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1.1.Introdução
O trabalho científico aborda sobre a composição dos solos com base no potencial de hidrogénio a
partir de solos ácidos, alcalinos e neutros, sendo distinto a cobertura da superfície terreste pelo
nível de fertilidade para o desenvolvimento de plantas em seus ambientes de crescimento
orgânico. Desta feita, a percepção parte da abrangência e distribuição dos solos ácidos e alcalinos
em Moçambique. O solo por si é de extrema complexidade. Ele consiste de numerosos
componentes sólidos (minerais e orgânicos) arranjados em um padrão geométrico complexo,
quase indefinível. Alguns dos materiais sólidos consistem de partículas cristalinas, enquanto
outros consistem de matéria amorfa que ao revestir os cristais, modificam seus comportamentos.
Sendo assim, o solo é a base dos sistemas de produção agrícola, as alterações nas suas
propriedades afectam a sustentação do crescimento vegetal, e consequentemente o rendimento
das culturas, causando impactos directos para o produtor rural. Então, há necessidade de buscar
alternativas que sejam sustentáveis ao longo do tempo, de forma que melhorem ou mantenham
uma estrutura física capaz de exercer as suas funções para o crescimento das raízes, bem como
favorecer o suprimento de água, oxigénio e nutrientes. A pesquisa aborda a descrição dos solos
ácidos, alcalinos e neutros quanto a composição do pH, ou potencial hidrogénico, seja útil ou não
para o desenvolvimento da agricultura.
1.2.Objectivos
1.2.1.Objectivo Geral
1.2.2.Objectivos Específicos
O trabalho recorreu-se a pesquisa bibliográfica para construção dos fundamentos sobre solos com
pH acido, neutro e alcalino, através de obras: artigos, livros escritos por autores como Curi,
(1993), Muchangos (1993) e Kampf, Schneider & Giasson. (1997). Quanto ao aspecto de analise,
organização e compilação do texto, foi com base nas normas de publicação dos trabalhos
científicos da Universidade Save.
CAPITULO II: REVISÃO DA LITERATURA
Os solos são constituídos de uma mistura de partículas sólidas de natureza mineral e orgânica,
também de ar e água, formando um sistema trifásico: sólido, gasoso e líquido. As partículas da
parte sólida variam em tamanho, forma e composição química, sendo sua combinação o que
forma a matriz do solo. A distribuição quantitativa das partículas de areia, silte e argila, desta
composição da matriz, formam a textura do solo, que é uma das características físicas mais
estáveis. Esta fase sólida mineral do solo, composta de partículas de areia, silte e argila,
normalmente, estão reunidas pela acção da cimentação, formando as unidades estruturais do solo,
sendo os principais os minerais de argila, a matéria orgânica e os óxidos de ferro e alumínio
(Camargo & Alleoni, 1997).
O principal constituinte das rochas ígneas é o silício, e conforme o seu teor (expresso como %
SiO2), essas rochas são classificadas em: ácidas (> 65% SiO2), Em rochas ígneas com mais de
60% de silício em peso, ocorre quartzo associado com feldspatos alcalinos, com pequena
quantidade de minerais ferro-magnesianos, essas rochas tem coloração clara e são denominadas
félsicas (Kampf, Schneider & Giasson, 1997).
Segundo Júnior (2019) a maioria dos solos em condições tropicais e subtropicais húmidas, são
ácidos (pH < 7). Em solos tropicais ácidos, a matéria orgânica desempenha um importante papel
na disponibilidade de nutrientes, pois a maior parte da CTC destes solos é devido aos colóides
orgânicos. Além disso, a sua CTC é fortemente dependente de pH. Adicionalmente, a absorção
de nutrientes pelas plantas, é associada a actividade de organismos no solo como (rhizobium e
micorrizas) mostrando baixa actividade sob alta acidez do solo (Castro Filho et al., 1998).
As consequências da acidez são: aumento do Al e Mn disponíveis (que podem ser tóxicos aos
vegetais em elevada concentração); redução da disponibilidade de P (que é um nutriente
essencial); redução da saturação de bases (V); e redução da decomposição da matéria orgânica e
da actividade microbiana do solo (Júnior, 2019).
Quando as plantas cultivadas apresentam restrição no crescimento devido à acidez (ou suas
consequências), a forma usual de aumentar o pH é a calagem, ou seja, a aplicação ao solo de
produtos que possam reagir com os H+ da solução do solo, neutralizando os mesmos. O
correctivo de acidez mais usado é a rocha calcário (moída na forma de pó). Existem dois tipos de
acidez do solo:
Acidez potencial: corresponde ao H+ não trocável (que pode ser liberado à solução do
solo se o pH tender a aumentar), e o Al+3 trocável (que pode se hidrolisar na solução do
solo acidificando o solo) (Júnior, 2019).
2.3.Solos Neutros
A variação do pH se encontra entre 1 e 14, sendo 7 o valor para um solo neutro. O principal
constituinte das rochas ígneas é o silício, e conforme o seu teor (expresso como % SiO2), essas
rochas são classificadas em: intermediárias ou neutras (55 a 65% SiO2). Em rochas ígneas com
baixo conteúdo de silício são, geralmente abundantes, minerais escuros contendo ferro e
magnésio, como olivinas, piroxénios e anfibólios, essas rochas são denominadas máficas (Kampf,
Schneider & Giasson, 1997).
2.4.Solos Alcalinos
O solo salino-alcalino (Curi et al., 1993) é aquele que apresenta uma combinação de quantidades
prejudiciais de sais, com uma alta alcalinidade ou com um alto conteúdo de sódio trocável, ou
com ambos, de tal modo que provoquem redução no crescimento da maior parte das plantas
cultivadas. Apresenta pH em torno de 8,5 ou menos, CE maior que 4 dS/m e PST superior a 15%.
Também é chamado de salino-sódico.
As plantas podem se desenvolver no solo, desde que este consiga suprir os factores de
crescimento, que as mesmas necessitam encontrar em um substrato: a) suporte; b) disponibilidade
de água; c) disponibilidade de oxigénio; d) disponibilidade de nutrientes essenciais. Os nutrientes
essenciais que os vegetais necessitam são separados em macronutrientes (N, P, K, Ca, Mg, S) e
micronutrientes (Cu, Fe, Zn, Mn, Ni, Mo, B, Cl), sendo que todos são indispensáveis às plantas,
embora os macronutrientes sejam demandados em maior quantidade (Curi et al., 1993).
A maioria das espécies vegetais tem melhor desenvolvimento em condição moderadamente ácida
(pH entre 5,4 e 6,5), pois neste pH há maior disponibilidade da maioria dos nutrientes essenciais.
No entanto, existem espécies vegetais mais adaptadas a solos mais ácidos ou mais alcalinos
(Júnior, 2019).
Do ponto de vista da fertilidade química os melhores solos são os eutróficos, pois apresentam
maior proporção de nutrientes para as plantas (Ca+2, Mg+2, K+), e menor proporção de cátions
ácidos (Al+3 e H+) que podem ser tóxicos à planta (dependendo da concentração e sensibilidade
da espécie vegetal). No entanto, se o solo for eutrófico, mas apresentar elevada concentração de
Na+ não será favorável ao desenvolvimento da maioria dos vegetais (Júnior, 2019).
O pH é outra propriedade indicada por vários autores na classificação dos diversos tipos de solos
e na sua maior ou menor susceptibilidade aos processos erosivos. Allison (1973), enfatiza que os
solos ácidos, ou seja, deficientes em cálcio, que é um elemento que contribui na retenção de
carbono, formando agregados, combinando húmus e cálcio, podem apresentar maior
erodibilidade. No entanto, é preciso ter cuidado quando se está trabalhando com solos agrícolas,
pois podem apresentar um pH mais alto, devido ao processo de cal agem, que é empregado para
corrigir a acidez.
2.6.1.Calagem
A calagem é considerada a prática que mais contribui para supressão dos iões dos solos e a
disponibilização dos nutrientes para as plantas, contribuindo para rentabilidade das culturas
(Lopes et al., 1991).
Segundo Lopes (1989), a calagem corrige as condições indesejáveis de um solo ácido. São
utilizados correctivos. Os materiais mais comuns são o óxido de cálcio ou cal virgem, hidróxido
de cálcio ou cal extinta, escórias de siderurgia (silicatos de cálcio e magnésio) e calcário (Coelho,
1973). O óxido de cálcio tem outras aplicações comerciais, sendo pouco usado na agricultura
como correctivo. Geralmente, é vendido no comércio sob a forma de pó fino, sendo muito
cáustico. Sua obtenção é a partir da calcinação do calcário. O hidróxido de cálcio é produzido
pela adição de água ao óxido de cálcio. As escórias de siderurgia são resíduos da fabricação do
aço, nos quais os elementos activos de correcção de acidez se encontram em forma de silicato de
cálcio e de magnésio. Os calcários são os de uso mais difundido e obtidos através da moagem de
rochas calcárias constituídas principalmente de carbonatos de cálcio e magnésio (Coelho, 1973).
São solos de camada superficial, castanho-avermelhada, por vezes muito escura, argilosa e de
estrutura granulosa, apresenta espessura variando de 10 a 25 cm e bransita gradualmente para
terra vermelha cor de chocolate, argilosa forte, compacta a muito compacto, fendilhada, de
estrutura torronosa a prismática, com nódulos calcários e geralmente muito espessa (65-90 cm).
O pH cresce com a profundidade de 5,9 a 6,3. O horizonte C é constituído por basalto em
adiantado estado de Meteorização (Muchangos, 1999).
Estes solos devem formar-se a partir de materiais originários do Cretácico superior; os calhaus
rolados aparecem com frequência. Por exemplo no posto de Massingir é frequente o
aparecimento em pequenos plateaux de manchas de solos que designamos por solos pardos
(Muchangos, 1999).
2.7.3.Solos calomórficos
São solos de cor vermelhos intensos, argilosos e compactos; a camada superficial, de uma
espessura que varia entre 15 e 30 cm, cinzento-avermelhada, castanho-avermelhada, e geralmente
argilo-arenosa. O pH varia ao longo do perfil de 6,3 a 8,1. São em regra, espessos, começando no
entanto a aparecer elementos grosseiros é casoalho calcário a 60 cm de profundidade
(Muchangos, 1999).
Os solos que apresentam reacção de neutra para alcalina não estão mais dominados pelos íons
hidrogénio ou alumínio. Os locais permanentes de permuta de cargas encontram-se ocupados
primordialmente por bases permutáveis, em que tanto os íons hidrogénio como os íons hidróxido
de alumínio foram substituídos, na sua maioria. Os íons hidróxido de alumínio foram convertidos
em gibsita (Al(OH)3). Nessa condição de solos neutros e alcalinos, maior fracção das cargas
dependentes do pH tornou-se disponível para permuta catiónica, e o consequente hidrogénio
liberado se desloca para a solução do solo e reage com íons OH-, para formar água. Seu lugar no
complexo permutável é ocupado por cálcio, magnésio e outras bases (Neto, 2009).
Uma das características fisiológicas mais notáveis do solo é a sua reacção; isto é, se ácida,
alcalina ou neutra. Como os microrganismos e os vegetais superiores são demasiadamente
sensíveis a seus ambientes químicos, há muito tempo se concede grande realce à reacção do solo
e aos factores ambientais, químicos e físicos associados. A salinidade do solo refere-se ao teor de
sais facilmente solúveis.
Allison, F.E. (1973). Soil organic matter and its role in crop production. Elsevier Scientific
Publishing Company, Amisterdão. P. 637.
Castro Filho, C.; Muzilli, O. & Podanoschi, A. L. (1998). Estabilidade dos agregados e sua
relação com o teor de carbono orgânico num Latossolo Roxo distrófico, em função de sistemas
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Ciência do Solo, Viçosa, vol. 22, p. 527-538.
Coelho, F.S. & Verlengia, F. (1973). Fertilidade do solo. Campinas: Instituto Campineiro de
Ensino Agrícola. P. 384.
Curi, N.; Larach, J. O. I.; Kampf, N.; Moniz, A. C. & Fontes, L. E. F. (1993). Vocabulário de
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Kiehl, E.J. (1979). Manual de edafologia: Relações solo-planta. Editora Agronómica Ceres. São
Paulo. P. 262.
Lopes, A.S. Silva, M.C. & Guimarães Guilherme, L.R. (1991). Correcção da Acidez do solo.
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Lopes, A.S. (1989). Manual de fertilidade do solo. ANDA/POTAFOS. São Paulo. P. 153 .
Thompson, L. M. & Troeh, F. R. (2007). Solos e Fertilidade dos Solos. Editora Andrei. São
Paulo.