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Agrupamento de Escolas de Penacova

Ano Letivo 2016/2017


OEAG – ORGANIZAÇÃO DE EMPRESAS E APLICAÇÕES DE GESTÃO
Módulo 1 – A Empresa
O que se entende por empresa?

É um organismo autónomo onde se centralizam e combinam os fatores de produção (Capital e


Trabalho), a fim de que se produzam bens materiais ou se prestem serviços com o objetivo de
satisfazer as necessidades dos consumidores.

Evolução histórica da empresa 1


As empresas surgiram em épocas remotas da história da humanidade, desde que o homem se
agrupava em tribos para, em comum, produzir os bens de que necessitava para satisfação das suas
necessidades.
A primeira associação económica que apareceu após o homem se tornar sedentário foi a família, que
se dedicava à agricultura como principal meio de subsistência. Utilizava também os produtos da terra
nos negócios, através da troca direta.

— Na Mesopotâmia, existiam muitas unidades económicas. Os templos não eram apenas locais
destinados ao culto, mas serviam de bancos, guardando-se ali as riquezas que se obtinham das trocas
comerciais que eram feitas com o Irão, Ásia Menor e outros territórios. Eram também a sede do
Governo e da Justiça e o lugar onde os artesãos tinham as suas oficinas, servindo ainda de local de
armazenagem a géneros e rebanhos. Assim, os templos eram os principais centros de atividade
económica.

— No Antigo Egipto, também existiam muitas unidades produtivas pertencendo aos faraós, aos
templos, e outras a entidades particulares. O Estado tinha o monopólio dos óleos, sal, exploração
pública das terras, minas e, ainda, da planificação das culturas de trigo, linho, papiro, etc.

— A Fenícia pode ser considerada como uma civilização em que o comércio atingiu um valor
significativo.
Os Fenícios abasteciam o Egipto de madeira de cedro, e ficaram célebres pelos trabalhos que realizavam
no domínio da tinturaria, conseguindo a cor púrpura que extraíam de um molusco que existia em
grande quantidade nas suas costas marítimas, "o múrex".
Em virtude de a mão-de-obra ser muito abundante e especializada, desenvolveu-se uma economia
baseada no fabrico de produtos em série.
Portanto, com o fabrico de produtos que se destinavam especialmente ao comércio, surgiu a produção
mercantil, originando a economia de mercado, que levou ao aparecimento de comerciantes, os quais
serviam de intermediários nas trocas.

— Na Grécia, em Atenas, Corinto, Mileto e outros territórios existiam grandes centros comerciais e
agrícolas.
As oficinas e as indústrias estavam muito desenvolvidas no séc. V aC havendo construção naval em
Corinto e Atenas, carpinteiros, escultores, pedreiros, joalheiros, pintores, tecelões, canteiros, padeiros,
doceiros, sapateiros, oleiros, etc.
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Em Atenas, existiam pequenas oficinas onde os próprios proprietários e seus familiares trabalhavam
ajudados por escravos. Ao lado daquelas havia as grandes empresas, que chegavam a ter ao seu
serviço mais de 100 escravos.
Nos séculos IV e V aC não se utilizavam máquinas mas apenas mecanismos rudimentares, como
alavancas acionadas pela força muscular dos escravos. As indústrias manufatureiras empregavam
escravos e trabalhadores livres mas na indústria extrativa, a mão-de-obra era constituída apenas por
escravos.
O desenvolvimento da economia do mercado levou ao uso da moeda, o "dracma", para facilitar as
transações.

— Em Roma existiam muitas e grandes sociedades, estando as explorações agrícolas muito bem 2
organizadas, havendo até um manual da Administração Agrícola.
Desenvolveu-se o banco e a atividade cambista. O comércio interno dizia respeito principalmente às
transações do trigo, dos óleos, dos vinhos, da cerâmica, dos tecidos, e dos objetos de vidro, que
sofreram grande incremento.
O comércio externo também se desenvolveu imenso, sendo o tráfego principalmente de pedras
preciosas, especiarias, perfumes, sedas da China, marfim e animais selvagens. Todas as transações
eram pagas, normalmente, em ouro mas os Romanos também cunharam uma enorme diversidade de
moedas.

— Na Idade Média, entre a população rural da época, havia vários grupos que tinham diferenças
sociais conforme o modo como estavam ligados à terra. Assim, havia os vilãos, que viviam totalmente
dependentes dos senhores feudais, os donos da terra. Os servos da gleba que trabalhavam as terras
dos "senhores" sem as poderem abandonar, os colonos que trabalhavam terras alheias, etc.
Em número muito inferior aos que se dedicavam à atividade agrícola, existiam aqueles que se
dedicavam a um ofício ou arte — os artesãos. São várias as profissões ligadas ao artesanato, como
sejam: ourives, padeiros, oleiros, alfaiates, ferreiros, sapateiros, etc. No nosso País o artesanato
desenvolveu-se principalmente nas vilas e cidades.
Os indivíduos que se dedicavam a um ofício ou arte tomavam o nome de mesteirais ou artesãos. Estes
encontravam-se organizados por ruas, isto é, estavam arruados, com o fim de vigiarem a qualidade e o
preço dos produtos dos concorrentes, sendo ainda uma maneira de atrair a clientela, que sabia quais
eram as ruas onde podia encontrar aquilo que desejavam.
Provém dessa época, os nomes de algumas ruas, como sejam, por exemplo: Rua dos Sapateiros, Rua
dos Douradores, Rua da Moeda, Rua das Padeiras, etc.
A partir do século XII os artesãos agrupavam-se em confrarias que posteriormente se designam por
corporações de artes e ofícios, associações de trabalhadores do mesmo ramo de atividade de que
faziam parte os mestres de cada arte ou ofício, os oficiais e os aprendizes. Existiam em número muito
limitado e só elas podiam exercer o comércio de natureza familiar e artesanal, tendo no entanto a
obrigação de cuidarem da qualidade dos produtos, nos quais eram fixados marcas e sinetes.
Cada ofício possuía regulamentação à qual tinha de obedecer — o regimento — e ainda o patrono
religioso, o símbolo e a bandeira.
Com os descobrimentos dos Portugueses e dos Espanhóis, o comércio desenvolveu-se e a indústria
substituiu o artesanato.

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Os negócios desenvolvem-se, tendo contribuído para isso o espírito inventivo do homem no campo da
técnica, com o aparecimento de invenções variadas, algumas atribuídas aos Chineses, como a bússola,
que desenvolveu a ciência náutica, e o papel, mas é principalmente a descoberta da imprensa, que se
pode considerar uma das conquistas mais importantes de todos os tempos.
Nasce então a manufatura, que vem substituir as velhas oficinas artesanais. Algumas dessas
manufaturas são pertença dos reis e outras são por estes protegidas.

- Na Idade Moderna verifica-se um rápido desenvolvimento das manufaturas e surge uma corrente
económica — o mercantilismo, que considera que o Estado deve controlar todas as atividades
produtivas e comerciais.
Verifica-se também no século XVI um desenvolvimento considerável das instituições bancárias e das 3
companhias comerciais (sociedades por ações). Da fusão de várias sociedades deste tipo nascem as
Companhias das Índias (holandesas e inglesas).
As atividades mercantis eram orientadas pelo Estado e, devido à prática do comércio, da indústria, da
banca e da navegação, constitui-se uma verdadeira burguesia mercantil muito poderosa.
A partir dos fins do século XVIII e com a descoberta das máquinas a vapor verifica-se um grande
aumento na produção e na atividade comercial em geral. Os negócios floresciam e os homens a eles
ligados continuavam em ascensão, reuniam capitais e fortaleciam-se cada vez mais, montando fábricas,
comprando terrenos e investindo noutras atividades. Cedo tomaram consciência do seu poder, em face
do qual pretenderam a liberdade de comerciar sem a interferência do Estado. Tinha surgido o
Capitalismo.

Visão, missão e valores da empresa

Uma empresa é um organismo vivo. Tem personalidade, imagem e cultura própria. É constituída por
profissionais com características e habilidades diferentes, mas que, juntos, se complementam em busca
de objetivos e sonhos em comum. Os Valores, a Missão e a Visão sãoelementos que fazem parte do
jeito de ser, que são reflexo da maneira de pensar e que orientam a forma de agir da empresa.É a
vivência prática desses Valores que garantirá uma empresa cada vez mais vitoriosa.
Missão
A missão serve para definir a atividade ou atividades desenvolvidas na empresa, proporcionando uma
visão clara do mercado em que esta se posiciona, dos potenciais clientes e dos competidores.
A missão consiste numa declaração escrita que traduz os ideais e orientações globais da empresa e que
visa difundir o espírito da empresa por todos os seus membros e congregar esforços para a prossecução
dos objetivos gerais.
Para definir uma missão, é necessário indicar os seguintes elementos:

• O produto desenvolvido na empresa


• A razão de ser da empresa
• O negócio da empresa
• A necessidade servida
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• As futuras competências requeridas pela empresa
• O tipo de clientes servidos
• A área geográfica em que a empresa opera
• Identificação dos principais clientes ou segmentos de mercado da empresa
• Identificação dos principais produtos ou serviços da empresa
• Referência aos princípios básicos e aos valores da empresa
A missão deverá englobar:

• A Finalidade da empresa
• A Estratégia 4
• Os Padrões
• Os Valores comportamentais

A declaração da missão deve:

- Apresentar-se com frases curtas


- Ser simples
- Captar a essência do posicionamento da empresa no mercado (valores, produtos/tecnologias,
clientes, mercado)
- Definir o negócio da empresa
Quando a definição de missão é feita em termos vagos e com trivialidades, é inútil.
Para que a missão seja corretamente definida, é necessário que obedeça a determinadas
características, de contrário corre-se o risco de não cumprir o seu objetivo. Assim, a missão deverá ser
identificadora dos objetivos que a empresa pretende atingir, deverá ser concisa, uma vez que deve
referir claramente e em poucas palavras o que se pretende alcançar, e memorizável, uma vez que é
necessário que fique na memória de quem a lê.
Ex.º:
Atender com excelência às solicitações dos clientes desenvolvendo e oferecendo produtos e serviços
que contribuam para a melhoria da qualidade de vida das pessoas, gerando riqueza de forma
sustentável.

Visão
A visão de uma empresa traduz, de uma forma abrangente, um conjunto de intenções e aspirações para
o futuro, sem concretizar a forma como devem ser atingidas.
A visão significa, resumidamente, saber para onde a empresa se dirige e onde pretende estar no futuro.
A visão usa-se para projetar uma imagem do futuro do que se pretende que a empresa seja, de forma
realista e atrativa.
Ex.º: Ser empresa de referência, reconhecida como a melhor opção por clientes, colaboradores,
comunidade, fornecedores e investidores, pela qualidade dos produtos produzidos e serviços prestados
e pelo exemplar relacionamento com todos os stakeholders.
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Exemplos de Valores a defender e a praticar:


- Integridade
- Comprometimento
- Valorização humana
- Superação dos resultados
- Melhoria contínua
- Inovação
- Sustentabilidade

FINALIDADES ECONÓMICAS E/OU SOCIAIS DA EMPRESA 5


Devem considerar-se como finalidades económicas a produção de bens materiais e a prestação de
serviços, não podendo esquecer-se que a motivação fundamental do dirigente é conseguir o maior lucro
possível na atividade exercida já que é esse o principal objetivo da empresa privada.
Há, porém, outras finalidades.

FINALIDADES ECONÓMICAS:
A empresa poderá ter várias finalidades económicas; entre elas, poderemos referenciar:
— A continuidade da empresa
— A taxa de rentabilidade
— O crescimento das vendas e dos lucros.

Continuidade
A continuidade de uma empresa sugere estabilidade, e esta, é evidente, depende do modo como ela
é dirigida.
Têm, portanto os dirigentes, ao planificarem a sua atividade, de incluir nos objetivos a atingir uma
continuidade que assentará fundamentalmente em condições económico-financeiras.
Estas condições não são, todavia, suficientes, uma vez que o fator humano é também muito
importante.
Há, por isso, que atender a este pormenor, recrutando pessoal competente e eficiente na execução
das tarefas necessárias à vida da empresa.
Outro fator a ter em conta e que tem grande influência na continuidade da empresa é a aquisição de
instrumentos de trabalho adequados e atualizados para a obtenção do máximo rendimento.
Estes fatores, devidamente organizados e planificados em relação ao futuro, contribuem,
decisivamente, para a continuidade de qualquer unidade produtiva em termos de rentabilidade.

Taxa de rentabilidade
Para que haja rentabilidade é muito importante que se atenda à situação financeira da empresa, isto é,
verificar a capacidade de solvência dos compromissos e encargos tanto presentes como futuros. Para
isso, é necessário determinar o montante do capital próprio e alheio.
A rentabilidade de uma empresa será a taxa com a qual remunera todos os capitais colocados à sua
disposição.
A empresa deve ter sempre presente que uma das suas principais finalidades económicas é a de
conseguir a máxima rentabilidade dos capitais nela investidos.
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A empresa será tanto mais rentável quanto maior for a taxa de rentabilidade.
Conclui-se, portanto, que uma das finalidades económicas de enorme importância para a empresa é
maximizar os lucros.

Crescimento das vendas e dos lucros


A empresa obtém o crescimento das suas vendas através de uma gestão adequada tendo em conta as
características do mercado, das quais sobressaem dois fatores muito importantes, que são a
concorrência e a procura. Estes vão determinar o quantitativo da produção da empresa. Dominada a
concorrência a procura aumenta, o que provoca um acréscimo nas vendas e consequentemente a
obtenção de maiores lucros.
A empresa possui ainda finalidades sociais, pois tem sempre em vista a satisfação das necessidades dos 6
consumidores. Para isso, tem de produzir bens que tenham utilidade social, pois de contrário não
existiriam pessoas para adquiri-los.
Deve melhorar constantemente os serviços sociais que presta, oferecendo à comunidade produtos de
boa qualidade e a preços acessíveis, o que se consegue diminuindo os custos diretos e indiretos, isto é,
os custos suportados especificamente pela fabricação de certo produto e os custos suportados
indivisivelmente por vários produtos, como sejam, os Gastos Gerais de Fabrico.
Os empresários podem, ainda, ter como finalidade atender à satisfação das necessidades do pessoal.
Algumas vezes os dirigentes procuram a sua própria ascensão através da atividade exercida.

FINALIDADES SOCIAIS

— Satisfação das necessidades dos trabalhadores


— Satisfação das necessidades dos consumidores
— Satisfação das aspirações dos dirigentes
— Ação social

Satisfação das necessidades dos trabalhadores


A empresa não pode esquecer que um dos fatores essenciais da psicologia dos trabalhadores é o
desejo de promoção. Assim, os objetivos pessoais são, em geral:
— A segurança (estabilidade e tranquilidade de espírito)
— As vantagens financeiras
— A dignidade
— O prestígio
que, agrupados, vão dar a noção de promoção e, ainda:
— A necessidade de trabalharem num clima psicológico aprazível, em ambiente de simpatia e
camaradagem.
— O direito a terem um salário que não satisfaça apenas as necessidades fisiológicas primárias
(alimentação, etc.) mas que permita ter ambições a uma vida melhor.
— O desejo de trabalharem em condições materiais agradáveis.
— O apego aos hábitos, à rotina.
— A estabilidade de emprego e a perspectiva futura da reforma.

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— O interesse pela profissão, quando há condições de subir ao topo.
— A assistência na invalidez.
— A participação nos lucros.
Sempre que possível, deve a empresa realizar ações em benefício dos trabalhadores, como sejam:
— Colónias de férias
— Creches
— Hospitais
— Salões de festas
— Bibliotecas
— Atividades culturais, etc.
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Portanto, as empresas devem oferecer aos seus trabalhadores boas condições de trabalho,
procurando que ocupem o lugar para o qual têm preparação, que usufruam de uma remuneração
compensadora, que tenham acesso à formação profissional que desejem, pondo à sua disposição
condições para atualização e reciclagem de conhecimentos. Os trabalhadores têm direito à promoção
que merecem, não esquecendo que devem auferir de segurança e conforto durante o exercício da
sua profissão.

Satisfação das necessidades dos consumidores


A empresa deve produzir os bens ou serviços indispensáveis à satisfação das necessidades dos
consumidores. Para poder alcançar esse objetivo deve realizar inquéritos e sondagens, de modo a
conhecer os seus clientes atuais e os potenciais, desenvolvendo atividades de informação, pois as
pessoas aceitam bem a publicidade comercial ou a difusão das informações, sendo importante o modo
como os consumidores vêem as suas necessidades satisfeitas.
A verdade é que o desenvolvimento da empresa depende da atenção dada ao fabrico, transformação ou
produção de um bem ou serviço.
É necessário atender a uma escolha criteriosa dos preços dos fatores de produção, ao contratar os
trabalhadores, ao adquirir as matérias-primas ou ao equipar as instalações de modo adequado,
atendendo muito particularmente ao rendimento obtido por esses fatores.
Assim, da produtividade dos fatores de produção dependerá a produção de bens que vão contribuir para
dar ao consumidor a verdadeira imagem do bem desejado.

Satisfação das aspirações dos dirigentes


O prestígio é muito importante no mundo dos negócios, já que facilita contactos que são precisos
empreender junto das outras personalidades, como clientes, fornecedores, bancos e até entidades
governativas.
Qualquer dirigente deve cercar-se de prestígio a fim de alcançar determinados objetivos, uma vez que é
importante para o desempenho de quaisquer funções a "boa imagem" que possa apresentar.
Esse prestígio deve observar-se não só no aspeto social como também no aspeto profissional. O
indivíduo que toma as decisões e que tem subordinados deve possuir personalidade — prestígio para se
fazer obedecer, pois quem assume responsabilidades reivindica autoridade.
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O "prestígio" é, pois, um fator determinante nas relações entre as pessoas visto essa característica ser
sinónima de conhecimentos, e estes determinam não só o comportamento dos homens mas também
das empresas.
Para que o dirigente obtenha promoção individual é indispensável que seja capaz de inovar, introduzir
modificações, assumir riscos e aceitar responsabilidades. É, também, necessário que tenha capacidade
de decisão, prudência e moderação.
O entusiasmo, a perseverança e o realismo são os ingredientes principais para que os dirigentes atinjam
o prestígio que ambicionam.
A empresa desempenha um papel de relevo neste aspeto, pois cabe-lhe igualmente, e em seu próprio
benefício, contribuir com todos os apoios ao seu alcance — financeiros, de promoção, sociais e
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profissionais. O êxito da empresa reflete o êxito do seu dirigente.

Ação social

O trabalhador deve conhecer a importância social do seu trabalho, sentindo-se interessado pela sua
tarefa e pelo desenvolvimento da empresa.
Tem direito não apenas a uma remuneração justa, mas também a regalias económicas e sociais de
diferentes espécies, tais como:
— A uma organização de trabalho socialmente dignificante de forma a facultar a sua realização
pessoal.
— À prestação do trabalho em boas condições de higiene e segurança.
— Ao repouso e aos lazeres, a um limite máximo da jornada de trabalho, ao descanso semanal e a
férias pagas.
— À assistência material quando involuntariamente se encontrar em situações de desemprego.
— Ao estabelecimento e atualização do salário mínimo nacional.
— À fixação, a nível nacional, dos limites de duração do trabalho.
— Ao desenvolvimento de centros de repouso e de férias em cooperação com organizações sociais.
— À segurança social, que o protegerá na doença, velhice, invalidez, viuvez e orfandade, bem como no
desemprego e em todas as situações de falta ou diminuição de meios de subsistência ou de capacidade
para o trabalho. (art.° 63.°, n.° 4; CRP).

Uma empresa pode constituir um pólo de atração para os seus trabalhadores se praticar uma perfeita
ação social, pois em geral aqueles escolhem como local de trabalho o que melhor satisfaz as suas
necessidades.
Conclui-se que se pode considerar como finalidades finais ou últimas das empresas o lucro, a produção
de bens materiais e imateriais. Todavia, para conseguir o fim em vista, será necessário atender a
finalidades específicas de ordem económica e social.

Vejamos e esquema seguinte:

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Podemos, portanto, definir empresa, considerando o seu carácter social, sem esquecer o aspeto
económico, da seguinte maneira:
É o conjunto de homens que utilizam, da melhor maneira possível, um determinado capital-
técnico, sob a direção de outros homens, devendo estes oferecer-lhes uma vida material e
moral dignas da condição humana.

As finalidades económico-sociais da empresa visam à satisfação das necessidades dos indivíduos em


sociedade e às relações humanas que resultam da maneira como se efetua a produção e a distribuição
das riquezas.
Numa empresa privada verifica-se uma relação de produção dominante que é a relação entre o
capitalista-proprietário dos meios de produção e o trabalhador-proprietário da sua força de
trabalho, atuando no interior da unidade produtiva.

A ética, a qualidade e a responsabilidade social da empresa


Definição
Conceito de Ética
Um código ético (ou uma declaração de princípios, um ideário, uma carta de intenções, etc.) é um
documento em que a empresa estabelece certos objetivos de carácter ético que deseja alcançar, dentro
e fora da mesma, isto é, com os fornecedores de capital de risco, trabalhadores, diretivos e/ou com
clientes, fornecedores, instituições financeiras, comunidade local economia nacional. Contém uma
declaração de objetivos - a que se costuma chamar a missão da empresa, os princípios éticos
fundamentais e uma certa concretização daquela missão e destes objetivos em áreas específicas, de
particular interesse.
Razões que justificam a criação de um código ético:

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1. A necessidade que a empresa tem, como instituição, de responder à nobre função de ajudar ao
desenvolvimento humano e profissional dos seus membros. Se os empresários e diretivos se esquecem
desta função e não fazem o possível por incentivar, falham no mais nobre dos aspetos da sua profissão:
o autoaperfeiçoamento (através do orgulho pelo trabalho bem feito e pelo valor do serviço prestado aos
outros) dos membros da organização.
2. Toda a empresa que no futuro queira ter bons profissionais não pode prescindir do desenvolvimento
ético dos mesmos. Um profissional tecnicamente muito preparado pode ser perigosíssimo se o seu nível
ético, por desconhecimento ou má-fé, for reduzido. Muitas vezes, a introdução de um rigoroso código
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ético - como o reconhecem altos executivos - pode evitar que a empresa negoceie com certo tipo de
clientes ou utilize determinadas práticas, que aos seus concorrentes causariam graves dissabores,
evitando-se, assim, perdas (financeiras e humanas) consideráveis.
Há, contudo, outras razões:
• Imperativos legais ou inclusive a necessidade de autorregulação por parte das empresas, para evitar
que a pressão da opinião pública obrigue os poderes públicos a impor uma legislação que, sendo
necessariamente mais geral, implica uma maior rigidez de atuação.
• A credibilidade face ao meio ou à própria organização também pode justificar a elaboração de um
código de conduta, tendo em vista "criar" uma imagem externa (e interna) de responsabilidade,
seriedade e excelência.
• O carácter punitivo e, portanto, dissuasor dos códigos, com o objetivo de evitar (ou pelo menos
dificultar) atuações fraudulentas ou condutas indesejáveis dos membros da organização.
• Por último, pode dizer-se que os códigos de conduta se podem revelar úteis instrumentos para a
busca da identidade empresarial e para o reforço de uma determinada "cultura de empresa".

Todas estas são razões que, por certo, justificam a elaboração de um código de boa conduta. Contudo,
para a empresa, a principal justificação para a introdução de um código ético está entre as razões de
ordem geral e as outras razões apontadas, entre responsabilidade da empresa face aos seus membros e
à sociedade. Daí que muitos líderes se tenham vindo a aperceber, atendendo ao bem comum, da
conveniência da autorregulação das condutas nas suas empresas, o que se traduz numa perceção dos
códigos éticos como um instrumento privilegiado para ajudar a resolver dilemas individuais ou da
organização, relativamente a conflitos de interesses entre diferentes "corpos" da empresa
(colaboradores, acionistas, departamentos).
Qualidade

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Atualmente, as empresas reconhecem que as condições impostas pelo mercado (a crescente
concorrência, a evolução da tecnologia e a globalização da economia) impõem a melhoria sistemática do
seu funcionamento, a atualização permanente dos seus produtos e a satisfação dos seus clientes
efetivos e potenciais.
Por seu lado, a crescente internacionalização da economia mundial, a globalização dos mercados, a
implementação de novas tecnologias, o aumento da concorrência e a publicação de legislação cada vez
mais exigentes contribuíram para que a qualidade tenha vindo a assumir um papel de destaque
crescente nas empresas e demais organizações.
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Com efeito, se por um lado existe a exigência externa, devido a uma acentuada consciência dos
cidadãos para a problemática da qualidade, por outro lado os responsáveis e os empresários têm de
procurar continuamente criar condições para antecipar novas oportunidades e necessidades, quer no
seio da própria empresa, quer nos mercados onde opera.
Consequentemente, e face às novas exigências e necessidades do mercado, as empresas têm de estar
preparadas para competir contra os melhores a nível mundial: esta competição implica, em
permanência, uma procura da excelência, do rigor, de estratégias e de objetivos consistentes e
sustentados, nos quais a qualidade assume forçosamente um papel preponderante.
Uma nova abordagem, designada por Value Management (Gestão pelo Valor), baseia-se no conceito de
valor, que traduz uma relação entre a satisfação de um produto (bem ou serviço) e os recursos
necessários para a sua execução.
Com esta forma de tratar a problemática da competitividade, pretende-se desenvolver dentro das
empresas uma atitude de melhoria contínua, tendo como referência o conceito de valor.
A aplicação desta noção à globalidade de uma empresa, significa que o valor passa a ser um critério de
decisão e a atividade deve ser conduzida no sentido de otimizar esta relação.
Esta abordagem introduz uma procura de compromisso entre a satisfação de uma necessidade e os
recursos que a empresa se dispõe a despender para a obter. De facto, o valor é um conceito relativo,
que depende das circunstâncias, do lugar e do momento. Com esta visão, as empresas estarão
garantidamente a melhorar a sua qualidade, uma vez que, acima de tudo, estão interessadas em
aumentar o valor para os clientes, para os empresários e acionistas e para os colaboradores da
empresa.
Desta forma, as boas empresas são tão criativas e inovadoras quanto mais estejam empenhadas na
qualidade. Qualquer negócio, para ter sucesso, precisa destas três componentes.
A criatividade gera ideias que são essenciais para a melhoria contínua da qualidade, para reinventar
constantemente o negócio, processos e criar novos e bons produtos. A inovação é necessária para
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transformar estas ideias em processos, produtos e serviços úteis. A gestão da qualidade deverá ser
encarada pelos gestores como um desafio constante, assim como um estímulo para o seu
desenvolvimento e, em última análise, como fator gerador de competitividade da empresa, sendo
perspetivada por todas as suas funções, por forma a que cada um dos centros de competência da
organização possa fornecer um contributo válido para o sucesso do negócio.
Nos últimos anos, temos assistido a grandes transformações no mundo dos negócios. Hoje, os clientes
esperam adquirir produtos de alta qualidade e grande funcionalidade a baixo preço. Estas expectativas
são, não só consequência do enorme progresso científico e técnico das últimas décadas, mas também
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da existência de uma concorrência global, que influencia cada empresa em cada sector económico a
adotar uma estratégia de excelência empresarial.
Se tradicionalmente a qualidade estava essencialmente associada a atividades tipicamente industriais, a
evolução registada nos últimos anos estendeu o conceito às mais diversas atividades, incluindo áreas
exclusivamente ligadas à prestação de serviços, tais como a saúde, a administração pública e o ensino.
Este facto - impensável há algumas décadas atrás - evidencia que, cada vez mais, a qualidade é
encarada como uma atitude, uma maneira de estar e de lidar connosco próprios e com aqueles que nos
rodeiam.
Nos últimos tempos, muitas empresas que constituem o tecido empresarial português começaram a ter
consciência dos possíveis ganhos gerados pela integração das atividades de gestão da qualidade no
planeamento estratégico e operacional do negócio.

CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS


A fim de reconhecermos o tipo de empresa com a qual trabalhamos, há a necessidade
de saber classificá-la segundo vários aspectos:

 Setor de atividade;
 Critério Económico;
 Forma de propriedade;
 Dimensão;
 Aspeto jurídico.

Assim, é mais fácil distinguir a empresa face à concorrência.


Critério dos setores de atividade
Do ponto de vista técnico, relativamente às atividades desenvolvidas pela empresa, esta
poderá ser classificada segundo o setor da atividade económica.
É possível classificar as empresas consoante a natureza e origem dos seus produtos e/ou
serviços, natureza essa que as divide pelos vários setores de atividade económica, às quais
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corresponde um código CAE (Código de Actividade Económica), como verificamos no seguinte
quadro:

Noção de Classificação Portuguesa das Atividades Económicas (CAE)

A Classificação Portuguesa das Atividades Económicas (CAE) é um sistema de classificação e


agrupamento das atividades económicas (produção, emprego, energia, investimento, entre outras) em
unidades estatísticas de bens e serviços.
Classificar uma atividade segundo a sua CAE significa usar uma nomenclatura (código) até seis níveis.
Imaginemos, como exemplo, que pretendemos classificar uma pousada de juventude com restaurante. 13

SECTOR PRIMÁRIO SECTOR SECUNDÁRIO SECTOR TERCIÁRIO

Engloba: Agricultura Engloba: Engloba: Empresas que prestam ser-


Sivicultura e Pescas Indústrias transformadoras viços e/ou vendem bens.
Ex.: Indústria têxtil, in-
Ex.: Empresa de pesca. dústrias extractivas, etc. Ex.: Empresa Comercial.

A sua codificação seria a seguinte:


Secção H - Alojamento e Restauração
55 - Alojamento e Restauração
551 - Estabelecimentos Hoteleiros
5511 - Estabelecimentos Hoteleiros com Restaurante
55114 - Pousadas com Restaurante

Critério Económico
Empresa Empresa
industrial comercial

Uma empresa industrial funciona segundo o seguinte esquema:

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Uma empresa comercial segue um esquema mais linear:

Critério da propriedade dos meios de produção


De acordo com a propriedade dos meios de produção, as empresas classificam-se em:
 Empresas privadas;
 Empresas públicas;
 Empresas cooperativas.
As características que apresentam são bem distintas e encontram-se reunidas no quadro
seguinte:
EMPRESAS PÚBLICAS
EMPRESAS
EMPRESAS PRIVADAS Propriedade da
COOPERATIVAS
Propriedade de Administração Pública.
Propriedade de
pessoas particulares A gestão está a cargo
particulares que unem
PROPRIEDADE que gerem o patri- de indivíduos nomea-
esforços para atingir
E GESTÃO mónio e dividem entre dos pelo Estado. Ex.:
determinados objetivos
si os lucros obtidos. EPAL (Empresa Pública
sem finalidades lucra-
Ex.: Sonae; Teixeira de Águas de Lisboa;
tivas. Ex.: LactiCoop;
Duarte, SA Caixa Geral de
Agros.
Depósitos, etc).

Nos meios de comunicação, já ouviste falar em «privatização de empresas.»

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A privatização é o processo pelo qual uma empresa, outrora pública, passa para o poder de
entidades privadas, através da compra, sendo esta uma fonte de receitas para os cofres do
Estado. Exemplos disso são a CIMPOR; a TELECOM; a Portucel Industrial - Empresa Produtora
de Celulose, SA. Esta última começou a ser privatizada em Julho de 1995 e conta já com 22 mil
accionistas.

Critério da dimensão
O tecido empresarial português caracteriza-se pela predominância das empresas de
pequena dimensão. Das 159 047 empresas existentes, 78% têm menos de 10 trabalhadores.
Tomando como base este critério, as empresas classificam-se segundo o número total 15
de trabalhadores que se encontram ao seu serviço, assim:

NUMERO DE
DIMENSÃO DA EMPRESA
TRABALHADORES

Mais de 250 trabalhadores

Ex.: O "Continente" é
uma grande empresa

Entre 50 e 250
trabalhadores

Ex.: O Novo Mundo Supermercados, S.A. tem 150 trabalhadores. É uma média empresa.

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16

Ex.: A "Metalúrgica do Levira, SA" emprega 36 trabalhadores, é uma pequena empresa.

As empresas que tenham até 10 trabalhadores chamam-se Micro Empresas.

Em resumo:

N.° Trabalhadores Dimensão

Mais de 250 Grande


Entre 50 a 250 Média
Entre 10 e 50 Pequena
Até 10 Micro

Os limites que classificam uma empresa como sendo micro, pequena ou média são os que constam no
texto seguinte:
De acordo com a Recomendação 2003/361/CE, a Comissão Europeia adotou uma nova definição de
microempresas, de pequenas e de médias empresas, com o objetivo de promover o espírito empresarial,
incentivar o investimento e o crescimento, reduzir os encargos administrativos e aumentar a segurança
jurídica.
Esta definição considerará os seguintes limiares aplicáveis às PME:
Categoria N.° de Trabalhadores Volume de Negócios
Média Empresa < 250 < € 43 milhões
Pequena Empresa < 50 < € 10 milhões
Microempresa < 10 < € 2 milhões

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Ao ser considerada uma PME, a empresa poderá usufruir de variadas vantagens, nomeadamente a
obtenção de apoios e incentivos através do IAPMEI, IP (Agência para a Competitividade e Inovação, IP).
Para o efeito, deverá concorrer a incentivos nacionais e comunitários que lhe permitirão melhorar a sua
competitividade, promover o seu crescimento económico e modernizar-se, preparando-a para um
mercado cada vez mais concorrencial.
A classificação referida poderá, também, favorecer a criação de aglomerados de empresas
independentes, isto é, as empresas com características comuns unem-se de modo a enfrentar outras
empresas de maior dimensão e com maior poder económico, de modo a vencer obstáculos ao seu
17
crescimento individual.

Critério Jurídico

As empresas podem também classificar-se segundo o seu regime jurídico, daí que, na sua
classificação, se utilize o Código Comercial e o Código das Sociedades Comerciais. Uma vez que se utiliza
alguma linguagem própria para a classificação jurídica de empresas, torna-se necessário conhecer alguns
conceitos essenciais. Assim, define-se capital social, património e órgãos sociais para que possa
reproduzir devidamente os critérios adotados.

Noção de Capital Social


O capital social representa o valor que os seus detentores acordam em atribuir à empresa (ao
negócio) e que serve de garantia a terceiros.
Noção de Património
O património é o conjunto de bens, direitos e obrigações pertencentes a uma determinada pessoa
(património particular) ou a uma empresa (património comercial).

Noção de Órgãos Sociais

Os órgãos sociais de uma empresa representam os vários conjuntos de pessoas (ou uma só
pessoa) ou entidades que tomam decisões de direção, fiscalização e de gestão da empresa.

Os conceitos anteriores serão utilizados, sempre que necessário, ao longo da classificação


jurídica das empresas.

A legislação portuguesa classifica os comerciantes de duas formas distintas.


Segundo o Art. 13.° da Legislação Comercial, são considerados comerciantes:

1— Os que, tendo capacidade para praticar atos de comércio, fazem do comércio

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a sua profissão (neste caso as empresas singulares);

2— As sociedades comerciais.
O Código Comercial vai mais longe e refere que os comerciantes são obrigados a adoptar uma
firma.

O que é uma firma?

Os comerciantes são obrigados a adoptar uma firma, isto é, um nome comercial


que assinará todos os documentos respeitantes à sua atividade (Art. 18.°). 18

A firma deve obedecer a determinados requisitos, daí que deverá ser:

 Registada — deve ser inscrita no Registo Nacional de Pessoas Colectivas;

 Exclusiva — deve ser completamente distinta das já registadas anteriormente;

 Verdadeira — deve identificar uma empresa que existe referindo a verdade.

Normalmente, as empresas, aquando do registo da firma, indicam pelo menos três nomes
alternativos diferentes, para o caso de o primeiro já existir na área considerada.

Neste ponto, concentramos a nossa atenção nos seguintes tipos de empresas:

A — Empresas singulares;
B — Empresas colectivas;
C — Cooperativas.

A — Empresas Singulares
A.1 — Comerciante em nome individual
A personalidade jurídica duma empresa singular confunde-se com a do seu proprietário. Este
assume responsabilidade ilimitada perante terceiros (credores) e, em caso de falência, responde com
todos os bens que integram o seu património (comercial e individual).

Características principais:

• Sem obrigatoriedade de capital mínimo;


• Empresa titulada por um único indivíduo ou pessoa singular que
afecta todos os seus bens próprios à exploração da sua atividade
económica;
• Responsabilidade ilimitada;
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• Adopção de firma ou nome comercial ou de atividade.

A firma do comerciante em nome individual é composta por nome civil (completo ou abreviado)
acrescido ou não do objecto de atividade.

Exemplos de firmas:

Nome civil Nome civil completo Nome civil abreviado Denominação


abreviado acrescido do objeto Comercial
de atividade
Inês Lopes Inês Azevedo Lopes Inês Lopes — Comércio de Brincolândia 19
Brinquedos Tradicionais

Uma empresa pode adoptar uma firma e ter uma denominação comercial simultaneamente.

A.2 — Estabelecimento Mercantil Individual de Responsabilidade Limitada — E.I.R.L.


Uma empresa deste tipo tem por base a constituição de um património autónomo, isto é, o
património comercial não se confunde com o património individual.

Características principais:

 Constituída por um capital mínimo de 5 000,00€, representado


em numerário (dinheiro) ou objetos susceptíveis de penhora,
sendo que a parte em numerário não pode ser inferior a 2/3 do
capital mínimo;
 Obrigação de escritura pública, publicação em Diário da
República e outro jornal de grande tiragem e registo comercial;
 Titulado por uma pessoa singular;
 Firma constituída pelo nome do titular, acrescido ou não do
objecto de atividade, incluindo o aditamento E.I.R.L..;
 Responsabilidade limitada aos bens afetos à atividade.

Exemplos de firmas para EIRL:

Nome do Nome do titular acrescido do objecto


titular de actividade
Beatriz Ferreira - Beatriz Ferreira - Comércio de Consumíveis
E.I.R.L. de Informática, E.I.R.L.

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B — Empresas COLETIVAS
As sociedades, consoante o grau de responsabilidade dos seus associados, revestem-se de
diferentes formas:
As sociedades gozam de personalidade jurídica e por isso são regidas por um contrato — O
Contrato de Sociedade (ou Pacto Social) — Art. 9.°.

B.1 – Sociedade Unipessoal por Quotas


20
B.2 — Sociedades em nome Coletivo;

B.3 — Sociedades em Comandita;

B.4 — Sociedades por Quotas;

B.5 — Sociedades Anónimas.

Elementos gerais a constar no contrato de sociedade:

1 — Os nomes ou firmas de todos os sócios fundadores e sua identificação;


2 — O tipo e objeto de sociedade e firma;
3 — A sede da sociedade;
4 — O Capital Social e natureza da entrada de cada sócio.

B.1 - Sociedade Unipessoal por Quotas


Noção
Esta nova figura de sociedade, criada pelo D.L. nº 257/96, de 31 de Dezembro, reveste a forma de
sociedade unipessoal, que pode ser uma pessoa singular ou coletiva, que é o titular da totalidade do
capital social.

A estas sociedades aplicam-se as normas relativas às sociedades por quotas, salvo as que
pressupõem a pluralidade de sócios.

Responsabilidade
Neste tipo de sociedade a responsabilidade do sócio encontra-se limitada ao montante do capital
social.

Capital
O capital social não pode ser inferior a 1 euro mas o normal é ser muito maior.

Firma
A firma destas sociedades deve ser formada pela expressão “sociedade unipessoal” ou pela

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palavra “unipessoal” antes da palavra “Limitada” ou da abreviatura “Lda.”.

B.2 — Sociedades em nome Coletivo

O tipo de sociedade aqui referido caiu em desuso em Portugal por não apresentar as vantagens
de outras formas jurídicas quanto à responsabilidade. É, por isso, muito pouco utilizada.

Caraterísticas principais:
21
 Assenta na mútua confiança dos sócios;

 Responsabilidade ilimitada e solidária (todos os bens particulares dos sócios servem


de garantia ao cumprimento das obrigações da sociedade);
 os sócios respondem um por todos e todos por um (lema dos três mosqueteiros da
obra homónima de Alexandre Dumas);

 A firma pode incluir o nome de todos os sócios ou só de alguns, incluindo a


expressão «& Companhia» ou simplesmente «&C.a»;

 Os órgãos sociais são a Assembleia Geral e a Gerência.

B.3 — Sociedades em Comandita


A única empresa em Portugal (multinacional) que se rege pelas regras das sociedades em
comandita é a Michelin.
É um tipo de sociedade invulgar, que apresenta dois géneros de sócios:

Sócios comanditados — são gerentes da sociedade com capacidade de decisão,


respondendo pelas dívidas que a
sociedade contrair;
Sócios comanditários — são os detentores do capital investido e têm responsabilidade
limitada. Só podem destituir o gerente mediante intervenção do tribunal.

Caraterísticas principais:
 Responsabilidade mista: limitada para os sócios comanditários; ilimitada para os
sócios comanditados;

 A firma deve conter o nome do sócio comanditado acrescentado da expressão «em


Comandita» ou «em comandita por acções» ou apenas «& Comandita».

Os órgãos sociais são a assembleia geral e a Gerência.

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B.4 — Sociedades por quotas

Estamos perante o tipo de sociedade mais vulgar. Trata-se de uma sociedade mista de pessoas
e de capitais.

Caraterísticas principais:

 Número mínimo de 2 sócios;


 Capital mínimo de 2,00€, dividido em partes denominadas quotas ou seja no
mínimo 1,00€ por cada sócio;
22
 Responsabilidade limitada ao valor da quota e das quotas subscritas e não
realizadas. Apenas o património comercial responde perante os credores;
 0 seu órgão social é a Gerência. Pratica os actos necessários à realização da
actividade, respeitando a decisão dos sócios.

A firma pode adoptar as seguintes formas, seguido do aditamento Limitada ou Lda.:

Firma-nome Firma denominação Firma mista

Composta pelo nome de todos, Formada por uma expressão Formada pela firma-nome e por
alguns ou só um dos sócios. que faz alusão ao objecto de uma expressão que faz referência
Ex.: Joaquim Miranda actividade. Ex.: 0 Lavagante ao objecto de actividade. Ex.: Raul
Campelo & F.°s, Lda. — Peixaria, Lda. &João — Ourivesaria, Lda.

B.5 — Sociedades Anónimas


A sigla S. A. é certamente tua conhecida. Além de outros atributos, designa Sociedade
Anónima, que é um tipo de sociedade que se fundamenta nos capitais investidos pelos seus
sócios, chamados acionistas.
Uma das vantagens destas sociedades é que o capital pode ser titulado (possuído) por um
vasto número de pequenos investidores ou por um reduzido número de investidores com grande
poder financeiro, o que, em qualquer dos casos, aumenta o montante de capital.

Caraterísticas principais:
 Capital, dividido em ações, não inferior a 50 000,00€;
 Valor nominal mínimo de um cêntimo por cada acção;
 Número de accionistas nunca inferior a 5 (salvo se a lei o dispense);
 Responsabilidade, perante dívidas, limitada ao valor das ações subscritas;
 Não são admitidas contribuições de indústria;
 Composta por três órgãos sociais: Assembleia Geral, Conselho de Administração e
Conselho Fiscal.

A firma pode adoptar as seguintes formas, sempre seguidas do aditamento S.A. ou


Sociedade Anónima:
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Denominação Social Dá a conhecer o objeto da atividade. Ex.º: Novo Mundo


– Supermercados, S.A.

Nome dos acionistas ou de um acionista Ex.: Mota & C.ª, S. A.

Nome de um acionista ou mais Ex.: Mota & Simões – Hotelaria, S. A.


acrescido da denominação social

Nas sociedades anónimas existem três órgãos sociais com desempenhos e poderes
distintos: 23

Conselho de
Assembleia geral Conselho Fiscal
Administração
Equipa eleita pela Assembleia
Accionistas da empresa ou Três membros eleitos em As-
Composição Geral e constituída por n.°
seus representantes. sembleia Geral.
ímpar de elementos.
Fiscalizar e examinar a escrita.
Gerir (administrar) a empresa.
Discutir, modificar e aprovar o Verificar o cumprimento dos
Proceder à elaboração do rela-
relatório de contas. estatutos (pacto social).
tório de contas anual.
Substituir Administradores e Emitir um parecer sobre o
Funções Prestar garantias pessoais ou
membros do Conselho Fiscal; Balanço, a Demonstração de
reais pela sociedade.
Decidir sobre a aplicação a Resultados e o Relatório de
Pode modificar a organização da
dar aos lucros obtidos. Gestão e verificar a sua exac-
empresa e mudança de capital.
tidão.

C — COOPERATIVAS
Uma Cooperativa é uma associação de pessoas com livre constituição, isto é, admite
sempre novos associados, os quais contribuem com bens e serviços para a realização da sua
atividade.
Tal como as sociedades, anteriormente referidas, as cooperativas obedecem a
determinadas regras:
Caraterísticas principais:

 Número mínimo de 5 elementos;

 Capital social, dividido em títulos, mínimo de 2500,00€ se trata de uma CRL


(Cooperativa de Responsabilidade Limitada); as outras cooperativas não necessitam
de preencher este requisito;

 Entrada mínima de 100,00€ por cada associado, sendo cada título com valor
superior ou igual a 5,00€

 Pelo menos 10% dos títulos subscritos têm de ser realizados em numerário;
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 A denominação social deve ser seguida de uma das seguintes expressões: C.R.L.;
UCRL; CCRL; FCRL.

Cooperativas União de Confederação de Federação de


de Responsabilidade Cooperativas Cooperativas Cooperativas
Limitada
C.R.L U.C.R.L C.C.R.L. F.C.R.L
Ex.: SOPREI — Ex.: LACTICOOP, Ex.: UCREPA —
Cooperativa Abastece- U.C.R.L. Federação Nacional das
dora de Mercearias dos cooperativas de 24
Concelhos de Sertã, Pro- Retalhistas
ença-a-Nova, Vila de Rei de Produtos
e Oleiros, C.R.L. Alimentares,F.C.R.L.

FORMALIDADES LEGAIS PARA A CONSTITUIÇÃO DE UMA


EMPRESA
A constituição de uma empresa é todo um processo que engloba determinadas fases, desde a
ideia inicial, ao início de atividade.

É numa dessas fases que se formaliza legalmente a empresa.

ETAPAS PARA A CONSTITUIÇÃO DE UMA EMPRESA


1 - NASCIMENTO DA IDEIA

• Os objetivos pessoais

• As motivações
Assegurar a vontade de • As competências
constituir a empresa e • Os recursos disponíveis
analisar: • A formação
• A saúde
• A disponibilidade

• Complementando a formação
 Eliminando outras dedicações
Compensar as deficiências e
as limitações:

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2 - ELABORAÇÃO DO PROJETO
0 projeto trata-se, pois, de um estudo da viabilidade da empresa nos seus vários aspetos:

• As alternativas de localização

Estudar: • A disponibilidade de matérias-primas

• As opções tecnológicas 25

• Objeto do estudo

• Caracterização do produto ou serviço

• Análise do sector de atividade


Proceder ao estudo de
mercado: • Conhecer o mercado dos produtos complementares

• Conhecer o mercado dos produtos alternativos

• Conhecer a procura e a oferta

• Não esquecer o ambiente legal

• Objetivos e estratégia do negócio

• Mercado

• Política comercial e de marketing

• Política de aprovisionamentos

• Recursos humanos e organização funcional


Elaborar o plano,
• Meios de produção
considerando
• Instalações

• Plano de implementação do projecto

• Plano de investimento

• Plano de financiamento

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Podemos analisar em pormenor o plano de investimento e o plano de financiamento para teres
uma noção de como os elaborar:

Plano de Investimento
Identificação dos meios e o seu valor:

Descriminação dos meios Euros

Terrenos e infraestruturas 49 879,79


26

Construção de instalações 177 073,25

Equipamentos produtivos e 199 519,15


administrativos

Materiais 74 819,68

Estudos e projetos 5 985,57

Escrituras e outras despesas de 2 743,39


constituição da empresa

Total 510 020,83

Plano de Financiamento

Descriminação Euros

Dinheiro disponível 61 102,74

Empréstimos de sócios 149 639,37

Subsídio 74 819,68

Empréstimo bancário 199 519,15

Crédito de Fornecedores 24 939,89


Total 510 020,83

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3 - CONSTITUIÇÃO FORMAL DA EMPRESA

De seguida os futuros empresários devem obedecer às seguintes etapas:

1 Escolher o tipo de sociedade/empresa

2 Escolher o nome da empresa e pedir a admissibilidade da


firma e cartão de identificação

3 Elaborar os estatutos da sociedade

Fazer o depósito do valor do Capital Social


27
4

5 Publicar a escritura pública

Seguir os 6 Preencher a declaração de início de atividade

seguintes 7 Fazer o registo na conservatória do registo comercial


passos:
8 Pedir o registo definitivo de identificação

9 Inscrever a empresa na direção geral do comércio e obter o


respetivo cartão comprovativo

10 Inscrever a empresa na segurança social


11 Obter os licenciamentos
12 Legalizar os livros obrigatórios

Vamos ver pormenorizadamente cada passo, desde a escolha do tipo de empresa até à
legalização dos livros obrigatórios.

1 - Escolher o tipo de sociedade/empresa


A escolha do tipo de sociedade ou de empresa depende da vontade dos sócios, tal como foi
estudado na classificação de empresas atendendo ao Critério Jurídico.

2 – Pedir a admissibilidade da firma e requerer o cartão de identificação


provisório
O nome da empresa, ou firma, terá de obedecer ao estipulado no Art.° 18 do Código
Comercial e Art.° 10.° do Código das Sociedades Comerciais.
Após a escolha há que pedir o certificado de admissibilidade da firma (doc. 1) e o cartão de
identificação provisório (doc. 2) junto do Registo Nacional das Pessoas Coletivas (RNPC).

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28

O doc. 2 dá origem ao Cartão de identificação de Pessoa Coletiva provisório, que deve requerer-se
no prazo de 30 dias após o pedido de admissibilidade:

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Este cartão será mais tarde substituído pelo cartão definitivo.

3 - Elaborar os Estatutos da Sociedade ou Pacto Social


A elaboração dos Estatutos ou Pacto Social é a definição das regras de funcionamento da
empresa que devem contemplar a vontade das pessoas envolvidas e estar dentro do esti-
pulado na lei.
É com base neste documento que se elabora a escritura numa fase posterior.

Os estatutos devem conter, entre outros, os seguintes elementos:

— Firma, duração, sede e objecto;

— Capital Social, acções (quotas ou partes de capital);

— Órgãos sociais - eleição, composição e funções;

— Direitos e deveres dos accionistas (sócios);

— Forma de aplicação dos resultados (lucros);

— Outros.

Os estatutos são elaborados por um advogado ou solicitador.

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5 – Fazer o depósito do valor do capital social
De forma a tornar possível a realização da escritura pública há que comprovar que foi
realizado o Capital Social. Isto consegue-se através do talão de depósito (doc. 4) do valor numa
instituição bancária:

30

6 — Publicar a escritura pública


Em posse dos estatutos (doc. 3), do certificado de admissibilidade da firma (doc. 1), do talão de
depósito do Capital (doc. 4), dos Bilhetes de Identidade ou Cartão de Cidadão de todos os sócios,
e dos cartões de contribuinte, pode outorgar-se a escritura pública da sociedade no notário.

Da escritura pública deverão constar:


1. Os nomes ou firmas de todos os sócios e todos os dados de identificação;
2. O tipo de sociedade;
3. A firma da sociedade ou designação social;
4. O objeto da sociedade;
5. A sede da sociedade;
6. O montante do capital social e sua distribuição;
7. A parte de capital e a natureza da entrada de cada sócio;
8. Outras regras acordadas.

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De seguida poderás analisar uma escritura pública simulada, de uma empresa que foi constituída
por alunos.

No dia dez de novembro de dois mil e quinze, no Terceiro Cartório Notarial de Loures, perante mim, o
Notário do mesmo, Licenciado, Paulo Alexandre Carigo Zenida, compareceram como outorgantes:
PRIMEIRO - Ana Margarida Rosa Santos, natural de Lisboa, solteira, maior, residente na Rua das
Paivas, doze, 1.° Dto. - Loures, contribuinte fiscal n.° 118565656.
SEGUNDO - Ângela de Lurdes Moreira Duarte, natural de Lisboa, solteira, maior, residente na Rua
Vasco da Gama, 38, Loures, contribuinte fiscal n.° 136789456.
TERCEIRO - Diogo João Cocharra Saramago Ferreira, natural de Loures, solteiro, maior, residente 31
na Avenida Poeta da Nova Geração, n.° 56, Loures, contribuinte fiscal n.° 145689546. (...)
Verifiquei a identidade dos outorgantes por exibição dos respetivos bilhetes de identidade, todos emitidos
pelo arquivo de identificação de Lisboa.

E disseram: Que entre si celebram um contrato de sociedade comercial anónima, o qual se vai reger
nos termos constantes dos artigos seguintes:

CAPÍTULO I

Denominação, sede e objeto

ARTIGO 1.°

1 - A sociedade, constituída sob a forma de sociedade anónima, adota a denominação de Bibliomania -


Livraria Papelaria, S.A., e tem a sua sede na Rua Manuel Augusto Pacheco, 32 - Loures. 2-0 Conselho de
Administração, por sua deliberação, poderá transferir a sede para outro local, dentro do mesmo concelho ou
para concelhos limítrofes, bem como abrir e encerrar no País ou no estrangeiro qualquer espécie de
representação social legalmente admitida.

ARTIGO 2°

1 - A sociedade tem por objeto a venda de produtos de papelaria e livraria, artigos e consumíveis de
escritório e serviços de cópia.
2 - Por deliberação da assembleia geral, pode a sociedade participar no capital de outras sociedades,
constituídas ou a constituir, agrupamentos complementares de empresas, consórcios e outras formas de
associação, qualquer que seja o seu objeto social, assim como em todas elas adquirir e alienar
participações.

CAPÍTULO II

Capital social, ações e obrigações

1- O capital social, inteiramente subscrito e realizado, é de 80 000,00€, dividido em ações de 5,00€ cada
e representado por títulos de 1000 ações.

2 - Todas as ações correspondentes ao capital social atual serão nominativas, sem prejuízo de, em futuras
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emissões, poderem ser emitidas ao portador.
………
CAPÍTULO III
Órgãos Sociais
ARTIGO 6.°
Os órgãos sociais são a assembleia geral, o conselho de administração e o conselho fiscal.
ARTIGO 7º
A duração do mandato dos órgãos sociais é de dois anos.
……..
32
CAPÍTULO IV

Assembleia geral

ARTIGO 9o

1 - A assembleia geral é constituída por todos os acionistas que tenham as suas ações averbadas ou
depositadas, com a antecedência mínima de cinco dias do designado para a realização da assembleia, em
primeira convocação.

………

ARTIGO 10°

A mesa da assembleia geral é constituída por um presidente e três secretários, eleitos dentre acionistas.

…………….

ARTIGO 12.°

Para que a assembleia geral possa funcionar devem estar presentes acionistas que representem, pelo menos,
50% do capital social.

2 - As deliberações da assembleia geral serão tomadas por maioria de votos emitidos.

CAPÍTULO V

Conselho de administração

ARTIGO 13.°

1- O conselho de administração é composto por três, cinco ou sete membros eleitos pela assembleia
geral, com dispensa de caução, devendo reunir, pelo menos, uma vez por semestre.

…….

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CAPÍTULO VI

Conselho fiscal

ARTIGO 15°

1- O conselho fiscal é constituído por quatro membros efetivos e dois suplentes, eleitos pela assembleia
geral de entre os acionistas.
2 - A assembleia geral, ao proceder à eleição do conselho fiscal, deve designar o membro
deste órgão que exercerá o lugar de presidente.
33
………………..

CAPÍTULO VIII

Dissolução e liquidação

ARTIGO 19°

A sociedade dissolve-se nos termos da lei e por deliberação da assembleia geral, sendo, neste caso, exigida
a maioria de três quartos dos votos correspondentes à totalidade do capital social.

Assim o disseram.
Adverti os outorgantes da obrigatoriedade de requererem, no prazo de noventa dias a partir de hoje, na
competente Conservatória o registo do ato titulado por esta escritura.
Foram exibidos: a) certificado de admissibilidade passado pelo Registo Nacional de Pessoas Coletivas da
firma adotada aos treze de Outubro de dois mil e quinze; b) duplicado da guia de depósito do montante do
capital depositado no banco terceiro Milénio, Sociedade Anónima, Agência de Loures, datado de 2 de
Novembro do corrente ano.
Foi feita, em voz alta, aos outorgantes e na presença simultânea de todos a leitura e explicação do conteúdo
desta escritura.

É preciso dar a conhecer aos outros agentes económicos a sociedade constituída.

Assim, a escritura é publicada no Diário da República ou noutro jornal de grande tiragem através
da Conservatória do Registo Comercial da área da empresa, pelo que se preenche o seguinte
documento (doc.5):

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34

Por exemplo a escritura que se segue foi publicada no "Jornal de o Contribuinte":

6– Preencher a declaração de início de atividade


Antes de fazer a declaração de início de atividade (doc. 7), todos os sócios devem possuir o número
de identificação fiscal (n.° de Contribuinte) - (doc. 6) para poderem realizar qualquer ato
administrativo. Isso consegue-se na Repartição de Finanças.

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7 – Fazer o registo na Conservatória de Registo Comercial


No prazo de 90 dias após a realização da escritura, deve proceder-se ao registo da sociedade na
Conservatória de Registo Comercial a que está afecta a sede da empresa.

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8 – Pedir o registo definitivo de identificação
É chegada a altura de pedir a substituição do cartão de identificação provisório pelo definitivo. Isto
porque as empresas devem estar inscritas no ficheiro central, sendo-lhe atribuído um n.º de
identificação com 9 dígitos.
O documento a preencher é o já referido doc. 2.

36

9 – Inscrever a empresa na Direcção Geral do Comércio


Em posse do Cartão de Contribuinte dirigimo-nos à Direcção Geral do Comércio e inscrevemos a
empresa recém formada como comerciante.

10 - Inscrever a empresa na Segurança Social


A inscrição do contribuinte (empresa) na Segurança Social carece da apresentação dos
seguintes documentos consoante se trate de uma sociedade ou empresa em nome individual:

Sociedades por Quotas e Sociedades Anónimas


 Boletim de Inscrição;
 Cartão de Contribuinte de Pessoa Coletiva;
 Escritura de Constituição;
 Declaração de Início de Atividade;
 Modelos n.° 22 do IRC;
 Ata(s) de nomeação dos membros dos órgãos estatuários e sua situação quanto à
forma de remunerações;
 Declaração de vinculo a um Regime de S. Social Obrigatório, se não remunerados;

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 Fotocópia do Cartão de Contribuinte Fiscal de Pessoa Singular dos Membros dos
Órgãos Estatuários das Pessoas Coletivas;
 Indicar se tem ou não pessoal ao serviço;
 Indicação do mês a que respeita a 1ª constituição.

Empresas em nome individual


 Boletim de Inscrição;
 Cartão de Contribuinte Fiscal (em conformidade com a sua atividade);
 Declaração de Inicio de atividade; 37
 Prova da Inscrição no Regime Trabalhadores Independentes, se estiver coletado;
 Indicação do mês a que respeita a 1ª contribuição.

Deste modo as informações serão armazenadas mais rapidamente nos ficheiros centrais.
A inscrição do contribuinte (entidade patronal) será feita pela entidade patronal no prazo de 30
dias a contar do início de atividade, através do seguinte modelo (doc. 9):

Atualmente foi criada uma alternativa a todo este processo burocrático e moroso de legalização
de uma empresa.
É chamado o Cadastro Único acompanhado da emissão de um cartão eletrónico do contribuinte a
que se associa o chamado programa “Empresa na Hora”.

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11 – Obter os Licenciamentos
Para iniciar a atividade, há que obter um conjunto de licenças
que variam consoante o tipo de estabelecimento e de
atividade.
Em qualquer dos casos terá sempre de se solicitar uma licença
à Câmara Municipal.

38
12 – Legalizar os livros obrigatórios

O atual Código Comercial estabelece uma certa liberdade, pois existem


algumas restrições, no que respeita à escrituração comercial.
Assim, todo o comerciante é obrigado a possuir determinados livros
(Art. 31.°), os quais devem dar a conhecer de forma clara, fácil e
precisa todas as operações comerciais realizadas (Art. 29.°).

De acordo com os Art. 31.°, os livros obrigatórios são pois:

• Inventário e Balanços — livro onde o comerciante especifica os


elementos patrimoniais com que iniciou a sua atividade, bem como os
balanços anuais efetuados, os quais refletem o seu património (Art.
33.°).

• Diário — livro onde o comerciante regista diariamente, e por datas,


todos os documentos que contribuem para a alteração do seu
património (Art. 34.°);

• Razão — livro onde o comerciante regista as operações efetuadas,


por débito ou crédito das respetivas contas (Art. 35.°);

• Copiador — onde o comerciante regista a correspondência por si


expedida (Art° 36).

• Atas — livro obrigatório para as sociedades para nele serem


registadas as deliberações dos sócios ou administradores, quando
reunidos em Assembleia.

Existem outros livros facultativos mas que, pela sua utilidade, devem ser escriturados
pelas sociedades e que são:

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 Livro de Letras a Receber e a Pagar
 Diário de Caixa
 Balancetes

Os livros obrigatórios a que se refere o Art. 31.° do Código Comercial, estão sujeitos a
determinadas formalidades legais externas, as quais tem como objetivo garantir a autenticidade
da escrituração.

Deste modo, as formalidades externas são:


Selagem
39
A selagem dos livros é efectuada na Repartição de Finanças da sede da empresa, onde se procede
à numeração das folhas de cada livro. Na última página será colocado um carimbo que indicará a
quantia a pagar.

Declaração de matrícula
Apenas os livros de Inventário e Balanços e Diário estão sujeitos à declaração de matrícula.
Este procedimento é efetuado na Conservatória do Registo Comercial da sede da empresa.
A declaração de matrícula é efetuada no canto superior esquerdo de cada livro, através de um
carimbo com o seguinte texto:

A Sociedade……………..……. está matriculada sob o n.°.....na


Conservatória do Registo Comercial de …………………… aos
….de …………………. de 20 ….

Art. n.° ............... €


Art. n.° ............... €

Total ………..€ (…………………..€uros)

A Ajudante
……………………………

Legalização dos livros de Inventário e Balanços e Diário


Depois de efetuada a respetiva declaração de matrícula, estes livros
devem de ser levados à secretaria do Tribunal para que as suas
folhas sejam numeradas e rubricadas e efetuados os respetivos
"termo de abertura” (na primeira página) e termo de encerramento
(na última página).

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Só depois de efetuadas estas formalidades é que os livros estão em condições de serem


escriturados, não se podendo efetuar registos com data anterior à do termo de abertura.
Estas formalidades impostas pela Legislação Comercial e Fiscal (Art. 32.°), têm como
principal objetivo impedir supressões, substituições ou adições de folhas aos respetivos livros.

4 - IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO
Nesta fase, há que colocar em prática o projeto realizado na 2.ª fase e consiste em:

• Negociar e escolher os recursos humanos

• Arrendar ou construir instalações


Estabelecer o plano e a duração das • Organizar a estrutura interna
fases a percorrer até ao início • Implementar os equipamentos
da produção/comercialização • Admitir e formar pessoal
• Lançar ações de promoção
• Receber encomendas

5 – INÍCIO DA ATIVIDADE
Os dados estão lançados, chegou a hora do início das atividades correntes da empresa.

• Fornecimento das primeiras encomendas:


• Garantir a qualidade e respeitar prazos de entrega;
• Aumentar o volume de vendas para atingir o ponto crítico

Ter em atenção: • Aplicar a estratégia:


• Controlo da imagem da empresa
• Verificar o nível de competitividade
• Refletir e preparar o futuro
• Garantir os fatores de sucesso

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ORGANIZAÇÃO DA EMPRESA
Roland Caude - Diretor da Escola de Organização Científica do Trabalho (Paris) - define
organização da seguinte maneira:

"Organização é a combinação harmoniosa do conjunto de meios necessários


ao funcionamento de uma empresa para se obter o melhor rendimento dos capitais,
dos materiais e do pessoal, por um preço de custo mínimo e pelo máximo de
satisfação para todas as pessoas ligadas à empresa."
41
Ao iniciar a sua atividade, uma empresa deve definir o tipo de estrutura organizacional que
pretende implementar.
A atividade propriamente dita de uma empresa pode dividir-se em quatro grandes
categorias:

Execução

Gestão Organização

Direcção

As Atividades de ORGANIZAÇÃO ocupam-se da coordenação dos meios (Humanos,


Técnicos e Financeiros) existentes na empresa e da sua adaptação permanente aos fins a que esta
se destina.
As Atividades de DIREÇÃO são o verdadeiro motor da empresa: definem os objetivos e
elaboram políticas tendentes à mobilização e condução dos trabalhadores para que os objetivos
definidos sejam atingidos.
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As Atividades de GESTÃO têm por objetivo combinar os meios materiais, financeiros e
humanos de modo a que sejam atingidos os objetivos definidos pela direção. Os órgãos de Gestão
fornecem elementos à direção para que esta melhor defina os objetivos imediatos da empresa e
elabore as políticas mais adequadas para a sua prossecução. Cabe, ainda, à Gestão controlar os
resultados obtidos com vista à determinação de todos os desvios existentes.

As Atividades de EXECUÇÃO visam realizar (executar) as tarefas de acordo com as


determinações dos órgãos de gestão para que efetivamente sejam atingidos os objetivos da
empresa.

42
ORGANIZAÇÃO/ATIVIDADE
Ao longo dos tempos as doutrinas sobre organização das empresas passaram por três
fases:
- Fase TEOCRÁTICA - Entende-se que a autoridade atribuída a uma pessoa ou a uma
organização social vem de Deus.

- Fase EMPÍRICO-PRÁTICA - Caracteriza-se pela existência de um conjunto de


conhecimentos aceites como corretos, sem que no entanto constituíssem qualquer espécie de
doutrina.

- Fase CIENTÍFICA - Surge nos finais do Séc. XIX . É nesta altura que se começa a
encarar a organização sob o ponto de vista científico. Aparecem, assim, três orientações distintas:
- Orientação RACIONALISTA.
- Orientação PSICOSSOCIOLÓGICA.
- Orientação INTEGRADA.

Na orientação Racionalista, TAYLOR, FAYOL e FORD foram os grandes incentivadores e


definidores das orientações científicas de organização.
(Mais à frente desenvolveremos as principais teorias destes três cientistas).
Na orientação Psicossociológica distinguiu-se Elton Mayo que defendeu a Teoria das
Relações Humanas e que provou que o Homem trabalharia melhor e com maior produtividade se
fosse compreendido e considerado verdadeiramente como ser humano e houvesse consideração e
respeito pela sua pessoa.
A orientação Integrada pretende encontrar o meio termo entre os Racionalistas e os seres
humanos e seus defensores (Orientação Psicossociológica). Preconiza a resolução dos conflitos a
nível da empresa recorrendo a um dos métodos:

Por dominação - Quando uma das partes usa o seu poder para impor à outra o
seu ponto de vista.

Por transigência - Em que ambas as partes, abdicando em parte dos seus pontos
de vista, chegam a um consenso, evitando conflitos.

Por integração - Quando ambas as partes conseguem satisfazer-se, bem como à


organização a que pertencem.
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ORGANIZAÇÃO/ESTRUTURA
Segundo a teoria Racionalista a organização é considerada como uma estrutura. Henri
Fayol defendeu que a Organização abrange apenas o estabelecimento da estrutura e da forma,
sendo por isso, estática e limitada. Nesta acepção a Organização representa a disposição das
partes (órgãos) suas constituintes, a sua forma, e as relações estabelecidas entre essas partes -
Organização Formal.
É consensual entre os diferentes autores que a estrutura organizacional da empresa deve
ser o mais simples possível a fim de facilitar a rapidez e a qualidade da transmissão de informação
entre as diferentes partes (órgãos) da empresa mas sem nunca por em causa o rigor e a completa 43
adaptação às necessidades reais da empresa.

Toda a Organização/Estrutura se baseia nos princípios científicos defendidos pelos


conhecidos Taylor, Fayol e Ford.
Vejamos alguns desses princípios:

FAYOL
Dividiu o conjunto das operações de toda a empresa em seis grupos:
- Operações Técnicas: Produção, Fabricação, Transformação.
- Operações Comerciais: Compras, Vendas, Trocas.
- Operações Financeiras: Procura e gestão de capitais financeiros.
- Operações de Segurança: Protecção de pessoas e bens relacionados com a
empresa.
- Operações de Contabilidade: Tudo o que está relacionado com os registos e
análise das alterações patrimoniais verificadas.
- Operações Administrativas: Previsão, Organização, Coordenação e Controlo de
todas as actividades relacionadas com a empresa.

Fayol deu especial atenção às Operações Administrativas. Neste contexto enunciou, como
imprescindíveis, os seguintes princípios de organização:
Divisão do Trabalho - Este princípio é antiquíssimo mas tem evoluído ao longo da
História de acordo com a evolução das tecnologias
produtivas. Assim da divisão natural do trabalho baseada no sexo e na idade, passou-se à
divisão social do trabalho baseada nas profissões e ofícios que cada um desempenhava até
chegar à atual divisão técnica do trabalho que surgiu com a Revolução Industrial e se tem
aperfeiçoado ao longo dos tempos (hoje também se fala da divisão internacional do trabalho
como consequência de todo o processo de globalização que temos vindo a assistir).
A divisão técnica do trabalho consiste na divisão de toda a actividade produtiva em
operações específicas e normalmente fáceis de executar que são levadas a cabo por operários
especializados nessa tarefa. A divisão técnica do trabalho permite: - Aumentar a produção;
- Economizar e reduzir os esforços;
- Reduzir substancialmente os custos de produção.
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A divisão Técnica do Trabalho pode ser feita horizontalmente ou verticalmente.
A divisão horizontal consiste em parcelar cada trabalho em partes complementares sendo
cada uma desempenhada por um operário. Assim é normal um deles iniciar o trabalho que vai
passando por vários outros que acrescentam uma ou mais partes até chegar a um último que o
completa.
A divisão vertical do trabalho consiste na decomposição ou subdivisão de certas tarefas
tornando mais simples e menos complexas as atribuições de cada órgão ou entidade. Exº As
tarefas governativas do 1º Ministro são subdivididas pelos diferentes Ministros que por sua vez as
decompõem por vários Secretários de Estado e estes, por sua vez, frequentemente por
Subsecretários de Estado. 44

Perigos da Divisão do Trabalho


Apesar das vantagens que apresenta, a divisão técnica do trabalho não deixa de apresentar
também certos inconvenientes e perigos. A execução contínua e continuada das mesmas tarefas
provoca o enfraquecimento das capacidades intelectuais, da originalidade, do sentido crítico, do
poder de invenção e espírito de iniciativa do trabalhador, conduzindo, frequentemente, ao seu
EMBRUTECIMENTO.
Como o trabalho decorre mecanizado, monótono, repetindo operações durante horas
consecutivas faz com que o trabalhador seja pouco mais que um apêndice da máquina que
trabalha com energia muscular humana. Destes aspectos resulta o cansaço físico e psicológico do
trabalhador dando origem à doença "dos nossos tempos" - O STRESS.
Outro perigo importante é a CRISTALIZAÇÃO PROFISSIONAL. Um trabalhador que
durante vários anos desempenha sempre a mesma tarefa repetitiva, caso tenha necessidade, terá
muita dificuldade em aprender e adaptar-se a outra tarefa ou profissão. Nos nossos dias com a
constante evolução tecnológica e necessidade de reconversão industrial estes aspectos assumem
cada vez mais importância. São frequentes e numerosos os trabalhadores com mais de 40 anos
que por falência ou reconversão tecnológica da empresa onde trabalharam durante vários anos
ficam sem emprego e têm imensas dificuldades em conseguir um novo emprego e a adaptar-se a
ele, caso o consigam.

Hierarquia - A hierarquia constitui, para Fayol, a série de chefes compreendida entre a


autoridade superior e os agentes inferiores. Com a aplicação do princípio da hierarquia vai
decorrer que as diversas partes que compõem a estrutura da organização estejam ordenadas por
planos ou níveis, semelhantes aos degraus de uma pirâmide. Estes níveis hierárquicos estão
relacionados entre si e submetidos uns aos outros, de forma a existir uma subordinação completa
desde a base até ao cume da pirâmide.

Autoridade - A autoridade é a condição indispensável ao funcionamento da hierarquia.


Fayol define-a como o direito de mandar e o poder de se fazer obedecer. O estabelecimento da via
hierárquica implica que cada chefe tenha poder directivo e decisório.

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Unidade de Mando - Fayol define este princípio dizendo que para a execução de um acto
qualquer, um agente deve receber ordens de um só chefe. Assim, segundo Fayol, é necessário
dividir e separar os poderes donde implica a necessidade de:
- Estabelecer claramente a linha hierárquica;
- Determinar, rigorosamente, a área de competências de cada posto ou unidade de
mando;
- Respeitar escrupulosamente os campos de autoridade dos distintos postos de
mando;
- Informar, completamente, cada funcionário sobre quem é o seu chefe imediato.
45
Inconvenientes da Unidade de Mando
A Unidade de Mando, obriga, por exemplo, o Chefe de Equipa de uma oficina, que é
responsável pelo andamento do trabalho, a satisfazer múltiplos requisitos que só estão ao alcance
de um verdadeiro "Superhomem". Vejamos, este chefe tem que:
- Ser bom mecânico;
- Ler facilmente os desenhos e ter imaginação para descobrir o processo de os representar;
- Preparar o trabalho e assegurar que os operários disponham dos equipamentos e das
ferramentas convenientes;
- Assegurar a boa utilização das ferramentas;
- Inspeccionar a limpeza e o estado de cada máquina;
- Vigiar a tarefa de cada operário, a fim de produzir um trabalho com a qualidade
pretendida;
- Verificar se os operários, dispostos segundo as suas ordens, trabalham de maneira rápida
e contínua;
- Planear todo o trabalho, assegurando o processamento das peças em cada máquina pela
ordem por si pretendida;
- Supervisionar o tempo demorado e fixar o preço das peças feitas;
- Exercer autoridade nos operários e corrigir os salários.

É por ser praticamente impossível aplicar a Unidade de Mando que Taylor a vai contestar e
contrapor a este o princípio da Especialização de que falaremos mais adiante.

Outros princípios defendidos por Fayol foram:


- Subordinação do interesse particular ao interesse geral;
- Remuneração adequada do pessoal;
- Estabilidade do pessoal;
- Iniciativa.

TAYLOR
Taylor estudou o trabalho dos operários com vista à sua metodização e modernização e
considerou os seguintes princípios:
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- Promoção da investigação científica na empresa;
- Selecção e preparação dos trabalhadores para a realização do trabalho no qual revelem
mais aptidão, capacidade e tendência;
- Cooperação e colaboração entre a direcção e os trabalhadores;
- Distribuição do trabalho por vários serviços, de acordo com o princípio da
Especialização.

A especialização pode ser entendida como a concentração do esforço num campo restrito
de actividades e, normalmente, é considerada uma consequência da divisão do trabalho.
A necessidade de especialização é incontestável nos nossos dias, constituindo disso prova
significativa as exigências que são enumeradas para a admissão de indivíduos numa organização. 46
Outro exemplo significativo são as constantes e continuadas subdivisões e especializações dentro
das diferentes ciências. Por exº: - Os diferentes e crescentes ramos da Medicina;
- O constante "nascimento" de novas Ciências Sociais;
- A crescente especialização dos advogados;
- Etc. .

FORD
Henry Ford, o fundador da Fábrica de automóveis Ford, enunciou os seguintes princípios de
organização:
- Produção em série;
- Produtividade máxima - A capacidade produtiva de cada trabalhador deve crescer
continuamente;
- Intensificação - A produção em série provocará um aumento do ritmo de produção com a
diminuição progressiva do tempo de fabrico;
- Economicidade - O aumento da produtividade do trabalho leva, necessariamente, à
diminuição dos custos de produção.

Segundo FORD, a produção em série, que foi o seu grande contributo, exige:
- A identificação das operações que se repetem;
- A aglutinação das operações, sempre que possível;
- A sua realização, numa sequência tal que permita, por um lado, o mínimo tempo de
fabrico e, por outro lado, a proximidade cada vez maior do produto em fabricação com o produto
acabado.
ESTRUTURA DA EMPRESA
Entende-se por estrutura as relações existentes entre os vários órgãos da empresa e,
também, as ligações hierárquicas que se verificam entre os chefes que se encontram em níveis
hierárquicos diferentes.
A empresa deve reunir e relacionar os seus órgãos de uma forma coerente.
A estrutura empresarial deve procurar que os seus componentes se encontrem
devidamente articulados, não permitindo a confusão mas gozando, no entanto, da flexibilidade
necessária para que a empresa possa evoluir.
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Para definir a estrutura adequada a cada empresa é necessário determinar:
- O que irá produzir?
- Qual o local de instalação que mais lhe convém?
- Onde se irá abastecer?
- Como irá satisfazer os seus Clientes?
- Quantos serão os órgãos e funções a criar?
- Qual a sua dimensão?
- Como fazer a articulação entre os serviços criados?
- Quantos centros de decisão vão funcionar?
- Qual a qualidade do pessoal? 47
Depois de ter respostas a estas e, eventualmente, outras questões começam-se a definir as
ligações entre os diferentes órgãos da empresa entretanto criados.
Estas ligações podem ser de vários tipos:
1ª - Ligações de Autoridade
a) - Ligações Hierárquicas;
b) - Ligações Funcionais;
c) - Ligações de "Estado Maior";
2ª - Ligações de Controlo;
3ª - Ligações de Representação;
4ª - Ligações de Cooperação.

1ª a) Ligações Hierárquicas - Ligações que têm de ser aceites por todos os membros da
empresa e que se encontram fixadas em regulamentos de carácter interno. A sua representação
faz-se por linhas verticais que vão desde o 1º nível hierárquico (o topo - normalmente, Diretor
Geral) até à base que são os executantes que têm por missão obedecer às ordens diretivas.
b) Ligações Funcionais - Ligações em que a autoridade é indireta e a responsabilidade é
especializada. Há, assim, serviços funcionais que têm uma hierarquia autónoma dentro da sua
própria organização.
São os serviços funcionais que preparam as decisões dos dirigentes e que fazem a previsão
do desenvolvimento das atividades que mais tarde serão realizadas.

c) Ligações de "Estado Maior" - Estas ligações têm uma autoridade delegada, visto que
não intervêm em seu próprio nome, mas sim em representação da direcção ou da gestão. É o
exemplo dos secretariados de direcção que dão as ordens em representação da direcção.
As pessoas escolhidas para este cargo não podem ser autoritárias, mas boas diplomatas,
não podendo em caso algum considerarem-se elas próprias os dirigentes.

2 - Ligações de controlo - Distinguem-se das hierárquicas porque os inspectores ou


controladores não têm poderes de comando.

3 - Ligações de representação - Verificam-se entre os representantes dos trabalhadores


da empresa e a direcção. Exº: Ligações entre os representantes dos sindicatos e os representantes
da direção para resolver problemas relativos, por exemplo, a obras sociais, horários de trabalho,
etc.
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4 - Ligações de cooperação - São as diferentes e diversas relações que se estabelecem
sempre que há trabalho de equipa ou quando existem relações amigáveis dentro ou fora do
horário de trabalho.
TIPOS DE ESTRUTURA
Cada empresa, de acordo com a sua filosofia de organização e com as suas características
específicas, opta por um dos vários tipos existentes de estrutura. Estes diferentes tipos são:

48
É o chamado "Negócio de um só Homem".

VANTAGENS DESVANTAGENS
- O empresário gere o negócio com o - A empresa está ligada ao empresário
maior interesse pois só ele beneficia dos ficando seriamente afectada com a doença ou
lucros. a morte deste.

- A sua actividade é praticada com - Tem um campo de acção muito limitado,


perfeita independência podendo materializar pois depende da capacidade de trabalho e de
todos os seus "sonhos" mesmo os mais inteligência de um só indivíduo.
arriscados.

ESTRUTURA LINEAR
Foi defendida por Fayol (baseada nas instituições militares). Verifica-se que:
- É confiada ao nível mais alto da hierarquia toda a decisão complexa.
- É ao director que compete tomar decisões e responsabilizar-se pela execução das
mesmas.
- Existe o agrupamento das células de trabalho em grandes funções (Produção;
Comercialização; Financeira, etc..)
- A ligação entre os chefes e os subordinados é de tipo hierárquico.
- Existe unidade de mando.
- Está centralizada no topo a tomada de decisões.
- É reduzido o número de níveis de mando.
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VANTAGENS DESVANTAGENS
- A direcção goza de grande autoridade. - Um só indivíduo é responsável por
- A autoridade hierárquica é perfeitamente todo o funcionamento da empresa.
evidente o que facilita a comunicação. - A colaboração entre os diferentes
- As actividades apresentam uma coordenação serviços é difícil, o que põe em causa o
perfeita. desenvolvimento da empresa.
- A disciplina mantém-se com facilidade já que as - Grande dependência dos quadros face
responsabilidades estão bem definidas. à Direcção. 49
- As decisões podem ser tomadas rapidamente.

ESTRUTURA FUNCIONAL
Foi defendida por Taylor e assenta em:
- Especialização das funções.
- Falta de unidade de mando.
- Competência especializada de comando, havendo em cada escalão hierárquico
vários chefes especializados que dirigem os subordinados, os quais recebem ordens de todos ao
mesmo tempo - Princípio de AUTORIDADE NA ESPECIALIDADE.

VANTAGENS DESVANTAGENS
- Facilidade de especialização. - Acção disciplinar muito dificultada.
- Simplicidade no sistema global de - Dificuldade por parte dos executantes em
controlo. saber onde acaba e começa a competência dos
- Separação nítida entre o trabalho chefes, o que requer um elevado grau de
mental e de execução. compreensão.
- Máxima divisão do trabalho. - Necessidade de um trabalho prévio de
- Facilidade de encontrar especialistas coordenação entre os diversos chefes especialistas
para o desempenho das diversas tarefas para procurarem evitar conflitos de autoridade.
especializadas.

ESTRUTURA LINEAR COM ÓRGÃOS DE APOIO (LINE & STAFF)

Nesta estrutura, existem os serviços hierárquicos próprios da estrutura Linear, aos quais
compete a tomada de decisões e a execução do trabalho (LINE) e existem serviços funcionais -
órgãos de apoio (STAFF) que têm por obrigação preparar as decisões, reunir e tratar as
informações.

Características:
- Os quadros hierárquicos têm a responsabilidade de comando.

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- Os quadros funcionais têm a responsabilidade das previsões e do controlo (órgãos de
apoio).
- As células de trabalho distinguem-se perfeitamente, verificando-se a distinção entre os
que agem - LINE - e os que se agrupam em serviços especializados - STAFF.
- A competência e a pesquisa da perfeição técnica gozam da prioridade.

Nota: Chama-se célula elementar de trabalho à parte de uma empresa que se compõe de
um homem ou de um grupo de homens cuja actividade se caracteriza por:
a) - Uma função a preencher.
b) - Uma técnica a executar. 50
c) - Uma quantidade de trabalho realizado - determinada pela competência e
rendimento.

VANTAGENS DESVANTAGENS
- As decisões são - Os serviços podem ser muito numerosos o que torna a estrutura bastante
preparadas por dispendiosa.
especialistas. - As comunicações tornam-se mais lentas que na estrutura Linear já que,
- As técnicas são muitas vezes, é necessário consultar o Staff.
diversificadas. - As funções hierárquicas (Line) podem confundir-se com as funcionais
- Os escalões (Staff).
hierárquicos existem em - Os subordinados frequentemente acabam por reconhecer maior
menor número do que competência nos orgãos de apoio (Staff) o que pode originar tentativas de
na simples estrutura usurpar o poder do chefe hierárquico (Line) por parte dos Staff.
Linear. - Os chefes hierárquicos, muitas vezes, para fazer vincar o seu poder
- As responsabilidades tomam decisões sem consultar o Staff.
são facilmente - O Staff pode negligenciar a sua acção se verificar que o seu trabalho não
evidenciadas. é reconhecido nem levado em linha de conta.

ESTRUTURA DESCENTRALIZADA POR DIVISÕES (descentralização


funcional) ou ESTRUTURA DIVISIONAL
Este tipo de estrutura pratica-se principalmente nas empresas de grande dimensão e em
particular na General Motors.
A empresa é dividida em secções mais ou menos autónomas, tendo cada uma dessas
secções a sua organização, os seus quadros e algumas vezes até o seu próprio financiamento.
Na prática é como criar várias empresas médias dentro da mesma unidade, estando as
chefias mais próximas e mais em contacto com a execução.

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VANTAGENS DESVANTAGENS
- Provoca o desenvolvimento da empresa. - Requer maior número de quadros superiores.
- Torna possível a diversificação de tarefas. - Exige que a direcção seja muito forte.
- Motiva os quadros superiores. - Implica uma diluição de autoridade, o que leva a
- Patenteia as responsabilidades. uma diluição de responsabilidades.
- Reduz o número de escalões hierárquicos.

Existe, ainda, a chamada ESTRUTURA MATRICIAL que é pouco utilizada e


consequentemente não justifica ocuparmo-nos dela. 51
ORGANIGRAMAS
Um organigrama é a representação gráfica da estrutura hierárquica de uma organização,
no qual estão representados, ao mesmo tempo, os diversos órgãos que a compõem e as suas
respectivas relações.
TIPOS DE ORGANIGRAMAS
CLÁSSICO - Os órgãos ou os seus elementos apresentam-se representados por
rectângulos e as relações entre eles por linhas.
Exº:
D ire c ç ã o - Ge ra l

D . Pro d uç ã o D . C o me rc . D . A d min. D . Pe s s o a l

M ét. Fab r. Co nt. Qual. Co ntab . Financeira

CIRCULAR - A estrutura da empresa é representada graficamente por meio de círculos


concêntricos, representando cada círculo um nível hierárquico.
Exº:
D i re c .
D i re c ç ã o
C o m.
Pro d .
D i re c ç ã o

D i re c . G e ra l
de
D i re c .
Pe s s o a l A d m.

EM DIAGONAL - É semelhante ao tipo clássico mas com uma distribuição em


diagonal.

Dr. Álvaro Rodrigues TTG Módulo 11


Agrupamento de Escolas de Penacova
Ano Letivo 2015/2016
Exº:
D ire c t . Ge ra l

D ir. Pro d uç ã o D ir. C o me rc ia l D ir. A d minis t ra t iv a D ir. Pe s s o a l

M ét. Fab ric. Co ntr. Qual. Co ntab il. Financeira 52

EM BARRAS - Os órgãos encontram-se representados por Barras horizontais em que as


barras que se encontram situadas mais à esquerda significam uma mais elevada posição
hierárquica do respectivo órgão.
Exº:
Direcção Geral
Direcção de Produção
Métodos de Fabricação
Controlo de Qualidade
Direcção Comercial
Direcção Administrativa
Contabilidade
Financeira
Direcção de Pessoal

Os ORGANIGRAMAS podem ser substituídos por uma outra forma de representação da


estrutura a que chamamos LISTOGRAMA. Vejamos um ex.º:

1000 Direcção Geral


1100 Direcção de Produção
1110 Métodos de Fabricação
1120 Controlo de Qualidade
1200 Direcção Comercial
1300 Direcção Administrativa
1310 Contabilidade
1320 Financeira
1400 Direcção de Pessoal

Dr. Álvaro Rodrigues TTG Módulo 11

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