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Pública II
Bellan, Rosana
SST Administração Pública II / Rosana Bellan
Local: 2020
nº de p. : 13
Apresentação
Os órgãos são centros de atribuições criados pelo Estado para a execução de
atividades administrativas. Eles fazem parte da própria pessoa jurídica do Estado e,
por isso, compõem a administração direta.
Além de exercer atividades diretamente, por meio dos órgãos, o Estado também
desempenha atividade administrativa indiretamente, por meio de pessoas jurídicas
independentes. Estas entidades são criadas pelo Estado para o exercício de
outras funções públicas, que não as desenvolvidas pela administração direta. A
administração indireta compreende as seguintes categorias de entidades, todas
dotadas de personalidade jurídica própria: autarquias; fundações públicas; empresas
públicas; sociedades de economia mista; e associações públicas.
Autarquias
As autarquias são pessoas jurídicas de direito público, criadas por lei específica para
exercer atividades administrativas especificadas em lei e sujeitas ao controle do
Estado.
XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada
a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de
fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas
de sua atuação. (BRASIL, 1988)
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obrigações distintas e específicas. Possuem personalidade pública e, por isso,
submetem-se ao regime jurídico público, quanto à criação, à extinção, aos poderes,
às prerrogativas, aos privilégios e às sujeições.
Sujeitam-se ao controle ou à tutela do ente que as criou: a pessoa jurídica que cria
a autarquia deve fiscalizar e supervisionar as atividades por esta desenvolvidas. Não
há hierarquia, e sim relação de vinculação, existindo apenas um controle sobre as
atividades finalísticas, com o objetivo de observar se a autarquia executa as tarefas
para a qual foi criada.
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Atenção
Segundo Meirelles (2015), “a personalidade de Direito Privado é
apenas a forma adotada para lhes assegurar melhores condições
de eficiência, mas em tudo e por tudo ficam sujeitas aos princípios
básicos da Administração Pública”.
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São características comuns das empresas públicas e sociedades de economia
mista:
Fundações públicas
São pessoas jurídicas criadas pelo Estado pela personificação de um patrimônio
público destacado e afetado à uma finalidade pública específica, após prévia
autorização por lei.
Note que, enquanto as autarquias são criadas por lei específica, as fundações
também são autorizadas por lei específica, conforme previsto no art. 37, inciso XIX,
da Constituição Federal, transcrito anteriormente.
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As fundações podem ser de direito público ou de direito privado.
Curiosidade
As Sociedades de Economia Mista normalmente adotam a
espécie empresária de Sociedade Anônima. Por serem Sociedades
Anônimas e possuírem parte do capital privado, podem negociar
suas ações a qualquer interessado, na bolsa de valores. É o que
ocorre com o Banco do Brasil e a Petrobrás. Você nunca verá,
entretanto, uma empresa pública negociando ações na bolsa de
valores, uma vez que o seu capital é inteiramente público e não
pode ser aberto à negociação privada. É o que ocorre com a Caixa
Econômica Federal, por exemplo.
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Como exemplos de fundações públicas, temos: Fundação Nacional do Índio (Funai) e
Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
Associações Públicas
Associações públicas são pessoas jurídicas criadas quando da celebração de
consórcio público pelas entidades federadas (União, Estados, Distrito Federal e
Municípios). O fundamento para sua criação está na Lei n. 11.107/2005, que dispõe
sobre normas gerais de contratação de consórcios públicos.
Atenção
As autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades
de economia mista estão previstas no art. 4º do Decreto-Lei nº
200/1967, que trata da organização da Administração Federal. As
associações públicas estão previstas na Lei nº 11.107, de 6 de
abril de 2005, que dispõe sobre normas gerais para que a União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios contratem consórcios
públicos. Recentemente, em 2015, entrou em vigência a Lei nº
13.303/2016, que dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa
pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias, no
âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Agentes públicos
O Estado exerce atividades administrativas por meio de estrutura organizada,
composta por pessoas jurídicas, órgãos e seus agentes públicos. Agora que já
compreendemos o que são os órgãos e quais as pessoas jurídicas que compõe a
Administração, vamos ingressar no estudo de agentes públicos.
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A expressão agentes públicos pode ser analisada como:
Assim, agentes públicos são todas as pessoas naturais que, de qualquer modo e
independentemente do vínculo formado com o Estado, exercem funções públicas
em nome do Estado. São exemplos, desde os chefes do Poder Executivo, os
detentores de mandato eletivo, de cargos e empregos públicos, até os contratados
para o exercício de funções temporárias, os concessionários, permissionários
e autorizatários, os que exercem funções delegadas e os requisitados para o
desempenho de atividades pública, sem qualquer vínculo com o Estado.
Classificação
A maioria da doutrina classifica os agentes públicos em três grandes grupos:
• agentes políticos;
• servidores estatais ou servidores administrativos; e
• agentes particulares em colaboração com o Poder Público.
Alguns autores, como Meirelles (2015), consideram também como agentes políticos:
os magistrados, os membros do Ministério Público e os dos Tribunais de Contas.
Mello (2015) já designa servidores públicos em sentido amplo ou servidores
administrativos, como todos aqueles que mantém com o Estado ou com as
entidades da administração indireta relação de trabalho de natureza profissional, de
caráter não eventual e sob vínculo de dependência.
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Servidores estatutários ou servidores públicos em sentido es-
trito:
ocupam cargos públicos e são regidos por estatuto funcional. Por tal
motivo, são chamados estatutários e mantêm com o Estado vínculo de
trabalho de natureza institucional, criado por lei especial de cada uma das
pessoas jurídicas estatais. Na esfera federal, o regime jurídico estatutário
é regulamentado pela Lei nº 8.112/1990. Nos termos do art. 2º da Lei nº
8.112/1990, “servidor público é a pessoa legalmente investida em cargo
público”;
Empregados públicos:
Servidores temporários:
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Ingresso no serviço público
Segundo estabelece o art. 37, inciso II, da Constituição Federal de 1988, a investidura
em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público,
com algumas exceções. Observe o texto da Constituição.
Curiosidade
Você saberia dizer qual princípio está sendo observado pela regra
constitucional do concurso público? Tal exigência decorre de
um princípio ético e moralizador que visa assegurar igualdade e
impessoalidade no provimento dos cargos e empregos. Além disso,
a profissionalização do serviço público está ligada ao princípio da
eficiência na Administração.
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• Empregos públicos: segundo Mello (2015), são núcleos de encargos de traba-
lho permanentes a serem preenchidos por agentes contratados para desem-
penhá-los, sob relação trabalhista.
Em síntese, podemos afirmar que tanto cargos quanto empregos são unidades
específicas de atribuições, localizadas no interior dos órgãos. A diferença essencial
entre cargo e emprego é o regime jurídico e o vínculo que os ligam com o Estado.
Enquanto o ocupante de cargo possui vínculo estatutário e institucional, o ocupante
de emprego possui vínculo trabalhista e contratual.
Em linhas gerais, você pode concluir que tanto os cargos quanto os empregos
possuem funções públicas, pois elas compreendem o conjunto de atribuições
conferidas a um agente para o alcance das finalidades públicas.
Fechamento
A Administração Pública indireta é exercida de modo igualmente indireto pelo
Poder Público, por meio de pessoas jurídicas próprias e independentes. Essa
independência não significa, entretanto, ausência de controle na medida em que
os entes da administração indireta também estão sujeitos aos princípios gerais da
Administração Pública. Exigem também, por exemplo a realização de concurso
público para o ingresso em seus quadros.
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Referências
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm> Acesso em:
out. 2020.
MELLO, C. A. B. Curso de direito administrativo. 32. ed. São Paulo: Malheiros, 2015.
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