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DISLEXIA ▼

DISLEXIA

Por que entender a dislexia?Pais e professores... Como ajudar?

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Por que entender a dislexia?Pais e professores... Como ajudar?

1. O que é dislexia?
A definição mais utilizada, segundo a ABD é a de 1994 da International Dyslexia Association
(IDA): “Dislexia é um dos muitos distúrbios de aprendizagem. É um distúrbio específico de
origem constitucional caracterizado por uma dificuldade na decodificação de palavras simples
que, como regra, mostra uma insuficiência no processamento fonológico. Essas dificuldades
não são esperadas com relação à idade e a outras dificuldades acadêmicas cognitivas; não são
um resultado de distúrbios de desenvolvimento geral nem sensorial. A dislexia se manifesta por
várias dificuldades em diferentes formas de linguagem freqüentemente incluindo, além das
dificuldades com leitura, uma dificuldade de escrita e soletração.”

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Em 2003, o Annals of Dyslexia, elaborado pela IDA, propôs uma nova definição: “Dislexia é uma
dificuldade de aprendizagem de origem neurológica. É caracterizada pela dificuldade com a
fluência correta na leitura e por dificuldade na habilidade de decodificação e soletração. Essas
dificuldades resultam tipicamente do déficit no componente fonológico da linguagem que é
inesperado em relação a outras habilidades cognitivas consideradas na faixa etária.” Tal
definição contou com a participação de vários profissionais, entre eles: Susan Brady, Hugh
Catts, Emerson Dickman, Guinenere Éden, Jack Fletcher, Jeffrey Gilger, Robin Moris, Harley
Tomey e Thomas Viall.

O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – DSM-IV (1995) caracteriza a


dislexia como comprometimento acentuado no desenvolvimento das habilidades de
reconhecimento das palavras e da compreensão da leitura. O diagnóstico é realizado somente
se esta incapacidade interferir significativamente no desempenho escolar ou nas atividades da
vida diária (AVD’s) que requerem habilidades de leitura. A leitura oral no disléxico é
caracterizada por omissões, distorções e substituições de palavras e pela leitura lenta e
vacilante. Neste distúrbio, a compreensão da leitura também é afetada.

Fonseca (1995), coloca que a dislexia trata-se de uma desordem (dificuldade) manifestada na
aprendizagem da leitura, independentemente de instrução convencional, adequada inteligência
e oportunidade sócio-cultural. E, portanto, dependente de funções cognitivas, que são de origem
orgânica na maioria dos casos.

Condemarim (1986), expressa seu pensamento sobre dislexia dizendo que é um conjunto de
sintomas reveladores de uma disfunção parietal (o lobo do cérebro onde fica o centro nervoso
da escrita), geralmente hereditário, ou às vezes adquirida, que afeta a aprendizagem da leitura
num contínuo que se estende do leve sintoma ao severo. É freqüentemente acompanhada de
transtorno na aprendizagem da escrita, ortografia, gramática e redação.

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Conforme ressalta Myklebust (1987), a dislexia representa um déficit na capacidade de
simbolizar, começa a se definir a partir da necessidade que tem a criança de lidar
receptivamente ou expressivamente com a representação da realidade, ou antes, com a
simbolização da realidade, ou poderíamos também dizer, com a nomeação do mundo.

Segundo um levantamento feito pela Associação Brasileira de Dislexia (ABD), em média 40%
dos casos diagnosticados na faixa mais crítica, entre 10 a 12 anos, são de grau severo, 40%
são de grau moderado e 20% de grau leve.

Atualmente observasse um fenômeno de “vulgarização”/generalização do termo dislexia,


qualquer distúrbio de linguagem apresentado pela criança, logo é qualificado como dislexia,
tanto pelos pais como pela escola. O problema nem sempre está na criança e sim nos
processos educacionais, sob a responsabilidade familiar, ou nos processos formais de
aprendizagem, sob incumbência da instituição escolar. Além dos problemas de ensinagem,
temos também a alfabetização precoce, cada vez mais as crianças estão menos prontas para
iniciar o processo e são identificadas dificuldades de aprendizagem que, na realidade, não
existem.

Lima (2002), enfatiza que todo processo de aprendizagem está articulado com a história de
cada indivíduo, e o ser humano aprende mais facilmente quando o novo pode ser relacionado
com algum aspecto da sua experiência prévia, com o conhecimento anterior, com alguma
questão que o indivíduo se colocou, com imagens, palavras e fatos que estão em sua memória,
com vivências culturais.

Ao que parece, por trás desses problemas específicos de aprendizagem, existe sempre um
fator biológico, hereditário, isto é, há uma disposição natural de a mesma dificuldade ocorrer em
outros membros da família. Coll (1995), descreve isso dizendo que quando falamos de
problemas de linguagem, não podemos nos esquecer de buscar no ambiente social da criança
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todos os dados que nos permitam compreender melhor as dificuldades que esta apresenta.

A neurologista inglesa Guinevere Éden, do Centro de Investigação Neurológica de Georgetown,


fez uma pesquisa com cérebros de disléxicos na qual ela constatou que uma das características
comuns às crianças disléxicas é a dificuldade em reconhecer em que direção os objetos se
movem. Por meio de exames de ressonância magnética funcional, foi possível verificar que o
cérebro de um portador de dislexia é anatômico e fisiologicamente diferente de uma pessoa que
não sofre do distúrbio. De acordo com ela, ficou claro que o hemisfério direito do cérebro, não
relacionado à linguagem, apresenta maior atividade do que o esquerdo. Para superar essa
condição é preciso aprender como compensá-la. (Fonte:
http://www.medsys.com.br/ultimas_not/noticias.php?cd_noticia=577)

Rotta (2006), as diferenças estruturais entre o cérebro das pessoas com dislexia e o das
pessoas sem dislexia concentram-se fundamentalmente no plano temporal. Além da simetria
incomum dos planos temporais, o cérebro de leitores disléxicos tem alterações na
citoarquitetura e alterações do cerebelo e suas vias. Isso ocorre provavelmente porque houve
algum tipo de agressão nos primeiros estágios do desenvolvimento. Finalmente, os neurônios
de tecido cerebral dos leitores disléxicos parecem ser menores que a média, pelo menos em
algumas áreas de cérebro (por exemplo, o tálamo). O tamanho menor dos neurônios talâmicos
pode muito bem estar ligado às anormalidades tanto do sistema visual quanto no sistema
auditivo de indivíduos com dislexia. O estudo de Galaburda e colaboradores, em 2001,
demonstrou experimentalmente que as alterações na citoarquitetura do córtex temporal e dos
tálamos determinam um processamento lento dos sons.

Dentro do quadro da dislexia devemos estar atentos ao histórico familiar para parentes
próximos que apresentem a mesma deficiência de linguagem. Também a aspectos pré, peri e
pós-natal se o parto foi difícil, se pode ter ocorrido algum problema de anoxia ( asfixia relativa),
prematuridade do feto (peso abaixo do normal), ou hipermaturidade ( nascimento passou da
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data prevista para o parto). Se a criança adquiriu alguma doença infecto-contagiosa, que tenha
produzido convulsões ou perda de consciência, se ocorreu algum atraso na aquisição da
linguagem ou perturbações na articulação da mesma, se houve um atraso para andar, e algum
problema de dominância lateral (uso retardado da mão esquerda ou direita), entre outros.

Dentro da etiologia da dislexia sempre deverão ser considerados dois aspectos, que podem
estar isolados ou relacionados, como também serem complementares: causas genéticas e
causas adquiridas. A etiologia pode ser dividida em : genética, adquirida e multifatorial ou mista.

2. Tipos de Dislexia:

A dislexia pode ser classificada de várias formas, de acordo com os critérios usados para
classificação.

Alguns autores classificam a dislexia tendo como base testes diagnósticos, fonoaudiológico,
pedagógicos e psicológicos.

Conforme Ianhez (2002), a dislexia pode ser classificada em:

2.1 Dislexia disfonética: dificuldades de percepção auditiva na análise e síntese de fonemas,


dificuldades temporais, e nas percepções da sucessão e da duração ( troca de fonemas – sons,
grafemas – diferentes, dificuldades no reconhecimento e na leitura de palavras que não têm
significado, alterações na ordem das letras e sílabas, omissões e acréscimos, maior dificuldade
na escrita do que na leitura, substituições de palavras por sinônimos);

2.2 Dislexia diseidética: dificuldade na percepção visual, na percepção gestáltica, na análise e


síntese de fonemas ( leitura silábica, sem conseguir a síntese das palavras, aglutinações e
fragmentações de palavras, troca por equivalentes fonéticos, maior dificuldade para a leitura do
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que para a escrita);

2.3 Dislexia visual: deficiência na percepção visual; na coordenação visomotora (não visualiza
cognitivamente o fonema);

2.4 Dislexia auditiva: deficiência na percepção auditiva, na memória auditiva (não audiabiliza
cognitivamente o fonema).

2.5 Dislexia mista: que seria a combinação de mais de um tipo de dislexia.

Para Moojen apud Rotta (2006), é possível classificar a dislexia em três tipos:

2.1.1 Dislexia fonológica (sublexical ou disfonética): caracterizada por uma dificuldade


seletiva para operar a rota fonológica durante a leitura, apresentando, não obstante, um
funcionamento aceitável da rota lexical; com freqüência os problemas residem no conversor
fonema-grafema e/ou no momento de juntar os sons parciais em uma palavra completa. Sendo
assim, as dificuldades fundamentais residem na leitura de palavras não-familiares, sílabas sem
sentido ou pseudopalavras, mostrando melhor desempenho na leitura de palavras já
familiarizadas. Subjacente a essa via, encontra-se dificuldades em tarefas de memória e
consciência fonológica. Considerando o grande esforço que fazem para reconhecer as palavras,
portanto, para manter uma informação na memória de trabalho, são obrigados a repetir os sons
para não perdê-los definitivamente. Como conseqüência, toda essa concentração despendida
no reconhecimento das palavras acarreta em dificuldades na compreensão do que foi lido.

2.2.1 Dislexia lexical (de superfície): as dificuldades residem na operação da rota lexical
(preservada ou relativamente preservada a rota fonológica), afetando fortemente a leitura de
palavras irregulares. Nesses casos, os disléxico lêem lentamente, vacilando e errando com
freqüência, pois ficam escravos da rota fonológica, que é morosa em seu funcionamento. Diante
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disso, os erros habituais são silabações, repetições e retificações, e , quando pressionados a
ler rapidamente, cometem substituições e lexicalizações; às vezes situam incorretamente o
acento prosódico das palavras.

2.3.1 Dislexia Mista: nesse caso, os disléxicos apresentam problemas para operar tanto com a
rota fonológica quanto com a lexical. São assim situações mais graves e exigem um esforço
ainda maior para atenuar o comprometimento das vias de acesso ao léxico.

Entre as consequências da dislexia encontramos a repetência e evasão, pois se o


problema não é detectado e acompanhado, a criança não aprende a ler e escrever.
Acontece também o desestímulo, a solidão, a vergonha, e implicações em seu
autoconceito e rebaixamento de sua autoestima, porque o aluno perde o interesse em
aprender, se acha incapaz e desprovido de recursos intelectuais necessários para tal.
Pode apresentar uma conduta inadequada com o grupo, gerando problemas de
comportamento, como agressividade e até envolvimento com drogas. Como podemos
constatar que as seqüelas são as mais abrangentes, em todos os setores da vida.
Começa com um distúrbio de leitura e escrita e acaba com um problema que pode durar
a vida inteira, como depressão e desvio de conduta.

3. A dislexia e a alfabetização:

Lima (2002), coloca que é função da escola ampliar a experiência humana, portanto a escola
não pode ser limitada ao que é significativo para o aluno, mas criar situações de ensino que
ampliem a experiência, aumentando os campos de significação.

Do ponto de vista do desenvolvimento e da construção de significados, só pode ser significativo


para a pessoa aquilo do qual ela possui um mínimo de experiências e de informação.

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Por isso, o disléxico precisa olhar e ouvir atentamente, observar os movimentos da mão quando
escrever e prestar atenção aos movimentos da boca quando fala. Desta maneira, a criança
disléxica associará a forma escrita de uma letra tanto com seu som como com os movimentos,
pois falar, ouvir, ler e escrever, são atividades da linguagem.

Fonseca (1995), retrata muito bem isso quando diz que uma coisa é a criança que não quer
aprender a ler, outra é a criança que não pode aprender a ler com os métodos pedagógicos
tradicionais. Não podemos assumir atitudes reducionistas que afirmam que a dislexia não
existe. De fato, a dislexia é muito mais do que uma dificuldade na leitura. A dislexia normalmente
não aparece isolada, ela surge integrada numa constelação de problemas que justificam uma
deficiente manipulação do comportamento simbólico que trata de uma aquisição exclusivamente
humana.

Muitos autores tem defendido o método fonético como o mais adequado na alfabetização de
disléxicos e não disléxicos. Os métodos fonéticos favorecem a aquisição e o desenvolvimento
da consciência fonológica que é a capacidade de perceber que o discurso espontâneo é uma
seqüência de sentenças e que estas são uma seqüência de palavras( consciência da palavra);
que as palavras são uma seqüência de sílabas (consciência silábica) e que as sílabas são uma
seqüência de fonemas (consciência fonêmica), o que auxiliaria muito nas dificuldades dos
alunos disléxicos.

Para auxiliar o aluno disléxico em suas dificuldades, a escola deve dar encorajamento,
atender e respeitar as capacidades e os limites da criança, estar informada, para
amparar a criança em sua dificuldade, manter o professor da classe familiarizado e
sensibilizado com a dislexia, para compreender e apoiar a criança, na sala de aula,
reconhecer a necessidade de ajuda extra e desenvolver um clima de paciência, para que
as crianças possam ter tempo suficiente para cumprir suas tarefas e, até mesmo, repeti-
las várias vezes para retê-las.
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É importante, também, conscientizar toda a comunidade escolar que estas “facilidades”
dadas aos disléxicos, na verdade, representam a única forma que este tem para
competir em igualdade de condições com seus colegas.

4. Sinais de dislexia na idade escolar:

Para Ianhez (2002) estes são sinais importantes de dislexia na idade escolar:

•Lentidão na aprendizagem dos mecanismos da leitura e escrita;


•Trocas ortográficas ocorrem, mas dependem do tipo de dislexia;
•Problema para reconhecer rimas e alterações (fonemas repetidos em uma frase);
•Desatenção e dispersão;
•Desempenho escolar abaixo da média, em matérias específicas, que dependem da linguagem
escrita;
•Melhores resultados, nas avaliações orais, do que nas escritas;
•Dificuldade de coordenação motora fina (para escrever, desenhar e pintar) e grossa (é
descoordenada);
•Dificuldade de copiar as lições do quadro, ou de um livro;
•Problema de lateralidade (confusão entre esquerda e direita, ginástica);
•Dificuldade de expressão: vocabulário pobre, frases curtas, estrutura simples, sentenças vagas;
•Dificuldade em manusear mapas e dicionários;
•Esquecimento de palavras;
•Problema de conduta: retração, timidez, excessiva e depressão;
•Desinteresse ou negação da necessidade de ler;
•Leitura demorada, silabadas e com erros. Esquecimento de tudo o que lê;
•Salta linhas durante a leitura, acompanha a linha de leitura com o dedo;
•Dificuldade em matemática, desenho geométrico e em decorar seqüências;
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•Desnível entre o que ouve e o que lê. Aproveita o que ouve, mas não o que lê;
•Demora demasiado tempo na realização dos trabalhos de casa;
•Não gosta de ir a escola;
•Apresenta “picos de aprendizagem”, nuns dias parece assimilar e compreender os conteúdos e
noutro, parece ter esquecido o que tinha aprendido anteriormente;
•Pode evidenciar capacidade acima da média em áreas como: desenho, pintura, música, teatro,
esporte, etc;

O estudo da dislexia, em sala de aula, tem como ponto de partida a compreensão, das
quatro habilidades fundamentais da linguagem verbal: a leitura, a escrita, a fala e a
escuta. Destas, a leitura é a habilidade lingüística mais difícil e complexa, e a mais
diretamente relacionada com a dificuldade específica de acesso ao código escrito
denominada “dislexia”. (PINTO, 2003)

No caso da criança em idade escolar, a psicolinguística define a dislexia como um déficit


inesperado na aprendizagem da leitura (dislexia), da escrita (disgrafia) e da ortografia
(disortografia) na idade em que essas habilidades já deveriam ter sido automatizadas. É
o que se denomina “dislexia de desenvolvimento”.

Para ensinar crianças com distúrbios de aprendizagem, é preciso conhecer os


processos educacionais. Daí resulta a importância da pré-escola, que é a época propícia
para desenvolver a capacidade cognitiva da criança normal ou mesmo disléxica, através
de métodos ativos e baseados na psicologia, de Jean Piaget. É preciso então atender
aos estágios de desenvolvimento mental da criança, sem pressa de alfabetizar, antes
que ela esteja madura neurologicamente.

Para a criança disléxica, o método multissensorial surge com o objetivo de trabalhar a


criança, para que aprenda a dar respostas automáticas duradouras (nomes, sons e
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fonemas) e desenvolver habilidades como sequenciar palavras. Na alfabetização, a
introdução de cada letra, com ênfase na sua relação com o nome/som e com a
importância em dar a sua forma correta, torna o ensino sistemático e cumulativo, e
deverá ser avaliado regularmente, de forma a verificar a sua eficiência.

5. O papel do professor:

Coll ( 1995), propõem que os professores encontram-se normalmente, diante de um grupo de


alunos com diferentes níveis , na área da comunicativo-linguística. Crianças que diferem quanto
aos usos que fazem da linguagem, em função da procedência geográfica, social e cultural.

Os professores precisam estar atentos para esta realidade, e para as particularidades de seu
grupo. Suspeitando dos sintomas, deve sugerir um encaminhamento clínico para a criança e
após diagnosticado, o quadro, é necessário que ele se dedique muito ao aluno, em sala de aula,
e ao longo do tratamento, que envolve em partes iguais a escola, a família e profissionais da
saúde.

A primeira tarefa do professor é resgatar a autoconfiança do aluno. Descobrir suas


habilidades para que possa acreditar em si mesmo ao se destacar em outras áreas.

O papel do professor é dirigir um olhar flexível para cada aluno que tenha dificuldade, é
compreender a natureza dessas dificuldades, buscar um diagnóstico especializado,
uma orientação para melhorar o dia-a-dia da criança, e se instrumentalizar, pois há
muitos professores que lecionam e não sabem o que é dislexia.

Somos de opinião que o professor primário deve ele próprio construir os seus instrumentos de
diagnóstico pedagógico (diagnóstico informal) a fim de conduzir a sua atividade mais
coerentemente... é do maior interesse o uso de instrumentos que permitam detectar
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precocemente qualquer dificuldade de aprendizagem, pois só assim uma intervenção
psicopedagógica pode ser considerada socialmente útil, pois quanto mais tarde for identificada
a dificuldade, menos hipóteses haverá para solucionar corretamente. ( FONSECA, 1995)

O professor que deseja ajudar seus alunos, sabe que é necessário encaminhá-lo para
tratamento e colaborar nesse tratamento. Mas ele sabe também, que o atendimento gratuito é
sujeito a grande espera e que o nível econômico da maioria dos escolares, não permite
tratamento particular. Só através de um trabalho paciente e constante, poderá prestar a ajuda,
que a criança tanto necessita.

O ideal é trabalhar a autonomia da criança, para que ela não comece a sentir-se
dependente em tudo. O professor deve acolher e respeitá-lo, em suas diferenças, sem
cair no sentimento de pena.

Cabe ao professor recorrer a diversas atividades e técnicas de ensino e descobrir qual


delas melhor se adapta a cada estudante e a cada situação.

É importante que o professor explique à criança o seu problema, sente ao lado dela, não
a pressione com o tempo, não estabeleça competições com os outros, que seja flexível
quanto ao conteúdo das lições, que faça críticas construtivas, estimule o aluno a
escrever em linhas alternadas (o que permite a leitura da caligrafia imprecisa), certifique-
se de que a tarefa de casa foi entendida pela criança, peça aos pais que releiam com ela
as instruções, evite anotar todos os erros na correção (dando mais importância ao
conteúdo), não corrija com lápis vermelho (isso fere a suscetibilidade da criança com
problemas de aprendizagem), e procure descobrir os interesses e leituras que prendam
a atenção da criança.

É de grande importância ressaltar, que a manutenção de turmas pequenas, com no máximo 20


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alunos, ou menos, é de extrema relevância, para que o professor tenha oportunidade de
observar de maneira adequada a todos os educandos, como também dispor de tempo para
auxiliá-los.

6. Sugestões e recursos:

A ABD faz algumas sugestões visando a melhoria da AVD’s e qualidade de vida da


criança disléxica, tais como:
•Estabelecer horários para refeições, sono, deveres de casa e recreações;
•As roupas devem ser arrumadas na sequência que ele vai vestir, para evitar confusões
e preocupações à criança (simplificar usando zíper em vez de botão, sapatos e tênis
sem cordão e camisetas);
•Quando for ensinar a amarrar os sapatos, não fique de frente para a criança, coloque-se
ao seu lado, com os braços sobre o ombro dela;
•Marque no relógio, com palavras, as horas das obrigações. Isso evita a preocupação da
criança;
•Para as crianças que tem dificuldades com direita e esquerda, uma marca é necessária.
Isso pode ser feito com um relógio de pulso, um bracelete ou um botão pregado no
bolso do lado favorito;
•Reforçar a ordem das letras do alfabeto, cantando e dividindo-as em pequenos grupos;
•Ensinar a criança a “sentir” as letras através de diferentes texturas de materiais, como
areia, papel, veludo, sabão, etc;
•Ler histórias que se encontrem no nível de entendimento da criança;
•Instruir as crianças canhotas precocemente, para evitar que assumam posturas pouco
confortáveis e mesmo prejudiciais, como encobrir o papel com a mão ao escrever;
•Providenciar para que a criança use lápis ou caneta grossos, com película de borracha
ao redor, e que sejam de forma triangular;
•A criança disléxica confunde-se com o volume de palavras e números com que tem de
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se defrontar. Para evitar isso, arranjar um cartão de aproximadamente 8cm de
comprimento por 2cm de largura, com uma janela no meio, da largura de uma linha
escrita e comprimento de 4cm. Deslizando o cartão na folha à medida que a criança lê,
ele bloqueia o acesso visual para as linhas de baixo e de cima e dirige a atenção da
criança da esquerda para a direita.

A motivação é muito importante para a criança disléxica, pois, ao se sentir limitada e


inferiorizada, ela pode se revoltar e assumir uma atitude de negativismo. Por outro lado,
quando se vê compreendida e amparada, ganha segurança e vontade de colaborar.

Existem também alguns recursos e alternativas para que a criança consiga acompanhar
a turma, entre eles:

•Dar a ele um resumo, do programa a ser desenvolvido;


•Iniciar cada novo conteúdo, com um esquema, mostrando o que será apresentado no período.
No final, resumir os pontos-chaves;
•Usar vários recursos de apoio para apresentar a lição `a classe, além do quadro- negro:
projetor de slides, retroprojetor, vídeos e outros recursos multimídia;
•Introduzir vocabulário novo ou técnico de forma contextualizada;
•Evitar dar instruções orais e escritas ao mesmo tempo;
•Avisar, com antecedência, quando houver trabalhos que envolvam leitura, para que o aluno,
encontre outras formas de realizá-lo, como gravar o livro, por exemplo;
•Fazer revisões com tempo disponível para responder às possíveis dúvidas;
•Autorizar o uso de tabuadas, calculadoras simples, rascunhos e dicionários, durante as
atividades e avaliações;
•Aumentar o limite do tempo para atividades escritas;
•Ler enunciados em voz alta e verificar se todos entenderam o que está sendo pedido;
•Usar gravador;
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•Confecção, do próprio material para alfabetização, como desenhar e montar uma cartilha;
•Uso de gravuras e fotografias (a imagem é essencial);
•Material dourado (Material Curisineire);
•Folhas quadriculadas para matemática;
•Não deve ser forçada a ler em voz alta, em classe, a menos que demonstre desejo em fazê-lo;
•Uso de informática, como corretor ortográfico.

Entre alguns exemplos de atividades e técnicas aplicáveis ao disléxico, podemos


destacar: colocar o aluno na primeira classe (para poder dar atenção especial a ele),
repetir só para a criança o que disse para a classe, ler novamente um trecho do livro só
para ela, corrigir atividades ao lado dela, dar um tempo maior para que faça o mesmo
trabalho que os demais, substituir avaliações e outros trabalhos escritos por orais e
utilizar programas oferecidos no mercado para montar uma metodologia de apoio ao
aprendizado .

Fonte: http://www.profala.com/artdislexia18.htm

Disléxicos-Dicas/Materiais de Auxílio

A melhor abordagem perante uma aluno disléxico é a multisensorial, ou seja facilitar a


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aprendizagem utilizando todos os meios disponíveis: visual, auditivo, oral, tátil e cinestésico.
Esta abordagem permite que o aluno use os seus pontos fortes.

Assim, algumas dicas que poderão ajudar o professor no contexto de sala de aula:

-Interessar-se genuinamente pelo aluno disléxico e pelas suas dificuldades e especificidades e


deixar que ele perceba esse interesse, para se sinta confortável para pedir ajuda;

-Na sala de aula, posicionar o aluno disléxico perto do professor, para receber ajuda facilmente;
-Repetir as novas informações e verificar se foram compreendidas;
-Dar o tempo suficiente para o trabalho ser organizado e concluído;
-Ensinar métodos e práticas de estudo;
-Encorajar as práticas da sequência de ver/observar, depois tapar, depois escrever e depois
verificar, utilizando a memória;
-Ensinar as regras ortográficas;
-Incentivar o uso do computador como ferramenta de digitação de texto;
-Incentivar o uso do corretor ortográfico de um processamento de texto;
-Permitir a apresentação de trabalhos de forma criativa, variada e diferente: gráficos,
diagramas, processamento de texto, vídeo, áudio, etc;
-Criar e enfatizar rotina para ajudar o aluno disléxico adquirir um sentido de organização;
-Elogiar,de forma verdadeira, o que aluno disléxico fizer ou disser bem, dando-lhe a
oportunidade de “brilhar”;
-Incentivar a participação em trabalhos práticos;
-Nunca partir do pressuposto que o aluno disléxico é preguiçoso ou descuidado;
-Nunca fazer comparações com o resto da turma;
-Não pedir ao aluno disléxico para ler em voz alta na sala de aula;
-Não corrigir todos os seus erros (evitar o uso da cor vermelha, para não ser tão evidente os
seus erros);
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-Não insistir na reformulação, a menos que exista um propósito claro.

Quando se pretende criar algum tipo de material para disléxicos é importante ter em
atenção vários fatores que podem facilitar a compreensão dos conteúdos:
-Use um tipo de letra clara e direita, tipo verdana, no tamanho 12 ou superior, preferencialmente
num tom escuro;
-Use espaçamento de 1,5 ou 2;
-Opte pelo negrito em vez de itálico ou sublinhado;
-Use texto não justificado ou justificado à esquerda, os espaços brancos distraem o leitor
disléxico;
-Faça frases e parágrafos curtos e objetivos;
-Estruture o melhor que for possível: use títulos, listas com números ou bolas, esquemas;
-Comece sempre uma nova frase no início da linha e não no fim da frase anterior;
-Opte pelas colunas em vez de linhas compridas;
-Use um fundo claro, mas sem ser branco;
-Use e abuse de imagens ou gráficos, ajuda o disléxico a reter a informação;
-Não use abreviações e evite a hifenização;
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-Use caixas de texto, caneta marcador para evidenciar partes importantes.

Os pais precisam também aceitar o quadro e auxiliar.No coletivo,Família e Escola, os


resultados serão mais eficazes. A seguir algumas dicas/estratégias viáveis e
importantes:
-Incentivar a prática de exercício físico, em que se promova o atirar, capturar, chutar bolas, saltar
e treinar o equilíbrio;
-Incentivar a prática de atividades lúdicas e artísticas, como dança, pintura ou outra que a
criança se sinta inclinada;
-Incentivar o gosto pela leitura, usando a linguagem dos livros — as imagens, as palavras e as
letras — para perceber que os livros podem ser analisados, lidos e desfrutados, vezes sem
conta;
-Mostrar como segurar num livro, de que forma ele abre, onde começa a história, onde é o topo
da página e que direção segue o texto, apreciar as imagens;
-Promover o aspecto cultural: visitar museus, assistir peças de teatro ou musicais,conhecer
outras cidades, etc
-Ajudar a criança disléxica a aprender a seguir instruções, por exemplo, “por favor pega no lápis
e coloca-o na caixa”, e fazer gradualmente sequências mais longas, por exemplo, “ir à prateleira,
encontrar a caixa vermelha, trazê-la para mim”. Incentivar a criança disléxica a repetir a instrução
antes de a realizar.

Fonte: http://educaja.com.br

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