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Emoções
M538 Mendes, Marco Aurélio.
A clínica das emoções : teoria e prática da terapia focada
nas emoções / Marco Aurélio Mendes e Leslie Greenberg. —
Novo Hamburgo : Sinopsys Editora, 2022.
303 p. : il. ; 23 cm.
ISBN 978-65-5571-087-8
CDD 616.89147
A Clínica das
Emoções
A Clínica das
Emoções
TEORIA E PRÁTICA
DA TERAPIA FOCADA
NAS EMOÇÕES
TEORIA E PRÁTICA
DA TERAPIA FOCADA
NAS EMOÇÕES
2022
© Sinopsys Editora e Sistemas Eireli, 2022.
Leslie Greenberg
SUMÁRIO
1 Emoções ................................................................................................ 13
2
Terapia focada nas emoções: uma visão construtivista-dialética
do self em mudança .............................................................................. 43
EMOÇÕES
esquecer o que você fez, mas nunca irão esquecer como você as fez sentir”.
As emoções, portanto, dão qualidade às experiências e, por isso, a discussão
sobre este assunto acompanha a história da humanidade.
Na Grécia Antiga, utilizava-se a palavra pathéna (paixão) para desig-
nar passividade ou situações sobre as quais não se tem controle, no mesmo
sentido que hoje é atribuído à comoção provocada pelas emoções (Frijda,
2008). Platão advertia que as emoções impediam as pessoas de agir racio-
nalmente. Portanto, os objetivos dessas deveriam ser o controle e a capaci-
dade de refletir, pensar e filosofar sobre o problema (Plato, 1943). Aristóte-
les, por sua vez, afirmava que, para ter uma vida saudável, os seres humanos
deveriam estar atentos à moderação no que diz respeito às paixões: nem
demais, nem de menos, sendo esse equilíbrio fruto da ponderação racional
(Aristotle, 1984). Assim, desde os tempos remotos e, de certa maneira, até
os dias de hoje, as emoções vêm sendo vistas como algo inferior, quando
comparadas à razão. Essa visão tradicional advoga que as emoções devem
ser controladas pela razão (Aristotle, 1984).
Nas últimas décadas, entretanto, inúmeros estudos conjugando áreas
diversas, como neurociências, psicologia, medicina, filosofia, antropologia,
entre outras, têm demonstrado a real importância das emoções em guiar e
direcionar nossas vidas, muito antes de qualquer processo lógico e racional
entrar em cena. Os pensamentos e crenças, por melhor articulados que
sejam, não são considerados suficientes para gerar ação e mudança (Da-
masio, 1999; Frijda, 2005). No campo da psicoterapia, especificamente,
alguns autores descrevem a época atual como a de uma mudança de para-
digma. Depois de presenciar, durante os últimos 20 anos, o predomínio
dos aspectos cognitivos e racionais, temos, agora, em curso, a mudança
para a ênfase nos aspectos emocionais da experiência (Goldman & Green-
berg, 2015; Johnston & Olson, 2015; Whelton, 2004).
Damasio (2018) compreende que as emoções existem não apenas a
partir das pressões evolucionárias para a sobrevivência, mas também devi-
do à estrutura complexa e de sofisticação cultural da espécie humana. Na
perspectiva do autor, como são os sentimentos que comunicam ao corpo,
sem qualquer palavra, se a direção da vida é boa ou ruim, eles podem ser
considerados os catalisadores de processos particularmente humanos, como
o questionamento e a busca de entendimento e de solução de problemas.
A clínica das emoções 15
nos desperta medo (Greenberg, 2019; Mendes & Bruno, 2019). Essen-
cialmente, as emoções indicam que algo importante está acontecendo e
necessita ser observado e que mudanças no organismo ou na sua relação
com o ambiente podem ser necessárias para lidar melhor com a situação.
As emoções também se relacionam aos sistemas de significados cons-
truídos a partir das experiências. O medo está presente em todos nós quan-
do observamos algo ameaçador e nos sentimos desprotegidos. Podemos,
no entanto, experienciar fragilidade e medo em diversas situações que não
são necessariamente perigosas para todos. Falar em público, por exemplo,
apesar de não envolver ameaça direta à sobrevivência, pode adquirir signi-
ficado pessoal bastante aversivo, caso tenhamos passado por experiências
anteriores de vergonha, humilhação ou, ainda, de muita ansiedade, se a
situação é importante para a concretização de um objetivo.
Ainda, as emoções envolvem não apenas a relação com terceiros
(interpessoal), mas também conosco (intrapessoal), dependendo de nosso
grau de exigência e de expectativas, de nosso desejo de reconhecimento,
entre outros aspectos. Portanto, as emoções nos dão informações sobre a
qualidade das experiências, se elas são boas ou ruins para nós, se as coi-
sas estão caminhando como gostaríamos, nos guiando em direção ao que
necessitamos, bem como nos auxiliam a modificar, manter ou terminar
determinada relação com a situação ou com o objeto (Greenberg, 2019).
Além disso, muito mais do que buscar o prazer e evitar a dor, seres huma-
nos procuram dar sentido à sua existência, e as emoções fornecem qualida-
des que ajudam a construir esse mesmo sentido (Mendes & Pereira, 2018;
Mendes et al., 2021).
Somos sistemas dinâmicos e complexos. Como as experiências mol-
dam as emoções, cada um de nós é um verdadeiro labirinto de significa-
dos pessoais, no qual é muito fácil se perder. Para aproveitar o papel que
as emoções podem ocupar e para alcançar o conhecimento profundo e
corporificado do que sentimos, precisamos entrar em contato com nossas
experiências. As emoções informam o que realmente importa para as nos-
sas vidas.
Aumentando ainda mais essa complexidade, as emoções não são
entidades estáticas e facilmente distintas, com processos independentes.
A experiência emocional é o produto da síntese de inúmeros processos, que
A clínica das emoções 17
pelos processos reflexivos não têm a mesma importância das emoções pro-
duzidas pelos processos automáticos, e estas últimas são a razão central pela
qual as pessoas procuram terapia.
Sem querer, de modo algum, glorificar os processos automáticos e
diminuir a importância dos reflexivos, o que a TFE procura deixar claro
com essa afirmação é que, quando o nível de ativação emocional é alto, as
cognições não são tão úteis porque as emoções se tornam impenetráveis à
razão e à lógica. Os processos reflexivos, porém, são parte importante de
quem somos, pois eles nos ajudam a criar sentido às nossas vidas. Para que
nos beneficiemos adequadamente desses processos, as emoções precisam
ser sentidas em nível moderado, que permita a reflexão e a avaliação.
Os termos afetos, emoções e sentimentos, apesar de usados de forma
indiferenciada, não são exatamente a mesma coisa. Afeto é algo muito mais
simples do que uma emoção e se relaciona com a noção de valência ou
qualidade (positivo ou negativo, agradável ou desagradável) e de ativação
ou intensidade (muito ou pouco) (Barrett, 2018). As emoções incluem os
afetos, além das tendências para ação, atenção seletiva e cognições, bem
como as reações neuroquímicas que estão subjacentes a todos esses fenô-
menos (Greenberg, 2019). Por sua vez, os sentimentos são decorrentes da
percepção daquilo que acontece conosco enquanto experienciamos afetos
ou emoções. Quando alguém diz “me sinto triste”, quer dizer que se perce-
be experienciando/sentindo uma qualidade afetiva em seu corpo, que, de
acordo com o contexto e a cultura, é chamada de tristeza (Barrett, 2018;
Damasio, 2003). Além disso, é comum observarmos o uso do termo senti-
mento em relação a experiências mais complexas. A emoção raiva pode ser
diferenciada em sentimentos de irritação, mágoa, desprezo, etc.
Assim, as alterações do corpo são adicionadas às representações
(imagens) na memória, fazendo a experiência subjetiva se tornar, também,
uma experiência afetiva, podendo ser simbolizada com aspectos explíci-
tos (descritivos) e implícitos (qualitativos) (LeDoux & Phelps, 2008). Em
função da dificuldade de separação entre esses aspectos, e também para
deixar a leitura mais fluida, optamos por usar os termos afeto, sentimentos
e emoções de forma intercambiável.
Apesar dos avanços da ciência terem permitido aos pesquisadores a
identificação de áreas específicas do cérebro no que diz respeito às emo-
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ESQUEMAS EMOCIONAIS
As emoções são o principal motivo da procura das pessoas por psicotera-
pia. Os indivíduos buscam solução para o desconforto provocado pelas
emoções, a fim de aliviarem-se da dor e do sofrimento presentes em sua
vida. Alguns, referem-se à sua vida como vazia, sem sentido, e buscam
desesperadamente experienciarem emoções como alegria e amor. Apesar
das diferenças individuais, os clientes se identificam com determinados
conceitos emocionais presentes na cultura e descrevem esses estados usan-
A clínica das emoções 27
emocionais como quando a raiva é seguida pela tristeza ou então pela ver-
gonha e pelo medo.
Ao se debruçar sobre cada uma das emoções, o terapeuta precisa
estar atento para o contexto social, econômico e cultural do cliente. Não
podemos esquecer que parte do que é considerado “aceitável” ou “normal”
provém do conhecimento da cultura branca, de classe média e ocidental.
Saberes advindos de outros modelos de experiência subjetiva, como a de
pessoas negras, indígenas, orientais ou de minorias religiosas e de gênero
são ainda, infelizmente, sistematicamente esmagadas no dia a dia dos con-
sultórios quando os clínicos não são sensíveis a esses aspectos.
Além disso, é importante diferenciar expressão da experiência sentida.
Existem culturas como as latinas, nas quais as pessoas são mais expressivas,
e como as orientais, nas quais os indivíduos são mais contidos nessa mesma
expressão. Isso não quer dizer que, internamente, indivíduos que se expres-
sam de maneiras diferentes não estejam se sentindo raivosos ou em fúria.
Raiva
A raiva relaciona-se à violação, aos maus tratos, à defesa, à invasão do nosso
espaço e à proteção não só de nós mesmos como a de terceiros. Sentimos
raiva também como forma de transpor e eliminar barreiras e dificuldades que
aparecem frente aos nossos objetivos ou, ainda, quando nossas necessidades
emocionais não estão sendo atendidas. Além disso, a raiva envolve a correção
de situações a fim de que algo não aconteça novamente. Ideias relacionadas à
injustiça contra si mesmo e terceiros também eliciam raiva e revolta.
A raiva também pode estar dirigida contra nós mesmos, como uma
crítica invasiva e constante. Quando desadaptativa, essa cobrança constan-
te pode nos levar a outras emoções, como à tristeza e à vergonha, sendo
considerada uma variável transdiagnóstica e componente central de dife-
rentes psicopatologias (Gilbert, 2014; Paivio & Pascual-Leone, 2010).
A raiva é, muitas vezes, utilizada para mascarar outras emoções, como
uma espécie de disfarce, além de ser comumente usada como forma de ma-
nipulação de terceiros. Ademais, a raiva desregulada pode levar à agressão
desproporcional a terceiros e ao próprio indivíduo, bem como pode se tor-
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Medo
A função do medo é nos manter a salvo, envolvendo a percepção de que
estamos em risco, avaliações de que a situação é perigosa e que precisamos
nos afastar dela rapidamente ou arrumar alguma maneira de nos prote-
germos, a fim de reduzir o perigo. Ignorar o medo pode ter consequências
perigosas, o que leva essa emoção a ter forte valência afetiva e respostas cor-
porais intensas como tremor, aumento da pressão arterial, dos batimentos
cardíacos e hipervigilância. Buscar proteção e apoio em terceiros faz parte
das tendências para ação eliciadas pelo medo.
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Nojo
O nojo é uma emoção bastante poderosa e está relacionada com a aversão
de que podemos encontrar perigo potencial em substâncias que ingerimos
ou que podemos nos contaminar, decorrendo daí a tendência a repelir, a
expulsar e a se afastar daquilo que tem o potencial de causar danos. Evolu-
cionistas acreditam que sentir nojo preveniu nossos ancestrais de contrair
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Tristeza
Sentimos tristeza quando vivemos perdas significativas, seja de alguém ou
de algo que valorizamos. A tristeza leva as pessoas a se voltarem para si
mesmas, a reconhecerem suas vulnerabilidades, a refletirem e a verificarem
o que está acontecendo em sua vida, auxiliando também no detalhamento
das situações. Ela também acompanha a sensação de solidão e abandono e
sua expressão pública (choro, retraimento), comunicando a terceiros que
precisamos de companhia e auxílio.
A tristeza nos alerta sobre o que é realmente importante e pode nos
motivar a mudar as circunstâncias para que situações semelhantes não
ocorram novamente (Forgas, 2017). Uma das maiores surpresas para os
terapeutas iniciantes que procuram se utilizar de todas as técnicas e arti-
fícios para tirar o cliente do contato com a dor que acompanha a tristeza
é perceber, com os anos de prática, o quanto é importante para o cliente
reconhecer, falar e sofrer por aquilo que ele perdeu, explorando profun-
damente suas dores e criando significado a partir dessa experiência — só
assim é possível seguir em frente.
Acessar a tristeza de forma integral, com todos os seus componen-
tes, como as sensações corporais, lágrimas, crenças, e com a presença e o
A clínica das emoções 35
Vergonha
No século XIX, o filósofo alemão Schopenhauer (1932) já descrevia a im-
portância das relações sociais para os seres humanos. É apenas em socieda-
de que conseguimos realizar todo o nosso potencial. Para ele, apresentamos
uma característica primitiva e inata de querermos ser valorizados e, por
isso, temos imenso receio da opinião negativa de terceiros, nos esforçando
constantemente para causar a melhor impressão possível.
A perspectiva evolucionista apresenta visão semelhante. A vergonha
tem como função a evitação da rejeição e a exposição excessiva, atuando
36 Emoções
Culpa
Enquanto a vergonha é relacionada à avaliação global do sujeito como uma
falha (“eu sou ruim”), a culpa se refere a aspectos específicos do self ou das
ações do indivíduo (“eu errei”) manifestados por meio de afetos desagradá-
veis associados a atitudes passadas ou mesmo de pensamentos sobre possí-
veis ações futuras. A função social da culpa seria prevenir a fragmentação
do grupo, mantendo a cooperação entre seus membros, sendo, portanto,
uma espécie de autopunição pela transgressão das normas sociais. O des-
conforto da culpa leva à busca de reparação dos erros e, ao mesmo tempo,
à evitação futura de situação semelhante (Deem & Ramsey, 2016).
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Alegria
A alegria é uma das emoções que nos afetam positivamente. Sua função é
nos motivar e energizar para realizações, bem como estreitar vínculos so-
ciais e afetivos, tendo como tendência para ação a aproximação. A alegria
atua como reforçador natural, pois, se algo nos deixa alegre, com sensação
de bem-estar, é natural que queiramos ficar próximos desse estímulo. Nesse
sentido, ficamos alegres quando conquistamos nossos objetivos ou ainda
quando alguma situação que causa mal-estar é extinta. Apesar de poder ser
gerada por avaliações rápidas e espontâneas, a alegria também se relaciona
a benefícios de longo prazo, que, por sua vez, reforçam a resiliência e capa-
cidade para manejar as adversidades (Friedrickson, 2001).
Amor
Apesar de não ser considerada por muitos teóricos como uma emoção,
conforme Ekman (1982) e Izard (1977), e sim um fenômeno complexo re-
sultante da combinação de afetos e outras emoções, o amor é fundamental
para os humanos (Plutchik, 2005; Shaver et al., 1996). Não há definição
única sobre o amor, pois é possível falar em vários tipos de amor, como
amor romântico, fraterno, amor pelos pais, filhos, irmãos, etc. (Greenberg
& Goldman, 2008).
Somos mais imaturos e dependentes de cuidados ao nascer do que
animais de outras espécies, e, portanto, precisamos do outro para sobrevi-
ver. Ao mesmo tempo, é essa mesma fragilidade que é a origem da nossa
inteligência, nossa complexidade e nossa sina: conectarmo-nos uns com
os outros. Piantadosi e Kidd (2016) sugerem que, durante a evolução, o
maior tamanho do cérebro humano fez com que houvesse uma adaptação
para que os bebês nascessem mais prematuramente e, consequentemente,
menos preparados para lidar com o ambiente. Assim, apesar de nascerem
com pouquíssimas conexões neurais, os bebês formariam a maior parte de-
las a partir de estímulos de outros seres humanos e do ambiente. Ao mes-
mo tempo, cuidar de bebês tão dependentes promoveu o maior tamanho
do cérebro dos pais. Os autores sugerem a existência de pressões evolucio-
A clínica das emoções 39
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