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1. Introdução................................................................................................................................................4
1.1. Objectivos.............................................................................................................................................4
1.2. Metodologia..........................................................................................................................................4
2. Processos cognitivos................................................................................................................................5
2.1. Cognição...............................................................................................................................................5
2.2. Memória...............................................................................................................................................5
2.3. Processos de memória..........................................................................................................................6
2.4. Relacionamento entre memória e esquecimento...................................................................................6
2.5. Tipos de memória.................................................................................................................................7
2.5.1. Memória a curto prazo.......................................................................................................................7
2.5.2. Memória a longo prazo......................................................................................................................8
2.5.3. Memória procedimental.....................................................................................................................8
2.5.4. Memória declarativa..........................................................................................................................8
2.5.5. Memória sensorial.............................................................................................................................9
2.6. Importância da memória.....................................................................................................................10
2.7. Perturbação da memória.....................................................................................................................10
3. Conclusão..............................................................................................................................................12
4. Bibliografia............................................................................................................................................13
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1. Introdução
A memória é a habilidade fantástica de aprender e de recordar informações a respeito do mundo
ao redor, das próprias experiências. O aprendizado e a memória são propriedades básicas do
sistema nervoso, não existe actividade nervosa que não inclua ou não seja afectada de alguma
forma pelo aprendizado e pela memória. Aprendemos a caminhar, pensar, amar, imaginar, criar,
fazer actos motores ou ideativos simples e complexos etc em nossa vida depende de que nos
lembremos de tudo isso. Neste contexto o presente trabalho aborda sobre a memória humana
numa abordagem psicológica, portanto aborda-se aqui o conceito, tipos de memória, processos
de memória e importância da memoria.

O trabalho encontra-se estruturado da seguinte forma: a presente introdução, objectivos,


metodologia, desenvolvimento e conclusão.

1.1. Objectivos
Geral

 Compreender a memória humana

Específicos

 Identificar os processos de memória


 Explicar os tipos de memória
 Descrever a importância da memória

1.2. Metodologia
Para a elaboração do presente trabalho baseou-se em consulta de obras físicas e virtuais que
versão sobre a memória no âmbito psicológico, análise e debate de informações consultadas no
seio do grupo tendo culminado com a compilação de informações e produção final do trabalho.
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2. Processos cognitivos
Segundo NASCIMENTO (2009) Processo cognitivo é a realização das funções estruturais de
representação (pensar e imaginar) aquilo que concebemos do mundo. Constitui na execução em
conjunto das unidades do saber da consciência, que foram baseados nos reflexos sensoriais,
representações, pensamentos, imaginações e lembranças.

De acordo com ARIEL (1996) pensamento é a capacidade de compreender, formar e organizar


Iconceitos, representando-os na mente. Essa capacidade pode se baear na lógica e no raciocínio
formal ou natural; na formação de conceitos; e na resolução de problemas.

A imaginação é a capacidade mental de representar imagens. Capacidade de evocar imagens de


objectos anteriormente percebidos. A imaginação pode ser entendida como o elo de ligação entre
o consciente e o subconsciente (CLARK, 2000).

2.1. Cognição
Cognição é uma função psicológica actuante na aquisição do conhecimento e se dá através de
alguns processos, como a percepção, a atenção, associação, memória, raciocínio, juízo,
imaginação, pensamento e linguagem (LUKASOVA, 2009).

Na perspectiva de CRUZ (2002), é o conjunto de processos psicológicos usados no pensamento


que realizam o reconhecimento, a organização e a compreensão das informações provenientes
dos sentidos, para que posteriormente o julgamento através do raciocínio os disponibilize ao
aprendizado de determinados sistemas e soluções de problemas.

No olhar do grupo de uma maneira mais simples, podemos dizer que cognição é a forma como o
cérebro percebe, aprende, recorda e pensa sobre toda informação captada através dos cinco
sentidos, bem como as informações que são disponibilizadas pelo armazenamento da memória.

2.2. Memória
Segundo ELLIS (2009), a memória pode ser entendida como o registo de todas as experiências
existentes na consciência, bem como a qualidade, extensão e precisão dessas lembranças.

Para GOLEMAN (2009), a memória é a capacidade do cérebro em armazenar, reter e recordar a


informação. Representa, então, duas funções fundamentais: a capacidade de fixar, o que permite
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o acréscimo de novas informações, e a capacidade de reproduzir, através da qual os


conhecimentos são revividos e colocados à disposição da consciência

No pensamento do grupo a memória é basicamente a capacidade humana de inscrever,


conservar, e relembrar mentalmente vivências, conhecimentos, conceitos, sensações e
pensamentos experimentados em um tempo passado.

2.3. Processos de memória

LUKASOVA (2009), explica que se a memória é a capacidade do cérebro em armazenar, reter e


recordar a informação, então são estes os três processos base de memória que são:

a)Codificação: é a primeira operação da memória. Prepara as informações sensoriais para serem


armazenadas no cérebro. Traduz os dados recebidos em códigos visuais, acústicos ou
semânticos. Quando queremos memorizar algo, agimos em função de uma aprendizagem
deliberada que nos exige mais atenção e, como tal, uma codificação mais profunda.

b)Armazenamento: Depois de codificada, a informação deve ser armazenada, o que acontece


por um período variável. Cada elemento de uma memória é guardado em várias áreas cerebrais.
Engramas são traços mnésicos resultantes das modificações no cérebro que ocorrem para o
armazenamento. Cada engrama produz modificações nas redes neuronais que permitem a
recordação do que se memorizou sempre que necessário.

c)Recuperação: como o nome indica, a fase em que recuperamos, recordamos, reproduzimos a


informação anteriormente guardada

2.4. Relacionamento entre memória e esquecimento

Segundo GOLEMAN (2011), a memória é selectiva e limitada na sua capacidade de


armazenamento. Por isso, o esquecimento é condição essencial ao normal funcionamento da
memória.
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Na perspectiva de ELLIS (2009), podemos definir esquecimento como a incapacidade de


recordar, de recuperar dados, informações, experiências que foram memorizadas no passado. O
esquecimento pode ser provisório ou definitivo. Apesar de estar carregado de uma imagem
negativa, o esquecimento é essencial. Só continuamos, ao longo de toda a vida, a memorizar
informação porque conseguimos esquecer outra. O esquecimento tem uma função selectiva e
adaptativa, já que despreza a informação inútil e desnecessária e os conteúdos conflituosos,
impedindo um excesso de informação acumulado no cérebro que bloquearia a captação de novos
assuntos.

O esquecimento está, normalmente, mais relacionado com a memória a longo prazo uma vez
que, na memória a curto prazo, o tempo de retenção da informação é demasiado curto: esta ou
passa para a memória a longo prazo ou é apagada.

2.5. Tipos de memória

2.5.1. Memória a curto prazo


De acordo com CAPOVILLA (2009), a memória a curto prazo é o sistema responsável pelo
processamento e permanência temporária da informação para efeitos de conclusão das tarefas em
curso.

Devido à dupla função de retenção e processamento da informação, a memória a curto prazo é


mais frequentemente designada por memória operatória.

A memória a curto prazo é um sistema limitado de retenção e armazenamento temporário de


informação. Os limites temporais situam-se à volta de alguns segundos e os limites de
capacidade de informação, que se pode reter de modo integral e por ordem após a respectiva
apresentação, estão circunscritos em torno dos 5 a 9 itens. Esta capacidade varia com as pessoas
e com as estratégias usadas e a informação pode permanecer neste sistema durante mais tempo se
for repetida.

De um modo geral, a capacidade de memória a curto prazo aumenta progressivamente com a


idade desde a infância até à adolescência, estabiliza durante a vida adulta e diminui
progressivamente nos idosos (CAPOVILLA, 2009).
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2.5.2. Memória a longo prazo


A memória a longo prazo é o sistema que armazena a informação e conhecimento durante longos
períodos de tempo. Devido à diversidade de conhecimentos retidos na memória a longo prazo,
houve investigadores que propuseram sistemas específicos de memória a longo prazo a fim de
representar diferentes tipos de conhecimento: o conhecimento procedimental, o conhecimento
semântico e o conhecimento episódico.

2.5.3. Memória procedimental

Pode-se considerar como um sistema de execução, implicado na aprendizagem de tipos distintos


de habilidades que não estão representadas como informação explícita sobre o mundo. Pelo
contrário, estas activam-se de modo automático, como uma sequência de pautas de actuação,
perante os pedidos de uma tarefa. Consistem numa série de reportórios motores (dactilografar,
utilizar o rato...) ou estratégias cognitivas (programar numa linguagem conhecida por parte do
usuário, efectuar um cálculo) que levamos a cabo de modo inconsciente.

A aprendizagem destas habilidades acontece de modo gradual, principalmente através da


execução do retro alimentação que se obtenha desta, de facto, também podem influir as
instruções (sistema declarativo) ou por imitação. O grau de desenvolvimento destas habilidades
depende da quantidade de tempo empregue na sua prática, bem como do tipo de treino que se
leve a cabo.

A unidade que organiza a informação armazenada na Memória Procedimental é a regra de


produção que se estabelece em termos de condição-acção, sendo a condição uma estimulação
externa ou uma representação desta na memória operativa.

2.5.4. Memória declarativa

Segundo LUKASOVA (2009), a memória declarativa contém informação que se refere ao


conhecimento sobre o mundo e experiências vividas por cada pessoa (memoria episódica), bem
como informação referida ao conhecimento geral, melhor referido a conceitos extrapolados de
situações vividas (memoria semântica). Ter em conta estas duas subdivisões da Memória
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Declarativa é importante para entender de que modo a informação está representada e é


recuperada de uma forma distinta.

A distinção de Memoria Semântica da conta de um armazém de conhecimentos acerca dos


significados das palavras e as relações entre estes significados, ao constituir uma espécie de
dicionário mental, mostra que a Memória Episódica representa eventos ou sucessos que
reflectem detalhes da situação vivida e não somente o significado.

A organização dos conteúdos na Memória Episódica está sujeita a parâmetros espacio-temporais,


ou seja, os eventos que se recordam representam os momentos e lugares em que se apresentaram.
De facto, a informação representada na Memória Semântica segue uma pauta conceptual, de
maneira a que as relações entre os conceitos se organizem em função do seu significado.

Outra característica que diferencia ambos os tipos de representação refere-se a que os eventos
armazenados na Memória Episódica são aqueles que foram explícitamente codificados, sendo
que a Memória Semântica possui uma capacidade inferencial e é capaz de manejar e gerar nova
informação que nunca se havia apreendido explícitamente, mas que se havia implícita nos seus
conteúdos (entender o significado de uma nova frase ou de um novo conceito).

2.5.5. Memória sensorial


As memórias sensoriais consideram-se uma espécie de armazéns de informação provenientes dos
diversos sentidos que alargam a duração do estímulo.

Os armazéns mais estudados os dos sentidos da visão e da audição. O armazém icónico


encarrega-se de receber a informação visual. Considera-se um depósito de grande capacidade na
qual a informação armazenada é uma representação isomórfica da realidade de carácter
puramente físico e não categorizado (ainda que não se tenha reconhecido o objecto). Esta
estrutura é capaz de manter nove elementos aproximadamente, por um intervalo de tempo muito
curto - sensivelmente 250 milisegundos. Os elementos que finalmente se transferiram para a
Memória Operativa serão aqueles a que o usuário prestará atenção (LUKASOVA, 2009).
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2.6. Importância da memória


Segundo CRUZ (2002), a psicóloga entende a memória como crucial para a evolução da espécie
humana. “Ela desempenha papel fundamental para nossa qualidade de vida, pois é a condição
primordial ao aprendizado. A capacidade de evocar esses conteúdos condiciona nossa adaptação
ao mundo, nossos relacionamentos sociais, a planificação e a tomada de decisões. Quando isso
não ocorre de forma satisfatória, afecta directamente nosso emocional, através de sentimentos de
fracasso ao não conseguir realizar algo que depende do nosso esquema de memória, resultando
em auto-estima rebaixada, sentimentos de inadequação e, algumas vezes, até relacionados à
depressão.

A memória é uma faculdade cognitiva extremamente importante porque ela forma a base para a
aprendizagem segundo FONSECA et al(1990). Se não houvesse uma forma de armazenamento
mental de representações do passado, não teríamos uma solução para tirar proveito da
experiência. Assim, a memória envolve um complexo mecanismo que abrange o arquivo e a
recuperação de experiências.

FONSECA (2002) refere que ela está intimamente associada à aprendizagem, da qual não se
pode separar. Por seu lado a aprendizagem é a habilidade de mudarmos o nosso comportamento
através das experiências que foram armazenadas na memória. Esta faculdade mental forma a
base de nosso conhecimento, e está relacionada com a nossa orientação no tempo e no espaço, e
com as nossas capacidades intelectuais e mecânicas. Assim, aprendizagem e memória são o
suporte para todo o nosso conhecimento, habilidades e planeamento, fazendo-nos conhecer o
passado, situarmo-nos no presente e prevermos o futuro.

A memória armazena e preserva a informação. Na opinião de FONSECA (2004), ela agrega as


funções de recepção e as funções de expressão, mas estas não ocorrem sem as funções de
armazenamento, compreensão, integração e formulação ou rememorização, como se pode
verificar, segundo o modelo integrado de aprendizagem.

2.7. Perturbação da memória


Segundo CATARINA (2005) As perturbações da memória mais frequentes têm origem em
problemas orgânicos – em resultado, por exemplo, de traumatismos cranianos ou acidentes
vasculares cerebrais. Acontece também serem uma característica do estado de demência.
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A amnésia pode também ser induzida pela ingestão prolongada e abundante de substâncias
como o álcool, sedativos, ansiolíticos e hipnóticos. Também o stress ou um episódio de natureza
traumática são capazes de gerar a incapacidade para recordar informação pessoal
verdadeiramente importante. Esta perturbação da memória sem razões orgânicas, demasiado
vastas para ser explicada como vulgar esquecimento, é conhecida como amnésia dissociativa.

São descritos vários tipos: na amnésia localizada, a pessoa é incapaz de recordar acontecimentos
de um período de tempo circunscrito, geralmente as primeiras horas após algo perturbador – por
exemplo, um sobrevivente ileso de um acidente de viação em que morreu um membro da família
pode não ser capaz de recordar, até dois dias mais tarde, o que aconteceu; na selectiva a pessoa
pode recordar só alguns acontecimentos num período de tempo – um veterano de guerra pode
lembrar-se só de algumas partes de uma série de combates violentos.

Há ainda três outros tipos de amnésia menos comuns. A generalizada tem a ver com a
incapacidade de recordar toda a vida. São as pessoas com esta perturbação que costumam
aparecer na polícia ou na urgência hospitalar. Já a amnésia contínua implica falta de capacidade
de recordar a partir de um ponto no tempo. E a sistematizada afecta a perda de memória em
relação a certas categorias de informação, como todas as recordações relativas à família ou uma
pessoa em particular.
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3. Conclusão
Pode-se definir a memória humana como a conservação e evocação da informação adquirida
através da experiência. Tão grande é o papel da memória na cognição humana que se pode
entender o processo de aprendizado como “aquisição de memórias”.

A memória a longo prazo é o sistema que armazena a informação e conhecimento durante longos
períodos de tempo e a memória a curto prazo é o sistema responsável pelo processamento e
permanência temporária da informação para efeitos de conclusão das tarefas em curso.

A memória desempenha papel fundamental para nossa qualidade de vida, pois é a condição
primordial ao aprendizado.
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4. Bibliografia
Ariel, L. S. A formação social da mente em Vigotsky e Piaget. Rio de Janeiro: Martins Fontes,
1996.

Clark, G. H. Imaginação: estudos psicológicos, uma visão cognitivista. 2000.

CAPOVILLA, A.G.S: Processamento Cognitivo em Crianças com Dificuldades de Leitura.


Psicologia em Estudo, 2004.

CRUZ, V: Educação Cognitiva e Aprendizagem. Porto: Porto Editora, 2002.

FONSECA, V. O insucesso escolar. Lisboa: Editora Martins Fontes, 2002.

GOMES, Catarina. Público, Portefólio de Psicologia B. 2005.

ELLIS, A. W: Leitura, Escrita e Dislexia: Uma Análise Cognitiva. Porto Alegre: Artes Médicas,
2009.

GOLEMAN, D. Inteligência Emocional. Lisboa: Círculo de Leitores, 2011.

LUKASOVA, K: Discriminação Fonológica e Memória em Crianças com Dislexia e Bons


Leitores. Psico- USF, 2009.

NASCIMENTO, R.O. Processos cognitivos como elementos fundamentais para uma educação
crítica: Ciências e Cognição. Minas Gerais, Brasil, 2009.

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