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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA


DISCIPLINA: NEUROANATOMOFISIOLOGIA
PROFESSOR: JEFFSON CARVALHO

ROSIELEN A. LEITE FERREIRA

PESQUISA SOBRE TIPOS DE MEMÓRIA E FASES DA MEMÓRIA

CASTANHAL
2023
TIPOS DE MEMÓRIA
Os tipos de memória são classificados de acordo com suas características e normalmente
são agrupadas pela temporalidade, o formato de codificação e em função do tipo de informações
armazenadas. Os tipos de memória relacionados à temporalidade são a memória de curto prazo
(MCP) e a memória de longo prazo (MLP). Basicamente, a diferença entre elas consiste nas
fases armazenamento e recuperação, sendo a de curto prazo armazenada e recuperada por um
curto período de tempo e a de longo prazo se sustenta no tempo. Contudo, a classificação não
acaba por aí, visto que é possível verificar tipos de memórias distintas também pelo meio em
que a informação é codificada.
Esse é o caso das:
Sensorial – a informação recebida é processada pelos sentidos (memória visual, olfativa,
auditiva e viso-espacial);
Verbal – processa a informação em forma de palavras (orais e escritas).
Além disso, existe o grupo de memória pautado na informação de aprendizagem, classificadas
como:
Memória episódica: é entendida como a lembrança de acontecimentos específicos, como
lembrar o que foi servido de almoço no dia anterior ou quais as atividades que realizou durante
o dia anterior. Nesse caso, o conteúdo da informação armazenada é pessoal e, devido a isso,
pode ser conhecida também por memória biográfica.
Memória semântica: o conteúdo armazenado tende a ser sobre fatos e conceitos, de caráter
cultural ou sobre conhecimentos gerais acerca do mundo, bem como a compreensão do
significado literal das palavras e do vocabulário.
Memória processual: refere-se ao armazenamento de habilidades e destrezas, como o simples
fato de amarrar os sapatos, escrever o próprio nome e andar de bicicleta.
Memória sensorial: os estímulos externos captados são recebidos de fato por meio dos
sentidos. Nesse contexto, toda informação codificada desses estímulos mantém uma curta
duração de armazenamento. Em seguida, é eliminada, esquecida ou transmitida para outros
tipos de memória que garantam seu armazenamento por mais tempo. Refere-se àquela memória
que permite ao paciente a sequência de um filme, ler um livro do início ao fim ou manter uma
conversa. Por sua complexidade, é subdividida em:
▪ icônica: registra a informação trazida pela visão, retendo as imagens associadas a um
objeto em específico durante um curto período de tempo.
▪ háptica: responsável por processar os estímulos oriundos do sentido do tato, registrando
informações que se referem à dor, coceira ou calor, por exemplo. Entende-se que sua
retenção é maior que a da memória icônica.
▪ ecóica: corresponde à informação percebida pelo ouvido, sendo extremamente
importante para o paciente. Seu armazenamento é de curta duração e permite ao paciente
entender a linguagem para manter uma conversa.
Memória de trabalho: é conhecida por muitos estudiosos e profissionais da saúde como
memória operacional. Se refere ao mecanismo que permite o armazenamento e manipulação da
informação guardada, bem como a associação dela com outras ideias que entram com novos
inputs.
O funcionamento do córtex pré-frontal é essencial para esse tipo de memória, pois ela é
responsável por operar nas ações cognitivas mais complexas, como a compreensão da
linguagem, leitura, o aprendizado, raciocínio, o planejamento e as habilidades relacionadas à
lógica e/ou matemática. A informação armazenada na memória de trabalho está abaixo da
memória de curto prazo. Entretanto, ainda que o seu armazenamento seja de curta duração, está
em constante atualização, ou seja, se você deseja estimular essa capacidade cognitiva, você
pode realizar jogos para melhorar a memória.
Memória de curto prazo: é um tipo de memória limitada na retenção da informação
armazenada. Isso porque as informações recebidas são retidas por um breve período de tempo,
que não passa de 30-40 segundos. A memória de curto prazo permite o paciente lembrar de 6-
7 itens, desde que retidos em um breve espaço temporal. Porém, caso a informação seja repetida
ou manipulada de alguma forma, pode ser armazenada em outro tipo de memória, como na
memória de longo prazo. Dessa forma, acaba se tornando a memória mais suscetível à
deterioração.
Memória de longo prazo: refere-se a um tipo de memória capaz de codificar e reter a
informação durante um período de tempo maior, podendo ser mantida em uma temporalidade
de segundos até anos. As memórias episódicas, semânticas e/ou processuais, por exemplo, são
normalmente mantidas na memória de longo prazo. Esse processo permite ao paciente lembrar
de fatos pessoais, culturais ou até mesmo habilidades.
A memória de longo prazo é subdividida em dois tipos:
Explícita: armazena e externaliza fatos e dados levados ao conhecimento por meio dos sentidos
e de processos internos do cérebro, como associação de dados, dedução e criação de idéias.
Esse tipo de memória é levado ao nível consciente através de proposições verbais, imagens,
sons etc.
Implícita: armazena dados referentes à aquisição de habilidades desenvolvidas por meio da
repetição de uma atividade que segue sempre o mesmo padrão. É o caso das habilidades
motoras, sensitivas e intelectuais, além de toda forma de condicionamento.
FASES DA MEMÓRIA
A memória é a forma como armazenamos o conhecimento e a informação. É como um
arquivo que armazena nossos pensamentos, sentimentos e memórias de todas as experiências
da vida para que elas possam ser recuperadas posteriormente, quando necessário. Ela torna-se
importante no aprendizado porque nos ajuda a consolidar novas ideias com as antigas; este
processo requer atenção, pois sem memória nunca acumularíamos nenhum fato ou teríamos
uma chance de construir entendimento.

A memória não se trata apenas de armazenar dados, ela também nos permite recuperar
aqueles pedaços de informação que amarram o que foi aprendido anteriormente e ajudarão a
levar as coisas adiante para uma maior compreensão para o amanhã. Assim, esse processo se
dá em três fases: Codificação, Armazenamento e Recuperação.

Codificação: é a entrada, o registro inicial das informações. A codificação é a primeira fase da


memória que prepara as informações sensoriais para serem posteriormente armazenadas no
cérebro. Assim, um conteúdo pode ser codificado de três formas: acústica, visual e semântica.
Acústica: codificação acústica é o uso de estímulos e imputs auditivos para criar memórias.
Esse processo é auxiliado pelo que é conhecido como loop fonológico. O loop fonológico é um
processo pelo qual os sons são ensaiados sub vocalmente (ditos em sua mente repetidamente)
a fim de serem convertidos em memória de longo prazo.

Visual: é o processo de codificação de imagens e informações sensoriais visuais. A criação de


imagens mentais é uma maneira pela qual as pessoas usam a codificação visual. Esse tipo de
informação é temporariamente armazenado na memória icônica e, em seguida, é movida para
a memória de longo prazo para armazenamento.

Semântica: a codificação da entrada sensorial que tem um significado ou contexto específico


é conhecida como codificação semântica. Isso pode incluir lembrar conceitos, ideias,
definições, datas etc. A codificação semântica é mais fácil de lembrar do que a codificação não
semântica ou superficial das coisas. Anexar emoções às informações é uma boa ideia para tornar
a codificação semântica muito mais memorável. Por exemplo, pode lembrar de um determinado
número de telefone com base no nome de uma pessoa ou de um determinado alimento pela cor.
Alguns fatores que podem influenciar na Codificação:

▪ Quantidade de conteúdo
▪ Atenção
▪ Tempo de exposição ao estímulo
▪ Sentido
▪ Agrupamento da informação (organização)

Armazenamento: também chamado de retenção, consolidação ou conservação, é o processo


que envolve a manutenção da informação codificada pelo tempo necessário para que possa ser
recuperada e utilizada quando evocada, ou seja, envolve o fortalecimento das representações
enquanto estão sendo registradas e a sua reconstrução ao longo da sua utilização e da entrada
de novas informações. Para isso, o cérebro altera-se bioquimicamente e a seu tecido neural.
Assim, ao escrever um bilhete para se lembrar de algo, o cérebro “escreve” um traço de
memória, mudando sua própria composição física para fazer isso.

Recuperação: é o processo de lembrança da informação anteriormente armazenada. O resgate


pode utilizar uma busca consciente das informações ou ainda ser evocado de maneira não
consciente através de associações dependentes do contexto, ativação por semelhanças ou por
necessidades. São 2 mecanismos responsáveis pela recuperação da informação:

▪ Reconhecimento: envolve a comparação de estímulos anteriormente registrados com


novos estímulos.
▪ Resgate: envolve uma busca ativa das informações armazenadas.

REFERÊNCIA:
https://iptc.net.br/tipos-de-memoria/. Acesso em 01/04/2023.
https://blog.sapium.com.br/2019/09/30/memorizacao/#:~:text=Quatro%20etapas%20s%C3%
A3o%20necess%C3%A1rias%20para,%2C%20compreens%C3%A3o%2C%20armazenamen
to%20e%20resgate. Acesso em: 01/04/2023.
https://institutoneurosaber.com.br/etapas-do-desenvolvimento-da-linguagem-ate-os-5-anos/.
Acesso em: 01/04/2023.

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