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AULA 08/03

Quanto a OAB, a doutrina sempre considerou autarquia de regime especial,


sendo nesse sentindo a posição do STJ. O STF porém, na adin 3.026-4 do DF,
que apreciou a constitucionalidade do art 79, parágrafo primeiro da lei 8.906/94
(estatuto da advocacia), entendeu que a OAB não pertence a administração
indireta da união, considerando-a serviço público independente, excluindo-a do
rol de autarquias especiais e estabelecendo que não se sujeita ao controle da
administração. Com isso, a decisão criou uma situação diferenciada para a
entidade, que passou a ser considerada pessoa jurídica de direito público no
que tem de vantagens (prazos processuais em dobro, imunidade tributária,
prescrição quinquenal etc), mas não ser tida como tal, para as desvantagens
(obrigatoriedade de licitação, concurso público para admissão, controle etc).
As agências reguladoras, denominação de inspiração americana, são
autarquias criadas para disciplinar e controlar certas atividades. São exemplos,
a ENEL, ANATEL, ANVISA, etc.
Quanto a estrutura, as autarquias podem ser: fundacionais, corporativas,
agências reguladoras e associações públicas.
As fundacionais são de base patrimonial. São as fundações públicas que são
exemplos da maioria das universidades públicas.
As associações públicas decorrem de consórcios públicos, formados entre
entes federados (união, estados, Distrito federal e municípios), que assinam
protocolo de intenções, que deverá ser ratificado pelos respectivos poderes
legislativo, surgindo assim, a associação pública, considerada por alguns como
autarquia Inter federativa.

Fundações instituídas e mantidas pelo poder público:


A fundação como se sabe, consiste num patrimônio vinculado a uma finalidade
prevista no ato constitutivo.
A fundação instituída e mantida pelo poder público, tem por fim desempenhar
atividade social, como cultura, educação, saúde, meio ambiente etc.
As fundações públicas necessitam de lei autorizativa para sua criação (inciso
19, art 37 CF) e extinção de seus empregados equiparam-se a servidor público,
submetem-se a lei de licitações (art 1º da lei 14.133/21), gozam de imunidade
tributária relativa ao patrimônio, renda e serviços vinculados à suas finalidades
(art 150, parágrafo 2º da CF) e sujeitam-se a ação popular (art 5, inciso lxxlll da
CF).
As fundações públicas necessitam de lei autorizativa de sua criação, mas sua
personificação se dá com a elaboração de seus atos constitutivos e seu
registro no registro civil de pessoas jurídicas.
AULA DIA 15/03
EMPRESAS PÚBLICAS e SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA

São pessoas jurídicas de direito privado, cuja instituição depende de


autorização legislativa específica, destinadas a explorar atividade econômica
ou prestar serviço público.
A EMPRESA PÚBLICA é formada com capital integralmente público e
organizada sob qualquer forma admitida em direito; (ex: Caixa Econômica
Federal, Correios)
A SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA é formada por capital público e privado
e organizada sob as formas de sociedade anônima. (ex: Banco do Brasil). A
pública, por exemplo, o metrô de São Paulo.

POSSUEM AS SEGUINTES DIFERENÇAS:


1 - o capital que é integralmente público na empresa pública e público e privado
na sociedade de economia mista, devendo o Estado ter a maioria do capital
com direito a voto;
2 - forma societária - a empresa pública pode assumir qualquer forma
societária; a sociedade de economia mista deve assumir, obrigatoriamente a
forma de S.A (sociedade anônima);
3 - Juízo competente para litígios – os feitos em que as empresas públicas
federais figurem como autoras, rés, assistentes ou opoentes são processados
e julgados pela justiça Federal, exceto falência, acidentes de trabalho, ações
sujeitas a justiça eleitoral e a justiça do Trabalho (art. 109, I da CF);
4 - Já quando a sociedade de economia mista, ainda que Federal figura no
processo, a competência é sempre da justiça estadual.

TRAÇOS COMUNS ENTRE A EMPRESA PÚBLICA E A SOCIEDADE DE


ECONOMIA MISTA:
1 - criação e extinção, nos termos do artigo 37, XIX e XX da CF é necessária
lei específica autorizativa da criação e da extinção, para ambas as entidades,
bem como para a criação de subsidiárias e participação delas em empresa
privada. Note-se que a lei apenas autoriza a criação, mas a personificação só
se dá após a elaboração de seus atos constitutivos e de sua inscrição no
registro público competente;
2- personalidade jurídica de direito privado = ambas as entidades são dotadas
de personalidade jurídica de direito privado, submetendo-se ao regime jurídico
de direito privado, embora sujeito a derrogações por norma de direito público,
como a obrigatoriedade de licitação para aquisição de bens e serviços;
3- controle ou tutela = ambas se submetem ao controle da pessoa política que
as criou. Na esfera federal esse controle recebe o nome de supervisão
ministerial.

ESPÉCIES
Artigo 173 da CF - Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração
direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos
imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos
em lei.

§ 1º A empresa pública, a sociedade de economia mista e outras entidades que explorem
atividade econômica sujeitam-se ao regime jurídico próprio das empresas privadas,
inclusive quanto às obrigações trabalhistas e tributárias .

§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia


mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou
comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos
direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários;

NORMAS CONSTITUCIONAIS APLICÁVEIS

1- Ação popular = artigo 5⁰, LXXIII da CF;


2- Submissão aos princípios do artigo 37, caput da CF;
3- Concurso Público para admissão de pessoal (art. 37, II da CF);
4- Proibição de acumulação de cargos e funções ( art. 37, XVII da CF);
5- Criação por autorização de lei específica, inclusive suas subsidiárias e
participação em empresas privadas (art. 37, XIX e XX da CF);
6- Teto remuneratório de seus empregados (art. 37, parágrafo 9º da CF) , de
acordo com o teto previsto no inciso XI do mesmo artigo;
7- Controle dos atos pelo congresso Nacional (artigo 49, X da CF);
8- Proibição de participação de Deputados e Senadores na empresa (art. 54 da
CF);
9- Julgamento de contas e exame da legalidade dos atos de admissão de
pessoal, aposentadorias e pensões pelo tribunal de contas (art. 71, II, III, IV da
CF);
10- Previsão de seus orçamentos na lei orçamentária anual (art. 167, parágrafo
5º da CF);
11- alteração do quadro de pessoal, estrutura, aumento de remuneração, etc.,
somente com prévia dotação orçamentária (art. 169, parágrafo 1º, I da CF).

QUESTÕES RELEVANTES
Falência
Contratos e Licitações – Lei 13.303/2016, art. 28 e seguintes, Estatuto da
Empresa Pública.

Aula do dia 22/03/2023


TERCEIRO SETOR
SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS

 Entidades de apoio = São pessoas jurídicas de direito privado sem fins


lucrativo instituídas por servidores públicos, porém em nome próprio,
sob a forma de fundação, associação ou cooperativa, para a prestação,
em caráter privado, de serviços sociais não exclusivos do Estado,
mantendo vínculo jurídico com entidades da administração direta ou
indireta, em regra por meio de convênio. Por meio do convênio recebem
bens e servidores públicos e no âmbito federal são disciplinadas pela lei
8.958/94.

 Organizações sociais - OS = São pessoas jurídicas de direito privado,


sem fins lucrativos, instituídas por iniciativa de particulares, para
desempenhar serviços sociais não exclusivos do Estado com incentivo e
fiscalização pelo poder público, mediante vínculo jurídico instituído por
meio d contrato de gestão. Na esfera federal essas organizações são
disciplinadas pela lei 9.637/98, que estabelece devam ser voltadas ao
ensino, a pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, a
proteção e preservação do meio ambiente, a cultura e a saúde. São
qualidades como organizações sociais por ato discricionário do titular do
órgão correspondente, podendo receber bens, recursos e utilizar
servidores públicos.

 Organizações da sociedade civil de interesse Público- OSCIP’s =


são pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, constituídas
para prestação de serviços sociais não exclusivos do Estado, mas que
recebem fomento deste e submetem-se à sua fiscalização mediante
vínculo jurídico estabelecido por meio de parceria. São regidas na esfera
federal pela lei 9.790/99, distinguindo-se das organizações sociais, entre
outras características, porque o vínculo se dá por meio de parceria, não
recebendo servidores, mas apenas bens e recursos públicos.

 Organizações da sociedade civil -OSC = são entidades privadas sem


fins lucrativos, cujo vínculo com o poder público se dá por termo de
colaboração ou por termo de fomento. Pelo termo de colaboração
estabelece-se uma colaboração da OSC com a administração para
executar um plano de trabalho proposto por esta; Pelo termo de fomento
o plano de trabalho é proposto pela OSC. A escolha da entidade deve se
dar através de um procedimento seletivo em que se analisa as
propostas e a habilitação.

ATIVIDADES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


Em sentido objetivo, a administração pública se traduz nas atividades
desempenhadas pelas pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos. Para
tanto, a administração exerce precipuamente atividades de fomento, polícia
administrativa e prestação de serviço público.
 FOMENTO = O fomento consiste em incentivo às atividades privadas de
interesse coletivo, tais como financiamentos e favores fiscais.

 POLÍCIA ADMINISTRATIVA = compreende as restrições


administrativas, estabelecidas por lei, ao exercício de direito individual,
em benefício do interesse coletivo, como concessão de licenças,
aplicação de sanções fiscalização, etc.

 SERVIÇO PÚBLICO = “É toda atividade que a administração pública


executa, direta ou indiretamente, para satisfazer a necessidade coletiva,
sob regime jurídico Predominantemente público”. A Constituição Federal
trás o rol dos serviços públicos principalmente no artigo 21, X,XI, XII, XV
e 18, bem como no artigo 25, parágrafo 2º, embora leis
infraconstitucionais também possam definir outras atividades como
serviço público, desde que não contrariem a CF.

PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


Para atender o interesse público a administração é dotada de poderes/deveres.
Esses poderes são:
 PODER NORMATIVO OU REGULAMENTAR = é aquele através do qual
a administração pública dita regras gerais e abstratas para a fiel
execução das leis. Distingue-se destas porque não inovam no mundo
jurídico, mas apenas explicitam ou completam a norma legal, pois
somente a lei pode criar direitos e obrigações (art. 5º, II da CF). A forma
mais expressiva de exercício do poder normativo é o regulamento, mas
existem outros atos normativos como resoluções, portarias, regimentos,
etc.
O regulamento é ato normativo de competência exclusiva do chefe do
executivo e se exterioriza através do decreto, ou seja, este é a forma e o
regulamento conteúdo.
Doutrinariamente existem 2 formas de regulamento: o executivo, para
fiel execução da lei e o autônomo ou independente que pode dispor
sobre assunto não regular na lei. O entendimento Predominante é de
que de acordo com a CF não é possível o regulamento autônomo no
nosso sistema, já que este pode dispor sobre assunto não regulado em
lei. Não obstante, há quem entenda ser admitido o regulamento
autônomo no nosso sistema já que o artigo 84,VI da CF, autoriza o
presidente da República a dispor por decreto sobre a organização e
funcionamento da administração Federal, quando não implicar aumento
de despesa, nem criação ou extinção de órgãos públicos, permitindo
ainda a extinção de cargos vagos.
Tais atos normativos submetem-se ao controle do congresso Nacional e
do STF, pois o primeiro pode sustar atos que exorbitem o poder
regulamentar (art. 49, V, da CF), enquanto o último (STF) exerce o
controle da constitucionalidade sobre atos normativos, federais e
estaduais. Se o executivo não regulamenta uma lei que depende de
regulamentação, em desrespeito ao artigo 5º, LXXI, da CF, caberá
mandado de injunção prevendo ainda o art. 103 parágrafo 2 ⁰, da CF, a
declaração de inconstitucionalidade por omissão pelo STF.

 PODER HIERÁRQUICO = hierarquia é o vínculo de autoridade que une


órgãos e agentes através de escalões sucessivos, numa relação de
autoridade, de superior a inferior, de hierárquica a subalterno. Como
consequência da hierarquia, o superior tem poderes de editar atos
normativos de efeitos internos, dar ordens e ser obedecido, salvo ordens
manifestamente ilegais, de unir subalternos que cometa infrações, de
delegar e avocar atribuições desde que não sejam exclusivas só
superior e inferior.
É oportuno lembrar que não há hierarquia nos poderes legislativo e
judiciário em suas funções típicas, havendo apenas nas funções
administrativas. A quem entenda, porém, que com o surgimento da
súmula vinculante, passou a existir uma hierarquia parcial no poder
judiciário, já que o juiz não pode decidir diferentemente do estabelecido
na súmula, não cabendo reclamação ao STF se tal ocorrer.
 PODER DISCIPLINAR = é o poder pelo qual a administração pública se
legítima A apurar infrações cometidas Por agentes públicos e outras
pessoas que com ela não tenham vínculo qualificado, como os
contratados, e lhe permite impor sanções de punho administrativo, no
caso do servidor público decorrente da hierarquia.
Outras punições contra pessoas que não se enquadrem nas situações
acima decorrem do poder de polícia e não do poder disciplinar.

 Poder vinculado e poder discricionário

 PODER DE POLÍCIA

Conceito: “é a faculdade de que dispõe a administração pública para


condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos
individuais, em benefício da coletividade ou do próprio Estado.”

Fundamento: a prioridade do interesse coletivo sobre o interesse


público.
Meios de atuação: pelo poder legislativo, através da lei, quando cria as
chamadas limitações administrativas e pelo poder executivo, a
administração pública regulamenta as leis e controla a sua aplicação,
preventivamente, por meio de ordens, notificações, licenças ou
autorizações e repressivamente mediante aplicação de medidas
coercitivas, como aplicação de multas por exemplo.
O exercício do poder de polícia pelo poder executivo é também
chamado de polícia administrativa.

Campos de atuação: a atuação da polícia administrativa se dá nos mais


variados setores, como meio ambiente, saúde, propriedade, patrimônio
cultural, defesa do com, etc., daí falar-se em polícia de segurança,
polícia de trânsito, polícia sanitária, polícia das florestas, etc.

 CARACTERÍSTICAS:

Discricionariedade: este atributo esta presente na maioria das vezes,


embora algumas situações envolvam ato vinculado. Em regra, portanto,
o administrador tem certa liberdade de ação nos parâmetros que a lei
lhe confere, como quando escolhe qual a sanção aplicada, mas
adequadamente para punir determinada conduta ou quando analisa a
conveniência e oportunidade e outorgar certa autorização.
Há casos, porém, em que a lei não oferece qualquer liberdade ao
administrador, como ocorre quando analisa pleito relacionado com
algum direito subjetivo do administrado, pois neste caso, preenchidos os
requisitos legais, a autoridade tem que conceder. Neste caso, o
exercício é de poder vinculado.

Auto-executoriedade: exigibilidade e executoriedade. Por esta


característica a administração pública pode fazer cumprir suas decisões
por seus próprios meios, sem necessidade de recorrer ao poder
judiciário.
Pode assim, por exemplo, advertir, multar e até interditar um
estabelecimento que funcione irregularmente.

Coercitividade:

Polícia administrativa e Judiciária

Competência para adoção das medidas

Características ou atributos do ato administrativo

As características ou atributos do ato administrativo são a presunção de


legitimidade e veracidade, a imperatividade, a auto executoriedade e a
tipicidade.

Pela presunção de legitimidade, reputam-se praticados os atos


administrativos, com base na lei;
Pela presunção de veracidade, tem-se por verdadeiros, os fatos alegados
pela administração, por isso duas certidões, atestados e declarações são
dotados de fé pública, embora essas presunções sejam “Juris tantum”, e em
razão delas invertem-se os ônus de agir e da prova, cabendo ao
interessado ao pleitear a anulação do ato, provar suas alegações para tais
presunções;

Imperatividade – os atos administrativos criam obrigações aos


administrados independentemente de sua concordância;

Auto executoriedade- por essa característica, a adm pública executa suas


decisões utilizando de meios coercitivos próprios, sem recorrer ao poder
judiciário.
A auto executoriedade têm, como componente, a exigibilidade e a
executoriedade, de sorte que, pelo primeiro, a adm impõem ao particular o
cumprimento da publicação sem necessidade de recorrer ao judiciário,
usando meios indiretos de coação, como a imposição de multas. Pelo
segundo componente, a adm pode executar diretamente suas decisões,
utilizando de força pública, se necessário, como por exemplo, a interdição
de um estabelecimento que cause, por omisso ou puído excessivo.
Assim, em alguns casos, a administração só tem à sua disposição o
primeiro componente, e em outros têm ambos, mas a executoriedade só é
possível quando expressamente prevista na lei ou quando a medida é
urgente e se não adotada o interesse público ficará irremediavelmente
comprometido;

Tipicidade- o ato administrativo deve-se amoldar ao previsto em lei, para


atingir a finalidade pretendida pela administração. Assim, a punição de
servidor pela prática de infração, deve-se dar pelos meios previstos em lei
para este fim, ou advertência, suspensão etc. Mas, se o administrador com
o intuito de punir o servidor promover sua remoção, desatende o atributo da
tipicidade, incorrendo ainda em desvio de finalidade;

Perfeição validade e eficácia: considera-se perfeito o ato administrativo que


resultou do cumprimento de todas as fases relativas a sua formação,
podendo, então, ingressar no mundo jurídico. Nas palavras de Odete
Medawar: “válido é o ato administrativo ajustado às exigências normativas”.
Eficaz é o ato pronto para produzir seus efeitos, não sendo, portanto,
considerado eficaz se subordinado a evento futuro e incerto, como a
condição suspensiva ou mesmo a evento futuro e certo, como o termo
inicial ou ainda subordinado à prática de hábito controlador à cargo de outra
autoridade, como por exemplo a ratificação da dispensa de licitação.

Ato administrativo

Conceito: professor Marcos Pestana. “Ato administrativo é a manifestação


do Estado ou de quem lhe faça as vezes, submetido ao regime jurídico de
direito público, com a finalidade de conferir concretude a prescrições
normativas estaladas na lei ou regulamentos, envolvendo relações jurídicas
na administração pública e entre a administração pública e os
administrados”.
ELEMENTOS DO ATO ADMINISTRATIVO
Sujeito: é aquele a quem a lei confere competência para a prática do ato. A
competência das pessoas políticas é atribuída pela CF e a das pessoas
jurídicas l, órgãos e agentes públicos, pela lei.
Objeto: é o conteúdo do ato, confundindo-se com o efeito jurídico imediato
por ele produzido, que pode implicar no nascimento, na alteração ou na
extinção de um direito, devendo o ato ser lícito, possível, certo e moral.
Forma: no sentido estrito é a exteriorização do ato, e no sentido amplo inclui
todas as formalidades eventualmente previstas em lei, para a sua prática.
Em regra, os atos administrativos são praticados por escrito, mas podem
haver atos verbais, como a ordem verbal de um chefe a um subordinado, e
até mesmo atos convencionais, como as placas e sinais de trânsito, apitos e
gestos dos agentes, etc.
Quando a lei estabelece forma e está não for observada, o ato será nulo,
sendo importante destacar, que a motivação também integra a forma do
ato.

Motivo: de fato e de direito, invocados pela autoridade, para fundamentar a


legalidade do ato. A motivação é a menção dos fatos e direitos. É o
pressuposto de fato e de direito que dá respaldo ao ato administrativo, ou
seja, o conjunto de circunstâncias que levaram a administração a praticar o
ato e o dispositivo legal que o fundamenta. A motivação é descrição desses
pressuposto e como foi dito, integra a forma do ato, e a respeito de sua
obrigatoriedade existem 3 correntes, uma entendendo que é obrigatória
apenas nos atos vinculados, outra sustentando sua obrigatoriedade nos
atos discricionários e a terceira defendendo ser a motivação obrigatória nos
atos vinculados e discricionários, devendo ser mais sucinta nos atos
vinculados, em que se limitará a mencionar os fatos e o dispositivo legal
que determinou a sua prática e mais minuciosa nos atos discricionário em
que deverão ser declinadas as razões que levaram a administração a optar
por uma das soluções previstas na lei, afim de que se possa verificar se
foram atendidos os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade.
Finalidade: é o resultado buscado pela administração. Em sentido amplo, a
administração deve praticar o ato sempre visando atender um fim de
interesse Público.
Exemplo: a desapropriação não pode ser promovida para perseguir um
inimigo político;
No sentido específico, o ato de ser praticado para atender o fim específico
buscado na lei. Exemplo: a remoção de um servidor deve se dar por
necessidade do serviço (fim buscado na lei) e não para puni-lo. Quando o
ato é praticado e se afasta da finalidade, seja ampla ou específica, ocorre
desvio de finalidade ou de poder.
Teoria dos motivos determinantes: de acordo com esta teoria, a
administração fica vinculada ao motivo invocado para a prática do ato, de
modo que, verificada a sua falsidade ou insistência, o ato é inválido e
poderia ser anulado.

Discricionariedade e Vinculação
Como já se viu, existem atos em que a administração atua sem liberdade
nenhuma devendo ser praticados estritamente de acordo com o previsto na
lei, pois esta regula todos os seus elementos, quais sejam, o sujeito, o
objeto, a forma, o motivo e a finalidade. Neste caso o ato é vinculado ou
regrado, em outros casos, a lei concede ao administrador certa liberdade de
atuação, possibilitando lhe certa apreciação subjetivação caso concreto
para escolher, de acordo com critérios de conveniência e oportunidade uma
dentre as opções admitidas. Nesta hipótese, o ato é discricionário.
Não existe ato inteiramente discricionário, pois a lei impõe limitações no
tocante à competência, forma e finalidade.
A discricionariedade pode propiciar ao administrador a opção de agir ou não
agir; de escolher o momento da prática do ato; ou ainda pode se referir aos
elementos do ato: quanto ao sujeito e finalidade há sempre Vinculação;
quando há forma também há Vinculação quando está for obrigatória; Já o
motivo e o objeto podem ser vinculados ou discricionário.
Não se deve confundir Discricionariedade com arbitrariedade, pois esta
extrapola os limites da liberdade conferida pela lei, caracterizando ato ilegal
que deve ser anulado pela administração ou pelo judiciário. É a lei que
aponta se o ato é vinculado ou discricionário . Expressões como “será”
“deverá ser”, “concederá”, etc , indicam Vinculação;
Expressões do tipo, “poderá ser”, “por razões de interesse Público” “juízo
de conveniência e oportunidade”, indicam que o ato é discricionário.

Legalidade e mérito do Ato administrativo


Sob o aspecto da legalidade o ato administrativo deve ser praticado em
conformidade com a lei.
Do ponto de vista do mérito, o ato há de ser oportuno e conveniente ao
interesse público. Ambos os aspectos estão sujeitos à controle, em alguns
casos apenas pela administração, enquanto em outros pela administração e
pelo judiciário.
O controle da legalidade pode ser exercido sobre os atos vinculados e
discricionários; o controle do mérito somente pode ser exercido sobre os atos
discricionários, podendo ambos ser exercidos pela administração pública, que
pode anular seus próprios atos quando ilegais ou revogá-los quando
inconvenientes ou inoportunos, tudo pelo poder de auto tutela dos atos
administrativos.
O judiciário só pode exercer o controle da legalidade, pois o juiz não pode
substituir o administrador para decidir sobre a conveniência e oportunidade do
ato, salvo se a autoridade se desviou dos limites da lei, pois neste caso o ato
discricionário se torna ilegal. Nesta hipótese o juiz anulará o ato, mas jamais
poderá revogá-lo, pois a revogação se dá por conveniência e oportunidade,
cabendo apenas à administração pública fazê-lo.
- Poder Judiciário não revoga ato administrativo.
Invalidade (gênero): - anulação; - revogação (espécies desse gênero).

EXTINÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO


- Cumprimento de seus efeitos
A extinção do ato administrativo pode-se dar pelo cumprimento dos sei efeitos,
pelo desaparecimento do sujeito ou do objeto, pela renúncia e pela retirada.
O cumprimento de seus efeitos provoca o exaurimento do ato.
- desaparecimento do sujeito ou do objeto extingue o ato pela inexistência
daquele a quem o ato era dirigido ou daquilo sob o qual o ato recaiu. Ex: morte
do servidor nomeado
- renúncia: consiste na extinção dos efeitos do ato ante a rejeição pelo
beneficiário de uma situação jurídica favorável de que desfrutava em
consequência daquele ato. Ex: renúncia a um cargo de secretário de Estado.
- retirada pode se dar por:
= revogação: é a retirada do ato por motivos de conveniência e
oportunidade. Trata-se de ato discricionário, já que o administrador decide pela
sua retirada segundo critérios de conveniência e oportunidade. A revogação
opera efeitos ex nunc, já que recaiu sobre ato válido mantém íntegros os
efeitos já decorridos. A competência para a revogação do ato é, em regra, da
mesma autoridade que o editou e também de seu superior, já que este pode
rever o ato de ofício ou na apreciação de recurso.
Todavia, não podem ser revogados os atos vinculados, os que exauriram seus
efeitos, os atos meramente anunciativos, como certidões, atestados, etc., e os
que geram direitos adquiridos. (Não tem mais como revogar).
= anulação: é a retirada do ato por razões de ilegalidade, produzindo
efeitos ex tunc, já que o ato ilegal não pode produzir efeitos.
Celso Antônio Bandeira de Melo ensina que os efeitos da anulação do ato que
beneficia o administrado, como o que nomeia um servidor ou outorga
permissão de uso, são ex nunc se o administrado não concorreu para o vício e
esteja de boa fé.
A competência para anular os atos que contenham vício de ilegalidade é da
administração pública pelo poder de auto tutela, (súmulas 346 e 473 do STF) e
do judiciário pelo exercício do controle da legalidade. A administração pública
pode anular o ato de ofício ou quando provocado; O judiciário só pode fazê-lo
quando provocado.
Sobre a anulação pela administração pública ser vinculada ou discricionária,
existem 3 correntes: a primeira sustenta que, diante de uma ilegalidade é dever
da administração anular o ato; a segunda defendia por Maria Sylvia Zanella Di
Pietro sustenta que ante uma ilegalidade deve a administração, em regra,
anular o ato, mas pode deixar de fazê-lo, sempre que o prejuízo pela anulação,
puder ser maior que o decorrente de sua manutenção, de sorte que será o
interesse público que norteará a decisão; a terceira, sustentada por Celso
Antônio Bandeira de Mello, diz que a administração tem, em regra, o dever de
convalidar o ato, sempr3 que possível sanear o vício, pois sendo a
convalidação cabível o direito certamente a exigiria não só por ser uma das
formas de restaurar a legalidade, como também para prestigiar os princípios da
segurança jurídica e da boa-fé se existente.
Quanto a observância do princípio do contraditório, deve ser observado sempre
que a anulação do ato Afete direitos ou interesses dos administrados em
consonância com o artigo 5⁰, LV da CF.
Ainda no tocante à anulação, se o administrado não concorreu para a
ilegalidade, nem agiu de má fé tem direito a ser indenizado pelas despesas
efetuadas, respeitando-se os efeitos patrimoniais passados, sob pena de
enriquecimento sem causa da administração pública.

= cassação: é a retirada do ato em virtude do descumprimento, pelo


destinatário, dos requisitos que lhe eram exigidos para continuar desfrutando
da situação jurídica. Ex: cessação da licença de funcionamento de uma casa
de show por descumprimento do horário de encerramento.
= caducidade: consiste na retirada do ato pela superveniência de norma
jurídica que tornou inadmissível a situação antes permitida pelo direito e
outorgada pelo ato precedente. Ex: retirada de permissão para explorar parque
de diversão em local que, pela nova lei do zoneamento, tornou-se incompatível
com aquele tipo de uso.
= contraposição (ou derrubada): consiste na emissão de ato cujos
efeitos são contrapostos aos efeitos do ato anterior. Ex: A exoneração de um
servidor retira os efeitos do ato de sua nomeação.

VÍCIOS DO ATO ADMINISTRATIVO


O ato administrativo pode conter vícios ou defeitos em seus elementos, quais
sejam: o sujeito, o objeto, a forma, o motivo, e a finalidade.
Os vícios relativos ao sujeito podem ser de competência e de capacidade. Os
de competência caracterizam-se por usurpação de ... ou função, função de fato
ou excesso de poder. Nos 2 primeiros casos o sujeito não detém habilitação
legal para praticar o ato, seja porque é usurpador de cargo ou função,
incorrendo no crime do artigo 328 do CP. Seja porque exerce a função
aparentando ser habilitado para tal, como ocorre por exemplo com o chefe
substituto que, nessa condição, pratica ato quando não está em substituição.
Nesta última hipótese, em razão da aparência de legalidade e também para
não prejudicar terceiros de boa fé, o ato é válido. Quanto ao excesso de poder,
ocorre quando o agente extrapola os limites de sua competência. Ex: O chefe
tem competência para aplicar pena até suspensão e aplica pena de demissão.
Os vícios de capacidade referem-se ao impedimento, que se dá quando o
agente já atuou no caso em situação incompatível com sua função atual. Ex: (já
atuou como perito ou testemunha), e à suspeição que se dá quando o agente é
parente, amigo ou inimigo do interessado. O primeiro caso gera presunção
absoluta de Incapacidade, enquanto o segundo gera presunção relativa ou
seja, o interessado deve arguir a suspeição e no seu silêncio o vício fica
sanado.
 Sujeito
- competência
- capacidade
No tocante aos vícios relativos aos objetos, ocorrem quando este é ilícito,
imoral, impossível ou indeterminado. Ex: ato proibido por lei (ilícito);
nomeação para cargo inexistente (impossível), desapropriação de bem não
descrito com precisão (objeto indeterminado);

VÍCIOS DE FORMA = Ocorrem quando está não é observada. Ex:


convocação dos interessados para uma licitação sem a expedição do
respectivo edital.
É de se salientar que caracteriza-se também como vício de forma a falta de
motivação, quando exigida para o ato.

VÍCIOS RELATIVOS AO MOTIVO


Os vícios relativos ao motivo ocorrem quando este é falso ou inexistente, é
que, sendo o motivo o pressuposto de fato e de direito da prática do ato,
inexistindo este ou não sendo este verdadeiro, o ato estará viciado. Ex: ato
praticado com base em norma revogada; ex2: demissão de servidor por
abandono de cargo, quando na verdade o servidor faleceu.
Os vícios de finalidade implicam em desvio de poder ou de finalidade
ocorrendo não só quando o ato se desviou do interesse público (finalidade
em sentido amplo), como também quando o ato atende interesse público
diverso do estabelecido explícita ou implicitamente na regra de competência
(finalidade em sentido estrito).
Ex: A desapropriação efetuada para prejudicar inimigo da autoridade;
Ex do segundo: é a remoção do servidor para puni-lo.

CONSEQUÊNCIA DOS VÍCIOS


Existe divergência doutrinária quando se indaga seu vício gera nulidade
absoluta ou relativa. Para alguns, como Hely Lopes Meirelles, não existe a
distinção do direito privado, entre atos nulos e anulaveis no campo do
direito público, sendo os atos viciados sempre nulos, embora admita sua
convalidação desde que não haja lesão ao interesse público nem prejuízo a
terceiro, admitindo também a correção de mera irregularidade.
Para outros, como Celso Antônio Bandeira de Mello os atos podem ser
nulos, anuláveis e inexistentes, sendo nulos os que não puderem ser
convalidados, anuláveis os que puderem e inexistentes os que veiculam
crimes e expõem o administrado a sofrer, como a ordem de superior para o
inferior torturar preso.
Para outros ainda, como Maria Sylvia Zanella Di Pietro, os atos podem ser
nulos e anuláveis, conforme possam ser sanados ou convalidados.
Convalidação é o ato administrativo pelo qual é suprido o vício existente em
um ato ilegal, com efeitos retroativos à data em que este foi praticado.
O suprimento do vício pode decorrer de um ato da administração pública,
como também do particular, quando este devesse manifestar sua vontade e
não o fez. Ex: exoneração de servidor a pedido sem que o pedido fosse
apresentado. Sua apresentação posteriormente convalida o ato.
A convalidação para alguns é ato vinculado enquanto para outros é
discricionário.
Bandeira de Mello entende ser ato vinculado, ou seja, sempre que a
convalidação for possível a administração deve fazer e não sendo possível
a convalidação o ato deverá ser anulado , a menos que a situação já esteja
estabilizada pelo direito, como por exemplo: quando já decorreu o prazo
prescricional para invalida-lo.
Maria Sylvia entende que o ato de convalidação pode ser vinculado ou
discricionário, explicando que tratando-se de vício quanto ao sujeito que
pratica o ato é suscetível de convalidação se o ato não era de competência
exclusiva de certa autoridade, recebendo, neste caso, o nome de
ratificação. Portanto, do ponto de vista dos elementos o vício quanto ao
sujeito, como foi dito, é suscetível de ratificação desde que não seja
competência exclusiva. Ex: O ministro prática ato que não era de sua
competência, mas poderia ter lhe sido delegada pelo presidente da
República.A delegação posterior convalida o ato.
O vício quanto ao motivo, não é suscetível de convalidação, assim como o
vício de finalidade também não o é.
O vício quanto a forma pode ser convalidado ou não dependendo de ser ou
não essencial a validade do ato.
O vício quanto ao objeto ou conteúdo, não pode ser convalidado.

CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS


Quanto ao Destinatário, podem ser gerais ou individuais.
Os gerais são atos normativos que se dirigem a todas as pessoas que se
encontrem em uma mesma situação, sendo abstratos, impessoais,
semelhantemente a lei, são, por exemplo, os regulamentos (decretos),
resoluções, etc.
Apresentam as seguintes características: não podem ser atacados
diretamente administrativa ou judicialmente pelo interessado, senão pela via
da arguição de inconstitucionalidade (art. 103 da CF); Podem ser revogados
a qualquer momento; Submetem os atos individuais.
ATOS INDIVIDUAIS são dirigidos a uma ou mais pessoas determinadas.
Exemplo: decreto de nomeação de um ou mais servidores.
QUANTO AO ALCANCE, os atos podem ser internos ou externos
Atos internos são os que produzem efeitos apenas no interior das
repartições administrativas, devendo ser observados pelos servidores
envolvidos naquela atividade. Prescinde de publicação em órgão oficial
bastante a cientificação dos destinatários pessoalmente ou em quadro de
avisos.
Externos são atos que produzem efeitos para além das repartições
públicas, sendo obrigatória a publicação em órgão oficial para que tenham
vigência.

QUANTO AO OBJETO: império/ gestão/ expediente.


Atos de império são atos de imposição coativa aos administrados fundados
nas prerrogativas da administração oriundas do regime jurídico derrogatório
do direito comum. Ex: norma que estabeleça horário de funcionamento de
uma casa de show.
Atos de gestão são os praticados pela administração sem as prerrogativas
de autoridade de autoridade, com o fim de gerir seus bens e serviço. Ex:
autorização de uso de um bem público por particular.
Atos de expediente são os praticados para dar andamento aos papéis nas
repartições públicas, sem conteúdo decisório.
QUANTO AO REGRAMENTO, ato discricionário e vinculado
Ato vinculado a lei diz exatamente o que o administrador tem que fazer.
Ato discricionário são aqueles que a lei da uma certa liberdade de ação, e
pode decidir de acordo com o que a lei confere.

QUANTO À FORMAÇÃO, atos simples, complexos e compostos


Ato simples são atos que decorrem da manifestação de um só órgão, seja
unitário ou colegiado. Ex: Declaração de utilidade pública para
desapropriação de um bem, exarada pelo presidente da República; Ex2:
deliberação de uma comissão de concurso.
Atos complexos são os que decorrem da manifestação de dois ou mais
órgãos, unitários ou colegiados, cujas vontades formam um único ato. Ex: a
investidura de um funcionário se dá pela nomeação, pelo chefe do
executivo e complementada pela posse e exercício dada pelo chefe da
repartição.
Atos compostos são os que resultam da vontade de um órgão mas
dependente da manifestação prévia ou posterior de outro órgão. Ex: A
aposentadoria por invalidez de um servidor depende de um laudo técnico
atestando a invalidez. Geralmente atos que dependem de visto,
homologação, laudo técnico, etc., são compostos.

ESPÉCIES DO ATO ADMINISTRATIVO


Quanto ao conteúdo, atos negociais / de controle/ enunciativos
Atos negociais são a autorização, licença, Permissão, Admissão.
Autorização ato unilateral e discricionário pelo qual a administração faculta ao
particular a prática de ato material ou o uso de bem público privativamente,
sendo geralmente precário que para atender interesse do administrado. Ex:
autorização para fechamento de rua, para realização de uma festa pelos
moradores.
Outro ato, licença é um ato unilateral e vinculado pelo qual a administração
confere ao particular o exercício de uma atividade, desde que preenchidos os
requisitos legais. Atende a um direito do administrado. Ex: licença para
construir.
Permissão de uso, ato discricionário e precário, gratuito ou oneroso, pelo qual a
administração outorga ao particular a utilização privativa de um bem público.
Atende a um interesse do particular, mas há tam interesse da administração.
Ex: permissão para instalação de banca de jornal em um logradouro público.
A permissão de exploração de serviço público é tratada na CF como contrato
( art. 175, I da CF) com disciplina na lei 8987/95, divorciando-a, assim, da
definição de ato administrativo.
ADMISSÃO ato unilateral e vinculado pelo qual a administração pública
confere, a quem preenche os requisitos legais, a inclusão em estabelecimento
governamental para a fruição de um serviço público. Ex: matrícula de estudante
em estabelecimento oficial de ensino.
Atos de controle são a aprovação e Homologação.
Aprovação ato unilateral e discricionário pelo qual a administração, exerce o
controle de certo ato jurídico, manifestando-se prévia ou posteriormente à sua
prática, constituindo condição de eficácia do ato. Ex: aprovação pelo senado de
ministro do Supremo Tribunal Federal.
Homologação ato unilateral e vinculado pelo qual a administração exerce
controle da legalidade do ato administrativo “a posteriori” (posteriormente). Ex:
homologação de uma licitação pela autoridade competente.

10/05
Atos enunciativos são parecer e o visto.
Parecer – é o ato pelo qual os órgãos consultivos emitem opiniões sobre
assuntos técnicos ou jurídicos de sua competência. O parecer não é vinculativo
para a autoridade, salvo se a lei assim estabelecer.
Visto – ato unilateral de controle formal de outro ato jurídico, não implicando
concordância com o seu conteúdo.
Ex: visto do chefe imediato para encaminhamento de pedido de servidor à
autoridade superior.
Quanto a forma
Decreto – forma utilizada para a prática de atos gerais e individuais pelo chefe
do executivo. Ex: um decreto regulamentar (geral); decreto de nomeação de
um servidor (individual).
Resolução ou portaria – forma utilizada para a prática de atos gerais e
individuais Por outras autoridades diversas do chefe do executivo.
Circular – forma utilizada para ordenar o serviço contendo ordens internas e
uniformes da autoridade aos seus subordinados.
Despacho – decisões proferidas pela autoridade administrativa em
requerimentos e Processos sujeitos a sua apreciação. O despacho normativo é
o que veicula decisão proferida em um caso concreto para ser estendida a
todos os casos idênticos.
Alvará – forma pela qual se revestem a licença e a autorização para a prática
de ato submetido ao poder de polícia. Ex: Alvará para funcionamento de uma
casa de show.

AGENTES PÚBLICOS
Agente público é toda pessoa física incumbida permanente ou transitoriamente
do desempenho de alguma função pública, com ou sem remuneração.
Qualquer pessoa que exercite poderes decorrentes de uma função pública é
considerada autoridade para fim de figurar no polo passivo do mandado de
segurança, inclusive dirigentes de empresas estatais, ainda que exploradora de
atividade econômica, relativamente aos atos praticados sob o regime jurídico
de direito público, como nas licitações. É importante também, considerar se
uma pessoa é agente público, para fins de promoção da ação popular e de
responsabilização do Estado.
O comum nos agentes públicos é o exercício do poder estatal nos limites de
suas atribuições.

Classificação
Agentes políticos – são os componentes dos governos nos seus primeiros
escalões, investidos de cargos, funções, mandatos ou comissões, por
nomeação, designação ou Delegação para atribuições constitucionais. Assim,
consideram-se agentes políticos os chefes do poder executivo e seus auxiliares
imediatos (ministros e secretários de Estados e municipais);
Os membros do Poder legislativo (senadores, deputados federais e estaduais,
vereadores);
Os membros do poder judiciário (juízes, desembargadores e ministros)
Os membros do mistério público (promotores e procuradores de justiça);
Os membros dos tribunais de contas (conselheiros e ministros);
Os representantes diplomáticos e toda autoridade que possua independência
funcional, ficando a salvo de responsabilidade civil por erro de atuação, salvo
erro grosseiro, má fé e abuso de poder;
Para alguns, a ideia de agente político está ligada à ideia de governo e de
função política, entendida esta como a direção suprema e geral do Estado, com
a fixação de meta, diretrizes e planos governamentais, sendo, portanto, a
função política, exercida apenas pelo executivo e legislativo e não pelo poder
judiciário, que se restringe a dizer o direito. Mas o STF já manifestou
entendimento de que os magistrados são agentes políticos, porque exercem
atribuições constitucionais e tem liberdade funcional com prerrogativas
previstas em lei específica.
Militares – são os integrantes das polícias militares e corpos de bombeiros
militares dos Estados e Distrito Federal, bem como os integrantes das forças
armadas (marinha, exército e aeronáutica), conforme artigos 42 e 142 da CF.
Submetendo-se a regime estatutário, com regime jurídico estabelecido em lei
própria (artigos 42, parágrafo 1º e 142, parágrafo 3º, X da CF).
Particulares em colaboração com o poder público (agentes delegados,
agentes honoríficos, gestão de negócios) –
Agentes delegados: são os empregados dos concessionários e
permissionários do serviço público, os que prestam serviços notariais e de
registro; os leiloeiros; os tradutores e intérpretes públicos, todos se submetem
a fiscalização do poder público e são remunerados pelos usuários do serviço.
Agentes honoríficos - são os que exercem funções públicas relevantes, ou
seja, um “munus público”, por requisição, nomeação ou designação, como os
jurados mesários eleitorais, membros do conselho tutelar, e os recrutados para
o serviço militar obrigatório
Gestão de negócios: são os que assumem a gestão da coisa pública
voluntariamente em razões de situações anormais, para socorrer necessidades
urgentes como em casos de epidemia, enchentes, etc.

Servidores Públicos:
Servidor público é a expressão genérica que se dá a qualquer pessoa que
mantém vínculo empregatício com o Estado ou com entidade da sua
administradora indireta, e que receba remuneração dos cofres públicos.

Subdividem-se em:
Servidores P. Estatutários – são titulares de cargos públicos, submetidos a
regime institucional estabelecido em lei própria de cada ente da federação. Na
esfera federal essa lei é a 8.112/90, e no Estado de São Paulo é a lei Paulista
10.261/68.
Servidores P. empregados – são os contratados sob o regime da CLT, com
algumas derrogações decorrentes de normas constitucionais. Ocupam os
chamados empregos públicos. Os servidores de empresas públicas e
sociedades de economia mista são sempre empregados, mas estes podem
existir também na administração direta, nas autarquias e fundações públicas,
bem como os poderes legislativo e judiciário.
O regime de emprego público na esfera federal é disciplinado pela lei
9.962/2000, regendo-se também pela CLT no que a lei não discipline
diversamente.
Servidores P. temporários – são contratados por tempo determinado para
atender necessidade excepcional e temporário de interesse Público, nos
termos do artigo 37, IX da CF, essa modalidade de contratação é regida pela
lei de cada entidade da federação e na esfera federal pela lei 8.745/93, com
alterações, especialmente pelas leis 9.849/99 e 10.667/2003.
Essa modalidade de contratação, em alguns casos, não exige concurso
público, uma vez que a demora na realização do procedimento pode tornar-se
incompatível com a urgência justificados da contratação, como o caso de
profissionais da saúde contratados para atender uma epidemia. Mas a regra,
mesmo na contratação temporária, é o concurso, tal como previsto no artigo
37, II da CF.

DIFERENÇA ENTRE CARGO E EMPREGO


A diferença entre cargo e emprego público está no vínculo entre o servidor e o
Estado. O ocupante de cargo público tem vínculo estatutário, estabelecido em
lei, que pode ser modificado por outra lei e mesmo assim com respeito aos
direitos adquiridos e já incorporados ao patrimônio do servidor. Já o ocupante
de emprego público, possui vínculo contratual com o Estado sendo regido
pela CLT, de tal sorte que a alteração do pactuado contratualmente não pode
ser feita unilateralmente pelo Estado, que devem respeitar os direitos e
obrigações estabelecidos quando da contratação, pois os mesmos passam a
integrar de imediato o patrimônio jurídico do servidor.

FUNÇÃO, PODE SE REFERIR A:


Servidores temporários.
Servidores de natureza permanente – é destinada a chefia, direção ou
assessoramento, tratando-se de funções de confiança, a serem exercidas por
ocupantes de cargo efetivo (artigo 37, V da CF).

CRITÉRIO NORTEADOR PARA O REGIME DE CARGO OU EMPREGO


O regime normal na administração direta autárquica e fundacional deve ser o
do cargo público, já que a CF, nos artigos 39 à 41, ao tratar dos servidores
públicos estabelecem regime diferenciado para eles em relação ao regime
laboral comum. Ademais, o regime de cargo público vida dar maior proteção ao
desempenho das funções públicas, colocando o ocupante à salvo de indevidas
ingerências. Assim, somente as atividades meio, ou seja, atividades materiais
subalternas poderiam ser exercidas sob o regime de emprego, como digitador,
motorista, faxineiro, etc.
Por outro lado, para as empresas estatais o regime normal é o de emprego
público, como previsto no artigo 173, parágrafo 1º, II da CF, aplicado não só,
neste aspecto, para as exploradoras de atividade econômica, como também
para as prestadoras de serviço público.
LIMITES COM GASTO DE PESSOAL
O artigo 169 da CF, estabelece que as despesas com pessoal ativo e inativo da
União, Estados, DF e municípios, não poderão ultrapassar os limites fixados
em lei complementar. Essa lei é a lei complementar 101/2000, lei de
responsabilidade fiscal, cujos limites estão fixados no artigo 19 (união 50%, da
receita corrente liquida; Estados e municípios 60%; a definição de receita
corrente líquida está no artigo 2⁰, IV dessa lei).

USO E ABUSO DE PODER


Uso anormal do poder (abuso de poder “lato sensu”).
Quando ilegal o ato:
Total= desvio de finalidade; ou
Parcial= excesso de poder.
Quando, Irregular a execução do ato - abuso de poder (“strito sensu”).
É prerrogativa da administração pública o uso do poder, que, todavia, deve ser
exercido dentro dos parâmetros legais, ou seja, com observância da lei da
moral e das exigências do interesse público.
O poder não é concebido em favor da administração, nem tampouco do
agente, mas sim em favor do interesse público, sendo atribuído à função que é
desempenhada e não ao sujeito que a desempenha, assim, o uso do poder só
é legítimo quando visa à consecução do interesse público e na medida
necessária para satisfazer.
O uso anormal do poder torna ilegal o ato administrativo ou irregular a sua
execução, sendo certo que a ilegalidade pode ser total ou parcial.
Quando total gera desvio de finalidade e quando parcial se manifesta pelo
excesso de poder.
Quando irregular a execução do ato da ensejo ao abuso de poder em sentido
estrito.
Exemplo de desvio de finalidade: é a desapropriação promovida para prejudicar
o administrado;
Exemplo de excesso de poder é a punição de servidor com pena de demissão,
quando a lei só autoriza a autoridade à aplicar pena até de suspensão;
Exemplo de irregularidade na execução do ato: é a imissão de posse na
desapropriação praticada com violência a bens do desapropriado.
A expressão abuso de poder é gênero do qual são espécies essas formas de
irregularidade., embora para alguns o abuso de poder só exista na execução
do ato.

PRERROGATIVAS DO AGENTE PÚBLICO.


Para o exercício do cargo, função ou emprego, o agente goza de certos
privilégios inerentes a eles, tais como uso de carro oficial, verba de
representação, moradia, etc.
Tais prerrogativas só se legitimam quando a necessidade do serviço as
justifica, devendo sua instituição e fruição, estar previstas em lei.
DEVERES DO AGENTE PÚBLICO
Os principais deveres do agente público constituem-se nos seguintes:
- Dever de agir = cabe ao administrador público desempenhar a tempo e em
sua plenitude as atribuições de seu cargo, função ou emprego;
- D. de eficiência = decorre desse mesmo princípio contido expressamente no
art. 37 caput da CF, impondo ao agente público o cumprimento de suas
atribuições com economia, perfeição e rapidez;
- D. de probidade = deve o agente atuar com lealdade, retidão, justiça e
honestidade;
-D. De prestar contas = todo aquele que pratica a gestão de bens, direitos ou
interesses alheios deve prestar contas como prevê o artigo 668 do CC. Se
assim é no âmbito privado, com maior razão o será no campo do Direito
Público, pois trata-se de prestação de contas sobre a gestão da coisa pública,
essa prestação de contas é feita perante o poder legislativo, auxiliado pelos
tribunais de contas.
As contas do presidente da República são prestadas anualmente ao congresso
Nacional (art. 49, IX da CF), após prévio parecer do tribunal de contas da União
(art. 71, I da CF).
Nos Estados, as Constituições estaduais regulam está fiscalização (art. 25 da
CF) cujas contas são prestadas ao poder legislação estadual, com auxílio dos
tribunais de contas dos respectivos Estados;
E nos municípios o assunto é disciplinado no artigo 31 da CF, devendo as
contas serem prestadas ao legislativo municipal, com auxílio dos tribunais de
contas dos Estados, salvo onde houver tribunal de contas do município.

CARGOS PÚBLICOS
Conceito: cargo é o lugar instituído na organização do serviço público com
denominação própria, atribuições específicas e estipêndio (remuneração)
correspondente, para ser provido e exercido por um titular, na forma
estabelecida em lei. Hely Lopes Meirelles.

Criação e extinção: os cargos públicos são criados por lei (art. 48, X da CF)
de iniciativa exclusiva do Presidente da República (art. 61, parágrafo 1º, II da
CF), para o executivo, enquanto os cargos dos serviços auxiliares do poder
legislativo são criados por resolução da Câmara ou do senado, embora a
fixação dos vencimentos destes também dependam de lei (art. 51, IV e art. 52,
XIII da CF).
A criação de cargos no judiciário também depende de lei de iniciativa do Poder
Judiciário (art. 96, II, b da CF).
Quanto a extinção deve se dar pela mesma forma da criação (art. 48, X da CF).
No âmbito do poder executivo o artigo 84, XXV da CF), estabelece que os
cargos poderão ser extintos na forma da lei, ou seja, esta poderá prescrever os
termos e demais condições para que o chefe do executivo promova a sua
extinção e, ainda, o artigo 84,VI, b, da CF, permite que o Presidente da
República por decreto, promova a extinção por decreto, cargos vagos.

Transformação do Cargo
A alteração na natureza do cargo, por exemplo de cargo em comissão para
cargo efetivo ou de cargo efetivo para cargo em comissão, o que implica na
verdade, na extinção de um e criação de outro.

No âmbito dos Estados e dos Municípios, as respectivas Constituições e leis


orgânicas no geral repetem essas disposições, de sorte que a criação,
transformação e extinção de cargos nessas esferas, também dependem de lei
de iniciativa dos governadores e prefeitos.
Essa competência do executivo de criar cargos mediante projeto de lei de sua
iniciativa encontra limites no artigo 169 da CF, que impõe prévia existência de
dotação orçamentária art. 169, I da CF e autorização específica na lei de
diretrizes orçamentárias (inciso II do artigo 169).

Classificação
Obs: quinto constitucional é um dispositivo jurídico que determina que um
quinto das vagas de determinados tribunais brasileiros seja preenchido por
advogados e membros do Ministério Público, e não por juízes de carreira.
Quanto à segurança no cargo: pode ser comissão (art. 37, II da CF) - é
ocupado transitoriamente qualificados pela CF por como de livre nomeação e
exoneração, não se exigindo concurso, embora a lei possa fazer outras
exigências, como escolaridade, idade mínima, etc. São, em regra, cargos de
direção, chefia e assessoramento.
O cargo efetivo - é o ocupado em caráter permanente e provido mediante
concurso público, conferindo estabilidade ao seu titular após 3 anos de
exercício, que é o período de estágio probatório ( art. 41 caput da CF). Com a
estabilidade o titular do cargo não pode ser desligado a não ser em caso de
falta grave suscetível de demissão, apurada em processo judicial ou
administrativo que assegure ampla defesa e contraditório, ou por procedimento
de avaliação periódica de desempenho, também com direito a ampla defesa,
art. 41, parágrafo 1º da CF. PODERES
E o cargo vitalício é aquele cujo ocupante tem maior estabilidade. O
vitaliciamento é obtido após 2 anos de exercício, para os concursados, ( art.
95,I da CF) e imediatamente após a posse para os nomeados para compor os
tribunais do judiciário e os tribunais de contas. Os vitalícios só perdem o cargo
em razão de Processo judicial, sendo vitalícios os magistrados, os membros do
Ministério Público e dos tribunais de contas.

QUANTO À POSIÇÃO DO CARGO NO QUADRO FUNCIONAL: PODE SER


POR CARREIRA E ISOLADO.
Cargos de carreira – são cargos escalonados em classes, de acordo com o
nível de responsabilidade e o grau de complexidade das atribuições.
Classe é o conjunto de cargos da mesma natureza de trabalho, constituindo-se
nos degraus de carreira.
Lotação – é o número total de cargos de cada quadro.
Cargos isolados – são os que não se inserem em carreira. São geralmente
cargos em comissão, mas podem ser também de provimento efetivo.
Provimento - é o ato pelo qual o servidor é investido no cargo ou emprego. O
provimento pode ser originário ou derivado.
Originário - Primeira vez que o funcionário decorre de cargo público. O
originário é o que cria o vínculo inicial do servidor ao cargo, emprego, ou
função, podendo se dar por nomeação (cargo) ou contratação (emprego).
Derivado é o que supõe a existência de vínculo anterior com a administração.
As modalidades de provimento derivado são:
1- Promoção e acesso: esta forma de provimento derivado é tratada no
artigo 39, parágrafo 2º da CF e consiste na passagem do servidor para o
cargo de maior responsabilidade e complexidade de atribuições, dentro
da carreira a que pertence. No Estado de São Paulo está modalidade
denomina-se acesso.

2- Aproveitamento é o reingresso do servidor estável que se encontrava


em disponibilidade, no mesmo cargo ou em outro de equivalentes
atribuições e vencimentos.

A disponibilidade é o ato de transferência do servidor estável para a


inatividade, com proventos proporcionais ao tempo de serviço, podendo
decorrer da reintegração do anterior ocupante do cargo ou porque o
cargo foi declarado desnecessário ou extinto.

3- Reintegração – é o retorno do servidor desligado ilegalmente do cargo


que ocupava em decorrência de decisão administrativa ou judicial.

4- Recondução – é o retorno do servidor estável ao cargo antes ocupado,


por ter sido inabilitado em estágio probatório relativo a cargo para o qual
subsequentemente fora nomeado, ou por ter sido desalojado dele em
decorrência da reintegração do precedente ocupante.

5- Readaptação- É a transferência de servidor para outro cargo, mais


compatível com sua superveniente limitação de capacidade física ou
mental apurada em inspeção médica.

6- Reversão “ex officio” – é o ato pelo qual o servidor aposentado


reingressa no serviço público porque cessada a Incapacidade que
ensejou sua aposentadoria por invalidez.

7- Reversão a pedido – prevista na lei 8.112/90 (estatuto do funcionário


público da União), em sua redação atual, prevê o reingresso do servidor
aposentado a seu pedido, e no interesse da administração, desde que a
aposentadoria tenha sido voluntária, o servidor fosse estável na
atividade, a aposentadoria tenha se dado nos 5 anos anteriores a
solicitação e haja cargo vago. Esta modalidade de provimento derivado
é de constitucionalidade duvidosa, pois a atual CF impõe aprovação
prévia em concurso público para investidura em cargo ou emprego
público (art. 37, II da CF), diferentemente da CF anterior, que exigia
concurso público apenas para a primeira investidura. Desta forma, a
reversão a pedido não mais seria possível (seria inconstitucional).

● Assim, como a atual CF exige concurso público para investidura em


cargo e emprego público é não se refere mais à primeira investidura,
DEIXARAM DE EXISTIR:
1- Readmissão – ato discricionário pelo qual o funcionário
exonerado e, algumas vezes, demitido, reingressava no serviço
público.

2- Transposição – ato pelo qual o funcionário ou servidor passava


de um cargo para outro de atribuições diversas, mediante
concurso interno, com vistas a melhor aproveitamento dos
recursos humanos.

ACUMULAÇÃO
Consiste em ocupar ao mesmo tempo, 2 ou mais cargos, funções ou empregos
públicos remunerados, inclusive em autarquias, fundações, sociedades de
economia mista e empresas públicas.
A CF, no artigo 37, XVI, proíbe a acumulação de cargos, permitindo por lei, por
exceção a acumulação de 2 cargos de professor (alínea a), 1 cargo de
professor com outro, de técnico ou científico (alínea b) e 2 cargos privativos de
profissionais de saúde (alínea c), respeitado sempre o limite remuneratório do
inciso XI do artigo 37.
Além dessas exceções, há também a prevista no artigo 38, III da CF, que
permite ao servidor público o exercício de mandato de vereador juntamente
com cargo, emprego ou função, desde que haja compatibilidade de horário e,
não havendo, será afastado do cargo, emprego ou função, da mesma forma
estabelecida para os demais mandatos políticos tratados nos incisos I e II do
mesmo Códex
Ainda, os artigos 95, parágrafo único, I e art. 128, parágrafo 5 ⁰, II, d da CF,
permite, respectivamente aos juízes e promotores a acumulação com um cargo
ou função pública de magistério.

VACÂNCIA é a situação do cargo público sem titular.

VACÂNCIA DO CARGO PÚBLICO


Com extinção do vínculo pode ser por: exoneração a pedido ou ex officio,
demissão simples ou agravada, morte, aposentadoria.
Exoneração é o desligamento do servidor sem caráter punitivo. Pode-se dar a
pedido do servidor ou por decisão da administração e nesta hipótese a
Exoneração só pode ocorrer de ocupante de cargo em comissão ou de servidor
em estágio probatório ou ainda por insuficiência de desempenho como previsto
no artigo 41,III da CF.
Exoneração a pedido:
Exoneração ex officio:

Demissão é o desligamento do servidor com caráter punitivo aplicável no caso


de faltas graves previstas no respectivo estatuto, como crimes contra a
administração, improbidade administrativa, insubordinação grave, abandono de
cargo, inassiduidade habitual, etc.
Pode ser Demissão simples ou Demissão agravada (a bem do serviço público),
dependendo da gravidade da infração.
Aposentadoria é a passagem do servidor para a inatividade, tornando vago o
cargo até então por ele ocupado.

Vacância sem extinção do vínculo, se da por: Promoção, adaptação e


declaração desnecessidade.
Desnecessidade a CF, no artigo 41, parágrafo 3º, permite a declaração de
Desnecessidade do cargo que não chega a ser extinto, mas que não pode
mais ser preenchido. Pode recair sobre cargo vago ou ocupado. No cargo
vago, seu titular será exonerado, se não for estável; se for estável será
colocado em disponibilidade.

SERVIÇO PÚBLICO

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