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A partir de uma lenda (património Imaterial) procurou-se fortificar o turismo da região em que
esta incide. A próprias comunidades procuram resguardar as lendas sendo um património
material e cultural. Estes elementos podem ser utilizados para aumentar a procura turística de
determinada região.
Conceito de património
Categorização do património
Património natural
- Monumentos naturais (monumento natural das pegadas dos dinossauros em Torres
Vedras)
-Formações geológicas e fisiográficas
-Locais de interesse ou zonas naturais (lagoas, lagos, serras)
Património cultural (associado à intervenção humana e pode ser material ou
Imaterial) Geralmente são artefactos físicos e atributos imateriais de um grupo ou
sociedade que são herdados de gerações passadas, sendo que, são guardados para
benefício das gerações futuras.
1. Material
- Monumentos: Obras arquitetónicas, de escultura ou de pintura, momentos,
elementos de caráter ecológico, inscrições e grutas;
-Conjuntos: grupos de construções isoladas ou reunidos que, pela sua arquitetura,
unidade ou posicionamento relativamente á paisagem possuem um valor
excecional do ponto de vista histórico, científico e artístico;
-Locais de interesse/sítios: obras do homem, ou obras combinadas entre o
homem e a natureza, e as zonas, incluído os locais de interesse arqueológico, com
um valor universal excecional do ponto de vista histórico, estético, etnológico ou
antropológico;
Ou
Classificação alternativa:
2. Imaterial: Ao contrário dos bens materiais, este património não permite ser
descritos pelas suas caraterísticas físicas. Deste modo, o património imaterial são
objetos inaminados.
-Tradições orais e expressões, incluído a língua como vetor do património cultural imaterial:
provérbios, adivinhas, histórias, rimas de embalar, lendas, mitos, canções e poemas épicos,
rezas, cânticos, canções. Estes tipos de tradições transmitem conhecimentos, valores e
memória coletiva e desempenham um papel essencial na energia cultural de uma comunidade
ou grupo. A língua é um vetor do património cultural imaterial e por isso deve ser igualmente
protegida.
-Práticas sociais, rituais e atos festivos: associados a atividades rotineiras que estruturam as
vidas das comunidades e dos grupos e que se afirmam importantes para os indivíduos
reafirmar a sua identidade dos intervenientes enquanto grupo ou comunidade. Estas práticas
são executadas em público ou em privado, podendo estar relacionado com o ciclo de vida dos
indivíduos e dos grupos, com o calendário agrícola ou com outros sistemas temporais.
-Conhecimentos e usos relacionados com a natureza e o universo (sinos, bom tempo/ mau
tempo): incluem o conhecimento, o saber-fazer, as competências, as práticas e as
representações desenvolvidas que perpetuam por comunidade ao longo da sua interação com
o meio ambiente. Estando relacionado com a sabedoria ecológica tradicional, o conhecimento
indígena, hábitos alimentares e crenças. O sino é um património material, mas como
apresenta diversos toques: toque de festividade, toque dos sinais (falecimento). Estes tipos de
toques estão associados a um património Imaterial.
-Técnicas artesanais tradicionais: este domínio surge associado ás competências e os
conhecimentos necessários á produção de um determinado produto artesanal. Procura-se
salvaguardar o artesanato tradicional, sobretudo o saber-fazer e dar a conhecer aos elementos
mais jovens da comunidade. Associado á produção de roupa, joias, trajes, artefactos
necessários aos festivais ou ás artes do espetáculo.
De acordo com a UNESCO, apenas é considerado património cultural imaterial, aquele que seja
compatível com os instrumentos internacionais existentes em matéria de direito do homem,
bem como as exigências de respeito mútuo entre comunidades. Deste modo, atividades
consideradas inaceitáveis por um grande número de pessoas ou que possam gerar polémica,
como, por exemplo, a mutilação genital feminina ou tradições discriminatórias que excluam
determinados grupos com base em critérios como o género ou a etnia não são considerados
património cultural imaterial.
Sítios classificados como mistos: O património pode ter uma natureza mista, podendo haver
elementos que sejam património material e natural: paisagem do Douro- a intervenção
humana na criação dos socalcos. Outro exemplo passa por Ibiza- biodiversidade e cultura; e
Mont Perdu nos Pirenéus.
Aula 14/10/2020
Unesco: Foi fundada em 1945 em londres, como agência especializada das nações Unidas no
âmbito da cultura, ciência e educação. Procura promover a paz e a harmonia entre as nações,
nomeadamente no domínio do património ou salvaguarda do mesmo.
Visitantes
O turismo é feito por turistas, contrariamente aos visitantes que não dormem no local que
visitam e apenas passam lá o dia.
Fado
Dieta mediterrânica
Cante alentejano
Falcoaria
Produção de figurado (bonecos) em barro de Estremoz
Manufatura de Chocalhos Pardalinho, Alcáçovas
Loiça de Bisalhães
Festas de Inverno: Carnaval de Podence
Manufatura de Chocalhos
Processo de manufatura da olaria preta de Bisalhães
Turismo e património cultural imaterial
Identidade e globalização
Tendo em conta o impacto da globalização, Castells (2000, citado por González, 2008)
diferencia entre:
A dança tomou o nome da região e torna-se seu ícone e símbolo identitário. A dança sevilhana
evoluiu a partir das “seguidillas”, uma dança castelhana, do século XV. Mais tarde, foram
combinando com outro tipo de danças de diferentes comunidades.
Património e autenticidade (não se refere apenas a elementos do passado que não foram
evoluindo)
O património imaterial não é apenas autêntico quando as tradições são realizadas por pessoas
locais, dado que o património imaterial pode ser reproduzido por pessoas não locais
mantendo assim a autenticidade.
A autenticidade pode ser vista como a qualidade de ser “autêntico e real” ou “real e genuíno”
Aula 28/10/2020
Serviço;
Experiência;
Especificidades
Recursos turísticos: todos os bens e serviços que, por intermédio da atividade humana,
tornam possível a atividade turística e satisfazem as necessidades da procura (OMT,1978)
Recursos:
Quando um recurso cultural imaterial atrai visitantes, transforma-se em atração, devendo ser
gerido como produto turístico.
O que são atrações de visitantes (ou atrações turísticas)? As atrações são inicialmente
baseadas em recursos e constituem os elementos centrais para o desenvolvimento de um
destino enquanto produto turístico. Deste modo, as atrações turísticas consistem em todos
aqueles elementos do espaço que permitem que os viajantes sejam trazidos para a atração.
Exemplos: Promoção, Transportes, Informação e serviços.
O que é um produto? Um produto é tudo aquilo que possa ser oferecido a um mercado para
satisfazer um desejo ou uma necessidade;
O serviço é um processo que consiste numa série de atividades mais ou menos tangíveis que
normalmente, mas não necessariamente sempre, têm lugar através de interações entre o
cliente e os empregados e/ou recursos físicos ou bens e/ou sistemas do prestador do serviço,
que são fornecidas como soluções para os problemas do cliente.
Intangibilidade: não podem ser vistas ou tocadas porque não tem uma existência
física;
Simultaneidade ou inseparabilidade: produção e consumo ocorrem ao mesmo tempo-
interação direta entre prestador e consumidor;
Heterogeneidade ou variabilidade: num serviço temos vários indivíduos que prestam
o serviço. Devido a esta situação existe um guião que permite que os prestadores
realizem as funções. Deste modo, cada prestação varia em qualidade ao longo do
tempo, dependendo dos: prestadores, consumidores;
Perecibilidade: apenas existem no momento em que são produzidos, porque não são
armazenáveis e as receitas resultantes da sua venda, se esta não se concretizar não é
recuperável. É necessário ter em conta da capacidade do hotel, do museu, da
iniciativa.
O produto turístico é antes de mais uma experiência com significado temporal prolongado,
sendo que começa por vezes a ser preparada com antecedência. Para o turista, o produto
cobre a experiência completa, desde o momento em que sai de casa até que a ela regressa.
Exposição aos serviços é reduzida e intensa: a experiência turística tem uma duração
temporal reduzida e a intensidade da experiência é muito elevada, o que pode originar
qualquer incidente negativo ao ponto de condicionar toda a experiência;
Maior grau de emoção e de irracionalidade no ato da compra: as caraterísticas
psicográficas do consumidor têm um papel decisivo na tomada de decisão;
Local de consumo distante: o local de consumo pode ser distante do lugar de
residência ao ponto de tornar impossibilitada a testagem do produto.
Importância dos canais de distribuição, devido a ser impossibilitada a testagem do
produto, a comunicação protagoniza pelos distribuidores é fundamental.
Maior dependência de serviços complementares, dado que é necessária a intervenção
de entidades prestadoras de serviços para contribuir para o grau de satisfação final.
Produto pessoal- o turismo é um produto totalmente baseado na produção e
consumo simultâneo, enquanto que em muitas indústrias de serviços, como bancos ou
seguradoras não há necessidade de o consumidor visitar pessoalmente o local de
produção.
Participação do visitante no processo de produção da experiência turística- o turista
não é apenas um consumidor passivo, mas um parceiro proativo.
Produto como experiência física e psicológica intensa, dado que vender uma viagem é
como vender um sonho, o que explica o elevado grau de expetativa pela importância
que assume para o turista.
Investimento especulativo no ato de compra, sobretudo aquando a visita é a primeira
vez, o que acaba por envolver um certo risco pelo seu valor elevado por uma utilização
temporária de um ambiente estranho.
Planeamento e Gestão
Componentes de um recurso enquanto produto (Turley,1997)
Processo de planeamento:
Podemos concluir que o turismo contribui para o desenvolvimento sustentável do destino se:
Aula 9/11/2020
O turismo sustentável satisfaz as necessidades presentes dos turistas e das regiões recetoras,
enquanto protege e realça as oportunidades para o futuro. É perspetivado por forma a
conduzir a uma gestão de todos os recursos com vista a que as necessidades económicas,
sociais e estéticas possam ser preenchidas, enquanto se mantêm a integridade cultural, os
processos ecológicos essenciais, a diversidade biológica e os sistemas de suporte da vida.
(OMT,1998)
Conceito central- capacidade de carga: “o número de pessoas que podem usar o sítio sem uma
inaceitável alteração do ambiente físico e sem um inaceitável declínio da qualidade da
experiência vivida pelos visitantes”.
O turismo sustentável está associado a um conflito potencial entre os interesses dos recursos
e dos visitantes. Os consumidores estão mais sensibilizados pelas questões verdes e
sustentabilidade e hoje em dia procura-se novas formas de turismo, com um impacto muito
menor.
Deste modo, como é que se pode permitir que as pessoas visitem e experienciem o património
sem que o mesmo património se degrade tanto ao ponto de perder o seu valor e atratividade
Experiência de visita: autenticidade e cultura pós-moderna
Por vezes a importação de outras tradições pode ameaçar tradições locais: Dia das Bruxas
Aula 11/11/2020
Designações usadas, por vezes, como alternativas: “culinary tourism”, “food tourism”,
“gastronomic tourism”
Designação também comuns: “food and wine tourism”; “Tasting tourism” e “Gourmet
tourism”
Experiência gastronómica
Alimentação e território: Todos os destinos têm um potencial gastronómico, mas é
importante ter produtos gourmet ou sobretudo distintivos para aumentar a atratividade do
destino
Os novos tempos:
Hoje, o turista deseja que a sua vontade e expetativas sejam atendidas, que os produtos e os
serviços sejam diferenciados e procuram essencialmente uma experiência marcante, que o
conduza uma nova experiência sensorial. O turista gastronómico procura diferentes tipos de
experiências.
Pós-modernidade
A experiência gastronómica pode ser uma storytelling dado que procurasse criar uma
narrativa da gastronomia no destino turístico. A valorização da identidade, da singularidade e
da notoriedade.
Aula 18/11/2020
As línguas como Património Cultural Imaterial
A noção de língua é sobretudo institucional, política: na maior parte dos casos são as
fronteiras, e não propriamente fatores de semelhança ou disparidade linguística, que
delimitam duas línguas.