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INSTITUTO SUPERIOR DE GESTÃO, COMERCIO E FINANÇAS

FACULDADE DE ADMINISTRACAO E GESTAO


CENTRO DE ENSINO A DISTANCIA

Esmael Albertino Suleimane

Tema

Evolução do comércio e evolução da Moeda em Moçambique

Nampula, 2023

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INSTITUTO SUPERIOR DE GESTÃO, COMERCIO E FINANÇAS
FACULDADE DE ADMINISTRACAO E GESTAO
CENTRO DE ENSINO A DISTANCIA

Esmael Albertino Suleimane

Tema

Evolução do comércio e evolução da Moeda em Moçambique

Trabalho individual de carácter avaliativo,


exigência do modulo de técnica de comercio, curso
de licenciatura em Administração publica, comercio
e finanças

Nampula, 2023

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Índice
Introdução........................................................................................................................................4

1. Evolução do comércio..............................................................................................................5

1.1. Origem do comércio.............................................................................................................5

1.1.1. Na Antiguidade.................................................................................................................5

1.1.2. Evolução do comércio na Antiguidade.............................................................................6

1.1.3. O surgimento da moeda....................................................................................................6

1.1.4. Povo fenício......................................................................................................................7

1.1.5. Chineses............................................................................................................................7

1.2. Idade Média..........................................................................................................................7

1.3. Idade Moderna......................................................................................................................8

1.4. Evolução do Comércio com a Revolução industrial.............................................................9

2. Evolucao da moeda em Mocambique......................................................................................9

2.1. Conversão para moeda de Moçambique.............................................................................10

Conclusão......................................................................................................................................12

BIBLIOGRAFIA...........................................................................................................................13

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Introdução

Nos primeiros tempos da humanidade, o homem teve que caçar, colectar os alimentos e refugiar-
se em cavernas para satisfazer as suas necessidades básicas, ou seja, o homem primitivo lutava
pela sua sobrevivência. Posteriormente, surgiu a família, e a organização social deu seus
primeiros passos, formando organizações mais amplas, com sistemas de governos apropriados
para a época. Com a evolução do grupo humano, havia razões para encontrar novas necessidades
de satisfação pessoal, como alimentação, moradia, vestuário, etc., originalmente os produtos da
caça e pesca serviram de forma exclusiva para a alimentação de um núcleo humano, o que mais
tarde passou a gerar um excedente que tinha a finalidade de suportar tempos de escassez. O
desenvolvimento do comércio é responsável por muitas transformações nas cidades, como a
configuração do tecido urbano, destinado a facilitar a circulação e a troca de mercadorias. Desta
forma se estabelece uma sociabilidade fomentada pelo contacto entre o comerciante e o
comprador, portanto, o comércio tem um carácter social a troca só se realiza porque existe a
necessidade ou o desejo pelo bem, levando, assim, à busca de uma real satisfação quando a troca
se conclui.

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1. Evolução do comércio

De acordo com Debord, Guy. (2006) Comércio é um processo de compra e venda de produtos
comerciais, ou então troca de mercadorias que de forma relacional se aproxima com o negócio.
Portanto, é o mesmo que permuta, compra e venda de bens e serviços.

O comércio é uma actividade humana presente em qualquer sociedade, tendo evoluído junto
com as próprias civilizações. Contudo, a actividade comercial não existiu desde sempre ela teve
origens e atravessou mudanças até chegar ao que conhecemos hoje.

Assim, o comércio é uma actividade muito antiga, que vem junto com o homem desde suas
primeiras organizações sociais, e, portanto, fez aparecer aspectos que deram condições para o
desenvolvimento de habilidades comerciais que buscam influenciar o comportamento humano no
que se refere ao seu envolvimento com a troca de bens, a busca por artefatos e objetos que
satisfaçam as suas necessidades, sejam elas primárias ou não, antes mesmo do uso do dinheiro,
até a sua expansão para além do mundo asiático, conquistando outras fronteiras através das
caravanas e navegações (BERMAN, M. 1986)

1.1. Origem do comércio


1.1.1. Na Antiguidade

Primeiramente, as tribos humanas eram nómades. Viviam sobretudo do que caçavam, pescavam
e colectavam na natureza. Uma vez que os recursos se tornavam mais escassos seja pelo próprio
consumo ou pelas estações do ano, o homem mudava de lugar.

Com a Revolução Agrícola, os seres humanos não tinham mais necessidade de migrar com tanta
frequência. Grupos e tribos se instalavam em regiões mais férteis, ao redor de rios, lagos ou em
planícies de terras mais ricas, e viviam ainda da caça e pesca, mas também plantavam aquilo que
consumiam – formando as primeiras aldeias.

Com o tempo, especialmente em determinadas épocas do ano, a produção agrícola e


posteriormente de produtos animais, com a pecuária por vezes começava a superar o que a
própria aldeia precisava consumir. Nesse ponto, surgiram as primeiras relações “comerciais”
entre aldeias e tribos, trocando esses excedentes. Surgia o comércio.

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Inicialmente, não havia uma unidade monetária. O comércio surge como uma simples troca, e há
uma palavra para isso: escambo. Uma aldeia tinha arroz em excesso, então trocava por leite, com
outra aldeia cujo gado havia produzido leite demais.

1.1.2. Evolução do comércio na Antiguidade

Com o tempo, as trocas comerciais aumentaram e diversos povos passaram a praticá-las. Mais
tarde, quando o trabalho com os metais passou a ser feito, no período da Idade dos Metais,
ferramentas e objectos feitos por artesão passaram a fazer parte dessa troca. Ou seja, os
artefactos produzidos pelo homem também possuíam valor, assim como um preâmbulo da
propriedade casas, tendas e cabanas também podiam ser trocadas.

A antiguidade ainda viu aparecerem os primeiro “caixeiros viajantes” – comerciantes e aldeões


que atravessavam longas distâncias para trocar um produto específico por outro.

1.1.3. O surgimento da moeda

A moeda, como conhecemos, surgiu dessa necessidade. Com o tempo, a humanidade percebeu
que viajar dezenas de quilômetros com centenas de quilos de trigo, por exemplo, era algo pouco
viável. Contudo, se pudessem associar o valor desse trigo a algo “portátil”, as viagens ficariam
mais fáceis.

Fig. 1. Moedas

Do mesmo modo, nessa época surge também o conceito arcaico de um contrato ou título – ou
seja, determinada aldeia pagava um valor em metais, por exemplo, e com isso garantia uma
promessa de que uma quantidade específica de trigo seria entregue.

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As moedas como as conhecemos actualmente, com peso e tamanho exactos e cunhadas,
passaram a ser produzidas somente por volta de 2600 anos atrás, embora algumas civilizações
antes disso utilizassem bens mais valiosos como forma de troca “portátil”.

1.1.4. Povo fenício

Mas o comércio como o conhecemos surgiu por interferência de um povo da antiguidade – o


povo fenício, que viveu na região do actual Líbano, no Oriente Médio, e que foi responsável pelo
comércio entre vários povos ao longo do Mar Mediterrâneo. Os fenícios ocupavam uma área
onde a agricultura não gerava grandes frutos. Contudo, tinham acesso a materiais que
dificilmente podiam ser encontrados em outras áreas do Mediterrâneo. Exímios navegadores, os
fenícios estabeleceram “missões” ou portos comerciais em diversos pontos do mar, e efectuavam
o comércio e o escambo entre civilizações.

Segundo Marx, (1984, p.85), As técnicas dos fenícios eram tão sofisticadas que eles, já um
milénio antes de Cristo, realizavam operações comerciais para terceiros ou seja, levavam
produtos de uma civilização para outra, auferindo parte dos resultados da troca.

A vocação comercial dos fenícios os levou a desenvolver embarcações que modificariam a


história e uma das primeiras línguas e alfabetos simplificados. Números e mensagens fenícias
podiam ser aprendidas com facilidade por comerciantes de outros povos.

1.1.5. Chineses

Além dos fenícios, outros que também se destacaram na Antiguidade e realizaram trocas
comerciais foram os chineses. Um dos seus produtos que mais chamava a atenção de outros
povos era a seda.

Os chineses foram os primeiros a desenvolver grandes rotas comerciais por terra. A famosa Rota
da Seda seria utilizada por toda a antiguidade, até quase a época das grandes navegações. Muito
antes de portugueses e espanhóis se tornarem os grandes comerciantes do mundo, chineses
vendiam seda e outros produtos para toda a Europa, Oriente Médio e África.

1.2. Idade Média

Na Idade média o comércio era feito em feiras e praças de mercado, lá se promoviam


espetáculos, havia uma vida social intensa, e tudo era entre si atrelado. No transcorrer das

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semanas, nas feiras, vendiam-se artigos como tecidos, vinhos, cereais, sendo que os alimentos
eram o que predominava. De acordo com Aleixo:

No século XIII, as feiras já tinham escala inter-regional e internacional. As


regiões da Itália e Flandes polarizaram o comércio europeu; os italianos com o
mar Mediterrâneo ao sul e o comércio de especiarias, tapetes, sedas, porcelanas,
veludos, marfim, corantes, essências, etc., e os flamengos, pelo controle
estratégico do tráfego do mar Báltico e do mar do Norte, com madeira, ferro,
estanho, pescados, pele e mel. Além dessas mercadorias, as duas regiões
produziam e exportavam tecidos de alta qualidade para toda a Europa.
(ALEIXO, 2005, p. 14),

Todavia, todo este comércio ininterrupto tinha um elemento importante, as feiras. Além dos
mercados locais, rurais e urbanos, que distribuíam os produtos da região numa área limitada, as
feiras eram importantes centros comerciais. De maneira geral, elas resultaram da ampliação das
actividades de mercados existentes há tempos e que se desenvolveram por influência da
intensificação comercial após o século XI. Assim, os séculos XII e XIII constituíram o período
áureo das feiras, sobretudo como aglutinadoras da produção de determinado território ou elo
entre zonas economicamente complementares (AUGÉ, M, 1992).

Na Idade Média havia feiras relativamente importantes, que se internacionalizaram após meados
do século XII com a presença cada vez mais constante de mercadores flamengos e italianos.
Assim, o desenvolvimento das feiras contribuiu para a intensificação da vida urbana, e as cidades
ganharam posição decisiva e definitiva em todos os aspectos. Muitas outras cidades foram palco
de feiras que roubavam o esplendor daquela de Campagne, como a de Genebra, Lião e,
posteriormente, Antuérpia. No entanto, nenhuma delas desempenhou o papel verdadeiramente
imenso que pertencera às feiras de Champagne. (VARGAS, 2001, p. 147).

1.3. Idade Moderna

A partir da Revolução Industrial, o comércio adquire outro aspecto, pois novas necessidades
surgem, fazendo com que as dimensões dos estabelecimentos comerciais aumentassem e se
diversificassem dentro de um contexto mais urbano, para atender a demanda de uma sociedade
industrial que nascia. A oferta de produtos ascende expressivamente buscando espaço para a
distribuição.

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A imediata consequência da divisão do trabalho entre as diferentes cidades foi o nascimento das
manufacturas, ramos da produção que escapavam dos limites do sistema corporativo. O primeiro
florescimento das manufaturas na Itália e mais tarde em Flandres – teve como seu pressuposto
histórico o comércio com nações estrangeiras. (MARX, 1984, p.85).

Como foi revelado por Marx, o comércio entre as cidades estendeu o alcance das forças
produtivas e permitiu, portanto, a divulgação dos inventos nascidos em cidades distantes umas
das outras, até mesmo entre países diferentes

1.4. Evolução do Comércio com a Revolução industrial

A actividade comercial resulta da incapacidade do homem ser auto-suficiente no tocante à


satisfação das suas necessidades. Quando não conseguia produzi-lo, o homem trocava um
produto que possuía em excesso pelo produto que necessitava, criando assim um sistema de
trocas directas. Com a introdução da moeda, a possibilidade do alargamento das trocas tornou-se
maior, sendo este sistema de trocas (trocas directas) substituído pela actividade comercial – a
moeda passou a ser um instrumento de troca e de medida dos valores dos produtos (Munguambe,
1987:117)

A Revolução Industrial iniciada na Inglaterra veio estimular o comércio internacional, com


enormes vantagens para a Europa e particularmente para a Inglaterra. As trocas mundiais tiveram
uma aceleração muito significativa após a II Guerra Mundial e foi estimulada pela liberalização
dos mercados proporcionada pelos acordos do GATT (Acordo Geral sobre tarifas e comércio ou
General Agreement on Tariffs and Trade) em 1947, pelos movimentos de integração económica
europeus, pela dispersão espacial da produção facilitada pelos progressos dos meios de
transporte, explosão demográfica e a melhoria do nível de vida, entre outros factores.

2. Evolucao da moeda em Mocambique

Moçambique, devido a sua localização geográfica privilegiada tem muito comércio de trânsito,
pois passam mercadorias oriundas do Zimbábwè, Swazilândia, África do Sul, Malawi, Zâmbia,
Zaire. As mercadorias de regime de trânsito internacional gozam de muitas facilidades
alfandegárias, ou seja, não pagam direitos aduaneiros do tipo dos que incidem sobre as
mercadorias importadas (MUNGUAMBE 1987:117ss)

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O primeiro metical ficou em vigor até o ano de 2006. No entanto, em poucos anos de circulação,
a moeda atingiu a hiperinflação, sendo considerada o dinheiro mais desvalorizado do mundo até
agosto de 2005.

Por conta disto, em 1º de Julho de 2006, o Governo de Moçambique reformulou o metical, sendo
o segundo metical, a nova moeda do país africano.

Novas cédulas e moedas foram cunhadas e introduzidas na economia, do mesmo modo que o
ISO 4217, padrão internacional que define códigos de três letras para as moedas correntes
estabelecido pela Organização Internacional para Padronização, foi trocado de MZM para MZN.

O símbolo oficial do metical também foi substituído de MT para MTn, contudo a sua utilização
não se tornou popular entre os moçambicanos. Os primeiros meticais continuaram aceitos pelo
Banco de Moçambique por um período de seis anos, até 31 de Dezembro de 2012.

Além disso, as cédulas de metical possuem elementos de identificação da denominação de cada


nota em talhe detectável ao tato para facilitar a percepção por parte de pessoas com deficiência
visual (HARVEY, D, 2007)

2.1. Conversão para moeda de Moçambique

A conversão da moeda de qualquer, também popularmente conhecida como taxa de câmbio,


funciona de modo simples, tendo o custo de uma moeda comparado a de outra. Essa conversão é
fundamental para saber o quanto de dinheiro levar para o país de destino, assim como para
determinar se o valor que a pessoa possui será suficiente para a viagem (Aleixo, C 2005).

Atualmente, 1 metical está valendo o equivalente a cerca de 0,0811 de real. Deste modo, com
1,00 real brasileiro é possível adquirir 12,338758 meticais de Moçambique. Já quando
comparado ao dólar americano 1 MZN equivale a 0,0156569 USD, ou seja, 1,00 dólar dos EUA
é igual a 63,86953 meticais moçambicanos.

Com o avanço das tecnologias digitais, nos dias de hoje é possível fazer de modo fácil e rápido a
conversão de moedas de forma online por meio de um smartphone ou computador.

Em muitas situações, essa agilidade na conversão é importante para adquirir a moeda desejada
no melhor momento, uma vez que a moeda de um país pode estar sujeita a diversas intervenções

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internas e externas, a exemplo de crises financeiras, liquidez internacional, cenário econômico do
mundo, balança comercial e taxas de juros.

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Conclusão
Nos primeiros tempos da humanidade, o homem teve que caçar, colectar os alimentos e refugiar-
se em cavernas para satisfazer as suas necessidades básicas, ou seja, o homem primitivo lutava
pela sua sobrevivência. Posteriormente, surgiu a família, e a organização social deu seus
primeiros passos, formando organizações mais amplas, com sistemas de governos apropriados
para a época. Com a evolução do grupo humano, havia razões para encontrar novas necessidades
de satisfação pessoal, como alimentação, moradia, vestuário, etc., originalmente os produtos da
caça e pesca serviram de forma exclusiva para a alimentação de um núcleo humano, o que mais
tarde passou a gerar um excedente que tinha a finalidade de suportar tempos de escassez. O
desenvolvimento do comércio é responsável por muitas transformações nas cidades, como a
configuração do tecido urbano, destinado a facilitar a circulação e a troca de mercadorias. Desta
forma se estabelece uma sociabilidade fomentada pelo contacto entre o comerciante e o
comprador, portanto, o comércio tem um carácter social, pois segundo Vargas (2001, p.19) “(...)
a troca só se realiza porque existe a necessidade ou o desejo pelo bem, levando, assim, à busca
de uma real satisfação quando a troca se conclui.” Também se observa que “a actividade
comercial sempre envolve algo mais do que simples ato de comprar e vender e se constitui num
elemento de integração de relações sociais estabelecidas no quotidiano”.

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BIBLIOGRAFIA
Aleixo, C (2005). Edifícios e galerias comerciais: arquitetura e comércio na cidade de São Paulo,
anos 50 e 60. São Carlos: Dissertação de Mestrado em Arquitetura e Urbanismo da Universidade
de São Paulo.

Munguambe (1987:117) O Comércio retalhista português: Pós-Modernidade, consumidores e


espaço. Lisboa: GEPE

Marx, (1984, p.85). A cidade na história. Suas origens, transformações e perspectivas. 3. ed. São
Paulo: Martins Fontes

Vargas, (2001, p. 147). A cidade e as formas de comércio. IN: CARLOS, Ana Fani Alessandri
(org.). Novos caminhos da geografia. São Paulo:

Augé, M (1992). Não-lugares: introduçao a uma antropologia da supermodernidade. Campinas:


papirus.

Berman, M. (1986) Tudo que é sólido desmancha no ar: a aventura de modernidade. São Paulo:
Companhia das Letras.

Debord, Guy. (2006) A Sociedade do espetáculo. Comentários sobre a sociedade do espetáculo.


Rio de Janeiro: Contraponto.

Gomes, P.C. (2005) Geografia e modernidade. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.

Harvey, David. (2007) Condição pós-moderna. São Paulo: Loyola.

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