Você está na página 1de 10

DIREITO ADMINISTRATIVO

Ano letivo 2018/2019

Isabel Cabrita
Aula do dia 6.12.2018

Sumário
A organização administrativa portuguesa
Noção de organização administrativa
Entende-se por organização administrativa o
modo de estruturação concreta, que em cada
época, a lei dá à Administração Pública de um
dado país.

No âmbito da organização administrativa temos


que analisar primeiro os elementos dessa
organização; depois, os sistemas de organização
consagrados e, por fim, os princípios
constitucionais que a regulam.
Elementos da organização administrativa
A organização administrativa tem como elementos básicos as pessoas coletivas
públicas que se manifestam através de órgãos administrativos e os serviços
públicos, que pertencem a cada ente público e que atuam na dependência dos
respetivos órgãos.

Apesar da função administrativa continuar a ser exercida essencialmente por


pessoas coletivas públicas, cada vez mais essa função é levada a cabo por
pessoas coletivas privadas que se encontram sujeitas a regimes especiais de
direito público (p. ex., empresas públicas sob a forma de sociedades
comerciais e pessoas coletivas de utilidade pública) colocando a questão de
saber onde se encontram os limites da organização ou do aparelho
administrativo.

Independentemente do alargamento da Administração Pública em sentido


orgânico, em Portugal, a Administração Pública é geralmente representada, nas
suas relações com os particulares, por pessoas coletivas públicas: na relação
jurídico-administrativa, um dos sujeitos é em regra uma pessoa coletiva pública.
Pessoas coletivas públicas
Observações prévias:
 A expressão pessoa coletiva pública é sinónima de pessoa
coletiva de direito público
 A doutrina tem proposto vários critérios para traçar a distinção
entre pessoas coletivas públicas e pessoas coletivas privadas
(ou critério para identificar ou reconhecer uma pessoa coletiva
pública)
 Os critérios para a identificação de pessoas coletivas públicas
só valem na falta de qualificação legal.

Segundo Freitas do Amaral são pessoas coletivas públicas “as


pessoas criadas por iniciativa
Noção de pessoas coletivas públicas

Segundo Freitas do Amaral, são pessoas


coletivas públicas “as pessoas coletivas
criadas por iniciativa pública, para
assegurar a prossecução necessária de
interesses públicos, e por isso dotadas em
nome próprio de poderes e deveres
públicos.”
Os diversos elementos da definição de pessoas coletivas públicas

1. Pessoas coletivas: são organizações constituídas por uma


coletividade de pessoas ou por uma massa de bens, dirigidos à
realização de interesses coletivos, às quais a ordem jurídica
atribui a personalidade jurídica.
2. Criadas por iniciativa pública: nascem de uma decisão pública,
regida pelo direito público, tomada pelo Estado, ou por
comunidades regionais ou locais autónomas ou provenientes
de uma ou mais pessoas coletivas públicas existentes;
3. Para assegurar a prossecução necessária de interesses
públicos: existem para prosseguir o interesse público – e não
para quaisquer outros fins;
4. São titulares em “nome próprio”, de direitos e deveres
públicos
Espécies de pessoas coletivas públicas
Segundo o direito português vigente existem 7 categorias de pessoas coletivas
públicas (v. artigo 2.º, nº 4 CPA):

1. O Estado
2. Os institutos públicos (v. Lei-Quadro dos Institutos Públicos)
3. As empresas públicas, na modalidade de entidades públicas empresariais
(v. artigos 5.º e 13.º,nº 1 do Regime jurídico do setor público empresarial)
4. As associações públicas (p. ex., Ordem dos Médicos, Ordem dos
Advogados)
5. As entidades administrativas independentes (v. Lei-Quadro das entidades
administrativas independentes com funções de regulação da atividade
económica dos setores privado, público e cooperativo)
6. As autarquias locais
7. As regiões autónomas

Esta lista está ordenada segundo o critério da maior dependência para a menor
dependência do Estado.
Órgãos administrativos
A estes cabe tomar decisões em nome da pessoa coletiva, ou
manifestar a vontade imputável à pessoa coletiva (p. ex., os
diretores de finanças são órgãos locais do Estado).

Serviços públicos
São as organizações humanas criadas no seio de cada pessoa
coletiva pública com o fim de desempenhar as atribuições dessa.
Sob a direção dos respetivos órgãos (p. ex., as repartições de
finanças são serviços locais do estado

Os órgãos dirigem as atividades dos serviços, os serviços auxiliam


a atuação dos órgãos.

Você também pode gostar