mandato eletivo nas eleições federais ou
estaduais (art. 121, § 4º, incisos III e IV, da Constituição Federal).

Súmula 25 TSE: É indispensável o esgotamento das instâncias ordinárias para a interposição de recurso
especial eleitoral

CRIMES ELEITORAIS
Pena mínima Agravação ou atenuação sem mencionar
(quando o código não estabelece) o quantum

Detenção: 15 dias Entre 1/5 e 1/3


Reclusão: 1 ano

Inscrever-se fraudulentamente eleitor:


 Ac.-TSE, de 3.3.2015, no REspe nº 571991: o crime previsto neste dispositivo somente pode ser
praticado pelo eleitor, não admitindo coautoria, mas participação.
 Ac.-TSE, de 18.8.2011, no REspe nº 23310: o crime de falsidade ideológica eleitoral (art. 350 do CE)
não é meio necessário nem fase normal de preparação para a prática do delito tipificado neste
artigo. Os crimes descritos são autônomos e podem ser praticados sem que um dependa do outro.

Corrupção eleitoral:
 Em se tratando de corrupção eleitoral, irrelevante é o período em que se deu a conduta típica, pois
a condição de candidato não é fundamental para a consumação do crime, que pode ocorrer em
qualquer tempo. Para a configuração deste tipo penal, basta que a vantagem oferecida esteja
vinculada à obtenção de votos

145
 O tipo previsto no art. 299 do Código Eleitoral (corrupção eleitoral) somente se consuma quando o
eleitor envolvido não está com direitos políticos suspensos.
 Ac.-TSE, de 18.10.2016, AgR-AI nº 3748: a promessa de cargo a correligionário em troca de voto não
configura o delito previsto neste artigo.
 Necessidade do dolo específico para a configuração deste crime.

Art. 323. Divulgar, na propaganda eleitoral OU DURANTE PERÍODO DE CAMPANHA ELEITORAL, fatos que
sabe inverídicos (fake news), em relação a partidos ou candidatos e capazes de exercerem influência
perante o eleitorado: (LEI 14192/21)

Pena - detenção de dois meses a um ano, ou pagamento de 120 a 150 dias-multa.

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem produz, oferece ou vende vídeo com conteúdo inverídico acerca de
partidos ou candidatos. (LEI 14192/21)

§ 2º Aumenta-se a pena de 1/3 até metade se o crime: (LEI 14192/21)


I - é cometido por meio da imprensa, rádio ou televisão, ou por meio da internet ou de rede social, ou é
transmitido em tempo real; (LEI 14192/21)
II - envolve menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua cor, raça ou etnia (LEI 14192/21)

Art. 326-B. Assediar, constranger, humilhar, perseguir ou ameaçar, por qualquer meio, candidata a cargo
eletivo ou detentora de mandato eletivo, utilizando-se de menosprezo ou discriminação à condição de
mulher ou à sua cor, raça ou etnia, com a finalidade de impedir ou de dificultar a sua campanha eleitoral
ou o desempenho de seu mandato eletivo. (LEI 14192/21)

Pena - reclusão, de 1 a 4 anos, e multa. (LEI 14192/21)

Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3, se o crime é cometido contra mulher: (LEI 14192/21)
I - gestante;(LEI 14192/21)
II - maior de 60 anos; (LEI 14192/21)
III - com deficiência (LEI 14192/21)

Art. 327. As penas cominadas nos artigos. 324, 325 e 326 (calunia, difamação e injúria), aumentam-se de
1/3 até metade, se qualquer dos crimes é cometido: (LEI 14192/21)
I - contra o Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro;
II - contra funcionário público, em razão de suas funções;
III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da ofensa.
IV - com menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua cor, raça ou etnia; (LEI 14192/21)
V - por meio da internet ou de rede social ou com transmissão em tempo real(LEI 14192/21)

ATENÇÃO: os crimes de calunia, difamação e injúria do Código Eleitoral são de ação penal
pública incondicionada.

 Falsificação doc. Particular para fins eleitorais: necessária a presença de potencial lesivo
 Ac.-STF, de 10.4.2018, no AgR-Pet nº 6.986: doações eleitorais por meio de caixa dois podem
constituir crime eleitoral de falsidade ideológica.

146
Art. 362. Das decisões finais de condenação ou absolvição cabe recurso para o Tribunal Regional, a ser
interposto no prazo de 10 dias.

 Crime eleitoral praticado por prefeito no exercício do cargo: TRE

COLIGAÇÃO FEDERAÇÃO

Constituída para disputar e vencer uma Constituída para atuar, no mínimo durante 4
determinada eleição majoritária (Presidente, anos, como se fosse uma única agremiação
Governador ou Prefeito). partidária.

Sua atuação se limita ao período eleitoral. Sua atuação ocorre não apenas no período
Depois da eleição, a coligação dissolvida. eleitoral, mas também durante o exercício do
mandato. A federação dura, no mínimo, 4 anos.
Não precisa ser nacional. É possível a existência
de coligações de âmbito nacional, estadual, A federação, necessariamente, terá
distrital ou municipal. abrangência nacional.

Não é possível a coligação para disputar Não existe essa restrição no caso da federação,
eleições proporcionais. que pode atuar tanto nas eleições
proporcionais como majoritárias.
Registro perante o juízo competente para o
registro de candidatura. Registro no TSE.

Durante o período eleitoral, o partido somente É assegurada a identidade e a autonomia dos


terá legitimidade para atuar de forma isolada partidos integrantes da federação.
quando questionar a validade da própria
coligação. O partido que sair da federação antes do prazo
mínimo ficará sujeito a sanções: (a) ficará
Eventual saída de partido de coligação proibido de ingressar em outra federação e de
impactará tão somente nas candidaturas celebrar coligação nas 2 eleições seguintes; b)
eventualmente registradas, sem qualquer ficará proibido de utilizar o fundo partidário
penalidade ao partido. até completar o prazo mínimo remanescente
para completar os 4anos.
8) A prestação de contas de campanha é feita A prestação de contas das campanhas será feita
por cada partido isoladamente (e não pela de forma conjunta, pela federação.
coligação).
Poderá ser constituída até a data final do
período de realização das convenções
partidárias;

 Havendo coexistência de filiações partidárias, prevalecerá a mais recente, devendo a Justiça


Eleitoral determinar o cancelamento das demais.

 Configura propaganda eleitoral antecipada a divulgação de pesquisa de opinião em que o prefeito


pré-candidato seja apontado como o mais bem avaliado em espaço publicitário na televisão pago
por este próprio, sem pedido expresso de voto.

147
 “Exaurido o prazo de vigência de um órgão partidário, ficam vedados a extinção automática do
órgão e o cancelamento de sua inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ).”.

LEI 9.504/97
Art. 9o Para concorrer às eleições, o candidato deverá possuir domicílio eleitoral na respectiva
circunscrição pelo prazo de 6 MESES e estar com a filiação deferida pelo partido no MESMO PRAZO.

PRAZO PARA PEDIDO DE REGISTRO: Lei nº 9.504/1997, art. 11, caput: prazo para pedido de registro: até às
19 horas do dia 15 de agosto do ano que se realizarem as eleições.

Registrados no:
 TSE: candidatos a presidente e vice-presidente da República;
 TRE: candidatos a senador, deputado federal, governador e vice-governador e deputado
 estadual;
 Juízos Eleitorais os candidatos a vereador, prefeito e vice-prefeito e juiz de paz.

Os partidos e coligações solicitarão à Justiça Eleitoral o registro de seus candidatos até as dezenove horas
do dia 15 de agosto do ano em que se realizarem as eleições

As condições de elegibilidade e as causas de inelegibilidade devem ser aferidas no momento da


formalização do pedido de registro da candidatura, ressalvadas as alterações, fáticas ou jurídicas,
supervenientes ao registro que afastem a inelegibilidade.

Art. 16. Até 20 DIAS antes da data das eleições, os Tribunais Regionais Eleitorais enviarão ao Tribunal
Superior Eleitoral, para fins de centralização e divulgação de dados, a relação dos candidatos às eleições
majoritárias e proporcionais, da qual constará obrigatoriamente a referência ao sexo e ao cargo a que
concorrem.

§ 16. Os partidos podem comunicar ao Tribunal Superior Eleitoral até o 1o (primeiro) dia útil do mês de
junho a renúncia ao FEFC, vedada a redistribuição desses recursos aos demais partidos

ATENÇÃO: Nenhum requerimento de inscrição eleitoral ou de transferência será recebido dentro dos 150
DIAS anteriores à data da eleição.

Sobre o alistamento:

 O requerimento será submetido ao despacho do juiz nas 48 horas seguintes.


 Do despacho que indeferir o requerimento de inscrição caberá recurso interposto pelo alistando, e
do que o deferir poderá recorrer qualquer delegado de partido. serão julgados pelo Tribunal
Regional Eleitoral dentro de 5 dias.
 No caso de PERDA ou EXTRAVIO de seu título, requererá o eleitor ao juiz do seu domicílio
eleitoral, até 10 dias antes da eleição, que lhe expeça segunda via.
 Somente será expedida segunda-via a eleitor que estiver quite com a Justiça Eleitoral

Art. 69. Os títulos eleitorais resultantes dos pedidos de inscrição ou de transferência serão entregues até
30 dias antes da eleição.
Parágrafo único. A segunda via poderá ser entregue ao eleitor até a véspera do pleito.

148
Conceito
Ciência empírica (baseada na realidade) e interdisciplinar (que congrega ensinamentos
de sociologia, psicologia, filosofia, medicina e direito) que possui como objeto de estudo
o CRIME, O CRIMINOSO, A VÍTIMA E O CONTROLE SOCIAL.
A expressão criminologia significa estudo do crime, e foi criada em 1883 por Paul
Topinard, mas difundida internacionalmente por Raffaele Garofalo em seu livro
Criminologia, no ano de 1885.

Métodos da Criminologia
Experimental: analisa o mundo do ser, Indutivo: parte de uma característica
utilizando o empirismo (baseia-se na específica para fixar uma premissa maior.
experiência). Trabalha com casos concretos, específicos,
para extrair uma ideia geral.

Objetos da criminologia
Crime Criminoso Vítima Controle Social

Crime para a Criminologia


Incidência massiva Incidência aflitiva Persistência espaço- Consenso sobre sua
na população temporal etiologia e técnica
de intervenção

Criminoso para as escolas criminológicas


Ser livre e capaz, ser pecador que optava pelo mal apesar de
Escola Clássica poder optar pelo caminho do bem.
Delinquente era reflexo de sua deficiência patológica (caráter
Escola Positivista biológico – hereditário ou não) ou formação social (caráter
social).
Escola Correcionalista Criminoso era ser inferior e incapaz de se autodeterminar, a
merecer do Estado resposta pedagógica e piedosa.
Delinquente era vítima da sociedade e das estruturas
Escola Marxista econômicas (determinismo social e econômico); essa visão se
desenvolveu por estudiosos de Karl Marx, e seus conceitos
convergiram na chamada teoria crítica.
Criminoso é homem real e normal que viola a lei penal por
Escola Moderna razões diversas que merecem ser investigadas e nem sempre
são compreendidas.

Vítima
Historicamente colocada em segundo plano, pois o objetivo principal era a punição do
criminoso. Com o avanço dos estudos criminológicos, a vítima é revalorizada e passa a
ter papel de destaque, especialmente a partir da escola clássica. Ganha destaque
também após a 2ª Guerra Mundial, em virtude das atrocidades cometidas.

149
Funções da criminologia
Compreender cientificamente Intervir no delinquente Valorar os diferentes
o fenômeno criminal (prevenir e reprimir o modelos de resposta ao
crime com eficiência). fenômeno criminal.

Criminologia Direito penal Política criminal

Estuda o crime, o Analisa os fatos Traça diretrizes para


criminoso,a vítima e o humanos indesejados, controlar a
Finalidade comportamento social. tipificando infrações e
criminalidade (ponte
Ciência empírica. cominando sanções. eficaz entre a
Ciência formal. criminologia e o direito
penal). Ciência
político-estratégica.
Crime enquanto fato (o Crime enquanto Crime enquanto valor
Objeto que é) norma (o que deve (como deve ser)
ser)
Indutivo (parte da Dedutivo (parte da
Método questão concreta até situação geral para a
chegar à conclusão particular).
generalizada).
Analisa o fenômeno do Define o crime de Estuda forma de
Exemplo homicídio, o homicida, o homicídio. diminuir o homicídio.
ofendido e o
comportamento da
sociedade.

Teorias criminológicas Modelo Teórico Fase Histórica


Demonologia (obra O martelo
das Feiticeiras), Fisionomia e Pseudociências Fase pré-científica
Frenologia
Escola clássica Criminologia clássica Fase pré-científica
Escola positiva Criminologia positiva Fase científica
Teorias do consenso (escola de
Chicago e decorrentes)
Teorias do conflito (teorias do Criminologia moderna Fase científica
etiquetamento, interacionismo
simbólico, crítica e demais)

Escola Clássica
a) Baseia-se nas ideias Iluministas do séc. XVIII
b) Principais autores: Beccaria, Carrara, Bentham, Feurbach (mnemônico para prova:
CBF)
c) Método abstrato e dedutivo
d) Crime é ente jurídico que decorre da violação de um direito
e) Criminoso é um ser livre que pratica o crime por escolha moral, alheia a fatores
externos. Livre arbítrio e determinismo.
f) Pena tem função retributiva e não deve ser cruel ou desumana.

150
Escola Positivista
a) Baseia-se nas ideias científicas dos séc. XIX e XX
b) Principais autores: Lombroso, Ferri e Garofalo (mnemônico para a prova: LFG)
c) Método empírico e indutivo
d) Crime é fato natural que decorre da vida em sociedade
e) Criminoso é um ser anormal sob as óticas biológica e psíquica (sem livre arbítrio).
Leva em conta o determinismo.
f) A pena tem função preventiva.

Fases da escola positiva


Antropobiológica – Sociológica – Enrico Ferri Jurídica - Garofalo
Lombroso
Estudo do crime a partir de Utiliza dados de outras
particularidades do ciências, chegando a 4 Normatizou as ideias da
criminoso. Leva em conta formas de repressão do Escola Positiva,
características físicas e crime: meios preventivos, transformando as ideias em
reconhece o criminoso nato. reparatórios, repressivos e fórmulas jurídicas.
excludentes.

Teorias do consenso (CASA) Teorias do conflito


Coesão social se baseia em um conjunto Coesão social se baseia na coação que alguns
de valores e ideais comuns a todos os membros da sociedade exercem sobre os
membros da sociedade. Cunho outros. Caráter argumentativo.
funcionalista. CONSERVADORA. PROGRESSISTA.
a) Escola de Chicago a) Teoria do etiquetamento, labeling
b) Teoria da Anomia aproach, reação social.
c) Teoria da Subcultura delinquente b) Teoria do interacionismo simbólico
d) Teoria da Associação diferencial c) Teoria crítica
e) Teoria das janelas quebradas d) Abolicionismo
f) Teoria da tolerância zero e) Minimalismo penal
(movimento Lei e Ordem) f) Realismo de esquerda

Robert Park, Ernest Burgess, Clifford Shaw e Henry Mckay.


Atribui-se à sociedade (e não ao indivíduo) as causas da
criminalidade. Influência do entorno urbano sobre a conduta
Escola de Chicago
humana. Define o conceito de ecologia urbana, segundo a qual a
causa da criminalidade são as cidades.
James Wilson e George Kelling.
Defende a repressão de crimes menores para a inibição de crimes
mais graves. Sinais de abandono e degeneração demonstram
Teoria das janelas
desinteresse estatal e fomentam a pratica de condutas
quebradas
criminosas. O aparente descaso reforça a impunidade.

Rudolph Giuliani e Willian Bratton.


Preconiza que todo tipo de infração penal, desde as mais simples,
Tolerância zero (Lei e devem ser combatidas de maneira rápida e rigorosa. Somente
Ordem) não se tolerando qualquer tipo de infração é possível evitar a
escalada da criminalidade.

151
Robert Merton e Émile Durkhein.
Para Durkheim, anomia é a desintegração das normas sociais.
Entretanto, o crime é fenômeno normal, necessário e útil, desde
que não ultrapasse determinados índices.
Já Merton entende que a anomia seria um desajuste entre os
objetivos socialmente estabelecidos e os meios
Teoria da Anomia
institucionalizados disponíveis para alcançá-los. Nesse contexto o
indivíduo pode se adaptar ao padrão social assumindo uma das
seguintes posturas: conformidade, ritualismo, retraimento,
inovação e rebelião.

Albert Cohen.
Analisa os grupos que não aceitam as regras de convivência
sociais impostas e formam grupos subculturais. Tais grupos
Subcultura
traçam novos objetivos e ideais que se chocam com os já
delinquente
impostos pela sociedade, a exemplo das gangues de rua.

Edwin Sutherland.
Busca explicar o comportamento criminoso por meio de
mecanismos de aprendizagem, defendendo que o
Associação comportamento desviante pode ser aprendido com outras
Diferencial pessoas do mesmo modo como ocorre com os comportamentos
socialmente aceitáveis.

Howard Becker, Goffman.


Trata do processo de estigmatização pelo qual passa o sujeito a
partir do momento que comete um crime. À medida que o
Labeling mergulho no papel desviado (role engulfment) cresce, há uma
Aproach/Reação tendência para que o autor do delito defina-se como os outros o
Social/Etiquetamento definem. Ou seja, a criminalidade é criada pelo próprio controle
social.

Ian Taylor, Jock Young, Paul Walton Alessandro Baratta.


O delito está diretamente associado à estrutura política e
econômica da sociedade. Assim, o rótulo de criminoso não
decorre da prática de um fato intolerável pelo corpo social, mas
Teoria crítica/radical
por servir aos interesses da classe dominante. A divisão de classes
no sistema capitalista gera desigualdades e violência.

Louk Hulsman, Thomas Mathiensen e Nils Cristie.


Defende um niilismo (não existência) penal e considera nocivos
os instrumentos de repressão à criminalidade, devendo ser
abolidos. O sistema penal deveria ser abolido porque o sistema
penal como um todo é:
a) alheia aos valores sociais
Abolicionismo penal
b) irracional
c) estigmatizante
d) seletiva
e) marginalizadora
f) formadora de delinquentes.
Luigi Ferrajoli.
Movimento ideológico que atribui ao direito penal apenas a

152
Minimalismo penal tutela de bens jurídicos relevantes, indispensáveis ao convívio
social. O direito penal deve ser a ultima ratio, utilizado apenas
quando os demais ramos não forem suficientes para trazer paz
social.
A principal vertente do minimalismo penal é o garantismo
penal.

O comportamento agregado na sociedade reflete a soma das


escolhas feitas pelos indivíduos. Cada indivíduo faz
Teoria da escolha
sua escolha com base em suas próprias preferências e restrições
racional
que enfrenta.

Criminalização primária Criminalização secundária


Edição de lei penal, que abstratamente Ação de aplicar a lei penal ao caso concreto,
incrimina certas condutas dos integrantes incriminando uma pessoa em razão de sua
da sociedade. conduta ter se encaixado na norma abstrata.

Vitimização Vitimização Vitimização terciária Heterovitimização


primária secundária
Individuo sofre Sofrimento adicional Custo adicional Autorrecriminação
direta ou da vítima derivado sofrido pela vítima da vítima diante de
indiretamente os do contato com as pelo contato com as um crime cometido,
efeitos materiais ou instâncias formais de instâncias informais por meio da busca
psíquicos do crime. controle social de controle social pelas razões que a
(polícia, MP, (familiares, tornaram, de modo
judiciário). sociedade) provável,
responsável pela
prática delitiva.

Conscientização da sociedade através de políticas públicas, especialmente


educação, saúde, moradia, emprego e lazer, formando cidadãos para que
Prevenção não compactuem com tentações que levam a uma vida desregrada. Atua
primária na origem da criminalidade, neutralizando crimes antes que aconteçam.

Conjunto de ações policiais e políticas públicas dirigidas a grupos da


sociedade que apresentam o maior risco de sofrer ou praticar crimes.
Destina-se a setores da sociedade que podem vir a padecer do problema
Prevenção
criminal, e não ao indivíduo isoladamente considerado. Atua em
secundária
momento posterior ao crime ou em sua iminência.

Consiste em políticas de execução penal voltadas à população carcerária,


com caráter punitivo e com o objetivo de recuperação do preso para
evitar a reincidência por meio da ressocialização. Incide de maneira
Prevenção
individual e não coletiva, direcionada ao próprio infrator condenado
terciária
(prevenção especial negativa). Atua após a prática do crime.

153
Prevenção geral negativa Contraestimular potenciais criminosos

Prevenção geral positiva Demonstrar a vigência da lei penal

Prevenção especial negativa Evitar a reincidência

Prevenção especial positiva Ressocializar

Retribuição Restituir o mal causado Destina-se ao condenado

Modelos de reação ao crime


Retributivo Ressocializador Consensual
Prioriza a punição do Enxerga a pena como Visa restaurar a vida dos
criminoso. Pena, além de instrumento de envolvidos em um fato
ter função retributiva, tem ressocialização social do criminoso: vítima, infrator
caráter preventivo, para criminoso. Índole e sociedade. O foco é
dissuadir o agente e humanista. Busca ir além reparar o dano causado
demais membros da do caráter retributivo e pelo crime. Empregam-se
sociedade de seguir o preventivo das penas, a mecanismos que buscam a
caminho do crime. A fim de reintegrar o reparação do dano da
vitima é deixada de lado delinquente na sociedade, vítima (modelo
durante o processo. O intervindo efetiva e restaurador) ou a
foco é punir o infrator. positivamente na vida do confissão do criminoso
condenado. (modelo negociado).
Ex.: Lei 9099/90; art. 28-A do
CPP (ANPP).

Movido pela sensação de insegurança presente na sociedade, que


passa a clamar por punições cada vez mais rigorosas, e pela retirada
de direitos e garantias fundamentais do acusado. Tem cunho
populista e considera exclusivamente o medo da população. Oferece
falsas soluções e atua em conformidade com pressões sociais sem
Direito penal
nem mesmo se ater a verificação de sua eficácia como meio de
simbólico/de
prevenção ao crime. A expressão “direito penal simbólico” foi
emergência
cunhada por Manuel Meliá, para designar essa falha do estado, em
que tutelas simbólicas têm tão somente a intenção de dar à
sociedade a sensação que o estado possui o controle da criminalidade
e proporcionar uma sensação tranquilizadora ilusória.

Jeff Farrell e Clinton Sanders.


A noção de cultura é fluida e a todo o momento passa por
transformações. O crime e sua repressão são processos culturais, com
Criminologia significados e consequências construídos a partir de um simbolismo
cultural compartilhado e de uma interpretação coletiva.

Reação às correntes criminológicas que tradicionalmente colocam a


Criminologia figura masculina, ainda que indiretamente, como centro dos estudos
feminista criminológicos.

O termo queer significa “estranho”, e é geralmente utilizada para fazer

154
referência à lésbicas, gays, bissexuais e transexuais, ou ainda a
qualquer pessoa que não segue ou contesta o padrão normativo
vigente. Teoria que visa ressaltar e colocar em discussão a
estigmatização, a criminalização e as diversas formas de rejeição
enfrentadas pela população queer no sistema penal, tanto no papel de
vítimas como no papel de agressoras. Tem como desafio provocar uma
mudança na criminologia, de modo que os estudiosos levem em
Criminologia consideração a orientação sexual e a identidade de gênero sem a
Queer influência da estigmatização. O objetivo deve ser explorar as diversas
circunstâncias que moldam as experiências do grupo queer, sem
rotulá-los como vítimas ou criminosos, a partir de um mero estereótipo
que as considera e define com base unicamente em sua conduta sexual
e identidade de gênero.

155
Leitura obrigatória: artigos 158 a 185 e 275 a 281 do CPP.
Principalmente Cadeia de Custódia (art. 158-A do CPP).

Aspectos relevantes das lesões corporais

Lesão corporal grave: O inciso III do §1º do art. 129 do CP remete à debilidade
permanente de membro, sentido ou função. Sentido se refere aos cinco sentidos
humanos: tato, olfato, paladar, visão, audição.

Obs.: Pênis não é membro; é órgão. A debilidade permanente do pênis seria uma
debilidade permanente da função reprodutiva, da função erétil.

Importante: Perda de órgãos duplos. Exemplo de órgãos duplos: os olhos, pulmões,


rins, ouvidos, etc. Se houver a perda de um olho e o outro estiver mantido, não
haverá cegueira total, haverá debilidade permanente do sentido da visão. Assim, a
perda de um dos órgãos duplos, estando o outro em condição de normalidade,
acarreta a debilidade permanente do sentido ou da função, a depender do órgão em
questão.
 Perda de um olho estando o outro normal: Haverá apenas debilidade (lesão
corporal grave)
 Perda da visão: Cegueira total é lesão corporal gravíssima.
 Dedo: Não é membro. Assim, a perda de um dedo da mão levará à debilidade
da função (lesão corporal grave). Alguns autores sustentam que se o dedo
perdido for o polegar, único dedo que faz a função opositora, haveria lesão
corporal gravíssima pela perda da função opositora.
 Perda da audição em 1 ouvido: lesão grave.

Julgados importantes para a prova:

 “A qualificadora “deformidade permanente” do crime de lesão corporal (art. 129, § 2º, IV, do
CP) não é afastada por posterior cirurgia estética reparadora que elimine ou minimize a
deformidade na vítima. Isso porque, o fato criminoso é valorado no momento de sua
consumação, não o afetando providências posteriores, notadamente quando não usuais (pelo
risco ou pelo custo, como cirurgia plástica ou de tratamentos prolongados, dolorosos ou
geradores do risco de vida) e promovidas a critério exclusivo da vítima.”
STJ. 6ª Turma. HC 306677-RJ, julgado em 19/5/2015 (Info 562).

 “A lesão corporal que provoca na vítima a perda de dois dentes tem natureza grave (art. 129,
§ 1º, III, do CP), e não gravíssima (art. 129, § 2º, IV, do CP).
A perda de dois dentes pode até gerar uma debilidade permanente (§ 1º, III), ou seja, uma
dificuldade maior da mastigação, mas não configura deformidade permanente.”
STJ. 6ª Turma. REsp 1620158-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 13/9/2016 (Info 590).

156
Documentos médico‐legais
Diferença entre auto e laudo médico legal: os relatórios médico-legais são os
documentos resultantes da atuação do serviço médico-legal. Podem se apresentar na
forma de auto, quando ditado ao escrivão, ou laudo, elaborado pelo próprio perito.
O Relatório médico-legal é divido em 7 partes:
1) Preâmbulo: É uma introdução. Nele consta data, hora, local, nome,
qualificação do examinado, qualificação dos peritos.
2) Histórico: Relato dos fatos ocorridos, por informações colhidas do interessado
ou de terceiros.
3) Quesitos: São as perguntas que os técnicos irão responder, de forma
afirmativa ou negativa.
4) Descrição: É a parte mais importante do relatório. Visum et repertum (ver e
repetir). O perito deve traduzir em palavras as sensações que experimenta ao
realizar o exame.
5) Discussão: As lesões encontradas são analisadas cientificamente e comparadas
com os dados históricos, gerando a formulação de hipóteses.
6) Conclusão: O perito toma uma postura após o diagnóstico, juízo de valor.
7) Resposta aos quesitos: Tem como finalidade estabelecer a existência de um
fato típico ou não.
Parecer médico legal: consulta médico-legal que envolve divergência importante
sobre interpretação de determinada perícia. Não há DESCRIÇÃO. São partes do
parecer: preâmbulo, exposição, discussão e conclusão.
Atestado médico: informações prestadas por escrito a respeito de determinado fato
de interesse médico, bem como suas consequências.
Notificação: comunicação feita por profissional da saúde, em determinados casos,
compulsória, como ocorre na Lei de transplante de órgãos.

Identificação criminal
Fundamentos biológicos ou técnicos para um método ser aceitável e seguro:
1) Unicidade: determinado elemento seja especifico daquele indivíduo,
distinguindo-se dos demais.
2) Imutabilidade: as características precisam ser imutáveis, não se alterando com
o passar do tempo.
3) Perenidade: capacidade de determinados elementos resistirem à ação do
tempo, durando por toda a vida, e até após a morte, como por exemplo o
esqueleto.
4) Praticabilidade: o método deve ser prático, tanto na obtenção quanto no
registro.
5) Classificabilidade: deve haver metodologia no arquivamento, propiciando
rapidez e facilidade na busca dos registros.

Método de identificação datiloscópica de VUCETICH:


Quatro tipos fundamentais:
1) Arco: Ausência de delta
2) Presilha Interna: delta à dIreita do observador
3) Presilha Externa: delta à Esquerda do observador
4) Verticilo: presença de dois deltas

Fórmula datiloscópica de VUCETICH: representada por uma fração cujo numerador é a


mão direita, chamado de SÉRIE; o denominador é a mão esquerda, chamado de

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SEÇÃO.

Os polegares iniciam a sequência e são representados por letras, já os dedos indicador,


médio, anular e mínimo, são representados por números.
Dedos defeituosos e cicatrizes são representados pela letra “X”;
Amputações pelo número 0 (zero).
 Mnemônico para ajudar na hora da prova*:

V 4
E 3
I 2
A 1
*Arco = 1, Presilha Interna = 2, Presilha Externa = 3 e Verticilo = 4.

Tanatologia
Sinais de morte:
1) Abióticos ou avitais negativos:
1.1) Imediatos/ morte aparente/ probabilidade:
 Perda da consciência
 Insensibilidade
 Imobilidade
 Abolição do tônus muscular
 Cessação da circulação
1.2) Consecutivos/tardios/mediatos/certeza de morte:
 Evaporação tegumentar (desidratação – mancha negra escleral de Sommer-
Larcher)
 Resfriamento cadavérico (algor mortis): Temperatura retal diminui 0,5 graus
nas primeiras 3h da morte, depois diminui 1,5 graus por hora. Só vale para as
primeiras 12 a 15 horas da morte.
 Hipóstase (livor mortis): se formam manchas esparsas com 2 a 3 horas da
morte; generalizam ou ficam difusas em 6 a 8 horas; fixam-se entre 6 a 12h e
são visíveis até a putrefação.
 Rigidez cadavérica (rigor mortis): acidificação dos músculos por falta de
oxigenação. Lei de Nysten Sommer-Larcher: começa com 2h, se generaliza com
5 a 8 horas e vai até 24h após a morte, com o início da putrefação. Desaparece
com 36 a 48h.
 Espasmo cadavérico

2) Transformativos
2.1) Destrutivos:
 Autólise: destruição das células pela ação de suas próprias enzimas.
 Putrefação: decomposição da matéria orgânica.
 Maceração séptica: líquido contaminado. Ex.: afogamento.
 Maceração asséptica: fetos retidos a partir do 5º mês de gestação. Sem
presença de germes no líquido amniótico.
2.2) Conservadores:
 Mumificação: ocorre após o 2º ou 3º mês após a morte. Falta de umidade
é condição essencial. Pode ser provocado ou artificial (embalsamento),
geral ou local, espontâneo ou natural, superficial ou profunda.
 Saponificação ou adipocera: transforma o tecido do corpo em substância

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amarelo-acizentada, untuosa, mole ou quebradiça. Se dá em torno de 1, 2
ou 3 meses após a morte.
 Corificação: dá ao cadáver aspecto semelhante ao couro.

Fases/períodos da putrefação:
 Coloração ou cromática: surge entre 20 e 24 horas após a morte e pode durar
até 7 dias. Tem início com a mancha verde abdominal localizada na fossa ilíaca
direita.
 Enfisema ou gasosa: inicia em média de 2 semanas e se torna máxima em 5 a 7
dias. Em razão dos gases produzidos no interior do cadáver, este adquire
aparência de agigantamento, com protusão da língua e inchaço dos genitais.
Circulação póstuma de Brouardel.
 Coliquativa: dissolução do cadáver pela ação das bactérias e da fauna
cadavérica.
 Esqueletização: redução do cadáver às suas partes ósseas.

Traumatologia

Lesões corporais (art. 129 do CP)


Grave (§1º) Gravíssima (§2º)
Incapacidade para as ocupações Incapacidade permanente para o
habituais por mais de 30 dias trabalho
Perigo de vida Enfermidade incurável
Debilidade permanente de Perda ou inutilização do membro,
membro, sentido ou função sentido ou função
Aceleração de parto Deformidade permanente
--- Aborto
Mnemônico: PIDA Mnemônico: PEIDA

Instrumento Lesão Exemplo de instrumento


Contundente Contusa Bengala, pau, pedra,
cassetete.
Cortante Incisa Faca, navalha, bisturi
Perfurante Punctória Agulha, prego, alfinete
Cortocontundente Cortocontusa Machado, dentes, enxada
Perfurocortante Perfuroincisa Punhal, espada, estilete
Perfurocontundente Perfurocontusa Projétil de arma de fogo

Espectro equimótico de Legrand Du Saulle


TEMPO COLORAÇÃO
1 a 2 dias Vermelho
2 a 3 dias Violáceo
4 a 6 dias Azulada
7 a 10 dias Esverdeada
12 a 15 dias Amarelada
15 a 20 dias Desaparecimento
Obs.: Equimose conjuntival não segue o espectro!

159
BALÍSTICA
Orifício de entrada Orifício de saída
Regular Dilacerado (irregular)
Invertido Evertido (bordas pra fora)
Proporcional ao projétil Desproporcional ao projétil (maior)
Com orlas e zonas Sem orlas e zonas

 Trajeto: caminho percorrido pelo projétil no interior do corpo da vítima (trajetO = dentrO)
 Trajetória: caminho percorrido pelo projétil da arma de fogo até a superfície atingida, ou seja, fora
do corpo (trajetóriA = forA).

Orlas ou Halos
 Orlas de escoriação/contusão: causada pelo embate do projétil na rede de
capilares da pele, gerando uma pequena região equimótica (anel de Fisch).
 Orla de enxugo: se forma porque o projétil ao atravessar o cano da arma, se cobre
de resíduos, como graxa, óleo de limpeza da arma, fuligem etc. quando o projétil
entra na pele ele se “limpa” essas impurezas, “enxuga-se” nas bordas da ferida.
 Zona de chamuscamento: disparo efetuado próximo ao alvo, sendo a pele
queimada pela chama e calor que saem da boca do cano da arma. Até 5cm de
distância.
 Zona de esfumaçamento: fumaça (grãos de pólvora combustas) decorrente do
disparo pode atingir o alvo e depositar-se ao redor do ferimento de entrada,
quando a distância for até 30cm.
 Zona de tatuagem: causada pela dispersão de grãos de pólvora incombustas que
atuam como verdadeiros projéteis secundários, penetrando na pele e dando o
aspecto de uma tatuagem. Disparos realizados até 50cm do alvo.
Distância Zona de Zona de Zona de tatuagem
chamuscamento esfumaçamento
Até 5cm Sim Sim Não
De 5cm a 10cm Não Sim Sim
De 10cm a 30cm Não Sim Sim
Até 50cm Não Não Sim
Mais de 50cm Não Não Não

 Câmara de mina ou Câmara de Hoffman: ocorre nos tiros encostados com plano
ósseo logo abaixo. Assim, os gases e as micropartículas não conseguem perfurar,
causando ferimento estrelado e de bordos evertidos, em razão do refluxo dos gases.
 Sinal de Romanesi ou Romanese: embora o ferimento de saída não apresente, em
regra, orla de escoriação, quando o corpo atingido pelo disparo está encostado num
anteparo, o projétil, ao sair, em razão da resistência dos tegumentos, causará orla de
escoriação, também na saída.

160
Asfixiologia

Sinais internos das asfixias mecânicas (tríade asfíxica):

 Fluidez sanguínea (sangue fluido, não coagula, líquido, espesso e escuro).


 Congestão das vísceras
 Equimoses viscerais (manchas de Tardieu): pequenas manchas vermelhas
(petéquias hemorrágicas), encontradas, principalmente, na região subpleural e
supepicárdica (abaixo das membranas que recobrem o pulmão e o coração), em
razão da ruptura dos capilares por causa da alta pressão arterial provocada pelo
aumento da concentração de gás carbônico no sangue.

Sinais externos:
 Cianose da pele (cor arroxeada ou azulada)
 Equimoses conjuntivas; espuma na boca (cogumelo de espuma); Pink teeth
 Projeção da língua para fora da boca
 Resfriamento lento do cadáver

Sufocação (asfixia mecânica pura):

 Direta: obstrução das vias respiratórias. Soterramento (sinal de Montalti).


Confinamento. Afogamento.
 Indireta: compressão do tórax. Impede o movimento respiratório. Também
conhecida como congestão compressiva de Perthes. Um dos sinais mais
importantes desse tipo de sufocação é a máscara equimótica da face, também
conhecida como máscara de Morestin.

Asfixias complexas:

 Estrangulamento: constrição produzida por braço mecânico acionado por força


estranha ao peso do corpo. Típico nos casos de homicídio. Produz sulco contínuo,
com mesma profundidade, abaixo do osso hioide, horizontal, frequentemente
tem mais de uma volta do laço.

 Enforcamento: constrição produzida por braço mecânico acionado pelo peso do


próprio corpo. É completo quando o corpo fica suspenso no ar. Sulco
descontínuo, interrompendo-se nas proximidades do nó. Situa-se acima do osso
hioide. É profundo na região do pescoço oposta ao nó e superficial próximo ao
nó. A direção do nó é oblíqua ascendente.

Asfixias mistas:

 Aquelas que se confundem e se superpõem, em graus variados, aos fenômenos


circulatórios, respiratórios e nervosos: ESGANADURA.

161
Lesões por ações térmicas

Queimaduras: quanto à gravidade, Lussena/Hoffman admitem quatro graus:

 1º Grau: são leves, apresentando Sinal de Christinson, simples formação de


eritemas. Edema. Dor.
 2º Grau: apresenta vesículas ou flictenas (bolhas/derme desnuda) contendo
líquido seroso nas áreas erimatosas. Muito dolorosa. Sinal de Chamber =
conteúdo do líquido das bolhas.
 3º Grau: atingem a derme e os tecidos adjacentes, dando origem à formação de
escaras. Indolor.
 4º Grau: hipótese de carbonização.

Toxicomanias e Embriaguez
Fases da embriaguez:
 Fase do macaco: o sujeito fica animado, falador, verborreico (falar demais);
 Fase do Leão (médico legal): fase de agressividade irritabilidade, fase em que
pode cometer crimes.
 Fase do porco: comatosa não há mais consciência.
Drogas:
 Psicolépticas: DEPRESSORAS do SNC. Álcool, barbitúricos, opiáceos e
benzodiazepínicos. Mnemônico: BOBA.
 Psicoanalépticas: ESTIMULANTES do SNC. Cocaína, anfetaminas, ecstasy, crack.
 Psicodislépticas: PERTURBADORAS do SNC. Maconha, mescalina, cogumelo, LSD,
Ayauasca (santo daime).

Lesões e morte por ação elétrica

Eletricidade natural (cósmica):


 Fulminação: morte decorrente da descarga elétrica.
 Fulguração: lesões corporais decorrentes da descarga elétrica.
 Sinal de Lichtemberg: sinal específico de lesão por eletricidade natural. Aspecto
arboriforme ou de samambaia.
Eletricidade industrial (eletroplessão):
 Sinal de Jellinek: sinal específico de lesão de entrada provocada por eletricidade
industrial, indolor, forma circular ou estrelada, escavada, em baixo relevo, com
bordos elevados, secos, duros e apergaminhados e tonalidade amarelo-
acastanhado ou branco-amarelada.

Transtornos sexuais
Parafilias:
 Anafrodisia: diminuição do desejo sexual do homem.
 Bestialismo/zoofilia: satisfação sexual com animais.
 Cromoinversão: preferência sexual por parceiro de cor diferente da própria.
 Cronoinversão (gerontofilia): predileção de jovens por pessoas de idade
avançada.
 Cropofilia: prazer sexual relacionado ao contato com fezes ou o ato de
defecação.

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 Dollismo: preferência sexual por bonecas ou manequins com conformação
humana.
 Edipismo: tendência ao incesto, prática sexual entre parentes próximos.
 Frigidez: diminuição do desejo sexual da mulher.
 Frotteurismo: necessidade de esfregar os órgãos sexuais em outra pessoa.
 Voyeurismo/mixoscopia: prazer sexual em assistir a relação de outrem.
 Necrofilia: prática de atos sexuais com cadáveres.
 Pedofilia: prática sexual com crianças.
 Pigmalionismo: atração por estátuas.
 Riparofilia: atração por mulheres sem higiene, fétidas, imundas. Também fazem
parte desta predileção dos riparofílicos as parceiras que se apresentem
menstruadas ou com infecções vaginais.
 Onanismo: prática compulsiva de automasturbação manual masculina, também
chamada de quiromania.

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