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As sete memórias do Ser Humano.

O processo de memória humano é considerado o motor central da

aprendizagem. Sem ele não poderíamos fazer novas aprendizagens nem ter

acesso ao já aprendido, como o eu acontece com os casos de amnésia.

Actualmente conhecem-se vários tipos de memória, muito distintos no

processamento, função e área do cérebro associada.

Existem vários processos de memória, fundamentais ao funcionamento do

humano normal, e sem eles não conseguiríamos fazer a nossa vida normal. A

memória influencia inúmeros processos mentais complexos, como a

linguagem, a escrita, a inteligência, a criatividade, etc.

A memória mais popular é a memória episódica, representa onde todas as

nossas experiências ficam guardadas. Porém existem outros tipos, igualmente

importantes de memória:

Memória sensorial – Onde o processo de interação com o mundo começa, é a

capacidade de os nossos sentidos visuais e auditivos perceberem a

informação, de forma a existir continuidade à nossa percepção. Esta memoria é

muito rápida (menos de  segundo), escapando muitas vezes, à nossa

consciência.

Memória a curto prazo – Também chamada memória de trabalho, refere-se à

informação relevante unicamente para o momento atual, porem irrelevante a

longo prazo. As ordens do chefe ou as tarefas que fogem à rotina. Esta pode

durar entre segundo a horas. E

Memórias semânticas – É a memória responsável por arquivar a nossa

conhecimento da realidade traduzido em palavras. A maioria dos casos de

amnésia não é afetada, visto isto, podemos esquecer quem somos, mas

sabemos que a mesa chama-se “mesa” ou que o gato chama-se “gato”.

Memória episódica – Refere-se a onde guardamos toda a nossa experiência

de vida. Lembrarmo-nos de momentos passados deve-se à memória episódica.


É a principal responsável por novas aprendizagens. Vendo ou vivendo algo

uma vez, podemos ter acesso a ele as vezes que desejarmos.

Memória processual – Onde guardamos as aprendizagens mais ou menos

automáticas, fugindo à consciência. Essencialmente aptidões e processos

motores, como escrever ou andar de bicicleta. Ninguém pensa na sequencia de

movimentos que temos de executar, para que consigamos andar de bicicleta,

nem se consegue descrever através de palavras como se faz. É algo

automático, que foge à nossa consciência, por isso não precisamos pensar

para fazer. Alguns autores defendem ainda uma memória muscular, como a

sequencia de movimentos musculares na elaboração de determinada tarefa,

como lançar uma bola, fazer um drible, etc.

Memoria visual/auditiva – Capacidade de retermos imagens ou sons a longo

prazo. Especialmente desenvolvida em artistas, pintores, desenhadores ou

músicos e cantores. Não é difícil identificar uma imagem ou som conhecido,

porém é essencial uma boa memoria visual/ auditiva para conseguir reproduzir.

Memória Priming – Também chamada de memória de representação

perceptual. Descoberta à umas décadas, e utilizada essencialmente nas

neurociências. A memória Priming refere-se à rede de conhecimento, que o

nosso cérebro ativa perante um estímulo, seja ele palavra, som, imagem, etc.

Representa tudo o que associamos a determinado estimulo captado pelos

nossos sentidos.

Sendo assim a memória é essencial na aprendizagem. Ela está presente na

aquisição, manutenção e aperfeiçoamento de competências. Por isso, melhore

a sua memória e melhorará muitas outras capacidades e competências. A

memória está implicitamente relacionada com processos, como a linguagem,

imaginação, criatividade, inteligência, etc. Exercite e cuide a sua memória, ela

tornará uma pessoa melhor e mais competente.


Memória do Ser Humano
i) Funcionamento da memória

Nas últimas décadas muito se tem estudado a respeito das


características e funcionamento da memória humana. Na área
médica os estudos evoluíram na direção da compreensão dos
meios fisiológicos de como o ser humano armazena as
informações, bem como as razões pelas quais também as perde. 
Baseado nestes conhecimentos, outras áreas vêm tirando proveito
destas informações. Na área educacional, muito se tem usado no
estudo dos processos cognitivos, baseando-se em dados do
funcionamento da memória.
Na área de informática os estudos se voltam para orientar os
projetistas de software, na construção de interfaces que se adaptem
às características da memória humana, não exigindo do usuário
típico de certos sistemas habilidades que exigissem memorização
acima do necessário e viável. 
De forma resumida o diagrama abaixo, apresentado por
Shneidermann em [SCN 92], mostra as partes da memória humana,
e como é o processo de entrada das informações, bem como a
busca.

Figura 15 - Esquema da memória humana

A memória humana pode ser dividida em três partes, cada uma com diferentes
características:

 Memória Rápida ou de Curto Termo


 Memória de Trabalho ou Temporária
 Memória Permanente ou de Longo Termo
A memória rápida ou de curto termo é aquela que recebe as informações
de entrada captadas pelos olhos, ouvidos, olfato e tato e os passa ao sistema
cognitivo. É nela também que são depositadas as informações de saída, ou
seja, as informações que se expressa com a fala, movimentos e ações.

A memória rápida tem este nome porque armazena as informações por um


período de tempo muito pequeno, da ordem de 10 segundos, e além disto
contém informações de ações que se desenvolve repetidamente em frações de
segundos, donde se conclui que seu acesso é extremamente rápido. Também é
chamada de memória de curto termo porque armazena poucas informações a
cada vez. A quantidade de "nacos" (chunks) de informações armazenada é de
7 ± 2, ou seja, ao se captar um certo número de informações por um dos
sentidos de entrada, a memória de curto termo guarda em média 7 destas
informações com uma variação média de 2, ou seja, entre 5 e 9.

Um exemplo clássico de comprovação desta teoria, publicada por Miller em


1956 [MIL 56], se faz ditando para uma pessoa, uma lista de cerca de 30 ou
40 palavras. Ao final do ditado, pede-se para o ouvinte escrever o maior
número de palavras que pode lembrar. Em geral, as pessoas médias lembram
de cerca de apenas 7 palavras. Alguns até escrevem mais do que este limite
médio, porém algumas das palavras devem ser retiradas, pois não faziam parte
da lista lida.

A memória de trabalho recebe este nome porque é nela que as informações


que chegam da memória de curto termo, são trabalhadas, são concatenadas,
para depois serem enviadas para a memória permanente. Ela é portanto, uma
memória temporária, e as informações ali contidas podem ser retidas por um
tempo bem maior que a memória rápida, porém não de forma permanente.

Quando se estuda um assunto que é do nosso interesse, procura-se criar


mecanismos para que sejam colocados na memória permanente e depois
serem recuperados tempo depois. Se o estudo do tema não é de importância
fundamental, ou seja, se está estudando apenas para obtenção de
conhecimentos superficiais, ou para uso temporário, estas informações
permanecem ainda na memória de trabalho por um tempo que pode variar de
minutos a dias.

Um exemplo clássico da memória de trabalho é o exemplo do estudante.


Quando este estuda para aprender algum conhecimento ou habilidade, que
julgue importante, o fará com mecanismos que o permitam, mais tarde,
lembrar daquilo que estudou. Se o estudante estuda para um assunto que, a seu
julgamento, não lhe parece importante para o futuro, ele o fará de forma a
apenas "lembrar para a prova". Efetivamente o que ocorrerá é que dias ou
meses depois ele não lembra de quase nada daquilo que estudou, embora
tenha logrado bom desempenho na prova.

A memória de trabalho também é responsável pelo retorno, pela


recuperação das informações que estão na memória permanente, até um meio
de saída (fala, escrita, etc). Usando algum tipo de mecanismo, a recuperação é
feita e levada à memória de curto termo. Os mecanismos de recuperação
podem ser: analogias, metáforas, regras, exceções à regras, mnemônicos ou
outros tipos de auxiliares que o ser humano usa para "não esquecer" de algo.
Desta forma, as informações que chegam e que saem da memória permanente
passam pela memória de trabalho, lá sendo as informações tratadas e
organizadas.

A memória permanente tem este nome porque consegue armazenar lá


informações que como diz o nome são permanentes e para sempre. Também é
conhecida como memória de longo termo porque é uma memória de grande
capacidade, aliás, capacidade até dita ilimitada segundo alguns estudiosos. O
que efetivamente ainda não se sabe é como lá colocar tamanha quantidade de
informações em tempo relativamente curto. um exemplo que mostra a
validade desta afirmação é o caso de pessoas que se dedicam a estudar certos
temas com profundidade de detalhes, sendo capazes até de dizer a página do
livro que contém certa informação. Em tempos passado havia até programa de
televisão em que eram desafiadas algumas pessoas que se diziam
conhecedores de um tema, da vida de uma pessoa, ou de fatos. As perguntas
feitas eram de detalhes que escapariam a um leitor comum, mas para o
desafiado geralmente a resposta era precisa.

No diagrama da figura 15, observa-se que o acesso às informações se faz não


somente pela memória de trabalho, mas excepcionalmente de forma direta
para a memória rápida. Estas informações que "cortam" caminho são
informações que não precisam de nenhum mecanismo para sua recuperação.
Por exemplo, se perguntarmos a uma pessoa, qual o seu nome, seu endereço,
telefone, etc, estas informações vêm de pronto, pois muitas delas já se traz
desde que se aprende a falar, compreender, em tenra idade. Entretanto na troca
do número do telefone, ou da placa do carro, inicialmente será necessário usar
a memória de trabalho, usando algum mecanismo para lembrar.

ii) Modelo Humano de Processamento de Informações

Durante a década de 80 foram desenvolvidos alguns modelos de como


funciona o sistema de processamento de informações do ser humano. Alguns
diferem entre si na abordagem que se dá ao processo de raciocínio, de
memorização, de tomada de decisões e operações, etc. 
Um dos modelos apresentados, e para o qual convergem muitos outros é o
modelo chamado de GOMS (Goals Operators Methods Selection rules),
proposto por Card, Moran e Newell [CAR 80]. 
O modelo GOMS representa uma estrutura cognitiva do usuário em termos
de:
€ objetivos
€ operadores (ações pertencentes a um repertório de habilidades do usuário)
€ métodos (seqüências de sub-objetivos e operadores geralmente concluídos
de forma automática para obtenção de habilidades)
€ regras de seleção (para escolher entre diferentes possíveis métodos para
alcançar um objetivo particular).
Este modelo prediz os métodos que uma pessoa com habilidades, irá
empregar, para concluir tarefas de edição, e o tempo que elas levarão. Dentro
do modelo, a edição de textos é descrita em diversos níveis de detalhe,
começando a um nível mais alto, e progressivamente vai refinando a
representação. Referem-se aos níveis como nível de unidade-tarefa, nível
funcional, nível de argumento e nível de digitação. 
O estudo de Card et alli [CAR 95] se concentraram num nível, na escala de
tempo da ação humana, chamada de "Psicológica". Na Tabela 3, é mostrada a
tabela de tempo de ações humanas [NEW 85].

Tempo Ação Memória Teoria


Segundos (unidade comum)
109 (décadas) Tecnologia Cultura Social
108 (anos) Sistema Desenvolvimento e
107 (meses) Projeto Educação Organizacional
106 (semanas) Tarefa Educação
105 (dias) Tarefa Habilidade
104 (horas) Tarefa Habilidade Racionalidade
103 (dezenas minutos) Tarefa LTM Limitada
102 (minutos) Tarefa LTM
101 (segundos) Unidade Tarefa LTM
10 (segundo) Operador STM Psicologia
10-1 (décimos segundos) Tempo ciclo Buffers
10-2 (centisegundos) Sinal Integração Neural e
10-3 (milisegundos) Pulso Adição Bioquímica
Tabela 2 - Escala de tempos da ação humana
Os modelos cognitivos também foram influenciados pelo trabalho de Norman
[NOR 86], em que o modelo de desempenho de tarefa é organizado em sete
estágios de atividades do usuário.
A figura 16 mostra estes sete estágios e o caminho entre eles para se chegar ao
desenvolvimento de uma tarefa.

Figura 16 - Sete estágios das atividades do usuário envolvidas no desempenho


de uma tarefa
Na figura aparecem os sete estágios de atividades do usuário para
desempenhar uma tarefa. O estágio primário, central é o estabelecimento dos
objetivos. Uma vez estabelecidos, para executar uma ação é preciso três
estágios:
€ formação de uma intenção
€ especificação de uma seqüência de ações e
€ execução da ação.
Para avaliar uma ação também são necessários três estágios, cada um de certa
forma, complementar aos três estágios de executar uma ação:
€ perceber o estado do sistema
€ interpretar o estado
€ avaliar o estado do sistema em relação aos objetivos originais e às intenções

iii) Restrições de tempo em relação à memorização

Muitos elementos de multimídia são grandes e levam um grande tempo para


serem carregados, especialmente com as conexões de baixa velocidade às
quais está conectada a maioria dos usuários. Estima-se que o tempo limite
ideal, para operações de carga seria de 15 segundos [NIEc 95]. 
É recomendado, que um arquivo que é colocado à disposição para carga
(download), tenha informado o formato e o tamanho do arquivo. Com isto se
evita a carga e arquivos com formatos e plataformas que não servirão ao
usuário, bem como inibir a carga de arquivos muito grandes, com tempo de
carga grande, se as condições de linha e tráfego não forem favoráveis. 
Baseado nos dados de 1996, dos equipamentos usados pela grande maioria
dos usuários, se sugere chamar a atenção dos usuários domésticos para
arquivos maiores que 50 Kb, e para usuários em instalações com linhas de
maior velocidade, advertência para arquivos maiores que 200 Kb.
Quando o tempo de resposta é longo, torna-se importante a presença de algum
mecanismo de indicação de progresso, ou de feedback. Ao longo dos anos
foram estabelecidos alguns tempos ideais desejados, cujos valores não se
alteram, pois estão associados ao mecanismo cognitivo humano.
Alguns tempos esperados:
0,1 segundo: é o tempo limite para o usuário sentir que o sistema está
reagindo à uma ação sua, não sendo necessário nenhum tipo de mecanismo de
feedback, a não ser mostrar o resultado da operação.
1,0 segundo é o tempo limite para que o fluxo de pensamento do usuário
permaneça ininterrupto. Normalmente não é necessário nenhum mecanismo
de feedback se os tempos se mantém entre 0,1 e 1,0 segundo.
10 segundos é o tempo limite para manter a atenção do usuário focada num
diálogo, bem como o tempo em que a memória de curto tempo se mantém
carregada com alguma informação captada pelo sistema cognitivo. 
Tempos maiores induzirão o usuário a fazer outras tarefas, e por isto deve ser
provido algum mecanismo de feedback. Também é importante a possibilidade
de prever o tempo necessário para alguma operação, orientando o usuário que
a operação solicitada poderá levar cerca de um certo tempo para ser
completada. Cabe então ao usuário avaliar se realmente deseja continuar a
operação ou se deseja cancelá-la.
Normalmente o tempo de resposta deve ser tão rápido quanto possível, mas
também é possível que o computador reaja tão rápido que o usuário não
consegue acompanhar o feedback. Um exemplo desta situação geralmente
ocorre com listas que vão sendo roladas na tela, com informação sobre o
progresso das operações, como acontece por exemplo com a carga do sistema
operacional DOS, nos equipamentos PCs. 
O fato do computador ser extremamente rápido indica a necessidade de se ter
mudanças na interface do usuário, para que as informações mostradas sejam
efetivamente observadas e se tornem úteis. 
Nos casos em que o computador não pode prover uma resposta imediata, que
em termos práticos pode se considerar cerca de 10 segundos, deve-se manter
um contínuo feedback para o usuário, informando o percentual já alcançado. 
O mecanismo de feedback, além de informar ao usuário que sua tarefa está em
progresso, ainda indica a quantidade aproximada de tempo que ainda falta
para completar a tarefa, e complementarmente este mecanismo geralmente é a
única coisa que se modifica numa tela, enquanto se aguarda, mantendo assim
o usuário ocupado em acompanhar o desempenho da tarefa, ficando menos
desagradável a espera.
Em muitos casos não se tem condições de avaliar o percentual já realizado ou
a quantidade que falta. Casos como a procura de algo em vários bancos de
dados, onde não se tem a priori informações acerca de cada um deles, pode-se
então usar como feedback, informar quais bancos de dados já foram
pesquisados. Há outros casos em que não é possível informar qualquer dado
sobre o andamento da tarefa. Nestes casos usar na tela algum tipo de indicador
de andamento da tarefa, como uma bola girando, uma mão abrindo e fechando
dedos, ou outro tipo de mecanismo que pelo menos indique ao usuário que
algo está sendo feito.
Para operações razoavelmente rápidas, entre 2 e 10 segundos, um mecanismo
de indicação de percentual de andamento pode não ser indicado, pois
apareceria tão rápido na tela, que só vai confundir o usuário, principalmente se
uma seqüência destes ocorre sucessivamente. 
Uma solução comumente usada para estes casos é a combinação de um cursor
indicando que está ocupado, com algum indicador numérico de quanto já foi
feito, colocado no rodapé da tela, mudando de valores rapidamente.

iv) Outras aplicações que exploram o funcionamento da memória

As limitações de tempo têm muito a ver com o funcionamento da memória de


curto termo. 
Para se explorar as outras duas memórias, o projetista de um hiperdocumento
pode criar mecanismos freqüentes de associação de ações que ele deve
executar para cumprir uma tarefa. Por exemplo, para retornar ao ponto
anterior, a indicação explícita de retornar (back), faz com que, com o tempo, o
usuário monte na sua memória de trabalho um mecanismo que o fará lembrar
rapidamente como fazer para retornar. 
Operações muito freqüentes e importantes acabam por se incorporar na
memória permanente. Aliás, este fato faz com que muitos projetistas
memorizem de forma permanente algumas operações, que para ele, são por
demais óbvias, pela repetição. A conseqüência é que estes projetistas acabam
por não explicitar estas operações, por achar que são por demais óbvias para
qualquer pessoa, e por isso não necessitaria explicitá-las. 
O processo de repetição, é um dos mecanismo mais infalíveis que a memória
humana dispõe. Assim, muitos projetistas o usam de forma racional, ou seja,
que a repetição não seja maçante. O efeito esperado é que estas informações
repetidas acabem por se fixar na memória permanente. Nem sempre isto
ocorre, pois ainda que se repita várias vezes, se o leitor entender que esta
informação lhe é irrelevante, ele não reterá esta informação na memória
permanente. 
Um exemplo, poderia ser uma pessoa que não gosta de futebol, mas que pelo
bom desempenho de um certo jogador, ouve seu nome e referencias a respeito
de seu desempenho, durante vários dias, nos jornais e tele-jornais. Durante
alguns dias o avesso à futebol seria capaz de repetir o nome e as façanhas do
jogador. Entretanto, algum tempo (meses ou anos) depois o anti-futebolista
será incapaz de lembrar sequer a época, nome e fatos do jogador, pois na sua
avaliação não valia a pena "gastar" memória para tal informação, considerada
irrelevante.

v - Processos de comunicação

O ser humano se comunica com outros seres de diversas formas, isoladas ou


combinadas, utilizando-se de seus 5 sentidos:

 Visão
 Audição
 Tato
 Olfato
 Gosto

Seis mecanismos diferentes de memória são ativados:

 Memória Visual
 Memória Auditiva
 Memória Mecânica
 Memória Táctil
 Memória Olfativa
 Memória Degustativa

A partir destes sentidos, pode-se estabelecer 9 tipos de comunicação, listadas


por ordem inversa de eficiência, ou seja a primeira é a menos eficiente:

1 - Comunicação pelo Gosto ou Degustativa (Memória Degustativa)

É a comunicação que vem do gosto, pelo toque da língua, bem como pela ação
de beber ou comer. O índice de eficiência é cerca de 1%.

2 - Comunicação pelo Tato ou Táctil (Memória Táctil)

É a comunicação que vem pelo tato, tanto das mãos (mais sensível) como por
outras partes do corpo. Isoladamente o grau de eficiência é de 1,5%.

3 - Comunicação pelo Olfato ou Olfativa (Memória Olfativa)

É a comunicação que vem pelo olfato, ou seja, o nariz sente um cheiro e


levado ao cérebro. O índice de eficiência é da ordem de 3,5%.

4 - Comunicação pela Audição ou Auditiva (Memória Auditiva)

É a comunicação que vem pelo que se ouve, ou seja, os ouvidos transmitem ao


cérebro o que ouvem, levando ao cérebro as informações captadas. O índice
de eficiência é da ordem de 9%. 

5 - Comunicação Táctil pela Escrita (Memória Mecânica)

É a comunicação que vem pela caligrafia quando se copia ou se registra idéias


e fatos que se vê ou imagina, ou seja, o ato de escrever de próprio punho, ativa
um mecanismo chamado "memória mecânica". Esta memória combina a
memória visual com a do tato, tendo um índice de eficiência da ordem de
10%.

6 - Comunicação pela Visão (Memória Visual)

É a comunicação que vem pelos olhos e é responsável por cerca de 75% do


que se grava na memória. A comunicação através da memória visual pode ser
captada por 4 formas diferentes:
6.1 - Comunicação Escrita (Memória Visual)

É a comunicação que vem através de um documento escrito, em papel ou


numa tela. O índice de eficiência da leitura de textos em papel é maior do que
em tela.

6.2 - Comunicação Gráfica (Memória Visual)

É a comunicação que vem através de símbolos, desenhos, plantas, diagramas,


ícones, fotos ou outros recursos gráficos isoladamente. É o caso da maioria
das placas de trânsito, onde um único símbolo tenta traduzir o que a placa
representa, de forma rápida e eficaz. sabe-se que 80% das coisas que se vê são
captadas por símbolos, desenhos, etc., ou seja, do total, 60% de eficiência
(80% de 75% = 60%).

6.3 - Comunicação Visual (Memória Visual)

É a comunicação que vem da junção da comunicação gráfica com a escrita,


onde um símbolo, desenho, etc., vem acompanhado de palavras-chave ou
textos que complementam o símbolo, desenho, etc. Usando o mesmo exemplo
de placas de trânsito, há uma placa que significa "cuidado, pista derrapante"
mas que pode vir acompanhado da expressão "Em dias de chuva".

6.4 - Comunicação Áudio-Visual (Memória Visual e Auditiva)

É a comunicação que junta a comunicação Visual, com a auditiva. É


considerada a mais eficiente de todas. O dispositivo cognitivo do cérebro ativa
os dois principais sentidos, chegando-se a um índice de cerca de 84% de
eficiência.
http://www.univesp.ensinosuperior.sp.gov.br/preunivesp/2127/tipos-de-mem-ria.html

http://www.cerebromelhor.com.br/

MEMÓRIA – ANATOMIA E FISIOLOGIA

A memória é fator inerente e absolutamente necessário à todas atividades do reino animal, no ser

humano esta se especializou muito tornando ser pensante. A memória está inserida nas nossas funções

involuntárias, no desenvolvimento das nossas habilidades e no reconhecimento das informações

sensitivas e sensoriais advindas da visão, audição, olfação, gosto, e tato. A memória nos permite

respostas ao mundo interno (nosso corpo) e externo, nossa comunicação através das mais variadas

formas de expressão.

Toda e qualquer forma de aprendizagem, de aquisição de conhecimentos ou reconhecimentos e

identificação de fatos, dependem basicamente de processos de memória. Em resumo, somos o produto

de nossa memória.

De uma forma simplista podemos imaginar o nosso cérebro como um computador, que inicialmente não

tem nenhum sistema operacional e o programador insere sistemas básicos que faz todo o sistema

funcionar. Estas funções de sobrevivência do nosso cérebro são inconsciente e que geram resposta

imediata. Exemplo, o reflexo de retirar rapidamente a mão de um local extremamente quente e nocivo

para nossa saúde, como chapa quente de um fogão. Estes estímulos chamados de nociceptivos, existem
até em seres unicelulares e a resposta reflexa de memória medular. Esta seria a memória do “sistema

DOS” dos computadores.

Nossos hábitos, as habilidades motoras (dirigir automóvel, escrever, usar o teclado do computador), os

condicionamentos de comportamentos, a habilidade de falar, raciocínio matemático, que utilizamos no

dia-a-dia, mas não nos apercebemos conscientemente de como as operamos, constituem a

chamada memória não declarativa ou implícita. Estas memórias seriam como os programas de

desenho, escrita, planilhas e cálculos do computador.

Após retirarmos a mão da chapa quente tomamos consciência do fato, o primeiro reflexo se processa na

medula espinhal (reflexo medular) e só posteriormente, o estímulo ascende as regiões superiores do

cérebro (cortex cerebral). A memória que torna consciente os fatos chama-se memória declarativa ou

explícita.

A memória declarativa pode ser evocada à nossa consciência, representando fatos ou episódios. Quando

relembramos e associamos a fatos, como no exemplo anterior, queimaduras e dor, é a

chamada memória semântica. Quando relacionada a uma determinada temporalidade chama-

se memória episódica.

Relacionando com a informática podemos entender que a memória semântica é lembrar e concientizar

com escrever um texto usando ao Word, e memória episódica, a lembrança do episódio em que

estivemos escrevendo o artigo (como este artigo que estava sendo escrito há 15 dia). Ambas memórias

são conscientes, mas o ato de digitar o texto é inconsciente (memória não declarativa ou implícita).

O nosso cérebro tem a capacidade de seleciona as informações relevantes que devem ou não serem

estocadas. A toda hora, somos bombardeados com um mundo infinito de informações (sensitivas, visuais,

auditivas, táteis, gustativas, psíquicas) trazidas do meio ambiente, ou de nossa atividade psíquica. O

cérebro pode fazer um estoque temporário das informações (memória de curto prazo ou imediato),

envolvendo a chamada memória elétrica. Estas informações poderão ser ou não transferidos a áreas

cerebrais distintas, de modo a serem consolidadas (estocadas) de maneira mais duradoura, a memória

de longo prazo e, posteriormente com os reforços passar a memória remota.

Quanto mais reforço, seja pela importância dos fatos, a relevância ou pelo impacto emocional (negativo

ou positivo) que as informações produzem, assim como a repetição da ação, mais clara e mais duradoura

será a memória.

A aquisição de informações específica e de nosso interesse depende da focalização sobre a informação,

neutralizando as interferências internas (vg. situação emocional) e externas (vg. ruídos, iluminação).

Estados emocionais como, ansiedade, estresse, depressão, apatia, insônia, sonolência, dispersividade,

etc. interferem negativamente na retenção de informações.


Reconhecendo o passado (memória episódica) – A cronologia dos eventos de nossa vida, nascimento,

data de formatura, data de casamento, etc, fica registrada através da eficácia da conexão entre neurônios

na região do hipocampo. Ali existe, também, células que quando ativadas provocam em nós a sensação

de novidade e são chamadas de células de novidade.

No hipocampo existem inúmeros neurônios de reconhecimento episódico que nunca foram ativados e que

estão estreitamente conectados às células de novidade. Quando um evento ocorre pela primeira vez, ele

ativa fortemente um desses neurônios, e sua estreita conexão com a célula de novidade nos proporciona

a sensação de novidade. Mas essa forte ativação afrouxa a conexão entre ele e a célula de novidade.

Dessa forma, nas próximas vezes que o mesmo evento ocorrer a sensação de novidade será cada vez

menor, pois o neurônio que agora reconhecerá sempre esse episódio estará cada vez menos conectado

com a célula de novidade.

Lesões na região do hipocampo podem ter efeitos devastadores, pois podem destruir a nossa memória

retrospectiva. Deixamos de reconhecer nossos familiares, nossos amigos, os locais importantes de nossa

vida, etc. Tudo se torna novo para nós e precisamos reaprender tudo outra vez.

Reconhecendo recente (memória declarativa) – As lesões neurológicas podem destruir a capacidade

de reconhecer o recente. Não perdemos nosso passado antigo, mas não podemos gravar nosso passado

recente. A partir do momento da lesão, perdemos nossa capacidade de guardar o ocorrido. Já não

podemos mais nos lembrar do que aconteceu minutos atrás. O caso símbolo foi descrito em 1957, do

paciente HM de 27 anos, com epilepsia refratária aos medicamentos, sendo submetido a uma cirurgia de

retirada dos lobos temporais e suas partes mediais de ambos os hemisférios, incluindo na ablação os

hipocampos e os núcleos amigdalóides. Após a cirurgia, controlou-se as crises epiléticas, porém, o

paciente perdeu a capacidade de formar novas memórias de longo prazo, conservando a memória de seu
passado antes da cirurgia. Diferente da memória retrógrada, dos fatos ocorridos no passado, a memória

anterógrada (que envolve fatos recentes) localiza-se no lobo temporal região do hipocampo e amígdala.

A memória depende de diversos sistemas de conexões neurais, sendo um dos principais o chamado

circuito de Papez, que envolve o hipocampo, o fórnix, os corpos mamilares e o septum e o núcleo anterior

do tálamo. As regiões mais sensíveis para a produção de distúrbios da memória são: os lobos temporais

mediais, o diencéfalo e a região frontobasal.

Referências:

Kaster S, Ungerleider LG – Mechanisms of visual attention in the human cortex. Annual


Reviews of Neuroscience 2000,23:315-341.
Lent R – Cem Bilhões de Neurônios: Conceitos Fundamentais de Neurociência. São Paulo,
Editora Atheneu 2001
Purves D, Augustine GJ, Fitzpatrick D, Katz LC, et al Cap 24. Cognition. In LaMantia AS &
McNamara JO – Neuroscience Sinauer Associates, Sunderland, EUA 1997,p.465-482.
Purves D, Augustine GJ, Fitzpatrick D, Katz LC, et al Cap 29. Human Memory. In LaMantia AS &
McNamara JO – Neuroscience Sinauer Associates, Sunderland, EUA 1997,p.465-482.

Emoção, Memória e o cérebro

A descoberta das rotas neurais responsáveis pela formação de memórias relativas a


experiências emocionais primitivas como o medo abre caminho para o tratamento de
ansiedade, fobia e stress pós-traumático.

Revista Scientific American - por Joseph E. LeDoux*

Apesar de milênios de preocupação com cada faceta da emoção humana, ainda estamos
longe de chegar a uma explicação rigorosa, do ponto de vista fisiológico, para esta
porção de nossa experiência mental. Nos últimos tempos, os neurocientistas vêm
demonstrando interesse especial pelas bases neurais de processos cognitivos como
percepção e memória. Na maioria dos casos, ignoravam o papel do cérebro na emoção.
No entanto, o interesse por esse misterioso terreno da mente humana ressurgiu.
Catalisados pelo progresso no entendimento das bases neurais dos processos cognitivos, e
por um conhecimento cada vez mais sofisticado da organização anatômica e da fisiologia
do cérebro, pesquisadores começam a abordar a questão da emoção.

Uma área de pesquisa que vem apresentando resultados promissores é a investigação da


relação entre memória e emoção. Muito deste trabalho envolveu estudos sobre um tipo
particular de emoção - o medo - e a maneira como eventos ou estímulos específicos,
através de experiências individuais de aprendizado, evoca este estado. Cientistas
conseguiram determinar como o cérebro molda nosso modo de formar memórias
relacionadas a este evento emocional básico porém significativo. Chamamos este
processso de "memória emocional".

Descobrindo as vias neurais através das quais uma situação faz com que um indivíduo
aprenda sobre o medo, esperamos elucidar os mecanismos gerais deste tipo de memória.
Diversos distúrbios mentais humanos - incluindo ansiedade, fobia, stress pós-traumático e
síndrome do pânico - implicam uma disfunção na capacidade de o cérebro controlar o
medo, e estudos sobre as bases neurais dessa emoção podem nos auxiliar a compreender
e tratar melhor esses distúrbios.

A maior parte de nosso conhecimennto sobre como o cérebro conecta memória e emoção
surgiu de estudos do chamado condicionamento clássico do medo. Nesse processo, o
sujeito do experimento, normalmente um rato, escuta um ruído ou vê uma luz piscante,
ao mesmo tempo que leva um breve choque elétrico de pouca intensidade em suas patas.
Depois de algumas dessas experiências, o rato responde automaticamente ao som ou à
luz, mesmo na ausência do choque. As reações do animal são típicas daquelas vistas em
qualquer situação ameaçadora: ele se imobiliza, sua pressão arterial e freqüência
cardíaca aumentam, e ele apresenta reação de sobressalto. No jargão de tais
experimentos, o ruído ou o flash é um estímulo condicionado, o choque nas patas é um
estímulo não-condicionado, e a reação do rato é uma resposta condicionada, que consiste
em mudanças comportamentais e psicológicas facilmente mensuráveis.
Esse tipo de condicionamento se dá rapidamente em ratos - na verdade, se dá com a
mesma rapidez que com humanos. Uma única combinação de choque e som ou luz pode
produzir o efeito condicionado. Estabelecida, a reação de medo torna-se relativamente
permanente. Caso o som ou a luz seja administrado várias vezes, não acompanhado de
choque elétrico, a reação do rato diminui. Tal mudança recebe o nome de extinção.
Entretanto, fortes evidências sugerem que esta alteração comportamental resulte de um
controle do cérebro sobre o medo, e não da eliminação da memória emocional. Uma
reação de medo aparentemente extinta pode se recuperar espontaneamente, ou ser
restabelecida por uma experiência estressante. De maneira similar, o stress pode causar
o reaparecimento de fobias em indivíduos que tenham sido tratados com sucesso. Isso
demonstra que a memória emocional subjacente à fobia encontrava-se dormente, não
tendo sido eliminada pelo tratamento.

 Medo e Memória

Diversos motivos fizeram do condicionamento ao medo um ponto de partida ideal para


estudar a memória emocional. Primeiro, ele ocorre em praticamente todos os grupos
animais nos quais foi estudado: drosófilas, caramujos, aves, lagartos, peixes, coelhos,
ratos, macacos e seres humanos. Embora ninguém alegue que os mecanismos sejam
exatamente iguais em todos esses seres, os estudos realizados até o momento sugerem
que as vias sejam bastante similares nos mamíferos, e possivelmente em todos os
vertebrados. Estamos, portanto, confiantes de que muitos dos resultados obtidos em
animais se apliquem também aos seres humanos. Além disso, os estímulos mais
comumente utilizados neste tipo de condicionamento não são vivenciados por ratos - ou
seres humanos em seu cotidiano. O caráter de novidade e irrelevância de tais luzes e
sons ajuda a garantir que os animais não tenham ainda desenvolvido reações emocionais
fortes aos mesmos. Assim, fica patente que os pesquisadores estão realmente observando
aprenndizado e memória em ação.

Ao mesmo tempo, tais estímulos não requerem processamento cognitivo cerebral


complexo, permitindo estudar os mecanissmos emocionais de forma relativamente
direta. Por último, os vastos conhecimentos das vias neurais envolvidas no processamento
de informações acústicas e visuais servem como excelente ponto de partida para o exame
das bases neurológicas evocadas por tais estímulos.

Como a maioria dos pesquisadores nesse campo, defendo que o condicionamento ao


medo ocorre porque o choque modifica a maneira como os neurônios localizados em
certas regiões importantes do cérebro interpretam o estímulo sonoro. Acredita-se que os
neurônios fundamentais para este processo se localizem na via neural através da qual o
som induz a reação condicionada.

Dez anos atrás, foram identificados importantes componentes desse sistema. Nossos
estudos iniciaram-se na Cornell University Medical College, quando meus colegas e eu
formulamos uma pergunta simples: o córtex auditivo é fundamental para o
condicionamento auditivo do medo?

Na via auditiva, bem como em outros sistemas sensoriais, o córtex representa o nivel
hierarquicamente mais superior do processamento, sendo o ápice de um encadeamento
de eventos neurais que tem inicio nos receptores sensoriais periféricos, localizados,
neste caso, no ouvido. Caso lesões (ou a resseção cirúrgica) de partes do córtex auditivo
interferissem no condicionamento ao medo, poderíamos concluir que esta região é
realmente necessária para tal atividade. Seria ainda possível deduzir que o próximo passo
na via de condicionamento seria uma via de saída do córtex auditivo. Entretanto, nossos
experimentos com lesões em ratos confirmaram aquilo que já havia sido sugerido por
uma série de outros estudos: que o córtex auditivo não é necessário para o aprendizado
de diversos fatos relacionados a estímulos acústicos simples.
Passamos então a lesar porções auditivas do tálamo e mesencéfalo, áreas localizadas
abaixo do córtex auditivo. Ambas processam sinais auditivos: o mesencéfalo fornece o
estímulo principal ao tálamo; o tálamo fornece o estímulo principal ao córtex. Lesões em
ambas as regiões eliminaram a suscetibilidade do rato ao condicionamento. Esta
descoberta sugeria que um estímulo sonoro é transmitido através do sistema auditivo
para o nível do tálamo auditivo, mas que não precisa atingir o córtex para que ocorra o
condicionamennto ao medo.

Tratava-se de uma possibilidade intrigante. Sabíamos que as fibras nervosas primárias


que levam os sinais do tálamo auditivo projetam-se até o córtex auditivo. Assim, David A.
Ruggiero, Donald J. Reis e eu realizamos novos estudos e descobrimos que as células de
algumas regiões do tálamo auditivo também projetam fibras que chegam a diversas áreas
subcorticais. Seriam tais projeções neurais as conexões através das quais o estímulo
induz a resposta que identificamos com o medo? Testamos esta hipótese, lesando cada
uma das regiões subcorticais com as quais estas fibras se conectam. As lesões causaram
efeitos em apenas uma área: a amígdala.

 Preenchendo os Vazios

Tal observação posicionou os resultados que havíamos encontrado em um quadro já


aceito do processamento emocional. Por muito tempo, a amígdala vinha sendo
considerada uma região importante em diversas formas de comportamento emocional.
Em 1979, Bruce S. Kapp e colegas da University of Vermont relataram que lesões no
núcleo central da amígdala interferiam na resposta cardíaca condicionaada de coelhos
que houvessem sido submetidos a choques associados a sons. O núcleo central conecta-se
com áreas do tronco encefálico que participam do controle dos batimentos cardíacos, da
respiração e da vasodilatação. O trabalho de Kapp sugere que o núcleo central seja uma
parte crucial do sistema através da qual são expressas respostas condicionadas
autonômicas.

De forma similar, descobrimos que lesões nesse núcleo impediam o aumento da pressão
arterial em ratos e limitavam sua capacidade de imobilização na presença de um
estímulo causador de medo. Demonstramos ainda que lesões de áreas conectadas ao
núcleo central eliminavam uma das duas respostas. Michael Davis e seus colegas da Yale
University concluíram que lesões do núcleo central, bem como lesões de uma outra área
do tronco encefálico à qual se projeta o núcleo central, causavam diminuição de outra
resposta condicionada: da reação de sobressalto, que ocorre quando um animal está com
medo.

Estudos envolvendo diferentes espécies e formas variadas de mensuração do medo


sugerem que o núcleo central seja um componente fundamental do circuito de
condicionamento ao medo. Ele se conecta a várias áreas do tronco encefálico envolvidas
no controle de um amplo espectro de respostas.

Apesar de nossa maior compreensão acerca desta porção da amígdala, muitos detalhes
sobre a via neural envolvida permaneciam desconhecidos. Por exemplo: o som chega ao
núcleo central diretamente do tálamo auditivo? Descobrimos que não. O núcleo central
recebe projeções de áreas talâmicas adjacentes à porção auditiva do tálamo, porém não
da área auditiva em si; uma área completamente diferennte na amígdala, o núcleo
lateral, recebe estímulos do tálamo auditivo. Lesões do núcleo lateral impedem o
condicionamennto ao medo.

Uma vez que essa área recebe informações diretamente do sistema sensorial, nós agora a
consideramos a interface sensorial da amígdala no condicionamento ao medo. Em
contraste, o núcleo central aparentemente faz interface com os sistemas que controlam
as respostas.
Estas descobertas pareciam nos posicionar no limiar do mapeamento da via completa de
reação a estímulos. Mas ainda não sabíamos como as informações recebidas pelo núcleo
lateral chegavam ao núcleo central. Estudos anterioores indicavam que o núcleo lateral
se projetava diretamente para o núcleo central, mas as conexões eram relativamente
esparsas. Trabalhando com macacos, David Amaral e Asla Pitkanen, do Salk Institute for
Biological Studies, em San Diego, demonstraram que o núcleo lateral estende-se
diretamente a uma área adjacente, chamada de núcleo basal ou basolateral, que por sua
vez se projeta para o núcleo central.

Em colaboração com Lisa Stefanacci e outros membros da equipe do Salk Institute,


Claudia R. Farb e C. Genevieve Go encontraram as mesmas conexões em ratos, no meu
laboratório na New York University. Demonstramos então que tais conexões formam
contatos sinápticos - com comunicação direta, de neurônio para neurônio. Informações
que chegam ao núcleo lateral podem influenciar o central através do basalateral. O
núcleo lateral pode, ainda, influenciar o núcleo central através do basal acessório ou
núcleo basal medial. Fica claro que, uma vez que um estímulo tenha sido recebido,
existem várias oportunidades para que o núcleo lateral se comunique com o núcleo
central.

O significado emocional desse estímulo é determinado pelo próprio som e pelo ambiente
em que se insere. Ratos devem aprender não apenas que uma pista sonora ou visual é
perigosa, mas também em quais circunstâncias isso acontece. Russell G. Phillips e eu
examinamos a reação deles à câmara, ou contexto, no qual haviam sido condicionados.
Descobrimos que lesões na amígdala interferiam na reação dos animais, tanto em relação
ao som como à câmara. Porém, lesões no hipocampo - uma região do cérebro relacionada
à memória declarativa - interferiam somente com a resposta à câmara, e não ao som. A
memória declarativa envolve informações explícitas, de acesso consciente, assim como a
memória espacial. Michael S. Fanselow e Jeansok J. Kim, daUniversity of California, em
Los Angeles, descobriram que lesões hipocampais produzidas após a ocorrência do
condicionamento ao medo também impediam a expressão de reações ao ambiente.

 Reações Emocionais

As descobertas eram consistentes com a visão mais universalmente aceita, de que o


hipocampo tem papel importante no processamento de informações complexas, tais
como detalhes sobre o ambiente espacial em que a atividade está sendo realizada.
Phillips e eu ainda demonstramos que o subículo, região do hipocampo que se projeta
para outras áreas do cérebro, comunica-se com o núcleo lateral da amígdala. Essa
conexão sugere que informações contextuais podem adquirir significado emocional como
ocorre com outros eventos - através da transmissão para o núcleo lateral.

Apesar de nossos experimentos terem identificado uma via sensorial subcortical capaz de
causar o condicionamento ao medo, não descartamos a importância do córtex. A
interação de mecanismos subcorticais e corticais na emoção continua a ser um tópico
bastante polêmico. Alguns pesquisadores acreditam que a cognição seja um precursor
vital à experiência emocional; outros acreditam que a cognição - presumivelmente uma
função cortical - seja necessária para dar início à emoção, ou que o processamento
emocional seja um tipo de processamento cognitivo; outros questionam a necessidade da
cognição no processamento emocional.

Tornou-se aparente que o córtex auditivo está envolvido, sem ser entretanto crucial, no
estabelecimento da reação ao medo, pelo menos quando da aplicação de estímulos
auditivos simples. Norman M. Weinberger e colegas da University of California em Irvine
demonstraram alterações fisiológicas na resposta a ruídos de neurônios do córtex
auditivo, em conseqüência do condicionamento. Essa descoberta indica que o córtex está
estabelecendo seu próprio registro do evento.
Experimentos realizadas por Lizabeth M. Romanski em meu laboratório determinaram
que, na ausência do córtex auditivo, ratos podem aprender a reagir com medo a um
único tom. Caso, porém, sejam removidas as projeções do tálamo para a amígdala, as
projeções do tálamo para o córtex e daí para a amígdala são suficientes. As pesquisas de
Romanski estabeleceram que o núcleo lateral pode receber estímulos tanto do tálamo
quanto do córtex e complementam estudos feitos com primatas.

 Mecanismos moleculares

Uma vez compreendido como o condicionamento ao medo é aprendido, tentamos


descobrir como são estabelecidas e armazenadas as memórias emocionais em nível
molecular. Farb e eu demonstramos que o aminoácido glutamato, transmissor
excitatório, está presente nas células talâmicas que chegam ao núcleo lateral. Chiye J.
Aoki e eu demonstramos que o glutamato também está presente em sinapses no núcleo
lateral. A transmissão do glutamato está envolvida na formação da memória - parecíamos
estar no caminho certo.

O glutamato foi observado em um processo chamado de potenciação de longo prazo


(long-term potentiation, ou LTP), que surgiu como um modelo para a criação de
memórias. Este processo, mais freqüentemente estudado no hipocampo, envolve uma
variação na eficácia da transmissão sináptica ao longo de uma via neural - em outras
palavras, os sinais viajam de forma mais fácil por esta via quando a LTP já tiver ocorrido.
O mecanismo aparentemente diz respeito à transmissão de glutamato e a uma classe de
receptores de aminoácidos excitatórios pós-sinápticos, conhecidos como NMDA (N-metil-
D-aspartato).

Diversos estudos localizaram a LTP na via do condicionamento ao medo. Marie-Christine


Clugnet e eu notamos que a LTP pode ser induzida na via tálamona. Thomas H. Brown e
Paul Chapman, com colegas em Yale, descobriram a LTP em uma projeção cortical para a
amígdala. Outros pesquisadores, incluindo Davis e Fanselow, conseguiram bloquear o
condicionamento ao medo ao bloquear os receptores NMDA na amigdala. Michael T.
Rogan, em meu laboratório, descobriu que o processamento de sons pela via tálamo-
amigdaliana é amplificado após a indução da LTP. O fato de que a LTP pode ser
demonstrada em uma via de condicionamento fornece novas esperanças para a
compreensão de como está relacionada à memória emocional.

Estudos realizados por Fabio Bordi, também em meu laboratório, sugeriram o que ocorre
nos neurônios do núcleo lateral durante o aprendizado. Bordi monitorou o estado elétrico
de neurônios individuais nesta área de um rato, enquanto este escutava um som e
recebia um choque. Ele e Romanski descobriram que, essencialmente, todas as células
que reagiam aos estímulos auditivos também reagiam ao choque. O ingrediente básico do
condicionamento encontra-se, portanto, presente no núcleo lateral.

Bordi conseguiu dividir as células estimuladas acusticamente em duas classes: adaptáveis


e consistentemente responsivas. Células adaptáveis eventualmente param de reagir ao
estímulo sonoro repetido, o que sugere que possam servir na detecção de qualquer som
inusitado ou diferente. Elas poderiam permitir que a amígdala ignore um estímulo
quando este se tornar familiar. A combinação de som e choque nestas células poderia
reduzir a habituação, permitindo que as células respondam a estímulos significativos, em
vez de ignorá-los.

As células consistentemente responsivas apresentaram altos limiares de intensidade:


somente sons altos eram capazes de ativá-las. Trata-se de uma descoberta interessante,
devido ao papel do volume na determinação de distâncias. Sons próximos são, em
princípio, mais perigosos do que os mais longínquos. A combinação de som e choque
poderia atuar nestas células para diminuir sua resistência, aumentando a sensibilidade
das células ao mesmo estímulo. Células consistentemente reativas estavam sintonizadas a
um amplo espectro de tons. A combinação de um som e um choque poderia tornar as
células reativas a um espectro menor de freqüências, ou poderia mudar a sintonia,
aproximando-se da freqüência do estímulo. Weinberger demonstrou que células no
sistema auditivo realmente alteram a sintonia para se aproximar do estímulo
condicionado. Bordi e eu também detectamos este efeito em células do núcleo lateral.

A permanência aparente destas memórias induz a pergunta: o aprendizado emocional


pode ser eliminado, e, em caso negativo, como pode ser amenizado? Aparentemente é
bastante difícil eliminar memórias emocionais, e o melhor que se pode esperar é
conseguir mantê-las sob controle. Estudos realizados por Maria A. Morgan, em meu
laboratório, esclareceram como o cérebro regula expressões emocionais. Quando parte
do córtex pré-frontal está lesado, é difícil extinguir a memória emocional. Esta
descoberta indica que as áreas pré-frontais - possivelmente através da amígdala -
normalmente controlam a expressão da memória emocional e evitam reações emocionais
que não sejam mais úteis. Conclusão similar foi proposta por Edmund T. Rolls e colegas
daUniversity of Oxford, em estudos da atividade elétrica de neurônios no córtex frontal
de primatas.

Variações funcionais na via entre esta região do córtex e a amígdala podem fazer com
que seja mais difícil para algumas pessoas modificar seu comportamento emocional.
Davis e seus colegas descobriram que o bloqueio de receptores NMDA na amígdala
interfere na extinção, o que sugere tratar-se de um processo de aprendizado ativo. É
possível que tal aprendizado se situe em conexões entre o córtex pré-frontal e a
amígdala.

A inserção de um processo básico de memória emocional na via da amígdala traz


benefícios óbvios. Ela é a região crítica para o aprendizado, dada sua localização central,
entre estações de entrada e saída. Todas as rotas que levam à amígdala - tálamo
sensorial, córtex sensorial e hipocampo - carregam informações singulares. Vias
originárias do tálamo sensorial fornecem apenas uma percepção grosseira do mundo
externo, mas como envolvem apenas uma conexão neural, são bastante rápidas. Por
outro lado, vias do córtex fornecem representações detalhadas e precisas, que nos
permitem reconhecer um objeto através da visão ou do som. Porém, essas vias, que vão
do tálamo ao córtex sensorial e à amígdala, envolvem diversas conexões neurais. Cada
elo na cadeia immplica processo mais demorado.

Economizar tempo pode ser o motivo pelo qual existem duas rotas - uma cortical e uma
subcortical - para o aprendizado emocional. Animais, e humanos, precisam de um
mecanismo de reação rápido e rasteiro. O tálamo ativa a amígdala mais ou menos ao
mesmo tempo que ativa o córtex. O sistema pode possibilitar o início de reações
emocionais na amígdala antes que percebamos completamente ao que reagimos ou o que
sentimos.

A via talâmica pode ser particularmente útil em situações que exijam resposta rápida.
Não reagir ao perigo pode custar mais do que uma resposta inadequada a um estímulo
benigno. Por exemplo, qualquer farfalhar de folhas é suficiente para nos colocar em
estado de alerta quando caminhamos em um bosque, sem que seja necessário identificar
primeiro o que causa o som. De forma similar, a visão de uma forma curva e delgada
estirada no chão à nossa frente é suficiennte para evocar respostas defensivas de medo.
Não é necessário passar por uma análise detalhada sobre se o que vemos é uma cobra.
Tampouco precisamos identificar a cobra como um réptil ou perceber que sua pele pode
ser utilizada na confecção de cintos e botas. Todos estes detalhes são irrelevantes e, na
verdade, prejudiciais a uma reação eficiente, rápida e capaz de salvar nossas vidas. O
cérebro simplesmente precisa ser capaz de armazenar e detectar pistas primitivas. Mais
tarde, a coordenação desta informação básica com o córtex permite a verificação (sim, é
uma cobra), ou faz com que a reação (gritar, correr) seja extinta.

 Memória Emocional

Apesar da amígdala armazenar innformações primitivas, não devemos considerá-la o


único centro de aprendizado. O estabelecimento de memórias é uma função de toda a
rede, e não de um único componente. A amígdala é certamente crucial, mas é
importante manter em mente o fato de que suas funções existem somente no contexto
do sistema ao qual pertence.

Acredita-se que a memória seja o processo através do qual trazemos à tona alguma
experiência consciente anterior. O aprendizado original e o ato de relembrarmos são,
neste caso, ambos eventos conscientes. Pesquisadores determinaram que a memória
declarativa é mediada pelo hipocampo e pelo córtex. Mas a remoção do hipocampo tem
pouco efeito no condicionamento ao medo - exceto no condicionamento ao contexto.

Por outro lado, o aprendizado emocional que vem através de condicionamento ao medo
não é um aprendizado declarativo. Ele é mediado por um sistema diferente, que pode
operar independentemente do conhecimento consciente. A informação emocional pode
ser armazenada dentro da memória declarativa, mas é mantida aí como um fato
declarativo imparcial. Por exemplo, caso uma pessoa seja ferida em um acidente
automobilístico no qual a buzina emperrou, pode posteriormente reagir ao ouvir o
barulho de buzinas de carro. Ela pode se lembrar de detalhes do acidente, tais como
onde e quando ocorreu, e quem estava envolvido. Estas são memórias declarativas, que
dependem do hipocampo. A pessoa pode também tornar-se tensa, ansiosa ou deprimida
quando a memória emocional é reativada através do sistema da amígdala. O sistema
declarativo armazenou o conteúdo emocional da experiência, mas fez isso como um fato.

As memórias emocional e declarativa são armazenadas e recuperadas em paralelo, e suas


atividades são continuamente unidas em nossa experiência consciente. Isto não significa
que tenhamos acesso consciente direto às nossas memórias emocionais; significa apenas
que temos acesso às conseqüências - tais como a maneira como nos comportamos ou
como nosso corpo se sente. Essas conseqüências unem-se à memória declarativa atual
para formar uma nova memória declarativa. A emoção não é somente memória
inconsciente: ela exerce poderosa influência na memória declarativa e em outros
processos mentais. Conforme demonstrado de forma convincente por James L. McGaugh
e seus colegas da University of California em Irvine, a amígdala tem papel essencial na
modulação do armazenamento e da intensidade das memórias.

Existe uma importante distinção entre memória declarativa e memória emocional. W. J.


Jacobs, da University of British Columbia, e Lynn Nadel, da University of Arizona,
argumentam que somos incapazes de relembrar eventos traumáticos de nossa infância
porque nosso hipocampo ainda não havia amadurecido o bastante para formar
conscientemente memórias acessíveis. O sistema da memória emocional, que pode se
desenvolver mais cedo, claramente forma e armazena memórias inconscientes desses
eventos. Por isso, o trauma pode mais tarde afetar funções mentais e comportamentais,
através de processos que se mantêm inacessíveis à consciência.

Uma vez que a combinação de som e choque pode gerar reações condicionadas em
animais na escala filogenética, fica claro que o condicionamento ao medo não pode
depender da consciência. Drosófilas e caramujos, por exemplo, não são criaturas
conhecidas por seus processos mentais conscientes. Minha maneira de interpretar este
fenômeno é considerar o medo como estado de consciência subjetivo, que se dá quando
sistemas cerebrais reagem ao perigo. Somente se o organismo possui um sistema neural
suficientemente avançado é que o medo consciente acompanha a resposta corpórea. Isso
não significa que apenas os seres humanos conheçam o medo, mas sim que a consciência
é um pré-requisito para a ocorrência de estados emocionais subjetivos.

Assim, emoções ou sentimentos são produtos conscientes de processos inconscientes. É


fundamental lembrar que as experiências subjetivas que chamamos de sentimentos não
constituem a atividade principal do sistema que as gera. Experiênncias emocionais são o
resultado do desencadeamento de sistemas de adaptação comportamental que foram
preservados pela evolução. Qualquer tipo de experiênncia subjetiva é um grande desafio
para os cientistas. Já conseguimos, entretanto, compreender melhor o sistema neural
subjacente às reações de medo. Este mesmo sistema pode gerar sentimentos subjetivos
de medo. Neste caso, estudos sobre o controle neural de reações emocionais podem
também ser cruciais para a compreensão de emoções subjetivas.

 Pós-escrito

Muito já aconteceu na pesquisa da emoção, da memória e do cérebro desde que este


artigo foi escrito em 1994. Resumirei parte dessas informações aqui.

Ampliou-se a compreensão da organização anatômica da amígdala. Um trabalho afirma a


importância do núcleo lateral como passagem para a amígdala, e sugere que o
processamento da informação ocorre no nível de sub-regiões no núcleo lateral. A
importância da organização sub-regional da amígdala lateral também foi enfatizada por
estudos nos quais foi registrada a atividade de neurônios em reação a um estímulo
condicionado (EC) ao som, antes e depois do condicionamento ao medo. Os resultados
demonstraram que a atividade provocada pelo EC no subnúcleo dorsal da amígdala lateral
aumenta drasticamente com a associação do EC ao estímulo não-condicionado de choque
nos pés, e que diferentes populações de células nesta área estão envolvidas no
aprendizado inicial e no armazenamento da memória. Uma vez que a atividade celular é
aprendida antes que o medo seja expresso, as variações celulares constituem uma parte
plausível da explicação de como o comportamento do medo é aprendido e lembrado.

A compreensão dos mecanismos moleculares subjacentes à aprendizagem e memória do


medo foi buscada através de estudos da LTP em secções de tecido obtidos da amígdala
lateral. Este trabalho sugere que a indução da LTP pode ocorrer através de dois
mecanismos distintos. Ambos requerem o influxo de cálcio em células da amígdala lateral
que são pós-sinápticas - ou seja, na extremidade receptora do sinal - para as vias de
entrada sensorial. Uma forma de LTP envolve a entrada de cálcio através de canais de
cálcio controlados por voltagem; a outra envolve receptores NMDA. Ambas são vias
celulares que, quando abertas, permitem a entrada de íons de cálcio na célula. Outros
estudos demonstraram que, em animais vivos, o condicionamento ao medo, como a LTP,
depende de receptores NMDA e de canais de cálcio controlados por voltagem. Além disso,
o condicionamento ao medo altera a atividade neural na amígdala lateral de forma muito
similar ao que ocorre quando a LTP é induzida nesta região, sugerindo que a LTP seja um
modelo plausível do aprendizado.

A elevação de cálcio em neurônios pós-sinápticos durante a LTP e o aprendizado do medo


desencadeiam uma cascata de outros processos químicos, que levam a um estado
sustentado de eficácia sináptica aumentada entre os neurônios pré e pós-sinápticos. Esta
é uma definição celular de memória. Para o condicionamento ao medo e outras formas
de aprendizado em diversas espécies, a elevação do cálcio ativa enzimas catalíticas
chamadas quinases protéicas (AMP quinase e proteinoquinase A, entre outras). Essas
quinases penetram no núcleo da célula, onde ativam fatores de transcrição genética
(como Creb), que iniciam a síntese de RNA e proteínas. As proteínas retornam às sinapses
previamente ativas e estabilizam a conexão. Uma vez que etapas moleculares
semelhantes estão envolvidas em diferentes formas de memória, em diferentes espécies,
aparentemente as singularidades de tipos variados de memória têm menos relação com
as moléculas subjacentes do que com os circuitos nos quais estas agem.

A síntese de proteínas não está envolvida somente na formação inicial da memória de


uma experiência repugnante, mas também desempenha um papel quando essa memória é
evocada. Isso sugere que cada vez que é ativada, ela precisa ser restaurada
(reconsolidada) por novas sínteses de proteína. Este pode ser o processo pelo qual
memórias são atualizadas à luz de experiências que ocorrem após a insstauração da
memória inicial.

Estimulados pelo progresso alcançado em estudos com roedores, pesquisadores


começaram a examinar o processamento do medo no cérebro humano. Estudos realizados
em pacientes com lesões da amígdala demonstraram que essa região é necessária para o
condicionamento ao medo e outros aspectos da memória emocional.

E imagens funcionais mostraram que a amígdala humana é ativada durante o


condicionamento ao medo, mesmo sob condições onde o EC é impedido de alcançar a
consciência, mostrando que memórias de medo podem ser estabelecidas de forma
inconsciente.

Emoções e memória contribuem significativamente para nossa personalidade, nosso "eu".


Com tantos progressos feitos na compreensão dos mecanismos cerebrais da emoção e da
memória, podemos esperar que novas pesquisas voltem-se mais para questões sobre
como tais fatores interagem na formação da personalidade, tópico importante que ainda
não foi estudado em muitos detalhes pelos neurocientistas.

Para conhecer mais

O cérebro emocional. Os misteriosos alicerces da vida emocional. Joseph E. LeDoux.


Editora Objetiva, 1998.
Fear memories require protein synthesis in the amygdala for reconsolidation after
retrieval. K. Nader, G. E. Schafe e J. E. LeDoux, em Nature, vol. 406, págs. 722-726, 17
de agosto de 2000.
Perceiving emotion: there's more than meets the eye. A. K. Anderson e E. A. Phelps,
em Current Biology, vol. 10, nº 15, págs. R551-R554, 10 de agosto de 2000. 
The amygdala: vigilance and emotion. M. Davis e P. J. Whalen, em Molecular
Psychiatry, vol. 6, nº 1, págs. 13-34, janeiro de 2001.
Neurobiology of Pavlovian fear conditioning. S. Maren, em Annual Review of
Neuroscience, vol. 24, págs. 897·931, 2001. 
Synaptic self: how our brains become who we are. Joseph LeDoux. Viking Penguin,
2002.

*JOSEPH E. LeDOUX é professor de ciências da New York University. Suas pesquisas estão
voltadas aos mecanismos cerebrais de emoção e memória. Ele já foi premiado duas vezes
pelo National Institute of Mental Health: um Prêmio de Mérito e um Prêmio de
Aperfeiçoamento para Cientista Pesquisador. Seu livro, de 1996, O cérebro emocional, é
uma elaboração das idéias básicas apresentadas neste artigo da SCIENTIFIC AMERICAN.
Sua nova obra, Synaptic self (Viking Penguin), apresenta uma teoria de como amplas
redes neurais no cérebro, particularmente aquelas envolvidas na emoção e na memória,
são fundamentais à compreensão da base neural da personalidade.
O Processo de Fabricação de Memória

A figura debaixo de representa uma  visão esquemática e simplificada de


memória e os processos envolvidos em fazer e armazenar uma memória.
Como pode ser visto no diagrama, a fabricação de uma memória consiste em
vários depósitos de informação, cada qual representando um papel diferente
no processo de informação e formação das recordações. 

1. Entrada Sensorial e o Depósito Sensorial


A existência desta primeira fase de memória foi descoberta por George
Sperling. O depósito sensorial consiste em memória de muito curto prazo. A
aquisição de informação acontece nesta primeira fase. Informação que entra
neste depósito entra na forma de entradas sensoriais de todos  orgãos dos
sentidos. Este depósito pode segurar grandes quantias  de informação;
virtualmente toda informação que entra nas sensações. Tecnicamente, existe
um depósito sensorial diferente para  cada sensação, mas a maioria dos
diagramas do processamento de memória , como o o de cima, simplificam
estes depósitos sensorials separados para um depósito sensorial genérico
que representa todas as sensações. Informação armazenada aqui é
informação crua, sensorial, e não tendo sido analisada para algum
significado. Informação de depósito sensoriais decai rapidamente em
questão de alguns segundos. Então, uma decisão deve ser tomada depressa
sobre que informação será transferida para o próximo depósito de memória
para ser analisada e de que informação será esquecida. 
Clique aqui para voltar ao topo da página. 

2. A Transferência de Informação do Depósito


Sensorial
A informação que será transferida fora de depósito sensorial e não perdida é
aquela informação que nós decidimos assistir. A informação que nós
prestamos atenção para e passar para o segundo nível de armazenamento de
memória consiste em informação que realizará as tarefas ou metas que nós
buscamos realizar naquele momento. 
O melhor exemplo de como este processo de escolher e prestar atenção a
informação particular acontece é o Fenômeno de coquetel. Nós todos já
passamos por situações onde numerosas conversações estão acontecendo e
nossas mentes estão sendo bombardeadas com informação. Estas situações
mostram como nós escolhemos a informação que nós desejamos assistir.
Uma vez que nós decidimos qual informação para assistir, nós usamos um
processo chamado Reconhecimento de Padrão para transferir informação
do armazenamento sensorial para a memória de curto prazo, ou primária. O
processo de reconhecimento de padrão envolve associação de significando a
um padrão sensorial. Esta informação é testada na presença ou ausência das
funções sensorials elementares. Em outras palavras, nós reconhecemos um
padrão de dados sensoriais crus como algo significante. Este processo é
extremamente complexo e ainda não completamente compreendido. 
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3. Depósito de Memória primária, ou a curto prazo


A depósito de memória a curto prazo, também definida como depósito de
memória primária, por William James, consiste em informação do depósito
sensorial. Este depósito também é comparado com informação que nós
estamos conscientemente informados. Informação registrada na depósito a
curto prazo é um reflexo do incentivo original. Estudos feitos para
determinar a natureza de informação armazenada em memória a curto prazo
descobriram aquela informação é principalmente acústica em natureza.

O Buffer de Ensaio

Parte da depósito a curto prazo consiste em um buffer de ensaio. Informação


pode ser obtida e segurada indefinidamente aí se for ensaiado, ou repetida
inúmeras vezes. Nós podemos escolher que informação entrará e será
armazenada no buffer de ensaio.

Duração e Armazenamento de Informação

A duração de informação em memória a curto prazo é pequena e


decaimento normalmente acontece dentro aproximadamente 15 segundos.
Informação pode ser copiada ou pode ser transferida deste depósito para
depósito a longo prazo. A informação que será lembrada ou será esquecida
depende de eventos antes e depois que a informação seja armazenada.
Eventos que acontecem antes a armazenamento da informação podem
efetuar a quantidade de  informação lembrada e armazenada, e por quanto
tempo. Em estudos administrados em interferência, foi descoberto que
conhecimento anterior de um tópico particular afeta a habilidade para
codificar e se lembrar de informação nova relacionada àquele tópico. Por
exemplo, os que possuem conhecimento extenso em um tópico anterior para
exposição de informação nova relacionada àquele tópico podem melhor
codificar e se lembrar de informação que os com pequeno ou nenhum
conhecimento prévio. Isto é chamado interferência proativa. Eventos que
acontecem após o armazenamento  informação também podem afetar o
armazenamento, também  chamada interferência de reativa. Estudos feitos
em interferência e o armazenamento de informação em memória a curto
prazo concluiram que ao quanto mais semelhante a informação obtida antes
e depois do armazenamento seja à informação desejada, o mais provável é
interferir.
Capacidade da Memória a curto prazo

Determinar a capacidade do depósito de memória a curto prazo, um


procedimento de amplitudememória é usado. Este procedimento consiste
em leitura e teste da recuperação de vários tipos diferentes de cadeias de
informação. Estudos feitos por George Miller usando um procedimento como
este determinram que o depósito a curto prazo pode segurar 7 ítens de
informação mais ou menos 2. Um ítem de informação consiste em um
pedaço de informação como uma carta, número, formula, ou frase. Um
pedaço é qualquer coisa que o cérebro armazena como uma representação
unitária. Então, o cérebro pode registrar e segurar mais informação em
memória a curto prazo se é organizado em alguns pedaços de informaçãode
alto nível, como agrupar letras em palavras.

Recuperação de Memória a curto prazo

Foram administrados muitos estudos para determinar como recuperação


acontece na memória a curto prazo.  Recuperação depende de fatores
acústicos epor isso erros freqüentemente feitos em recuperação são
semelhantes em som à informação original. Assim recuperação é sensível a
fatores acústicos. Recuperação de informação de memória a curto prazo é
feita em uma procura seqüencial e exaustiva. Estudos em tempo de reação
descobriram aquela recuperação é seqüencial em natureza. Tempo de
reação de recuperar informação é linear e crescente. Em outras palavras, o
quanto maior a  informação estocada, o mais tempo leva. Recuperação
também é exaustiva em natureza. Estudos feitos no tempo de reação de
voluntários mostraram que leva a mesma quantia de tempo para voluntários
procurarem por informação para responder " sim " para perguntas sobre
informação em armazenamento e responder " não " para perguntas sobre
informação em armazenamento. Pode parecer que procurar por informação
e parando a certa informação quando respondendo " sim " para uma
pergunta deveria ser mais rápido que procurando toda a informação em
armazenamento e responder " não ". Porém, leva a mesma quantia de
tempo para ambos. Então procuras são exaustivas em natureza.
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4. depósito de Memória secundária, ou A longo prazo


A depósito de memória a longo prazo, ou depósito secundário, consiste em
informação que nós temos permanentemente mais disponível. A capacidade
desta depósito é ilimitada. Sem uma depósito a longo prazo de memória, não
haveria nada - nenhum livro, nenhuma televisão, nenhuma aprendizagem, e
nenhuma comunicação. Poder se lembrar, informação de depósito, e recorda
ro passado é extremamente importante para vida como nós a conhecemos.

Ensaio e o Armazenando de Informação em Memória A longo prazo

O processo de ensaio é usado para registrar informação da depósito a curto


prazo na depósito a longo prazo. Estudos por Donald Hebb (veja outra
página) demonstraram que aquela recuperação melhora em informação se
aquela informação é ensaiada e repetida. São usados dois tipos de ensaio
para armazenar informação em memória. Um tipo está chamado ensaio de
manutenção. Este processo acontece no buffer de ensaio de memória a
curto prazo. É armazenada informação em baixo nível, acústica e pode ser
mantida indefinidamente aí, mas nunca entra na depósito a longo prazo. O
outro tipo de ensaio é ensaio elaborativo. Neste tipo de ensaio, é levada
informação e são criados códigos ou meios de se lembrar disto. Estes códigos
armazenam a informação na depósito a longo prazo e fazem isto recuperável
em algum momento futuro. Ensaiando e armazenando informação em
memória a longo prazo, nós tentamos organizar a informação de um modo
significativo. Isto é feito tentando ajustar a informação nova para um
preexistente categoria lógica, ou criando uma armação lógica nova que
segurará a informação em uma unidade coesa. Um modo que nós
organizamos informação em unidades significativas é usando mnemônicos. 
Mnemônicos são truques de memória ou técnicas que nós usamos, como
imagem, histórias, etc., isso organiza informação e faz isto mais fácil se
lembrar. Nós também organizamos informação em agrupamentos ou
pedaços baseados em uma categoria semelhante, ou baseados em um
contexto subjetivo ou significativo para nós mesmos.

Tipos de Informação e Memória em depósito a longo prazo

São armazenados dois tipos de memória na depósito a longo prazo;


episódico e semântico. O primeiro tipo é memória de episodico, ou um
registro de experiências de vida pessoais e eventos. Informação em memória
episodica é associada com um lugar e/ou  tempo particular. O segundo tipo
de memória é memória semântica, ou informação que não é associado com
um tempo particular ou lugar. Memória semântica inclui conhecimento nós
temos sobre palavras, idioma, e símbolos; os significados deles/delas;
relações entre eles; e regras por usar e os manipular. Estudos feitos para
determinar o tipo de informação armazenado em memória a longo prazo
revelaram aquela informação é principalmente semântica em natureza, ou
relacionada a significando.

Recuperação de depósito a longo prazo

Porque informação conteve a depósito a longo prazo é principalmente


semântico em natureza, recuperação é sensível à informação semântica.
Recuperação está baseada em facilitação. Em outras palavras, o acesso a
informação que reside em uma certa categoria facilitará, ou faz acesso a
outra informação naquela categoria mais fácilmente. São ativadas
localizações de memória para uma categoria temporariamente no processo
de recuperação e são acessíveis para uso se desejado. Recuperação de
informação do depósito a longo prazo está baseado em uma procura
limitada. Estudos em recuperação determinaram que uma procura direta e
limitada é feita para achar o tipo  ou categoria de informação desejada.

Possíveis Modelos para Memória Semântica

Acredita-se que traços de memória  que permanecem no cérebro não são


cópias literais de um evento, mas são fragmentadas e distorcidas
representações do estímulo original. Porém, grande debate existe
exatamente em como são armazenadas recordações no cérebro. A natureza
exata da memória e como é armazenado e é organizado no cérebro tem que
ainda ser entendida completamente.

I. Modelos de cadeia

Em 1969, modelos de redes  para memória semântica foi teorizado por Alan
Collins e Ross Quillan. De acordo com estes modelos, informação
armazenada em memória semântica é conectada através de vínculos em
uma cadeia enorme. Informação é hierarquicamente organizada em relações
logicamente aninhadas. Quer dizer, são armazenadas propriedades de uma
classe particular de coisas em lugar em uma hierarquia que corresponde
àquela classe. Assim, memória semântica é representada por uma cadeia
gigante de nodos interconectados. Estes nodos representam conceitos
individuais, idéias, ou eventos. Vínculos ou conexões que existem entre estes
nodos estão baseados em relações entre os conceitos. Por exemplo, um
modelo hierárquico começaria ao topo com o humano e as características
básicas de um humano. Debaixo disto estariam subcategories de macho e
fêmea e as características definindo destas categorias, etc. Assim os modelos
de cadeia estão baseado em uma estrutura hierárquica de conceitos
relacionados e as características deles/delas.

II. Modelos Conjunto-Teóricos

David Mye conceituou modelos conjunto-teóricos  para representar memória


semântica em 1970. Este modelo está baseado na idéia que o significado de
uma memória é representado como um conjunto de características
semânticas. Assim um conjunto incluiria todos os gatos, um conjunto todas
as cores, e assim por diante. Todos os elementos de um conjunto também
incluiriam atributos básicos do conceito que é representado por aquele
conjunto, como todos os atributos de gatos, etc. Assim, este tipo de modelo
está baseado na idéia que memória consiste em um conjunto de atributos.

III. Modelos de característica-comparação

O Modelo de Característica-comparação para memória semântica foi


teorizado por Smith, Shoben, e Rasgos em 1974. Este modelo está baseado
na suposição que o significado de uma memória é representado como um
conjuntos de características semânticas. As características semânticas
consistem em definir características, ou esses que são aspectos essenciais ao
significado do item, e características próprias, ou as que descrevem mas não
é preciso definir o item. Por exemplo, o pisco-de-peito-ruivo tem várias
características definindas, como  penas, e asas, e vários characeristic
próprias, como é pequeno, e é inocente. Pôr informação nova em categorias
predefinidas  ou julgar se algo pertence em uma categoria, uma comparação
é usando acabado ambos os tipos de características. Comparando
características de artigos para os pôr em categorias significantes, assuntos
estão constantemente mais rápidos em julgar alguns artigos que outros.
Itens julgados mais rapidamente são esses que são mais típicos ou
representativos da categoria. Isto é chamado o efeito de typicality.
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5. Recuperação de Informação de Memória


Trabalhando Memória

Recuperação de informação contida depósitos de memória consiste em um


complexo, processo de reconstrução. Este processo confia no funcionamento
de memória de trabalho. memória de trabalho  consiste em processos de
decisão que administram a ativação de informação nos depósitos de curto e
longo prazo. Estes processos administram que informação é ativada na
depósito a longo prazo e que informação é retida ou acontece no depósito a
curto prazo. Memória de trabalho consiste em informação armazenada para
completar propósitos presentes ou metas brevemente.

O  Processo de reconstrução de recuperação

Como mostrado no diagrama, recuperação de informação está baseada em


preconceitos e ruído que existem  na ocasião em que a recuperação é
desejada. Assim, a situação atual e incentivos que existem na influência de
ambiente externo e interno o sucesso de recuperação. O armazenar com o
passar do tempo de rastros de memória é um processo de reconstrução. São
alteradas progressivamente com o passar do tempo recordações. Memória é
altamente associativa e é influenciada por esses eventos antes dos que
acontecem e depois do processo de codificação. Com o passar do tempo, nós
tendemos a levar memória incompleta, fragmentada. Assim, recordações
recordadas a uma mais recente data não estão iguais à original. Nós
refabricamos, ou construimos memórias para preencher buracos com
informação que provável terá acontecido e ajustar a memória para
recordações. Recuperação de memória é um processo de reconstrução e não
de memória.

 Problemas de Recuperação

Fracasso para ser capaz para recordar memória é uma ocorrência comum.
Frequentemente tempos, nós tentamos nos lembrar de informação e
conhecemos isto está na " ponta de nossas línguas ", mas nós estamos
impossibilitados ter acesso isto. O rastro de memória ainda existe, mas não
pode ser recordado. Tais ocorrências como sonhos, amnésia, supressão e
repressão, hipnose, histeria, e personalidades fendidas mostram os
problemas e complexidades de recuperação. É comum para pessoas disfarçar
ou perder intencionalmente ou sem querer de rastros armazenados para
proteger o ego de angústia, medo, ou dor. Isto é comum em casos de abuso,
particularmente em infância. recuperação e fracasso para recordar estão
baseado em processos de atenção. Nós escolhemos rejeitar conscientemente
ou inconscientemente ou memória particular seleta localiza e este processo
de atenção determina se ou não podem ser recordados rastros. 

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