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Prof. Me. Flávio Augusto Carraro
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BONS ESTUDOS!
SUMÁRIO
UNIDADE I....................................................................................................... 4
A Relação do Corpo com o Conforto Ambiental Lumínico
UNIDADE II.................................................................................................... 29
Noções de Física Aplicada ao Conforto Lumínico
UNIDADE III................................................................................................... 50
Consumo Energético e Estratégias
UNIDADE IV................................................................................................... 81
O Projeto Luminotécnico
UNIDADE I
A Relação do Corpo com o
Conforto Ambiental Lumínico
Prof. Me. Flávio Augusto Carraro
Plano de Estudo:
● A luz e o ser humano;
● Definições de Conforto Ambiental e Conforto Lumínico;
● Ciclo-circadiano e a relação com a Luz;
● A iluminação e atividades cognitivas básicas.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar e contextualizar a luz na
evolução da espécie humana;
● Compreender o conceito de iluminação;
● Estabelecer a importância da iluminação na
rotina diária e nas atividades cognitivas básicas.
4
INTRODUÇÃO
FIGURA 1 - SINESTESIA
Como a iluminação é de certo modo influente sobre a condição da visão, pois é por
meio desta que, boa parte das informações chegarão ao cérebro, e este acionará uma série
respostas cognitivas em relação ao meio.
Após esta breve discussão acerca da importância da luz em nossas vidas,
direcionaremos das correlações do corpo humano com a iluminação, e de como ela pode
influir nos nossos hábitos, nossos comportamentos e mesmo nossas reações em relação
ao meio que nos circunda e o ambiente construído.
Fonte: Adaptado de COMO funciona o olho humano. Hospital de olhos Blumenau. Disponível em: https://
hob.med.br/como-funciona-o-olho-humano/ acesso em 02 mar. 2022.
Como podemos perceber, existe por meio de uma condição física do meio, o dispa-
ro de um conjunto de processos biológicos, desta interação da luz com o nosso olho, e que
vai por sua vez influenciar nos processos cognitivos, muitos dos quais serão manifestadas
pela sinestesia de nossos sentidos ao meio. Mas a relação da iluminação com o corpo
humano é mais impactante quando a depender da condição de iluminação do ambiente
também poderemos ter influência sobre processos cognitivos elementares e mesmo sobre
a condição psicológica que se manifestará a depender dos estímulos do meio.
Mas você deve estar perguntando como a iluminação é possível influenciar nos
nossos aspectos fisiológicos e psicológicos?
Voltemos ao nosso homem das cavernas. A simples condição de não possuir o fogo
sendo controlado por ele, e tendo somente a luz do sol e da luz da lua, para o direcionamento
do seu relógio biológico fez com que o corpo do ser humano fosse também se adaptando
na produção dos hormônios para fazer frente as suas atividades diárias de sobrevivência e
necessidades fisiológicas essenciais como por exemplo ao sono.
A cronobiologia refere-se o processo pelo qual os organismos cronometram seu
comportamento e fisiologia para tudo se comporte ritmicamente, tempo biológico, como
acordar, alimentar-se, exercer atividades laborais e de estudo, dormir, entre outros da qual
cada indivíduo irá estabelecer para seus padrões de vida.
Mas a ciência somente foi entender isto mais tarde por meio de um conjunto de
experiências, e somente entendeu como sendo um processo multifatorial a partir de 1960,
neste sentido cabe a seguinte curiosidade sobre o assunto:
Em 1729 – Jean-Jacques D´ortuos de Mairan observa isto por meio das plantas
que se manifestavam em ciclos.
Em 1751 – Carolous Linnaeus – propõe a partir do estudo anterior propõe o conceito
de “horologium florae” (relógio das flores) por meio de sua publicação Phiolosophia botânica.
Isto quer dizer que o homem das cavernas nos condicionou pela evolução humana
por meio da produção dos hormônios como cortisol (hormônio da ação) e a melatonina
(hormônio do sono) a desenvolver determinados padrões fisiológico para sobrevivermos
influenciando aspectos cardiovasculares e respiratórios, termorreguladores e metabólicos
para condições de ação ou para descanso.
Em suma representa a nossa relação com as mudanças físicas do meio e
comportamentais, muitas deles regidas pela luz no ritmo de um dia, e persistem na escuridão
e a depender das condições de iluminação pode ter seu ritmo alterado. Não podemos
descartar que existe correlação direta com a ingestão de alimentos, líquidos entre, perda e
retenção de calor, que fazer parte da nossa base termorreguladora.
Fonte: Adaptado de CICLO Cicardiano: o que é e qual sua relação com a luz azul? Lenscope - São Paulo,
2020. Disponível em: https://lenscope.com.br/blog/ciclo-circadiano-o-que-e-e-qual-sua-relacao-com-a-luz-
-azul/ acesso em: 02 mar. 2022.
Deste modo há uma correlação direta entre a fisiologia do ciclo circadiano com uma
região do cérebro denominada hipotálamo, esta parte do cérebro será ativada por meio da
visão, ou mais especificamente, por meio da retina, através da presença ou ausência da luz.
O fato é que durante milênios o homem recebeu esta herança ancestral, e no atual
estágio de nossa evolução, a iluminação natural embora ainda representativa em nossas
vidas, está fortemente influenciada pelo que iremos chamar de iluminação artificial, ou seja
aquela proveniente de fontes criadas pelo homem.
Hoje em dia temos forte influência não só da iluminação que nossas casas e nossos
trabalhos possuem, mas estamos com uma infinidade de aparelhos eletrônicos que tem
influenciado de maneira não tão benéfica, como o caso dos aparelhos eletrônicos, e a
iluminação emitida por eles tem sidos talvez tenha gerado ainda mais impactos sobre este
ciclo circadiano.
Como vimos existe uma relação direta entre a luz, natural e artificial, nossa visão
e as atividades fisiológicas produzidas pelo corpo, e também a forma como nosso cérebro
irá recepcionar as mensagens que são emitidas pelo meio, e sobretudo a forma como nos
ciclos hormonais vai ser ativados.
Por este motivo é imprescindível que como futuro profissional conheça estas
correlações, e direcione corretamente as decisões no momento do projeto luminotécnico.
Deste modo, dominar assim os parâmetros de iluminação, tomar decisões corretas sobre
e direcionamento para atividades para quais os ambientes estão sendo projetados, poderá
além de conferir ao ambiente maior ou menor nível de conforto, já que, será também
responsável por influenciar os mecanismos fisiológicos de nossa memória ancestral e
coordenar a um certo grau de sinestesia entre o corpo e a iluminação.
Como existe a ação do cérebro, em decorrência do projeto luminotécnico proposto,
é interessante que também levemos em consideração que a iluminação tem influência
direta sobre aspectos psicológicos também, direcionando habilidades cognitivas.
Entenda por habilidade cognitiva, conjunto de faculdades mentais ou mesmo
aptidões obtidas por experiências anteriores, já experienciadas usuário. Como se de uma
maneira ou outra ativássemos aquilo que estava armazenado, ou será ou novo registro, tal
como a memória de um computador, e com isto ativar respostas conscientes e inconscientes,
adequadas ao momento e entorno.
Como visto existe uma correlação entre evolução do ser humano, com o ciclo
circadiano, a condição de presença ou ausência de luz, determina a relação de estímulo-
resposta, e é influente também em aspectos psicológicos que também influirão em todo
nosso processo cognitivo. Agora sabendo disto tente correlacionar o que estudamos até o
momento com os exemplos que daremos a seguir.
Fonte: GALLARDO, C.P. Habilidades cognitivas: o que são, tipos, lista e exemplos. Psicologia-online,
2020. Disponível em: https://br.psicologia-online.com/habilidades-cognitivas-o-que-sao-tipos-lista-e-
exemplos-557.html acesso em: 15 fev. 2022.
Quando está estudando para uma prova ou concurso, e se depara com um tópico
que eventualmente tenha alguma dificuldade. Já parou para pensar como se organiza
para estudar, uma escrivaninha confortável, logo abaixo de uma janela ou com uma luz
direcionada, e um dos motivos disto é que a luz, ao incidir sobre o livro ou apostila, irá criar
um contraste entre a letra e a folha de papel, e por uma questão de definição ao detalhe,
seu cérebro entenderá que esta condição lhe é favorável a memorização.
Outro exemplo, depois de ter estudado a semana inteira, alguns amigos seus lhe
convidam para um encontro em num bar que desconhece, e ao chegar lá, a iluminação,
normalmente trabalhada com aspectos cenográficos diferenciados, e não presente em sua
memória, ativará uma faculdade cognitiva primária e essencial, que é a percepção, e por
meio dela que o cérebro é influenciado, motivando-o a primeiro coletar as informações
e processá-las, de modo a criar a experiência de estar vivendo aquele momento, para
somente num segundo momento buscar por seus amigos.
É comum que em determinados momentos do nosso dia, seja na faculdade ou no
trabalho, que um aula ou um reunião nos obrigue a trabalhar a nossa capacidade cognitiva
chamada atenção, muito disto se dá pela própria importância do conteúdo, mas outra parte
se dá pela condição do próprio ambiente, como uma sala de aula ou sala de reunião, pela
formalidade do mobiliário, mas em muitos caso pela condição de iluminação que foi colocada
ali, que via de regra vai lhe estimular a uma ação concreta, tão logo o assunto esgote-se.
SAIBA MAIS
Fonte: ABADIÉ, V.D.M; BASTOS, I.A; CARVALHO, R.K.A; SANCHES, J.C.M. Análise e adequação do
conforto térmico, acústico e lumínico de duas salas da unemat – campus renê barbour. Universidade
do Estado de Mato Grosso. Disponível em https://revistamdc.files.wordpress.com/2009/07/
victordanielmurilloabadie_cicau.pdf acesso em: 02 mar.2022.
A partir da descoberta do fogo, o homem buscou uma forma de tornar aquilo que era
escuro, mais claro. Até que Thomas Edson inventou a lâmpada elétrica e a iluminação
natural se tornou algo distante da humanidade, tornando a vida muito mais fácil a partir
do momento em que o sol se põe e dá lugar à lua.
Estamos acostumados a viver sob a luz artificial e temos a comodidade de escolher
exatamente a intensidade, cores e formatos da iluminação e, se for pensar em termos
técnicos e até mesmo de saúde, isso é um avanço e tanto para a humanidade. Mas,
pensamos que as lâmpadas e objetos de iluminação não passam disso, iluminadores. É aí
que nos enganamos, pois a luz consegue interferir diretamente em nosso comportamento.
O fato de sermos “manipulados” pela iluminação modifica o nosso humor e intensifica
ações que podemos tomar, sejam elas boas ou ruins. Por esse motivo, é importante
escolher com carinho e atenção toda a iluminação da sua casa, escritório ou empresa. (...)
Fonte: A Iluminação e o Ser humano. EUROLUME BLOG - Iluminando ideias para você. Disponível em:
https://eurolume.wordpress.com/2017/06/02/a-iluminacao-e-o-ser-humano/ acesso em: 02 mar.2022.
O que vimos nesta unidade é que a iluminação, é uma das maneiras pela qual
o organismo se estimula ou entra em repouso, e sobre o qual boa parte dos processos
hormonais acontecem, por meio do ciclo circadiano. O que vemos agora no atual estágio de
evolução da espécie humana é que existem outros estímulos que como projetistas temos
que tomar cuidado, e que as variáveis envolventes nos ambientes de trabalho, de estudo ou
mesmo em nossas casas consigamos atingir uma boa iluminação para o fim que se destina.
São influentes sobre nosso estado psicológico as cores do ambiente, das paredes,
piso, teto, até mesmo os materiais dos quais os móveis são produzidos, e todos eles têm
interação direta com o tipo de iluminação que está no ambiente.
Deste modo a luz como genericamente chamamos é a matéria prima para produção
do conforto lumínico, que teremos a missão, enquanto profissionais entender estas variáveis
humanas que são afetadas para se consiga desenvolver um bom projeto luminotécnico.
A boa iluminação é sempre aquela que amplia o conforto e dota o ambiente aspectos
sensoriais elementares, por isto a arte de iluminar, é essencialmente também a arte de
moldar comportamentos humanos.
O presente artigo mostra que a iluminação pode ser usada como agente biológico
terapêutico fundamental para a vida em nosso planeta. Por meio dele é possível constatar a
relação em dos seres vivos com a energia solar, e depois ficará mais fácil de entender qual a
relação de iluminação com as radiações visíveis, que em essência estão relacionadas a luz.
Segundo a própria autora, entende que efeitos! Da iluminação natural quanto os da iluminação
artificial influenciarão na interação do indivíduo com o ambiente construído. Vargas (2009)
Hoje com as descobertas recentes de um novo sistema sensório no olho que
detecta os efeitos da luz e age na atividade neurocomportamental humana,
procura-se estabelecer parâmetros, no que se refere às relações da arqui-
tetura e da iluminação de ambientes, que impliquem na saúde e bem-estar
dos usuários, envolvendo, ainda, os aspectos da performance e do conforto
visual e da apreciação estética do espaço. (VARGAS, 2009, p.86)
LIVRO
Título: Edifício Ambiental
Autor: Joana Carla Soares Gonçalves e Klaus Bode.
Editora: Editora oficina de textos. 1 edição.
Sinopse: de repetir a narrativa desgastada e superficial do discurso
mercadológico do edifício sustentável, verde ou ecológico, o livro
convida o leitor a uma análise crítica e com fundamentos técnicos
sobre aspectos essenciais do projeto, da avaliação e da ocupação
de edifícios, abordando questões de desempenho, qualidade e
impacto ambiental das edificações.
FILME/VÍDEO
Título: O impacto da iluminação na sua qualidade de vida | Cristhian
Nascimento | TEDxRioVermelho
Ano: 2018.
Sinopse: Já parou para perceber que, mesmo acostumados com
sua presença, não questionamos a importância da iluminação em
nossas vidas? A luz está conectada diretamente com as nossas mais
íntimas emoções e sentimentos. Inclusive em lugares fechados,
com iluminação artificial, é possível tornar a nossa exposição de
forma mais saudável e com experiências que despertam os mais
variados sentidos. Será que estamos escolhendo corretamente a
luz à que nos expomos nos espaços.
Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=Ehn3vWSUTxg
Plano de Estudo:
● Breve histórico da Física no estudo da Luz;
● Como a física entende a Luz;
● Variáveis da Luz e o Projeto Luminotécnico – parte I;
● Variáveis da Luz e o Projeto Luminotécnico – parte II.
Objetivos da Aprendizagem:
● Contextualizar na história o estudo da Luz;
● Compreender o comportamento do fenômeno da física a luz;
● Entender quais variáveis da luz são importantes
para o desenvolvimento do projeto luminotécnico.
29
INTRODUÇÃO
Nesta unidade veremos um breve histórico do estudo da luz e como ela foi influente
sobre e evolução da vida da terra, e como ela começou a ser percebida dentro dos fenôme-
nos naturais e de que forma os gregos, forma os primeiros povos a questionar a natureza
da luz e sua relação com nossa visão. E com isto toda a evolução para perceber que a
evolução do estudo da luz pela ciência que hoje conhecemos com física.
Para começarmos entender a relação da luz com o projeto de iluminação, é neces-
sário primeiro entender como a física entende a luz, em suas características mais essen-
ciais, como o espectro visível, comprimentos de onda entre outros aspectos, que devem ser
de domínio de que desenvolverá o projeto luminotécnico.
Foram separados dois tópicos para entender as variáveis relacionadas a luz e
suas relações com o projeto luminotécnico, sendo a primeira parte o entendimento corre-
lacionando a fonte, o meio e as superfícies, ou seja, aspectos quantitativos, e a segunda
relacionando variáveis que podem influir sobremaneira em aspectos qualitativos.
UNIDADE II
I Noções
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1. BREVE HISTÓRICO DA FÍSICA NO ESTUDO DA LUZ
UNIDADE II
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Conforto
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Muito destas crendices começaram a cair por terra, pois no período noturno, o
homem era desprovido de tais habilidade e os animais não, e com a evolução da fisiologia
pelos gregos mostrou que esta teoria de “fogo nos olhos” era absurda.
Aristóteles, vai por meio de experimentos, opinar, pregando que a luz batia
nos objetos, retirava deles uma camada superficial de átomos, que ao serem emitidos
para o meio, acabavam se direcionando aos nossos olhos, e como isto acontecendo a
visualização das características do objeto. Na teoria de Aristóteles havia uma explicação
para diferenciação do tamanho do objeto, pois quando estando mais perto seriamos mais
intensamente “bombardeados” pelos átomos que desgrudam do objeto, sendo a recíproca
também verdadeira quando nos afastamos do objeto. Mas neste momento ainda não existia
discernimento entre luz e visão, e as teorias propostas pelos gregos a luz e objetos interagem.
Esta teoria seria desqualificada por não explicar problemas sobre o suposto
desgaste do objeto devido ao desprendimento destes átomos ao serem iluminados, assim
como possível embaralhamento dos átomos quando dois objetos forem colocados juntos.
Aristóteles tentou inclusive argumentar que este problema seria resolvido por uma espécie
de filtro, nos nossos olhos, e eventuais imagens irreais não seriam percebidas por nosso
cérebro, e “alma humana” somente receberia as imagens corretas e repassaria para o
cérebro, transferindo o furo de sua teoria para um problema “parafísico”. Engraçado né, mas
foi com estes questionamentos que filosofia vai ajudar o surgimento de uma série de ciências.
Aristóteles transferiu assim um furo de sua teoria para um problema “parafísico”.
Hoje parece piada, mas é história da ciência!
Mas os gregos darão os fundamentos das do que conhecemos com Ciências, e
dentre elas.
Estudando a história das especulações que dizem respeito ao estudo da luz,
certamente poderemos nos surpreender. É mesmo de admirar as teorias que buscavam
explicar os fenômenos envolvidos no processo da visão.
Os antigos filósofos gregos não faziam discernimento entre a luz e a visão. Eles não
viam como duas coisas separadas a física da luz e a nossa sensação, ou a interpretação
que nosso cérebro acaba tendo dessa física (visão). Observando os olhos de cães, pessoas
etc..., à noite, que estivessem próximas ao fogo, os gregos observaram que dos olhos dos
seres vivos saia luz. Como sabiam que a luz provém de uma fonte luminosa, e a única
fonte conhecida era o fogo, concluíram que “os seres vivos têm uma tênue chama dentro
dos olhos”. Para eles a visão era explicada com uma teoria, segundo a qual a visão estava
intimamente ligada ao tato.
UNIDADE II
I Noções
A Relação
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Acreditavam que de dentro dos olhos projetavam-se raios de luminosos que
tateavam os objetos e retornavam aos olhos trazendo consigo informações que, ao serem
interpretadas pelo cérebro, acabavam gerando a sensação visual. Acreditavam ainda que
cachorros viam mais à noite do que os homens, pois a chama de seus olhos era mais
intensa que a dos humanos. Argumentavam que os homens não têm boa visão noturna
porque, sendo a chama de seus olhos muito tênue, a luz em seu caminho de ida e volta
acaba por se perder, ao passo que, durante o dia, a luz projetada dos olhos somava-se à
do ambiente podendo assim cumprir seu caminho de ida e volta.
Com o passar do tempo e estudando a fisiologia dos olhos foi possível concluir
que a ideia do “fogo dentro dos olhos” era mesmo absurda. Foi então que Aristóteles
experimentou opinar. Ele pregava que a luz, ao bater nos objetos, retirava deles uma
microscópica camada superficial de átomos que, ao serem projetados, acabavam atingindo
nossos olhos permitindo assim que víssemos o mesmo. Note-se que ainda não existe
discernimento entre luz e visão. Nas teorias propostas a luz e os objetos ainda interagem.
A teoria de Aristóteles sobre a luz explicava ainda a sensação de diferenciação de tamanho
de um mesmo objeto à medida que nos aproximamos ou nos afastamos dele.
Para ele, quando estamos perto de um objeto o ‘enxergamos maior’, pois mais
átomos atingem nossos olhos do que quando estamos afastados. Sua teoria, no entanto,
acaba caindo por terra por não explicar problemas como o suposto desgaste que os objetos
sofreriam ao serem iluminados, bem como as imagens embaralhadas que deveríamos
formar devido às colisões de átomos de dois objetos, etc. Sobre o segundo problema,
Aristóteles até tentou se defender alegando que, o que ocorria fora do corpo, era exatamente
o que sua hipótese sugeria e que tais imagens irreais não eram percebidas pelas pessoas
pois, quando a luz entrava por nossos olhos, a “alma humana” a recebia e só repassava
ao cérebro as imagens corretas. Aristóteles transferiu assim um furo de sua teoria para um
problema “parafísico”. Hoje parece piada, mas é história da ciência, pois os gregos tinham
a característica de observar os fenômenos naturais de modo racional, sem misticismo ou
divindade. Esta Filosofia Natural dará origem a um conjunto de ciências, como a Matemática,
a Biologia, a Química e Física dos tempos modernos, esta última é a área que estudo a Luz.
Diversos foram os nomes que se destacariam na evolução dos estudos de Física
ao longo dos séculos, mas foi especificamente no entendimento da física quântica final
do século XIX, que outras subáreas aparecerem para tentar correlacionar fenômenos
microscópicos e macroscópicos, a termodinâmica, física cinética, a geometria ótica e as
ondas eletromagnéticas, conservação de energia. Algumas destas são interessantes para
nosso estudo, por isto entender, por exemplo a correlação entre luz e ondas eletromagnéticas
dentre outros conceitos que abordaremos no decorrer deste capítulo.
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2. COMO A FÍSICA ENTENDE A LUZ
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A Luz, que genericamente e para fins didáticos, que chamaremos de luz branca,
é na verdade composta por um espectro de cores, que vão da cor vermelha, sendo de
maior comprimento de onda (780 nm) e à medida que seu comprimento diminui vai também
diminuindo vai adotando outras cores como laranja, amarela, verde, azul, anil e violeta
sendo está de menor dimensão (400 nm). Mas existe um conjunto de frequências acima
da faixa visível temos ondas eletromagnéticas não visíveis, como a radiação infra violeta,
as micro-ondas e as ondas de rádio ao passo que também existem abaixo da faixa visível
temos a radiação ultravioleta, o raio X e os raios cósmicos.
Fonte: VIEIRA, L. Luz - Diagrama da dispersão da luz através de um prisma. Wikipedia, 2020. Disponível
em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Luz Acesso em: 10 fev. 2022.
Logo esta luz que vemos do sol ou de uma lâmpada nada mais é que união das
diferentes cores dessa faixa visível, ou seja, a soma desses comprimentos de onda, originam
a luz branca. A luz branca, ao ser decomposta, origina as cores dessa faixa visível.
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Como abordamos, no capítulo anterior, segundo Helerbrock (2019), temos as fontes
primárias, que possuem a capacidade de produzir a própria luz, o sol, uma vela, ou uma
lâmpada ao passo que as fontes secundárias, recebem o nome de corpos iluminados, nes-
te aspecto, entram a luz, as nuvens, mas os que acabam nos importando são os objetos,
paredes e demais componentes de uma construção, pois pode, contribuir para definições
do projeto luminotécnico, pois a depender de sua natureza e características.
Uma outra situação que devemos também nos atentar é a interação com os meios
de propagação. É comum vermos nos livros especializados dados sobre a velocidade
da luz no vácuo (299.792.458 m/s), mas esta informação pouco nos interessa para fins
de desenvolvimento do projeto luminotécnico, o que precisamos saber que existem
comportamento diferentes a depender dos meios de propagação, ou seja, o material que
usamos na construção também são meios de propagação e interação e podem interferir na
forma com que os raios de luz se direcionam dentro do ambiente.
Primeiro ponto é entender que superfícies brancas estão na verdade refletindo
todos os comprimentos de onda, ao passo que uma superfície preta está absorvendo todos
os comprimentos de onda dentro da faixa de espectro visível, e a cor, quando manifestada
por um objeto é na verdade a faixa de onda da qual está absorvendo. Mas tempo também
objetos que podem ser transparentes e translúcidos que permite que a onda ultrapasse o
material, havendo a transmissão.
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Deste modo podemos ter-me nossos ambientes os seguintes meios: transparentes,
translúcidos e opacos. O transparente em tese, não alteraria o comportamento dos raios, ao
passo que o translucido, pela própria condição do material pode interferir no comportamento
dos raios de iluminação e assim após passar pelo material ter comportamento diferente da
incidência. Os meios opacos são na verdade materiais sólidos que não permitem que a luz
atravesse por este. Pelos menos duas formas de interação nos interessam para o projeto
luminotécnico conhecendo a natureza da luz e dos materiais a reflexão e a refração.
Para fins didáticos tomemos a figura anterior, perceba que o raio incide apresenta
uma angulação sobre uma superfície, que neste caso é a água, mas poderia ser um vidro
por exemplo, e sobre o qual o mesmo ângulo de incidência, é o mesmo do raio refletido
(A = B). A refração somente vai acontecer se o material for transparente ou translucido,
e neste caso a angulação A e C não necessariamente são iguais. Para materiais opacos
não existe a refração.
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Existe um fenômeno que precisamos entender também para qualificar o projeto
luminotécnico, que a sombra e a penumbra, que favorecem ainda mais o contraste entre
os objetos e seu meio. A sombra acontecerá quando o objeto de certo modo “bloqueia” os
raios, tal como um obstáculo, mais comuns em objeto opacos, ao passo que a penumbra
consiste em uma seção de parte da fração da intensidade luz emitida pela fonte passe para
além do objeto, sendo normalmente uma projeção gradativa entre a luz para a sombra,
geralmente isto acontece quando temos mais de uma fonte de luz.
Agora que entendemos como a Física encara o fenômeno da luz, vamos nos
direcionar a alguns parâmetros que nos ajudarão para produção de um projeto lumínico,
e que as variáveis que aqui estudaremos nos auxilie na produção do conforto ambiental
lumínico, pois agora precisamos entender que a quantidade, qualidade e a forma como
que a luz pode ser proposta e sentida nos ambientes, de modo a produzir as sensações
de satisfação aos usuários.
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3. VARIÁVEIS DA LUZ E O PROJETO LUMINOTÉCNICO – PARTE I
Portanto, agora que você já consegue entender um pouco mais sobre o que é o
conforto lumínico, e aspecto essenciais da luz, você já dever ter lido sobre o termo sobre,
mas o que seria a luminotécnica?
Cabe lembrar que o conforto lumínico envolve ao mesmo tempo luz natural e luz
artificial, a primeira estando relacionada ao condições de iluminação solar, a segunda,
será é o objeto de estudo desta disciplina. A iluminação artificial pode ser considerada
em ambientes internos e externos e é produzida pela energia elétrica, e por meio de
lâmpadas e outros dispositivos geradores de luz, e com isto conseguimos promover a
iluminação de forma artificial.
Para começarmos o desenvolvimento de um projeto de luminotécnica, primeiro
precisamos entender qual o tipo de ambiente, perfil do cliente, tipo de atividade e permanência
no local, orçamentos, além das correlações entre luz artificial e natural, entre outros. Deste
modo, o desempenho do projeto luminotécnico está diretamente ligado a estes fatores,
podendo melhorar ou comprometer o desempenho. Estas variáveis dependem muito de
sua prática profissional, mas o que abordaremos daqui por diante serão os parâmetros
principais para o desenvolvimento do conforto lumínico e da luminotécnica estão por meio
das grandezas fotométricas.
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Mas o que são grandezas fotométricas?
As grandezas fotométricas são medias características da luz, as quais faremos
uso para realização dos cálculos e nos embasar para as decisões projetuais. Dentre as
grandezas fotométricas que abordaremos serão:
● Fluxo radiante (P) (Joule (J), watt-hora (Wh), quilowatt-hora (kWh));
● Fluxo luminoso (Unidade SI: lúmen);
● Intensidade luminosa (Unidade SI: candela);
● Brilho, medida em watt/cm²;
● Iluminância (Unidade SI: lux);
● luminância;
● Temperatura de cor;
● Índice de Representação de Cor – IRC.
É essencial este entendimento pois o Fluxo luminoso (ϕ), que é uma grandeza
derivada do fluxo radiante, e a partir de uma fonte (lâmpada) é que fazemos a avaliação da
radiação de acordo com a ação do observador (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS, 1991) a partir da radiação da fonte. Desta formam devemos entender essa
grandeza como a quantidade de luz emitida por uma fonte e sua unidade de medida é
dada em lúmens (lm).
UNIDADE II
I Noções
A Relação
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Conforto
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FIGURA 7 - RELAÇÃO ENTRE LÚMEN, CANDELA E LUX E O FLUXO LUMINOSO (Φ)
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Em que:
E = Iluminância (lux)
Φ = Fluxo luminoso (lm)
A = área da superfície (m²)
No qual:
L = Luminância (cd/m²)
I = Intensidade luminosa (cd)
A = Área da superfície (m²)
α = Ângulo entre a normal da seção e a direção feixe de luz
O que vimos até agora é que as grandezas fotométricas que geralmente tem relação
direta com a fonte da qual a luz está sendo emitida, sendo o Fluxo Radiante praticamente
uma grandeza genérica que pode ser medidas relacionada a quantidade de potência que
é transferida no meio. Já o fluxo luminoso e a intensidade luminosa já são diretamente
ligadas a fonte, e à medida que se propagam no espaço, logo geralmente se associação da
ideia de “porção”, “quantidade” por unidade de área.
A iluminância é uma relação entre a emissão e o meio, ao passo que luminância é
uma relação entre superfície e o que olho humano recepciona.
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4. VARIÁVEIS DA LUZ E O PROJETO LUMINOTÉCNICO – PARTE II
Existe outras grandezas fotométricas, que embora tenham correlação com a física,
estão mais relacionadas a percepção, por isto abordaremos elas em tópico a parte.
A noção de “calor” ou de “frio” que podemos imprimir em nossos projetos
luminotécnicos estão relacionados o que em luminotécnica chamamos de temperatura de
cor, que é uma grandeza cuja unidade de medida faz referência a Kelvin (K), desta forma
é aparência de cor de uma luz. (MOREIRA, 2015).
Desta maneira correlacionamos a temperatura de cor quanto mais amarela
direcionamos a uma cor “quente”, “aconchegante” ficando na facha de 1000K a 3000K,
as de 4000K a 7000K, geralmente nesta faixa são direcionadas a ambientes de trabalho
e que necessitam de estímulo, atenção e segurança, seriam a faixa de cor em que teriam
semelhanças com a luz diurna, e as de 8000K a 10000K seriam aquelas que seriam
consideradas de cor “fria” e “detalhista”.
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O fato é que a tecnologia da lâmpada/luminária pode influir neste aspecto e existem
tecnologias mais específicas para este direcionamento no projeto, e por isto é necessário
também observação que não fique somente nos aspectos da cor (quente ou fria) mas se
efetivamente é dispendido calor ao meio. A grande maioria destas lâmpadas que usamos
na rotina diária de nossa casa quase sempre não possuem esta informação exposta
diretamente na embalagem, mas por isto o uso de catálogos, geralmente carrega de mais
informações desta natureza. Quando fazem uso da informação não especificam em Kelvin
(K) mas sim por uma escala de cores, que varia do laranja, passando pelo amarelo, branco
e finaliza na cor azul.
Se existe uma correlação de temperatura e a condição de conforto que se
pretende aplicar ao projeto luminotécnico, por meio da temperatura da cor, temos outro
parâmetro, muito importante associado a estas temperaturas, que é o chamado Índice de
Representação de Cor – IRC, de tal modo que “brilho” seja fidedigno a natureza da cor
do objeto no mundo real.
É uma grandeza que é medida pelos valores que variam de 0 a 100, e quantifica a
iluminação existente, permitindo que o olho humano perceba em maior ou menor realidade
a cor, sendo 100 a representação de fidelidade.
Usar este parâmetro é muito comum na área comercial, e para alguns fins na qual
pretende-se ressaltar as características do produto, para IRC abaixo de 80, já uma perda na
qualidade na representação das cores e isso pode interferir diretamente da representação,
e a forma como os indivíduos irão perceber os elementos ao seu redor.
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Todas estas são grandezas fotométricas, que serão úteis para o desenvolvimento
do projeto luminotécnico. A produção deste projeto considerando aspectos de conforto
ambiental lumínico, dependerá de sua análise das necessidades dos ambientes e dos
usuários. De imediato, ao sentar-se para projetar abordará as grandezas fotométricas,
fluxo luminoso, a iluminância e luminância.
De forma prática, ao escolher lâmpadas e luminárias, precisamos nos atentar ao
fluxo luminoso, a partir da fonte que a irá distribuir, por quantidade de lumens, base para
nosso cálculo da quantidade de luz que chegará às superfícies (iluminância) e nos olhos
dos usuários por meio do “brilho” (luminância).
Já a temperatura de cor (K) e o Índice de Reprodução de Cor (IRC) são de
fundamental importância, em especial para a geração da ambiência, conforto e percepção
dos usuários. Para exemplificar em uma condição de relaxamento, um bar por exemplo seria
mais interessante colocar cores “quentes” ao passo que em um hospital seria interessante
colocar cores frias pois forneceriam maior claridade e detalhe as ações que precisam de
visibilidade e segurança na ação.
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SAIBA MAIS
Que o sol é a fonte natural de luz todos sabemos por este presente na nossa vida e
foi sempre considerado uma fonte essencial de energia e por meio dele que a vida
se desenvolveu na terra, e por meio dele que diversos ciclos naturais acontecem, é
responsável pelo ciclo da água, fotossíntese, etc.
Mas as civilizações, cada qual a sua maneira, traçaram diferentes estratégias para
seu uso. Se no começo o aproveitamento da energia solar era passivo, depois tornou-
se uma forma de aproveitamento de energia térmica solar dos raios solares e mais
recentemente vemos despontar a energia fotovoltaica foi adicionada para obter energia
elétrica, como o discurso da sustentabilidade.
Fonte: PLANAS, O. História da Energia Solar. Pt Solar Energia, 2015. Disponível em: https://pt.solar-
energia.net/que-e-energia-solar/historia Acesso em: 10 jun. 2022.
REFLITA
A cor de um corpo não depende somente dele, mas da cor que o ilumina? Concorda
com isto!?
Se a luz visível é composta por uma série de ondas e cada qual é a manifestação de uma
cor, à luz branca em essência é a condição de que todas as cores são refletidas ao mesmo
tempo ao passo que preta é a absorção total de todos os comprimentos de onda, desta
forma o que vemos como cor em um objeto é tão somente o comprimento de onda da qual
ele está absorvendo, logo a emissão da luz é que determina, o objeto somente reproduz.
Fonte: JÚNIOR, J. S. S. Cores e a frequência da luz. Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.
com.br/fisica/cores-2.htm. Acesso em: 28 jun. 2022.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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LEITURA COMPLEMENTAR
Quando se depara com uma ação como a de ler esta unidade de livro, provável
que esteja em um ambiente propício ao estudo, e pode estar ou iluminado naturalmente
ou fechado com a luzes acesas. Mas ao mesmo tempo que as luzes artificiais trouxeram
infinitas possibilidades para melhorar nosso ambiente, ela pode ser motivo de causar certa
confusão, ao nosso corpo, principalmente por alterar nossa relação com a luz proveniente
de nosso ancestrais, o ciclo circadiano, o qual já estudamos. A ideia do artigo é entender
como isto afeta nosso comportamento diário.
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MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
Título: Psicodinâmica das cores em comunicação
Autor: Modesto Farina; Clotilde Perez e Dorinho Bastos.
Editora: Edgar Blucher ltda.
Sinopse: As cores influenciam o ser humano, e seus efeitos, tanto
de caráter fisiológico como psicológico, intervêm em nossa vida,
criando alegria ou tristeza, exaltação ou depressão, atividade ou
passividade, calor ou frio, equilíbrio ou desequilíbrio, ordem ou
desordem. Entender a dinâmica das cores associada ao projeto
de iluminação poder lhe ajudar nos estímulos sensórias e seus
respectivos reflexos quando estiver desenvolvendo um projeto
luminotécnico.
FILME/VÍDEO
Título: Cores
Ano: 2017.
Sinopse: O presente vídeo mostra a correlação entre a iluminação
e as cores dos objetos e da forma com que vemos, é diretamente
ligada a fonte de iluminação e não necessariamente do objeto.
Link: https://www.youtube.com/watch?v=GDN8Uyw1uRI
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UNIDADE III
Consumo Energético
e Estratégias
Prof. Me. Flávio Augusto Carraro
Plano de Estudo:
● Conceitos e Definições de Consumo Energético;
● Conhecimento sobre projetos de iluminação artificial considerando critérios de
desempenho luminotécnico e desempenho energético;
● A relação entre conceito de eficiência energética e as certificações ambientais;
● Tipos de certificação.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar o que é Eficiência Energética;
● Contextualizar a relação de Eficiência Energética e Consumo Energético;
● Compreender os tipos de Certificações relacionadas a questão energética;
● Estabelecer a importância do domínio de aspectos do
consumo energético relacionado ao projeto de iluminação.
50
INTRODUÇÃO
Para as três situações é necessário que se adotem critérios direcionados aos seus
usos, mas por uma questão de adaptação mercadológica, verifica-se que as edificações
verticais (comerciais) acabam tendo maior utilização pelo apelo na argumentação de venda.
Mas qual a relevância de etiquetar as edificações? e que benefícios isto traria?
Se olharmos na nossa dinâmica diária, mais de 90% de nosso tempo passamos
dentro de ambientes construídos, e 10% em deslocamentos e outras atividades. Deste modo
as edificações, além de gasto energético, entre outras atividades antrópicas impactantes
(geração de CO2, resíduos, intervenção no meio), derivam do uso da edificação. Logo atuar
na edificação é um meio de prover o bem-estar dos usurários da edificação, mas também da
sociedade, já que indiretamente estamos ajudando a preservação da natureza. Faz sentido?
Há um consenso entre os profissionais que estão envolvidos com a certificação e
organismos internacionais que práticas de melhoria na economia e reformas de edificações
seria benéfica para mitigação das mudanças climáticas, uma vez que, edifícios e construções
são grandes responsáveis por estas mudanças.
Merece especial destaque que pelo menos 30% dos requisitos de iluminação são
considerados para fins de observação da eficiência energética. Mas não devemos ter um
olhar isolado já que outros 30% estão associados a envoltória do edifício, na qual podemos
também explorar aspectos do uso da iluminação natural. Ou seja, cuidar da iluminação
natural e artificial podem chegar em até 60% dos requisitos a serem atendidos.
Perceba que no corpo da ENCE existe uma classificação, mas também a pontuação
referenciada na edificação de forma numérica assim como a necessidade de confirmação
da etiqueta com o que foi construído na edificação.
Agora me diz uma coisa, se fosse comprar um imóvel, e tivesse que analisar prós
e contras do e a questão financeira não fosse uma limitante na aquisição, mas sim na vida
útil do imóvel, o que compraria, o imóvel certificado ou o imóvel sem certificação? Qual dos
dois lhe dá mais previsibilidade no custo da manutenção durante a vida útil dele? Quem
procura imóvel certamente vai preferir adquirir aquele que tenha nível de eficiência A. Mas
este imóvel não seria mais caro? Sim seria, pois, a etiqueta tem esta capacidade de agregar
mais valor, gasta-se um pouco mais durante o projeto e obra, e aquisição do imóvel, para
economizar na vida útil do imóvel!
Sim existe, pelo menos dois outros tipos, a completa na qual todo o processo
transcorre conforme relatamos anteriormente, e chega-se a ENCE completa, ou por meio
da etiquetagem parcial que pode avaliar um ou dois sistemas, sendo apenas referenciado
na etiqueta o que foi avaliado.
Existem outros tipos de certificações, e muito do que foi adotado no Brasil deriva
destas certificações internacionais e que ditam assim as tendências das sustentabilidades
no contexto global, mas também existem outros tipos de certificação também no Brasil,
cada uma direcionada a um objetivo específico.
As construções “sustentáveis” têm grande poder de impactar o entorno na qual em
que acontece a sua implantação, e são capazes de influir na vida dos usuários e comunidade
ao redor, o meio ambiente. As certificações ambientais são de suma importância para
determinar a credibilidade quanto ao valor agregado, e conferem status de quão eficientes
as edificações podem ser ao longo de sua vida útil.
As Certificações Ambientais que apresentaremos a seguir são dotadas de
metodologias bem específicas, e para obtê-las o empreendedor deve, de forma voluntária
solicitá-las, e se aplicam em todas as partes do projeto e do processo construtivo, passando
por obra e operação da edificação. Assim como existe no selo Procel, os organismos
internacionais certificadores creditam instituições em solo brasileiro, os quais serão
responsáveis dos procedimentos de auditoria exigidos pelo órgão certificador, que estipula
o nível de excelência a ser avaliado.
O que estas certificações possuem em comum, trabalham com critérios, cada qual
com um sistema de pontuação e à medida que os critérios são atendidos coloca-se a obra
em níveis de certificação. Vamos entender cada uma delas?
A BREEAM é dentre as certificações uma das mais antigas e sua sigla faz referência
à Building Research Establishment Environmental Assessment Method, ou seja, Método de
Análise Ambiental do BRE, e seu centro de pesquisa encontra-se próximo a Londres voltado
para área de construção civil, e sua metodologia serviu para as demais que veremos adiante.
Existe um direcionamento para certificação de alguns usos, como por exemplo:
Edifícios Comerciais, Edifícios Escolares, Lojas, Indústrias, Prisões, Cortes, Datacenters,
Hospitais, Edifício Residencial Multi-familiar, Casas.Seu sistema de pontuação leva em conta:
Cada uma das categorias acima possui pré-requisitos, que são itens que são
obrigatórios para o projeto atender em função disto são destinados créditos ao projeto que
serão dispostos em 4 níveis, de excelência, para se obter a certificação:
● 40 a 49 pontos – LEED Certified;
● 50 a 59 pontos – LEED Silver (Prata);
● 60 a 79 pontos – LEED Gold (Ouro);
● 80 a 110 pontos – LEED Platinum;
Nesse último LEED HOMES, foi criada pelo GBC Brasil uma modalidade que leva
em consideração aspectos tecnológicos aplicados em território brasileiro.
Dentre as certificações internacionais, a certificação LEED esteja entra as mais
bem-conceituadas, e observemos que mais uma vez Energia e Atmosfera (Energy and
Atmosphere – EA) há a manifestação de critérios que se relacionam a questão energética
para determinação dos critérios.
O Referencial GBC Brasil Casa é uma certificação, criada em 2014 pelo GBC
Brasil, a fim de atender ao mercado residencial no Brasil. Destinando essencialmente para
certificação de casas, apartamentos e condomínios residenciais. Toma por base os critérios
de avaliação da Certificação LEED, e avalia as seguintes categorias:
Pelo menos dois aspectos chamam atenção que podem ter influência sobre o
projeto luminotécnico, Gestão de Energia e Conforto Visual, o primeiro relacionado com a
questão energética a segunda muito relacionada aos parâmetros fotométricos, este sim de
grande relevância para o desenvolvimento do projeto luminotécnico.
O Selo Azul Caixa é dentre as certificações a única proposta por iniciativa do setor
público, e visa suporte ao financiamento de empreendimentos habitacionais sustentáveis.
Dentre as 6 categorias estão dispostos 53 critérios, e a depender dos critérios atendidos
receberá um selo correspondentes aos números de critérios atendidos.
Dos selos aqui apresentado, o Selo Azul Caixa tem a grande diferença de estimular
boas práticas para projetos de habitações, e isto é um diferencial, principalmente quando
o empreendedor pretende pleitear financiamento junto a esta entidade financiadora, e se
torna mais relevante para o estudo que estamos desenvolvendo pois dentre os critérios
estão colocados Projeto e Conforto e Eficiência Energética.
Fonte: LAMBERTS, R. Manual para etiquetagem de edificações públicas. [s.n. s.l]. Disponível em: http://www.
pbeedifica.com.br/sites/default/files/Manual_Etiquetagem_Edificacoes_Publicas.pdf acesso em: 22 fev. 2022.
REFLITA
Fonte: PBQP-H - A importância da certificação PBQP-H na Construção Civil. Guia Civil, 2011. Disponível em:
https://guiacivil.com/a-importancia-da-certificacao-pbqp-h-na-construcao-civil/ acesso em: 02 mar. 2022.
LIVRO
Título: Eficiência energética
Autor: Paulo Sergio da Silva Seixas.
Editora: Contentus, Curitiba, PR. 1° Edição: (2020), 186 páginas.
Sinopse: O presente livro trabalhará aspectos gerais sobre a
eficiência energética, e por meio de uma busca histórica da
legislação no Brasil delineará os principais programas dos
governamentais, como por exemplo o selo Procel. “O autor
abordou a matriz energética mundial e a brasileira, as relações de
balanço energético, o sistema elétrico atual e traz dados sobre o
consumo médio de energia por setor e por uso final. A obra ainda
retrata a melhoria da eficiência energética em instalações elétricas
e sistemas de iluminação e de ar-condicionado, bem como o
gerenciamento energético e estudos de caso.”
FILME/VÍDEO
Título: Os Benefícios da Eficiência Energética
Ano: 2018.
Sinopse: Você sabe o que é eficiência energética? E quais sãos
seus benefícios? Sabia que ela é um importante recurso energético,
assim como a energia solar, a hidráulica e a eólica? Não?! Então
confira nosso vídeo e veja como é importante utilizar a energia
elétrica de forma consciente.
Link: https://www.youtube.com/watch?v=Nr7aL2KLZe4
Plano de Estudo:
● O que é um projeto luminotécnico e como concebe;
● Normas relacionadas ao projeto luminotécnico;
● Tipos de iluminação e o desenvolvimento do projeto luminotécnico – parte I;
● Tipos de iluminação e o desenvolvimento do projeto luminotécnico – parte II.
Objetivos da Aprendizagem:
● Aplicar estratégias para o desenvolvimento do projeto luminotécnico;
● Compreender as normas relacionadas ao projeto luminotécnico;
● Entender as etapas do projeto luminotécnico.
81
INTRODUÇÃO
Em que:
L é a largura do ambiente, em metros [m];
C é o comprimento do ambiente, em metros [m];
Hm é a distância vertical em metros entre a superfícies de trabalho e o topo da
janela, em metros [m], conforme indica a Figura 02.
Uma vez obtido o valor de K = 2,72, devermos consultar a própria a NBR 15215-4
(2005) e por meio do quadro, conseguimos perceber que K=2,72 está entre os intervalos
2 ≤ K < 3, e mostra que o total de pontos a serem analisados no ambiente seriam de 25
posições de mensuração.
Se temos uma sala quadrada de 100 metros quadrados, como ficaria à disposição de
leitura destes 25 pontos, o raciocínio é simples, tirando 0,50 cm de cada lado, em relação as
paredes, teríamos que considerar o centro da sala, dividida em 25 partes iguais, e a medição
seria feita no centro de cada um. Mas aí deve estar se perguntando se cada um destes pontos
não teria medições diferentes? A resposta é sim por este motivo faríamos a apreciação da
Iluminância média (E) por meio de média aritmética de todos os pontos medidos.
Em que:
(E) = Iluminância média
n= número de pontos
Mas mesma que se cumpra uma destas duas metodologias é necessário que se
faça a secagem de alguns aspectos normativos, para ver se não saíram dos parâmetros
mínimos exigidos em norma.
Deste modo, se temos 60 lux (es) como referência para iluminação natural, o
raciocínio será no sentido de complementar com a iluminação artificial, até chegar nos
níveis descritos no quadro anterior, mas lembrando que os mesmos níveis devem ser
garantidos no período noturno. Locais como sala de estar, dormitório, banheiro e área de
serviço, a iluminação artificial que garanta que todo o ambiente receba, no mínimo, 100
lux de iluminância. cozinha, por ser uma área de atividades com manuseio de utensílios e
maior necessidade de segurança na realização dessas tarefas, o mínimo exigido é de 200
lux. As áreas de circulação e estacionamento, esse valor mínimo irá oscilar de 20 a 75 lux.
Uma das normas que precisamos fazer consulta para iluminação interna de ambientes
de trabalho é a ABNT/NBR/ISO 8995-1, que apresenta diretrizes para uma boa iluminação e
visualização dos ambientes, e tem um forte apelo para o desenvolvimento de “tarefas visuais
de maneira precisa, eficiente e segura, sem gerar fadiga visual e desconforto, sendo que, essa
iluminação pode ser natural, artificial ou uma associação das duas” (NBR/ISO 8995-1, 2013).
Deste modo os parâmetros colocados por esta norma buscaram representar
um balanço razoável, respeitando os requisitos de segurança, saúde e um desempenho
eficiente do trabalho, devemos visar a utilização de soluções energeticamente eficientes.
Os parâmetros colocados nesta norma, em relação aos valores de iluminância, considerou
o desconforto que pode ser gerado pelo ofuscamento e o índice de reprodução de cor
mínimo da fonte de luz para os vários locais de trabalho e tipos de tarefas apresentados.
Mas qual a importância de se considerar o ofuscamento?
Segundo a NBR/ISO 8995-1 (2013), o ofuscamento é “a sensação visual produzida
por áreas brilhantes dentro do campo de visão, podendo ser do tipo desconfortável ou
inabilitador.” Mas quando ela considera isto faz referência tanto a iluminação natural como
artificial, e geralmente está associado a iluminação pontual ou fontes luminosas intensas,
como uma janela em um espaço relativamente pouco iluminado, ou a relação de Luminân-
cia que o objeto reflete ao olho por meio de uma fonte artificial.
Ainda segundo ABNT NBR/ISO 8995 (2013) as luminâncias são determinadas pela
refletância e pela iluminância nas superfícies. Lembrando que as refletâncias se relacionam
à capacidade com as quais as superfícies possuem em refletir a luz no ambiente, logo são
valores importantes pra fins de cálculos luminotécnicos. As faixas de refletâncias úteis para
as superfícies internas mais importantes são:
500 80
processar dados
Desenho técnico 750 80
Salas de reunião e
500 80
conferência
Varejo
Recepção/caixa/portaria 300 80
Cozinha 500 80
Restaurante, sala de
200 80
jantar, sala de eventos
Bufê 300 80
Berçário 300 80
Sala de aulas 300 80
Sala de aulas noturnas,
Construções educacionais
Agora que entendemos a importância das normas para o início do processo do projeto
luminotécnico e as relações possível entre iluminação natural e iluminação artificial, faremos
o direcionamento do nosso estudo para os tipos de iluminação, considerando seus efeitos
cênicos, tipos de lâmpadas e outros dispositivos que podem contribuir para uma iluminação.
A luz natural é sempre bem-vinda em um projeto luminotécnico, mas a luz a artificial,
pela própria condição de ser adaptável ao nosso objetivo, e sendo a estrela para fins de
efeitos luminotécnicos, e ainda contribuir para boas práticas de iluminação no período
noturno acaba sendo a protagonista de nossos projetos luminotécnicos.
E para isto encontramos uma infinita gama de possibilidades e aplicabilidades e
por isto precisamos entender as tecnologias que estão envolvidas com as lâmpadas e
acessórios para conseguir especificar de forma coerente ao fim que se deseja, e ainda
garantir visibilidade, segurança e conforto aos usuários. Para Moreira (2015). “As fontes
artificiais são geralmente categorizadas de acordo com o fenômeno que é a causa e como
produtora do fluxo luminoso que pode ser de combustão, incandescência, descarga elétrica,
eletroluminescência etc., e são chamadas de “lâmpadas”. Essencialmente para edificações
residenciais e comerciais, as lâmpadas elétricas classificam-se em três tipos básicos: “In-
candescentes, de descarga e LED”. Vamos conhecer cada uma delas.
Fonte: LÂMPADA de halogêneo no seu encaixe sem vidro proteção. Wikipédia. Disponível em: https://
pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%A2mpada_de_halog%C3%AAneo#/media/Ficheiro:Halogen_lamp_operating.
jpg acesso em: 02 mar. 2022.
As Lâmpadas de vapor de sódio, são um outro tipo, que podem se de baixa ou alta
pressão. A diferença consiste em que as lâmpadas de vapor de sódio de baixa pressão são
constituídas por um tubo de descarga de vidro, que contêm um eletrodo para refletir a radiação
infravermelha quando se atinge o ponto de fusão do sódio, causando sua vaporização. Nas
lâmpadas de alta pressão, no interior do tubo existe sódio e um gás inerte que interfere
no “start” da lâmpada, e tem por característica básica dois eletrodos inserido no tudo de
descarga de óxido de alumínio sintetizado, e geralmente apresentam tonalidade alaranjada e
são bastante empregadas em iluminação externa e industrial, geralmente a grandes alturas.
Agora que temos domínio sobre os tipos de lâmpadas é interessante que conheçamos
um pouco mais sobre os tipos de iluminação e seus efeitos no ambiente de interiores.
A maioria dos fabricantes de lâmpadas tomam por referência que a eficiência
energética das lâmpadas segue a relação de Lumens/Watt e a depender do objetivo, a
decisão for ter a melhor relação de custo por watt e iluminância
Podemos dizer que existe mais um tipo de iluminação, mas podemos categorizá-las
de acordo com o efeito que pretendemos dentro as possibilidades de possíveis combinações?
Sim podemos, mas para realizar um projeto eficaz, entendo os parâmetros
fotométricos e tipos de lâmpadas, é interessante que a cada novo projeto tenha em mente
qual a “qualidade” que quer colocar em seu projeto por meio das opções que o mercado
tem disponível e da forma que quer impactar o cliente.
Mas também devemos ter a sensibilidade que a luz altera a percepção do espaço. Se
o espaço é vazio, a luz influencia o espaço que define a forma. Para Barbosa (2010) “A forma
iluminada mostra os contornos, superfícies, texturas e cores. A relação entre luz e espaço dita
a nossa percepção visual do mundo que nos cerca e da maneira como o sentimos”
● Iluminação geral;
● Iluminação de tarefa;
● Iluminação localizada;
● Iluminação Indireta/Luz decorativa/;
● Iluminação de destaque/Iluminação Direta;
● Iluminação Difusa.
A iluminação de tarefa, normalmente pode associar tanto luz natural como luz
artificial, porém tem o controle das condições de iluminação sobre uma determinada área
em que será, por exemplo, desenvolvida uma tarefa visual. Geralmente aplicada em
trabalhos que exigem minucias de detalhes, ou quando a iluminação geral não garantes
as condições de acuidade visual necessária para o desenvolvimento da tarefa. Quando
adotadas isoladamente, a iluminação de tarefa pode refletir na economia de energia, visto
que a iluminação é gerada por um ponto só ou até mesmo com o apoio da iluminação
natural. O objetivo dessa luz é auxiliar e promover uma boa e correta visibilidade para a
realização de uma atividade (tarefa) específica.
Outro exemplo que pode ser trabalhado nos projetos luminotécnicos é a luz
decorativa. Neste tipo de iluminação, a função estética e decorativa é tão importante
quanto a luz gerada pela lâmpada. Com isso, o destaque está nas luminárias e lâmpadas
escolhidas, visto que estes elementos são utilizados não apenas para iluminar, como
também, para decorar (POCZTARUK, 2020).
A luz decorativa assim permite infinitas possibilidades, assim como o mercado
tem explorado alguns tipos de lâmpadas, como o próprio elemento decorativo, como por
exemplo a “luz de filamento” com diversas formas e cores, que se potencializam ainda
mais quando usadas com luminárias com design diferenciado, aumenta seu potencial de
destaque na decoração.
Para o desenvolvimento do projeto luminotécnico existe opções no mercado de
luminárias como por exemplo: pendentes, lustres, arandelas, luminárias de mesa e piso,
entre outras opções, que podem direcionar a adoção de linguagens mais específicas, e cuja
função é fornecer iluminação, mas sobretudo devem ser avaliadas conforme funcionalidade
e personalidade do projeto luminotécnico.
A luz indireta é outra técnica que tem ganhado destaque, que auxilia bastante
no efeito cênico, já que as tecnologias, em especial a do Led, além de opções de cores e
dimensão tem auxiliado bastante, pois podem ficar escondidas em sancas de gesso, atrás de
aplicações às paredes, e cujo efeito não é obtido diretamente da luz, mas sim do luminância
que ela proporciona a incidir sobre a superfície, e esta sim que fará o efeito acontecer em
relação ao ambiente. Através da reflexão dessa luz, encoberta por um anteparo, ela se difunde,
com isso, a luz que ilumina não é direta, e sim, refletida. Seu uso principal acontece quando
pretende-se desenvolver um ambiente agradável e aconchegante, quando se pretende
promover um ambiente aconchegante e íntimo, pela diminuição de contraste e sombras.
Perceba que a iluminação indireta é assim a luz que não se reflete diretamente da
fonte luminosa, mas sim por meio da reflexão.
Como vimos não existe um tipo de iluminação certa, e sim aquela que seja aderente
ao conceito que se pretende aplicar, e que consiga manifestar o “clima” que se pretende
imprimir ao projeto, e a utilização desta palavra é no sentido de criar sensações, e iluminação
quando observada também como elemento compositivo, enriquece a arquitetura e em
especial o design de interiores, e pode ser um dos elementos de sucesso e de influência no
estado psicológico do usuário.
SAIBA MAIS
Você sabia que existe uma área do conforto ambiental que tem preocupação em relação
ao uso do edifício e por meio dela é possível identificar oportunidades de melhoria para
projetos futuros, o nome desta área do conforto chama-se Avaliação Pós Ocupação. Na
verdade, isto é recorrente ao longo da história, mas efetivamente se formalizou como
área do conhecimento dentro da arquitetura primeiros estudos foram realizados por volta
dos anos de 1950, nos Estados Unidos, e somente a partir de 1984, no Brasil, formaliza-
se como disciplina como “APO em Edificações” na FAUUSP.
Um dos principais autores brasileiros estudiosos do assunto é Ornstein, e a partir deste
autor podemos caracterizar melhor qual melhor definição de APO:
Avaliação Pós-ocupação (APO) – do inglês, Post-Occupancy Evaluation
(POE) – avaliação retrospectiva (no sentido de repensar o projeto após
sua utilização) de ambientes construídos. Adotada para diagnosticar e
recomendar, segundo uma visão sistêmica e realimentadora, modificações
e reformas no ambiente objeto da avaliação e para aprofundar o
conhecimento sobre este ambiente, tendo-se em vista futuros projetos
similares. É aplicada através de multimétodos e técnicas e leva em conta o
ponto de vista dos especialistas/avaliadores e dos usuários dos ambientes,
leigos ou não (ORNSTEIN,1995, p.7).
Fonte: COELHO, J. Projeto Luminotécnico: Como fazer? Projetou Blog. Disponível em: https://www.
projetou.com.br/posts/projeto-luminotecnico/ acesso em: 02 mar. 2022.
LIVRO
Título: Avaliação pós-ocupação – da teoria à prática.
Autor: Rosaria Ono, Sheila Walbe Ornstein, Simone Barbosa Villa,
Ana Judite Galbiatti Limongi França.
Editora: Oficina de Textos.
Sinopse: A avaliação pós ocupação é uma das áreas do conforto
que aborda o ambiente construído e é uma subárea do conforto
ambiental, na qual são analisadas as variáveis influentes de
modo a aferir seu desempenho físico sobre a ótica do edifício já
em uso pelos usuários.
FILME/VÍDEO
Título: Iluminação / Qual lâmpada usar na sua casa?
Ano: 2020.
Sinopse: O profissional que expõe no vídeo vai recapitular alguns
conceitos para ajudar a lembrarmos do que estudamos quanto aos
tipos de iluminação.
Link: https://www.youtube.com/watch?v=xJZaSVE4AzY
Aneel – Agência Nacional de Energia Elétrica. “Entenda como a matriz elétrica brasileira
está mudando - Usinas híbridas, que utilizam mais de um tipo de fonte de geração de
energia elétrica, têm ganhado espaço”. Disponível em https://www.gov.br/pt-br/noticias/
energia-minerais-e-combustiveis/2021/08/entenda-como-a-matriz-eletrica-brasileira-esta-
mudando acesso em: 09 mar. 2022.
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5461: Iluminação:
Terminologia. Rio de Janeiro, p. 68. 1991.
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online, 2020. Disponível em: https://br.psicologia-online.com/habilidades-cognitivas-o-que-
sao-tipos-lista-e-exemplos-557.html acesso em: 15 fev. 2022.
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LAMBERTS, R.; DUTRA, L.; PEREIRA, F.O.R. Eficiência energética na arquitetura. [3.ed.]
Rio de Janeiro, 2014.
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Avaliação Pós-Ocupação da Unidade e do Conjunto Habitacional. São Paulo: ENTAC
(Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído), anais do evento, 1993.
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reimpressão, 2015.
POCZTARUK, R. Guia de iluminação. [4. Ed.]. Club ArqExpress. Porto Alegre – RS, 2020.
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sistema elétrico: uma abordagem prospectiva. Tese apresentada Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo. São Paulo, 2009.
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SAIDEL, M.A. A gestão da energia elétrica na USP: o programa permanente para o uso
eficiente de energia elétrica. Tese apresentada à Escola Politécnica da Universidade
de São Paulo para obtenção do título de Livre Docente. Área de concentração: Energia
Elétrica. São Paulo, 2005.
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origemdapalavra.com.br/palavras/conforto/ acesso em: 15 fev. 2022.
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Tendências de eficiência elétrica no Brasil – Indicadores de eficiência energética. Energe /
Coppe / Ufrj / Procel / Eletrobrobrás, 1998.
119
CONCLUSÃO GERAL
120
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